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TCC Rafael Queiroz - Avaliação de perda de desempenho em sistema de vedação vertical com acabamento em pintura - Versão Final

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Prévia do material em texto

Faculdade de Tecnologia TecBrasil – Ftec 
Bacharelado em Engenharia Civil 
 
 
 
 
 
RAFAEL COSTA DE QUEIROZ 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA PERDA DE DESEMPENHO EM SISTEMA DE 
VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA COM ACABAMENTO EM PINTURA 
E DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO ALEGRE 
2018 
 
RAFAEL COSTA DE QUEIROZ
AVALIAÇÃO DA PERDA DE DESEMPENHO EM SISTEMA DE 
VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA COM ACABAMENTO EM PINTURA 
E DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS 
 
Este trabalho de conclusão de curso 
foi apresentado à Faculdade de 
Tecnologia TecBrasil - FTEC como 
exigência para obtenção do título de 
Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
 
Orientadora Dra. GISELLE REIS ANTUNES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porto Alegre 
2018 
 
RAFAEL COSTA DE QUEIROZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
Dedico este trabalho as pessoas que 
estiveram comigo durante toda minha 
jornada de formação, minha mãe, meu 
pai, meu padrasto e minha noiva 
Andressa. Amo vocês. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Meu imenso agradecimento à Professora Giselle Antunes, pelo incansável 
apoio e orientação prestados durante esse tempo. 
A minha noiva Andressa Diogo pelo apoio nos momentos bons e ruins e por 
sempre me apoiar nas minhas decisões, com muito amor sempre. 
Aos meus pais Jefferson e Lenise por sempre estarem me apoiando e me 
incentivando, pela força e dedicação de uma vida toda. 
Ao meu padrasto Denys um imenso agradecimento por ter me 
proporcionado a possibilidade de fazer uma faculdade, meu muito obrigado. 
Aos meus amigos e demais familiares que me apoiaram e tiveram todo esse 
tempo do meu lado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DA PERDA DE DESEMPENHO EM PINTURAS 
DE FACHADAS E DIAGNÓSTICO DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS 
RAFAEL COSTA DE QUEIROZ 
Autor 
 
Dra. GISELLE REIS ANTUNES 
Orientadora 
Resumo: A fachada de uma edificação é o cartão de apresentação da 
mesma, e cada aspecto é observado e avaliado pelos usuários e transeuntes do 
local onde a edificação está inserida. Neste sentido, a execução da fachada deve 
ser orientada por um projeto específico e realizada por profissionais qualificados, 
utilizando materiais determinados em projetos, para que anomalias tenham sua 
ocorrência minimizada, embora estas possam ter sua origem também associada à 
degradação pelo envelhecimento natural da edificação, quanto por ausência de 
manutenção ou ainda por problemas mais graves no sistema construtivo decorrente 
da má execução. Em edificações que apresentam acabamento em pintura, este 
sistema tem grande relevância e apresenta além da função decorativa a função 
protetiva. Neste contexto, o presente estudo se propõe a analisar a ocorrência das 
principais anomalias encontradas nas fachadas de quatro edificações da região de 
Porto Alegre, denominadas neste estudo por A, B, C e D, adotando-se fichas de 
identificação de danos (FID) com mapeamento de danos, observando-se as 
prováveis causas, localização e a gravidade dos danos. Os resultados foram 
compilados em gráficos do tipo “pizza” para registro da incidência das anomalias 
identificadas em cada edificação, gráficos do tipo barra para identificar a incidência 
das manifestações por fachadas e mapas de incidência de danos por área de 
fachada. A partir desses se estabelecem recomendações de reparação dos danos 
encontrados. A manifestação mais recorrente entre os edifícios em estudo foram as 
manchas escurecidas. A fachada mais danificada para os edifícios A e C foi a 
fachada sul, com predominância de manchas escuras, em quanto que para os 
edifícios B e D foi a fachada oeste, sendo respectivamente fissuras e ação do 
homem os danos mais recorrentes. 
 
Palavras chave: Sistema de pintura, Diagnóstico, Manutenção, Anomalias.
AVALIAÇÃO DA PERDA DE DESEMPENHO EM PINTURAS 
DE FACHADAS E DIAGÓSTICO DAS PRINCIPAIS ANOMALIAS 
RAFAEL COSTA DE QUEIROZ 
Autor 
 
Dra. GISELLE REIS ANTUNES 
Orientadora 
Abstract: The building facade is the presentation card of it, and each aspect is 
observed and evaluated by the users and passers-by of the place where the building 
is inserted. In this sense, the execution of the facade must be guided by a specific 
project and carried out by qualified professionals, using materials determined in 
projects, so that anomalies have their occurrence minimized, although these may 
have their origin also associated to the degradation by the natural aging of the 
building, or due to lack of maintenance or even more serious problems in the 
construction system due to poor execution. In buildings that have a paint finish, this 
system has great relevance and presents, besides the decorative function, the 
protective function. In this context, the present study proposes to analyze the 
occurrence of the main anomalies found in the façades of four buildings in the Porto 
Alegre region, named in this study by A, B, C and D, with damage mapping, 
observing the probable causes, location and severity of damage. The results were 
compiled in pie charts to record the incidence of the anomalies identified in each 
building, bar graphs to identify the incidence manifestations by facades and maps of 
incidence of damages by facade area. From these recommendations are established 
to repair the damages found. The most recurrent manifestation among the buildings 
under study were dark spots. The most faulty façade for buildings A and C was the 
southern façade, with predominance of dark spots, while for buildings B and D was 
the west facade, being respectively fissures and man action the most recurrent 
damages. 
 
