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‘CENTRO UNIVERSITÁRIO SALESIANO DE SÃO PAULO 
UNISAL – CAMPUS LORENA 
ANA PAULA RODRIGUES SILVA 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lorena / SP 
2017 
 
ANA PAULA RODRIGUES SILVA 
 
 
 
 
A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA CIENTÍFICA NA GRADUAÇÃO 
 
 
Qualificação do Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentada como exigência parcial para 
obtenção do grau de Bacharel em Engenharia de 
Produção no Centro Universitário Salesiano de 
São Paulo. 
Orientador: Prof. Ms. Antônio Lopes Nogueira da 
Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lorena / SP 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio 
convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a 
fonte. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ficha Catalográfica: 
 
 
 
 
Silva, Ana Paula Rodrigues. 
 
Em uma Instituição de Ensino Superior / Ana Paula Rodrigues. 
 
Lorena, 2017. 
 
 
 
Monografia – Engenharia de Produção, Centro Universitário Salesiano de São 
Paulo, UNISAL, Campus São Joaquim, 2017. 
 
Orientador: Prof. Ms. Antônio Lopes Nogueira da Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedicatória 
A Deus, que me dá forças e capacidade. 
À minha mãe e irmã, que sempre estão ao meu lado me dando apoio e amor. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
A Deus, pela vitória da conclusão do curso. 
Ao meu orientador, professor Antônio Silva, pela ajuda, disponibilidade, 
aprendizado e incentivo durante a realização deste trabalho. 
Aos amigos do curso de Engenharia de Produção, em especial, a Paula, 
Laryssa, Priscila, Gabriela e Ramon, pelos momentos de aprendizado, pelas 
partilhas, pela convivência e amizade sincera. 
As amigas da república Só Fadinhas, que ajudaram a serem incrível esses 
cinco anos de curso e ajudaram na adaptação de morar longe de casa. 
A minha mãe, Nair Rodrigues de Sá, minha irmã, Ana Carolina Rodrigues de 
Sá Silva, minha madrinha, Izabel Mendes, e meu padrinho, Jaime Mendes, pelo 
apoio, companhia e incentivo durante toda a universidade. 
Ao Programa Universidade para Todos (ProUni). 
Aos professores do curso de Engenharia de Produção. 
Ao Centro Universitário Salesiano de São Paulo (Unisal). 
 
RESUMO 
 
A pesquisa científica está tomando o seu espaço nos cursos de educação 
superior em diversas universidades. A formação acadêmica não se limita ao 
cotidiano da sala de aula. Assistir às aulas, fazer os trabalhos e realizar uma boa 
avaliação está longe de ser o suficiente. O presente trabalho foi realizado com a 
intenção de buscar informações sobre como a pesquisa científica contribui na 
graduação, quais os obstáculos ainda encontrados pelos estudantes e, 
principalmente, como a iniciação científica pode auxiliar a vida profissional dos 
estudantes. O objetivo geral do presente trabalho é diagnosticar os principais 
fatores que geram interesse ou desinteresse pela participação dos alunos do curso 
de graduação de Engenharia de Produção da Unisal – Lorena/SP. A metodologia 
adotada para realização do trabalho foi dividida em duas etapas: na primeira etapa 
foi realizada a revisão de literatura, utilizando-se as bases acadêmicas (Google 
Acadêmico e Scielo). Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa de campo com 
os alunos do curso de Engenharia de Produção da Unisal – Campus de Lorena/SP, 
buscando conhecer como os estudantes estão envolvidos com o mundo das 
pesquisas científicas. Ao analisar o questionário como um todo, percebe-se que os 
alunos possuem interesses em realizar projetos de pesquisas científicas como forma 
de ampliarem seus conhecimentos, seu senso crítico e, até mesmo descubram suas 
aptidões e consigam, assim, uma melhor posição no mercado de trabalho. Para 
despertar ainda mais esse interesse dos alunos, cabe aos professores e também a 
Universidade como um todo, organizar programas para apresentar o mundo das 
pesquisas científicas para seus alunos. 
 
 
Palavras-chave: Iniciação Científica, Jovem Pesquisador, Engenharia de Produção, 
Importância da Pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Scientific research is taking its place in higher education courses at various 
universities. Academic training is not limited to the everyday classroom. Attending 
classes, doing assignments, and doing good assessment is far from enough. The 
present work was carried out with the intention of seeking information about how 
scientific research contributes to graduation, what obstacles still found by students 
and, especially, how scientific initiation can help students' professional life. The 
general objective of the present work is to diagnose the main factors that generate 
interest or disinterest in the participation of undergraduate students of Unisal - 
Lorena / SP Production Engineering. The methodology adopted to carry out the work 
was divided into two stages: in the first stage the literature review was performed, 
using the academic bases (Google Academic and Scielo). In the second stage, a 
field research was carried out with the students of the Unisal Production Engineering 
- Campus de Lorena / SP course, seeking to know how students are involved in the 
world of scientific research. When analyzing the questionnaire as a whole, students 
are interested in carrying out scientific research projects as a way to increase their 
knowledge, their critical sense, and even discover their aptitudes and thus achieve a 
better position in the market. job. To further arouse this interest of the students, it is 
up to the professors as well as the University as a whole to organize programs to 
present the world of scientific research to its students. 
 
Keywords: Scientific Research, Young Researcher, Production Engineering, 
Importance of Research. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1: Fluxograma das etapas para a realização do trabalho. .............................. 24 
Figura 2. Alunos participantes, por período, do curso de Engenharia de Produção da 
Unisal – Lorena /SP. ................................................................................................. 27 
Figura 3. Pergunta 1: O que é pesquisa científica? ................................................... 28 
Figura 4. Pergunta 2: Quantos artigos você lê por período? ..................................... 28 
Figura 5. Pergunta 3a: Há projetos de iniciação científica na universidade? ............ 29 
Figura 6. Pergunta 3b: Se sim, você participa ou já participou de algum? ................ 29 
Figura 7. Pergunta 4: A Universidade dá apoio e incentivo para os alunos de 
graduação participarem de projetos de iniciação científica? ..................................... 30 
Figura 8. Pergunta 5: Qual a importância da pesquisa científica na sua vida 
profissional? .............................................................................................................. 30 
Figura 9. Pergunta 6: Quais as dificuldades que você encontra em sua Universidade 
para a realização de projetos de IC? ......................................................................... 31 
Figura 10: Cálculo amostral da representatividade do questionário aplicado. .......... 33 
Figura 11: Número de livros lidos pelos alunos de Eng. Produção por ano .............. 34 
Figura 12: Motivo pelo Interesse nos Programas de Iniciação Científica .................. 34 
Figura 13: Motivo pelo desinteresse nos Programas de Iniciação Científica ............ 35 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1: Questionário 1 sobre pesquisa científica. .................................................. 25 
Tabela 2: Correlação das variáveis do primeiro questionário .................................... 32 
Tabela 3: Correlação das variáveis do segundo questionário ................................... 35 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLASCNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 
IC – Iniciação Científica 
IES – Instituição de Ensino Superior 
PIBIC – Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 – INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 11 
1.1 – OBJETIVOS ............................................................................................................ 14 
2 – REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................ 15 
2.1 – A PESQUISA CIENTÍFICA E A FORMAÇÃO ACADÊMICA .................................. 16 
2.2 – A INICIAÇÃO CIENTÍFICA (IC) .............................................................................. 18 
2.2.1 – Os impactos para o estudante ....................................................................... 20 
2.2.2 – Os impactos para a universidade .................................................................. 20 
2.2.3 – Os impactos para a sociedade ....................................................................... 22 
3 – MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 23 
3.1 – CLASSIFICAÇÃO ................................................................................................... 23 
3.2 – DESCRIÇÃO ........................................................................................................... 23 
3.3 – QUESTIONÁRIO ............................................................................................... 24 
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 27 
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 37 
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 38 
ANEXOS ............................................................................................................................. 41 
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .......................................... 41 
APÊNDICE .......................................................................................................................... 42 
Apêndice A: Questionário – Iniciação Científica.......................................................... 42 
 
