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ECON DIREITO PENAL

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DIREITO PENAL 
Introdução 
 
• Teoria geral do crime 
– No Direito Penal encontramos os elementos básicos 
que configuram um ato criminoso 
– Importância 
• A teoria geral do crime oferece subsídios 
importantes para a interpretação dos crimes em 
espécie 
– O Direito penal cuida dos crimes e das penas, incluindo 
os direitos dos presos 
Fundamentos do Direito Penal 
 • Conceito 
• Sentido formal: caracteriza-se por ser estático e constituir o conjunto de normas 
jurídico-pública que estabelecidas pelo Estado, servem para definir e combater o 
crime através da pena e da medida de segurança (Basileu Gracia apud Damásio de 
Jesus) 
Função instrumental: proteção do bem jurídico/prevenção/garantia-limite ao 
poder do Estado 
• Sentido Social: caracteriza-se por ser dinâmico, correspondendo a um 
instrumento de controle social, pois limita liberdades, criando direitos e deveres 
aos personagens envolvidos, conferindo proteção diferenciada aos bens 
considerados social e juridicamente relevantes. 
Função de prevenção limitada, protetora e motivadora: O Estado democrático de 
direito exige limites ao poder do Estado na imposição de penas. (art. 1° e 5° da 
CF/88) 
• Direito penal objetivo e subjetivo: objetivo é o conjunto de normas que 
descrevem os crimes, cominando sanções por sua infração, enquanto o subjetivo 
corresponde ao jus puniendi do Estado (direito de punir), que consubstancia um 
poder de império, cujo exercício é exclusivo do Estado. Esse poder é necessário 
para submeter o réu ao processo e à pena, de acordo com os limites legais, em 
benefício da convivência social. 
Fontes do Direito Penal 
• Conceito de Fonte: significa no sentido amplo a origem ou lugar de 
procedência do Direito Penal, que pode ser: 
– Material: se informa a gênese, a matéria, como é produzido e elaborado 
– Formal: quando se refere a maneira como se exterioriza. 
• Espécies de fonte: 
– Fontes material de produção ou substanciais: a única fonte de produção do 
Direito é o Estado, pois segundo o art. 22, I da CF/88, compete privativamente a 
União legislar sobre Direito Penal. Lei Complementar pode autorizar o Estado-
membro da federação a legislar sobre matéria específica, restrita e particular 
de Direito Penal. 
– Fonte formal de conhecimento ou de cognição: a fonte formal pode ser direta 
ou indireta. 
• Fonte direta ou imediata: é a lei 
• Fonte indireta ou mediata: é a norma integrativa relacionada ao costume, aos 
princípios gerais de direito e a analogia in bonam partem, caso de aplicação das 
normas permissivas para favorecer o réu em face da equidade (art. 4° da LICC), que 
servem para auxiliar a aplicação do Direito penal, mas sem efetiva atuação. 
• Evolução histórica: 
• Período da vingança privada: Não existia Estado e os grupos se organizavam em 
famílias, tribos e clãs. O Direito Penal representava inicialmente a vingança privada da 
própria vítima, seus parentes ou grupo social, manifestando-se por meio de uma reação 
desproporcional e, normalmente, superior à agressão sofrida, salvo se o agressor era 
membro da comunidade, caso em que era penalizado com o banimento. 
• Período da vingança pública: Surge uma organização de um poder religioso, onde os 
sacerdotes são magistrados e a pena passa a ter um caráter sagrado, servindo para 
aplacar a ira da divindade, denominando-se período de vingança dos Deuses. Com o 
tempo, transforma-se em Estado primitivo regulado pelo Direto de Talião cuja regra não 
permitia que o revide ultrapassasse a medida da ofensa. Seguido pelo Código Hamurábi e 
pela lei das XII Tábuas, que introduziram a fase da composição, com substituição da pena 
física pela indenização em dinheiro, gerando a pena de multa. (Ney Teles, p. 41) 
• Período humanitário: Marcado pelo movimento europeu denominado iluminismo, no 
Séc. XVIII, com as idéias de Cesare Bonesana, Marquês de Beccaria, implementando 
reforma nas leis e na justiça penal, combatia a torutra e a pena de morte, propugnava 
defesa ao acusado, clareza dos textos legais, proporcionalidade e moderação das penas, 
destinando-as a finalidade de impedir novos delitos. A pena deve ser pública, necessária e 
determinada pela lei (princípio da legalidade). 
Fins e objetivos do Direito Penal 
• Proteção dos bens jurídicos: O que o direito penal 
protege? 
• conceito e funções do bem jurídico penal: O bem 
jurídico não se confunde com coisa, pois não tem somente 
o sentido corpóreo (subordinação jurídica, interesse e 
gestão econômica), mas alcança a vida, a liberdade, a 
saúde e outros bens incorpóreos. Por isso tem a função de 
representar o objeto de tutela do Direito Penal. 
Fins e objetivos do Direito Penal 
• Modelos de Direito Penal: 
– Movimentos penais modernos: São correntes doutrinárias que discutem propostas para 
minimizar os problemas decorrentes das falhas do sistema penal. 
• MODELO AUTORITÁRIO: se caracteriza pelo rigor da legislação e das formas de incriminação, 
permitindo inclusive pena de morte. 
• MODELO ABOLICIONISTA: tem como precursores Thomas Mathiesen, Nils Christie, Eugênio Raúl 
Zaffaroni e Louk Hulsman entre outros. Dividem-se em: 
– Radicais, que defendem a eliminação completa do sistema penal, pois este não ressocializa o 
condenado a pena privativa de liberdade, ao contrário o torna mais violento e se caracteriza 
como um sistema elitista, punindo somente a classe pobre da sociedade; 
– Moderados, quando adeptos do direito penal mínimo, representados por Luigi Ferrajoli, que 
propõe o modelo do garantismo penal, isto é, mínima intervenção do Estado, com o máximo de 
garantias ao cidadão, manifestadas pelos princípios da reserva legal, da humanidade (proíbe 
torutras), da intervenção mínima, da lesividade, culpabilidade e outros. No Brasil, têm-se a Lei 
5941/73 (Lei Fleury), que reformou o art. 594 do CPP, da época, ampliando as possibilidades do 
réu apelar em liberdade, a Lei 6416/77introduziu o regime semi-aberto e aberto para penas 
privativas de liberdade e a Lei 7209/84 que introduziu as penas restritivas de direitos de caráter 
substitutivo às penas de prisão. Ferrajoli recomenda três medidas: descriminalização (ex: crime 
de sedução), descarcerização (ex: penas restritivas, liberdade provisória no art. 223 e 310 do CPP) 
e despenalização (ex: a nova lei de entorpecente – art. 28 - lei 11.343/06) 
• LEI PENAL E ORDEM: surgiu nos EUA como reação aos índices de criminalidade, a partir da década de 
70, quando a pena de morte foi restabelecida e as leis de combate ao crime tornaram-se mais severas. 
No Brasil, é possível observar reflexos desse movimento na legislação especial, a exemplo da Lei 
8072/90 (lei de crimes hediondos), que se apresenta como uma forma de direito penal simbólico, pois 
não resolveu o problema do aumento de crimes violentos. 
Princípios 
 
• Princípio da legalidade: 
• Origem: 
 No exterior: 
 Direito Ibérico medieval – Corte de leão - 1186 
 Alemanha – Feuerbach - Nullum crimen, nulla poena sine lege 
 Inglaterra - Magna Carta Libertum dos Barões ingleses de 1215 ao Rei João Sem Terra 
 EUA - Bill of Rights – Filadélfia/1774 
 Constituição Federal Americana de 1787 
 França - Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789 
 Constituição Francesa de 1791 
 No Brasil: 
• Legalidade: art. 5° II da CF/88 – conta com dimensões de garantia: reserva legal e anterioridade 
• Reserva legal: art. 5° XXXIX da CF/88 
 CF/1967 – art. 153, § 16 
CF/1946 – art 141, § 27 
CF/1937 – art. 122 
CF/1934 – art. 113, § 26 
CF/1891 – art. 72, § 15 
 
CF/1824 – art. 179, § 11 
• Conceito: 
 Substancial – defesa social pune condutas perigosas (jus puniendi do Estado) 
 Formal – serve de limite a atuação do Estado, evita arbítrio e garante certeza do direito e igualdade jurídica (jus 
punienale). 
• Conseqüências: 
 Proíbe retroatividade (coisa julgada art. 2° § único do CPB), analogia, costume e incriminação indeterminada 
(taxatividade), interpretação extensiva ou restritiva para prejudicar o réu. 
 
Legalidade:Tem como precursor Feuerbach (1775-1833), seguindo o princípio 
de que só a lei pode fixar penas aos delitos e o direito de fazer leis penais 
compete exclusivamente ao Poder Legislativo. No Brasil manifesta-se no art. 5°, II 
da CF/88 o prevê, determinando que “*...]ninguém é obrigado a fazer ou deixar 
de fazer alguma coisa senão em virtude de lei[...+”, no art. 62, § 1°, b da CF/88 
(proíbe medida provisória). Deve-se considerar a existência de tratados 
internacionais em face dos direitos fundamentais previstos na CF/88, dos quais o 
Brasil faz parte, assim, em caso de conflito deve prevalecer o mais favorável ao 
réu do ponto de vista dos direitos fundamentais. 
Reserva legal: é mais específica e compreende a proibição da retroatividade 
prevista no art. 1° do CP e art. 5°, XXIX da CF/88, segundo os quais “*...] não há 
crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”; no 
art. 5°, XL da CF/88 que diz “*...] a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o 
réu[...+”; na proibição da analogia in malam partem e de incriminações vagas e 
indeterminadas. 
Dignidade da pessoa humana: é exigência do Estado democrático de 
direito e está prevista no art. 1°, III, 4°, II, 5°, todos da CF/88. O Direito Penal não 
admite penas cruéis, tortura, nem pena de morte, salvo em caso de guerra (art. 
5°, XLVII da CF/88). 
Culpabilidade: o direito penal moderno é condizente com o Estado democrático de direito, 
conforme previsto no art. 1° da CF/88 e por isso, segue o princípio da responsabilidade 
pessoal, conforme art. 5°, XLV da CF/88, isto é a conduta criminosa só pode ser punida se o 
sujeito que a praticou for culpável (tiver capacidade entender o caráter ilícito da sua conduta 
e de se autodeterminar conforme esse entendimento) e sua ação for reprovável. Assim, não 
se admite responsabilidade objetiva no Direito Penal. 
Proporcionalidade: originou-se em Beccaria, que defendia a existência de proporão entre os 
delitos e as penas, pois a punição de um crime tem caráter de ressocializar o condenado e não 
deve ultrapassar o necessário para fazer-lhe refletir sobre os malefícios de sua conduta de 
acordo com os valores da comunidade em que vive. 
Insignificância: para que um fato seja considerado crime é necessária a configuração da sua 
tipicidade formal e material, isto é adequação da conduta ao fato descrito como crime na lei 
penal, devido a ofensa de um bem jurídico protegido pela mesma norma violada. Fato 
insignificante é aquele que não chega a representar uma lesão ou um perigo concreto de 
lesão às pessoa e à sociedade. O reconhecimento do princípio da insignificância atinge a 
tipicidade material. 
Princípio da intervenção mínima: intervenção fragmentária (o direito penal não é um sistema 
exaustivo de proteção de bens jurídicos. Por isso, tutela bens relevantes e pune o ataque mais 
intolerável, que perturba o convívio); subsidiária (a pena privativa de liberdade deve ser o 
último recurso, quando outros ramos do Direito não solucionam o conflito) e lesividade 
(baseada na necessidade da pena de acordo com o dano ou perigo causado ao bem jurídico 
protegido). 
Teoria da lei penal 
• LEI PENAL – documento elaborado e 
emanado do Congresso Nacional, 
sancionado pelo presidente da 
República, publicado no DOU, obrigatória 
a todos., isto é, instrumento usado pelo 
Estado para divulgar o Direito Penal, 
onde estão contidas as normas que 
definem os crimes e penas. Ex: CPB, LCP, 
CPM, ECA. 
• Caracteres da NORMA PENAL – regra de 
conduta, imposta coativamente pelo 
Estado, que define o crime e comina a 
pena. Compõe-se de preceitos 
(preceptum iuris), que se divide em : 
– Preceito primário – descrição da conduta 
proibida 
– Preceito secundário - sanção (sanctio 
iuris). 
 
