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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE FRANCINALDA DOS SANTOS QUIRINO SARA MIRANDA DOS SANTOS SANEAMENTO E SAÚDE: O CASO DA ÁREA URBANA DE SÃO TOMÉ/RN JOÃO CÂMARA – RN 2019 FRANCINALDA DOS SANTOS QUIRINO SARA MIRANDA DOS SANTOS SANEAMENTO E SAÚDE: O CASO DA ÁREA URBANA DE SÃO TOMÉ/RN. Monografia apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Educação Ambiental e Geografia do Semiárido do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito à obtenção do título de especialista. Orientador: Me. Pablo Guimarães Azevedo JOÃO CÂMARA – RN 2019 FRANCINALDA DOS SANTOS QUIRINO SARA MIRANDA DOS SANTOS SANEAMENTO E SAÚDE: O CASO DA ÁREA URBANA DE SÃO TOMÉ/RN. Monografia apresentada ao Curso de Educação Ambiental e Geografia do Semiárido do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, em cumprimento às exigências legais como requisito parcial à obtenção do título de especialista. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ___/___/____, pela seguinte Banca Examinadora: ______________________________________________________________ Professor Ms. Pablo G. Azevedo - Presidente Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte ______________________________________________________________ Nome do Prof convidado, Membro da Banca Examinadora Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte ______________________________________________________________ Nome do Prof convidado, Membro da Banca Examinadora Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus por ter me concedido força е coragem durante toda esta longa caminhada, pоr ser essencial еm minha vida, autor dе mеu destino, meu guia e socorro presente nа hora dа angústia. Aо mеυ pai Francisco Quirino, minha mãе Maria Marinete dos Santos е аоs meus irmãos. Agradeço aos meus professores е colegas de curso, em especial a Maria Janiele Pinto de Araújo, por me apoiar e incentivar nа conclusão dа monografia. AGRADECIMENTOS Francinalda dos Santos Quirino Primeiramente а Deus que permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао longo dе minha vida, pоr ter mе dado força pаrа superar as dificuldades e pela família que tenho; aos amigos que conquistei e aos professores do curso de Especialização de Educação Ambiental e Geografia do Semiárido pela atenção e carinho ao longo do curso. Agradeço а minha mãе, Maria Marinete, por toda a preocupação e os cuidados que teve comigo durante todo o curso. Ao mеu pai qυе, apesar dе ser ausente em relação aos meus estudos, sempre esteve ali pronto para me socorrer na hora eu precisasse. Obrigada minha irmã, Josefa Francione dos Santos, pelo apoio que sempre me deu na sua casa. Meus agradecimentos аоs amigos Maria Janiele Pinto de Araujo, Francisco Elói Alves da Silva e Renata Torres Damasceno pela amizade e a contribuição na minha formação, vocês, certamente, irão continuar presentes еm minha vida. À minha amiga de infância, Maria Janiere Avelino, por todo o apoio que me deu quando precisei me hospedar em sua casa. Ao meu orientador, Mestre Pablo Guimarães de Azevedo, pelo incentivo e orientações ao longo do desenvolvimento da pesquisa. E a todos qυе, direta ou indiretamente, fizeram parte dа minha formação, о mеu muito obrigada. Sara Miranda dos Santos Agradeço primeiramente a Deus, por possibilitar mais uma vitória, pois sem Ele tudo isso jamais seria possível. A meus pais, José Ribamar e Ana Maria, por sempre me apoiarem e segurarem minhas mãos em momentos tenebrosos e sem esperança, vocês são minha inspiração de vida e tudo que faço é pensando no melhor para vocês. Minha gratidão estende-se também a meu companheiro Thiago Ângelo, que além de me apoiar, compartilha e aplaude minhas conquistas, como se fossem dele. Ainda sou grata a minha parceira Francinalda, por me permitir partilhar conhecimento e vitória de uma forma tão significativa e emocionante. E por último, mas não menos importante, agradeço ao nosso orientador, Pablo Guimarães, pela confiança, paciência e profissionalismo dedicados a nós. Sou extremamente grata por ter visto em mim um potencial significativo e por persistir para que eu obtivesse sucesso. Com certeza, trilharei caminhos por onde repassarei os conhecimentos que o senhor me permitiu adquirir. Sou grata por sua participação na minha jornada acadêmica. Na época em que estamos vivendo nos leva à necessidade de imbricação crescente de várias questões e a uma vontade de teorizar, que se mostra necessário em todos os domínios: teorizar a população, teorizar a urbanização, teorizar a nutrição, teorizar a saúde pública, teorizar o desenvolvimento. Essas teorias, tempos atrás eram imbricadas umas com as outras porque o elo central era exatamente o mundo que é uma unidade de pensamentos de problemas. Mas hoje tudo o que era baseado numa solidariedade internacional e uma luta civilizatória deixou de existir. (SANTOS, 2003) RESUMO A presente pesquisa objetivou analisar a relação entre a ausência de esgotamento sanitário e drenagem com a ocorrência de doenças na área urbana do município de São Tomé/RN no ano de 2019. Para execução desta análise, procuramos seguir algumas considerações teóricas sobre Saneamento e Saúde, uma vez que os caminhos que enveredamos inicialmente perpassaram pela análise de dados sobre a influência do saneamento na saúde da população. As precárias condições de saneamento básico, em particular dos bairros Alto de São Sebastião, Bela Vista e Conjunto Potengi, no município supracitado, estão diretamente relacionadas à qualidade de vida da população local. Nos referidos bairros e em algumas ruas do Centro, existem locais propícios a inúmeras doenças devido a proliferação de vetores e insetos que são disseminadores de várias patologias. A pesquisa em tela, por possuir caráter exploratório, contou com três etapas principais: levantamento de documentos concernentes ao tema, por meio de pesquisa bibliográfica e documental, aplicação de questionários e entrevistas e, por fim, análise e tratamento dos dados colhidos. Desse modo, os objetivos traçados no início da pesquisa foram atingidos, pois foi possível identificar as condições atuais do saneamento no perímetro urbano de São Tomé/RN, bem como coletar dados primários referentes a ocorrência de doenças relacionadas a ausência de saneamento básico. PALAVRAS-CHAVE: Saneamento Básico. Doenças. Saúde. São Tomé/RN. ABSTRACT This research aimed to analyze the relationship between the absence of sanitary sewage and drainage with the occurrence of diseases in the urban area of São Tomé / RN in 2019. To perform this analysis, we sought to follow some theoretical considerations on Sanitation and Health, since the paths that we initially took went through the analysis of data on the influence of sanitation on the population's health. The poor conditions of basic sanitation, particularly in the neighborhoods of Alto de São Sebastião, Bela Vista and Conjunto Potengi, are directly related to the quality of life of the local population. In these neighborhoods and in some streets of the Center, there are places conducive to numerous diseases due to the proliferation of vectors, mosquitoes and insects that are spreading of various pathologies. The research onscreen had three main stages: survey of documents related to the theme, through bibliographic and documentary research, application of questionnaires and interviews and, finally, analysis and treatment of the collected data. Thus, the objectives set at the beginning of the research were achieved because it was possible to identify the current sanitation conditions in the urban perimeter of São Tomé / RN, as well as collect primary data regarding the occurrence of diseases related to the lack of basic sanitation. KEY WORDS: Basic Sanitation. Diseases. Health. São Tomé / RN LISTA DE SIGLAS ACE Agente Comunitário de Endemias ACS Agente de comunitário de Saúde CAERN Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte COMSAB Conselho Municipal de Saneamento Básico FUNASA Fundação Nacional de Saúde IIP Índice de Infestação Predial IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS Organização Mundial de Saúde OPAS Organização Pan-Americana de Saúde PMSB Plano Municipal de Saneamento Básico ESF Estratégia Saúde da Família SINAN Sistema de Informações Nacional de Agravos de Notificações SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento UBS Unidade Básica de Saúde LISTA DE GRÁFICOS E TABELA GRÁFICO 1 Gráfico comparativo................................................................................. 18 GRÁFICO 2 Número de domicílio por bairro............................................................... 19 TABELA 1 Relação entre o número de residências das áreas sem saneamento e com saneamento e a amostra estratificada............................................... 