 
 
 
11 
1 – INTRODUÇÃO 
 
O acelerado crescimento do conhecimento nos últimos anos tornou 
impraticável o ensino tradicional baseado exclusivamente na transmissão oral de 
informação. Em muitas disciplinas já não é possível, dentro das cargas horárias, 
transmitir todo o conteúdo relevante. Mais importante ainda, o conhecimento não é 
acabado, e muito do que o estudante precisará saber em sua vida profissional ainda 
está por ser descoberto (BEIRÃO, 2017). 
No ensino superior brasileiro, em especial nos cursos de graduação, a 
disciplina de Metodologia da Pesquisa Científica quase sempre é vista por alunos e 
mesmo por alguns professores como de menor importância no contexto da grade de 
disciplinas especializadas de cada curso. Trata-se, porém, de um engano. O 
ensino/aprendizado de metodologia científica, quando levado a sério, tende a 
beneficiar o aluno ao longo de sua formação acadêmica (GALVÃO, 2013). 
Beirão (2017) relata: 
O desafio da universidade hoje é formar indivíduos capazes de buscar 
conhecimentos e de saber utilizá-los. Ao contrário de outrora, quando o 
importante era dominar o conhecimento, hoje penso que o importante é 
"dominar o desconhecimento", ou seja, estando diante de um problema para 
o qual ele não tem a resposta pronta, o profissional deve saber buscar o 
conhecimento pertinente e, quando não disponível, saber encontrar, ele 
próprio, as respostas por meio de pesquisa. 
Não será fazendo de nossos alunos meros depositários de informações que 
estaremos formando os cidadãos e profissionais de que a sociedade 
necessita. Para isto, as atividades, curriculares ou não, voltadas para a 
solução de problemas e para o conhecimento da nossa realidade, tornam-
se importantes instrumentos para a formação dos nossos estudantes. 
É dentro desta perspectiva que a inserção precoce do aluno de graduação 
em projetos de pesquisa se torna um instrumento valioso para aprimorar 
qualidades desejadas em um profissional de nível superior, bem como para 
estimular e iniciar a formação daqueles mais vocacionados para a pesquisa. 
 
A pesquisa científica está tomando o seu espaço nos cursos de educação 
superior em diversas universidades. Esta tem sido considerada um lugar em que se 
vivencia a cultura universal e que tem por finalidade o ensino, a pesquisa e a 
extensão, sendo organizada para a formação de profissionais que atuarão na 
sociedade (RODRIGUES, 2006). 
Segundo Campos et al. (2009, p.02): 
Nos dias atuais a globalização, o mercado cada vez mais competitivo e as 
novas tecnologias, estão exigindo do profissional não só o conhecimento 
teórico, mas uma prática baseada na reprodução e produção de 
conhecimentos. 
(...) 
12 
A pesquisa científica tem por objetivo contribuir com a evolução dos saberes 
humanos em todos os setores, sendo sistematicamente planejada e 
executada através de rigorosos critérios de processamento das 
informações. 
 
Os trabalhos de graduação devem produzir ciência, ou dela derivar, ou 
acompanhar seu modelo de tratamento (FONTE, 2004). 
De acordo com Rodrigues (2006) e Campos et al. (2009), na universidade, o 
aluno desenvolverá conteúdos teórico-práticos necessários à sua formação 
profissional e intelectual, cabendo-lhe não só a reter esses conteúdos, mas também 
produzir conhecimento. Os profissionais de nível superior e produtores de 
conhecimentos deverão ter responsabilidade e competência que lhes permitam 
entrar no complexo cenário do mundo contemporâneo. 
A formação acadêmica não se limita ao cotidiano da sala de aula. Assistir às 
aulas, fazer os trabalhos e sair-se bem nas avaliações está longe de ser o suficiente. 
Ao longo dos cursos de graduação o acadêmico deve preocupar-se com o contínuo 
enriquecimento de sua formação, participando de eventos científicos, fazendo 
estágios, lendo obras de interesse, participando de grupos de pesquisa e publicando 
artigos em revistas especializadas com o apoio dos professores orientadores 
(GALVÃO, 2013). 
De acordo com Ruiz (2009), as técnicas de estudo e leitura, os modos de 
análise, pensamento e escrita compatíveis com o rigor científico, as técnicas de 
produção de conhecimento válido, as normas de elaboração de resenhas, resumos 
e monografias com as especificidades da redação científica, os projetos de pesquisa 
e suas etapas, as fontes de pesquisa, os métodos de abordagem e procedimento, as 
tipologias da pesquisa, entre outros tópicos, tudo isso há de enriquecer a jornada do 
estudante em seu percurso universitário. 
Com base nas informações acima, o presente trabalho foi realizado com a 
intenção de buscar informações sobre como a pesquisa científica contribui na 
graduação, quais os obstáculos ainda encontrados pelos estudantes e, 
principalmente, como a iniciação científica pode auxiliar a vida profissional dos 
estudantes. 
A questão problema da pesquisa é: Quais os interesses e desinteresses dos 
alunos de Engenharia de Produção, do curso de graduação de Engenharia de 
Produção da Unisal – Lorena/SP pela iniciação científica? 
13 
De acordo com Oliveira (2017): 
A Iniciação Científica (IC) tem grande importância e envolvimento com o 
desenvolvimento das Universidades por ambos possuírem como princípio e 
missão a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa 
para atingir este objetivo. A IC amadurece o estudante, contribuindo para 
que este possa se tornar um formando com habilidades mais refinadas. 
(...) 
É na práticada IC que o estudante pode testar técnicas e teorias 
aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de 
conhecimentos. Defrontar o problema “vivo”, real, fora de um ambiente 
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula, ao mesmo tempo 
em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o 
processo de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor 
qualificado e melhor adequado para as situações a serem encaradas fora 
da Universidade. 
 
O tripé de uma universidade deve ser o ensino, a pesquisa e a extensão. 
Sendo a pesquisa um grande projeto complementar nas universidades, levando aos 
alunos um profundo aperfeiçoamento na sua formação. Uma universidade que 
busca e incentiva a prática da pesquisa, ajuda na criação de indivíduos com uma 
visão mais crítica do mundo real (PEREIRA, 2009). 
Segundo Pereira (2012), os alunos devem apurar suas curiosidades desde 
cedo, ainda na graduação. Com isso, é necessário que eles saiam da posição de 
depositários de informações e passem a agir como atores do processo, em conjunto 
com o professor. A pesquisa é a base da transformação do conhecimento, ninguém 
nasce pesquisador, e o papel das universidades na graduação é fazer desenvolver a 
curiosidade do futuro cientista. A universidade que busca inserir os alunos nesse 
caminho transforma a sociedade. 
A pesquisa científica pode mudar o perfil do estudante e o transformar em um 
agente ativo no mundo das pesquisas e descobertas científicas. Permite também 
uma evolução que acarreta em efeitos positivos para a universidade e para a 
comunidade. Os ganhos com a pesquisa científica na graduação atingem um escopo 
maior que a própria universidade, a experiência acadêmica é levada para a vida 
inteira do estudante, sendo repassada e reutilizada durante toda a sua vida 
(CAMPOS et al., 2009). 
Amaral (2010) relata ser fundamental que essa formação seja a mais bem 
lapidada possível, sendo a pesquisa científica um dos caminhos para que essa 
formação se torne brilhante. 
A metodologia adotada para realização do trabalho foi dividida em duas 
etapas: 
14 
Na primeira etapa foi realizada a revisão de literatura, utilizando-se as bases 
acadêmicas (Google Acadêmico e Scielo) e as palavras-chave: pesquisa científica, 
pesquisas na graduação, iniciação científica, jovem pesquisador e importância da 
pesquisa. Buscando compreender melhor qual a importância de se envolver e 
realizar pesquisas científicas durante a graduação e como esse envolvimento pode 
auxiliar a vida profissional do estudante. 
Na segunda etapa foi realizada uma pesquisa de campo com os alunos do 
curso de Engenharia de Produção da Unisal – Campus de Lorena/SP. Através da 
aplicação de um questionário, buscou-se conhecer como os estudantes estão 
envolvidos com o mundo das pesquisas científicas, se eles acham que se envolver 
com essas pesquisas através dos projetos de iniciação científica (IC) poderá ajudá-
los na vida profissional. Com o desenvolvimento da pesquisa de campo, foi 
levantado os pontos mais críticos apontados pelos estudantes, como: dificuldades 
para ingressarem nos projetos, apoio de professores e da própria universidade, 
entre outros. 
 