Direito penal 
Lei penal 
Norma 
penal 
Teoria de Binding 
• Ao tempo de Binding o criminoso ao praticar o ato considerado ilícito 
violava o preceito primário da norma penal, ensejando a aplicação da 
sanção, porque a proibição da conduta está implícita na norma penal, 
já que a forma de expressar os fatos hipotéticos é meramente 
descritiva. Portanto, o delinquente não viola a lei diretamente, mas 
sim algo que está no mandamento proibitivo existente como pano de 
fundo da regra escrita. 
• Ex: “Art. 121 – matar alguém […+” (mandamento: “não matarás”) 
• “Art. 155 – subtrair coisa móvel alheia […+” (mandamento: “não 
furtarás”) 
• Classificação: 
 
Norma penal incriminadora: é a norma em sentido estrito, de caráter 
proibitivo ou mandamental, destacando-se pela sua característica de: 
Exclusividade 
Imperatividade 
Generalidade 
Efeito erga omnes 
Alto grau de abstração 
Impessoalidade. 
 
Obs: Estão neste rol as normas gerais agravantes (art. 61 do CPB) e 
causas de aumento de pena. 
 
Ex: art. 121 – “matar alguém: Pena – reclusão de 6 a 20 anos” 
 
Norma penal não incriminadora: são aquelas que possuem a finalidade de tornar 
lícitas certas condutas, como ocorre com as circunstâncias atenuantes (art. 65 do 
CPB), causa de diminuição de pena, permissiva e explicativa ou complementar. 
Pode ter a finalidade de afastar a culpabilidade do agente, isentando-o de pena, 
esclarecer certos conceitos ou fornecer princípios gerais para a aplicação da lei 
penal. 
Norma Permissiva: o Direito Penal permite a realização do fato considerado 
crime, entendendo que não deve ser aplicada a pena, reservando uma medida 
que visa socialização e educação. Subdivide-se em: 
Norma permissiva justificante: é isento de pena quem pratica o crime sob 
motivo juridicamente justificável. 
Ex: art. 128 I e II do CPB - aborto necessário/abuso sexual 
 art. 23, I, II e II do CPB - Excludentes de ilicitude - legítima defesa, estado de 
necessidade, estrito cumprimento do dever legal 
Norma permissiva exculpante: isenta de pena quem pratica fato criminoso, 
não justificável, mas desculpável. 
Ex: art. 26 do CPB – Inimputabilidade por doença mental 
 art. 28, § 1° do CPB – Embriaguez acidental 
 art. 27 do CPB - inimputabilidade por menoridade 
 art. 21, 1ª parte do CPB – erro sobre a ilicitude do fato 
Norma explicativa: explica ou complementa o conteúdo de outras 
normas. 
Ex:art. 24 CP – elementos do estado de necessidade, art. 327 do CP – 
funcionário público 
Norma penal em branco – Tem preceito primário incompleto e 
precisa de outra norma jurídica para completar o sentido de seu 
preceito primário ou secundário. 
Ex: art. 33 da lei 11.343/06 (tráfico de droga) e Portaria da ANVISA e do 
Ministério da Saúde 
 
Distinção com crime de tipo aberto: neste o complemento vem da 
jurisprudência e doutrina. Ex: lei de biossegurança 
 
Normas incompletas ou imperfeitas: são aquelas que carecem de sanção, 
possuindo apenas o preceito primário, sendo necessário remeter a outro 
texto de lei para saber a consequência jurídica. 
Ex: art. 1º da lei 2.889/56 (genocídio) e art. 121,§ 2º do CP 
Aplicação da lei penal 
• 1 – Nascimento: processo de elaboração, discussão, votação, aprovação, 
promulgação(marco da existência), sanção e publicação (vigência) 
2 – Morte: A lei pode terminar de duas formas: 
• REVOGAÇÃO: pode ser expressa ou tácita (ab-rogação/total e derrogação/parcial) 
• TÉRMINO DE SUA VIGÊNCIA 
• AUTO-REVOGAÇÃO: ocorre nas leis temporárias e excepcionais. 
• Leis temporárias: terminam com o prazo estipulado na própria lei, tendo efeito 
extra-ativo. 
• Leis excepcionais: terminam quando cessa a situação de emergência que lhe deu 
causa, tendo efeito extra-ativo. 
• Obs: o fato só é considerado típico quando ocorre durante a interposição dos dois 
momentos de nascimento e morte, isto é: 
– Momento em que a lei que define o fato se torna obrigatória pela sua entrada em vigor; 
– Momento em que deixa de ser obrigatória por ter cessado a sua vigência. 
A lei penal no tempo 
 
Lei revogada Lei revogadora Lei nova 
3 – Vigência: 
a) Data da publicação 
b) Dia posterior a vacatio legis (tempo destinado ao conhecimento da lei - atípico) 
 b.1 – caso de silêncioda lei – 45 dias após a publicação 
 b.2 – determinado pela própria lei 
 b.3 – 3 meses para sua aplicação nos Estados estrangeiros, quando admitida 
c) Repristinação: não pode ser automática, exigindo-se que seja expressa na lei. 
TEORIAS DO TEMPO DO CRIME: Direito Penal intertemporal 
Teoria da atividade – considera tempo do crime a data da ação ou omissão (art. 4° do 
CPB) 
Teoria do resultado – considera tempo do crime a data do resultado 
Teoria mista – considera tempo do crime tanto o momento da conduta como o do 
resultado. Aplica-se ao crime permanente (Súmula 711 do STF). 
 
Conflito aparente de leis penais: o conflito é aparente 
quando existe somente na mente do aplicador ou 
intérprete da lei penal, isto é, temos a impressão de que 2 
ou + leis em vigor se aplicam ao mesmo delito. Nestes 
casos, o conflito deve ser resolvido para evitar bis in idem. 
São pressupostos para a existência do conflito aparente: 
Unidade do fato 
Pluralidade de normas 
Aparente aplicação de todas as normas 
Efetiva aplicação de apenas uma das normas 
 
 
 
 
 
Solução do conflito aparente 
• 1 – princípio da especialidade: uma norma incriminadora é especial 
em relação a outra geral, quando possui uma relação de gênero e 
espécie, quando tem em sua definição legal todos os elementos 
típicos desta e, mais alguns de natureza objetiva ou subjetiva, 
denominados especializantes. As disposições conflitantes podem 
estar contidas no mesmo ou em diversos diplomas legais, ter iniciado 
sua vigência ao mesmo tempo ou em momento diverso, mas devem 
ser contemporâneas. A prevalência da norma especial se estabelece 
pelas definições abstratas contidas nas normas e pela comparação 
das figuras típicas (art. 302 do Código de trânsito e art. 121, § 3° do 
CPB; art. 157, § 3°, in fine do CPB e art. 121, § 2°, V; art. 155, caput e 
§ 2° do CP). No caso de concurso de circunstâncias subjetivas e 
objetivas de tipos penais diversos ou idênticos, resolve-se pelo art. 67 
do CP(art. 121, § 1° e 2°, III). 
• Lembre-se do disposto no art. 12 do CPB que compatibiliza o crime 
de lei especial com as normas da parte geral do CPB. 
• 2 – Princípio da subsidiariedade: a relação de 
subsidiariedade se caracteriza pela menor gravidade que 
a principal, pela maneira de execução, pois se apresenta 
como uma parte ou circunstância elementar do crime 
principal, isto é, o crime subsidiário está contido no crime 
principal. As vezes o dispositivo legal apresenta a 
expressão “se o crime praticado não constitui outro mais 
grave” (art. 147 e art. 146 do CPB;.art. 132 do CPB; art. 
129, § 3°, do CPB só é aplicável quando inexiste o dolo do 
homicídio do art. 121 do CPB; art. 21 da LCP, com a 
expressão “se o fato não constitui crime”, art. 238, 239, 
240 e 307 do CPB) 
• 3 – Princípio da consunção ou absorção: comporta diversas relações possíveis a 
saber: 
– Relação crime meio/crime fim: ocorre quando um fato definido por uma 
norma incriminadora é meio necessário ou normal fase de preparação ou 
execução de outro crime, bem como quando constitui conduta anterior ou 
posterior do agente 
• Ex: falsidade de documento – art. 296, 297 e 298 do CPB e estelionato – art. 171 do 
CPB. 
– Relação progressiva: Ocorre com maior freqüência nos crimes progressivos, 
nos quais o sujeito desde o início tem vontade de praticar o crime mais grave. 
• Ex. :art. 148 e 149 do CPB). 
– Relação complexa: o crime complexo (art. 101 do CPB) pode configurar 
especialidade ou consunção (divide-se a doutrina). 
• Ex: estupro (art. 213 CP) 
 
– Distinção com a especialidade: Na relação consuntiva não há o liame lógico 
que existe na relação da especialidade. A conclusão não decorre de 
comparação, mas pela configuração concreta do caso. Por isso o crime 
consumado absorve a tentativa ou um ato preparatório de um crime pode 
configurar outro crime na forma consumada. 
 