 
Key words: Painting system, Diagnosis, Maintenance, Anomalies. 
LISTA DE FIGURAS 
Figura 1 - Constituintes do sistema de pintura. ......................................................... 19 
Figura 2 - Constituintes básicos das tintas. ............................................................... 21 
Figura 3 - Minerais utilizados como fontes de pigmentos. ......................................... 22 
Figura 4 - Volume de PVC na composição de tinta. .................................................. 24 
Figura 5 – Pincéis. ..................................................................................................... 30 
Figura 6 - Rolo de lã de carneiro. .............................................................................. 30 
Figura 7 - Rolo de espuma. ....................................................................................... 31 
Figura 8 - Pistola de pintura. ..................................................................................... 31 
Figura 9 - Informações técnicas a serem apresentadas. ........................................... 36 
Figura 10 – Causas de deterioração ......................................................................... 38 
Figura 11 – Exemplos de canais contínuos e seus fluxos de água. .......................... 40 
Figura 12 - Eflorescência. ......................................................................................... 46 
Figura 13 – Manchas escuras ................................................................................... 47 
Figura 14 - Pichação ................................................................................................. 48 
Figura 15 - Enrugamento de pintura. ......................................................................... 49 
Figura 16 - Desagregamento de pintura. ................................................................... 49 
Figura 17 - Cratera na camada de tinta. .................................................................... 50 
Figura 18 - Empolamento na pintura. ........................................................................ 51 
Figura 19 - Calcinação. ............................................................................................. 51 
Figura 20 - Comparaçãovisual por fissurômetro. ...................................................... 52 
Figura 21 – Descascamento...................................................................................... 53 
Figura 22 – Desbotamento ........................................................................................ 54 
Figura 23 – Recuperação do desempenho mínimo. .................................................. 57 
Figura 24 – Aumento de custo com manutenção com o passar do tempo (Lei de 
Sitter). ........................................................................................................................ 58 
Figura 25 – Modelo de mapa de danos. .................................................................... 66 
Figura 26 – Representação esquemática das áreas das fachadas. .......................... 67 
Figura 27 – Mapeamento dos níveis de deterioração da fachada. ............................ 68 
Figura 28 – Representação esquemática das áreas das fachadas por Antunes ...... 69 
Figura 29 – Método de inspeção predial adotado por Tinoco. .................................. 70 
Figura 30 – Gráfico comparativo insolação total (horas e décimos) da cidade de 
Porto Alegre. ............................................................................................................. 72 
Figura 31 – Gráfico comparativo umidade relativa (%) da cidade de Porto Alegre. .. 73 
Figura 32 – Mapa de isopletas do Brasil. .................................................................. 73 
Figura 33 – Esquemático do método adotado para o presente trabalho ................... 74 
Figura 34 – Esquemático do método adotado para o presente trabalho ................... 77 
Figura 35 – Planta de situação edifício A .................................................................. 78 
Figura 36 – a) Fachada principal e b) fachada lateral do Edifício A .......................... 79 
Figura 37 – Orientações das fachadas edifício A ...................................................... 80 
Figura 38 – Manifestação patológica predominante no edifício A ............................. 81 
Figura 39 – Ocorrência das anomalias por localização de fachada do edifício A ..... 83 
Figura 40 – Planta de situação edifício B .................................................................. 84 
Figura 41 – a) Fachada principal e b) fachada lateral do Edifício B .......................... 85 
Figura 42 – Orientações das fachadas edifício B ...................................................... 86 
Figura 43 – Anomalias predominantes no edifício B ................................................. 88 
Figura 44 – Ocorrência das anomalias por localização de fachada do edifício B ..... 89 
9 
Figura 45 – Planta de situação edifício C .................................................................. 90 
Figura 46 – a) Fachada principal e b) fachada lateral do Edifício C .......................... 91 
Figura 47 – Orientações das fachadas edifício C ...................................................... 92 
Figura 48 – Anomalias predominantes no edifício C ................................................. 93 
Figura 49 – Ocorrência das anomalias por localização de fachada do edifício C ..... 94 
Figura 50 – Planta de situação edifício D .................................................................. 95 
Figura 51 – a) Fachada principal e b) fachada de fundos do Edifício D .................... 96 
Figura 52 – Orientações das fachadas edifício D ...................................................... 97 
Figura 53 – Anomalias predominantes no edifício D ................................................. 98 
Figura 54 – Ocorrência das anomalias por localização de fachada D. ...................... 99 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
LISTA DE QUADROS 
Quadro 1 - Idade da base referente a cada tipo de material. .................................... 32 
Quadro 2 - Agentes de degradação. ......................................................................... 39 
Quadro 3 – Ficha técnica da edificação .................................................................... 75 
Quadro 4 – Ficha de identificação de danos ............................................................. 76 
Quadro 5 – Ficha técnica edifício A ........................................................................... 79 
Quadro 6 – Ficha técnica edifício B ........................................................................... 85 
Quadro 7 – Ficha técnica do edifício C ..................................................................... 91 
Quadro 8 – Ficha técnica do edifício D ..................................................................... 96 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
LISTA DE GRÁFICOS 
Gráfico 1 – Ocorrências de anomalias ...................................................................... 76 
Gráfico 2 – Incidências das anomalias por fachadas ................................................ 78 
Gráfico 3 – Ocorrência das anomalias do edifício A .................................................. 80 
Gráfico 4 – Incidências das anomalias do edifício A por fachadas ............................ 84 
Gráfico 5 – Ocorrências das anomalias do edifício B ................................................ 86 
Gráfico 6 – Incidências das anomalias do edifício B por fachadas ............................ 90 
Gráfico 7 – Ocorrências das anomalias do edifício C ................................................ 92 
Gráfico 8 – Incidências das anomalias do edifício C por fachadas ........................... 95 
Gráfico 9 – Ocorrências das anomalias do edifício D ................................................ 97 
Gráfico 10 – Incidências das anomalias do edifício D por fachadas ....................... 100 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRAFATI: Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas 
ART: Anotação de Responsabilidade Técnica 
CAU: Conselho de Arquitetura e Urbanismo 
CETESB: Companhia Ambiental do Estado de São Paulo 
CREA: Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
FID: Ficha de Inspeção de Danos 
IBAPE: Instituto Brasileiro de Avaliação e Perícias de Engenharia 
INMET: Instituto Nacional de Meteorologia 
LTIP: Laudo Técnico de Inspeção Predial 
NBR: Norma Brasileira 
PVC: Pigment Volume Concentration 
RRT: Registro de Responsabilidade Técnica 
SMAMS: Secretaria do Meio Ambiente e da Sustentabilidade 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇãO ........................................................................................... 15 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA ............................................... 15 
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO .................................................................. 17 
1.3 OBJETIVOS ............................................................................................... 18 
1.3.1 Objetivo principal ................................................................................... 18 
1.3.2 Objetivos específicos ............................................................................. 18 
2 SISTEMA DE PINTURA ............................................................................ 19 
2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES ................................................................... 19 
2.2 CONSTITUINTES BÁSICOS DAS TINTAS ............................................... 20 
2.1.1 Pigmento ................................................................................................ 21 
2.1.2 Cargas ................................................................................................... 22 
2.1.3 Aditivos .................................................................................................. 22 
2.1.4 Resina (veículo fixo) .............................................................................. 23 
2.1.5 Solvente (volátil) ....................................................................................24 
2.2 TIPOS DE TINTAS .................................................................................... 25 
2.2.1 Tinta acrílica .......................................................................................... 25 
2.2.2 Tinta vinílica ........................................................................................... 25 
2.2.3 Tintas alquídicas .................................................................................... 25 
2.2.4 Tintas epóxi ........................................................................................... 26 
2.2.5 Tintas de poliuretano ............................................................................. 26 
2.2.6 Tintas à base de borracha clorada ........................................................ 26 
2.2.7 Tintas nitrocelulose ................................................................................ 27 
2.2.8 Tintas à base de silicone ....................................................................... 27 
2.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE PINTURAS ............................................ 27 
2.3.1 Identificação do substrato ...................................................................... 28 
2.3.2 Ferramentas de aplicação ..................................................................... 29 
2.4 ETAPAS DE EXECUÇÃO .......................................................................... 32 
2.4.1 Recebimento e estocagem .................................................................... 32 
2.4.2 Preparo do substrato (base) .................................................................. 32 
2.4.3 Preparo da tinta ..................................................................................... 33 
2.4.4 Aplicação: fundos, massas, tintas de acabamento ................................ 34 
3 PATOLOGIA E INSPEÇÃO DE SISTEMA DE PINTURA ......................... 35 
3.1 PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO ....................................... 35 
3.1.1 Relativas à aplicação ............................................................................. 35 
3.1.2 Relativas ao uso .................................................................................... 36 
3.2 AGENTES AGRESSIVOS ......................................................................... 37 
3.2.1 Agentes ambientais ou climáticos .......................................................... 40 
3.2.2 Agentes biológicos ................................................................................. 43 
3.3 PRINCIPAIS ANOMALIAS ......................................................................... 44 
3.3.1 Eflorescência ......................................................................................... 45 
3.3.2 Manchas escuras ................................................................................... 46 
3.3.3 Ação humana ......................................................................................... 47 
3.3.4 Enrugamento ......................................................................................... 48 
3.3.5 Desagregamento ................................................................................... 49 
3.3.6 Crateras ................................................................................................. 50 
3.3.7 Empolamento ......................................................................................... 50 
3.3.8 Calcinação ............................................................................................. 51 
3.3.9 Trincas e Fissuras ................................................................................. 51 
3.3.10 Descascamento ..................................................................................... 53 
14 
3.3.11 Desbotamento ....................................................................................... 54 
4 MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO EM FACHADA ......................................... 55 
4.1 MANUTENÇÃO ......................................................................................... 55 
4.1.1 Repintura ............................................................................................... 59 
4.2 INSPEÇÃO PREDIAL ................................................................................ 60 
5 ESTUDO DE CASO................................................................................... 72 
5.1 MÉTODO ADOTADO................................................................................. 74 
5.2 EDIFÍCIO A ................................................................................................ 78 
5.3 EDIFICIO B ................................................................................................ 84 
5.4 EDIFICIO C ................................................................................................ 90 
5.5 EDIFICIO D ................................................................................................ 95 
5.6 POSSÍVEIS SOLUÇÕES PARA AS ANOMALIAS IDENTIFICADAS ...... 100 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................... 104 
7 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 106 
Apêndices ..................................................................................................... 111 
Apêndice A – EdifÍcio A ............................................................................... 112 
Apêndice B – EdifÍcio B ............................................................................... 122 
Apêndice C – EdifÍcio C ............................................................................... 131 
Apêndice D – EdifÍcio D ............................................................................... 140 
ANEXO .......................................................................................................... 150 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
1 INTRODUÇÃO 
O presente trabalho busca apresentar o estudo sobre a incidência de 
anomalias em sistema de vedação vertical externa com acabamento em pintura, de 
quatro edificações de diferentes idades existentes, localizadas na região 
metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, a fim de comparar o 
desempenho do sistema entre elas. 
1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO E JUSTIFICATIVA 
A fachada de um edifício é a primeira impressão que temos sobre o 
empreendimento e é comum que atraia mais a nossa atenção. Mas muito além 
dessas questões a fachada exerce papel fundamental nas condições de 
habitabilidade da edificação, desempenhando as seguintes funções conforme 
preconiza a NBR 15575-1 (ABNT, 2013): 
 Estanqueidade à água; 
 Isolamento térmico; 
 Isolamento acústico; 
 Contribuição estética; 
 Segurança. 
O sistema de vedação da fachada também tem a finalidade de proteger a 
edificação contra agentes agressivos. A execução da fachada deve ser orientada por 
um projeto específico e realizada por profissionais qualificados, utilizando materiais 
determinados em projetos, para que anomalias como trincas, fissuras, perdas de 
aderência e mudanças de coloração, dentre tantos outros problemas tenham sua 
ocorrência minimizada. 
Quando se trata de sistema de vedação vertical externa de argamassa com 
acabamento em pintura, o substrato como parte do sistema tem um papel 
fundamental, pois é aonde a tinta irá se ancorar e permanecer durante toda a vida 
da edificação. O estabelecimento do uso de tintas para o revestimento de 
edificações data do período de 8.000 a 5.800 a.C, no Egito (ABRAFATI, 2009). 
No caso, de edificação com acabamento em pintura, é necessário assegurar 
a qualidade das tintas e que estas permanecerão firmes e aderidas ao substrato 
mantendo por um determinado tempo, as propriedades essenciais. Esta mesma 
16 
preocupação deverá ser direcionada ao substrato que irá receber essa pintura. 
Em uma edificação sempre temos diversas etapas construtivas, desde uma 
etapa menos complexa até uma mais elaborada.Porém todas devem fazer parte de 
um projeto, a fim de nortear a sua correta execução. Com essa regra básica não 
sendo atendida, começa-se a ter as anomalias, termo esse que a engenharia civil 
utiliza para identificar quando uma edificação está “doente”. A palavra patologia tem 
origem no grego, onde Páthos significa doença e Lógos, estudo, e é amplamente 
utilizada nas diversas áreas da Ciência. O tema do trabalho em questão é o estudo 
das “doenças” que surgem nas fachadas dos edifícios que utilizam pintura como 
acabamento final. 
As anomalias são comuns em muitas edificações, alguns com maior 
incidência do que outros e normalmente não ocorrem por uma única causa, mas sim 
por um conjunto de fatores que levam às anomalias a surgirem na superfície das 
edificações tornando-se perceptível a olho nu. Essas manifestações no edifício 
podem acarretar em diversos outros problemas. 
Conforme Carvalho (1999) as patologias incidentes nos revestimentos de 
fachada podem comprometer a imagem da engenharia e arquitetura do país, sendo 
uma agressão às vistas da população, à integridade das edificações e ferindo o 
conceito da habitabilidade. Além da desvalorização natural do imóvel devido aos 
aspectos visuais, a base dos revestimentos (alvenaria ou concreto), sem o devido 
acabamento final se torna propícia às infiltrações de água e gases, o que 
consequentemente conduz a sérias deteriorações internas nos edifícios, podendo 
ser de ordem estética ou até mesmo estrutural. 
Thomaz (1989) concluiu que a revolução industrial e a evolução tecnológica 
trouxeram para a modernidade rápida evolução das técnicas de projeto e execução. 
A exigência pelo processo industrial foi uma constante ao longo do tempo, exigindo 
alta produtividade a prazos cada vez menores, contudo, a condição dos 
trabalhadores, devido às conjunturas sociais não acompanhou esta evolução, ou 
seja, os trabalhadores mais qualificados, com melhores remunerações foram 
incorporados a setores industriais mais nobres, ficando em particular, a construção 
civil prejudicada pela falta de qualificação da mão-de-obra. Aliado a isto, as políticas 
habitacionais, os sistemas de financiamento e a desqualificação do processo 
construtivo. 
Ainda de acordo com Thomaz (1989), pesquisas realizadas na Bélgica 
17 
apontaram que 46% das anomalias em edifícios são ocasionadas por projetos 
incorretos, 22% por falha na execução e 15% pela qualidade dos materiais. Levando 
em consideração o resultado obtido pelo pesquisador ele observou que a maior 
parte responsável pelas incidências de anomalias foram causadas por projetos mal 
feitos. 
Atualmente podemos observar com maior frequência que ainda nos 
primeiros anos das edificações elas já começam a apontar sinais de que ouve algum 
tipo de falha construtiva, seja ela executiva, de projeto ou até mesmo material de 
baixa qualidade. 
Nas pinturas de fachadas os tipos de anomalias mais comuns são as 
fissuras, manchas, bolores, descolamento ou descascamento da pintura e aquelas 
com características de degradação do seu aspecto como as eflorescências, 
manchas devido às sujeiras e a formação de organismos. 
Para uma correta análise e diagnóstico das anomalias nas pinturas de 
fachadas é necessário certo conhecimento teórico da problemática que engloba todo 
o sistema. Desse modo, neste trabalho propõe-se um inicial aprofundamento na 
teoria que envolve o sistema de pintura e substrato e suas técnicas construtivas, 
destacando aspectos citados anteriormente e enfatizando o diagnóstico de 
anomalias identificadas. 
Com o embasamento teórico a respeito de todo o processo e suas 
problemáticas será possível expor uma análise correta do levantamento realizado 
em estudo de caso dos edifícios em questão, apontando as possíveis causas e 
maneiras de prevenir futuras novas manifestações. 
1.2 ESTRUTURA DO TRABALHO 
Este trabalho é composto por cinco capítulos, no qual os assuntos nele 
tratado serão apresentados a seguir: 
O primeiro capítulo é composto por uma introdução que tem a finalidade de 
fazer uma explanação geral do que será tratado no trabalho. Posteriormente, no item 
1.1 uma contextualização do assunto explicando as principais funções das fachadas 
e quais são as anomalias mais recorrentes. 
No segundo capítulo é apresentado primeiramente os principais tipos dos 
sistemas de pintura seguido da exposição dos processos executivos e técnicas a 
18 
serem aplicadas a fim de prevenir anomalias para cada tipo de tinta adotada. 
O terceiro capítulo consiste em apresentar quais são as possíveis anomalias 
que poderão ocorrer nas pinturas de fachadas, de que forma cada uma delas pode 
ocorrer e em qual etapa da obra cada uma pode surgir. Também são apresentados 
os métodos de avaliações de durabilidade de pinturas. E quais são os agentes 
agressivos responsáveis por cada tipo de manifestação. 
O quarto capítulo consiste nos estudos de caso que foram realizados a fim 
de aplicar as técnicas existentes de avaliação de desempenho das pinturas de 
fachadas e ilustrar a revisão bibliográfica. 
O quinto e último capítulo traz qual foi a metodologia aplicada para os 
estudos de caso e as considerações finais sobre o que foi levantado e analisado nos 
estudos de caso. 
1.3 OBJETIVOS 
1.3.1 Objetivo principal 
Este trabalho tem como objetivo geral avaliar a perda de desempenho em 
pinturas de fachadas e fornecer um diagnóstico das principais anomalias 
encontradas. 
1.3.2 Objetivos específicos 
Com o intuito de expor o objetivo geral desta pesquisa e estudo propõem-se 
como objetivos específicos: 
 
