Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal do Ceará Lista 1 – Exercícios de Contabilidade Nacional Profa. Kílvia Mesquita Aluno: Lidenberg Rodrigues Silva. Matrícula: 472710. Questão 1: Descreva qual o objetivo da contabilidade nacional e da macroeconomia. Como essas duas disciplinas se inter-relacionam? A macroeconomia surgiu a partir da teoria de Keynes, e junto com ela surgiu a teoria do Keynesianismo, que defendia que o Estado deveria intervir e regular a economia, exercendo influencia sobre ela. Desta forma, surge a necessidade de organizar esse impacto que o governo terá, e como ele irá gerir. A contabilidade nacional surgiu a partir da necessidade de um Estado ter o controle das suas contas, da mesma forma que ocorre com uma empresa. A contabilidade ajudaria o Estado a saber quanto foi arrecadado, quando foi gasto e onde foi gasto, para assim realizarem uma melhor gestão do dinheiro público e tomar decisões mais acertadas. As duas disciplinas se relacionam pela existência da relação problema-solução estabelecidas. A macroeconomia tinha o problema de precisar organizar as contas do estado, e a contabilidade nacional surge como resposta a essa necessidade. Questão 2: Supondo três setores de atividade (setores A, B e C), e dados (em R$ bilhões) - O setor A produziu $ 1.000 e vendeu toda a produção ao setor B; - O setor B produziu $ 1.800 e vendeu toda a produção ao setor C; - O setor C produziu $ 2.350 e vendeu toda a produção aos consumidores. Pede-se: a) Valor bruto da produção: R$ 5.150,00 bilhões. b) Produto agregado: O produto agregado possui o mesmo valor dos bens finais da produção, no caso, R$ 2.350,00 bilhões. SETOR PRODUÇÃO FORNECEDORES VALOR ADICIONADO A R$ 1.000,00 R$ - R$ 1.000,00 B R$ 1.800,00 R$ 1.000,00 R$ 800,00 C R$ 2.350,00 R$ 1.800,00 R$ 550,00 Total VA R$ 2.350,00 Valor Bruto R$ 5.150,00 Questão 3: Supondo três setores de atividade (setores A, B e C), e dados (em R$ bilhões) - O setor A produziu $ 1.000 e vendeu toda a produção ao setor B; - O setor B produziu $ 1.800 e vendeu $ 800 da produção ao setor C; - O setor C produziu $ 2.000 e vendeu toda a produção aos consumidores. Pede-se: a) Produto agregado total ou valor adicionado total: R$ 3.000,00 bilhões, referentes aos R$ 1.000,00 bilhões produzidos no setor B que não foram consumidos, e os R$ 2.000,00 bilhões do setor C vendidos aos consumidores finais. SETOR PRODUÇÃO FORNECEDORES VALOR ADICIONADO A R$ 1.000,00 R$ - R$ 1.000,00 B R$ 1.800,00 R$ 1.000,00 R$ 800,00 C R$ 2.000,00 R$ 800,00 R$ 1.200,00 Valor Bruto: R$ 4.800,00 Total VA: R$ 3.000,00 Questão 4: Explique em breves palavras o que é uma economia fechada e sem governo e explique também cada uma das contas utilizadas para mensurar os dados da contabilidade nacional. Uma economia fechada trata-se de uma economia que não possui relações comerciais com outra economia, ou seja, a grosso modo, não realiza importações ou exportações, e assim, tudo o que for produzido ali, será consumido por essa mesma economia. Sem governo indica que a economia não sofre os efeitos da presença do Estado e sua interferência na economia (por meio dos impostos e subsídios, por exemplo). Em uma economia fechada e sem governo há a presença de apenas 3 contas que representam a identidade Produto ≡ Renda ≡ Dispêndio e a identidade Investimento ≡ Poupança, a saber: Conta de produção, conta de apropriação e conta de capital. Conta de Produção: Representa a identidade PN (Produto Nacional) ≡ DN (Despesa Nacional). No lado devedor é registrado a produção da economia, enquanto no lado credor é registrada as despesas da economia para que pudesse