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HETHOS PATHOS LOGOS 2 (1)

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ARGUMENTAÇÃO
E RETÓRICA
LÓGICA INFORMAL
Todos os dias utilizamos o discurso para levar os nossos interlocutores a aderir às nossas opiniões – chamamos a isto comunicação argumentativa.
Estamos no domínio da lógica informal, mais centrada nos efeitos da comunicação do que na validade formal dos argumentos.
LÓGICA INFORMAL
Retórica é o domínio da lógica informal que estuda a arte de falar com eloquência. 
 
A retórica surgiu na antiga Grécia, ligada à democracia e em particular à necessidade de preparar os cidadãos para uma intervenção ativa no Governo da cidade. “Rector” era a palavra grega que significava “orador”, o político. 
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	Lógica formal ou dedutiva	Lógica informal ou não dedutiva
	Objetivo: Estudo dos aspetos formais da argumentação.	Objetivo: Estudo dos aspetos concretos da argumentação.
	Distingue argumentos válidos de inválidos quanto à forma lógica.	Distingue graus de força dos argumentos. Válido na linguagem da lógica informal significa forte. Inválido significa fraco.
	Se a forma do argumento é válida, então premissas verdadeiras justificam e garantem conclusões verdadeiras.	Um argumento forte com premissas verdadeiras justifica, mas não garante a verdade da conclusão.
	O estudo da validade prescinde de referências ao conteúdo das proposições e ao contexto da argumentação.	O estudo da validade dos argumentos não prescinde de referências ao conteúdo das proposições e ao contexto da argumentação.
DEMONSTRAÇÃO E 
ARGUMENTAÇÃO
DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO
Se o Mar Mediterrâneo for água, é H20. O Mar Mediterrâneo é água. Logo, é H20.
Se os animais não têm deveres, não têm direitos. Os animais não têm deveres. Logo, não têm direitos.
No argu­mento 1, trata-se de verdades estabelecidas, que ninguém põe em causa. Mas a primeira premissa do argumento 2 é muitíssimo disputável. Até pode ser verdadeira, mas não é uma verdade solidamente estabelecida e amplamente reconhecida como tal.
Aristóteles diria que o primeiro é um raciocínio analítico ou demonstrativo e o segundo um raciocínio dialético, ou argumentativo.
	DEMONSTRAÇÃO	ARGUMENTAÇÃO
	É rígida e aplica-se nas ciências lógico – dedutivas.
 
Serve-se de uma linguagem simbólica e apoia-se na lógica formal – bivalente.
 
Parte de proposições consideradas verdadeiras para chegar a conclusões igualmente verdadeiras.
 
É impessoal e independente do contexto.	É flexível e utiliza-se nas ciências sociais e humanas.
 
Usa a linguagem natural, informal – polivalente.
 
Parte de proposições verosímeis e chega e conclusões prováveis.
 
 
É pessoal e contextualizada.
DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO
A argumentação trata de questões éticas, jurídicas ou politicas. 
Procura-se o mais verosímil ou provável. 
Na ausência de verdade, procura-se a adesão do interlocutor ou do auditório, tentando persuadir, convencer (retórica).
ESTRATÉGIAS 
ARGUMENTATIVAS
ESTRATÉGIAS ARGUMENTATIVAS
Na sua obra sobre a retórica, Aristóteles distinguiu três formas de argu­mentação:
A argumentação baseada no carácter (ethos) do orador;
A argumentação baseada no estado emocional (pathos) do auditório;
A argumentação baseada no argumento (logos) propriamente dito.
O ETHOS
O orador persuade por intermédio do carácter moral, do ethos, quando é visto pelo auditório como alguém que inspira confiança. 
Para isso, é preciso que o discurso crie no auditório uma imagem do orador como pessoa prudente, virtuosa e benevolente.
O ETHOS
«Persuade-se pelo carácter quando o discurso é proferido de tal maneira que deixa a impressão de o orador ser digno de fé. Pois acreditamos mais e bem mais depressa em pessoas honestas, em todas as coisas em geral, mas sobretudo nas de que não há conhecimento exato e que deixam margem para dúvida. É, porém, necessário que esta confiança seja resultado do discurso e não de uma opinião prévia sobre o carácter do orador; pois não se deve considerar sem importância para a persuasão a probidade do que fala (…), mas quase se poderia dizer que o carácter é o principal meio de persuasão.»
Aristóteles, Retórica, 1356a
O PATHOS
Para ser persuasivo, o orador deve procurar suscitar sentimentos e emoções no auditório que o predisponham de forma favorável para a tese que defende. 
O PATHOS
O apelo à popularidade ou à maioria é uma forma de argumento que explora sentimentos da audiência para a fazer adotar o ponto de vista de quem fala. 
O PATHOS
Os argumentos ad populum não são, com propriedade, argumentos, mas estratagemas para despertar e manipular as emoções, desejos e paixões da maioria das pessoas. 
 