31 GRAFICO 3 Atendimento de pessoas com doenças relacionadas a falta de saneamento............................................................................................... 34 GRÁFICO 4 Concentração de faixa etária dos entrevistados........................................ 36 GRÁFICO 5 Doença que possa estar relacionado com saneamento ....................... 37 GRÁFICO 6 Comparativo da segunda pergunta do questionário da área não saneada..................................................................................................... 37 GRÁFICO 7 Comparativo da área saneada e não saneadas com ícone de doenças...... 38 GRÁFICO 8 Demonstrativo dos dados onde possui rede de esgoto............................. 39 GRÁFICO 9 Porcentagem dos entrevistados que relataram pontos de vazamentos nas referidas áreas.................................................................................... 40 GRÁFICO 10 Ruas pavimentadas por áreas saneadas e não saneadas........................... 41 GRÁFICO 11 Comparativo das áreas nos períodos das chuvas...................................... 42 GRÁFICO 12 Porcentagem das áreas com problemas de alagamento e retorno de esgoto........................................................................................................ 43 LISTA DE FOTOGRAFIAS FOTOGRAFIA 1 Esgoto lançado a céu aberto no bairro Alto de São Sebastião............................................................................................ 21 FOTOGRAFIA 2 Rua sem Pavimentação e esgoto lançado a céu aberto no bairro Potengi............................................................................................... 21 FOTOGRAFIA 3 Destino inadequado do lixo no bairro Alto de São Sebastião........... 22 FOTOGRAFIA 4 Canal de drenagem de água pluvial no Centro da cidade................................................................................................ . 23 LISTA DE MAPAS MAPA 1 Localização do Município de São Tomé/RN................................................ 14 MAPA 2 Mapeamento da área onde não tem esgotamento sanitário na sede do município de São Tomé................................................................................ 17 MAPA 3 Estação de Tratamento de Esgotos – ETE.................................................... 19 MAPA 4 Destino de dejeto das fossas rudimentares.................................................... 20 MAPA 5 Localização do lixão do município São Tomé.............................................. 22 SUMÁRIO CAPÍTULO I – REFLEXÕES PRELIMINARES 13 1.1 INTRODUÇÃO 13 1.2 PROBLEMÁTICA 16 1.3 OBJETIVOS 23 1.4 JUSTIFICATICA 24 CAPÍTULO II – FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS 25 2.1 REFERENCIAL TEÓRICO 25 2.1.1 Saneamento básico 25 2.1.2 Saúde 27 2.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 29 CAPÍTULO III – RESULTADOS E DISCUSSÕES 32 3.1 ENTREVISTAS 32 3.2 QUESTIONÁRIOS 35 3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 44 REFERÊNCIAS 45 APÊNDICES 49 ANEXO 55 13 CAPÍTULO I - REFLEXÕES PRELIMINARES 1.1 INTRODUÇÃO Desde os primórdios os seres humanos aprenderam intuitivamente que a água poluída por dejetos e resíduos podia transmitir doenças. Segundo Cavinatto (1992), há exemplos de civilizações, como a grega e a romana, que desenvolveram técnicas avançadas para a época, de tratamento e distribuição da água. A descoberta de que organismos microscópicos eram responsáveis pelas doenças só ocorreu a partir do século XIX, por volta de 1850, com as pesquisas realizadas por Pasteur. Desse modo, descobriu-se que mesmo as águas, bem como os solos aparentemente límpidos podiam conter organismos patogênicos introduzidos por material contaminado ou fezes de pessoas e animais doentes (CAVINATTO, 1992). Cavinatto (1992) explica ainda que, quando alguém anda descalço no solo pode estar exposto a milhares de microrganismos que ali foram lançados. Alguns exemplos são as verminoses cujos agentes ambientais podem infectar o organismo através do contato com a pele. Ainda hoje, populações no mundo inteiro sofrem com as doenças causadas pela falta de saneamento básico. É notório que o saneamento básico promove a melhoria da qualidade de vida da população, refletindo positivamente na saúde pública, desse modo, contribuindo para a redução de doenças diarreicas, parasitárias e dermatológicas. Saneamento básico neste sentido, é um gama de vertentes que tem por finalidade promover o bem-estar social e de saúde pública. No Brasil, o saneamento básico é um direito assegurado pela Constituição Federal de 1988 e normatizada pelo Congresso Nacional através da Lei Federal nº 11.445 de 2007. Tal normativa institui uma Política Nacional de Saneamento Básico que impõe um alinhamento aos demais entes autônomos formadores do Estado brasileiro, e, em especial, aos Municípios. A Lei nº. 11.445/2007, que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico, como sendo o conjunto dos serviços, infraestruturas e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem urbana, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais. Esta lei prevê a obrigatoriedade de elaboração de um plano de saneamento básico para oferecer a população uma boa qualidade de vida, além de imprescindível para o desenvolvimento de um planejamento articulado das ações a serem previstas pelos entes federados que atendam ao princípio da universalização do acesso. (BRASIL, 2007). 14 Cabe frisar que a Política Municipal de Saneamento Básico deverá ser consolidada em Lei, que não poderá conflitar com os preceitos das legislações estaduais e federais, devendo haver compatibilização com as demais leis municipais. Localizado na microrregião Borborema Potiguar do Estado do Rio Grande do Norte, o município de São Tomé/RN (Ver mapa 1) ainda não possui um plano de saneamento básico como prevê a Lei nº. 11.445/2007, assim como a grande maioria das cidades do Estado. De acordo com os dados coletados pelo Diagnóstico do Plano de Saneamento Básico do Município de São Tomé /RN, a população estimada pelo IBGE, 2010era de 10.827 habitantes, representando uma densidade demográfica de 12,55 hab/Km², sendo em sua maioria concentrada na área urbana (54,87%) e 45,13% na área rural. A população estimada para 2016 era de 11.214 habitantes (IBGE, 2010). Tal população, no perímetro urbano, é contemplada parcialmente com a rede coletora de esgotamento sanitário, sendo apenas o bairro Centro o de maior abrangência desse serviço. Mapa 1 – Localização do Município de São Tomé/RN. Fonte: PMSB- Diagnóstico Técnico-Participativo de Saneamento Básico do Município de São Tomé/RN (2018). Em relação aos aspectos legais o município de São Tomé tem a Lei Orgânica Municipal em busca da promoção da qualidade de vida dos munícipes e assume como sua competência um rol de atribuições intrínsecas ao planejamento do meio em que esta população se insere, guardando especial interesse à qualidade do ambiente, conforme pode se observar no seguinte extrato normativo da Lei Orgânica Municipal: 15 Art. 12. Compete ao Município: [...] VI - Organizar e prestar, diretamente ou sob o regime de concessão, ou permissão, entre outros, os seguintes serviços: a) abastecimento de água potável e esgotamento sanitário; [...] b) limpeza pública, coleta domiciliar e destinação final do lixo. [...] IX - Promover, no que couber, o adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e ocupação do solo urbano. XVIII - Elaborar e Executar o Plano Diretor; XIX - Executar obras de: a) Abertura, pavimentação e conservação de vias; b) Drenagem pluvial; [...] Visando garantir a efetividade dos direitos e garantias constitucionais, o constituinte de 1988 outorgou aos entes da federação (União, Estados e Municípios) uma série de prerrogativas de ordem legislativa e administrativa. Dessa forma, os entes dispõem de verdadeiros poderes- deveres para fazer cumprir os preceitos constitucionais. Obedecendo a previsão constitucional de competência para legislar sobre assuntos de interesse local (art. 30, I, CF) e a competência para prestar os serviços de interesse local (art. 30, V, CF), a Lei Orgânica do município de São Tomé fala especificamente sobre o saneamento básico nos seus artigos 186 C/C 187, II; 193, V; e, 230, §3º, que assim dizem: Art. 186 – A saúde é direito de todos os munícipes e é dever do Poder Público assegurada mediante políticas sociais e econômicas que visem à eliminação do risco de doenças e de outros agravos e acesso Universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. Art. 187 - Para atingir os objetivos estabelecidos no artigo anterior, o Município promoverá por todos os meios ao seu alcance:[...] II - Condição digna de trabalho, saneamento, moradia, alimentação, educação, transporte e lazer; [...] Art. 193 - São atribuições do Município, no âmbito do Sistema Único de Saúde:[...] V - Planejar e executar a política de saneamento básico em articulação com o Estado e a União. [...] Art. 230 - O Município promoverá, em consonância