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2 | m e u c e r e b r o . c o m
O CÉREBRO
“O Lobo Frontal”, p. 04
psicologia cognitiva
“O Surgimento da Neuroeducação”, p. 06
EVOLUÇÃO
“A área 10”, p. 16
espiritualidade e religião
“Conexão entre corpo e espírito”, p. 22
pessoas
“O que é limitação para você?”, p. 30
notícias do mês, p. 34
neurohistória
“A história de Phineas Gage”, p. 36
A Revista meucerebro é uma publicação mensal do grupo meucerebro.
com e de distribuição on-line para assinantes. Editores-chefe: Leonardo 
Faria e Ramon Andrade. Redação: Daniela Ávila Malagoli e Leonardo 
Faria. Diagramação: Carlos Gabriel Ferreira. Colaboradores: Ana Lúcia 
Hennemann, Flávio Maneira, Matheus Guisoni Pereira e Pricilla Faria.
EXPEDIENTE
programa de desenvolvimento meucerebro
“Turbine o seu Cérebro”, p. 08
MÚSICA
“Qual é o som de uma cor?”, p. 18
neurociência do sucesso
“4 pilares: você no controle da sua vida”, p. 26
especial
“Inteligência emocional: por que ela é importante?”, p. 10
3
Começarei agradecendo a minha equipe. Pessoas formidáveis, sem as quais um 
sonho antigo não se realizaria. Ramon, meu sócio, cuja confiança sem precedentes 
me fez enxergar possibilidades. Carlos, cujo profissionalismo e talento em perceber 
ideias e transformá-las em arte proporcionou um grande salto ao grupo. Daniela, minha 
companheira, dedicada, paciente, e extremamente competente em seus propósitos. 
Sem vocês nada d isso seria possível. Os sonhos são assim mesmo. Demoram às vezes 
uma vida. Mas são eles que a validam.
Tudo começou há aproximadamente 2 anos, quando tive um insight. Para dizer a 
verdade, pouco acreditava em intuição ou percepção extrassensorial. Mas de alguma 
forma fui sugestionado a ver que os caminhos que por algum motivo me levaram 
até ali não mais o fariam. Inserido no meio de uma extenuante residência médica 
em neurocirurgia, percebi que faltava algo essencial. Algo mais primordial que uma 
suposta inteligência.
A vida faz a gente acreditar que a inteligência pode ser objetivamente mensurada 
por meio de testes, provas, vestibulares e notas. Que o sucesso é o ponto final de uma 
vida galgada nesses termos. Mas não. É estranho dizer que o oposto de determinada 
coisa é justamente o holofote que mais a ilumina. Foi de certa forma a razão que me 
fez enxergar a emoção. Hoje compreendo que aquela não é uma força. Esta sim. 
Enquanto a razão direciona, a emoção impulsiona.
Por um momento, deixei a razão de lado e passei a valorizar as emoções, o prazer, 
o bem-estar, a dor, a contemplação, o relaxamento, o motivo. Passei a enxergar as 
pessoas e a diferenciá-las pelo engajamento emocional com que viviam dia após 
dia. Enquanto algumas pessoas se perdiam em comportamentos repetitivos para os 
quais suas razões construíam as mais extravagantes explicações, outras percebiam-
se com um simples olhar.
Muito me surpreendia como a maioria atribuía a importância do cérebro à sua 
capacidade de desenvolver a inteligência. Mas a emoção era o combustível. Não 
era prudente mais deixá-la de fora. Hoje percebo que o cérebro é tudo isso. O seu 
equilíbrio sempre esteve na relação de reciprocidade construída entre razão e 
emoção. A nossa vida se determina assim.
É nesse contexto que qualquer explicação racional sobre o por que de estarmos 
aqui, termos nos dedicado à constituição do grupo meucerebro, dessa primeira 
edição, a edição de lançamento da revista digital meucerebro, torna-se insignificante. 
O que vier a ser explicado não conseguirá alcançar a força que nos impulsionou. 
Hoje somos um grupo que alia neurociências e comunicação, que busca disseminar 
ideias e aprender. Ser objeto, mas principalmente sujeito desse novo momento que 
o homem atravessa: o da verdadeira autopercepção.
