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RESUMO DO ARTIGO A SAÚDE E SEUS DETERMINANTES SOCIAIS. PALAVRAS-CHAVE: Determinantes sociais e saúde. INTRODUÇÃO: Segundo os autores do artigo, para a Comissão Nacional sobre os Determinantes Sociais da Saúde conceito dos DSS (determinantes sociais) são: fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. E para a OMS o conceito dos DSS está relacionado às condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham. Desse modo percebemos que embora os conceitos sejam diferentes, há uma linha de pensamento similar entre ambos conceitos, visto que associa os DSS a fatores ou condições socais no qual o indivíduo está inserido, ou seja, o meio em que a pessoa está inserido pode influenciar o processo Saúde-doença. Podemos ressaltar que estas não são as únicas definições a respeito dos DSS. Vejamos o seguinte trecho, encontrado no artigo “A Saúde e seus determinantes sociais” de BUSS e PELLEGRINI FILHO (2007, p. 78) que cita as obra: Nancy Krieger (2001) introduz um elemento de intervenção, ao defini-los como os fatores e mecanismos através dos quais as condições sociais afetam a saúde e que potencialmente podem ser alterados através de ações baseadas em informação. Outro conceito interessante a este respeito é ainda mencionado na obra . De acordo com Tarlov (1996) entende os DSS como “as características sociais dentro das quais a vida transcorre”. (apud BUSS e PELEGRINI FILHO, 2007, p. 78). Dessa forma, a importância atribuída aos determinantes sociais e o consenso que hoje se tem a respeito foi uma construção com o passar do tempo. TEORIA MIASMÁTICA É no contexto de tentar entender e explicar o que levava aos problemas de saúde que surgiu a teoria Miasmática, que germinou em meados do século XIX. A teoria buscava responder às importantes mudanças sociais e práticas de saúde observadas na mudança de estilo de vida devido aos processos de Urbanização e Industrialização. A teoria contribui com a saúde pública, visto que a população passou a evitar coisas que exalavam mau cheiro, e foi mediante esta teoria que entendia que o mau odor transmitia doenças que passaram a criar o sistema de esgotos e o enterro de cadáveres. Virchow apud Buss PELEGRINI FILHO (2007) a “ciência médica é intrínseca e essencialmente uma ciência social”. Desta forma abre-se o entendimento que as condições econômicas e sociais exercem um efeito importante sobre a saúde e a doença e que tais relações devem ser submetidas à pesquisa científica. Outro Paradigma é formado ainda no século XIX, para explicar o processo Saúde-doença. Os bacteriologistas acreditam na necessidade da primeira escola de saúde pública nos Estados Unidos. O conflito entre saúde pública e medicina e entre os enfoques biológico e social do processo saúde-doença estiveram no centro do debate sobre a configuração desse novo campo de conhecimento, de prática e de educação. O ESTUDO DOS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE Os fatores individuais são importantes pois identificam que indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco. Já as diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países estão mais relacionadas com fatores, como: o grau de equidade na distribuição de renda. É abordado três gerações de estudos sobre iniquidade em saúde. Na qual a primeira dedica-se a descrever as relações entre pobreza e saúde; a segunda, gradientes de saúde de acordo com vários critérios de estratificação socioeconômica; e por fim, a terceira e atual geração que está dedicada principalmente aos estudos dos mecanismos de produção das iniquidades. Entre os desafios dos estudos sobre as relações entre determinantes sociais e saúde, destacamos a distinção entre os determinantes de saúde dos indivíduos e os de grupos e populações, pois alguns fatores que são importantes para explicar as diferenças no estado de saúde dos indivíduos não explicam as diferenças entre grupos de uma sociedade ou entre sociedades diversas. Ou seja, não podemos somar os determinantes de saúde identificados em estudos como indivíduos para conhecer os determinantes de saúde no nível da sociedade. Isso quer dizer que por si só os determinantes não se limitam apenas ao estudo dos indivíduos, considerando que ainda existem determinantes a nível de sociedade. Isto significa que não é tão simples identificar os determinantes como algo que se refere apenas às pessoas, visto que existem, portanto, aqueles determinantes a nível de sociedade. Desta forma, as diferenças de mortalidade constatadas entre classes sociais ou grupos ocupacionais não podem ser explicadas pelos fatores que se referem às diferenças entre indivíduos, poque se controlamos esses fatores, as diferenças entre estes estratos sociais permanecem quase inalteradas. Entende-se que os fatores individuais são fundamentais para identificar que indivíduos no interior de um grupo estão submetidos a maior risco e que as diferenças nos níveis de saúde entre grupos e países tem maior relação com outros fatores, quais são eles: o grau de equidade na distribuição de renda. Os fatores de risco individuais, como colesterol, hábito de fumar, hipertensão arterial e outros explicavam 35 a 40%, sendo que os restantes 60-65% estavam basicamente relacionados aos DSS. A COMISSÃO NACIONAL SOBRE OS DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (CNDSS) A Comissão Nacional sobre Determinantes Sociais da Saúde foi criada em 13 de março de 2006, por meio do Decreto Presidencial. Ela é uma resposta ao movimento global em torno dos DSS desencadeado pela OMS, que tem como objetivo promover uma tomada de consciência sobre a importância dos determinantes sociais na situação de saúde de indivíduos e populações e sobre a necessidade do combate às iniquidades de saúde. É preceito da CNDSS reconhecer a saúde como um direito a todos e deve do Governo, assegurando, as ações e serviços para sua promoção. Proteção e recuperação. A atuação da CDNSS é fundamentada por meio de três compromissos, são eles: Compromisso com a ação, Compromisso com a equidade, Compromisso com a evidência. O primeiro, tem por fim apresentar políticas e programas para arguir às iniquidades de saúde gerada pelos determinantes Sociais. O Segundo, por sua vez, considera que é fundamental um compromisso ético e posição política que oriente a CDNSS para garantir o direito de saúde a todos. E por fim, o terceiro compromisso diz que a recomendações de Comissão deve estar firmemente embasada em evidências científicas para entender como operam os determinantes e identificar como e onde devem incidir as intervenções para combatê-las e que resultados podem ser esperados em termos de efetividade e eficiência. Os objetivos fundamentais da CDNSS, são: produzir conhecimentos sobre os DSS no Brasil; apoiar o desenvolvimento de políticas e programas, fins promover equidade e promover atividades de mobilização da sociedade. E para obter êxito nesses objetivos, a CDNSS tem desenvolvido algumas linhas de atuação que são: Produção de conhecimentos e informações sobre as relações entre os determinantes sociais e a situação de saúde. Então, o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde e o CNPq promoveram um edital de pesquisa que possibilitou apoiar, financeiramente, pesquisas. Sendo assim, foram identificados e avaliados sistemas de informação de abrangência nacional sobre DSS. Além disso, outra linha de atuação foi por meio da promoção e avaliação de políticas, programas e intervenções governamentais e não-governamentais realizadas em níveis locais, regionais e nacionais. Outra linha se deu pelo desenvolvimento de ações de promoção e mobilização junto a diversos setores da sociedade civil e, por fim, um portal sobre DSS. Referência: BUSS, paulo marchiori; PELLEGRINI FILHO, alberto. A Saúde e seus Determinantes Sociais.
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