 Identificar as principais anomalias; 
 Buscar conhecer as principais origens das anomalias nos edifícios em 
estudo; 
 Propor soluções de reparos para cada tipo de manifestação encontrada. 
 
 
19 
2 SISTEMA DE PINTURA 
O sistema da pintura é composto basicamente por três constituintes, fundo, 
nivelamento e acabamento. A correta execução de todas as etapas desse sistema é 
de suma importância para obtenção do resultado desejado e para a correta vida útil 
dos produtos aplicados. 
Figura 1 - Constituintes do sistema de pintura. 
 
Fonte: BRITEZ (2007) 
2.1 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 
A NBR 12554 (ABNT, 2013) define que fundos (primers) são produtos que 
têm a finalidade de preparar superfícies, corrigindo defeitos que o substrato 
apresenta e/ou uniformizando a absorção, proporcionando durabilidade à pintura e 
economia de tinta de acabamento. Alguns fundos têm características específicas, 
como, por exemplo, proteção anticorrosiva. 
Ainda segundo a NBR 12554 (ABNT, 2013), massas são aqueles produtos 
que têm a finalidade de proporcionar nivelamento às superfícies as quais forem 
aplicadas. 
Para ABRAFATI (2009), tinta é uma composição líquida, geralmente viscosa, 
constituída de um ou mais pigmentos dispersos em um aglomerante líquido que, ao 
sofrer um processo de cura quando estendida em película fina, forma um filme 
opaco e aderente ao substrato. Esse filme tem a finalidade de proteger e embelezar 
as superfícies. 
20 
Segundo a NBR 12554 (ABNT, 2013), cor é o aspecto ou aparência 
sensitiva aos olhos. Fisicamente é a propriedade dos corpos de absorverem e 
refletirem a luz em determinados comprimentos de onda, normalmente atribuída aos 
pigmentos, cuja resultante são as cores dentro do espectro visível. 
Ainda de acordo com as definições da NBR 12554 (ABNT, 2013) 
acabamento é a etapa final do sistema de pintura, à qual se atribuem os efeitos 
decorativos e/ou protetivos, como a cor desejada, grau de brilho, textura, resistência 
à intempérie e outros atributos. 
A NBR 12554 (ABNT, 2013) define também que durabilidade é a capacidade 
da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções ao longo do 
tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas no manual de uso, 
operação e manutenção. 
A NBR 15575 (ABNT, 2013) define vida útil como o período de tempoem 
que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram 
projetados e construídos considerando a periodicidade e correta execução dos 
processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e 
Manutenção, e define desempenho como o conjunto de requisitos e critérios de 
desempenho estabelecido para a edificação ou seus sistemas. 
Por fim a NBR 12554 (ABNT, 2013) diz que a manutenção é o conjunto de 
atividades para conservar ou recuperar a capacidade funcional da edificação e seus 
sistemas constituintes fim de atender ás necessidades e segurança do usuário. 
2.2 CONSTITUINTES BÁSICOS DAS TINTAS 
Segundo ABRAFATI (2009) nos dias atuais, pode-se dizer que a tinta é 
composta basicamente por quatro elementos: pigmentos, resinas, solventes e 
aditivos. Os pigmentos concedem o poder da cor e cobertura, os ligantes ou resinas 
aderem e dão liga aos pigmentos e os solventes são capazes de dar a consistência 
desejada. Já a variabilidade de aditivos, que se encontra no mercado, é a maior 
responsável por aperfeiçoar uma série de características e tipos específicos de 
tintas, sejam os solventes à base de água ou orgânicos. 
Conforme Loh (2007), a composição química e mineralógica, morfologia, a 
dimensão de partículas e as propriedades físicas de suas matérias primas e a 
divisão proporcional de cada componente na mistura é o que confere o desempenho 
21 
da pintura. O conhecimento destas características permite a previsão de algumas de 
suas propriedades, como porosidade e durabilidade. A figura 2 apresenta um 
esquema com os constituintes básicos das tintas. 
 
Figura 2 - Constituintes básicos das tintas. 
 