4 – Princípio da alternatividade: a norma penal 
que prevê vários fatos alternativamente, como 
modalidade de um mesmo crime, só é aplicável 
uma vez, ainda quando os fatos são praticados 
pelo mesmo sujeito, sucessivamente. Ocorre nos 
crimes de ação múltipla ou conteúdo variado 
(crimes plurinucleares). 
Ex: Tráfico de drogas (art. 33 da lei 11.343/06). 
 
 
Exercício 
• 1 – qual o motivo da existência das normas penais na nossa 
sociedade? 
• 2 – como se classifica a lei penal como fonte do direito penal?Porque 
a doutrina, os costumes e a jurisprudência não são fontes diretas do 
Direito Penal? 
• 3 - Explique cada uma das espécies de normas penais admitidas na 
classificação doutrinária. 
• 4 – resolva o conflito aparente de leis penais no caso concreto abaixo: 
• Ana dirigiu-se ao hospital em processo de parto, pois estava no nono 
mês de gravidez. Acontece que, logo após o parto, utilizando de um 
travesseiro, sufocou o próprio filho, ceifando-lhe a vida. Após a 
realização de perícia, o laudo concluiu que Ana encontrava-se em 
estado puerperal no momento do crime. Neste caso, teria ocorrido 
homicídio doloso simples (art. 121 CP)? Explique e fundamente sua 
resposta. 
• 5 – Explique porque o conflito de leis penais pode ser aparente em 
alguns casos concretos e qual a forma de resolvê-los? 
Conflito de leis penais no tempo: depois de ocorrido o crime, o 
legislador muda o conteúdo da lei (sucessão de leis). Trata-se de um 
conflito real de leis penais que se resolve pelas seguintes regras: 
• 1 – regra geral: 
a) (Tempus regit actum) – aplica-se a lei em vigor na data do crime 
b) crime permanente e continuado - aplica-se a lei nova, ainda que mais 
grave. Ex: seqüestro (súmula 711 STF) 
2 – exceção: 
a) Lex mitior – é extrativa, ou seja, é retroativa, pois incide sobre fato 
ocorrido antes do início de sua vigência atingindo inclusive a coisa 
julgada (RT 501/297), exceto em pena cumprida (RTJ 122/200), bem 
como é ultra-ativa, pois a lei benéfica continua a ser aplicada mesmo 
após a sua revogação. Ex: lei quer introduziu pena restritiva de direito 
# lex gravior lei 8.072. 
b) Abolitio criminis – é retroativa e extingue o crime(descriminaliza), deve ser 
aplicada ex officio (art. 2° do CPB). Efeitos podem ser: penais, que se divide em: 
principais (pena privativa de liberdade) e secundários (que incidem, por exemplo, 
sobre os direitos políticos) # efeitos civis que subsistem (indenização). Ex: art. 
240 e 217 x lei 11.106/05 (adultério e sedução) 
Obs: revogação # abolitio criminis. Ex: art. 95 lei 8.212/91(apropriação indébita 
previdenciária) revogado lei 9.983/00 e deslocado para art. 168A do CPB(caso de 
continuidade normativo-típica) 
c) Lex tertia – combina dispositivos benéficos de duas ou + leis (polêmica: usurpa 
função legislativa) 
d) Lex intermedia – Quando entre o fato e a aplicação concreta da lei se sucedem 
mais de duas leis, regulando o mesmo fato, a lei intermediária, desde que mais 
favorável, deve ser aplicada em razão de efeito ultra-ativo e retroativo 
Lei 1: reclusão 2 a 6 anos Lei 2 :reclusão 2 a 4 anos Lei 3 :reclusão 5 a 12 anos 
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• A lei penal no espaço: Um crime pode violar a lei de dois ou mais países, quando a 
ação ou omissão é praticada em um território e a consumação ocorre em outro(s) ou 
pela necessidade de extradição para aplicação da lei penal. 
• O Direito penal internacional é estudo da lei penal no espaço, que visa descobrir qual 
é o âmbito territorial de aplicação da lei penal brasileira. Difere do Direito 
internacional penal que disciplina o ius puniendi nas relações entre os Estados 
soberanos. 
• A lei penal no espaço é regida pelos seguintes princípios: 
• Regra geral: 
a) Princípio da territorialidade (art. 5º do CP) – aplica-se a lei nacional aos fatos ocorridos 
dentro do território nacional. Considera-se território nacional:(art. 5°, §1° e 2° do CP) 
 1 - solo; 
 2 - subsolo; 
 3 - águas interiores (compreendidas entre a costa do Estado e as linhas de base do 
mar territorial); 
 4 - mar territorial (dentro das 12 milhas do mar medida da linha de baixa-mar 
continental e insular); 
 5 - plataforma continental e espaço aéreo (vigora a teoria da soberania da coluna 
atmosférica, sendo delimitado o espaço aéreo nacional por linhas imaginárias que se 
situam perpendicularmente aos limites do território físico, incluindo o mar territorial); 
 
 6 – embaixada brasileira, pouco importando o país onde esteja 
localizada ou a nacionalidade do autor (salvo se ele for estrangeiro e 
gozar de imunidade diplomática, caso em que pode ocorrer dupla 
condenação, temperada pelo art. 8º do CP) 
 7 - embaixada estrangeira situada no Brasil. Os atos processuais que 
devam ser praticados dentro da embaixada dependem de autorização 
do embaixador. (exceção a dupla condenação); 
 8 - território por extensão ou ficção, considerando-se: competência da 
Justiça Federal. 
 a) aeronaves e embarcações brasileiras públicas ou a serviço do 
governo onde quer que se encontrem (princípio do pavilhão ou da 
bandeira – são embarcações que se acham em missão oficial) 
 b) aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou privadas, 
que se achem no espaço aéreo brasileiro correspondente ou em alto-
mar. (princípio do pavilhão ou da bandeira) 
 c) aeronaves estrangeiras privadas que estiverem em pouso no 
território nacional ou em vôo no espaço aéreo brasileiro, bem como 
embarcações estrangeiras privadas que estiverem em porto ou mar 
territorial do Brasil. 
Ponto relevante para debate 
• Como solucionar os crimes praticados no chamado “navio 
pirata”? 
– Juridicamente o navio pirata não existe, pois toda embarcação 
tem um registro em um país ao qual se encontra vinculado. Assim, 
estando tal navio em alto-mar, esse país do seu registro é o 
competente para julgar qualquer crime que ocorra dentro dele. 
• Se um crime foi cometido a bordo de uma aeronave, que 
apenas sobrevoou o Brasil, sem pousar. Pode ser aplicada a 
lei brasileira? 
– Em tese sim, porque o crime ocorreu quando a aeronave tocou o 
território nacional. (RJTFR 51/46) 
 
Ponto relevante para debate 
• Na leitura do art. 5º do CP, como solucionar o problema do 
julgamento das contravenções penais que ocorrem fora do 
territorio nacional ? 
– Trata-se de exceção, que mostra que o princípio da territorialidade 
é relativo ou temperado. Assim, as contravenções ocorridas fora 
do Brasil jamais terão a incidência da lei brasileira. (art. 2º da LCP 
– Dec.-lei 3688/41) 
• A todo crime ocorrido no Brasil aplicamos a lei penal 
brasileira? 
– Em princípio sim, ressalvadas as imunidades contempladas em 
Tratados ou Convenções internacionais. 
Hipótese excepcional 
• Um crime é cometido a bordo de embarcação ou 
aeronave privada brasileira, quando em território 
estrangeiro, mas, apesar de ser previsto como crime 
no país em que ocorreu, a justiça local não agiu. 
Nesse caso é possível aplicar a lei brasileira? 
– Em princípio, o art. 7, II C, diz que não se aplica a lei 
brasileira, salvo se o crime não for julgado no país em 
que foi concretizado. Assim, o Brasil passa a representar 
o país onde se deu o crime, aplicando-se o princípio da 
representação. 
 