1.1 – OBJETIVOS 
 
O objetivo geral do presente trabalho é diagnosticar os principais fatores que 
geram interesse ou desinteresse pela participação dos alunos do curso de 
graduação de Engenharia de Produção da Unisal – Lorena/SP. Tendo como 
objetivos específicos: 
- Analisar o que os estudantes pensam a respeito sobre a pesquisa científica; 
- Identificar o conhecimento dos alunos sobre os projetos de pesquisa 
científica; 
- Identificar o perfil dos alunos da Engenharia de Produção; 
- Verificar as dificuldades dos alunos de Engenharia de Produção em 
participar da iniciação científica. 
 
 
 
 
 
 
 
15 
2 – REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Atualmente, o ser humano deve estar preparado para enfrentar várias 
batalhas, que muitas vezes serão vencidas a partir do conhecimento que ele 
apresentar ter. Segundo Amaral (2010): “ esse conhecimento não se refere apenas a 
ensinamentos ministrados em sala de aula, seja no ensino fundamental ou na 
universidade, mas tange tudo aquilo que contribui para o crescimento e o 
desenvolvimento das pessoas”. 
Essa busca do conhecimento pode ser adquirida de maneiras distintas. Na 
verdade, sabe-se que o mesmo é fruto de quatro modalidades: a experiência 
cotidiana, a ciência, a filosofia e a religião. Uma modalidade não descarta as demais, 
e cabe a cada pessoa escolher a forma que norteará a sua vida (AMARAL, 2010). 
Para Gil (1999), o ser humano procura descobrir e conhecer o mundo em que 
vive, buscando desenvolver sistemas razoavelmente elaborados, que lhe permitem 
conhecer a natureza das coisas e o comportamento das outras pessoas. 
Segundo Hessen (1987, p. 26)1 apud Amaral (2010), “no conhecimento 
encontram-se frente a frente a consciência e o objeto, o sujeito e o objeto. O 
conhecimento apresenta-se como uma relação entre esses dois elementos”. Se faz 
necessário a presença de um ser interessado em descobrir algo novo sobre algo 
qualquer para que o conhecimento possa se fazer existir. 
Para Garcia (1988, p. 67)2 apud Amaral (2010): 
Conhecer significa [...] descrever um fenômeno, sejam em suas 
particularidades estruturais, seja em seus aspectos funcionais; prever a 
probabilidade de ocorrência futura de um evento [...]; e, por fim, manipular e 
utilizar [...], um objeto qualquer, além de reproduzi-lo, alterando, até, suas 
características básicas. 
(...) 
Desenvolve-se essas habilidades, descrever e manipular, através da 
observação e da comparação [...] de fenômenos, identificando entre eles ou 
algumas diferenças, o processo de discriminação, ou certas semelhanças, a 
generalização. 
 
Obter um conhecimento não é apenas saber sobre um objeto, mas ter a 
capacidade de utilizá-lo, utilizando-se todos os recursos que ele venha a oferecer 
para a sociedade. 
Segundo Marconi e Lakatos (2005, p. 75-76): 
 
1 HESSEN, J. Teoria do Conhecimento. Tradução de Dr. Antônio Correia. 8. ed. Coimbra: Arménio 
Amado, 1987. 
2 GARCIA, F. L. Introdução crítica ao conhecimento. Campinas-SP: Papirus, 1988. 
16 
Ao se falar em conhecimento científico, o primeiro passo consiste em 
diferenciá-lo de outros tipos de conhecimento existentes. 
(...) 
O conhecimento popular [...] não se distingue do conhecimento científico 
nem pela veracidade nem pela natureza do objeto conhecido: o que os 
diferencia é a forma, o modo ou método e os instrumentos do “conhecer”. A 
busca pelo conhecimento pode ser efetivada de maneiras distintas, uma vez 
que a ciência não é a única forma para se obter a verdade sobre 
determinado fato. 
 
Segundo Amaral (2010, p. 67-68): 
O conhecimento popular é valorativo e assistemático, isto é, fundamenta-se 
em estados de ânimos e emoções, sem nenhuma sistematização das 
ideias. Já o conhecimento filosófico é apresentado como racional e não 
verificável, pois se desenvolve a partir de ideias emergidas da experiência e 
não da experimentação, formando enunciados de hipóteses filosóficas que 
não podem ser confirmadas nem refutadas. O conhecimento religioso é 
definido como um campo de proposições sagradas reveladas pelo 
sobrenatural, por tanto é inspiracional, uma vez que é aceito a partir da fé 
que as pessoas depositam nessa revelação divina. Por fim, o conhecimento 
científico é mostrado como real (factual) e contingente, lidando com todos 
os fatos e objetos que podem ter sua veracidade provada por meio da 
experiência. 
 
Para Marconi e Lakatos (2005) e Amaral (2010) o conhecimento é adquirido 
por meio da vivência cotidiana (popular); da razão (filosofia); da fé (religioso) e da 
experimentação (científico). A investigação sobre determinado objeto pode ser 
realizada por intermédio de uma única forma, ou então, mesclando esses tipos deconhecimento, lógico que respeitando seus princípios de atuação. 
A forma de conhecimento que mais se destaca é a forma norteada pela 
ciência. Para Marconi e Lakatos (2005), essa forma é uma sistematização de 
conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o 
comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar e contribui na formação 
profissional nas mais diversas áreas existentes de estudo. 
O conhecimento científico é o mais adequado e o que melhor se encaixa para 
as universidades, visto que o papel delas é promover estudos e pesquisas nas mais 
diversas áreas de conhecimento e comprovar os resultados encontrados. 
 
2.1 – A PESQUISA CIENTÍFICA E A FORMAÇÃO ACADÊMICA 
 
Segundo Fiuza (2014), dada a necessidade de compreender o mundo em que 
vive e de conhecer as relações que se escondem por trás de objetos, fatos ou 
fenômenos, o homem busca na ciência a aprendizagem ou conhecimento 
17 
fundamentado na investigação reflexiva, metódica e sistemática da realidade 
investigada. 
Para Silva (2007, p.05) “a ciência é um processo lógico de investigação para 
a solução de problemas e a busca de respostas a questões referentes a fenômenos 
naturais”. 
Segundo Lotufo Júnior (2010), o conhecimento produzido pela investigação 
científica é também estimulante para a busca e o encontro de soluções para 
problemas de ordem prática da vida diária, basta, para isso, de uma relação entre 
pesquisador e o objeto pesquisado, ocorrer a pesquisa para compreensão de um 
fenômeno, e, dela, ser gerado um corpo de conhecimento livre de crenças, 
percepções, valores, atitudes e emoções pessoais. 
Para Fonte (2004), a pesquisa científica, visa contribuir com a evolução dos 
saberes em todos os setores e deve ser sistematicamente planejada e executada 
através de rigorosos critérios de processamento das informações. É através da 
pesquisa científica que o estudante duvida, questiona a realidade, estabelecendo 
polêmica e argumentando os resultados, descobrindo e criando algo novo. 
De acordo com Fiuza (2014, p. 04-05): 
Seja através dos currículos dos cursos de graduação, que contemplam todo 
o aparato que envolve o método científico, incluindo-se, aí, técnicas de 
estudo e leitura; técnicas de produção de conhecimento e modos de 
análise; normas de elaboração e especificidades da redação científica; 
projetos de pesquisa e suas etapas; trabalhos de conclusão de curso; seja 
nos estágios curriculares e na iniciação científica, a trajetória de pesquisa 
do estudante permite-lhe, dentre tantos benefícios, educar a mente para 
ordenar ideias, interrogar-se diante das situações existentes na realidade, 
buscar soluções de problemas e conhecer a realidade, além de desenvolver 
sua visão sistêmica. 
 