com sua política urbana e respeitadas as disposições do Plano Diretor, Programas de habitação popular destinados a melhorar as condições de moradia da população carente do município. Além da Lei Orgânica, recentemente foi instituída a Lei n° 1.213/2017 do município de São Tomé/RN, a qual dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Saneamento Básico e do Fundo Municipal de Saneamento, e dá outras providências: Art. 1º O Conselho Municipal de Saneamento Básico – COMSAB – órgão colegiado, paritário, consultivo, deliberativo, regulador e fiscalizador, formulador e controlador em matéria de saneamento básico no âmbito do Município de São Tomé RN. Art. 2º Compete ao Conselho Municipal de Saneamento Básico: I- Participar ativamente da elaboração e execução da Política Municipal de Saneamento; II- Discutir e aprovar a proposta de projeto de lei do Plano Municipal de Saneamento Básico para o município de São Tomé RN; 16 III- Participar, opinar e deliberar sobre a elaboração e execução dos Planos Diretores de Abastecimento de Água, Drenagem, Esgotamento Sanitário, Limpeza Urbana e Resíduos Sólidos do Município de São Tomé RN; IV- Deliberar sobre propostas de projetos de lei e programa de saneamento básico; V- Promover a Conferência Municipal de Saneamento Básico, no mínimo, a cada dois anos; VI- Promover pesquisa junto à população e as suas reivindicações adequar à Política Municipal de Saneamento; VII- Discutir e deliberar sobre medidas que possam vir a comprometer o solo, os rios, a qualidade do ar e as reservas ambientais do Município, e através de parecer técnico impedir possível agressão ambiental, como execução de obras e construções; VIII- Realizar estudos sobre meio ambiente e saneamento, e assim dispor de subsídios técnicos e legais contribuindo para a construção dos planos, projetos e afins; IX- Apresentar propostas de Projetos de Lei ao Executivo e/ou Legislativo, sobre temas ligados ao conselho, e de interesse da população; X- Fiscalizar e controlar a execução da Política Municipal referente ao Saneamento básico, principalmente no cumprimento de seus princípios e objetivos e a adequada utilização dos recursos; XI- Fazer a viabilização de recursos destinados aos planos, programas e projetos de saneamento básico; XII- Estabelecer diretrizes para a formulação de programas de aplicação dos recursos do Fundo Municipal de Saneamento; Mesmo contando com legislações em todas as esferas, acreditamos que se faz mister um levantamento de informações relacionadas entre a ausência de saneamento e a saúde da população local, uma vez que os dados oficiais não demonstram tal realidade de fato. Além disso, este estudo poderá auxiliar os gestores municipais na elaboração Plano de Saneamento Básico, bem como na execução de ações de planejamento na área da saúde, o que evidentemente possibilitará uma melhor qualidade de vida aos munícipes de São Tomé/RN. 1.1 PROBLEMÁTICA O município de São Tomé/RN apresenta rede de esgotamento sanitário em algumas partes da área urbana da cidade, sendo mais notório no bairro Centro. A partir do mapeamento da cidade na construção do Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB, 2018), foi possível ter um panorama da falta de esgotamento sanitário, bem como a rede de drenagem. A partir dessas informações, foram identificadas as áreas com ausência de esgotamento sanitário no Mapa 2 (CAERN, 2018). Este quadro expõe os indivíduos a maior propensão a doenças relacionadas a sua ausência de saneamento. 17 Mapa 2 – Mapeamento da área onde não tem esgotamento sanitário na sede do município de São Tomé. Fonte: Caern de São Tomé (2018). De acordo com as pesquisas feitas pelo Diagnóstico Técnico-Participativo dos Sistemas de Saneamento Básico do Município de São Tomé/RN (2018), é possível observar que nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento - SNIS, entre os anos de 2011 e 2015, o serviço de atendimento da população com os serviços de esgotamento sanitário teve um crescimento de apenas 1,7% na Zona Urbana. No ano de 2011 a população atendida na Zona Urbana correspondia a 50%, em 2015 representava 51,7%. Conforme os dados fornecidos pela Secretaria de Tributação Municipal em 14/12/2018, o número de imóveis na sede do município é de 3.051. Deste quantitativo, e de acordo com o levantamento obtido pela CAERN, o número de domicílio com rede de esgoto sanitário corresponde a 1.386. Já os domicílios sem esgotamento correspondem a 1.665, como mostra os gráficos 1 e 2 a seguir. 18 Gráfico 1 – Gráfico comparativo entre domicílios com e sem rede de esgoto. Fonte: Caern de São Tomé (2018). Como pode ser verificado, São Tomé/RN apresenta rede de esgotamento sanitário em parte da cidade, sendo a CAERN a responsável pelo sistema. No bairro Centro, emparte das residências, as águas cinzas1 são direcionadas para a rede coletora de esgoto. Gráfico 2 – Número de domicílios por bairro em São Tomé/RN Fonte: Secretaria de Tributação de São Tomé (2018). 1 as águas cinzas são resíduos líquidos não tratados originados de edificações residenciais sem contato com resíduos originados do vaso sanitário. Nas águas cinzas residuárias não estão inclusas as águas oriundas dos vasos sanitários. (CALIFÓRNIA GRAYWATER STANDARDS, 1994) 3,051 1,386 1,665 Número de domicílios no muncipio de são Tomé Domicílios com acesso a rede de esgoto sanitário Domicílios sem esgotamento sanitário 2,252 527 338 305 Centro Alto de São Sebastião Bela Vista Potengi 19 A Estação de Tratamento de Esgotos – ETE da sede do município é composta por tratamento preliminar, através de gradeamento e caixa de areia, e por lagoa facultativa primária. Ressalta-se que a ETE recebe somente contribuições domésticas e o efluente é lançado no Rio Potengi. Mapa 3 – Estação de Tratamento de Esgotos – ETE Fonte: Comitê Executivo do PMSB de São Tomé (2019). Nos bairros Alto de São Sebastião, Bela Vista e Potengi não existe rede instalada de esgotamento sanitário. Lá são adotados sistemas individuais de esgotamento sanitário (fossas rudimentares). Estes sistemas individuais de esgotamento, dentre os quais se destacam as fossas, são esgotados pela Prefeitura Municipal, conforme agendamento dos na Secretaria Municipal de Obras, que dispõe de veículo e de funcionários para fazer o esgotamento. O serviço é feito em cerca de 20 fossas por semana, de acordo com a solicitação de cada morador. Os resíduos coletados das fossas são dispostos a céu aberto em uma área localizada nas imediações da sede, a cerca de 2 Km (Mapa 4). 20 Mapa 4 – Destino de desejo das fossas rudimentares. Fonte: Comitê Executivo do PMSB de São Tomé (2018). Além disso, identificamos que os outros segmentos do saneamento como limpeza pública, manejos dos resíduos sólidos, abastecimento de água e manejo das águas pluviais também não são realizados de forma satisfatória (Fotografias 1, 2, 3), o que constitui um grave problema ambiental e de risco a saúde pública. 21 Fotografia 1 – Esgoto lançado a céu aberto bairro Alto de São Sebastião. Fonte: Autoria própria (2019). Fotografia 2 – Rua sem pavimentação e esgoto lançado a céu no bairro Potengi. Fonte: Autoria própria (2019). 22 Fotografia 3 – Destino inadequado do lixo no bairro Alto de São Sebastião. Fonte: Autoria própria (2019). De acordo com dados apresentados pela Secretaria Municipal de Obras (2017), a coleta de resíduos sólidos é feita 3 vezes por semana, atendendo a população da zona urbana. No entanto, em alguns bairros percebe-se que os moradores descartam os resíduos de forma inadequada em locais não apropriados, configurando uma agressão ambiental e colocando em risco a saúde pública. A unidade de processamento e destinação final de resíduos sólidos urbanos no Município é o lixão de São Tomé, localizado a uma distância de 3 Km do núcleo urbano e ocupa uma área de um hectare (Mapa 5). Esta unidade não possui as características adequadas para destinação correta dos resíduos, prejudicando a área e as pessoas que residem próximo. 23 Mapa 5 – Localização do lixão do município São Tomé. Fonte: Comitê Executivo do PMSB de São Tomé (2017). Na sede do município há um canal de drenagem de águas pluviais que recebe as águas servidas das residências localizadas em seu entorno, conforme apresentado na Fotografia 4. Ressalta-se que o acúmulo das águas servidas provenientes das ligações residenciais clandestinas contribui para a proliferação de vetores e odor desagradável. Fotografia 4 – Canal de drenagem de água pluvial no bairro Centro. Fonte: Autoria própria (2019). 24 1.2 OBJETIVOS Diante da problemática exposta anteriormente, nosso objetivo com a realização da pesquisa é analisar a relação entre a ausência de saneamento básico com ocorrência de doenças, especificamente na área urbana do município de São Tomé/RN no ano de 2019. Para concretização deste objetivo, se fez necessário o cumprimento dos seguintes objetivos específicos: Identificar as condições atuais do saneamento no perímetro urbano de São Tomé/RN. Verificar em que medida está ausência de saneamento básico interfere na saúde da população. Coletar dados primários, através de entrevistas e aplicação de questionários, referentes a ocorrência de doenças relacionadas a ausência de esgotamento sanitário e de drenagem. 