Exceções: 
1 – extraterritorialidade incondicionada – art. 7°, I do CP 
2 – extraterritorialidade condicionada – art. 7°, II e § 3° do CP 
Princípios aplicáveis: 
b) Princípio da nacionalidade ou personalidade – a lei do país de origem do agente é 
aplicada onde quer que o crime tenha sido cometido. Pune-se o autor do delito 
se nacional, quer tenha praticado o crime no país ou no exterior. (art. 7º, II, b do 
CP). Subdivide-se em: 
 b.1) nacionalidade ativa – Somente se considera se o autor do delito é nacional, 
independente da nacionalidade da vítima. 
 b.2) nacionalidade passiva – exige que sejam nacionais o autor e a vítima do 
delito. (art. 7°, § 3º do CP) 
c) Princípio da proteção, da competência real ou da defesa – a lei do Estado é 
aplicável em razão da nacionalidade do bem jurídico tutelado, independente da 
origem do agente ou do local do crime (art. 7º, I, “a,b,c”) 
d) Princípio da justiça penal universal ou da justiça cosmopolita – a lei do Estado é 
aplicável a qualquer crime, independentemente da nacionalidade do agente, do 
bem jurídico lesado e do local do fato (art. 7º, I, “d” e II,”a” do CP). O criminoso é 
julgado e punido onde o sujeito for detido. 
f) Princípio da representação – a lei do Estado é aplicável em aeronaves e 
embarcações privadas, quando realizado o crime no estrangeiro (art. 7°, II, c). 
Exercício 
• Quanto as regras fundamentais sobre a extensão do 
território brasileiro, pode-se afirmar o seguinte: 
• 1 – as embarcações e aeronaves públicas brasileiras: são 
territórios de nação estrangeira, onde quer que se 
encontrem (princípio do pavilhão ou bandeira). ( ) 
• 2 – as embarcações e aeronaves privadas brasileiras: são 
territórios do Brasil se se encontram no território brasileiro 
ou em alto-mar (observa-se aqui o princípio do pavilhão ou 
bandeira). ( ) 
• 3 – as embarcações e aeronaves privadas estrangeiras: são 
território brasileiro se se encontram for a do território 
nacional. ( ) 
• 4 – as embarcações e aeronaves públicas estrangeiras: 
fazem parte do território brasileiro. ( ) 
Exercício 
• Marque V ou F, justificando sua resposta: 
• 1 – crime cometido em navio portugues privado, na zona contigua, é 
da competencia da Justiça brasileira. ( ) 
• 2 – os ilícitos de vadiagem e mendicancia ocorridos na Itália, 
perpetrados por brasileiros, serão de competencia da Justiça 
brasileira, se não julgados na Itália, desde que o agente entre no 
território brasileiro. ( ) 
• 3 – João ao voltar de Amsterdã, confessa ao Delegado de Polícia que 
durante a sua viagem consumiu diversos cigarros de maconha; sendo 
assim, deverá ser julgado pela Justiça holandesa. ( ) 
• 4 – crime cometido em navio privado brasileiro, em território 
americano, será a princípio julgado por aquele país, porém, 
olvidando-se supervenientemente do julgamento o Estado 
americano, poderá o Brasil subsidiariamente representá-lo. ( ) 
Exercício 
• Marque V ou F, justificando sua resposta: 
• 1 – O Direito Penal Internacional é o conjunto de regras que 
disciplina o ius puniendi de um determinado Estado em 
suas relações com outros Estados. ( ) 
• 2 – O estudo da lei penal no espaço visa exatamente a 
descobrir qual é o âmbito territorial de aplicação da lei 
penal estrangeira. ( ) 
• 3 – O Direito Penal Internacional faz parte do Direito 
Público interno e se confunde com o Direito internacional 
penal. ( ) 
• 4 – O Direito Penal Internacional que integra o Direito 
internacional é voltado para a disciplina do ius puniendi nas 
relações entre os Estados soberanos. ( ) 
Lugar do crime 
 Determinar o lugar do crime é importante para os crimes à 
distância (ação em um país e resultado em outro), 
especialmente para descobrir no âmbito do direito penal a 
lei aplicável ao caso concreto. 
Teoria da atividade - local da ação ou omissão 
Teoria do resultado – local do resultado 
Teoria da ubiqüidade– caráter misto (art. 6° do CPB) # art. 70 do 
CPP (fixa competência em razão do lugar em que se consumar a 
infração) # art. 63 da lei 9.0099/95 (fixa competência pelo lugar 
em que foi praticada a infração, cujo conceito é previsto no art. 6° 
do CP) 
Distinções 
• Crime a distância ou de espaço máximo: o que 
envolve dois países (iniciado em um e se consuma 
em outro) 
• Crime plurilocal: que envolve duas ou mais 
comarcas dentro do Brasil.ex: disparo ocorrido em 
Piracicaba e morte em Araraquara 
• Crime em trânsito: que envolve mais de dois países. 
Ex: cocaína sai da Colombia, passa por campo 
Grande – MS e termina em Miami. 
• Crime de trânsito ou de circulação ou 
automobilístico (lei 9.503/97). 
Exercício 
• No que diz respeito a teoria da ubiguidade ou mista, pode-se afirmar 
corretamente o seguinte: 
• 1 – No que toca ao tempo do crime, vê-se que nosso CP adotou a 
teoria da ubiguidade ou mista ( ) 
• 2 – No que concerce ao lugar do crime e a teoria da ubiguidade ou 
mista, pode-se concluir que se o crime “tocar” o território nacional 
incide a lei penal brasileira. Onde deveria produzir-se o resultado é 
uma locução válida para os casos de tentativa de crime (o sujeito 
inicia o crime na Argentina que deveria se consumar no Brasil, mas 
não alcaná a consumação). ( ) 
• 3 – No que tange ao tempo do crime , vê-se que nosso CP adotou 
somente a teoria do reusltado (não acolhendo as teorias da atividade 
e ubiguidade). ( ) 
• 4 – No que convém ao lugar do crime, vê-se que nosso CP adotou a 
teoria da atividade (não acolhendo a teoria da ubiguidade). ( ) 
EFICÁCIA DA LEI PENAL 
 Princípio do bis in idem – dupla condenação de caráter relativo – direito de compensação de penas (art. 
8° do CP) 
• Tipos de Imunidades: 
• 1 – diplomáticas: prerrogativa funcional de responder pelo delito no seu país de origem, onde quer que 
seja praticado. Cabe captura do autor, com lavratura do BOP e responde o processo em liberdade. Incide 
sobre: Chefe de Governo ou de Estado estrangeiro, sua família e membros de sua comitiva; embaixador 
e sua família; funcionários estrangeiros do corpo diplomático e sua família; funcionários das 
organizações internacionais (ONU, OEA), quando em serviço. 
• 2 – parlamentares: EC 35/2001 compreende: 
a) inviolabilidade penal (art. 53 da CF/88) – exige-se nexo funcional do crime com o cargo. Impede prisão e 
processo penal. 
b) Imunidade processual (art. 53, § 3° da CF/88) 
c)Imunidade prisional (art. 53§ 2° da CF/88) impede a prisão em flagrante, exceto no caso de crime 
inafiançável, hipótese me que a deliberação sobre sua manutenção fica ao encargo do Casa parlamentar 
respectiva, com processo em foro privilegiado (art. 53, § 1° da CF/88). 
d) Imunidade probatória – não é obrigado a depor como testemunha (art. 53, § 6° da CF/88) 
Vereadores – imunidade material do art. 29, VIII da CF/88 
Prefeito – sem imunidade, só tem foro privilegiado 
Governador - tem imunidade processual, exceto no caso de autorização da Assembléia legislativa 
• 3 – Presidente da República 
a) Processual dupla (art. 86, caput e § 1° e 2° da CF/88) 
b) Processual especial (art. 86, § 4° da CF/88) ex: atropelamento. 
c) Prisional (art. 86, § 3° da CF/88) 
• 4 – Advogados: imunidade material(art. 142 CP e art.133 da CF/88 e art. 7° lei 8906/94) 
ILÍCITO PENAL 
• Conceito de Crime 
• Sentido formal: exteriorização do crime “comportamento humano proibido pela 
norma penal , ou simplesmente, violação da norma” (Ney Moura Teles) 
• Crítica: quais os elementos que a conduta deve ter para ser considerada crime e 
sofrer punição? 
• Sentido material: fundamenta e limita a atividade do legislador – “para o legislador 
definir certo fato humano como crime, deve, previamente, verificar se o mesmo é 
daqueles que lesionam bens jurídicos, ou pelo menos expõem-nos a grave perigo 
de lesão e se tais lesões são de gravidade acentuada de modo a serem proibidas 
sob ameaça da pena criminal” 
• Sentido analítico: 
• Crime: 
a) Fato típico: conduta adequada a um tipo penal 
b) Fato ilícito ou antijurídico: ilícito porque contraria a lei 
 
Sentido legal: Art. 1° do CPB 
• Crítica: trata mais da pena do que do conceito de crime (limitado ao conceito 
formal) 
 
ILÍCITO PENAL 
• Conceito de Crime 
• SUJEITO ATIVO E PASSIVO: pessoa física x pessoa 
jurídica 
• Condição peculiar do sujeito ativo e do passivo 
do crime. Ex: servidor público x criança e 
adolescente. 
• OBJETO DO CRIME: 
• a) jurídico: Bem jurídico tutelado. Ex: art. 121 do 
CP (vida) 
• b) material: corpo 
Contravenção penal 
• CONCEITO: fato típico, antijurídico e culpável, porém de 
menor gravidade(Decreto-lei 3688/41). 
• CARACTERÍSTICAS: 
• 1º CRITÉRIO: PENA (prisão simples/multa) 
• 2° CRITÉRIO: procedimento (TCO) 
• 3° CRITÉRIO: PERIGO DE LESÃO (ABSTRATO). Ex: art. 31 
da LCP x art. 131 do CPB 
• 4° CRITÉRIO: Não admite tentativa 
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME 
• 1.Comum(direito penal comum)/especial (leis especiais)/próprio 
(ex: auto-aborto) 
• 2.Dano(homicidio)/perigo(art. 130 CP – perigo de contágio venéreo) 
• 3.Mão própria (falso testemunho, prevaricação) 
• 4.Material/formal/mera conduta/exaurido 
• 5.Instantâneo/permanente (art. 148 - seqüestro) 
• 6.Simples/complexo(art. 159 do CP) 
• 7.Unissubsistente/plurissubsistente (se realiza com um ou vários 
atos) 
• 8.Concurso necessário (plurissubjetivos - quadrilha) 
• 9.Forma livre/forma vinculada (legislador especifica a forma de 
praticá-lo. Ex: art. 284 CP) 
• 10. Complexo, Conexo (furto qualificado pela fraude) 
Pesquisa como exercício 
 • Realize uma pesquisa sobre o conceito dos crimes de acordo com a classificação abaixo: 
• 1. Simples, complexo, conexo 
• 2. Comissivos/omissivos 
• 3. Instantaneo de efeito permanente, instantaneo, permanente 
• 4. Continuado, dano e perigo 
• 5. Principal/acessório 
• 6. Condicionado/incondicionado 
• 7. Progressivo/ unissubjetivo e plurissubjetivo 
• 8. Putativo 
• 9. De flagrante esperado/provocado/ forjado/ controlado 
• 10. Impossível/ tentado 
• 11.Consumado/crime Falho 
• 12. Material/formal/mera conduta/exaurido 
• 13.Dupla subjetividade passiva/ concurso eventual de pessoas/ concurso 
necessário 
• 14. Doloso, culposo, preterdoloso 
• 15. Privilegiado/qualificado 
• 16. Subsidiário 
• 17. Vago 
• 18. Mera suspeita 
• 19. Político 
• 20. de opinião 
• 21. Inominado 
• 22. Impeto 
• 23. Multitudinário 
• 24. uninuclear, Plurinuclear, ação múltipla 
• 25. Forma livre/vinculada 
• 26.Habitual 
• 27. profissional 
• 28.Funcional 
• 27. a Distancia/plurilocais 
• 28. Referencia 
• 29.Tendencia 
• 30. Impressão 
• 31. remetido 
 
• 32. Simples desobediência 
• 33. Pluriofensivos 
• 34.Falimentares 
• 35. A prazo 
• 36. Gratuito 
• 37. Circulação 
• 38. De trânsito/em transito/no transito 
• 39. Transeunte/não transeunte 
• 40. Atentado ou de empreendimento 
• 41.Internacional 
• 42Quase-crime 
• 43.Tipo fechado e tipo aberto 
• 44Tentativa branca/ cruenta/ incruenta 
• 45 Consuntivo e consunto 
• 46De responsabilidade 
• 47 hediondo 48 norma penal em branco 49 comum,proporio, 
biproprio, mao propria 
Conceito de crime 
• Teoria Bipartida: 
– Crime é fato típico e ilícito 
– Culpabilidade é medida da pena 
• Teoria Tripartida: 
– Crime é fato típico, ilícito e culpável 
• Teoria Quadripartida: 
– Crime é fato típico, ilícito, culpável e punível (a questão 
das condições da ação e do interesse de agir/ 
imunidades) 
Tipicidade 
• Conceito: é a correspondência entre o fato praticado pelo agente e a descrição de cada espécie de 
infração contida na lei penal incriminadora. 
 