Segundo Campos et al. (2009, p.08) “a pesquisa científica é de extrema 
importância na formação profissional de qualquer aluno. O que muitas vezes se 
pode observar é uma falha no sistema educacional que não estimula seus alunos a 
investigarem e a produzirem conhecimento”. 
A pesquisa científica está presente em todos os currículos das universidades, 
demonstrando assim sua importância no meio profissional. O mercado de trabalho 
está exigindo cada vez mais do profissional, que já não basta este ter 
conhecimentos teóricos e sim na realização de uma prática que busca a produção 
de novas ideais e conhecimentos (CAMPOS et al., 2009). 
18 
Durante toda a experiência de vida acadêmica e, sobretudo, durante o 
exercício da prática profissional se fará necessária uma contínua atualização quanto 
às inovações do conhecimento. Segundo Hebling (2006, p.04): 
Hoje em dia a humanidade leva apenas dezoito minutos para dobrar o 
conhecimento acumulado. Na primeira vez que isso ocorreu, foram 
necessários seiscentos anos de pesquisa. Assim, muito em breve, uma 
descoberta realizada no café da manhã já será obsoleta na hora do almoço. 
 
Para Galvão (2013), a relação entre conhecimento e pesquisa deve estar 
fundamentada na ideia de que a busca sistemática, metódica e apaixonada pelo 
saber não termina com o fim dos cursos de graduação. Na medida em que a 
universidade se propor a formar cientistas e pesquisadores desde os primeiros anos 
da graduação, estará contribuindo no sentido de consolidar uma educação superior 
de qualidade, pautada na autonomia do indivíduo/cidadão e conectada com as 
exigências futuras da pós-modernidade. 
 
2.2 – A INICIAÇÃO CIENTÍFICA (IC) 
 
De acordo com Bastos et al. (2010) a Iniciação Científica (IC) é um 
instrumento que permite introduzir os alunos de graduação na pesquisa científica, 
sendo um instrumento de apoio teórico e metodológico à realização de um projeto 
que contribua na formação profissional do aluno. Tem a finalidade de despertar 
vocação científica e incentivar talentos potenciais entre estudantes de graduação 
universitária, mediante participação em projeto de pesquisa, orientados por 
pesquisador qualificado. 
Segundo Oliveira (2017) a IC pode ser vista como um instrumento de apoio 
teórico e metodológico que potencializa as chances de um estudante de graduação 
engajar na pesquisa científica. Esta auxilia no desenvolvimento das visões do aluno, 
pois permite um contato com o conhecimento diferente daquele visto em sala de 
aula. A IC deve ser vislumbrada como um componente essencial de formação. 
Oliveira (2017) ainda relata que de acordo com o Manual do Usuário do 
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica - PIBIC (baseado na 
Resolução Normativa 019/2001): 
A iniciação científica é um instrumento que permite introduzir os estudantes 
de graduação potencialmente mais promissores na pesquisa científica. É a 
possibilidade de colocar o aluno desde cedo em contato direto com a 
atividade científica e engajá-lo na pesquisa. Nesta perspectiva, a iniciação 
19 
científica caracteriza-se como instrumento de apoio teórico e metodológico 
à realização de um projeto de pesquisa e constitui um canal adequado de 
auxílio para a formação de uma nova mentalidade no aluno. Em síntese, a 
iniciação científica pode ser definida como um instrumento de formação de 
recursos humanos qualificados. A iniciação científica é um dever da 
instituição e não uma atividade eventual ou esporádica. É isso que permite 
tratá-la separadamente da bolsa. 
 
Bastos et al. (2010, p.61) ressalta: 
É um dever de toda Instituição de nível superior oferecer esse programa de 
Iniciação Científica mesmo sem a veiculação de bolsa de iniciação 
científica, já que esta é apenas um incentivo individual que serve como 
estratégia de seleção para os melhores alunos e/ou projetos. Essa bolsa 
pode ser um atrativo, ajudando o bolsista a não desistir do projeto por 
problemas financeiros, garantindo sua participação em todo o processo de 
pesquisa. O bolsista deve receber orientação por pesquisador qualificado de 
modo que a aprendizagem de técnicas e métodos, bem como o 
desenvolvimento do pensar científico, seja decorrente de situações criadas 
pelo confronto direto com os problemas da pesquisa. 
A iniciação científica também tem como objetivos estimular pesquisadores a 
encorajarem os estudantes de graduação a se engajarem em pesquisas 
científicas, recebendo orientação de Instituições sérias e comprometidas 
com o desenvolvimento técnico-científico do país, estimulando sempre o 
ingresso de novos pesquisadores. 
 
A IC tem um papel fundamental na vida do estudante ajudando-o a descobrir 
e desenvolver as suas aptidões, influenciando no desenvolvimento crítico, ético e 
cultural, e também o prepara para enfrentar com segurança e qualidade o mercado 
de trabalho. Oliveira (2017) ressalta que a IC deve ser encarada como uma 
obrigação, um dever da academia, como um compromisso com o estudante, futuro 
profissional, empregador, empregado ou autônomo, portanto, um compromisso com 
a comunidade. 
Para que um aluno possa participar do processo de seleção a Iniciação 
científica, ele deve estarregularmente matriculado em curso de graduação, 
apresentar um excelente rendimento acadêmico, dedicar-se às atividades propostas 
na pesquisa, ter cursado pelo menos o primeiro período da graduação e não estar 
no último período do curso, não possuir vínculo empregatício, pois atrapalharia a 
dedicação ao projeto, e ter de preferência alguma experiência na área da pesquisa a 
ser realizada (BASTOS et al., 2010). 
 
 
 
20 
2.2.1 – Os impactos para o estudante 
 
A IC engrandece o estudante, aproximando-o ainda mais do âmbito 
acadêmico e da pesquisa. Esta aproximação aprimora suas habilidades, revela ao 
aluno informações ocultas na teoria que sobressaem somente com a praticidade e 
experimentação. Como consequência deste incremento de conhecimento o 
estudante estará mais preparado para se submeter aos passos seguintes à 
graduação, como especializações, mestrados, doutorados, e, principalmente, a vida 
profissional (OLIVEIRA, 2017). 
 Ao fazer parte de um projeto de IC, o estudante pode conhecer mais afundo 
uma determinada linha de estudo, fazendo com que ele possa escolher com maior 
segurança a área em que desejará seguir profissionalmente. Segundo Oliveira 
(2017), ao experimentar áreas e linhas de pesquisa, o estudante está refinando e 
justificando suas vocações, suas aptidões e preferências, podendo então tomar 
decisões de maneira mais segura e coerente. 
 A IC ainda proporciona aos estudantes a diminuição do tempo de realização 
do mestrado. O tempo para ingressar em uma pós-graduação, para estudantes que 
participaram de IC é bem menor do que o tempo que demanda o início de um 
mestrado para aqueles que não realizaram nenhum tipo de projeto. Ao participar de 
um projeto de IC, o estudante se prepara bem melhor para as avaliações 
decorrentes de seu curso, ampliando seus horizontes e modo de reflexão. 
 Oliveira (2017) ainda observa que estes estudantes desenvolvem um senso 
crítico profissional sobre suas vidas, a depender do projeto desenvolvem uma 
conscientização humanitária, em fim tornam-se agentes de melhorias da 
comunidade. Percebe-se também que é reforçado um sentimento de afinidade com 
a universidade. 
 