1.3 JUSTIFICATIVA Como é de conhecimento comum, o destino inadequado de esgotamento sanitário, resíduos sólidos e águas pluviais provoca problemas na saúde pública, pois quando estes não possuem destinos correto, acaba por provocar inúmeros danos a população, dentre eles os alagamentos, inundações, obstruções de vias, disseminação de vetores causadores de doenças, entre outros. Segundo a Fundação Nacional de Saúde FUNASA (2006), para cada um R$1,00 (um real) investido na área de saneamento, R$ 4,00 são economizados aos cofres públicos no setor de medicina curativa. A falta da implementação de estruturas de saneamento básico e as condições precárias sanitárias da população, além de causar danos à saúde, ainda acarreta grandes custos ao governo. Neste sentido, a redução ao risco de doenças, ou seja, prevenção, deve ser tratada além do ponto de vista da saúde pública, como também do ponto de vista financeiro pelo Governo. Desse modo, pretende-se com este trabalho analisar e demonstrar a importância do saneamento básico para a população urbana do município de São Tomé/RN, através de investigação sobre as condições oriundas da falta da coleta de esgoto (e tratamento) e a ausência de drenagem, com a ocorrência de doenças vinculadas a esta condição precária do saneamento básico. 25 A partir dessas premissas, podemos afirmar que dois fatores nos motivaram e nos fizeram optar por essa investigação. Inicialmente observamos que os dados existentes sobre as doenças relacionadas a situação do saneamento não condizem com a realidade vivida pela população são-tomeense. Ou seja, observamos que há uma divergência em relação aos dados fornecidos pela Secretária Municipal de Saúde e o Sistema de Informações Nacional de Agravos de Notificações – SINAN, em que aparentemente poucas pessoas ficam doentes em decorrência de doenças epidemiológicas que estão relacionadas pela falta de saneamento básico. Acreditamos que existem falhas nas notificações no SINAN - Sistema de Informações Nacional de Agravos de Notificações, por parte da Vigilância em Saúde, Atenção Básica, ESF – Estratégia de Saúde da Família, ACS’s - Agentes Comunitários de Saúde, ACE’s - Agentes de Combate às Endemias e as UBS – Unidades Básicas de Saúde, pois estes órgãos não notificam diariamente no SINAN os casos de doenças apresentados pela falta de saneamento básico. Em relação ao segundo fator, a importância dessa investigação deve-se ao fato de ser uma temática ainda não estudada na localidade escolhida sob a perspectiva da Ciência Geográfica. CAPÍTULO II – FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS Para execução desta análise, procuramos seguir algumas considerações teóricas sobre Saneamento e Saúde, de vez que os caminhos que enveredamos inicialmente perpassaram pela análise de dados sobre a situação do esgotamento sanitários e drenagem, bem como as doenças relacionadas a sua ausência. O entendimento teórico desses conceitos se constitui num aporte em todos os momentos da construção das nossas ideias aqui expressas. 2.1. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1.1 Saneamento básico Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2013), saneamento é o controle de todosos fatores do meio físico do homem que exercem ou podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar físico, mental e social. É o conjunto de medidas adotadas em um local para melhorar a vida e a saúde dos habitantes, impedindo que fatores físicos de efeitos nocivos possam prejudicar as pessoas no seu bem-estar físico, mental e social. 26 A Lei nº 11.445/2007, apresenta este conjunto de medidas de controle do meio físico que compõe o entendimento de saneamento: Esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio ambiente; Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordam, tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza de logradouros e vias públicas; Drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas. Abastecimento de água potável: constituído pelas atividades, infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável, desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição; O exposto anteriormente fica evidente nas palavras de Saker (2007) ao afirmar que saneamento básico “corresponde ao conjunto de serviços públicos, infraestrutura e instalações operacionais de abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos, drenagem e manejo das águas pluviais”. Nesse sentido, saneamento básico também relaciona-se com a ideia de salubridade ambiental, uma vez que está é o estado de saúde normal em que vive uma pessoa, tanto no que se refere a sua capacidade de inibir, prevenir ou impedir a ocorrência de endemias ou epidemias veiculadas pelo meio ambiente, como no tocante ao seu potencial de promover o aperfeiçoamento de condições mesológicas (que diz respeito ao clima e/ou ambiente) favoráveis ao pleno gozo de saúde e bem-estar (GUIMARÃES et al., 2007, p.1). Observa-se, portanto, que saneamento equivale a saúde. Assim, saneamento significa sanear, ou seja, tornar saudável. Contudo, torna-se importante ressaltar que a saúde proporcionada pelo saneamento básico não deve ser confundida com aquela que se procura nos hospitais e postos de saúde. Enquanto esses estabelecimentos se caracterizam por receber pessoas que já estejam efetivamente doentes, o saneamento tem como objetivo promover a saúde preventiva, minimizando as chances de obtenção de diversas doenças, reduzindo, dessa forma, a necessidade da população em procurar por hospitais e postos de saúde. Portanto, onde há saneamento torna-se possível viver de forma mais saudável e com mais qualidade de vida (GUIMARÃES, et al., 2007, p.2). Em suma, é possível tratar saneamento básico como qualquer medida tomada para o controle epidemiológico e ambiental, visando o bem-estar social dos seres humanos. Com a quantidade de doenças sendo descobertas a cada dia, percebe-se cada vez mais a necessidade 27 de um controle sanitário ambiental. Muitas doenças podem surgir devido à falta de saneamento. O não fornecimento de água potável para consumo humano, a má disposição de dejetos e o inadequado destino dos resíduos sólidos, são alguns fatores que contribuem para a incidência de doenças. (ANTÃO, 2004 p. 8). Assim, é inegável a importância do saneamento básico, pois compreende medidas voltadas para o bem-estar da saúde pública da população trazendo benefícios para que possam ter uma melhor qualidade de vida, no qual diminui fatores cruciais para proliferação de doenças. Ressalta-se, ainda, que para os fins desta pesquisa, consideraremos saneamento apenas as dimensões relacionadas a drenagem e esgotamento sanitário, uma vez que não tratamos das demais dimensões de forma objetiva na aplicação dos questionários e entrevistas. 2.1.2 Saúde O conceito de saúde, entendido como um estado de completo bem-estar físico, mental e social, não se restringe ao problema sanitário ou a prevalência de doenças. Hoje, além das ações de prevenção e assistência, considera-se cada vez mais importante atuar sobre os fatores determinantes da saúde. É este o propósito da promoção da saúde, que constitui o elemento principal das propostas da OMS (Organização Mundial da Saúde) e da Organização Pan- Americana de Saúde (OPAS). Segundo a Lei Orgânica da Saúde nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, a saúde é considerada como resultante das condições de alimentação, educação, trabalho, lazer, renda, meio ambiente, emprego, acesso à posse de terras e aos serviços de saúde, além de expressar de forma clara e ampliada a complexidade do processo saúde-doença. [...] Desta maneira, no processo de reprodução social se reproduz o perfil de morbidade, mortalidade, incapacidade e insatisfação, que surge no espaço do fenomenológico como elemento característico de cada coletivo humano em cada sociedade. Este perfil se renova ao se reproduzir às condições de vida como estrutura latente do mesmo. (BARATA, 1997, p.73). Giddens (2001) afirma que todos os aspectos das relações socioambientais são influentes nos padrões de saúde e de doença em uma sociedade, quer seja através de fenômenos naturais, quer sejam promovidos pela ação do homem. A relação entre o homem e o meio ambiente produziu e continua a produzir graves problemas: a busca pela produção, reprodução e aquisição dos bens; e o acesso aos serviços é alardemente crescente. E, para sua obtenção, promovem inúmeros danos que incidem diretamente sobre o indivíduo, o grupo, o lugar e o espaço vivido, afetando as condições de saúde da população. Assim, a saúde aqui é compreendida em suas