• Função do tipo: 
• 1 – garantia: limita o jus puniendi do Estado 
• 2 – indiciária: indica qual conduta é proibida. 
 
• Elementos do tipo: 
• 1 – objetivo: ação, nexo causal e resultado 
• 2 – subjetivo: culpa. Dolo e preterdolo 
• 3 – normativo: são expressões abertas que precisam ter seu sentido esclarecido pelo emprego de outra 
norma jurídica ou pela hermenêutica. Ex: art. 151 “indevidamente”=semautorização. 
 
• Excludentes: 
 
– excludentes de antijuridicidade uma vez reconhecidas judicialmente, acarretam a possibilidade de afastar a 
reprovabilidade da conduta apesar desta ser típica. 
 
– excludentes de culpabilidade, permitem a isenção de pena ao agente, que pratica uma conduta típica e 
antijurídica. 
 
• Atipicidade: fato que não se enquadra em nenhum tipo penal ou está acobertado por causa excludente. 
Ex: auto-aborto acidental ou dano culposo. 
Espécies de tipicidade 
• Tipicidade formal: 
• Tipicidade material: 
• Tipicidade conglobante: 
FATO TÍPICO 
• Elementos típicos: 
• Teorias: 
 
• Formal: é adotada pelo CPB, pois entende que o crime se constitui de 2 elementos – tipicidade e 
antijuridicidade, sendo a culpabilidade pressuposto da pena e a periculosidade um pressuposto da 
medida de segurança. 
• Material: considera que o crime é o resultado causado pela conduta voluntária do agente que gera 
danos e efeitos sobre os bens juridicamente protegidos. 
• Mista: consagra uma mistura de elementos formais e materiais. 
• Sintomática: o crime se compõem de elementos formais e materiais, acrescentando a personalidade do 
agente. 
 
• ELEMENTOS OBJETIVOS: 
• Conduta 
• Nexo causal 
• Resultado 
• Tipicidade 
 
• ELEMENTOS SUBJETIVOS: 
• Dolo 
• Culpa 
• Preterdolo 
• Conduta 
• Conceitos: 
 
• “É a manifestação de uma vontade[..]que se pode traduzir tanto em um comportamento positivo 
(comissivo) ou negativo (omissivo)” (Delmanto, p. 19) 
 
• “o finalismo demonstrou que a conduta é um processo causal dirigida a determinada finalidade” (Teles, 
p. 150) 
 
• “Evidencia-se o coeficiente físico da ação numa movimentação corporal” e “O coeficiente físico da 
omissão, ao contrário, reduz-se a um nihil facere (nada fazer) ou um aliud agere (agir diversamente), 
desde que não seja executado quod debetur (aquilo que deve ser feito)” (Costa Junior, p. 49) grifo meu 
 
• Conceito unitário: “Todo comportamento é simultaneamente físico e psíquico. [..]. O aspecto psicológico 
reflete-se na face externa da conduta. Dela não se cinde, pois o caráter psíquico é o aspecto subjetivo do 
comportamento, uma qualidade da ação e não um fato que a antecede.” (idem) 
 
• “vontade, como carga de energia psíquica, que impele o agente. Vontade como impulso causal do 
comportamento humano.Não intenção que é a bússola da vontade, seu elemento finalístico, que a 
norteia para o objetivo eleito.” (idem) grifo meu. 
• Obs: Essa vontade representa o aspecto subjetivo da conduta # do aspecto subjetivo do crime que é a 
culpabilidade. 
• Ex: FATO A : João, voluntariamente, dispara um tiro de revólver contra Paulo, causando-lhe um 
ferimento na perna direita. 
• FATO B: Pedro, voluntariamente, dispara um tiro de revólver contra Renato, causando-lhe um ferimento 
na perna direita. 
 
• Teorias da conduta: 
 
• Causal – a conduta é efeito da vontade e causa do resultado, compondo o nexo de causalidade, independente de 
valoração normativa ou social. Define o crime somente pelo aspecto material, considerando o desvalor do resultado e 
atribuindo a conduta mero efeito da vontade, sem apreciar sua ilicitude ou reprovabilidade. Falhas – não explica o 
crime omissivo e a tentativa. 
 
• Social – o conceito de conduta é valorado por padrões sociais, pois constitui a realização de um resultado socialmente 
relevante. O conteúdo da vontade do agente deve ser avaliado na culpabilidade. Falhas: também dá muita importância 
ao desvalor do resultado e não explica o crime omissivo, a tentativa e o de mera conduta. 
 
• Finalista - É adotada pelo CPB. Criada por Wezel, com base nas idéias filosóficas de Hartman, entende que os crimes se 
diferenciam pelo desvalor do resultado e principalmente da conduta. Esta é dirigida pelo desejo do agente de realizar 
certo fim, assim constitui ato voluntário que abrange: o objetivo do agente, os meios de execução e os efeitos 
secundários. A conduta inclui o dolo, funcionando como elemento subjetivo do tipo penal, de forma que o crime se 
divide em 2 partes: subjetiva final e objetiva causal. Quanto a culpa, esta é integrada pela inobservância do dever de 
diligência. 
 
• FORMAS DE CONDUTA: Ação ou omissão 
 
• Requisitos da conduta: 
• Sob aspecto material: 
• 1 – ação positiva ou negativa 
• 2 – manifestação externa – não se pune a cogitação e a preparação, segundo a teoria formal. 
• Sob aspecto psíquico: 
• 1 – voluntariedade, espontaneidade e ciência da finalidade nos casos de crime doloso 
• Sob aspecto mecânico: 
• 1 – movimento corporal ou abstenção 
• 2 – finalidade da conduta, segundo a teoria finalista 
 
 
FATO TÍPICO 
• Omissão:” é a que se manifesta por abstenção do movimento do corpo, dirigida a uma 
finalidade”. (Teles, p. 157) 
• Teorias sobre natureza jurídica da omissão: 
• Natural – omissão é a conduta valorada pelos sentidos, dispensando verificar a norma 
penal. É um simples não fazer de uma ação esperada. 
• Normativa – É adotada pelo CPB. A omissão surge quando a conduta exigida pela lei 
não é realizada pelo sujeito que, no caso da omissão imprópria, deixa de observar o 
dever jurídico de agir. 
• Elementos básicos: 
• 1 – abstenção 
• 2 – possibilidade de realizar a conduta exigida pela lei 
• 3 – nos casos de omissão imprópria exige-se o dever jurídico de agir 
• Espécies de omissão - Divide-se em própria e imprópria: 
• Crime omissivo puro: é necessário que exista um tipo legal de crime descrevendo uma 
conduta omissiva. O sujeito não realiza a conduta exigida pela norma incriminadora, 
quando lhe era possível fazê-lo. 
• Ex: art. 269, art. 135, art. 244, art. 246 CPB. 
• Crime comissivo por omissão: é a abstenção de um movimento corpóreo final que o 
sujeito devia e podia realizar para impedir a produção de um resultado lesivo de um 
bem jurídico. A norma que contém o crime descreve uma conduta positiva. 
• Ex: João, nadador profissional, à beira da piscina de sua casa, vê sua filha menor se 
afogando e não tenta salvá-la. A criança morre. 
• causalidade do crime omissivo impróprio: art. 13, § 2° do CPB 
• a) dever legal. Ex: pai, carcereiro. 
• b) garantidor. Ex: enfermeira, guia de turismo, babá. 
• c) criador de risco. Ex: João coloca fogo na pastagem de seu terreno e atinge o sítio do 
vizinho. 
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FATO TÍPICO 
• Ausência de conduta: ocorre pela ausência de conduta quando a lesão ao bem 
jurídico decorre da ação ou omissão de alguém, sem contudo ter havido vontade 
da sua parte. 
• Coação física absoluta (vis absoluta ou força irresistível): ação física externa que 
incide sobre alguém, de forma que não pode ser repelida e elimina qualquer opção 
de movimento corporal. 
• Ex: No hospital, á meia-noite, a enfermeira Helen deve ministrar, ao paciente 
Tarick, certo remédio, sem o qual este morrerá. Silva, desejando a morte do 
paciente, entra no local e consegue subjugar a enfermeira, que deixa de ministrar o 
remédio e o paciente vem a falecer. 
• Obs: nesse caso, o autor do crime é o coator. 
• A vis absoluta distingue-se da vis compulsiva (coação moral), na qual se exclui a 
culpabilidade (art. 22, 1ª parte do CPB) . 
• Ex: forçar alguém a assinar um documento falso mediante grave ameaça. 
• Movimentos reflexos:ocorre quando os movimentos do corpo decorrem dos 
reflexos naturais(movimento instintivo, impensado e indesejado). 
• Ex: João quer se declarar para Rose, encosta-se numa parede onde há um fio 
elétrico descascado, por isso pega um choque e move seu braço, por reflexo, 
atingindo o olho de rose, causando-lhe lesão. 
• Estados de inconsciência:não há vontade e consciência do fato pelo agente, que 
está em estado de sonambulismo ou embriaguez letárgica. 
• Obs: difere da actio libera in causa, que ocorre quando o agente se coloca 
voluntariamente em estado de inconsciência para realizar o fato típico. Caso em 
que a conduta anterior é juridicamente relevante. 
 
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FATO TÍPICO 
• Resultado: Pode ser visto por dois ângulos 
 
• a) naturalístico: É a adotada pelo CPB. Consiste na modificação provocada no mundo exterior pela 
conduta do agente, admitindo a possibilidade de existir crime sem resultado material, como no caso 
dos crimes de mera conduta e os formais Ex: morte no homicídio. (Teles, p. 175) 
• b) jurídico ou normativo: refere-se a própria lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico penalmente 
tutelado, pouco importando se a conduta deu ou não causa a uma modificação do mundo externo 
(Teles, p. 175). Ex: a fé pública no crime de falsificação de documento público. 
• Entendem os seguidores dessa corrente que “delito sem evento consistiria conduta irrelevante para o 
Direito Penal,[...+” (Damásio, p. 242) 
 
• Formas do resultado: 
• a) física. Ex: destruição de um objeto no crime de dano 
• b) fisiológica. Ex: a morte de um homem no crime de homicídio 
• c) psicológica. Ex: percepção de uma ofensa a uma pessoa no crime de injúria. 
 