E, como se sabe, o apelo aos sentimentos é, em muitos casos, o caminho mais eficaz – e curto – para persuadir um auditório.
O PATHOS
O apelo à piedade (ad misericordiam) acontece quando alguém argumenta recorrendo a sentimentos de piedade e de compreensão por parte da audiência de modo que a conclusão ou afirmação defendida seja aprovada.
O LOGOS
 Conjunto de argumentos organizados de modo a persuadir. Hoje designa o medium (meio - palavra ou imagem) que transmite a mensagem. Refere a racionalidade dos argumentos e o tipo e a estrutura dos discursos
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	ETHOS	PATHOS	LOGOS
	Centrado na figura do orador. Este deve ter caráter, ser virtuoso e credível, para conseguir a confiança do auditório.
O orador não deve ser arrogante, apresentando-se como dono da verdade.
Deve aparecer como alguém moderado, leal e responsável.	Centrado no auditório. Este deve ser emocionalmente impressionado e seduzido.
O auditório tem a tendência a deixar-se influenciar não apenas pelo caráter racional dos argumentos, mas também pelos sentimentos que lhe são despertados.	Centrado na tese. Deve ser bem estruturada, sob o ponto de vista lógico-argumentativo, para ser clara e bem compreendida.
O orador deve selecionar argumentos, antecipar objeções à tese e procurar recursos estilísticos.
Existe uma relação estreita entre o logos, o ethos e o pathos, uma vez que as emoções (pathos) que o discurso (logos) do orador suscita no auditório têm um papel importante na construção da imagem que este faz do carácter (ethos) do orador e, desse modo, da sua capacidade de persuasão. 
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
1. Em que consiste argumentar?
 
2. O que se pretende ao argumentar?
 
3. O que é o «auditório»?
 
4. Demonstrar uma ideia e argumentar a favor de uma ideia são a mesma coisa ou coisas diferentes?
5. Segundo Aristóteles, quais são as três formas de argumentação?
EXERCÍCIOS - CORREÇÃO
	 1. Atenção dada ao orador.	 
	 2. Evidência naquilo que o orador diz e como diz.	 
	 3. Sentimentos provocados nos ouvintes.	 
	 4. Estrutura argumentativa segundo um plano adequado.	 
	 5. Credibilidade do sujeito que fala.	 
	 6. Ponderação, racionalidade e lealdade.	 
	 7. Figuras de estilo.	 
	 8. Carácter do emissor.	 
	 9. Discurso com ritmo.	 
	10. Ênfase posta no auditório.	 
	11. Discurso argumentativo.	 
	12. Público predisposto a emocionar-se.	 
	13. Ser afetado na sensibilidade.	 
	14. O que o orador proclama.	 
Nas frases seguintes, assinale com E as que se referem ao Ethos, com P as que se reportam ao Pathos e com L as que têm a ver com o Logos.

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