Fonte: adaptado de SILVA (2007) 
2.1.1 Pigmento 
Polito (2006) definiu que pigmentos são materiais insolúveis, geralmente 
com grande finura, sendo sintéticos ou naturais, que dão cor e poder de cobertura à 
tinta. O dióxido de titânio, que é um pigmento branco, é o mais empregado na 
formulação das tintas, é um dos ingredientes que melhora a qualidade da tinta, 
garantindo alto poder de cobertura, alvura, durabilidade, brilho e opacidade. Os 
“extenders” ou “cargas” também são pigmentos, inertes como o carbonato de cálcio, 
silicatos de magnésio e alumínio, sílica, etc., que são adicionados às tintas de modo 
a dar volume, sem acrescentar praticamente nada de custo. 
Os pigmentos podem ser divididos em duas categorias, que são orgânicos 
(figura 3) e inorgânicos e ainda são subdivididos em naturais (encontrados na 
natureza) e sintéticos (produzidos por meio de processos químicos), segundo o guia 
técnico ambiental de tintas e vernizes da CETESB (2006), há ainda uma terceira 
categoria de pigmentos chamada de pigmento de efeito. Os inorgânicos são todos 
pigmentos brancos e cargas de uma grande faixa de pigmentos coloridos, sintéticos 
ou naturais. Os orgânicos são substâncias corantes insolúveis e normalmente não 
22 
tem características ou funções anticorrosivas. Um dos aspectos mais importantes a 
se observar é a sua durabilidade ou propriedade de permanência sem alteração de 
cor. 
 
Figura 3 - Minerais utilizados como fontes de pigmentos. 
 
Fonte: BRANCO (2008) 
2.1.2 Cargas 
As cargas são um tipo especial de pigmentos que apenas servem para dar 
espessura ao filme de tinta, apoiar a sua estrutura, ou para simplesmente aumentar 
o volume da tinta. As cargas são sempre constituídas por materiais inertes baratos, 
como as terras diatomáceas, talco, cal, argila, etc. 
Conforme o Guia Técnico Ambiental Tintas e Vernizes (2006) as cargas 
além de baratearem uma tinta também colaboram para a melhoria de certas 
propriedades: cobertura, resistência às intempéries, etc. 
2.1.3 Aditivos 
Segundo Polito (2006) os aditivos combinam-se aos componentes primários 
das tintas, de modo a incrementar o desempenho da tinta. Eles variam, de 
preservativos (aqueles que impedem que a tinta estrague ao ficar em estoque) aos 
fungicidas (que evitam o crescimento de colônias de mofo na superfície da película 
aplicada). As sílicas, por sua vez, garantem a homogeneidade do revestimento, 
evitando o surgimento de fissuras e outros tipos de deformação e seus principais 
benefícios são: alto poder de fosqueamento, alta porosidade, consistência, fácil 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Talco
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Argila
23 
dispersão e qualidade de filem, proporcionando excelente resistência a riscos e 
manchas. Já o glicol tem a função de impedir que, após a aplicação o filem seque 
rapidamente. E os modificadores reológicos se constituem numa outra linha de 
aditivos usada nas tintas à base de látex, com a função de melhorar suas 
propriedades de aplicação e a aparência do produto final, fazendo com que o 
sistema tenha boa fluidez ou espalhamento, interferindo eficazmente na cobertura 
da pintura e, principalmente, em sua durabilidade. 
a) Aditivos de cinética 
 Secantes 
 Catalisadores 
 Antipeles 
b) Aditivos de Reologia 
 Espessantes 
 Niveladores 
 Antiescorrimento 
c) Aditivos de Processo 
 Surfactantes 
d) Aditivos de Preservação 
 Biocidas 
 Estabilizantes de ultravioleta 
2.1.4 Resina (veículo fixo) 
Para Fazenda e Diniz (2005) principal função da resina é aglomerar as 
partículas sólidas dos pigmentos, ela é uma porção não volátil da tinta. 
De acordo com o Guia Técnico Ambiental Tintas e Vernizes (2006) a resina 
é a responsável pela formação da película de tinta e confere a grande parte das 
características físicas e químicas da película, a resina determina o brilho, a 
resistência, a secagem. 
 A diferente quantidade de resina na composição da tinta é responsável por 
dar diferentes tipos de acabamentos, são esses: Fosco, acetinado e alto brilho. Um 
dos parâmetros mais utilizados para associar a formulação ao desempenho das 
tintas é o PVC (Pigment Volume Concentration) ou concentração de pigmento em 
volume, que mede a relação entre o volume total da formulação pigmento, colorido e 
24 
cargas, e os volumes sólidos de resina totais de acordo com a seguinte expressão: 
PVC = (Vp / Vp + Vv) 
Onde: 
Vp: Volume do pigmento 
Vv: Volume de veículo fixo (resina) 
Na figura 4 a seguir pode-se notar graficamente o significado de PVC: 
Figura 4 - Volume de PVC na composição de tinta. 
 