Você agora faz parte do meucerebro.
Seja muito bem-vindo!
editorial
Leonardo Faria, 
Editor-chefe da revista meucerebro
4 | m e u c e r e b r o . c o m
A matéria desta edição fará referência à anatomia de superfície de um lobo cerebral. O conhecimento dela é especialmente 
importante para neurologistas, neurocirurgiões, 
neuroradiologistas e qualquer outra pessoa que 
lide com a anatomia cerebral, como é o caso dos 
estudantes de medicina, psicologia e neurobiologia 
comparativa. O lobo frontal é peculiar ao homem pelo 
tamanho e pelas funções. Aqui nos caberá um relato 
específico da anatomia dos seus sulcos e giros. 
Na face superior mais lateral do lobo frontal de 
cada hemisfério identificam-se três sulcos principais: 
o sulco pré-central (mais ou menos paralelo ao sulco 
central, muitas vezes dividido em dois segmentos), 
o sulco frontal superior (inicia-se geralmente na 
porção superior do sulco pré-central e tem direção 
aproximadamente perpendicular a ele, para o pólo 
frontal) e o sulco frontal inferior (partindo da porção 
inferior do sulco pré-central, dirige-se para frente e 
para baixo).
Entre o sulco central e o sulco pré-central está 
o giro pré-central. Acima do sulco frontal superior, 
continuando na face medial do cérebro, localiza-se o 
giro frontal superior. Entre os sulcos frontal superior 
e frontal inferior está o giro frontal médio, e abaixo do 
sulco frontal inferior, o giro frontal inferior. Este último 
é subdividido pelos ramos anterior e ascendente 
do sulco lateral em três partes: orbital, triangular e 
opercular. A primeira situa-se abaixo do ramo anterior, 
a segunda entre este ramo e o ramo ascendente, e a 
última entre o ramo ascendente e o sulco pré-central. 
O giro frontal inferior do hemisfério cerebral esquerdo 
é denominado giro de Broca.
O Lobo Frontal
A anatomia dos sulcos e giros
Leonardo Faria
Sulco do Corpo Caloso
Sulco do Cíngulo
Ramo Marginal
Sulco Subparietal
Sulco Paracentral
Giro do Cíngulo
Lóbulo Paracentral
Pré-cúneos
Giro Frontal Superior
 5
Na face medial do cérebro, existem dois sulcos 
que passam do lobo frontal para o lobo parietal: o 
sulco do corpo caloso (começa abaixo do rostro do 
corpo caloso, contorna o tronco e o esplênio do corpo 
caloso, onde se continua já no lobo temporal, com o 
sulco do hipocampo) e o sulco do cíngulo (tem seu 
curso paralelo ao sulco do corpo caloso, do qual é 
separado pelo giro do cíngulo. Termina posteriormente, 
dividindo-se em dois ramos: o ramo marginal, que se 
curva em direção à margem superior do hemisfério, 
e o sulco subparietal, que continua posteriormente 
a direção do sulco do cíngulo). Nesta face também 
está presente o sulco paracentral, que se destaca do 
sulco do cíngulo em direção à margem superior do 
hemisfério; delimita, com o sulco do cíngulo e seu ramo 
marginal, o lóbulo paracentral, assim denominado 
em razão de suas relações com o sulco central, cuja 
extremidade superior termina aproximadamente no 
seu meio.
Resumidamente, em relação aos giros delimitados 
por estes sulcos, acima do corpo caloso temos o giro 
do cíngulo; mais acima temos, de trás para diante, o 
pré-cúneus, o lóbulo paracentral e a face medial do 
giro frontal superior.
A face inferior do lobo frontal apresenta um 
único sulco importante, o sulco olfatório, profundo e 
de direção ântero-posterior. Medialmente ao sulco 
olfatório, continuando dorsalmente como giro frontal 
superior, situa-se o giro reto. O restante da face inferior 
do lobo frontal é ocupada por sulcos e giros muito 
irregulares, os sulcos e giros pré-orbitários.
