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artigo o último voo do flamingo (1)

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Tema Central: Diferenças e semelhanças entre o português brasileiro e o português africano.
Fernanda de Sousa Rodrigues*
Flaviane Viana Sousa**
Francisco Salvador Alves Bezerra***
Título: Análise morfológica, e semântica e sintática do livro de Mia Couto “O último voo do flamingo”: em foco, a estrutura, sentido e a ordem da escrita do português europeu para o português brasileiro
Resumo: O presente artigo trata-se de uma análise gramatical e sintática da estrutura linguística das palavras expressas no livro “O último voo do flamingo”. Sabendo que, a mesma é um romance que trás em sua essência fatos verídicos da realidade de Moçambique com um toque fictício e fantasioso, criados pelo autor Mia Couto, para representar a cultura do povo através de alguns personagens fantásticos de forma divertida e sarcástica a criação. Com base no dialeto de Moçambique em comparação com o Português brasileiro, nesta análise foram reescrita algumas frases e palavras para ser esmiuçado de acordo com os critérios avaliativos, no caso, morfológico, sintático e semântico. Deste modo também fazer comparações entre ambas as Línguas de forma clara e objetiva, embasados em citações de alguns estudiosos da área de gramática e semântica. 
Palavras-Chave: Análise; Gramática; Morfologia; semântica. 
A priori o “Último voo do flamingo” é uma das obras de grande prestígio de Antônio Emílio Leite Couto, mais conhecido pelo seu pseudônimo Mia Couto, o mesmo é autoridade no campo jornalístico é biólogo, escritor e poeta. Natural de Moçambique, cidade da Beira na África, nasceu no dia 05 de julho de 1955, aos 14 anos já havia publicado seus primeiros poemas no jornal de notícias da Beira. Para estudar medicina se mudou para capital Lourenço Marques em 1971, hoje atualmente Maputo, mais o mesmo não concluiu o curso.
Por conseguinte o quarto romance de Mia Couto “O último voo do flamingo” foi publicado em 2000, período esse em que se comemoravam em Moçambique os 25 anos de emancipação. A obra conta com 225 páginas,organizado em vinte e um (21) capítulos. São eles: Um sexo avultado e avulso; A missão de inquérito; Uma mulher escamosa; Apresentação do falador da estória; A explicação de temporina; Primeiro escrito do administrador; Uns pós na bebida (fala de Deusqueira); A ventoinha fálica; O desmaio; Os primeiros rebentamentos; O primeiro culpado; O pai sonhando frente ao rio parado, etc.
É necessário enfatizar que a então obra dá-se no período pós-guerra onde Moçambique já tinha sofrido horrendos desgastes pela falta de autoridades competentes, como também da luta pela independência gerando assim períodos de grandes guerras. Desta forma a sociedade encontrava-se debaixo de um grande abismo mesmo após guerras vencidas, pelo fato de Moçambique não ter estruturas financeiras cabíveis, e nem um bom desenvolvimento na educação, na saúde e demais áreas da sociedade.
“Então é nesse cenário caótico, mais também de restruturação, que o autor Mia Couto trata de forma irônica na obra as mazelas impostas a sociedade, na chamada cidade fictícia “Tizangara” onde literalmente algumas pessoas se explodem como”estrangeiros e moçambicanos”representando os conflitos políticos e socioeconômicos e desgosto do povo de Moçambique, ou seja, repudiando toda e qualquer imposição de domínio. Também percebe-se que a população de “Tizangara”procuravam respostas para tanto caos em meio aos mitos e as lendas culturais existentes. 
Assim sendo, a linguagem utilizada no enredo poderia ser diferente, carregada de características do português Moçambicano (PM) que em partes se assemelham e em outras se diferem do português brasileiro (PB). Todavia é cabível salientar que serão analisados na obra, os aspectos morfológicos, sintáticos e semânticos.
Aspectos morfológicos
Quando se fala em aspectos morfológicos é necessário primeiramente situa-se do que se trata a morfologia. Segundo Inez, Sautchuk:
As palavras existentes em qualquer língua são agrupadas em várias classes, conforme a semelhança de forma que apresentam paradigmaticamente, ou, para alguns autores, conforme o tipo de funções que podem desempenhar no eixo sintagmático ou, ainda, conforme o sentido que podem expressar. (p.15, 2010).