PVC – 10 PVC - 20 
 
PVC – 35 PVC – 50 
Fonte: Adaptado de Jose Tomas Rojas (2016) 
A imagem 10 PVC indica um produto com muita resina e pouco pigmento. 
Sabe-se que a resina tem duas funções em uma fórmula de tinta: manter a 
dispersão de pigmentos, e ainda mais as propriedades mecânicas do filme. Essa 
composição é capaz de formar uma boa película, com alto brilho. Porém, a cobertura 
relacionada com o conteúdo do pigmento é baixa devido à presença limitada deste 
material no conjunto. 
A imagem 50 PVC contém uma grande concentração de volume de 
pigmento, no qual, quase toda a resina é comprometida com a sua dispersão. A fase 
de resina ainda está em curso, mas para disponibilidade de proteção no filme 
diminui, no entanto, temos ainda um produto de muito boa cobertura. 
2.1.5 Solvente (volátil) 
O principal objetivo do solvente é ajustar as propriedades de cura e a 
viscosidade da tinta. Por ser volátil não faz parte da composição final da tinta (seca). 
O solvente também é responsável por controlar a reologia e as propriedades da 
aplicação e afeta a estabilidades da tinta enquanto estiver no estado liquido. 
25 
2.2 TIPOS DE TINTAS 
O mercado oferece uma infinidade de tipos de tintas, com diferentes 
características e finalidades. Essa grande variedade é dividida em grandes grupos, 
os quais serão apresentados a seguir. 
2.2.1 Tinta acrílica 
Anghinetti (2012) afirma que as resinas acrílicas são aquelas obtidas a partir 
da reação entre a polimerização de monômeros acrílicos como o metacrilato de 
metila e o acrilatode butila. Podem ser dissolvidas em solventes orgânicos ou água. 
Ainda de acordo com a autora citada trata-se de um tipo de tinta que 
apresenta maior durabilidade, maior resistência a intempéries, a produtos químicos, 
ao crescimento de algas e fungos, maior resistência ao descascamento e à 
formação de bolhas e melhor adesão ao substrato em condições úmidas. 
2.2.2 Tinta vinílica 
As resinas vinílicas, segundo Anghinetti (2012) são obtidas pela 
copolimerização em emulsão de acetato de etila com monômeros, como o cloreto de 
vinila. Podem ser dissolvidas em solventes orgânicos ou água. As tintas vinílicas, 
também chamadas látex PVA possuem grande rendimento, durabilidade, ótimo 
desempenho nas repinturas e um excelente acabamento. Apesar de não ter boa 
resistência a solventes, possui boa resistência a ácidos. Também possui alta 
resistência à água, a álcalis e à abrasão. 
2.2.3 Tintas alquídicas 
Segundo Polito (2006) 90% das tintas a base de solvente usam resinas 
alquídicas que é produto de uma reação de álcools polihidricos, como os glicols e a 
glicerina, adicionados de ácidos orgânicos como o maleic e o sebaic. 
Anghinetti (2012) concluiu que as tintas alquídicas têm baixa resistência a 
álcalis causando saponificação. Possui baixa flexibilidade e baixa resistência a 
intempéries, alta toxidade, secagem lenta, com intervalo entre demão a partir de 10 
horas, alta impermeabilidade, baixa resistência a microorganismos, a umidade e a 
produtos químicos. 
26 
2.2.4 Tintas epóxi 
Para Marques (2013) as resinas epoxídicas são resinas sintéticas que, 
contendo grupos epóxi, geralmente preparadas a partir de epicloridrina e um 
bisofenol. Se forem combinadas com resinas alquídicas, que reagem por um 
mecanismo de esterificação com diversos grupos químicos, produzem revestimentos 
com propriedades de resistência química e à humidade melhoradas. 
Ainda segundo Marques (2013), os produtos contendo resinas epoxídicas de 
base oleosa proporcionam uma grande variedade de propriedades e aplicações, tem 
melhor aderência ao substrato, excelente resistência à humidade e resistência 
química superior, embora sejam um pouco mais caras com relação aos outros 
produtos. Porém esse tipo de resina perde o brilho por exposição a raios UV. 
As tintas epóxi possuem excelente resistência a ácidos, à abrasão, a 
solventes e a altas temperaturas, porém tem baixa resistência às intempéries. 
Possuem alta dureza, flexibilidade e boa aderência ao concreto. 
2.2.5 Tintas de poliuretano 
Para Marques (2013) as resinas de poliuretanos são resinas sintéticas 
resultantes da reação de isocianatos polifuncionais com compostos contendo grupos 
hidroxilo reativos. 
Já para Anghinetti (2012) as tintas de poliuretano apresentam excelente 
resistência a ácidos, a álcalis, à abrasão, à água, a solventes e a impacto. Possuem 
alta dureza. Estas tintas têm algumas de suas propriedades variadas conforme o 
agente de cura. O agente de cura à base do isocianato aromático possui fraca 
resistência ao intemperismo, enquanto que o isocianato alifático e cicloalifático 
possuem excelente resistência ao intemperismo, conservam a cor e o brilho quando 
expostas aos raios ultravioletas. Estas tintas dificilmente apresentam pulverulência 
(o ato de desprender pequenos grãos de uma película seca). 
2.2.6 Tintas à base de borracha clorada 
Resinas termoplásticas, solúveis em solventes orgânicos, apresentam alto 
peso molecular e grande força de coesão entre suas moléculas. A borracha clorada 
é um tipo de borracha com cloro em sua estrutura química. (ANGHINETTI, 2012). 
Esse tipo de tinta é impermeável, indicada para uso industrial. Resistente a 
fungos, óleos minerais e a uma série de substâncias químicas. 
27 
2.2.7 Tintas nitrocelulose 
Essa resina natural é obtida de árvores do tipo pinho ou de plantas, como o 
algodão. Além do nitrato de celulose ou nitrocelulose, existem outros polímeros 
celulósicos, o etilcelulose, o Etilhidroxietilcelulose e o acetato-butirato de celulose. 
No campo das tintas, porém o nitrato de celulose é o mais antigo derivado da 
celulose. Normalmente usam-se diversos tipos de nitrocelulose para obter 
propriedades específicas em função da durabilidade, solubilidade e viscosidade. 
(ABRAFATI). 
Segundo Anghinetti (2012), esse tipo de resina exige maior quantidade de 
solventes para baixar sua viscosidade e tornar a aplicação mais fácil. Tem pouca 
adesão em substratos lisos pela alta força de coesão entre suas moléculas. Para 
melhorar essa propriedade se faz necessária a utilização de aditivos ou resinas com 
menor peso molecular. 
2.2.8 Tintas à base de silicone 
Segundo Marques (2013) as resinas de silicone são resinas sintéticas nas 
quais a estrutura de base consiste numa cadeia que comporta grupos siloxano 
(silício-oxigénio-silício). Nestas resinas a principal cadeia de polímero é constituída 
por átomos de silício e de oxigénio (ao invés dos átomos de carbono), que se 
apresentam copolimerizadas com resinas alquídicas ou poliuretanos. Aumentam a 
durabilidade, o brilho e a resistência ao calor, e apresentam superior resistência ao 
clima e à água, sendo usado em pinturas na marinha e de manutenção. 
2.3 TÉCNICAS DE APLICAÇÃO DE PINTURAS 
O processo de pintura vai além de apenas escolher a cor desejada do 
acabamento final, envolvem diversos outros fatores. A execução da pintura requer 
atenção e cuidados especiais prévios como: 
 Identificar o tipo do substrato; 
 Respeitar a idade da base; 
 Determinar o tipo de tinta; 
 Escolha das ferramentas adequadas. 
28 
2.3.1 Identificação do substrato 
O substrato pode ser de diversos materiais como, peças de concreto, 
revestimento de argamassas, alvenarias aparentes, componentes metálicos e de 
madeira (esquadrias, gradis, vigamentos, etc.), telhas, etc. 
Senna (2011) concluiu que para uma boa aplicação da tinta e a obtenção de 
uma pintura final com sucesso dependem, não só do tipo de tinta utilizada e do 
método de aplicação, mas também das características e do estado do substrato 
devendo, assim, antes de se iniciar qualquer trabalho de pintura, realizar uma 
inspeção neste substrato. 
Ainda de acordo com Senna (2011) o comportamento de um revestimento 
por pintura depende também da boa qualidade da base, esta deve ser sempre bem 
preparada antes de se iniciar a pintura, de modo que se obtenha uma superfície 
homogênea e de porosidade apta a receber a tinta. Devem para isso verificar as 
características do material da base e as circunstâncias que predominam no meio 
ambiente, ou seja, garantir a sanidade e rigidez superficial do material; analisar a 
textura superficial, possível existência de fendas, empolamentos ou outros defeitos; 
assegurar que a superfície se encontra limpa, seca e isenta de poeiras, gorduras, 
tintas mal aderentes ou qualquer outro contaminante que possa comprometer a boa 
aderência da tinta; deve realizar-se a pintura com tempo seco e evitar o sol forte, a 
umidade ou a existência de água condensada e ter atenção a possíveis reações 
químicas entre os materiais. 
Para que a camada de tinta tenha uma boa aderência ao substrato é 
necessário que a superfície seja suficientemente rugosa (dentro dos limites 
aceitáveis para o tipo de acabamento escolhido), pois quanto maior for à área de 
contato maior será a ligação tinta substrato. 
A durabilidade de um sistema de pintura é influenciada pelo cuidado com 
que são efetuadas estas operações. Na altura de aplicação de um sistema de 
pintura deve ser verificado se algumas condições relevantes, qualquer que seja o 
substrato: (EUSEBIO, 1985) e (EUSEBIO, RODRIGUES, 1991). 
 a temperatura ambiente não ser inferior a 5ºC nem superior a 35ºC; 
 o ar deve estar suficientemente seco para evitar condensações na 
superfície da fachada, ou seja, não se deve estar na presença de um 
ambiente com umidade relativa superior a 85%. As paredes só deverão 
29 
ser pintadasquando apresentam um valor de umidade inferior a 5%; 
 os substratos não devem estar frios, nem muito quentes, dado que 
quando uma superfície está, por exemplo, com grande exposição ao sol, 
nesta situação esta só deverá ser pintada após o seu adequado 
resfriamento; 
 deve haver cuidados especiais com as tintas nas embalagens. Antes da 
utilização das tintas convém misturar bem a tinta para garantir a sua boa 
homogeneização, podendo utilizar-se para tal um agitador mecânico; 
 a aplicação da tinta deve começar sempre do topo da fachada, e nunca 
se deve interromper a pintura de um painel completo. Todos os elementos 
existentes nas fachadas como portas, janelas ou possíveis ornamentos 
devem ser protegidos e isolados com fita antes de se realizar a pintura; 
 após a utilização, deve-se guardar a lata virada para baixo, evitando que 
a tinta endureça e que torne assim a abertura da lata mais difícil. 
Deve-se fazer uma correta análise quanto ao atual estado da tinta que está 
aplicada na edificação em estudo. Para que se possa tomar a decisão do que será 
necessário fazer, aplicar uma pintura nova ou repintura. Também é necessário 
verificar a presença de todas as anomalias nela encontrado, a fim de mitigar cada 
uma com sua correta identificação. 
2.3.2 Ferramentas de aplicação 
As principais ferramentas adotadas para execução de sistemas de pintura 
são: 
 Pincel; 
 Pistola; 
 Rolo de lã; 
 Rolo de espuma, etc. 
As utilizações de pincéis (figura 5) são mais utilizadas em pequenas áreas, 
cantos e limites. A aplicação por pincel é mais lenta quando comparado a outras 
técnicas, não sendo adequadas para tintas de secagem rápida cuja película é pouco 
uniforme e nem sempre permite boa penetração no substrato. Há pinceis de 
diversos materiais e tamanhos, cada um com uma aplicabilidade diferente. 
Dimensões de 30 mm a 50 mm para detalhes; 50 mm a 80 mm para portas; 
30 
100 mm para pisos e paredes e mais de 150 mm para paredes e muros. Cerdas 
claras são melhores para tinta látex, escuras para esmaltes e acabamentos finos, 
sintéticas (polipropileno ou nylon) para tintas à base água e naturais para tintas à 
base de solvente. De modo geral, o ideal é que elas tenham pêlo duplo, cerdas 
mais longas no centro que nas bordas, divisor interno para reservatório de tinta e 
cabo de madeira para melhor empunhadura. (POLITO, 2006) 
Figura 5 – Pincéis. 
 
Fonte: Eletroconstru (2018) 
Vários são os tipos de rolos encontrados no mercado, variando seu 
comprimento de 75 mm à 230 mm, material e os tipos de pêlos. Rolos de pêlo 
alto, podendo ser de carneiro (figura 6) ou sintético (figura 7), são recomendados 
para a maioria das aplicações. Eles possuem boa trabalhabilidade e produtividade, 
porém alto consumo de material devido seu maior volume para imersão na tinta. 
Vale ressaltar que quanto maior o pelo (máximo 23 mm), maior a chance de criar 
nas superfícies micro texturas que deixam as marcas da aplicação. Portanto, para 
superfícies que exigem melhor acabamento com tintas de boa cobertura, 
recomendam-se rolos de pêlo curto, porém, a camada de tinta fica mais fina. O miolo 
dos rolos pode ser um tubo de resina fenólica ou de polipropileno, ambos resistentes 
ao solvente. (POLITO, 2006). 
Figura 6 - Rolo de lã de carneiro. 
 
Fonte: Ferramix (2018) 
31 
Polito (2006) informou que os rolos de espuma rígida são recomendados 
para texturas com diferentes ranhuras de acabamento. Quanto mais utilizado, mais 
macia fica a espuma, facilitando a aplicação. 
Figura 7 - Rolo de espuma. 
 
Fonte: Ferramix (2018) 
De acordo com Gerdau (2003) a pistola (figura 8) é usada para aplicação de 
tintas à óleo e esmaltes através do método de pulverização com ar. Recomendados 
para áreas de difícil acesso e de grande extensão. Principal vantagem é a rapidez 
de execução e desvantagem é a necessidade de proteger com cuidado elementos 
que não serão pintados, devido sua alta dispersão. Os mais utilizados são os de 
calibragem entre 2,2 Kgf / cm² a 2,8 Kgf / cm². 
Figura 8 - Pistola de pintura. 
 