2.2.2 – Os impactos para a universidade 
 
Para Oliveira (2017): 
Uma universidade deve ter um forte relacionamento com o meio em que 
está inserida. O próprio conceito original de Academia justifica este 
relacionamento com a comunidade. O contexto econômico e sociocultural 
implica diretamente no funcionamento da Universidade e sua política de 
formação acadêmica implica diretamente na composição do contexto em 
que está inserida. Comunidade e Universidade convivem em um sistema de 
21 
troca, onde a Universidade dependente da comunidade agrega valores 
intelectuais à mesma, contribuindo para evoluções em todos os aspectos. 
Apenas para citar alguns fatores: A partir da educação a universidade 
impulsiona aspectos como o emprego, saúde e segurança. 
Os benefícios citados, como identificar vocações de cada estudante 
participante da IC, permitir a aproximação ao meio científico e oferecer um 
melhor preparo para as etapas posteriores, se aplicam diretamente aos 
estudantes e são refletidos para a comunidade e para a própria 
universidade. Ressalta-se que a IC proporciona um sentimento de fidelidade 
entre o aluno e a universidade, podendo desencadear posteriormente um 
sentimento de orgulho da comunidade para a universidade. 
 
A universidade, ao oferecer projetos de IC aos seus estudantes, cria um 
vínculo entre a graduação e a pós-graduação, os qualificados e os inseridos no 
ambiente científico. Segundo Oliveira (2017), Através de atividades deste tipo a 
universidade é divulgada, seu domínio de atividades transpõe os limites físicos da 
instituição e se perpetua através da transitividade do conhecimento oferecido. 
 Oliveira (2017) ainda apresenta os objetivos específicos para a universidade 
constantes no Manual do usuário do PIBIC (Baseado na resolução Normativa 
019/2011): 
- Contribuir para a sistematização e institucionalização da pesquisa; 
- Incentivar à formulação de uma política de pesquisa para a iniciação 
científica; 
- Possibilitar uma maior articulação entre a graduação e a pós-graduação; 
- Qualificar os melhores alunos para os programas de pós-graduação; 
- Introduzir e/ou disseminar a pesquisa na graduação; 
- Colaborar no fortalecimento de áreas ainda emergentes na pesquisa; 
- Propiciar condições institucionais para o atendimento aos projetos de 
pesquisa de grupos de pesquisa cadastrados no Diretório dos Grupos de Pesquisa 
do CNPq; 
- Fortalecer a prática da avaliação interna e externa nas atividades de 
iniciação científica, contribuindo para sua extensão a outras esferas da universidade; 
- Tornar a instituição mais agressiva e competitiva na construção do saber; 
- Fomentar a interação interinstitucional no âmbito do Programa; 
- Contribuir para as instituições universitárias cumprirem sua missão de 
pesquisa. 
 
 
22 
2.2.3 – Os impactos para a sociedade 
 
Todo país que aspire alcançar status de relevo no concerto das nações, 
necessita de desenvolver a própria pesquisa científica (FORATTINI, 1999). 
Apesar de o Brasil possuir um conjunto expressivo de cientistas de bom nível 
e de injetar recursos relativamente vultosos, levando em conta sua realidade social, 
no financiamento à pesquisa, a ciência e a mentalidade científica ainda não estão 
incorporadas de maneira plena em nossa sociedade (VERCESI et al., 2002). 
Segundo Forattini (1999, p. 02): 
Os pesquisadores, tem o dever de se comunicarem com a sociedade à qual 
pertencem. E de maneira ampla e não apenas restrita ao que concerne o 
conteúdo e a utilização, boa ou má, das suas descobertas científicas. 
Principalmente, quanto ao significado destas em relação ao solucionamento 
dos problemas que a afetam. Há de se estimular e amparar, não apenas a 
pesquisa em si, mas também os meios de divulgação. 
 
De acordo com Vercesi et al. (2002, p. 04): 
O desafio principal que o Brasil enfrenta parece ser o estabelecimento de 
um sólido sistema de educação pública que permita incluir o país como um 
todo no desenvolvimento de uma ciência não dissociada dos grandes 
problemas nacionais. Para que isso aconteça, é preciso uma grande 
mobilização de toda a sociedade, pois a transformação exigida é essencial 
para que os recursos investidos na pesquisa possam, de fato, frutificar, 
tanto em relação à contribuição que a ciência que fazemos aqui dará para o 
avanço do conhecimento como em relação à melhoria da qualidade de vida 
de nossa população. 
 
A ideia de que a Ciência deve estar a serviço da sociedade não é nova e 
sempre orientou as práticas e as políticas de desenvolvimento científico e 
tecnológico dos países. Num cenário complexo, no qual nem sempre as 
perspectivas dos atores envolvidos são convergentes, um ponto de consenso nesta 
discussão é o de que atualmente não se dispõe de modelos que permitam monitorar 
e avaliar os benefícios da ciência para a sociedade, além dos avanços acadêmicos 
(SANTOS, 2017). 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
3 – MATERIAIS E MÉTODOS 
 
3.1 – CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA 
 
A classificação da metodologia utilizada para a realização do presente 
trabalho foi realizada segundo Miguel et al. (2012). 
O presente trabalho tem sua natureza aplicada, porque foi uma pesquisa 
sobre como os estudantes se envolvem com a pesquisa científica durante a 
graduação. 
 O método utilizado para realizar o trabalho foi o método do estudo de caso, 
analisando o comportamento dos estudantes do curso de Engenharia de Produção 
do Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unisal – Campus Lorena, perante 
a pesquisa científica e qual a importância dela durante a trajetória desses alunos na 
universidade. 
 A pesquisa realizada foi descritiva, que descreve as características de um 
fenômeno. Tendo uma abordagem combinada: qualitativa e quantitativa, aplicando-
seum questionário entre os estudantes do curso de Engenharia de Produção da 
Unisal – Campus Lorena/SP, entre os diversos períodos do curso. Analisando qual a 
importância da pesquisa científica para eles, observando também a participação 
desses alunos em projetos de iniciação cientifica e como essa participação 
influenciará na vida profissional deles. 
 
3.2 – DESCRIÇÃO 
 
 A pesquisa constituiu de duas etapas: 
 - 1ª Etapa: foi realizada a revisão de literatura utilizando-se as bases 
acadêmicas como o Google Acadêmico e Scielo, usando as palavras chaves: 
pesquisa científica, pesquisas na graduação, iniciação científica, jovem pesquisador 
e importância da pesquisa. Foram utilizados também livros, buscando compreender 
melhor qual a importância de se envolver e realizar pesquisas científicas durante a 
graduação e como esse envolvimento pode auxiliar a vida profissional do estudante. 
 - 2ª Etapa: foi realizada após a revisão de literatura. Nessa etapa foi realizada 
uma pesquisa de campo com os alunos do curso de Engenharia de Produção da 
Unisal – Campus Lorena/SP, buscando conhecer como os estudantes estão 
24 
envolvidos com o mundo das pesquisas científicas, se eles acham que se envolver 
com essas pesquisas por meio dos projetos de iniciação científica (IC) poderá ajudá-
los na vida profissional. Com o desenvolvimento da pesquisa de campo, foi 
levantado os pontos mais críticos apontados pelos estudantes, como: dificuldades 
para ingressarem nos projetos, apoio de professores e da própria universidade, 
entre outros. 
O fluxograma, apresentado na Figura 1, exemplifica todas as etapas 
elaboradas para a realização deste trabalho. 
 