Giro Pré-Central
Giro Frontal Superior
Giro Frontal Médio
Giro Frontal Inferior
Sulco Frontal Superior
Sulco Frontal Inferior
Sulco Pré-Central
//////////// o c é r e b r o
Sulco do Corpo Caloso
Sulco do Cíngulo
Ramo Marginal
Sulco Subparietal
Sulco Paracentral
Giro Reto
Giros Orbitários
Sulco Olfatório
Sulcos Orbitários FONTES:
1. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
2. SOBOTTA, Johannes. Atlas de Anatomia Humana. 21ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
3. MACHADO, Angelo B.M.. Neuroanatomia Funcional. 2ed. São Paulo: Atheneu, 2002.
Ilustrações: Netter.
6 | m e u c e r e b r o . c o m
O Surgimentoda 
Neuroeducação
 
Aprender é modificar comportamentos
Ana Lúcia Hennemann, 
Um dos primeiros relatos que temos sobre a educação com um olhar mais global se dá através das Paideias, na Grécia. As mesmas 
eram constituídas a partir da concepção de que a 
comunidade e o indivíduo são responsáveis uns 
pelos outros e, dessa forma, vão se transformando, 
integrando-se e evoluindo. O indivíduo era percebido 
sobre seus diversos aspectos e fazia parte de uma 
cadeia social. Cada um era importante. Cada um tinha 
contribuições para a evolução daquele contexto social. 
Entretanto, as concepções mudaram e a 
educação “abandonou” a percepção individual 
e integral do sujeito para outro aspecto muito 
diferenciado: o indivíduo valia o quanto ele produzia; 
em outras palavras, o melhor aluno era aquele que 
conseguia acumular mais conhecimento. Mas até 
aqui a escola ainda não era para todos. Apenas alguns 
privilegiados estudavam. 
Conforme Tracey Espinosa, mesmo tendo os 
direitos assegurados pela Declaração Universal dos 
Direitos Humanos, é somente na década de 1980 que 
a educação em massa começa a fazer parte do cenário 
educacional e através dessa maior diversidade que 
se percebe que o sistema educacional necessitava 
de muitas melhorias.
Todo o conhecimento que se tinha em educação, 
aprendizagem e comportamento humano ainda 
era fruto de pesquisas anteriores ao escaneamento 
cerebral, e as grandes mudanças começam a ocorrer
 com o surgimento da neurociência, responsável pelo 
estudo metódico do sistema nervoso. 
A psicologia, uma das áreas que sempre 
auxiliou a educação, ao agregar os conhecimentos 
da neurociência, começou a trazer abordagens 
diferenciadas para o contexto educacional e, 
dessa forma, a pedagogia pautada na educação e 
aprendizagem percebeu que se fazia necessário um 
novo olhar educacional, voltar às origens da Paideia 
e perceber o ser humano como um ser global. 
Todas as áreas que até então eram “especializadas 
em” modificam-se e começam a atuar de modo 
interdisciplinar agregando a nomenclatura de 
neuroeducação.
A neuroeducação não é uma nova área do 
conhecimento. Ela trata da junção dos conhecimentos 
da psicologia, educação e neurociência (Figura 1).
A neuroeducação nos traz uma abordagem 
diferenciada do que é aprendizagem. Anteriormente, 
em uma visão mais direta poderia se dizer que 
“aprender é adquirir novos conhecimentos”. A mesma 
neuroeducação nos mostra agora que “aprender é 
modificar comportamentos”. 
Quando pensamos uma educação inclusiva o 
significado de aprender dentro destas concepções 
tem outro valor. Porque se o sujeito é somente 
avaliado pelo viés do conhecimento adquirido 
dentro do contexto escolar, certamente a educação 
não estará sendo inclusiva; mas, se ela consegue 
perceber o educando como alguém que modificou 
seu comportamento inicial, seja ele, psicomotor, 
cognitivo ou emocional, desse modo sim, estamos 
diante de uma educação inclusiva, que prima pelos 
direitos humanos.
Percebemos indivíduos Downs atuando na 
sociedade como repórteres, cineastas, professores, 
e outras tantas profissões e temos o entendimento 
Especialista em Alfabetização, 
Educação Inclusiva, 
Neuropsicopedagogia 
e Pós-graduanda em 
Neuroaprendizagem. Email: 
ana_hennemann@hotmail.com.