Fonte: GERDAU (2003) 
 
 
 
 
 
 
32 
2.4 ETAPAS DE EXECUÇÃO 
O sistema de execução de pintura é composto por várias etapas, cada etapa 
requer uma atenção e um cuidado especial, para que o resultado final seja o 
desejado. 
Por exemplo, deve-se respeitar a idade da base referente a cada tipo de 
material. 
Quadro 1 - Idade da base referente a cada tipo de material. 
Tipo de base Tipo de tinta Intervalo mínimo 
Concreto, alvenaria e 
argamassas de cimento e 
mista 
PVA ou Acrílica 30 dias 
Cimento e Cal 30 dias 
Esmaltes ou Vernizes 60 dias 
Epóxi ou borracha clorada Base seca – avaliar 
Argamassa de cal PVA ou Acrílica 60 dias 
Madeira Esmaltes ou Vernizes Base seca – avaliar 
Fonte: Elaborado pelo autor 
 
2.4.1 Recebimento e estocagem 
Quando o produto chegar à obra deve-se observar atentamente algumas 
questões, tais como, características das latas de tintas (não podem apresentar 
amassamentos), os produtos devem acompanhar nota fiscal condizente com o que 
for entregue e de acordo com o que foi solicitado. 
No caso de grande quantidade de produtos, onde se faz necessária à 
estocagem dos mesmos, algumas normas de segurança devem ser seguidas. O 
local de estocagem (almoxarifado) tem que ser protegido do sol e da presença de 
umidade, ventilado (preferível ventilação natural), no caso de ventilação forçada, os 
motores dos exaustores devem ser blindados e a prova de explosão. 
Deve ser de fácil acesso e com as vias sempre livres e desobstruídas, 
contendo porta de emergência, que em caso de incêndio possibilite a fuga do local. 
Suas paredes não podem ser de divisa com áreas aquecidas (salas de fornos ou 
estufas), pois no caso de haver danos nas embalagens, por qualquer motivo que 
seja o aquecimento propicia o vazamento de solventes e acúmulo de seus vapores 
no local. 
2.4.2 Preparo do substrato (base) 
A base para que esteja apta a receber a tinta deve atender a algumas 
exigências. São essas: 
33 
 firme e coeso; 
 uniforme e desempenado; 
 susência de umidade, sujeira, poeira, eflorescências, partículas soltas, 
óleo ou gorduras, graxas, microrganismos biológicos (mofo, fungos, 
algas, líquens, etc.); 
 separar imperfeições (trincas, fissuras, saliências e reentrâncias). 
 superfícies novas: lixar antes da aplicação de qualquer produto; 
 superfícies já pintadas (repintura): lixar antes da aplicação de qualquer 
produto com o objetivo de fosquear as superfícies brilhantes e melhorar 
a aderência. 
2.4.3 Preparo da tinta 
Logo que aberta a embalagem, deve-se fazer a mistura da tinta até que 
atinja sua homogeneidade, depois fazer a correta diluição de acordo com o 
fabricante do produto. A etapa de diluição é uma etapa que requer certo cuidado, 
pois quando não diluída corretamente poderá acarretar em algumas problemáticas. 
Quando há excesso de água na diluição, poderá ocorrer problemáticas 
como: 
 bolhas; 
 descascamentos; 
 sujeira; 
 mais demão; 
 prejuízo. 
No caso de insuficiente quantidade de água na diluição, poderá ocorrer 
problemáticas como: 
 marcas de rolo e pincel; 
 dificuldade na aplicação; 
 descascamento; 
 falta de aderência; 
 retoques em evidência. 
 
34 
2.4.4 Aplicação: fundos, massas, tintas de acabamento 
O sistema de pintura requer uma ordem cronológica de aplicação de cada 
etapa, primeiramente deve-se aplicar a camada de fundo e da massa niveladora, 
lixando suavemente após a devida secagem do produto. Massas niveladoras e 
fundos, uma vez aplicados, não devem permanecer expostos, por longo período, às 
intempéries sem a aplicação da camada de tinta de acabamento. 
Após a superfície estar nivelada estará pronta para receber a primeira 
demão de tinta. Deve-se respeitar o tempo de secagem entre uma demão e outra, a 
última demão a ser aplicada tem que apresentar uma película uniforme, sem 
escorrimentos,falhas ou imperfeições. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
3 PATOLOGIA E INSPEÇÃO DE SISTEMA DE PINTURA 
Entender cada tipo de manifestação patológica e identificar as causas dos 
danos, através da compreensão dos mecanismos de degradação, contribui para um 
diagnóstico mais preciso. Dificilmente uma manifestação patológica apresenta uma 
única causa, geralmente ocorrem por uma combinação de fatores que promovem 
sua degradação, por exemplo, a ação da chuva, dirigida pela pressão do vento. 
3.1 PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS DE DESEMPENHO 
Existem algumas exigências que devem ser cumpridas em cada etapa de 
execução do sistema de pintura, exigências essas que são importantes para o 
correto desempenho do sistema como um todo. 
3.1.1 Relativas à aplicação 
A aplicação da camada de tinta é uma das etapas que requer maior cuidado, 
pois há diversos detalhes para se atentar. Como os que seguem: 
 poder de cobertura: a tinta tem de cobrir completamente a superfície a 
ser pintada com o menor número de demãos; 
 rendimento mínimo por demão (m²/L): a tinta que cobre a maior área 
por galão (3,6L) / demão, é a que tem maior rendimento, com igual 
poder de cobertura; 
 espalhamento (alastramento): é a capacidade do revestimento de, ao 
ser espalhado, distribuir-se formando uma película homogênea e 
uniforme; 
 nivelamento: é a propriedade que a tinta possui de formar uma película 
uniforme (sem imperfeições), sem deixar marcas de pincel ou rolo; 
 tempo de secagem em horas: o tempo de secagem ideal propicia 
espalhamento e repasse uniformes, por isso, não pode ser nem rápida 
demais, nem muito lenta. 
A embalagem de tinta, logo que aberta, não deve apresentar excesso de 
sedimentação, coagulação, empedramento, separação de pigmentos, tal que não 
possa tornar-se homogênea através de uma mistura rápida. Todo o produto deverá 
36 
apresentar em seu rótulo informações e instruções técnicas referentes ao mesmo. 
Figura 9 - Informações técnicas a serem apresentadas. 
 
Fonte: Boletim Técnico de Produto Tinta Óleo Standard Universo. (2018) 
3.1.2 Relativas ao uso 
 A durabilidade de uma película de tinta refere-se à capacidade de 
resistência dessa tinta contra a ação dos agentes agressivos (sol, chuva, variação 
de temperatura, etc.). Outros tipos de resistências que a película de tinta deve conter 
são as resistências aos impactos e resistências à abrasão, tintas com maior 
durabilidade demoram mais tempo para se deteriorarem, mantendo suas 
propriedades originais de proteção e embelezamento. 
Outra exigência de desempenho é relacionada à aderência da película de 
tinta ao substrato aplicado, desse modo, resistindo ao deslocamento e 
descascamento. 
Flexibilidade é a capacidade que a camada seca de tinta tem de se deformar 
acompanhando as deformações que o substrato pode sofrer. 
O produto final (aparência) deve apresentar uma coloração homogênea, sem 
37 
excesso de separação de pigmentos (cor), componentes ou mesmo formação de 
película, respeitando a cor e brilho desejado do resultado final. 
Ainda relativo ao uso, a tinta deve resistir à limpeza com produtos de uso 
domésticos, possibilitando a remoção de manchas sem afetar a integridade da 
película. 
3.2 AGENTES AGRESSIVOS 
Segundo a NBR 12554 (ABNT, 2013), trata-se de fatores que agem sobre a 
superfície da fachada contribuindo para reduzir seu desempenho e 
consequentemente diminuindo a vida útil da edificação. 
Para Cunha (2011) o desempenho dos materiais está diretamente 
relacionado com a influência do ambiente em que o edifício está inserido. As 
patologias são, muitas vezes, geradas pelos agentes de degradação ambientais que 
são: a ação destrutiva da radiação ultra-violeta que em conjunto com o oxigênio e 
umidade rompem ligações químicas, as variações de temperatura, ciclos térmicos, o 
gás carbônico e ozônio que retrai a película de proteção, os poluentes atmosféricos, 
a água, a ventilação, entre outros. Existem, também, os agentes de deterioração de 
ordem biológica como fungos, bactérias, algas, insetos, liquens, etc cujo crescimento 
dos mesmos introduz esforços mecânicos no substrato e no revestimento. A 
exposição às intempéries interfere nas propriedades da tinta, pois alterar a cor, o 
brilho, aumenta a permeabilidade e reduzir a flexibilidade da película ao longo do 
tempo. O primeiro sinal de degradação, principalmente de um revestimento sintético, 
é a perda do brilho. Assim, pode-se considerar que as fachadas sofrem influência 
em relação à sua orientação solar. 
Conforme Lersh (2003) as principais causas de deterioração das edificações 
são divididas em: causas climáticas, causas biológicas e botânicas, fenômenos da 
natureza, causas pela ação do homem e causas no ambiente interno, 
exemplificando-as; como ilustra o esquema da figura 10. 
 