atingir tal produção. Conta de Apropriação: Nesta conta são representadas as maneiras que a economia obtém sua renda e a aplica. Do lado do crédito são registradas as remunerações (ou Renda Nacional Líquida), e do lado do débito as suas aplicações (Consumo Pessoal e Poupança Líquida). Conta de Capital: Representa a identidade Poupança ≡ Investimento. No lado credor é registrada a poupança bruta total (poupança liquida somada a depreciação). Em contrapartida, no lado devedor, são registrados os investimentos da economia (FBKF, Variação dos estoques). A FBKF e a variação dos estoques são considerados investimentos porque, a grosso modo, viabilizam um consumo futuro. Questão 5: Considere os seguintes dados, para uma economia hipotética fechada e sem governo, calculados para um determinado período, em unidades monetárias: Salários 500 Aluguéis 100 Juros 150 Lucros distribuídos 200 Lucros retidos 50 Depreciação 50 Consumo pessoal 800 Utilização da renda nacional líquida 1000 Variação de estoques 70 Pedem-se: a) a despesa nacional bruta: Y = C + I Y = 800 + 70 + VE Y = 870 + 180 Y = 1050 b) a formação bruta de capital fixo: RNB = RNL + Depreciação RNB = 1000 + 50 RNB =1050 R ≡ Y Y = C + (FBKF + VE) 1050 = 800 + FBKF + 70 FBKF = 1050 – 870 FBKF = 180 c) a renda ou produto nacional líquido: Y = Salários + Juros + Aluguéis + Lucros Y = 500 + 150 + 100 + 250 Y = 1000 d) a poupança líquida: S = RNL – Consumo S = 1000 – 800 S = 200. e) o investimento bruto total; VE + FBKF = 70 + 180 I = 250. f) a poupança bruta total: I ≡ S S = 250. Questão 6: Considere os seguintes dados, para uma economia aberta e com governo hipotética, calculados para um determinado período, em unidades monetárias: Salários 500 Aluguéis 100 Juros 150 Lucros distribuídos 200 Lucros retidos 50 Depreciação 50 Impostos diretos pagos pelas empresas 130 Impostos diretos pagos pelas famílias 150 Impostos indiretos 120 Outras receitas correntes líquidas do governo 10 Transferências recebidas pelas empresas 40 Transferências recebidas pelas famílias 150 Subsídios 20 Renda líquida enviada ao exterior 90 Importação de bens e serviços não fatores 150 Exportação de bens e serviços não fatores 100 Consumo pessoal 800 Consumo do governo 120 Variação de estoques 70 Pedem-se: i) a formação bruta de capital fixo; RNL = Salários + Juros + Aluguéis + Lucros + Tributos + Outras receitas RNL = 500 + 150 + 100 + 250 + 400 + 10 RNL = 1410 RNB = RNL + Depreciação RNB = 1410 + 50 RNB = 1460 Renda ≡ Produto PNB = PIB – RLEE PIB = PNB + RLEE PIB = 1460 + 90 PIB = 1550 Y = C + (VE + FBK) + G + NX 1550 = 800 + (70 + FBKF) + (Consumo + Subsídios + Transferências) + (100 – 150) 1550 = 870 + FBKB + 330 + (-50) FBKF = 1550 + 50 – 1200. FBKF = 400. ii) a poupança líquida do setor privado: Poupança líquida = S famílias + Lucros retidos S famílias = RNL – Consumo S famílias = 1000 – 800 S famílias = 200 S líquida = 200 + 50 S líquida = 250 iii) o saldo do governo em conta corrente; Sg = T + Outras receitas – (Transferências + Subsídios + C governo) Sg = 400 + 10 – (330) Sg = 80. Questão 7: Considere que numa economia em determinado ano ocorreu uma grave epidemia, que ocasionou um aumento na demanda de serviços médico-hospitalares e em medicamentos. Considerando todo o resto constante, qual o resultado do PIB em relação ao ano anterior? O que se pode dizer em relação ao bem-estar da população? No cenário de uma grave epidemias, é possível inferir que diversas pessoas do país foram contaminadas e necessitaram sair de seus trabalhos para que pudessem se recuperar e somente depoisvoltarem a produzir. Como no caso dessa epidemia também houve