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Sistema Genital Feminino Letícia Franzen Bräscher O sistema genital feminino é formado por dois ovários, duas tubas uterinas, o útero, a vagina e a genitália externa. Tem a função de produzir gametas femininos (ovócitos), manter um ovócito fertilizado durante seu desenvolvimento completo ao longo das fases embrionária e fetal até o nascimento e produzir hormônios sexuais que controlam órgãos do sistema genital e têm influência sobre outros órgãos do corpo. Está localizado no interior da cavidade pélvica- um marco ósseo que realiza uma função protetora. A partir da menarca (primeira menstruação), o sistema reprodutor sofre modificações cíclicas em sua estrutura e em sua atividade funcional, controladas por mecanismos neuro-humorais. A menopausa é um período variável durante o qual as modificações cíclicas se tornam irregulares e acabam cessando. No período de pós-menopausa há uma lenta involução do sistema reprodutor. É representada por uma abertura fusiforme de grande eixo antero-posterior, de bordas muito acidentadas, e situada no períneo (região que fica entre o ânus e a vagina e que serve de sustentação para todos os órgãos pélvicos), imediatamente por trás da sínfise da pube. São superficiais ao diafragma urogenital e localizam-se abaixo do arco púbico. Consiste em monte pubiano, clitóris, pequenos lábios e grandes lábios, além de algumas glândulas que se abrem no vestíbulo, o espaço que corresponde à abertura externa da vagina, delimitado pelos pequenos lábios A uretra e os ductos das glândulas vestibulares se abrem no vestíbulo e estão localizados nas faces mediais superiores dos lábios menores. As glândulas vestibulares maiores, ou glândulas de Bartholin, situam-se no espaço superficial do períneo (póstero-lateralmente ao óstio da vagina e inferiormente à membrana do períneo) e a cada lado do vestíbulo (nas paredes da vagina), sendo homólogas às glândulas bulbouretrais no homem, lubrificando a vulva. As numerosas glândulas vestibulares menores que são homólogas à próstata masculina, se localizam mais frequentemente ao redor da uretra e do clitóris. ↪Todas as glândulas vestibulares secretam muco, proporcionando a lubrificação. Os bulbos vestibulares são um par de tecidos eréteis subcutâneos (tecido esponjoso ou corpo cavernoso) análogos ao bulbo peniano e ao corpo esponjoso no sexo masculino. Eles se estendem de cada lado do vestíbulo e se unem na frente do orifício uretral.. O corpo cavernoso é revestido por uma camada de tecido conjuntiva chamada túnica albugínea, sendo passível de encher de sangue, essencial para manter a ereção... Situam-se lateralmente ao longo do óstio da vagina, superior ou profundamente aos lábios menores do pudendo (não dentro), imediatamente inferiores à membrana do períneo. São cobertos inferior e lateralmente pelos músculos bulboesponjosos que se estendem ao longo de seu comprimento. O clitóris e o pênis são homólogos em origem embrionária e estrutura histológica. O clitóris, coberto por um epitélio estratificado pavimentoso, é formado por dois corpos eréteis que terminam em uma glande clitoridiana rudimentar e um prepúcio (formado pela união dos lábios menores - prega cutânea). ↪É um epitélio com alta sensibilidade cutânea - inervado. Os pequenos lábios são dobras da mucosa vaginal que têm tecido conjuntivo penetrado por fibras elásticas. O epitélio estratificado pavimentoso que os cobre, tem uma delgada camada de células queratinizadas na superfície. Glândulas sebáceas e sudoríparas estão nas superfícies internas e externas dos lábios menores, cujo revestimento é, portanto, intermediário entre pele e mucosa. São desprovidos de tecido adiposo (gordura) e de musculatura lisa. Contribuem para a formação do prepúcio e do frênulo do clitóris. Eles têm um núcleo de tecido conjuntivo esponjoso contendo tecido erétil em sua base e muitos pequenos vasos sanguíneos. Os grandes lábios são dobras de pele que contêm uma grande quantidade de tecido adiposo e uma delgada camada de músculo liso, proporcionando proteção indireta ao clitóris, aos óstios da uretra e da vagina. São homólogos ao escroto. Sua superfície interna (mais rosada) tem estrutura histológica semelhante à dos lábios menores, e a externa (mais pigmentada) é coberta por pele e por pelos espessos. Glândulas sebáceas e sudoríparas são numerosas em ambas as superfícies, auxiliando, também, na lubrificação. Estendem-se desde o monte pubiano até o períneo e delimitam a vulva lateralmente. Unem-se anteriormente, nas proximidades da sínfise da pube, formando um ângulo agudo que se denomina comissura anterior. O mesmo acontece posteriormente, no centro do períneo, constituindo a comissura posterior. O monte pubiano é composto por pele, tecido adiposo subcutâneo