Sendo assim, pode-se analisar que no PB, usa-se bastante o verbo flexionado no gerúndio, por exemplo, “cantando”, “comendo”, “dormindo” já no caso do PM o usa-se o “a + infinitivo”, como nos fragmentos a seguir “a nidificar” (p. 29), “a afastar” (p. 77), “a falar” (p.85). E também deste modo usa-se afixos no emprego de algumas palavras do livro como “afluentemente”.
Ainda dentro da análise, observamos aspectos morfológicos em algumas palavras dentro da obra, usada pelo autor de forma a mostrar a predominância da conjugação dos verbos em diversas vezes, analisados separadamente. Desta forma a conjugação de verboscomo “estávamos”, “éramos” e “havíamos” que são flexionados no pretérito imperfeito entre outros.
Analisando sintaticamente
De certo que a sintaxe é de grande valia para a compreensão de um conteúdo seja ele oral ou verbal. Conforme Evanildo Bechara (2009, p. 54) sintaxe (estudo das combinações matérias ou funções sintáticas). É necessário fazer pesquisas para compreender algumas palavras que aparecem nos diálogos dos personagens fictícios
No que diz respeito à expressão sintática da linguagem da obra é notável levar em consideraçãoa colocação pronominal, no caso o pronome oblíquo átono evidenciado nos respectivos fragmentos “Eu lhe senti pena.” (p.105), “– Não sabe pisar. Não sabe andar neste chão. Venha aqui: lhe vou ensinar a caminhar.” (p. 68), “Eu lhe pedia explicação do nosso destino, ancorados em pobreza.” (p. 45).
É evidente que nos fragmentos citados acima acontece um fenômeno chamado próclise aondeo pronome vem antes do verbo, pouco utilizado no PB, apesar de fazer parte da gramática normativa, sendo que o Mia Couto utiliza de forma correta o emprego do pronome por fazer parte do PM.
Objeções a respeito da semântica
Semanticamente observa-se nas expressões linguísticas da obra, onde uma mesma palavra possui significação diferente, no caso, a palavra “fronha” retirada da obra que no caso o português moçambicano se trata de um termopejorativo que significa “cara”, rosto de alguém. Fazendo desta forma um paralelo dessa palavra que no português brasileiro tem sentido de uma capa para travesseiro.
Em suma, ficamevidente as mudanças e semelhanças da língua portuguesa que recebem influencia direta do meio social e da cultura do povo que têm essa língua como falante. Portanto a sociedade moçambicana possui a portuguesa como segunda língua, por isso se observa algumas mudanças no falar e na escrita. Diferente dos povos brasileiros que tem a mesma como língua principal, ou seja, língua materna. 
Em síntese é bom salientar que há grandes divergências, tanto na morfologia,sintaxe e semântica. É de grande valia conhecer essas variantes dalinguagemapresentada na obra, sendo assim mais fácil para compreensão do conteúdo, sem falar nos conhecimentos que são adquiridos e em torno da cultura da outros povos. Para tanto se exige estudos aprofundados sobre o contexto da historia de Moçambique.
REFERÊNCIAS
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. – 37. Edição, conforme o novo acordo ortográfico. Rio de Janeiro: Nova fronteira, 2009. 
SAUTCHUK, Inez .Prática de morfoxintaxe: como e porque aprender análise (morfo) sintática.2 edição. Barueri, São Paulo: Manole, 2010.
________________________________
*Graduanda em Letras pela Universidade da Região Tocantina do Sul do Maranhão-UEMASUL, Campus Açailândia, fernandasousar4@gmail.com.
** Graduanda em Letras pela Universidade da Região Tocantina do Sul do Maranhão-UEMASUL, Campus Açailândia, flavy92sousa@gmail.com.
*** Graduando em Letras pela Universidade da Região Tocantina do Sul do Maranhão-UEMASUL, Campus Açailândia, prsalvador91451414.
e grande valia p

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