aumento da demanda por produtos médico-hospitalares e medicamentos, é possível deduzir que, para atender a demanda, as empresas farmacêuticas do país resolveram aumentar a sua produção. Em um cenário como esse, também ocorre, com um aumento da demanda, um aumento do preço desses produtos, o que pode inflacionar os produtos da área médico- hospitalar. Por fim, o país pode não ter sido capaz de produzir internamente todo o material necessário, e por questões de necessidade, resolveu importar materiais de outros países. Levando em consideração todos esses fatores, a tendência é que o PIB do país diminua, já que houveram pessoas que tiveram que ficar fora de seus postos de trabalho (o que diminui a produção do país), e que a balança comercial do país ficou negativa (importou mais do que exportou). Quanto ao bem-estar da população, é possível afirmar que haverá uma queda pois várias ficaram doentes e necessitaram recorrer, em massa, ao sistema de saúde, que muita das vezes não está preparado para atender a grandes demandas, gerando filas e demoras. Dependendo do cenário, pessoas sem trabalho são pessoas sem renda, desempregadas. Pessoas desempregadas não possuem dinheiro para consumir, uma queda no consumo gera uma queda na demanda, uma queda na demanda faz com que as empresas demitam funcionários, que são mais pessoas sem emprego, sem dinheiro para consumir, e assim sucessivamente. Questão 8: Explique a diferença entre contabilidade nominal e contabilidade real. Em Economia, em muitos casos é necessário comparar uma variável a outra, para ser possível verificar sua evolução ou involução. Ao fazer isso em termos nominais, muitas vezes se incorre em erro, pois há fatores que não foram levados conta. A contabilidade real retira o efeito desses fatores e permite que as variáveis possam ser comparadas sem erro. Por exemplo: Ao fazer a comparação entre o PIB de um ano e o PIB do ano anterior, se a comparação for feita em termos nominais, há a influencia da inflação, que gera engano e faz com que se chegue a conclusões erradas. Ao se usar um deflator, a variável torna-se real e é possível comparar os dados sem incorrer em erros. Questão 9: Com base nos princípios da contabilidade nacional, marque V ou F e justifique a resposta para as afirmativas abaixo. (F) Em uma economia aberta, a absorção coincidirá com o produto, independente do sinal do saldo comercial do país. Absorção = C + I. Não. Em uma economia aberta, o produto é calculado somando- se Consumo + Investimentos + Saldo de exportações, onde o saldo comercial do país é importante pois pode aumentar ou diminuir o produto. (V) A poupança bruta, em uma economia fechada e sem governo, é idêntica à soma da formação bruta de capital fixo mais a variação de estoques. De acordo com as identidades macroeconômicas, I ≡ S. (V) Em uma economia aberta e sem governo, são registradas como importações apenas as aquisições de bens e serviços que não correspondam ao pagamento de fatores de produção. Este último é computado no cálculo da renda líquida enviada ao exterior. As importações e exportações de fatores fazem parte apenas da RLEE. (F) O total dos créditos da conta de produção, em uma economia aberta e com governo, é a soma do consumo total, investimento bruto e importações. Portanto, o total dos créditos representa a soma da despesa interna bruta mais exportações. Na conta de produção de uma economia aberta e com governo são representados o consumo pessoal e do governo, o investimento (VE + FBKF) e a EXPORTAÇÂO de bens e serviços NÃO FATORES. O total dos créditos representa a demanda total. (F) Na apuração da renda