• Conceito: é um efeito natural da conduta humana, distinta desta e relevante para o Direito, no plano 
da tipicidade. Portanto, o perigo abstrato ou concreto constitui resultado. 
 FATO TÍPICO 
• Nexo de causalidade: É o nexo de causalidade que estabelece quando o resultado é imputável a conduta 
do sujeito, considerando a relação de causa e efeito da conduta. 
 
• Tipos de causalidade: art. 13 caput do CPB 
• Psico-normativa: ocorre no crime preterdoloso 
• Normativa: ocorre no crime omissivo 
• Objetiva: ocorre no crime doloso e culposo. 
 
• Teoria da equivalência dos antecedentes causais: Tudo que contribui para o resultado é considerado 
causa dele. Basta usar o método de eliminação de Thyrén, sendo o qual deve-se eliminar mentalmente o 
antecedente, para saber se este foi causa do resultado e verificar se o resultado sem ele teria ocorrido. 
 
• Teoria da relevância do nexo causal: completa o sentido da teoria anterior, acrescentando-lhe alguns 
elementos. Assim, os pressupostos para a punibilidade pelo resultado são os seguintes (Delmanto, p. 
21): 
• “a) o nexo causal entre ação e o resultado, determinado de modo empírico pela teoria da equivalência 
das condições; 
• b) a relevância jurídica deste nexo de causalidade de acordo com as exigências do tipo penal; 
• c) a culpabilidade do sujeito, normativa e não meramente psicológica, como ocorria no sistema clássico.” 
• Delimitação do conceito de causa: 
• 1 - Teoria individualizadora da causalidade: “nem toda condição do resultado pode ser 
considerada causa do mesmo, mas somente aquela condição que se distingue por possuir 
uma maior eficácia causal que as demais” 
• 2 – Teoria da adequação: “para que a ação humana possa ser tida como causa de um 
resultado, não basta que esta ação tenha sido sua condição, sendo necessário que ela seja 
adequada a produzir tal resultado.para isso, deve-se observar a situação concreta em que o 
autor se encontrava no momento da conduta, bem como os conhecimentos que o autor 
tinha a respeito das circunstâncias. Ex: Rita, com uso de uma faca fere o braço de Costa, 
vindo este a falecer por ser hemofílico. 
• 3 – Teoria da imputação objetiva: “somente pode ser objetivamente imputável um resultado causado 
por uma ação humana (no sentido da teoria da condição) quando a mesma criou, para o seu objeto 
protegido, uma situação de perigo (ou risco) juridicamente proibida e o perigo se materializou no 
resultado típico.” Ex: Santos conduz seu veículo sob estado de embriaguez em uma estrada 
movimentada gerando um risco proibido, que pode levar a sua punição, especialmente , quando cruza a 
via pública em círculos, quase atropelando Josiene. 
 
• Superveniência causal: é uma segunda causa da conduta humana, que se situa fora do desdobramento 
normal da causa original. Pode ser uma causa relativamente independente ou absolutamente 
independente. É também chamada de concausa. 
• Ex: Wesxley, que foi agredido por Renato, é transportado ao hospital em uma ambulância, que no 
caminho sofre uma colisão e a vítima vem a falecer. 
• Pergunta-se: a morte é conseqüência do abalroamento do veículo? trata-se de causa independente? O 
agente responde por lesão corporal ou homicídio? 
 
 
Causa absolutamente independente: 
usa-se o método de exclusão 
hipotético para verificar que o 
resultado ocorreria, mesmo que a 
conduta do agente, fosse excluída 
do desdobramento causal. 
Preexistente 
Concomitante 
Superveniente 
 
Exclui nexo causal – o agente só 
responde pelos atos anteriores ao 
resultado 
Causa relativamente independente: Preexistente e concomitante: quando 
o agente conhece as circunstâncias 
preexistentes da vítima ou quando a 
causa concomitante contribui para a 
produção do resultado 
O sujeito responde pelo resultado 
Superveniente: se ficar provado que 
o fato teria ocorrido devido ao 
surgimento de uma cadeia causal 
autônoma, independente do ato do 
sujeito 
 
Exclui o nexo causal – o agente 
só responde pelos atos anteriores 
ao resultado 
• Crime doloso: segundo a teoria finalista da ação, dolo é um elemento subjetivo do tipo, manifestado 
pela vontade de concretizar as características objetivas do tipo. O dolo é a regra geral dos delitos 
descritos no CPB e normalmente está expresso no tipo penal. 
 
• Teorias sobre o conceito de dolo: são adotadas pelo CPB duas teorias – a da vontade e a do 
assentimento, no art. 18, I. 
 
• 1 – vontade: Elaborada por Carrara, que diz “ dolo é a intenção mais ou menos perfeita de praticar um 
fato que se conhece contrário`a lei”(Teles, p. 161). compõe-se de dois elementos – o intelectivo 
referente a consciência do fato (representação do resultado, pois o sujeito sabe e prevê o resultado) e 
o volitivo (corresponde a vontade de causar e querer o resultado). 
• Ex: João tem consciência de que, se deixar cair uma pedra de 20 kg, sobre a cabeça de Rita, sua 
esposa, que dorme, poderá matá-la. Querendo ficar viúvo, porque quer se casar com Helen, desfer um 
golpe violento em sua esposa, com a pedra, mantando-a. 
 
• 2 – representação: dolo é previsão do resultado.Não é necessário que o agente tenha vontade de 
alcançar o resultado, bastando que o preveja, que o represente. 
• Ex: Nascimento dirigindo seu veículo em avenida movimentada, avistando Silva tentando atravessar a 
via, continua diringindo em sua direção , vindo a atropelá-lo, causando-lhe ferimentos. Só por ter 
previsto o resultado , representando-o, já teria agido com dolo. 
 
• 3 – assentimento:dolo é a previsão do resultado como certo ou possível. Não exige que o agente 
queira o resultado, bastando que o aceite e consinta, caso ele aconteça.Ex:O caçador Daniel, durante 
uma caçada, vê um animal ao lado de Duarte, desejando atingir o animal, sabe que pode errar o alvo e 
atingir Duarte, a quem não deseja matar, porém, pensa”não quero atingir o homem, mas se o atingir, 
tudo bem, não posso fazer nada” e no final mata Duarte com um tiro. Significa que aceitou o 
resultado, embora não o desejasse, portanto, agiu com dolo. 
• Natureza e elementos do dolo: 
 
• Teoria normativa: Além da consciência e da vontade de produzir o resultado, o dolo contém outro 
elemento de caráter normativo – consciência da ilicitude. (Teles, p. 163) É necesário que o sujeito saiba 
que sua conduta é proibida por lei. 
 
• natural:coincide com a teoria finalista da ação, pois entende que o dolo é natural e não pode ter 
nenhum elemento normativo, este pertence a culpabilidade.É adotada pelo CPB. 
 
• Elementos do dolo: 
 
• a) intelectivo – saber que está realizando os elementos objetivos do tipo penal. É a consciência da 
conduta e do resultado. 
 
• b) volitivo – além de ter conhecimento sobre os elementos constitutivos do tipo, para agir dolosamente 
é preciso que o autor queira realizá-los. O querer pressupõe o saber. 
 
• Tipos de dolo: 
 
• a) direto: é aquele que o sujeito busca alcançar como resultado certo e determinado. 
 
• b) indireto: pode ser: 
 
• # alternativo: se configura quando sujeito quer um ou outro resultado com sua conduta. Ex: Santos atira 
em José, querendo matá-lo ou feri-lo. 
• # eventual:o agente não deseja o resultado previsto, mas o aceita, se ele eventualmente acontecer, o 
que equivale a querê-lo. 
 
• Crime culposo: art. 18, II do CPB. 
• “é a conduta voluntária que produz resultado ilícito, não desejado, mas previsível e 
excepcionalmente previsto, que pode, com a devida atenção, ser evitado.” (Teles, p. 166) 
• Elementos: 
• 1 – conduta humana voluntária:a ação ou omissão que causa o resultado deve se iniciar 
de forma voluntária e espontânea. 
• 2 – previsibilidade objetiva:quando o sujeito pode antever o perigo ou o dano, nas 
condições em que o sujeito se encontra. 
• 3 – inobservância do dever geral de cuidado objetivo: existem regras legais e sociais que 
impõe ao cidadão mediano o cuidado em sua conduta cotidiana para evitar lesão a bens 
alheios. Ex: no trânsito existem regras de velocidade, placas sinalizadoras, faixas de 
pedestres e outros. 
• 4 – ausência de previsão:não há certeza da ocorrência do resultado, embora este possa 
ser previsível em certas circunstâncias. 
• 5 – resultado naturalístico indesejado:a modificação no mundo externo deve ser causada 
pelo agente por ter deixado de observar o dever geral de cuidado e nunca por desejar 
praticá-lo. 
• 6 – nexo de causalidade objetivo: o resultado deve decorrer da linha de desdobramento 
causal referente a negligência, imprudência ou imperícia.Ex: médico esquece de suturar 
um órgão do paciente e este vem a falecer por hemorragia interna. 
• 7 – tipicidade:o crime culposo é excepcional e só será punido quando houver expresa 
previsão legal no tipo penal. 
 
 
• Formas: 
• 1 – Imprudência: prática de um fato perigoso que coloca em risco ou lesiona um bem.Ex: dirigir em alta 
velocidade. 
• 2 – negligência:ausência de precaução e não realização de um movimento que a prudência mandava 
fazer e o agente não fez. Ex: médico que esquece objetos dentro do paciente. 
• 3 – imperícia: falta de aptidão ou destreza para o exercício de arte ou profissão. Ex: médico que na 
cirurgia perfura um órgão. 
 
• Espécies de culpa: 
 
• 1 – consciente: ocorre quando o sujeito prevê o resultado, mas acredita eu pode evitá-lo ou que ele não 
correrá. (# dolo eventual) 
• 2 – inconsciente: ocorre quando o sujeito não realiza a previsão do resultado, ou seja, não tem 
consciência de que o resultado pode ocorrer. 
 
• Compensação de culpas:não é admitida no Direito Penal. Ex: João dirige o veículo em alta velocidade 
enquanto Pedro anda no meio da mesma via totalmente embriagado, vindo a ser atropelado. 
 