 7
 com o surgimento da neurociência, responsável pelo 
estudo metódico do sistema nervoso. 
A psicologia, uma das áreas que sempre 
auxiliou a educação, ao agregar os conhecimentos 
da neurociência, começou a trazer abordagens 
diferenciadas para o contexto educacional e, 
dessa forma, a pedagogia pautada na educação e 
aprendizagem percebeu que se fazia necessário um 
novo olhar educacional, voltar às origens da Paideia 
e perceber o ser humano como um ser global. 
Todas as áreas que até então eram “especializadas 
em” modificam-se e começam a atuar de modo 
interdisciplinar agregando a nomenclatura de 
neuroeducação.
A neuroeducação não é uma nova área do 
conhecimento. Ela trata da junção dos conhecimentos 
da psicologia, educação e neurociência (Figura 1).
A neuroeducação nos traz uma abordagem 
diferenciada do que é aprendizagem. Anteriormente, 
em uma visão mais direta poderia se dizer que 
“aprender é adquirir novos conhecimentos”. A mesma 
neuroeducação nos mostra agora que “aprender é 
modificar comportamentos”. 
Quando pensamos uma educação inclusiva o 
significado de aprender dentro destas concepções 
tem outro valor. Porque se o sujeito é somente 
avaliado pelo viés do conhecimento adquirido 
dentro do contexto escolar, certamente a educação 
não estará sendo inclusiva; mas, se ela consegue 
perceber o educando como alguém que modificou 
seu comportamento inicial, seja ele, psicomotor, 
cognitivo ou emocional, desse modo sim, estamos 
diante de uma educação inclusiva, que prima pelos 
direitos humanos.
Percebemos indivíduos Downs atuando na 
sociedade como repórteres, cineastas, professores, 
e outras tantas profissões e temos o entendimento 
do quão é importante a interação com o meio. Mais ainda, 
do quão é importante o trabalho de um profissional que tem 
o entendimento do funcionamento do sistema nervoso. 
O neuroeducador, profissional da neuroeducação, 
resgata a práxis das Paideias. Ele observa o indivíduo em 
seus aspectos que precisam ser melhorados e em suas 
potencialidades e, através disso, constrói um planejamento 
individualizado para cada educando. Porém, em última 
instância, todos aprendem, pois há modificação de 
comportamento tanto para o neuroeducador quanto para 
os educandos. Ambos necessitam sair de suas zonas de 
conforto e, dessa forma, alcançar patamares mais elevados. 
Através disso, resgata-se um valor primordial que os gregos 
já conheciam: a cooperação. A sociedade se constitui pelo 
entendimento da responsabilidade que temos uns com os outros 
e só podemos mudá-la se mudarmos nossos comportamentos.
FONTES:
1. TOKUHAMA – ESPINOSA, Tracey. Why Mind, 
Brain, and Education Scienceis the “New” Brain-
-Based Education. Disponível online em 
http://migre.me/lXgK3 
/ p s i c o l o g i a c o g n i t i v a
FIGURA 1:
Adaptado a partir de Tracey Tokuhama-Espinosa
8 | m e u c e r e b r o . c o m
Há uma regra oculta nestas equações. Encontre o valor de B e 
mostre que matemática não é problema para você.
Áreas cerebrais envolvidas neste teste: 
Inicialmente, os córtices visuais primário e secundário serão ativados. 
A cognição aplicada à resolução de problemas e a utilização da memória 
de trabalho são atribuídas ao córtex pré-frontal. Além disso, áreas parieto-
temporais e parieto-occipitais, mais precisamente a área de Wernicke, 
que pode ou não incluir o giro angular esquerdo, serão acionadas no 
reconhecimento dos algarismos e letras, e também durante os cálculos.
Córtex Pré-Frontal
Área de Wernicke
9
Córtex Visual
Giro Angular
Área de Wernicke
Resposta:
A resolução deste exercício depende de uma boa análise 
das equações anteriores.
A resposta é: A = 2+6-7 
 B = 276 + A
Logo, A = 1 e B = 277.
Comentários:
Um teste que trabalha a flexibilidade cognitiva na 
resolução de problemas. Aparentemente, parece um simples 
exercício de adição; entretanto, a variável A requer um pouco 
mais de raciocínio para ser decifrada. Isso nos remete às 
primeiras adições do exercício.