 
 
38 
Figura 10 – Causas de deterioração 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Adaptado de LERSH (2003) 
De acordo com o estudo dos professores CONSOLI, Osmar J; REPETTE, 
Wellington L. (2001) as fachadas mais afetadas em ordem decrescente de 
manifestações foram a sul com 35%, oeste com 23%, a norte com 22% e finalmente 
a leste com 20% das patologias. A fachada sul sofre mais solicitação por agentes de 
degradação atmosférica devido à baixa incidência solar. Portanto, recomenda-se 
aplicar uma demão a mais de tinta de acabamento em tal fachada. Segundo este 
Causas de 
deterioração 
Causas climáticas 
Causas biológicas 
e botânicas 
Fenômenos da 
natureza 
Causas pela ação 
do homem 
Causas no 
ambiente interno 
Radiação solar 
Variação sazonal e diária 
de temperatura 
Precipitação de chuva e 
neve 
Ventos 
Gelo/degelo 
Partículas de ar 
Animais de pequeno porte 
Pássaros 
Insetos 
Árvores e plantas 
Microrganismos 
Terremotos 
Ondas gigantes 
Inundações 
Avalanches 
Erupções vulcânicas 
Ventos excepcionais 
Raios 
Fogo 
Guerras 
Alterações internacionais 
Poluição ambiental 
Desvios hídricos 
Vandalismo e incêndios provocados 
Roubos 
Umidade relativa do ar 
Ventilação 
Calefação 
Conforto acústico 
Negligencia com a conservação preventiva 
39 
mesmo estudo, os tipos mais frequentes de anomalias em pintura foram 
respectivamente: sujeira proveniente da atmosfera com 30%, fissuras com 25% e 
manchas por fungos com 21%. O quadro 2 apresenta as principais causas das 
anomalias por suas origens. 
Quadro 2 - Agentes de degradação. 
Origem Agentes de degradação 
Agentes provenientes da 
atmosfera 
Água no estado líquido (chuva) e vapor (umidade relativa elevada 
– condensação) 
Temperatura: elevação, depressão, ciclos 
Radiação solar, particularmente ultravioleta 
Gases (Oxigênio: O2; Ozônio: O3; Dióxido de carbono: CO2) 
Névoa Salina 
Bactérias, insetos 
Ventos com partículas em suspensão 
Agentes provenientes do solo 
Sais 
Fungos e bactérias 
Insetos 
Umidade a partir do contato com o solo 
Agentes relativos ao uso 
Esforços de manobra 
Desgastes por uso normal ou abuso de uso 
Agentes químicos normais em uso doméstico 
Procedimentos de manutenção 
Vazamento (rede hidráulica) e infiltração (telhado, 
impermeabilização) 
Agentes decorrentes do projeto 
Compatibilidade química 
Compatibilidade física 
Cargas permanentes e periódicas 
Fonte: NETO (2007) 
A composição arquitetônica e os detalhes construtivos empregados na 
fachada da edificação têm grande influencia sobre o surgimento de manchas por 
escorrimento da água da chuva, em decorrência do emprego ou não destes 
detalhes. 
Neste contexto, Perez (1988) disse que só foi possível identificar a 
importância desses detalhes com relação á durabilidade e estanqueidade à água 
dos edifícios, quando a arquitetura moderna, predominantemente linear, eliminou 
tais ornamentos das fachadas. 
Lersch (2003) por sua vez, salientou que esses elementos que criam 
reentrâncias e descontinuidades sobre asfachadas, por sua função, se constituirão 
em base para o acúmulo de sujidades. 
Porém Vieira (2005) corrobora com o que foi dito por Lersh (2005), quando 
que sua pesquisa concluiu que tais detalhes são os principais elementos que 
influenciam positiva ou negativamente na interação entre a edificação e os agentes 
ambientais, agindo como protetores (quando bem dimensionados e posicionados) ou 
40 
como agravantes das manifestações patológicas (funcionando como plataformas 
para deposição de partículas de contaminação, manchamentos e escorrimento). A 
mesma autora em sua pesquisa conclui reiterando a importância dos detalhes 
arquitetônicos no que se refere à durabilidade e conservação das fachadas das 
edificações frente ao fenômeno da chuva dirigida (chuva com influencia do vento), 
comprovando não só a questão estética, mas também funcional destes elementos. 
De acordo com o Perez (1988), os detalhes arquitetônicos de fachada como 
pequenas saliências ou projeções (figura 11) na superfície das paredes são capazes 
de reduzir o volume de água que escorre sobre a mesma em mais de 50%. 
Além da presença ou não destes elementos, os materiais com os quais são 
formados (porosidade e rugosidade) e sua geometria também influenciam na 
trajetória do escorrimento da água. 
Figura 11 – Exemplos de canais contínuos e seus fluxos de água. 
 
Fonte: ROBINSON; BAKER (1975) 
 
Neste contexto, se conclui que é de suma importância considerar nos 
projetos de fachadas detalhes que controlem os fluxos de água que se acumulam 
nas superfícies, como por exemplo, peitoris, frisos, arestas, inclinações, projeções, 
etc. 
3.2.1 Agentes ambientais ou climáticos 
Os principais problemas patológicos ocasionados nas edificações 
normalmente não são causados pela ação humana, mas sim, na grande maioria das 
vezes, pelo meio na qual estão inseridas, esses são os agentes ambientais, 
climáticos e biológicos. 
3.2.1.1 Radiação solar 
A radiação solar através dos raios ultravioletas (UV) aquece a superfície na 
qual estão recebendo esses raios. O aquecimento das superfícies causará uma 
41 
dilatação térmica e contração, que ao longo do tempo reduzirá a plasticidade do 
material, o que poderá ocasionar descontinuidades (fissuras). 
 
3.2.1.2 Temperatura 
A presença de umidade com alta temperatura implica em uma aceleração do 
processo de deterioração dos materiais, e a altas taxas de umidade, em conjunto 
com o calor gera surgimentos de microrganismos e a ação dos insetos. 
Lersh (2003) concluiu que os materiais de construção sofrem mudanças 
físicas com a variação de temperatura. Entre estas mudanças, a principal é a 
dimensional, sofrendo dilatação quando aquecidos e contração quando resfriados. 
As mudanças dimensionais causam tensões que podem levar a deformação ou 
rupturas. A movimentação térmica também provoca formação de juntas entre 
materiais justapostos causados pela diferença de deformação. 
A tensão causada em materiais de construção pelas mudanças de 
temperatura depende dos seguintes fatores: 
 a magnitude da mudança dimensional absoluta no material, que é o 
produto de suas dimensões multiplicado pelo coeficiente de dilatação e 
temperatura diferencial, e os efeitos de mudança da umidade relativa; 
 o coeficiente de elasticidade do material; 
 grau de restrição dos movimentos pelas suas conexões aos outros 
elementos da estrutura; 
 a mudança do teor de umidade contida no material 
(evaporação/absorção). 
Além disso, cada tipo de material reage de uma maneira diferente quando 
submetido a fontes de calor, essa propriedade é denominada de coeficiente de 
expansão térmica. 
3.2.1.3 Água 
Conforme Lersh (2003) a presença de água é a grande responsável pelos 
danos encontrados nas edificações, tanto nas históricas como nas contemporâneas, 
sendo o principal veículo para alguns mecanismos de deterioração. 
A chuva dirigida, segundo Blocken e Carmeliet (2004) é a fonte de umidade 
mais importante nas fachadas das edificações, visto que pode comprometer o 
42 
desempenho higrotérmico e a durabilidade do envelope das construções. 
Os danos causados pela chuva dirigida podem comprometer desde a 
estética até gerar danos como eflorescência, manchamentos e a degradação dos 
materiais constituintes do sistema de vedação vertical, podendo afetar também a 
habitabilidade da edificação. 
O sistema de vedação vertical é composto por diversos materiais distintos, 
cada material tem uma forma de absorção de água. A água é uma matéria resiliente 
e por isso tem facilidade de penetração nos poros desses materiais. 
Nesse sentido, a estanqueidade a agua da chuva e um dos parametros de 
desempenho de uma edificação, conforme a normativa NBR 15575-4 (ABNT, 2013), 
todos os componentes das fachadas de um edifício devem ser estanques a agua da 
chuva incidente ou a outras fontes, não apresentando infiltrações na face interna da 
fachada, tais como borrifamentos, escorrimentos ou formação de gotas de agua 
aderentes na face interna. 
Contudo, a entrada da umidade na edificação não depende apenas da 
presença de falhas construtivas nos elementos e entre os componentes, ela pode 
acontecer, segundo Marsh (1977), também devido a capacidade da fachada de 
absorver a umidade, o que esta ligado aos materiais construtivos e ao grau de 
exposição a chuva dirigida ao qual a construção esta submetida. 
Para Gratwick (1971) o transporte de umidade se dá pela difusão de vapor 
através da diferença de concentração de vapor d’água entre o ar mais seco e o ar 
mais saturado, permanecendo esta difusão até que esta diferença de concentração 
desapareça. Os materiais de construção, quando sujeitos a uma diferença de 
pressão de vapor, deixam passar o vapor d’água em maior ou menor grau de 
dificuldade, cada qual segundo o seu coeficiente de resistência à difusão do vapor 
d’água. 
Segundo Zuchetti (2016) a geometria dos elementos que compõe a fachada, 
conjuntamente com a capacidade de absorção dos materiais influencia no 
escorrimento da água atuante nos paramentos externos das edificações. E 
complementarmente a autora afirma que é importante observar que a ação conjunta 
do controle dos fluxos de agua que se acumulam nas superfícies, da dissipação dos 
fluxos de maiores concentrações e proteção das partes vulneráveis do edifício (onde 
o ingresso da agua provocaria modificações, tais como aberturas e juntas), são os 
43 
segredos para se evitar a deterioração das superfícies do edifício expostas à chuva 
e diminuir os riscos de infiltração de agua. 
 