• Concorrência de culpas: é possível ocorrer no Direito Penal, caso em que ambos os autores das 
condutas concorrentes respondem pelo delito, verificando-se que agiram culposamente. Ex: um veículo 
dirigido por Silva em alta velocidade e outro dirigido em sentido contrário por Ana, também em alta 
velocidade, se chocam ficando ambos feridos. 
• Crime preterdoloso: também chamado preterintencional é aquele que vai além do dolo do agente. 
A conduta é dolosa na sua execução positiva ou negativa, mas não abrange o resultado, que ocorre 
por culpa. Por isso o sujeito é punido a título de dolo e culpa. Ex: Luis quer ferir Souza, mas acaba 
decepando seu braço de forma a causar sua morte. (art. 129, parág. 3 do CPB) 
• Obs: Segundo Delmanto (p. 36) não diferença prática entre o crime qualificado peloreusltado 
previsto no art. 19 do CPB e o crime preterdoloso, pois esta norma penal visa impedir a punição do 
sujeito por responsabilidade penal objetiva que não é admitida em nosso ordenamento jurídico 
devido ao princípio da legalidade. Dessa forma penaliza-se o sujeito pelo ao menos pela culpa do 
resultado qualificador. Ex: art. 127 e art. 133, parág. 1 e 2, 137, parág. Único e 157 , parág. 3, todos 
do CPB 
 
• Elementos: 1 - Delito-base 
 2 – dolo na conduta antecedente e culpa no consequente 
 3 – resultado qualificador 
• Excludentes: 1 – caso fortuito 
 2 – força maior 
• Efeitos:o agente não responde pelo resultado qualificador, só responde pela conduta dolosa 
anterior. 
• Erro de tipo: é a idéia falsa sobre determinada situação real inerente a um elemento objetivo ou 
normativo do tipo penal, que vicia a vontade do sujeito ativo, acarretando a realização de conduta que 
normalmente não faria, se não tivesse incorrido em erro. (art. 20 CP) Ex: ver um animal onde há um 
homem. 
• Espécies: 
• Essencial: versa sobre as circunstâncias elementares do tipo. 
– Evitável ou vencível: quando era possível evitar o erro, nas circunstâncias em que o sujeito se encontrava, com a 
adoção das cautelas exigidas do homem comum, normalmente prudente. Nesta caso, fica afastado o elemento 
subjetivo do tipo referente ao dolo, como vontade livre e consciente de agir, mas permite a punição a título de 
culpa, se previsto em lei. 
– Inevitável ou invencível ou erro culposo: quando qualquer pessoa normal incorreria no erro de forma invencível, 
ainda que adotasse todos os cuidados cabíveis. Neste caso, fica afastado o elemento subjetivo do tipo referente 
ao dolo e a culpa, pois não há nenhuma previsão ou previsibilidade do resultado. A Conduta é atípíca .Ex: policial 
no stand de tiro. (art. 20 caput do CP) 
• Acidental: versa sobre dados secundários do tipo penal. 
– Sobre o objeto: sujeito supõe que sua ação recai sobre certa coisa, mas na verdade, ela incide sobre outra. Ex: 
subtrair açúcar pensando ser trigo. 
– Sobre a pessoa(art. 20, § 3° CP):sujeito atinge certa pessoa, supondo tratar-se da que pretendia ofender. Não se 
consideram as condições ou qualidades da vítima.Ex: atinge o pai, pensando em alvejar seu vizinho. Não incide 
agravante. 
– Na execução (art. art. 73 CP): há erro ou acidente no emprego dos meios de execução do crime e a pessoa visada 
pelo sujeito ativo sofre perigo de dano. Ex: Vera dispara arma de fogo contra sua mãe, supondo tratar-se de sua 
vizinha, vindo a atingir seu motorista particular. (Aberratio ictus) 
• Unidade simples:resultado único (art. 20, § 3°, 2ª parte CP) 
• Unidade complexa:resultado duplo (art. 70 CP) 
– Resultado diverso do pretendido(art. 74 CP): ocorre quando o sujeito quer atingir um bem jurídico e atinge 
outro ou ambos. (aberratio delicti) 
• Distinção entre aberratio ictus e delicti 
 
– Enquanto a aberratio ictus o desvio recai sobre a pessoa 
vítima do crime, na aberratio delicti o desvio recai sobre 
o objeto jurídico do crime, ou seja, na primeira embora 
errando o golpe, a ofensa continua a mesma, mudando 
apenasa gravidade da lesão; na segunda, existe um 
resultadode natureza diversa do pretendido, com a 
consequente mudança do título do crime. 
Erro provocado por terceiro 
• Art. 20 § 2º CP: 
– Pode excluir a responsabilidade do autor executor, quando o 
coator pratica o crime por meio de autoria mediata. Neste caso, 
responde somente o coator pelo resultado. 
• Ex: médico que desejando matar paciente, entrega a 
enfermeira injeção com veneno. 
– Pode acarretar responsabilidade por erro culposo, quando autor 
executor e coator tiverem agido por erro. 
• Ex: Médico receito 10 cm3 quando devia receitar 1cm3 de 
substância e a enfermeira por falta de cuidado não observa o 
engano. Neste caso, ambos respondem por crime culposo, se 
previsto em lei. 
 ANTIJURIDICIDADE 
• Conceito de ilicitude=proibição (art. 23 do CPB) 
 
• Para Von Liszt a ilicitude se divide em: formal=tipicidade e ilicitude material. A 1a. é a violação da norma 
penal e a 2a. é a violação do interesse social tutelado pela própria norma. 
• Para Damásio de Jesus só existe ilicitude material, porque constitui uma lesão ou perigo de lesão ao 
interesse penalmente protegido. 
• Conceito unitário de Francisco de Assis Toledo:” ilicitude é a relação de antagonismo que se estabelece 
entre uma conduta humana voluntária e o ordenamento jurídico, de modo a causar lesão ou expor a 
perigo de lesão um bem jurídico tutelado”. 
• Para Teles ( p. 225) ilicitude é a adequação da conduta do agente à proibição contida de forma implícita 
ou explicita na norma penal. A ilicitude tem caráter objetivo porque independe das condições pessoais 
do agente e de sua capacidade de responder pelo que fez. Assim, para descobrir se a conduta é ilícita, 
deve-se perguntar houve lesão ou perigo de lesão ao bem protegido?se a resposta é positiva, então há 
ilicitude.Para verificar se o mesmo fato é dotado de tipicidade, deve-se perguntar, este fato viola uma 
norma penal incriminadora? Se a resposta for positiva , então existe tipicidade, caso contrário, estando 
ausente a violação a norma penal incriminadora, torna-se atípico e o caso deve se resolver no âmbito 
civil, por meio de indenização. 
• Ex: choque de veículos, sem vítima. 
• Causas excludentes: Um fato pode ser típico, mas lícito, porque permitido por uma causa excludente, 
contida na norma permissiva justificante. Estas excludentes tem a função de afastar a ilicitude que o tipo 
penal contêm. São também chamadas de justificantes, eximentes, descriminantes. 
• Estado de necessidade:art. 23, I e art. 24 do CPB 
• Requisitos objetivos: 
• 1 – perigo atual: é a situação concreta que antecede a lesão, que reúne as condições perceptíveis pelo 
sujeito e indispensáveis a produção do resultado. 
• Ex: incêndio na mata que irrompe em direção a casa onde crinaças brincam. /Cachorro que se solta em 
direção ao pedestre. 
• 2 – salvar direito próprio ou alheio 
• 3 – perigo não causado dolosamente pelo sujeito: apessoa que provocou o perigo não está autorizada 
pelo Direito a lesionar direito alheio. Ex: Daniel incendiou o cinema e não pode livrar-se da multidão de 
pessoas que impedem sua saída. Só se este incêndio tiver sido provocado de forma culposa. Ex: Daniel 
deixou cair no carpete uma ponta de cigarro que provocou o incêndio no cinema. 
• 4 – ausência do dever legal de enfrentar o perigo: não se confunde com a situação do crime omissivo no 
qual o dever de agir incumbe a quem é obrigado por lei, tendo condições de evitar o resultado sem 
risco pessoal. Nos crimes omissivos impróprios há a impossibilidade de justificar o comportamento do 
sujeito que tem o dever legal de enfrentar o perigo. Ex: no caso do incêndio florestal, que atingirá casa 
onde brincam crianças, o bombeiro, com equipamento de proteção e mangueira adequados, se recusa a 
apagar o incêndio com medo da fumaça e do fogo. 
• 5 – inexigibilidade do sacrifício do bem em perigo: Os bens que estão em perigo tenham certa 
proporcionalidade de valor entre si. Assim, não se admite sacrificar a vida humana para salvar um animal 
de estimação. 
• Requisitos subjetivos: o sujeito tem que agir com vontade de salvar o bem próprio ou de terceiros 
ameaçados, com consciência de que a situação de perigo era concreta e que a única saída era o sacrifício 
do outro bem, de menor valor. 
• Legítima Defesa: 
• Requisitos objetivos: 
• 1 – agressão injusta: conduta humana dirigida a lesão de um bem, com objetivo de defender-se e repelir 
agressão de outrem. A agressão inclui a violência real, a ofensa verbal e a grave ameaça. 
• 2 – agressão atual ou iminente: Atual porque já se terá iniciado o ataque ao bem jurídico, que já sofre 
uma violação proibida e por isso pode ser repelida para ser interrompida ou evitar que se intensifique. 
Iminente é a lesão que vai acontecer imediatamente ou seja é a situação de perigo concreto de lesão, 
em que estão reunidas todas as condições indispensáveis à produção do resultado. 
• 3 – defesa de qualquer direito próprio ou alheio: 
• 4 – uso dos meios necessários:necessários são os meios eficientes entre os que se encontravam a sua 
disposição no momento da agressão. 
• 5 – moderação na utilização dos meios:a moderação refere-se ao uso dos meios necessários sem 
excesso ou exageiro, tendo em vista a proporcionalidade e as condições e circunstâncias que envolvem o 
fato. 
• Requisito subjetivo: consciência e vontade de agir conforme o Direito. 
• Ex: Mougo afirma para seus colegas de turma que vai matar Rabelo, no dia seguinte pela manhã, este 
fica sabendo da intenção do primeiro, razão pela qual se antecipa e desfere três tiros contra Mougo e 
alega leígitma defesa. Conclusão: não cabe (falta agressão atual ou iminente). 
• Fabiano é agredido em via pública por Wanessa, com um tapa no rosto; com raiva, Fabiano entra em sua 
casa, onde pega uma arma de fogo, e em seguida atira em Wanessa, sob alegação de legítima defesa. 
Não cabe (falta agressão atual, uso de meios moderados e necessários) 
 
 
 
 
• Estrito cumprimento do dever legal:Ocorre quando osujeito viola certo bem, para cumprir 
determinação legal. A justificativa alcança os funcionários públicos em sentido amplo. 
• Ex: prisão em flagrante efetuada pelo policial, cumprimento de mandado judicial de demolição por 
oficial de justiça. 
 
