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Resumo do cap 1: LOUCURA SILENCIOSA do livro "o que é loucura" - Darian Leader

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CAP: LOUCURA SILENCIOSA 
● a retratação de uma pessoa louca é sempre muito extremista: gênios ou brutamontes. 
● instâncias da loucura que são compatíveis com a vida normal. 
● loucura silenciosa pode irromper em atos de violência. 
○ esperamos que a loucura, na verdade seja uma explosão dramática. 
● os sintomas mais óbvios, socialmente disruptivos, não podem ser usados de forma 
exclusiva para definir a forma que a loucura pode assumir. 
● perceberam que com o tempo os sintomas poderiam se estabilizar. 
● a mais comum esquizofrenia é a que não se torna visível como loucura. 
○ psicose privada. 
○ não há sinais clínicos que excluam o diagnóstico de esquizofrenia. 
● ideia fixa, baseada numa premissa falsa, mas com o resto do raciocínio impecável. 
○ uma crença que não causa conflito. 
● “contabilidade dupla”: ele sabe que a ideia dele pode soar delirante e por isso esconde 
cuidadosamente. 
● quando há um movimento progressivo do transtorno, como a demência, criam-se 
concepções populares de loucura, pelo caráter desesperador de um transtorno 
incurável. 
● a preconcepção diagnóstica tornou-se um veículo de preconceito: para ser 
esquizofrênica, a pessoa teria que estar em visível desintegração e ser incapaz de atrair 
um parceiro. 
● discordância entre as faculdades que resulta no problema. 
● o prognóstico carregados com desfechos sombrios podem surtir efeitos significativos 
no paciente. 
● psiquiatras do século vinte falavam sobre uma loucura que mantinha todas as 
faculdades intactas. 
● delírios e alucinações são sintomas secundários e não primários. 
○ loucura e razão não são opostas, mas idênticas. muitas vezes os “sintomas” são 
respostas da razão à insanidade - o cérebro cria uma lógica/razão com poder 
explicativo para uma situação que nos ​incomoda. 
○ a medida que esse raciocínio lógico continua, um sistema delirante pode ser 
construído. 
■ o pensamento não está realmente desordenado, mas mais ordenado que 
o raciocínio cotidiano, quando normalmente descartamos vários das 
coisas que passam por nós por cansaço, por exemplo. 
● a pessoa psicótico leva as coisas a sério, tem uma dedução 
racional, ouve vozes e lhes dá sentido usando poderes de 
raciocínio que estão absolutamente intactos. 
● Assim, o delírio pode ser um modo de tentar compreender as 
próprias experiências, recorrendo a todas as faculdades de 
inferência e dedução à disposição do sujeito para encontrar uma 
resposta. 
○ o louco perdeu tudo, exceto sua razão. 
■ casos contidos que se atinham discretamente a sistemas de crença 
místico, sexuais, religiosos, ou persecutórios, mas que não ganharam 
destaque porque se opunha a visão de loucura como decomposição 
orgânica e psicológica da época. 
○ três motivos para a mudança de interesse nas formas da psicose: destino da 
categoria diagnóstica da paranoia, que é a vista da psicose cotidiana, o efeito 
da farmacologia no cenário da saúde mental, e a revisão dos processos 
diagnósticos que caracterizou a psiquiatria biológica dos anos 80. 
○ paranoia coexistindo com a normalidade. 
○ diferença entre psicose paranoide e psicose paranóica. 
■ estados paranóides podem ocorrer em qualquer tipo de perturbação 
mental. 
■ mas a paranoia precisa de um sistema estável de crenças, com um 
perseguidor nominalmente identificado. 
○ a paranoia pode desenvolver-se ao longo de um período de muitos anos, 
respondendo a eventos da vida do paciente, em vez de seguir um curso 
predeterminado, e pode operar de forma aparentemente independente do 
comportamento superficial/público. 
■ racismo…. (nota pessoal) 
○ depois da segunda guerra mundial, a paranoia passa a ser considerada uma 
categoria obsoleta e é mais uma característica de outros distúrbios. 
■ Terá sido porque a nova ênfase no comportamento superficial levou, 
precisamente, a uma cegueira para o que era invisível, para a forma 
silenciosa de loucura que Gaupp documentou com tanto cuidado? 
● aparecimento da clorpromazina, nos anos 50, droga que permitiu uma nova calma e 
distanciamento do mundo - “terapia de hibernação”. 