e pêlos durante a puberdade. Está localizado anteriormente à sínfise púbica. A genitália externa é abundantemente provida de terminações nervosas sensoriais táteis. A vagina é o órgão genital feminino interno mais externo. Consiste em um tubo músculo- membranáceo mediano, que superiormente está ligada ao colo do útero e para baixo atravessa o diafragma urogenital para se abrir no pudendo feminino (vulva), cujo orifício chama-se óstio da vagina. O orifício vaginal pode estar parcialmente recoberto por uma fina membrana chamada de hímen, fazendo a proteção do local. Está localizada posteriormente à bexiga e à uretra, e anteriormente ao reto. É o local onde o pênis deposita os espermatozoides na relação sexual. Além de possibilitar a penetração do pênis, expulsa a menstruação e, na hora do parto, auxilia a saída do bebê. A parede da vagina não tem glândulas e consiste em três camadas: mucosa, muscular e adventícia. ↪ Mucosa: o epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é estratificado pavimentoso e não possui glândulas. Suas células podem conter uma pequena quantidade de queratina; porém, não ocorre queratinização intensa. Sob o estímulo de estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumula grande quantidade de glicogênio, que é depositado no lúmen da vagina quando as células do epitélio vaginal descamam. Bactérias da vagina metabolizam o glicogênio e produzem ácido láctico, responsável pelo pH da região, que é normalmente baixo. O ambiente ácido tem ação protetora contra alguns microrganismos patogênicos. Na falta de estrógenos (menopausa), o epitélio produz pouco glicogênio, aumentando o pH vaginal e, consequentemente, a proliferação de microorganismos. ↪ Muscular Feixes longitudinais e circulares de músculo liso Esfíncter (músculo esquelético) na abertura da vagina ↪ Adventícia Externamente à camada muscular, uma camada de tecido conjuntivo denso, a adventícia, rica em espessas fibras elásticas, une a vagina aos tecidos circunvizinhos. A grande elasticidade da vagina se deve ao elevado número de fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede. Os ovários são as gônodas femininas que liberam o óvulo com o propósito de fertilização. Além disso, agem como glândulas endócrinas, secretando vários hormônios necessários para a fertilidade, menstruação e maturação sexual das mulheres, como o estrógeno e progesterona. Cada ovário está localizado na fossa ovariana da pelve, adjacentes ao útero e inferior às tubas uterinas. O ovário contém quatro superfícies (anterior, posterior, medial e lateral) e dois polos (superior e inferior). Estão ligados ao aparelho pelo ligamento ovariano e pelo ligamento largo do útero. O mesovário, uma prega do peritônio visceral, fixa os ovários ao ligamento largo e transporta vasos linfáticos e sanguíneos e os nervos para o hilo das gônodas.A sua superfície é coberta por um epitélio pavimentoso ou cúbico simples, o epitélio germinativo. As células germinativas são encontradas no interior do ovário e são liberadas nas trompas mensalmente. Sob o epitélio germinativo há uma camada de tecido conjuntivo denso, a túnica albugínea, que é responsável pela cor esbranquiçada do ovário. Abaixo da túnica albugínea, há uma região denominada cortical. Tem um estroma de tecido conjuntivo frouxo, com abundância em fibroblastos. Nessa região situam-se os folículos ovarianos, formados pelas células germinativas e pelas células foliculares. A parte mais interna do ovário é a região medular, que contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. Os folículos se localizam no tecido conjuntivo (estroma) da região cortical, o qual contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito característico, formando redemoinhos. Esses fibroblastos respondem a estímulos hormonais de um modo diferente dos fibroblastos de outras regiões do organismo. No início do ciclo, o hormônio de estimulação de folículos (FSH) é produzido pela adenohipófise. Esse é o principal hormônio envolvido na estimulação dos ovários para produzir óvulos maduros. Os folículos são cavidades preenchidas por fluidos nos ovários. Cada folículo contém um óvulo não desenvolvido. A progesterona auxilia na formação do corpo lúteo e, consequentemente, "segura" a gestação. O LH, por sua vez, favorece o rompimento do folículo ovulatório (liberação do óvulo). Já o estrógeno, produzido pelo ovário, dá as características secundárias da mulher. As tubas uterinas são dois tubos musculares que se estendem lateralmente do útero até os ovários. A parede da tuba uterina é composta de três camadas: mucosa, muscular (músculo liso) e uma serosa formada de um folheto visceral de peritônio. ↪ A mucosa é formada por um epitélio colunar simples e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. O