 A variável B é facilmente explicável, uma vez que 
tenhamos definida a variável A. B é sempre a soma de A com 
o número inicial. Mas e A?
A é representado pela soma do primeiro e terceiro 
algarismos do número inicial, subtraído do algarismo do meio. 
Logo, 537 (5+7-3=9), 106 (1+6-0=7), 989 (9+9-8=10) e assim por 
diante. A=1 (6+2-7=1) e B=277.
// t u r b i n e s e u c é r e b r o
10 | m e u c e r e b r o . c o m
Aprender a ser emocionalmente inteligente é possível
Daniela Ávila Malagoli
O conceito de inteligência emocional (IE) tem sido bastante discutido na 
atualidade. No entanto, já vem sendoestudado desde o ano de 1990, quando 
foi formalmente introduzido na Psicologia por meio dos pesquisadores Peter 
Salovey, da Universidade de Yale, e John D. Mayer, da Universidade de New 
Hampshire, os quais apresentaram a definição de inteligência emocional 
como sendo a capacidade de processar as informações emocionais e usá-
las favoravelmente no processo adaptativo. Contudo, o conceito se tornou 
popular cinco anos depois, por meio do livro “Inteligência Emocional: A teoria 
revolucionária que redefine o que é ser inteligente”, do psicólogo da Universidade 
de Havard Daniel Goleman.
 11
12 | m e u c e r e b r o . c o m
Goleman disse ao Huffington Post “A vida corre muito mais suavemente se você tiver boa inteligência emocional”. O psicólogo traz 
uma nova discussão por meio de seu livro, no qual 
atribui parte do sucesso pessoal e profissional a esse 
tipo de inteligência; isto é, ela é tão importante quanto 
outras habilidades cognitivas - ou até mais -. Assim, 
quais as habilidades podem ser encontradas dentro 
da inteligência emocional? Diversas, como a de 
superar as frustrações, motivar a si mesmo, controlar 
impulsos, canalizar emoções, dentre outras. Goleman 
também mapeia a inteligência emocional em 
cinco habilidades importantes de serem realçadas: 
autoconhecimento emocional; controle emocional, 
automotivação, reconhecimento das emoções em 
outras pessoas e habilidades em relacionamentos 
interpessoais. Assim, a inteligência emocional é 
dividida em intra e interpessoal. 
 As emoções fazem parte da evolução do indivíduo; 
são inatas a ele e constituem uma importante 
forma de comunicação. Predominam em diversos 
momentos da nossa vida e, se gerenciadas com 
cuidado e inteligência, auxiliam de forma significativa 
nas decisões, na imposição de limites, enfim, no 
relacionamento com o outro e consigo mesmo. De 
acordo com o psicólogo e professor de Sociologia 
Leonardo Abrahão, observa-se, hoje em dia, um mau 
gerenciamento das emoções: “raivas e explosões de 
ódio no trânsito e nas organizações; comportamentos 
obsessivos em meio a casais, surgidos a partir da 
inobservância de sentimentos como ciúmes doentio 
e/ou carência não cuidada; violências múltiplas a 
partir da dificuldade em se lidar com os sentimentos 
alheios, como discriminação e bullying entre jovens 
ou adultos nas escolas ou nas empresas”, explica, 
são alguns exemplos dessa problemática social. 
Nesse contexto, os cinco componentes da IE, 
definidos por Goleman - autoconsciência, autorregulação, 
motivação, habilidades sociais e empatia – são 
fundamentais também no âmbito profissional. 
Para ele, “quem tem inteligência 
emocional geralmente é 
confiante, sabe trabalhar 
na direção de suas 
metas, é adaptável 
e flexível. Você 
se recupera 
rapidamente 
do estresse e 
é resistente”, 
disse ao 
Huffington 
Post. E como 
saber se sou 
emocionalmente 
inteligente, 
e/ou se devo 
progredir nesse 
sentido? Reportagem 
recente publicada pela 
revista Exame mostrou 14 
sinais que demonstram um alto 
grau de inteligência emocional, como: 
“você é um bom líder”, “reconhece suas forças e 
suas fraquezas”, “confia no seu instinto”, “quando 
está chateado, sabe exatamente o por quê”, dentre 
outros.