múltiplas e complexas dimensões estruturais, políticas, históricas, 28 culturais, sociais e ambientais, apreendida enquanto uma questão humana peculiar que ao mesmo tempo individualiza-se e socializa-se. Minayo (2004, p.54) corrobora com as ideias expressas ao afirmar que: A saúde é uma problemática compartilhada indistintamente por todos os segmentos sociais, as condições de Vida, a maneira pela qual as classes e seus segmentos pensam, sentem e agem a respeito dela (...) a saúde e a doença envolvem uma complexa interação, pois saúde e doença exprimem agora e sempre uma relação que perpassa o corpo individual e social, confrontando com as turbulências do ser humano enquanto ser social. (MINAYO, 2004, p. 54). Essas considerações nos permitem pensar na saúde como um bem-estar integral, essencial para a qualidade de vida que contempla um recurso fundamental na vida das pessoas no contexto social dos seres vivos, sendo assim um fator a ser tratado com mais abrangência em todos os âmbitos das esferas federais, estaduais e municipais. Como é de amplo conhecimento, a maioria dos problemas sanitários que afetam a população mundial estão intrinsecamente relacionados com o meio ambiente. Um exemplo disso é a diarreia que, com mais de quatro bilhões de casos por ano, é uma das doenças que mais aflige a humanidade, já que causa 30% das mortes de crianças com menos de um ano de idade. Entre as causas dessa doença destacam-se as condições inadequadas de saneamento (GUIMARÃES, et al., 2007, p.2). Nesse sentido, Cavinatto (1992, p.13) salienta que: Evitar a disseminação de doenças veiculadas por detritos na forma de esgotos e lixo é uma das principais funções do saneamento básico. Os profissionais que atuam nesta área são também responsáveis pelo fornecimento e qualidade das águas que abastecem as populações.(CAVINATTO, 1992, p.13). A maioria dos microrganismos existentes na natureza são de vida livre e apenas uma pequena porcentagem é capaz de causar doenças ao ser humano, pois dependem de outro ser vivo para sobreviver, parasitando um hospedeiro e assim originando as doenças. Segundo Cavinatto (1992, p.15), os parasitas se proliferam em determinados órgãos do corpo, perturbando o funcionamento normal do organismo. A forma mais adequada de evitar grande parte de tais patologias é cuidando da higiene, da limpeza do ambiente e da alimentação. Contudo, sem dúvida uma das formas de fazê-lo é através do saneamento. Desse modo, as relações entre saúde e saneamento são intrínsecas. Isso porque os principais grupos de microrganismos que podem provocar doenças aos seres humanos são os vírus, as bactérias, os protozoários e os helmintos que, na maioria dos casos, possui a água como via de transmissão, além de alimentos, os esgotos, o lixo, as enchentes, a poeira, os 29 insetos, o perdigoto (gotículas de tosse ou espirro), o uso compartilhado de seringas e o sexo desprotegido. Estas vias de transmissão de doenças caracterizam as vias por onde o agente etiológico passa do reservatório para uma pessoa sadia (SILVA et al., 2004). Das doenças epidemiológicas que acometem a população, podemos citar a diarreia, dengue e Chicungunha como as mais corriqueiras. A diarreia infecciosa aguda é uma doença de ocorrência universal, que atinge pessoas de todas as classes sociais (SILVA et al., 2004). É uma síndrome clínica caracterizada por alterações no volume, consistência e frequência das fezes, mais comumente associada com a liquidez das fezes e aumento no número de evacuações. Frequentemente é acompanhada de outros sintomas como vômitos, febre e cólica abdominal, podendo apresentar muco e sangue. Em relação as doenças de veiculação hídrica, estas foram selecionadas de acordo com os mecanismos de transmissão, estabelecidos por Cairncross; Feachem (apud HELLER, 1997) e revistos por Costa et al. (2002), e divididas em 5 grupos: Grupo A – Doenças diarreicas: constituídas pelas doenças feco-orais, diretamente relacionadas à ingestão de água com contaminantes, má higiene dos alimentos e a forma de tratamento dejetos. Neste grupo estão as diarréias e disenterias, hepatite A giardíase e amebíase. Grupo B – Verminoses: são doenças frequentes em comunidades em que a água para consumo doméstico não tem tratamento apropriado e os esgotos são tratados de forma inadequada. Neste estão as parasitoses intestinais. Grupo C – Doenças da pele: incluiram-se as relacionadas com os hábitos de higiene. Elegeu-se o impetigo, a dermatofitose, micoses, escabiose e piodermite. Grupo D - Doenças dos olhos: selecionaram-se as conjuntivites. Grupo E – Doenças baseadas na água: aquelas transmitidas através do contato com a água, tais como a leptospirose e a esquistossomose. Por fim, acreditamos que as reflexões apresentadas são facilmente contextualizadas com a realidade do município de São Tomé/RN, no que se refere a relação entre saúde e saneamento, ou melhor, a sua ausência em parte da área urbana. Assim, as demandas relacionadas à falta de saneamento básico afetam diretamente a população, principalmente com doenças que estão vinculadas a questão da água potável, recolhimento e tratamento dos esgotos, bem como a drenagem das águas pluviais. 2.2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS De acordo com Fonseca (2002), a pesquisa possibilita uma aproximação e um entendimento da realidade a investigar, como um processo permanentemente inacabado. Ela se processa através de aproximações sucessivas da realidade, fornecendo subsídios para uma intervenção no real. 30 Para Gil (2007), é possível classificar as pesquisas em três grupos com base nos objetivos a que se pretende alcançar: Pesquisa exploratória, Pesquisa descritiva e Pesquisa explicativa. Desse modo, para os fins e características do objeto de estudo ora destacado, fizemos uso da Pesquisa exploratória, uma vez que este tipo de pesquisa tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses. Como decorrência dessa opção e levando em consideração as ideias de Fonseca (2002, p. 32-33), quando este trata dos procedimentos metodológicos na Pesquisa exploratória, salientamos que fizemos uso da pesquisa bibliográfica, documental e de campo. Destaca-se que na pesquisa de campo, utilizamos o estudo de caso. A pesquisa bibliográfica foi realizada por meio dos sites: SciELO, Google Acadêmico e Portal da CAPES, utilizando as palavra-chave: saneamento, os permitiu conhecer o que já se estudou sobre o assunto a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites, como anteriormente exposto. Já na pesquisa documental recorremos a fontes diversificadas e dispersas, sem tratamento analítico, tais como: tabelas estatísticas, jornais, relatórios, documentos oficiais, fotografias etc. Nossas principais fontes foram adquiridas na Secretaria Municipal de Tributação de São Tomé/RN, Prefeitura Municipal de São Tomé/RN, profissionais da CAERN, órgãos públicos e privados, localizados tanto na área de estudo como na capital do Estado. Com relação à pesquisa de campo, alguns apontamentos mais detalhados foram necessários, uma vez que é indispensável indicar o método a ser melhor empregado de acordo com as características da pesquisa. Assim, como é possível aliar a abordagem qualitativa e quantitativa, achamos por bem fazer uso de questionários fechados e entrevistas como instrumentos metodológicos. Os questionários possuíam identificação do entrevistador, entrevistado, bem como a descrição de sua faixa etária e sexo para maior controle de dados, além mais continha 11 questões objetivas elaboradas de forma simples e direta, visando facilitar a compreensão do público ao qual estava sendo destinado. Eles foram aplicados com a população que reside nas áreas com e sem esgotamento sanitário (Mapa 2). Já as entrevistas foram realizadas om profissionais de saúde do município, em outubro e novembro de 2018, com os profissionais de saúde, Vigilância Ambiental, médicos e enfermeiros. Acreditamos que estes profissionais poderiam contribuir com a análise dos dados quantitativos adquiridos na aplicação dos questionários. A transcrição das respostas dadas pode 31 ser verificada no Apêndice e a questão motivadora indagada foi “Como você avalia a falta de saneamento básico em parte da área urbana de São Tomé/RN, com a incidência de doenças? Existe relação entre saneamento e saúde?". Acerca da aplicação dos questionários, tivemos especial atenção pelo fato deste se constituir em nosso instrumento metodológico de aquisição dos dados primários. Desse modo, Perrien et al (1984) afirma que o “processo de amostragem é composto pela definição da população-alvo, pelo contexto de amostragem, pela unidade de amostragem, pelo método de amostragem, pelo tamanho da amostra e pela seleção da amostra”. Levando isto em consideração, definimos como público-alvo a população residente em áreas com e sem coleta de esgoto da sede do município de São Tomé/RN. Portanto, o universo dessas áreas é