epitélio contém dois tipos de células: ciliadas e secretoras. Os cílios batem em direção ao útero, movimentando nesta direção uma película de muco que cobre sua superfície. Este líquido consiste principalmente em produtos das células secretoras. No momento da ovulação, a tuba uterina exibe movimentos peristálticos decorrentes de sua musculatura lisa, e a extremidade afunilada da ampola (com numerosas fímbrias) se posiciona muito perto da superfície do ovário. Isso favorece a captação do ovócito que foi ovulado. A secreção tem funções nutritivas e protetoras em relação ao ovócito, além de promover ativação (capacitação) dos espermatozoides. As tubas são órgãos intraperitoneais revestidos completamente por uma parte do ligamento largo do útero chamada de mesosalpinge. Elas são constituídas por quatro partes principais: ↪ Infundíbulo: a parte distal da tuba uterina que se abre para a cavidade peritoneal através do óstio abdominal. O infundíbulo contém projeções em formatos de dedos chamadas de fímbrias, que se estendem sobre a superfície medial dos ovários, captando o ovócito e conduzindo até o interior da tuba. ↪Ampola: se inicia medialmente ao infundíbulo, porção que possui a região mais larga da tuba uterina. É o local mais comum de fertilização. ↪Ístmo: é a parte mais estreita da tuba uterina, conecta ao útero ↪Parte intramural (uterina): se comunica diretamente com a cavidade uterina através do óstio uterino. O útero consiste em um órgão musculoso, oco e em formato de pera invertida. Está situado na cavidade pélvica anteriormente à bexiga e posteriormente ao reto. A posição do útero é referida como em antroversoflexão e em posição normal o útero está inclinado para frente em relação a vagina (anteversão) e o corpo do útero está dobrado pra frente em relação ao colo do útero (anteflexão). Durante a gravidez há o aumento de vasos sanguíneos e a expansão do órgão, abrigando o feto durante o seu desenvolvimento. O útero é parcialmente revestido pelo peritônio e sua parede é relativamente espessa e formada por três camadas. Externamente, há uma delgada serosa chamada perimétrio que consiste em peritônio sustentado por uma fina camada de tecido conjuntivo. As outras camadas uterinas são o miométrio, uma espessa camada de músculo liso, e o endométrio ou mucosa uterina, revestindo a cavidade do útero. ↪O miométrio, camada mais espessa do útero, é composto por fibras musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. Durante a gravidez, o miométrio cresce como resultado de hiperplasia (aumento no número de células musculares lisas) e hipertrofia (aumento no tamanho das células). Após a gravidez, há degeneração de algumas células musculares lisas, redução no tamanho de outras e degradação enzimática de colágeno. O útero, então, tem seu tamanho reduzido para as dimensões aproximadas de antes da gravidez. ↪No endométrio, as células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio simples colunar formado por células ciliadas e células secretoras. O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém abundante matriz extracelular, além de ser altamente vascularizado. As fibras de tecido conjuntivo são constituídas principalmente de colágeno. O endométrio pode ser subdividido em duas camadas, que não podem ser bem delimitadas morfologicamente: ↪ a camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas; ↪ a camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final das glândulas e também pelo epitélio superficial. Enquanto a camada funcional sofre mudanças intensas durante os ciclos menstruais, a basal permanece quase inalterada. Os vasos sanguíneos que irrigam o endométrio são muito importantes para o fenômeno cíclico de perda de parte do endométrio durante a menstruação. O revestimento endometrial prolifera a cada mês em preparação para o implante do embrião. Nesse caso, se a fertilização ocorrer, o útero atua abrigando o feto em crescimento e sua placenta. Caso a gravidez não ocorra., o revestimento endometrial é eliminado durante a menstruação. ↪Fase proliferativa: o endométrio encontra-se descamado devido a menstruação precedente. Durante essa fase o estrogênio implica na proliferação das células do estroma e epiteliais, aumentando a espessura do endométrio (surgimento de vasos sanguíneos e glândulas exócrinas) ↪Fase secretora: aumento de estrogênio e progesterona e desenvolvimento da secreção do endométrio. O endométrio atinge sua espessura máxima. Torna-se uma fonte de nutrição do óvulo. ↪Menstruação: redução brusca nos níveis de estrogênio e progesterona acarreta na diminuição do estímulo a células do endométrio. Ocorre uma vasoconstrição que acarreta a necrose do endométrio. As camadas desprendem e se separam no útero
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