A boa notícia é que, caso você não tenha
 13
///////////////// e s p e c i a l
desenvolvido essas habilidades ou mesmo 
não priorize elas em sua vida pessoal e 
profissional, pode adquirir e aprimorar a 
inteligência emocional por meio da prática. 
De acordo com o site da empresa provedora 
mundial de inteligência emocional TalentSmart,
 “embora algumas pessoas 
sejam naturalmente mais 
emocionalmente 
inteligentes do que 
outras, você pode 
desenvolver 
grande 
capacidade 
mesmo não 
tendo nascido 
com ela”. A 
inteligência 
emocional, 
segundo 
Abrahão, 
pressupõe 
autoconhecimento, 
que pode ser 
“racional” ou 
“intuitivo” (treinado/
pesquisado ou natural/
espontâneo). Para o psicólogo, 
“entender a origem dos nossos 
sentimentos, suas características, suas 
fragilidades e seus potenciais favorece o nosso 
caminhar em meio às pessoas, circunstâncias e
 possibil idades que nos rodeiam”.
Essa possibilidade se deve à “plasticidade” 
do cérebro, isto é, ele é hábil de mudanças. O 
cérebro desenvolve novas conexões, à medida 
em que é estimulado; assim, ao aprender novas 
habilidades de utilizar as emoções a seu favor, 
você está produzindo uma mudança, que é 
gradual, de acordo com TalentSmart. A utilização 
de estratégias para desenvolver a inteligência 
emocional permite que os bilhões de neurônios 
presentes no cérebro criem novas conexões 
entre os centros neurais relacionados à razão e 
à emoção. Cada neurônio, através de sua árvore 
dendrítica, é capaz de formar aproximadamente 
15.000 conexões com outros neurônios vizinhos. 
Tal conectividade habilita o indivíduo a gerenciar 
melhor suas emoções futuras, a compreendê-las 
e, até mesmo, expressá-las racionalmente. Em 
outras palavras, a inteligência emocional pode 
ser fruto de uma aprendizagem sistematizada. 
Ela pode se tornar um hábito na vida de quem 
vier a desenvolvê-la. 
A empresa também fez testes de inteligência 
emocional ao lado de outras habilidades importantes 
no âmbito profissional. A conclusão é de que 
esse tipo de inteligência é o maior prognóstico de 
desempenho, representando 58% do sucesso em 
todos os tipos de trabalho. Portanto, a inteligência 
emocional é importante para o aprimoramento 
pessoal e profissional e merece dedicação. Segundo 
estudo feito por Travis Bradberry e Jean Greaves, 
autores do livro “Emotional Intelligence 2.0” 
(Inteligência emocional 2.0), da TalentSmart, apenas 
36% das pessoas conseguem identificar suas próprias 
emoções. Essa pesquisa, feita com mais de 500 mil 
pessoas ao longo de uma década, demonstra que 
14 | m e u c e r e b r o . c o m
essa competência é rara e valiosa. 
Portanto, gerenciar as emoções seria dar um 
pouco de razão a elas? E se optarmos por agir e reagir 
conforme alertam nossas emoções, sem controlar 
os impulsos, enfim, extravasar (alguns dizem que é 
uma boa opção em certos momentos da vida), como 
seriam as nossas relações? Ficariam comprometidas? 
Ou seriam mais espontâneas? Abrahão explica: “a 
espontaneidade dos sentimentos e das emoções não 
significa, necessariamente, uma inteligência emocional. 
Por exemplo, uma explosão de ciúmes pode ser a mais 
espontânea e sincera possível, mas nada inteligente no 
contexto de uma relação interpessoal. Assim como uma 
explosão de raiva ou de solidariedade. A inteligência 
está em processar, racional ou intuitivamente”.
 A inteligência emocional, segundo o professor, 
pode ser infinita, “assim como as demais formas de 
inteligência, bastando, para tanto, que a pessoa a treine 
e/ou a amadureça por meio do autoconhecimento, da 
autotransformação e da autorrealização existencial”. 