• Requisitos objetivos: estão contidos na própria lei que impõe ao agente o dever de realizar a conduta. 
 
• Requisitos subjetivos:conhecimento de de que está agindo em cumprimento de um dever e avontade 
de fazê-lo. 
 
• Exercício regular de direito:trata-se de uma faculdade conferida por lei ao sujeito para agir de certa 
forma, ainda que lesando bem de outrem. 
• Ex: prisão em flagrante efetuada por particular (art. 5° da CF/88 e art. 301 do CPP). 
 
• Requisitos objetivos: são determinados pela própria lei que faculta a conduta ao sujeito. 
 
• Requisitos subjetivos: a consciência e a vontade de agir de acordo com o Direito. 
 
• Consentimento do ofendido: apesar de não integrar as causas excludentes, discute-se se o 
consentimento do ofendido pode excluir a ilicitude. 
• Deve-se perguntar: o dissenso do ofendido é elemento do tipo penal? O bem jurídico é disponível ou 
indisponível? 
• Nos tipos legais em que o dissenso do ofendido é um de seus elementos constitutivos, exclui-se a 
tipicidade. Ex: art. 213 e art. 150 do CPB 
• No casos em que o dissenso não é circunstância elementar, o ofendido pode renunciar ao direito de 
promover a ação penal, se presentes duas condições: a) disponibilidade do bem jurídico; b) a capacidade 
de consentir do ofendido. Ex: crimes contra a honra. 
• Teles (p. 251) defende neste último caso, a existência de uma hipótese de exclusão da ilicitude. 
• Excesso nas excludente: As causas de exclusão da ilicitude tem limites objetivos que devem ser 
seguidos, sob pena do sujeito reponder pelos seus excessos, na forma do art. 23, parágrafo único do 
CPB. 
• Na legítima defesa o limite é a reação com uso moderado dos meios necessários. 
• No estado de necessidade é a proporcionalidade certae razoável entre o bem sacrificado e o bem salvo. 
• O exercício de direito deve ser regular e o dever legal deve ser cumprido estritamente. 
• 1 – excesso doloso:quando o agente tem consciência de que ultrapassou os limites legais da excludente 
epor isso fica descaracterizada a eximente, sendo mantida a ilicitude. Ex: César efetua a prisão do 
assaltante de sua irmã e, com raiva, passa a agredi-lo quando este já está dominado e algemado, 
torturando-o. 
• 2 – excesso culposo:quando o excesso deriva da inobservância do dever de cuidado objetivo, sendo 
punível se houver um tipo previsto na modalidade culposa. Ex: Freitas, ao se defender de um assaltante, 
que porta arma de fogo, acaba reagindo, desferindo-lhe o primeiro tiro na sua mão, tomando-lhe a 
arma, porém, sem medir suas forças e o potencial lesivo do meio usado, prossegue, desferindo outros 
dois tiros contra o meliante, embora não estivesse com a vontade deliberada de lesioná-lo, mas o faz 
por descuido em verificar a desnecessidade do segundo e terceiro disparos. 
 
Da culpabilidade 
• Conceito: baseado no princípio da responsabilidade subjetiva, segundo o qual os elementos psíquicos 
ou anímicos são essenciais para a caracterização de um delito, como condição ou pressuposto da 
aplicação da pena criminal. 
 
• Apesar de existirem diversas teorias discutindo e propondo conceitos para definir a culpabilidade e 
seus elementos, vigora no Direito Penal, as idéias de Hans Welzel passando a culpabilidade a ser 
concebida como puro juízo de valor ou reprovabilidade de caráter normativo, sendo este conceito 
esclarecido pela teoria finalista. 
 
• Pressuposto: 
 
• Imputabilidade: É a capacidade ou aptidão de entendimento ou determinação do homem, isto é, em 
decidir e distinguir a ilicitude e tipicidade da sua conduta, no momento do crime. É pressuposto da 
culpabilidade. 
 
• Causas de inimputabilidade: são causas que afastam a imputabilidade penal e estão previstas no art. 
26, art. 28, § 1°, do CPB. 
 
• Requisitos: 
– Causal. Ex: embriaguez de caso fortuito 
– Quantitativo. Ex: embriaguez completa 
– Cronológico: ao tempo da ação 
– Conseqüêncial: ausência de capacidade de entendimento e autodeterminação 
• Causas de inimputabilidade: 
 
• Doença mental (art. 26 CP): CP adota o critério psicológico, considerando a ocorrência de doenças 
que alteram as funções intelectivas e volitivas do sujeito como as psicoses orgânicas, tóxicas ou 
funcionais como causa da inimputabilidade. 
 
• Embriaguez patológica: doença decorrente da dependência física ou psíquica. Pode configurar 
inimputabilidade (art. 26, caput CP) ou responsabilidade diminuída (art. 26, par. Único CP) Ex: 
alcóolatra. 
 
• Desenvolvimento mental incompleto ou retardado (art. 26 CP): critério biopsicológico, onde 
concorrem circunstâncias não-patológicas como a menoridade (imaturidade) e silvícolas inadaptados 
e no último caso, refere-se aos oligofrênicos (dementes ou idiotas). 
 
• Embriaguez acidental: é a intoxicação aguda e transitória causada pelo álcool, cujos efeitos podem 
acarretar excitação, depressão até a letargia por paralisia e coma. Torna-se completa a embriaguez 
que atinge a fase depressão. O elemento causal deve ser por força maior ou caso fortuito. 
 
– Caso fortuito: 
• Completa: art. 28, § 1° CP – exclui a imputabilidade 
• Incompleta: art. 28,§ 2° CP – o agente responde pelo crime com atenuação de pena 
 
– Força maior(art. 28, § 1° CP): resulta de força física externa de alguém que o obriga a ingerir 
álcool 
• Completa: art. 28, § 1° - exclui a imputabilidade 
• Incompleta: art. 28, § 2° CP - o agente responde pelo crime com atenuação de pena 
 
• Casos de responsabilidade diminuída ou semi-imputabilidade: quando o agente por circunstâncias 
previstas expressamente em lei não era inteiramente capaz de entendimento e vontade. Ex: art. 26, 
parágrafo único e art. 28, § 2° do CPB. 
• Sistema vicariante: substitui o sistema do duplo binário, isto é, proíbe a execução cumulada e 
sucessiva de pena privativa de liberdade e medida de segurança, determinado a aplicação de medida 
de segurança, com prazo mínimo de 1 a 3 anos, conforme a periculosidade do agente semi-imputável 
e para inimputáveis. No âmbito processual a sentença da medida de segurança é absolutória. 
• Elementos:Potencial consciência da ilicitude: possibilidade de saber que a conduta praticada pelo 
sujeito é contrária ao Direito. 
• Existem causas que afastam este elemento da imputabilidade, como: 
• Erro de proibição invencível (art. 21 CP):qualquer pessoa prudente e de discernimento incorreria no 
erro sobre uma situação em que o sujeito não tinha condições de reconhecer o caráter proibido de 
sua conduta. Ex: mãe que passeia com filho tutelado por outrem (art. 249 CP) 
• Descriminantes putativas (art. 20, § 1° CP): são excludentes imaginárias, consubstanciando 
modalidades de erro sobre as causas de justificação ou ilicitude. Por isso não excluem a ilicitude do 
fato, mas gera isenção de pena. Ex: policial que prende irmão gêmeo do meliante. 
• Exigibilidade de conduta diversa: possibilidade do agente escolher entre a conduta lícita e ilícita, no 
momento da prática do fato. 
• Pode ser afastada pela ocorrência de: 
• Coação moral irresistível(art. 22 CP): é a violência moral imprimida contra o sujeito ativo de forma 
invencível, denominada de vis compulsiva, a fim de obrigá-lo a fazer ou deixar de fazer algo. 
• Obediência hierárquica(art. 22 CP): é uma espécie de erro de proibição invencível, já que o superior 
hierárquico ordena um comando a pessoa sobre a qual exerce poder por força de sua função ou cargo público, que 
deve obedecer em razão de vínculo de subordinação, desde que tal ordem não seja manifestamente ilegal. Neste 
caso, somente o autor da ordem deve ser punido. Ex: promotor exige do secretário que antes da audiência chame a 
sua presença uma testemunha e se esta recusar, que a traga presa por desobediência. 
• Emoção(art. 28, I CP): não exclui a imputabilidade penal, sendo a emoção um estado 
afetivo passageiro, que atinge e perturba o equilíbrio psicológico do sujeito, alterando-lhe 
a maneira de pensar e agir, sem retirar-lhe a capacidade de entendimento e 
autodeterminação. Pode configurar uma causa de diminuição de pena ou circunstância 
atenuante. Ex: medo 
 
• Paixão(art. 28, I CP): é um estado crônico, duradouro e estável, que revela crise psíquica e 
física profunda, sem retirar-lhe a capacidade de entendimento e autodeterminação. Pode 
configurar uma causa de diminuição de pena ou circunstância atenuante. Ex: ódio. 
 
• Erro de proibição evitável (última parte do art. 21 CP): decorre da displicência, pois o 
agente podia ter realizado um pouco de esforço para alcançar a consciência da ilicitude. 
Assim, pode gerar somente uma diminuição de pena de 1/6 a1/3. 
 
• Embriaguez não acidental (art. 28, II CP): 
• Voluntária ou actio libera in causa: gera punição por responsabilidade penal objetiva, 
podendo configurar uma circunstância agravante no caso da embriaguez preordenada. 
Pode ser completa ou incompleta e não exclui a imputabilidade. 
– preordenada: o sujeito age com dolo e uso o álcool para se encorajar a pratica de crime. 
– culposa: caracteriza-se quando o sujeito age com culpa, pois não quer se embriagar, mas 
negligentemente, continua ingerindo álcool. 
ITER CRIMINIS 
 CRIME CONSUMADO (conatus):aquele que percorreu todo o iter criminis (COGITAÇÃO, PREPARAÇÃO, 
EXECUÇÃO, CONSUMAÇÃO), sem interrupção. Difere do crime exaurido, que ultrapassa a integralização 
do plano do agente e da consumação dos elementos do tipo penal. 
 Diferença com exaurimento:ex: concussão. 
• MOMENTO CONSUMATIVO NOS DIVERSOS TIPOS DE CRIME: 
• 1 – materiais: momento do resultado. 
• 2 – formais ( ex: art. 158 – extorsão- menciona o resultado, mas não exige sua ocorrência para 
caracterizar a consumação) e de mera conduta (ex: art. 150 – violação de domicílio - descreve só a 
conduta, não prevê resultado): momento

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