○ Pacientes agitados e problemáticos tornavam-se mudos e imóveis. A ênfase, 
nesse caso, recaiu em modificar o comportamento superficial, e não em 
identificar problemas subjacentes de raízes profundas, embora, a princípio, 
muitos desses remédios fossem vistos como instrumentos para permitir que se 
iniciasse a psicoterapia, e não como alternativas concretas. 
● medicamentos trazem muitos efeitos colaterais e não funcionam em dois terços dos 
pacientes. também tem um índice mais alto de recaídas e reinternações hospitalares do 
que quando não são tomados. 
● atualmente, os efeitos colaterais que consideramos o “preço a ser pago” eram na 
verdade o resultado que os psiquiatras queriam ter nos pacientes do passado, mesmo 
que houvesse dor, com eletrochoques, por exemplo, ou com medicamentos como o 
metrazol, que produzia a falta de profundidade afetiva, tendência ao retraimento 
● dos contatos pessoais e decréscimo da capacidade de auto-observação – qualidades 
tornam o paciente um indivíduo mais aceito no plano social - pacatas e obedientes. 
● os tratamentos eram quase um castigo pelo fato dos pacientes não melhorarem. 
● a maneira como o paciente enxergava seu tratamento fazia diferença no resultado, 
muitas das vezes, ele poderia levar ele como uma punição pela culpa que ele carrega 
em sua paranóia. 
● a descoberta dos medicamentos “antipsicóticos” - analogia feita a maneira social como 
são tratados os tratamentos para psicóticos- sedativos foram ao acaso, e não derivadas 
de pesquisa. essa qualidade entorpecente, seria vendida como “cura”/ “tratamento”. 
● os médicos não questionavam a qualidade do tratamento, até o aparecimento posterior 
de algo “melhor”, vendido sempre maquiadamente pela indústria farmacêutica. 
● com o fechamento dos manicômios tem a marginalização dos psicóticos. 
● a indústria farmacêutica criou novas categorias diagnósticos, a partir do criamento de 
cada novo medicamento. 
○ o diagnóstico passa a ser dependente da reação do paciente ao medicamento. 
○ Os medicamentos passaram a definir a doença: tratava-se menos de encontrar 
uma droga que se adequasse a uma doença do que uma doença que se 
adequasse à droga. 
○ negligenciava as loucuras silenciosas. 
● ao enfraquecer as faculdades mentais a fim de acabar com a psicose, você enfraquece 
também os processos de estabilização autênticos e duradouros. 
○ tendem a considerar sintomas da medicação na verdade sintomas da psicose - 
salivação excessiva etc.. 
● predomínio de uma visão medicalizada da psicose, que inviabiliza a relação 
paciente-terapeuta. 
● marginalização do diagnóstico: pessoas ricas com pensamentos e ideias bizarras eram 
consideradas excêntricas, e pessoas mal-vestidas e com pouca fluência verbal 
consideradas esquizofrênicas. 
● cultura e tradições influenciavam em diagnósticos de maneiras diferentes. 
○ enquanto nos eua haviam muitos diagnósticos de esquizofrenia, na inglaterra 
havia grande número de diagnósticos de psicóticos maníacos-depressivos. 
○ com isso houve a necessidade de uma globalização do diagnóstico. 
■ A concentração nos sintomas externos significou, efetivamente, que a 
experiência pessoal do indivíduo foi desvalorizada: o importante eram 
os sintomas que ele exibia, e não seu modo de processar essessintomas, ou de compreendê-los, ou sua maneira de conferir ou não 
sentido a sua experiência. 
● aparecimento do DSM, com ênfase na superfície e visibilidade. 
○ sintomas visíveis que caracterizam o diagnóstico. 
○ apenas existem as causas biológicas e as relacionadas com stress, sem levar em 
conta uma causalidade psíquica complexa. 
○ o sentido e experiência íntima do sujeito psicótico vieram a ter cada vez menos 
importância no novo paradigma baseado nos sintomas. 
● o diagnóstico deve se basear na articulação da linguagem, e não no comportamento 
externo e traços superficiais. 
○ O diagnóstico não pode ser feito a partir de uma classificação externa do 
comportamento, mas apenas mediante a escuta do que a pessoa tem a dizer 
sobre o que aconteceu em sua vida, levando a sério a posição que ela assume 
em sua própria fala, a lógica que ela mesma desenvolveu. 
○ Aliás, nesse caso, o que é loucura? De que conceitos necessitamos para 
defini-la? E se a loucura não pode ser oposta à normalidade, qual pode ser o 
seu contraponto?

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