nacional, são incluídos os ganhos auferidos na revenda de ações de empresas e na especulação imobiliária. Na renda nacional é incluído apenas capital produtivo. A revenda de ações e a especulação imobiliária são considerados capital não-produtivo. Questão 10: Considere P = produto agregado; R = renda agregada; I = interno; N = nacional; B = bruto; L = líquido; cf = custo de fatores; e pm = preços de mercado. Supondo que PIBcf = 1.000; depreciação = 20; renda enviada ao exterior = 150; renda recebida do exterior = 50; impostos indiretos = 30; subsídios = 10; calcule PNBpm e RNLcf . De acordo com a identidade macroeconômica, R ≡ P RNL cf = PIB cf – Depreciação RNL cf = 1000 – 20 RNL cf = 980. PIB pm = PIB cf + Impostos Indiretos – Subsídios PIB pm = 1000 + 30 – 10 PIB pm = 1020. PNB pm = PIB pm – RLEE PNB pm = 1020 – (50 – 150) PNB pm = 1020 – (– 100) PNB pm = 1120. Questão 11: Suponha uma economia hipotética com os seguintes dados: salários = 400 aluguéis = 50 juros = 80 lucros = 100 consumo pessoal = 500 depreciação = 20 variação de estoques = 50 Levando-se em conta as identidades macroeconômicas básicas que decorrem do sistema de contas nacionais para uma economia fechada e sem governo, pode-se afirmar que a poupança líquida e a formação bruta de capital fixo serão: Por meio da identidade macroeconômica R ≡ P, temos: R = Salários + juros + aluguéis + lucros R = 400 + 80 + 50 + 100 R = 630. P = C + I 630 = 500 + (FBKF + 50) 630 – 550 = FBKF FBKF = 80. Pela identidade, S ≡ I S líquida = 130 – Depreciação S líquida = 130 – 20 S líquida = 110. Questão 12: Considere uma economia hipotética aberta e sem governo. Suponha os seguintes dados, em unidades monetárias: * renda líquida enviada ao exterior = 100; * soma dos salários, juros, lucros e aluguéis = 900; * importações de bens e serviços não-fatores = 50; * depreciação = 10; * exportação de bens e serviços não-fatores = 100; * formação bruta de capital fixo mais variação de estoques = 360. Com base nestas informações e considerando as identidades macroeconômicas de um sistema de contas nacionais, calcule a renda nacional líquida e o consumo pessoal. O consumo pessoal é de $600, e a RNL de $ 900. Por identidade macroeconômica R ≡ P Y = C + I + NX Y = C + 360 + 50 Y = C + 410 RNB = C + 410 – RLEE RNB = C + 310 RNL = RNB – depreciação RNL = C + 310 – 10 RNL = C + 300 (salários + juros + alugueis + lucros) = C + 300 900 = C + 300 C = 900 – 300 C = 600. RNL = 600 + 300 = 900. Questão 13: Considere: Ipr= investimento privado Ipu= investimento público Spr= poupança privada Sg= poupança do governo Se= poupança externa Com base nas identidades macroeconômicas fundamentais, pode-se afirmar que: a) Ipr + Ipu = Spr + Sg b) Déficit Público = Spr – Ipr + Se - CORRETA c) Ipr + Ipu + Se = Spr + Sg d) Déficit Público = Spr + Ipr + Se e) Ipr = Spr + Se Questão 14: Levando em conta a identidade macroeconômica “Poupança=Investimento”, numa economia aberta e com governo e considerando: D= Déficit Público Sg= poupança do governo Spr= poupança privada Ig= Investimento público Ipr= investimento privado Sext= poupança externa É correto afirmar que: a) D = Sg – Ig + Spr - Ipr b) D = Sext c) D = Spr – Ipr + Sext - CORRETA d) D = Sg - Ig + Sext e) D = Spr – Ipr + Sext Fonte de pesquisa recomendada: Paulani, L. M. Braga, M. B. A Nova Contabilidade Social: Uma Introdução à Macroeconomia. 2ª Edição – São Paulo, Editora Saraiva, 2006. Feijó, C. A. [et al.] Contabilidade Social: a nova referência das contas nacionais. 3ª Edição – Rio de Janeiro, Elsevier editora, 2003. Vellani, Cássio. Contabilidade e Responsabilidade Social. Atlas, 2011.
Compartilhar