Figura 1: Fluxograma das etapas para a realização do trabalho. 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
3.3 – QUESTIONÁRIO 
 
O primeiro questionário (Tabela 1) foi elaborado a partir da leitura dos estudos 
existentes na literatura, onde se percebeu os pontos mais críticos de todos os 
trabalhos sobre o assunto em questão. As perguntas foram criadas com o intuito de 
entender melhor como os alunos veem os projetos de iniciação científica em suas 
vidas e quais os impactos a participação na IC pode trazer para a vida profissional. 
25 
Foi elaborado um pré-teste para verificar se as perguntas elaboradas 
precisariam passar por modificações. O pré-teste foi aplicado em 20 alunos do 10º 
período de Engenharia de Produção, da Unisal – Lorena/SP, todos responderam 
que as perguntas não deixavam dúvidas e que foram elaboradas de forma clara e 
objetiva. 
Antes de responderem ao questionário, foi entregue aos alunos o “Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido” (Anexo A) informando sobre a finalidade da 
pesquisa. 
Para a realização da pesquisa de campo, foi aplicado o seguinte questionário, 
conforme mostra a Tabela 1, com os estudantes de graduação de Engenharia de 
Produção da Unisal – Campus Lorena/SP. 
 
 Tabela 1: Questionário 1 sobre pesquisa científica. 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
O questionário foi aplicado de forma online. Ele foi criado a partir da 
plataforma de questionário do Google e enviado a coordenação do curso de 
Engenharia de Produção para que o link do questionário fosse enviado, via e-mail, 
para todos os estudantes do curso respondessem. 
( ) Não encontro nenhuma dificuldade
( ) Não. Dúvida: __________________________________
Nome do aluno:
Questionário sobre Pesquisa Científica
 Perguntas
( ) Não
( ) Não terá nenhuma importância para a minha vida profissional
( ) 5 a 10
( ) 1 a 5
8 - Você acha que faltou alguma pergunta? Em caso afirmativo, dê uma sugestão de pergunta.
Período:
Curso:
( ) Estudo realizado somente por professores e alunos nas universidades.
( ) Acima de 10
1 - O que é pesquisa científica para você?
( ) É um conjunto de ações que visam a descoberta de novos conhecimentos em uma determinada área.
( ) É fruto de um trabalho realizado pelo pesquisador, devendo obedecer a padrões previamente estabelecidos.
( ) Não sei responder
2 - Quantos artigos científicos você lê por período?
( ) Nenhum
3 - Há projetos de iniciação científica na Universidade? Se sim, você participa ou já participou de algum?
( ) Sim. Participo (ei) do projeto__________________________________
( ) Não tenho conhecido
( ) Há poucos grupos de estudos que realizam IC
( ) Não há incentivo dos professores
( ) Falta de infraestrutura adequada para realização dos projetos
( ) Sim
7 - O questionário ficou claro? Em caso negativo, qual dúvida surgiu?
( ) Sim
( ) Não
( ) Sim. Sugestão: _______________________________________
4 - A Universidade dá apoio e incentivo para que os alunos de graduação participem de projetos de pesquisas científicas?
5 - Qual a importância da pesquisa científica para a sua vida profissional? 
( ) Conseguirei uma boa posição no mercado de trabalho
( ) Poderei ingressar em programas de mestrado e doutorado
( ) Me ajudará a ter um senso mais crítico e analítico ao exercer meu trabalho
6 - Quais as dificuldades que você encontra em sua Universidade para a realização de projetos de iniciação científica (IC)?
26 
Foi calculado o número de amostra mínima da população, para verificar se o 
resultado encontrado foi representativo ou não. Para o cálculo amostral foi utilizada 
a Equação (SANTOS, 2017): 
 n = 
N.Z2.p.(1−p)
Z2.p.(1−p)+ e2.(n−1)
 (1) 
 
Onde: 
n - amostra calculada; 
N – população (N=330); 
Z - variável normal padronizada associada ao nível de confiança (Z=90%); 
p - verdadeira probabilidade do evento; 
e - erro amostral (e=10%). 
Esse cálculo foi realizado por meio de uma calculadora online, desenvolvida 
por Santos (2017), apresentando resultado significativo para a pesquisa realizada 
com os alunos. 
Houve a aplicação de um segundo questionário (Apêndice A), que foi 
elaborado a partir dos trabalhos de Costa (2006) e de Resende et al. (2013). 
Um pré-teste do questionário foi realizado com uma amostra menor (com 5 
pessoas da Engenharia de Produção) para detectar e corrigir eventuais falhas. 
Antes de responder o questionário, o aluno deveria aceitar o “Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido” (Anexo A). 
O questionário foi semiestruturado com questões abertas e fechadas, sendo 
respondido de maneira online pela plataforma de questionário do Google, como 
também, entrevistas feitas, principalmente, com alunos que já participaram ou 
participam de iniciação científica para poder ter uma ideia mais ampla dos motivos 
do interesse dos alunos a entrarem no Programa de Iniciação Científica. 
Para analisar os dados, as respostas dos dois questionários foram tabuladas 
no Microsoft Excel, criando gráficos e tabelas. 
Utilizou-se a análise univariada, que para cada uma das variáveis 
individualmente encontraram-se as distribuições de frequência, para conhecer 
comportamento dessa variável, método indicado por Costa (2006). 
Utilizou-se também a correção de Person e valor-p para identificar 
correlações significativas com variável participar de Iniciação Científica. Esses testes 
estatísticos foram feitos no MiniTab, versão 18. 
27 
4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
O curso de Engenharia de Produção da Unisal – Lorena / SP possui ao todo 
330 alunos. Desse total, 102 alunos responderam ao questionário sendo que 40% 
estão em seu último período de graduação (10º período), 20% estão cursando o 6º 
período, 16% cursando o 8º e também a mesma porcentagem está cursando o 2º e 
8% cursam o 4º período, conforme o Figura 2. 
 
Figura 2. Alunos participantes, por período, do curso de Engenharia de 
Produção da Unisal – Lorena /SP. 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Ao serem questionados sobre o que era pesquisa científica para eles, 72% 
responderam ser um conjunto de ações que visam a descoberta de novos 
conhecimentos em uma determinada área. 20% responderam ser fruto de umtrabalho realizado pelo pesquisador, devendo obedecer a padrões previamente 
estabelecidos. 4% disseram que é um estudo realizado somente por professores e 
alunos nas universidades e 4% não souberam responder, de acordo com o Figura 3. 
 
 
 
 
 
7%
13%
20%
27%
33% 2
4
6
8
10
Período:
28 
Figura 3. Pergunta 1: O que é pesquisa científica? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Em relação a leitura de artigos durante um semestre, conforme a Figura 4, 
56% responderam que leem de 1 a 5 artigos; 28% disseram que não leem nenhum 
artigo; 8% responderam ler de 5 a 10 artigos e 8% responderam que leem acima de 
10 artigos por semestre. 
 
Figura 4. Pergunta 2: Quantos artigos você lê por período? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Os alunos também foram questionados se haviam projetos de iniciação 
científica na Universidade (Figura 5), 16% disseram que não tinham conhecimento e 
84% disseram que sim, que existem projetos de IC na IES. 
29 
Figura 5. Pergunta 3a: Há projetos de iniciação científica na universidade? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Desses 84% que responderam sim, apenas 20% responderam já ter 
participado de algum projeto de IC (Figura 6). 
 