formado, aproximadamente, por 3.051 residências, sendo que 1.665 encontram-se em área com saneamento básico e 1.386 estão inseridas em área não saneada. Tal valor foi obtido por intermédio de dados coletados na Secretaria Municipal de Tributação de São Tomé/RN e da Companhia de Água e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN), como demonstrado anteriormente. De posse do total aproximado de residências em cada área, buscou-se estipular parte representativa da população, ou seja, definiu-se a amostra para aplicação dos questionários. Apoiando-se nas concepções de Lohr(1999), foram apresentados o número de residências e as amostras para cada área saneada e não saneada (ver Tabela 01 a seguir). Tabela 1 – Relação entre o número de residências das áreas sem saneamento e com saneamento e a amostra estratificada Área Número de residências Alocação proporcional (%) Amostras com margem de 5% de erro Sem saneamento 1.386 83,25 83 Com saneamento 1.665 69,3 69 TOTAL 3.051 100 152 Fonte: Autoria própria (2019) com base em AZEVEDO (2010). Por fim, para poder obter as amostras de cada área apresentada na tabela anterior, seguiram-se algumas considerações. Inicialmente, Lohr (1999) propõe que para uma amostra estratificada (como a divisão da área saneada e da área não saneada) em um universo de 3.051 residências e, assumindo uma margem de erro de 5%, deve-se calcular a alocação proporcional em cada estrato, isto é, quanto cada estrato representa no número total de residências. Desse 32 modo, fez-se esta mesma representação para cada amostra das áreas onde tem saneamento e onde não tem saneamento, o que gerou um total de 152 questionários, como pode ser verificado na Tabela 1. CAPÍTULO III - RESULTADOS E DISCUSSÃO Em decorrência da realização das etapas já assinaladas (pesquisa bibliográfica, documental e de campo), as quais foram úteis para a coleta de informações necessárias à nossa investigação, os dados foram selecionados e, em seguida, analisados e interpretados à luz do referencial teórico-metodológico. 3.1 ENTREVISTAS Com o intuito de compreender os casos das doenças que estão relacionadas com a falta de saneamento básico em São Tomé, foram entrevistados os profissionais de saúde que compõem parte da equipe da Secretaria Municipal de Saúde. Como já exposto, a pergunta feita aos profissionais de saúde foi: “Como você avalia a falta de saneamento básico em parte da área urbana de São Tomé/RN, com a incidência de doenças? Existe relação entre saneamento e saúde?". De acordo com depoimento da enfermeira A da Unidade Básica de Saúde – UBS - “Manoel Guedes da Fonseca”, localizado no bairro Centro (área saneada), a unidade tem poucos registros de doenças relacionadas com a falta de saneamento básico e isso ocorre “devido a cultura da população procurar sempre em primeiro instante o Hospital Rita Leonor de Medeiros, por ter um atendimento mais rápido.” Em outras palavras, a enfermeira A, refere-se aos costumes cotidianos da localidade citada em dar preferência ao atendimento hospitalar urgente e/ou emergencial ao invés de procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS). Ao ser questionada sobre o quantitativo das doenças notificadas pela UBS supracitada onde ela atende, nos foi informado que ela não possui dados cadastrados com relação às doenças epidemiológicas. Este fato ajuda a mascarar a realidade que nos chamou a atenção e nos instigou a iniciar a pesquisa: as pessoas ficam doentes, mas os dados oficiais não mostram isso. Segundo a enfermeira B da Unidade Básica de Saúde – UBS “Geiscica Helen”, que atende também à população do bairro Alto de São Sebastião, a falta de saneamento evidencia uma situação precária daqueles que habitam o local. “Os problemas de saúde em relação a falta de saneamento causam grandes transtornos, sem falar que a própria população que reside nestes 33 bairros não se sensibilizam, pelo fato de se encontrarem naquela situação, causando assim as desordens que atribui as doenças relacionadas com a falta de saneamento básico, aparecendo frequentemente pessoas com problemas de saúde onde são inclusas as patologias: pneumonia, bronquite, gripe, conjuntivite, vômitos, diarreia, dengue, chikungunya, Zica, verminose, escabiose, pediculose2”. No mês de setembro de 2017, a Secretaria Municipal de Saúde informou ao SINAN - Sistema de Informações Nacional de Agravos de Notificações que foram diagnosticados 6 (seis) casos de diarreia, 6 (seis) casos de vômitos, 2 (dois) casos de dengue e 10 (dez) casos de coceira (doenças de pele). Diante da entrevista com a enfermeira B, foi possível observar melhor o contexto da realidade das pessoas que vivem na área não saneada, uma vez que os problemas relacionados pela falta de saneamento básico afetam diretamente as pessoas que moram nestes bairros, os quais são: Alto de São Sebastião, Potengi e Bela Vista, onde as pessoas convivem com ruas que em boa parte não são calçadas, além da questão da água, pois em alguns pontos a distribuição não chega normalmente pelo fato destes bairros se encontrarem na parte mais elevada da cidade. Ao entrevistar o médico C do Hospital Rita Leonor de Medeiros foi ressaltado que “sempre aparecem pessoas se queixando das viroses mais epidêmicas, além das questões das parasitoses, diarreias, doenças de pele, acometidas devido à falta de saneamento básico. Também existem outros fatores que contribuem para as questões dos níveis sociais e educacionais das pessoas que residem nessas áreas onde a infraestrutura é muito limitada.” O profissional citou uma estimativa de que, ao separar as áreas não saneadas e as áreas saneadas, as incidências das endemias como parasitose, diarreia, viroses e doenças de pele, apresentam um percentual de 70% nas áreas não saneadas e 30 % nas áreas saneadas. Além disso, nas áreas não saneadas residem a população de menor renda, o que revela uma divisão socioeconômica. Ele deu um exemplo de que, para cada 10 pacientes da unidade de atendimento com saneamento, 30% apresentam coceira (doença de pele), enquanto na unidade não saneada, o percentual é de 100%. O profissional finalizou a entrevista dizendo que não adianta ter um saneamento básico sem ter uma preparação e consciência socioeducativa, no qual, é de suma importância para a população. Tendo em vista o que o profissional relatou na entrevista fica subtendido em suas palavras a necessidade de mais ações voltadas para as pessoas que residem nessas áreas onde não existe saneamento, pois não adianta ter saneamento eficiente se não houver também 2 As duas últimas doenças citadas têm menor taxa de ocorrência que as demais, ou seja, são pouco comuns. 34 programas e ações objetivando aprimorar a qualidade de vida no âmbito social, educacional e cultural destas pessoas que convivem com uma infraestrutura precária. Diante dos relatos dos profissionais de saúde foi possível elaborar um gráfico comparativo dos atendimentos prestados pelas unidades de saúde municipal, onde o eixo X corresponde ao número de pessoas que tiveram doenças no intervalo de tempo de um mês. Gráfico 3: Atendimento de pessoas com doenças relacionadas a falta de saneamento. Fonte: Autoria própria (2018). O gráfico mostra que na área onde fica localizada a Unidade Básica de Saúde – UBS “Manoel Guedes da Fonseca”, onde tem saneamento, o atendimento de pessoas que aparecem com algum tipo de doença é muito baixo em relação a UBS dos bairros Potengi, Bela Vista e Alto de São Sebastião. De modo que, no Hospital Rita Leonor de Medeiros, onde o atendimento no pronto socorro é feito para pacientes de todas as áreas (saneadas ou não) a entrada de pessoas com algum tipo de patologia é sempre maior por parte daqueles que residem nas áreas não saneadas. Já na Unidade Básica de Saúde – UBS - “Geiscica Helen” dos bairros Bela Vista e São Sebastião a demanda de pessoas com algum tipo de patologia relacionada com a falta de saneamento é muito grande, em decorrência da ausência de saneamento básico, o que afeta diretamente todos os que residem naquela área. O Coordenador do Setor de Vigilância Ambiental do município de São Tomé/RN, em entrevista no dia 04 de outubro de 2018, na sede, localizada à rua Cônego José Cabral, relatou que o Índice de Infestação Predial (IIP) é muito alto devido ao baixo índice de esgotamento sanitário e que outros fatores contribuempara que este índice aumente, tais como a falta de consciência e educação ambiental que faz com que moradores da região não tenham os devidos 0 2 4 6 8 10 12 USB - Bela Vista e Alto São Sebastião Hospital Rita Leonor de Medeiros USB - Manoel Guedes U N ID A D E SA Ú D E B Á SI C A Não tem (Bairro Bela Vista, Alto São sebastião e Bairro Potengi) Saneamento ( Bairro Centro) 35 cuidados quanto aos depósitos de armazenamento de água parada, contribuindo para proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de várias doenças como Dengue, Chikungunya, Zica Vírus e Febre amarela urbana, além de outros vetores que podem gerar micoses, leptospirose, leishmaniose visceral, bem como as doenças diarreicas. 