Entre os principais detalhes construtivos indicados para quebra de fluxo contínuo da 
água nas fachas estão os peitoris com pingadeiras, molduras horizontais, verticais e 
inclinadas. 
3.2.1.4 Vento 
Para Lersh (2003), vento é o resultado da diferença de pressão atmosférica. 
Suas principais características são direção, velocidade e frequência. O vento pode 
ocasionar mudanças bruscas de temperatura e sua velocidade varia conforme a 
altitude que se encontra. 
Lersh (2003) diz ainda que um dos mais sérios efeitos da pressão do vento é 
quando esta em conjunto com a chuva. A direção predominante dos ventos 
simultâneos às chuvas é um fator importante na determinação da umidade sobre 
fachadas, segundo a sua orientação. 
Ainda, o vento quando combinado com a chuva permite a penetração de 
água em fissuras, fendas, e materiais porosos, podendo a partir dai, gerar diversas 
anomalias. 
3.2.2 Agentes biológicos 
3.2.2.1 Microrganismos 
Segundo Lersh (2003), os principais microorgismos envolvidos na 
biodeteriorização são bactérias, fungos, algas e os líquens. 
Para Silva (2007), as fachadas orientadas para sudeste e sudoeste, 
desenvolveram mais intensamente manchas escuras provenientes de sujidades e 
proliferação de microorganismos. Isto se deve ao fato dessas fachadas receberem 
pouca radiação solar direta, dificultando a evaporação da umidade superficial, 
contribuindopara o desenvolvimento dos micro-organismos. 
3.2.2.2 Vegetação 
A vegetação se desenvolve onde encontrar substrato e nutrientes para o seu 
desenvolvimento. O desenvolvimento da vegetação pode estar relacionado a 
negligencia na conservação/manutenção. 
44 
Conforme Lersh (2003), a vegetação pode se desenvolver sobre paredes, 
provocando fissuras no reboco e, em maior grau, nas alvenarias. Se a vegetação 
estiver sobre calhas, poderá provocar entupimento do sistema pluvial da edificação. 
As grandes vegetações como as árvores, por exemplo, podem cobrir 
parcialmente ou totalmente a edificação, impossibilitando a ação dos raios solares 
na fachada da edificação, o que poderá gerar manchas e desenvolvimento de 
microrganismos e insetos. 
3.3 PRINCIPAIS ANOMALIAS 
De acordo com o Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias as anomalias 
ocorrem de duas maneiras: na interface da película com o substrato de aplicação ou 
na própria película de pintura e são ocasionados por uma combinação de diversos 
fatores, dentre os quais destacam-se os seguintes: 
 seleção inadequada da tinta: com qualidade do produto inferior ao tipo 
de exposição ou por incompatibilidade com o substrato; 
 condições meteorológicas inadequadas: aplicação de pintura em 
ambiente de temperatura e umidade muito baixa ou elevada, ou na 
ocorrência de ventos fortes; 
 superfície sem preparação ou preparada de modo inadequado; 
 aplicação da pintura sobre base com existência de materiais 
pulverulentos, óleo, graxa, bolor, material solto ou base deteriorada; 
 umidade excessiva no substrato: aplicação de pintura em substratos 
com remanescência da umidade de execução do edifício, de 
infiltração ou condensação; 
 diluição excessiva da tinta na aplicação: aplicação de pintura com 
formulação inadequada da tinta. 
Segundo Britez (2007), as anomalias não são ocasionadas apenas pela 
qualidade do produto empregado, pelo contrário, podemos relacionar diretamente a 
eficiência do sistema de pintura ao tipo de substrato, bem como a qualidade de mão-
de-obra, e acima de tudo a escolha do sistema de pintura a ser adotado, 
caracterizando corretamente em cada fase o tipo de substrato e o tipo de 
acabamento que se deseja alcançar. 
As anomalias surgirão também ao longo dos anos da edificação se não 
45 
houver uma correta manutenção preventiva, pois a tinta irá de degradando e ficará 
cada vez mais vulnerável para que os agentes agressivos ajam sobre ela. 
Referente a este contexto destacam-se as principais anomalias que 
englobam o sistema de pintura, indicando sua característica, provável causa, bem 
como medidas corretivas para cada uma delas. 
3.3.1 Eflorescência 
A eflorescência segundo Chaves (2009) se trata de uma anomalia 
caracterizada pelo aparecimento de depósitos cristalinos, de cor esbranquiçada, na 
superfície do revestimento. Aparecem geralmente quando os sais solúveis são 
transportados através dos poros do revestimento, que se solidificam em contato com 
o ar, causando os referidos depósitos. Estes sais podem estar presentes não 
somente nas argamassas de fixação ou rejuntamento, mas também nas placas 
cerâmicas ou componentes de alvenaria. 
Ainda de acordo com o autor a eflorescência é formada quimicamente por 
sais de metais alcalinos (sódio e potássio) e alcalino-ferrosos (cálcio e magnésio 
solúveis ou parcialmente solúveis em água). Por ação da água da chuva ou 
proveniente do solo estes são dissolvidos e migram para a superfície e com a 
evaporação da água resulta a formação de depósitos salinos. 
Essa anomalia ocorre frequentemente, quando numa fachada, as juntas de 
assentamento não são preenchidas, proporcionando a entrada de água, que 
transporta o material de colagem, dissolvendo os sais e transferindo-os até a 
superfície de acabamento. 
Para corrigir a eflorescência segundo Chaves (2009), deve-se em primeiro 
lugar proceder à limpeza da fachada, os sistemas de limpeza não devem ser 
demasiado abrasivos dado que podem causar deteriorações subsequentes. Existem 
vários sistemas de limpeza das eflorescências, dependendo do tipo de sal que 
cristalizou, da sua solubilidade e do material onde cristalizou. 
Sais estes que são solúveis em água e as operações de limpeza limitam-se 
à sua dissolução, é importante, após a aplicação da água, proceder com uma 
secagem artificial por sucção direta, com o objetivo de extrair desta, a água 
absorvida. 
Posterior à limpeza da facada verifica-se o estado de suporte e executa-se 
novamente o sistema de vedação vertical externa. 
46 
Figura 12 - Eflorescência. 
 
Fonte: GARCIA (2016) 
3.3.2 Manchas escuras 
Manchas escuras para Souza (2008) nada mais é do que uma alteração que 
pode ser constatada macroscopicamente na superfície de diferentes materiais, 
sendo consequência do desenvolvimento de microrganismos pertencentes ao grupo 
dos fungos. Assim como todos os organismos vivos, estes possuem seus 
desenvolvimentos afetados com as condições ambientais, sendo a umidade um fator 
essencial. 
Para Zuchetti (2016), um dos principais fatores causadores de 
manchamentos em edificações é a poluição atmosférica, sobretudo em locais onde 
há muitas indústrias ou grandes centros urbanos. 
O manchamento em sua forma mais grave pode virar um bolor que segundo 
Polito (2006) se desenvolve em locais onde a umidade prevalece, seja pela baixa ou 
inexistente incidência da luz do sol ou por alguma eventual infiltração ou umidade 
ascensional. 
Para se evitar que o bolor aconteça nas edificações, já na fase de projeto, 
medidas devem ser tomadas. Essas medidas visam garantir uma ventilação, 
iluminação e insolação adequada aos ambientes, assim como idealizar a diminuição 
de risco de condensação nas superfícies internas dos componentes e também evitar 
riscos de infiltração de água através de paredes, pisos e/ou tetos. (ALUCCI; 
FLAUZINO; MILANO 1985). 
Para Chaves (2009) a solução para remoção de manchas que resultam de 
sujidades provenientes da ação do meio ambiente, como é o caso, terá que se 
proceder à lavagem com água, do parâmetro exterior. Porém se aconselha uma 
47 
raspagem prévia para eliminar as sujidades mais pesadas. 
Figura 13 – Manchas escuras 
 
Fonte: ANTUNES (2010) 
 
Os manchamentos escuros quando localizados junto ao nível do solo (base) 
nas edificações, podem estar ligadas à falta ou insuficiente impermeabilização, pois 
a umidade ascensional vai penetrando nos poros dos materiais até chegar à 
superfície externa aparecendo como forma de manchas. 
Para Chaves (2009) essa anomalia normalmente ocorre devido a: 
 base de aplicação com porosidade e/ou rugosidade heterogénea, permitindo 
a absorção diferencial do ligante do acabamento, ausência ou aplicação 
incorreta de selante, contaminação da base, presença de resíduos de 
decapantes anterior que reagem com o novo produto de pintura originando a 
alteração química dos constituintes que se manifesta pelo aparecimento de 
manchas; 
 sistema de pintura inadequado, com baixo poder de cobertura; 
 condições de aplicação desfavoráveis. Aplicação com correntes de ar que 
podem transportar elementos contaminantes; 
 exposição da película ainda úmida à chuva ou à condensação. A água 
redissolve determinadas substâncias solúveis da película e quando evapora 
origina manchas semelhantes a pingos de água; 
3.3.3 Ação humana 
O homem também é uma fonte de danos para as edificações, sendo suas 
atitudes capaz de gerar tanto danos menos agressivos às estruturas, como as 
pichações, por exemplo, que causam apenas problemas estéticos, quanto a danos 
mais graves, podendo comprometer parte da estrutura do prédio. 
48 
Na figura 14, podemos observar um dano estético causado pela ação 
humana em uma fachada de um edifício, através da pichação. 
Figura 14 - Pichação 
 
Fonte: Elaborado pelo autor 
 
Os danos causados pela ação do homem podem aparecer de diversas 
formas e ter

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