 
Figura 6. Pergunta 3b: Se sim, você participa ou já participou de algum? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Os alunos também foram questionados se a IES apoia e incentiva os alunos 
de graduação a participem de projetos de pesquisas científicas, 80% responderam 
que sim, que há esse apoio e incentivo por parte da IES, conforme se observa no 
Figura 7. 
16%
84%
Não tenho
conhecimento
Sim
20%
80%
Sim
Não
30 
Figura 7. Pergunta 4: A Universidade dá apoio e incentivo para os alunos de 
graduação participarem de projetos de iniciação científica? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
Ao serem questionados sobre a importância da pesquisa científica para a vida 
profissional deles (Figura 8), 32% responderam que a pesquisa científica ajudaria a 
conseguir uma boa posição no mercado de trabalho; 32% disseram que a pesquisa 
científica ajudaria a ter um senso mais crítico e analítico ao exercer meu trabalho; 
24% responderam que ajudaria a ingressar em programas de mestrado e doutorado 
e 12% disseram que a pesquisa científica não terá nenhuma importância para a 
minha vida profissional. 
 
Figura 8. Pergunta 5: Qual a importância da pesquisa científica na sua vida 
profissional? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
80%
20%
Sim
Não
32%
24%
32%
12%
Boa posição no mercado de
trabalho
Ingresso em programas de
mestrado e doutorado
Melhorar o senso crítico e
analítico
Não terá nenhuma
importância
31 
Mesmo a IES apoiando e incentivando os projetos de IC, os alunos foram 
questionados sobre quais as dificuldades que eles encontram na IES para a 
realização dos projetos (Figura 9) e 52% responderam que a maior dificuldade 
encontrada é que há poucos grupos de estudos que realizam IC; 16% responderam 
que falta infraestrutura adequada para realização dos projetos; também 16% 
responderam que não há incentivo por parte dos professores e 16% responderam 
não encontrar nenhuma dificuldade. 
 
Figura 9. Pergunta 6: Quais as dificuldades que você encontra em sua 
Universidade para a realização de projetos de IC? 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Por meio dos resultados encontrados com a aplicação do questionário, 
percebe-se que, mesmo a maioria dos alunos sabendo o que significa pesquisa 
científica e qual a sua finalidade, poucos são os alunos que participam ou já 
participaram de projetos de iniciação científica durante a graduação. 
Pode-se perceber também que a leitura de artigos científicos por parte da 
maioria ainda é considerada pequena. Os professores também fazem parte do 
processo de incentivo para que cada vez mais os alunos se interessem pelo mundo 
das pesquisas, pois é a partir desses pequenos incentivos, que os alunos começam 
a despertar a curiosidade para esse mundo. 
Percebe-se também que há poucos grupos de estudos de iniciação científica, 
o que torna o acesso as pesquisas científicas mais restrito dentro da Universidade. 
16%
16%
52%
16%
Falta de infraestrutura
Não há incentivo dos
professores
Há poucos grupos de estudos
Nenhuma dificuldade
32 
Cabe a IES, juntamente com seu corpo docente e alunos, buscar soluções para 
ampliar e divulgar cada vez mais a importância das pesquisas científicas. 
A iniciação científica tem um papel fundamental na vida do estudante, pois 
auxilia nas descobertas e desenvolvimentos de suas aptidões, influenciando no 
desenvolvimento crítico, ético e cultural, e também o prepara para enfrentar com 
segurança e qualidade o mercado de trabalho. A maioria dos entrevistados tem essa 
consciência, de que a pesquisa científica pode auxiliar e ajudar a conquistar uma 
posição na carreira profissional. 
Sabendo que na correlação de Pearson valores de 0 a 0,3 indica correlação 
desprezível; 0,3 a 0,5, correlação fraca; 0,5 a 0,7, correlação moderada; 0,7 a 0,9, 
correlação forte; maior que 0,9, correlação muito forte (WIETHAN; MOTA; MORAES, 
2016). Para o valor-p, valores significativos são valores inferiores a 0,05. 
Houve correlação significativa (Tabela 2), somente, a participação em 
Programas de Pesquisa com a leitura de artigos, sendo que a participação nos 
Programas de Iniciação Científica favoreceu a leitura de artigos, porém, é uma 
correlação fraca. Provavelmente, pois outros fatores também levam aos alunos 
lerem mais artigos como fazer o Trabalho de Conclusão de Cursos, os trabalhos de 
disciplinas como a disciplina Metodologia da Pesquisa. 
 
Tabela 2: Correlação das variáveis do primeiro questionário 
 
Participa/ participou de 
Iniciação Científica 
Período do 
curso 
Leitura de 
Artigos 
Período do curso 
-0.159 
 
0.369 
 
Leitura de Artigos 
0.416 -0.041 
 
0.014 0.817 
 
Conhecer o Programa de 
Iniciação Cientifica 
0.268 -0.246 0.086 
0.125 0.162 0.628 
Conteúdo da Célula; Correlação de Pearson; Valor-p. 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
Com relação ao cálculo amostral, para que o questionário fosse considerado 
representativo, seria necessário que ao menos 57 alunos respondessem ao 
questionário, conforme Figura 10. 
 
 
 
33 
Figura 10: Cálculo amostral da representatividade do questionário aplicado. 
 
 Fonte: adaptado - Santos (2017). 
 
 
Como 102 alunos responderam o primeiro questionário, pode-se considerar 
que o questionário foi confiável. 
O segundo questionário (Apêndice A), foi respondido por 58 pessoas de todos 
os anos de Engenharia de Produção, sendo que 12 (doze) alunos já participaram de 
iniciação científica. 
O perfil dos alunos da Engenharia de Produção foi: idade média de 24 anos, 
sendo 56 % do sexo feminino e 44 % do sexo masculino. 
A maioria dos alunos (72%) cursou o Ensino Médio em Escola Pública, como 
também a maioria (85%) cursou o Ensino Regular, apenas 15 % fez curso técnico. 
Em relação a trabalhar e fazer estágio, 64 % trabalha e 28 % faz estágio. 
Em relação ao gosto pela leitura, 76 % dos alunos afirmaram que gosta de ler, 
porém, a maioria (32 %) lê, somente, de 1 (um) a 3 livros por ano (Figura 11). De 
acordo com Castro (2006), o hábito de leitura ajuda no desenvolvimento da 
pesquisa. 
 
 
34 
Figura 11: Número de livros lidos pelos alunos de Eng. Produção por ano 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Os alunos consideram importante a pesquisa para formação acadêmica, 
sendo a maioria gostaria de participar (sendo apenas 2% não gostaria). Eles 
acreditam que o programa de Iniciação Científica permite agregar, aumentar, 
desenvolver conhecimentos, como também, pode abrir oportunidades. Para 
exemplificar, um aluno respondeu sobre a participação em Pesquisa Científica: 
“Permite a especialização a partir da pesquisa, agrega conhecimento e permite 
alcançar umpensamento analítico”. 
A pesquisa apontou o que motiva o aluno fazer Iniciação Científica (Figura 12) 
é o desenvolvimento do projeto (42%). 
 
Figura 12: Motivo pelo Interesse nos Programas de Iniciação Científica 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
35 
Porém, o maior desinteresse pelos Programas de Pesquisa (Figura 13) é a 
falta de tempo. 
 
Figura 13: Motivo pelo desinteresse nos Programas de Iniciação Científica 
 
 Fonte: elaborado pela autora. 
 
Além disso, verificou-se que há um desinteresse dos alunos, mas também 
pelos os orientadores (professores), que não estão estimulados a orientar os alunos 
nos trabalhos de Iniciação Científica. 
 
Tabela 3: Correlação das variáveis do segundo questionário 
 Iniciação Científica Gostar de ler Estágio 
Gostar de Ler -0.146 
0.496 
Estágio 0.435 0.059 
0.034 0.783 
Disciplina Metodologia da Pesquisa 0.296 0.073 -0.000 
0.161 0.736 1.000 
Participar de Evento Científico 0.007 0.146 0.338 
0.974 0.496 0.106 
Futuro – Fazer Especiação/Mestrado -0.105 0.215 -0.081 
0.624 0.312 0.707 
Conteúdo da Célula; Correlação de Pearson;Valor-p. 
Fonte: elaborado pela autora. 
 