3.2. QUESTIONÁRIOS Como pode ser verificado nas entrevistas realizadas com os profissionais de saúde, as precárias condições de saneamento básico, em particular dos bairros Alto de São Sebastião, Bela Vista e Potengi, estão diretamente relacionadas a qualidade de vida da população local. Nos referidos bairros existem locais propícios a inúmeras doenças advindas da proliferação de vetores, mosquitos e insetos. Em seguida a aplicação das entrevistas, partimos para os questionários fechados. Como já explicado, as respostas obtidas com a amostra total para toda a área urbana corresponderam a 152 questionários, o qual permitiu a construção de 10 (dez) gráficos que foram tabulados no Excel para melhor representação dos percentuais. Os entrevistados foram pessoas de ambos os sexos, sendo 56,62% do gênero feminino e 43,37% do gênero masculino na a área não saneada, enquanto na área saneada foram 63,76% do gênero feminino e 36,23% do masculino. A faixa etária das pessoas entrevistadas foi de 18 a 45 anos de idade na área não saneada e de 18 a 33 anos na área onde tem saneamento Ver Gráfico 4. 36 Gráfico 4 – Concentração da faixa etária dos entrevistados. Fonte: Autoria própria (2019). As perguntas foram feitas de forma simples e objetiva e os entrevistados respondiam perguntas fechadas que estão relacionadas com saneamento básico no contexto da realidade onde moram. A primeira pergunta feita foi: Tem saneamento básico na sua rua? Todos os entrevistados que moram nas áreas onde tem saneamento responderam que sim e os entrevistados que residem nas áreas onde não tem saneamento responderam que não. Desse modo, para esta pergunta não construímos gráficos para expressar os resultados. Contudo, alguns entrevistados relataram os problemas que ocorrem por morarem em locais onde não existe nenhum tipo de saneamento. A segunda pergunta do questionário foi: Alguém na família apresentou alguma doença ou algum tipo de problema que possa estar relacionado com a água, esgoto ou com as chuvas? Nas áreas onde não tem saneamento foi identificado através do questionário que 93,97% dos entrevistados já tiveram algum problema ou doença que estão relacionados com a falta de saneamento básico e 6,03% dos entrevistados responderam que não tiveram nenhum problema. Desta mesma forma, após uma breve explanação sobre a problemática apresentada nesse trabalho, foi perguntado para as pessoas que moram na área onde tem saneamento, 34,78% responderam que já adoeceram e 65,22% responderam que nunca adoeceram com nenhum problema que esteja relacionado com saneamento básico. Os dados apresentados nos Gráficos 5 e 6, mostram um comparativo entre as áreas saneadas e não saneadas referentes a segunda pergunta do questionário, o qual possibilitou avaliar a importância do saneamento básico para a saúde da população. Fica evidente que é 0 0 0 0 0 0 26,08% 33,33% 47,82% 21,68% 28,91% 54,21% 0 10 20 30 40 50 ÁREA SANEADA ÁREA NÃO SANEADA 37 preciso um olhar mais abrangente na situação que se encontra o município, levando em conta esse contexto, o que inclui a finalização da elaboração do Plano Municipal de Saneamento Básico para que seja executado, tendo em vista a gravidade dos problemas relacionados com a falta de saneamento básico. Gráficos 5 e 6: Doença que possa estar relacionado com saneamento Fonte: Autoria própria (2019). A partir destes gráficos foi possível observar melhor a área de estudo, pois com o comparativo entre as referidas áreas identificamos que a falta de saneamento básico faz com que as pessoas que residem em área não saneada, adoecem muito mais do que as que residem onde tem saneamento, demostrando como é importante a questão do saneamento básico para o município de São Tomé/RN e que, de acordo com o artigo 6° da Constituição Federal, a saúde caracteriza-se como um direito social básico. Dessa forma, levando em consideração o artigo 6° da Carta Magna, é direito de todos ter uma melhor qualidade de vida, por isso, se faz tão necessário que seja implantada uma política de inclusão de saneamento em todo o município de São Tomé. Neste sentido, para Barcellos; Quitério (2006), os fatores ambientais, sociais e os culturais que atuam no espaço e no tempo sobre as populações condicionam e determinam o processo de produção das doenças. Os grupos sociais que vivem em áreas com carências de serviços de saneamento ambiental estão sujeitos a potencializar efeitos adversos na saúde por meio de contaminantes, locais de proliferação de vetores e outros. Diante das ponderações de Barcellos; Quitério (2006) é possível enfatizar que a população do município de São Tomé/RN está sujeita a doenças que estão relacionados aos fatores ambientais e socioeconômicos, pois o município não contempla 100% do seu território com saneamento. Certamente esse é um dos fatores, senão o principal, que contribui para o 34,78% 65,22% ÁREA SANEADA JÁ ADOECERAM NÃO ADOECERAM 93,97% 6,03% ÁREA NÃO SANEADA JÁ ADOECERAM NÃO ADOECERAM 38 grande número de casos de pessoas com algum tipo de problema de saúde, pois em alguns pontos da cidade de São Tomé/RN não tem nenhum sistema de drenagem ou de esgotamento sanitário, o que ocasiona sérios problemas de saúde pública. No período das chuvas em alguns bairros onde as ruas não são pavimentadas, a população que reside neste lugar sofre muito, pois fica sujeita as contaminações dessas águas que ficam ali empoçadas por vários dias. Ao realizar a terceira pergunta do questionário aos entrevistados (Quais foram as doenças apresentadas que está relacionada com a questão da água, esgoto ou com as chuvas?), em ambos os casos falaram que já tiveram intoxicação, diarreia, vômito e zika, principalmente, dengue e chicungunha que são doenças que aparecem em tempos de epidemias. A partir do que os entrevistados relataram foi feito um gráfico comparativo das áreas não saneadas e das áreas saneadas. O que se constatou foi que o índice de doenças é maior nas áreas onde não existe saneamento, o que enfatiza que as patologias epidemiológicas estão ligadas a falta de saneamento (Ver gráfico 7). Gráfico 7 – Comparativo das áreas saneadas e não saneadas com o índice de doenças. Fonte: Autoria própria (2019). Desse modo, fica evidente os problemas e mecanismos de transmissão de doenças de veiculação hídrica nestas áreas não saneadas e saneadas, pois mesmo as áreas onde têm saneamento sofre com problemas de drenagem devido ter algumas ruas que ficam na área baixa da cidade. Isso explica um pouco o porquê das pessoas que residem nas áreas saneadas mesmo assim adoecem por algum problema de saúde que estão relacionadas com água das chuvas e esgoto. 3,61% 19,27% 22,89% 26,50% 19,27% 1,2% 0% 8,69% 13,0% 11,0% 7,24% 0% 0 5 10 15 20 25 IN TO XI C A Ç Ã O D EN G U E C H IK U N G U N YA D IA R R EI A V Ô M IT O ZI K A IN TO XI C A Ç Ã O D EN G U E C H IK U N G U N YA D IA R R EI A V Ô M IT O ZI K A SEM SANEAMENTO COM SANEAMENTO 39 Além disso, observamos que as doenças registradas nos questionários estão de acordocom o que apontamos anteriormente em relação as doenças por veiculação hídrica segundo Cairncross; Feachem (apud HELLER, 1997). Analisando os dados coletados na entrevista sobre a questão de rede de esgoto, observa-se que nas áreas consideradas saneadas, o saneamento ainda assim não atinge a totalidade da área, pois está evidente que tem ruas que o condicionamento e o destino final dos esgotos encontram-se a céu aberto, ou seja, está claramente visível onde o saneamento não foi feito, mas mesmo assim a maioria da população afirma existir saneamento. Gráfico 8 – Demonstrativo dos dados onde possui rede de esgoto. Fonte: Autoria própria (2019). Como já mencionado, a população que reside na área não saneada encontra-se em uma situação alarmante, fazendo com que isto acarrete danos maiores na saúde pública daqueles que lá residem, conforme já foi apresentado nas fotografias 1, 2 e 4. Deste modo, remetendo nos ao referencial teórico, o saneamento tem como objetivo promover a saúde preventiva, minimizando as chances de obtenção de diversas doenças, reduzindo, dessa forma, a necessidade da população em procurar por hospitais e postos de saúde. Portanto, onde há saneamento torna-se possível viver de forma mais saudável e com mais qualidade de vida. 57,97% 42,06% 100% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 120% ÁREA NÃO SANEADA SIM NÃO ÁREA SANEADA SIM 40 Ao perguntar aos entrevistados se existem pontos de vazamento de esgoto próximo às residências, as respostas foram: para 60,87% dos que residem nas áreas não saneadas responderam que sim e 39,13% responderam que não. Já para as áreas saneadas, os problemas relacionados por pontos de vazamentos são bastantes irrelevantes e em comparação a outra área não saneada, mostrados através dos dados coletados que só 7,25 % tem algum problema com vazamento e 92,75% não tem nenhum problema. Ver Gráfico 9. Gráfico 9 – Porcentagem dos entrevistados que relataram pontos de vazamentos nas referidas áreas. Fonte: Autoria própria (2019). Portanto, a porcentagem é bastante considerável dos pontos de vazamentos existentes nas áreas não saneadas e, com isto, percebe-se que os moradores sofrem bastante, pois além de enfrentarem sérios riscos à saúde, têm que conviver com um cenário indigno, marcado pelo descaso e desconforto, conforme mostrado anteriormente nas fotos que compõe a problemática do estudo. Ao ser questionado sobre pavimentação, todos os entrevistados que moram nas áreas saneadas responderam que a rua é pavimentada. Já os entrevistados que residem nas áreas não saneadas, 54,21% responderam que sim e 45,79% responderam que suas ruas não são pavimentadas. Ver gráfico 10. 