A correlação das varáveis do segundo questionário (Tabela 3) mostra uma 
correlação significativa (valor-p=0,034, <0,005) entre aos alunos que já 
participaram/participam de iniciação científica e realização de estágio. Isso acontece 
por causa do aprendizado de novas ferramentas, aprofundamento na área, aumento 
da criatividade, ajuda no desenvolvimento de uma análise crítica na iniciação 
científica, que pode abrir portas do estágio. Porém, essa correlação é fraca (0,425, 
36 
valor entre 0,3 e 0,5), pois há outros fatores que favorece arrumar um estágio como 
o domínio da língua inglesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Ao analisar o questionário como um todo, percebe-se que os alunos possuem 
interesses em realizar projetos de pesquisas científicas como forma de ampliarem 
seus conhecimentos, seu senso crítico e, até mesmo descubram suas aptidões e 
consigam, assim, uma melhor posição no mercado de trabalho. 
Para despertar ainda mais esse interesse dos alunos, cabe aos professores e 
também a Universidade como um todo, organizar programas para apresentar o 
mundo das pesquisas científicas para seus alunos. Mostrando para eles as 
vantagens e possibilidades que as pesquisas científicas podem trazer para a vida 
acadêmica deles. 
A IES também deve incentivar a criação de mais grupos de estudos de 
iniciação científica, buscando envolver cada vez mais os alunos nesses projetos; 
seja através de programas de bolsas de incentivos, seja por meio de palestras 
motivacionais. Cabe a IES e a seu corpo docente, mostrar para os alunos o quanto 
as pesquisas científicas trazem benefícios paras as suas vidas: conquistar uma 
posição de destaque na carreira profissional; auxiliar no ingresso a programas de 
mestrado e doutorado; entre outros. 
O presente trabalho não tem a finalidade de encerrar o assunto, mas abre um 
caminho para que novas discussões e estudos venham a surgir, permitindo que as 
práticas das pesquisas científicas sejam levadas cada vez mais para os alunos; 
fazendo com que os mesmos aprofundem seus conhecimentos nas mais diversas 
áreas específicas e tenham cada vez mais o senso crítico para se tornarem 
excelentes profissionais no mercado de trabalho. 
 
 
 
 
38 
REFERÊNCIAS 
 
AMARAL, R. do. As contribuições da pesquisa científica na formação acadêmica. 
Identidade Científica, Presidente Prudente-SP, v. 1, n. 1, p. 64-74, jan./jun. 2010. 
 
 
BASTOS, F.; MARTINS, F.; ALVES, M.; TERRA, M.; LEMOS, C. S. A importância da 
iniciação científica para os alunos de graduação em biomedicina. Revista 
Eletrônica Novo Enfoque, ano 2010, v. 11, n. 11, p. 61 – 66. Disponível em: < 
http://www.castelobranco.br/sistema/novoenfoque/files/11/artigos/08.pdf>. Acesso 
em: 26 jul. 2017. 
 
 
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http://observatorio.fiocruz.br/especiais/manifesto-de-leiden-sobre-metricas-de-pesquisa
http://observatorio.fiocruz.br/especiais/manifesto-de-leiden-sobre-metricas-de-pesquisa
41 
ANEX OS 
ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
Estamos realizando uma pesquisa com o objetivo de avaliar como os estudantes 
podem ser envolvidos no meio científico, por meio da iniciação científica e como 
estimular esse interesse. Para tanto, suas respostas são importantes e bem-vindas. 
Caso queira participar da pesquisa sob a responsabilidade de Ana Paula Rodrigues 
Silva do 5º ano de Engenharia de Produção do Centro Universitário Salesiano de 
São Paulo situado em Lorena, solicitamos que assine este termo de consentimento, 
estando ciente que: 
- Os procedimentos aplicados oferecem riscos mínimos à sua integridade 
moral, física, mental ou efeitos colaterais conhecidos e não é esperado que esse 
projeto venha a causar algum constrangimento; 
- Você será convidado (a) a Questionário sobre iniciação científica 
- A participação na pesquisa poderá ser interrompida a qualquer momento que 
você desejar; 
- Seus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos 
por meio da pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho 
acima exposto, cujos dados poderão ser publicados em periódicos científicos; 
- Você poderá entrar em contato com o responsável pelo estudo – Ana Paula 
Rodrigues Silva – sempre que julgar necessário, pelo email: 
a.paularodriguessilva@gmail.com. 
- Você concorda ter recebido todas as informações necessárias para poder 
decidir conscientemente sobre sua participação nessa pesquisa; 
- Este termo de consentimento é feito em duas vias sendo que uma delas ficará 
em seu poder e a outra com o pesquisador responsável. 
Eu, ___________________________, RG, _____________dou o consentimento 
livre e esclarecido para participar desta pesquisa. 
 
___________________, ______ de _________________ de ___________. 
 
_____________________________________ 
Assinatura do Voluntário ou Responsável Legal 
 
42 
APÊNDICE 
 
Apêndice A: Questionário – Iniciação Científica 
Identificação 
1. Sexo: 
( ) Feminino 
( ) Masculino 
2. Idade 
Escolaridade 
3. Onde cursou a maior parte do ensino médio? 
Escola Particular 
Escola Pública 
4. Qual a sua formação no Ensino Médio (Antigo Segundo Grau) ? 
Regular 
Técnico 
5. Estuda na UNISAL? 
Sim 
Não 
6. Qual curso? 
Engenharia de Produção 
Outro 
7. Se for outro, especifique 
8. Qual período? 
1 
2 
3 
4 
5 
6 
7 
8 
9 
10 
Outro
 
9. Já fez outro curso superior? 
Sim 
Não 
10. Se SIM, qual? 
43 
 
LEITURAS E CONHECIMENTOS GERAIS 
 
11. Gosta de ler? 
Não 
Sim 
12. Quantos livros (em média) você lê por ano? 
Nenhum 
De 1 a 3 
De 4 a 6 
De 7 a 8 
De 9 a 10 
Mais de 10 
13. Quantos artigos científicos você lê por ano? 
Nenhum 
De 1 a 5 
De 6 a 10 
Acima de 10 
 
ATUAÇÃO PROFISSIONAL 
14. Trabalha? 
Sim 
Não 
15. Faz estágio? 
Sim 
Não 
 
PERFIL DO ALUNO 
16. Está fazendo ou já fez o Trabalho de Conclusão de Curso? 
Sim 
Não 
17. Já fez a disciplina de Metodologia de Pesquisa? 
Sim 
Não 
44 
18. Participa ou já participou INICIAÇÃO CIENTÍFICA? 
Sim 
Não 
19. Você acredita que a pesquisa científica é importante para a sua 
formação? 
Sim 
Não 
20. Se você não participa dos programas de pesquisa, gostaria de 
participar? 
Sim 
Não 
21. Por quê? 
22. Se já participou de iniciação científica, qual período começou a 
participar? 
23. Em sua opinião, o que o motivaria a participar dos programas de 
pesquisa? 
Valor da Bolsa 
Desenvolvimento de um trabalho de pesquisa 
Oportunidade de publicação 
Interesse pelo tema de pesquisa 
Outro 
24. Se for OUTRO, especifique: 
25. Em sua opinião, o que o levaria a não participar dos programas de 
pesquisa? 
Valor da Bolsa 
Desenvolvimento de um trabalho de pesquisa 
Oportunidade de publicação 
Falta de tempo 
Falta de interesse 
Burocracia 
Concorrência 
Outro 
26. Recebe ou já recebeu bolsa de iniciação científica? 
Sim 
45 
Não 
27. Já participou de algum evento científico? Congresso? Seminário? 
Sim 
Não 
28. Se sim, você apresentou algum trabalho nesses eventos científicos? 
Sim 
Não 
29. Qual a sua pretensão após o término da graduação? 
Pretende apenas concluir a graduação 
Mestrado 
Especialização

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