60,87% 39,13% 7,25% 92,75% SIM NÃO SIM NÃO ÁREA NÃO SANEADA ÁREA SANEADA 41 Gráfico 10 – Ruas pavimentadas por áreas saneadas e não saneadas. Fonte: Autoria própria (2019). Foi observado que mesmo sem um plano de saneamento elaborado, o município tem 75% das suas ruas pavimentadas, fato este, que é muito importante para a população de São Tomé/RN, pois além de um bom acesso, a pavimentação também ajuda a diminuir os transtornos causados por alagamentos no período das chuvas, desde que o sistema de drenagem exista e funcione a contento. Ao serem perguntados se em sua residência/rua ocorre algum problema no período de chuva, as respostas foram bastantes claras, pois dos que moram na área não saneada, 63,85% das pessoas responderam que “sim” e 36,15% responderam que “não”. Já os que moram na área saneada, 92,60% pessoas falaram que “não” e só 7,4% falaram que “sim”. Isso mostra que as pessoas que residem onde não tem pavimentação ou próximo a canal ou córrego tem sérios problemas no período das chuvas, devido a dificuldade de locomoção por causa das poças d’água que se formam nas ruas. O Gráfico 11 a seguir ilustra o comparativo entre as duas áreas citadas. 100% 54,21% 45,79% 0 10 20 30 40 50 60 70 80 SIM SIM NÃO Á R EA S A N EA D A Á R EA N Ã O S A N EA D A 42 Gráfico 11 – Comparativo das áreas nos períodos das chuvas. Fonte: Autoria própria (2019). Os Gráficos 10 e 11 comparam as áreas para melhor observação dos dados repassados pelos entrevistados, o que nos levou a melhor compreensão das respostas dadas as perguntas anteriores feitas através do questionário, dentre elas o fato de mais pessoas adoecerem nas áreas onde não tem saneamento e tem alagamentos, retornos de esgotos, mau cheiro e lama, o que as deixa mais susceptíveis a contrair doenças de veiculação hídrica. Ao ser questionado aos entrevistados sobre quais os problemas de existência de alagamentos ou retorno de esgoto nas ruas ondem eles residem, 79,31% dos que moram na área não saneada responderam de maneira bem clara e “sim” e 4,81% responderam que onde eles moram nunca tiveram nenhum tipo de alagamento ou retorno de esgoto. Já os que residem na área saneada, apenas 20,69 % responderem que já tiveram algum problema de alagamento, mas que logo foi solucionado e 95,19% responderam que não. (ver Gráfico 12). 36,15% 63,85% 7,4% 92,60% SIM NÃO SIM NÃO NÃO SANEADA SANEADA 43 Gráfico 12 – Porcentagem das áreas com problemas de alagamento e retorno de esgoto. Fonte: Autoria própria (2019). Levando em consideração que a saúde de uma população é uma condição dinâmica e importante, na qual, precisamos obter sempre cuidados para adquirir uma melhor qualidade de vida e que uma das principais funções do saneamento básico é evitar a proliferação de doenças veiculadas pelo inadequado destino do lixo, não disponibilidade de água de boa qualidade, e má deposição de dejetos, ressaltamos que a falta de saneamento básico é um sério problema que afeta a população em relação à saúde e necessita de um árduo trabalho dos profissionais de saúde para a prevenção, diagnóstico e tratamento das doenças ocasionadas (LAZZARETTI, 2012). Assim, a partir das informações aqui extraídas que os transtornos causados por alagamento e presença de esgoto a céu aberto vem contribuindo para que as pessoas adoeçam com uma frequência maior, quando comparada com populações residem em áreas saneadas. 79.31% 4.81% 20.69% 95.19% 0.00% 10.00% 20.00% 30.00% 40.00% 50.00% 60.00% 70.00% 80.00% 90.00% 100.00% SIM NÃO SIM NÃO ALAGAMENTO RETORNO DE ESGOTO ALAGAMENTO RETORNO DE ESGOTO NÃO SANEADA SANEADA 44 3.3 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os novos processos de agravamento das condições de saúde promoveram a criação de legislações de atenção à saúde integrando ações sanitárias e epidemiológicas, inclusive a mais recente, a Política Federal de Saneamento Básico. Para tanto, o saneamento visa o controle de fatores ambientais que causem efeitos nocivos ao bem estar do homem, um campo que abrange questões ambientais e sanitárias. (BRASIL/FUNASA, 2004, p. 14): É inegável a importância dos serviços de saneamento básico, tanto na prevenção de doenças, quanto na preservação do meio ambiente. A incorporação de aspectos ambientais nas ações de saneamento representa um avanço significativo, em termos de legislação, mas é preciso criar condições para que os serviços de saneamento sejam implementados e sejam acessíveis a todos – a denominada universalização dos serviços, princípio maior do marco regulatório do saneamento básico no Brasil, a Lei 11.445/2007 (BRASIL, 2007). Desse modo, de acordo com os resultados e discussões expressas anteriormente, a partir da aplicação de entrevistas e questionários, é notório constatar os diversos problemas emergentes para a população que reside na área sem saneamento básico. Evidencia-se, de forma inequívoca, que uma diversidade de doenças está diretamente ligada a ausência de saneamento básico. Com isso, desejamos que este trabalho venha contribuir para a conscientização da importância do saneamento básico no município,com vistas ao planejamento e execução de políticas públicas de saúde que enfatizem as medidas preventivas que possam minimizar as doenças relacionadas com a falta de saneamento básico. Como o município de São Tomé/RN ainda não finalizou o Plano Municipal de Saneamento Básico – PMSB, infelizmente os problemas de saúde e a má qualidade de vida dos moradores tende a se agravar. Cabe aqui mencionar que os desafios apresentados ao longo desse estudo remeteram ao fato de ser uma temática com pouca disponibilidade de informações, principalmente pelos órgãos públicos locais. Ainda assim, os objetivos traçados no início da pesquisa foram atingidos, pois foi possível identificar as condições atuais do saneamento no perímetro urbano de São Tomé/RN, bem como coletar dados primários referentes a ocorrência de doenças relacionadas a ausência de saneamento básico. Por fim, acreditamos que uma contribuição positiva do presente estudo foi reafirmar a necessidade de implantação a curto prazo do Plano Municipal de Saneamento Básico, em face da importância da prevenção da proliferação de doenças relacionadas a ausência do saneamento. 45 REFERÊNCIAS ALVES, Humberto Prates da Fonseca. Vulnerabilidade socioambiental na metrópole paulistana: uma análise sociodemográfica das situações de sobreposição espacial de problemas e riscos sociais e ambientais. 2006. 17 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós- Graduação, Universidade do Rio Grande do Norte, Salvador, 2006. ANTÃO, Kátia. Saneamento Básico – Melhoria na qualidade de vida da população. TCC- Universidade Anhembi Morumbi, São Paulo, 2004 AZEVEDO, Pablo Guimarães de. Vulnerabilidades socioambientais na zona de proteção ambiental ZPA 9. 2010. 122 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Pós-graduação em Geografia, Universidade do Rio Grande do Norte, Natal RN, 2010. BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema. 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Publicado no DOU de 8.1.2007 e retificado no DOU de 11.1.2007. BRASIL. Lei nº 7750/92, de 31 de março de 1992. Dispõe sobre a política estadual de saneamento e dá outras providências. 46 BRASÍLIA. FUNASA. (Ed.). Termo de referência para Elaboração de Planos Municipais de Saneamento Básico: Procedimentos relativos ao convênio de cooperação técnica e financeira da Fundação Nacional de Saúde – Funasa/MS. Brasília, 2012. 69 p. CAERN - Escritório da Caern- Município de São Tomé – 17/12/2018. CALIFORNIA GRAYWATER STANDARDS. Graywater systems for single family dwellings. Código Administrativo da Califórnia. Título 24. Parte 5, 1994. UNITED STATES CENSUS, 2000. Disponível em: <www. Census.gov./main/www/cen2000.html>. Acesso: 05 jul. 2019. CAVINALLTO. Saneamento Básico e suas Relações com o Meio ambiente e Saúde Pública, Universidade Federal de Juiz de Fora, Curso de especialização em análise Ambiental- 1992. CESA, Márcia de Vicente; DUARTE, Gerusa Maria. 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