Reflexões à parte, o importante é que a razão dá 
direção e ordem à emoção; as duas caminham juntas 
- pelo menos, devem -. Conhecer, entender e, por 
consequência, utilizar as emoções a seu favor, é um 
dos caminhos de crescimento do indivíduo para com 
ele mesmo, para com os outros e para com o mundo 
em que está imbuído. Para Abrahão, “não há sucesso 
na vida sem sucesso nos relacionamentos – e não 
há relacionamentos de sucesso sem habilidades 
emocionais e sentimentais”.
FONTES:
1. http://goo.gl/WfaH8C
2. http://goo.gl/WD0reG
3. http://goo.gl/wYdv9M
4. http://goo.gl/Gu8ug8
5. http://goo.gl/kjOCX3
6. http://goo.gl/LvN2At
7. http://goo.gl/LE0ToC
8. http://goo.gl/CD2VCI
9. http://goo.gl/WDt6wn
Fotografia: Flickr Commons
O cérebro desenvolve 
novas conexões, à 
medida em que é 
estimulado; assim, 
ao aprender novas 
habilidades de utilizar 
as emoções a seu favor, 
você está produzindo 
uma mudança, que 
é gradual, de acordo 
com TalentSmart o 
importante é que a 
razão dá direção e 
ordem à emoção;os dois 
caminham juntos - 
pelo menos, devem.
 15
16 | m e u c e r e b r o . c o m
A Área 10
Ela nos torna mais humanos
Leonardo Faria
Oque nos difere de todas as outras espécies em termos evolutivos? O que o cérebro humano esconde, se é que realmente tem 
algo de especial? O senso comum é que estudar 
o cérebro humano contemplaria a chave para tais 
questionamentos, as respostas para desvendar 
o curioso processo da inteligência. De fato, a sua 
organização interna, maior e mais complexa em 
comparação aos de outros mamíferos e primatas, 
parece ter sido, para alguns autores, o aspecto 
evolutivo fundamental para o desenvolvimento da 
cultura, incluindo a linguagem, a simbolização e a 
cognição elaborada, fatores e dimensões que diferem 
o Homo sapiens de todas as outras espécies.
Entretanto, se pudermos apontar um dado 
qualitativo do estudo evolutivo neurobiológico, a 
conclusão é de que os pólos frontais e temporais 
dos cérebros dos hominídeos se expandiram 
precocemente na evolução, seguidos da expansão 
das áreas posteriores do cérebro em uma fase 
posterior. O trabalho de Falk e colaboradores atesta que 
a grande expansão do cérebro humano não se iniciou 
com o gênero Homo, como se pensava anteriormente, 
mas há pelo menos 2 a 3 milhões de anos, com os 
membros do gênero Australopithecus. O cérebro se 
expandiu muito durante a fase evolutiva do gênero 
Homo, mas tal expansão já havia começado bem antes.
O grupo de Falk concluiu ainda que as áreas 
dos lobos frontais que mais se desenvolveram foram 
aquelas relacionadas às regiões correspondentes 
à área 10 de Brodmann. Semendeferi e 
colaboradores indicaram que a área 10 é 6 a 7 
vezes maior em humanos quando comparadas aos 
grandes símios africanos. A neuropsicologia, por sua 
vez, tem mostrado que tal área está associada ao 
pensamento abstrato, à organização e ao planejamento 
de ações futuras, à iniciativa e à tomada de decisões, 
assim como ao controle e ao processamento das 
emoções e ao julgamento. Da integridade da área 10 
dependem, particularmente, funções como memória 
de trabalho, memória espacial, memória prospectiva, 
processamento sintático e compreensão de metáforas, 
geração de verbos, cálculo numérico e atenção conjunta 
(fundamental para habilidades sociais). Assim, a evolução 
da área 10 no Homo sapiens parece ser central naquilo 
que se postula ser a “humanidade” dos homens.
Neuroanatomia comparativa contemporânea
Recentemente, pesquisadores foram além e 
compararam imagens de ressonância magnética do córtex 
ventrolateral frontal – um dos componentes da área 10 – 
de 25 voluntários adultos com imagens equivalentes de 25 
macacos. A partir desses dados, os pesquisadores foram 
capazes de dividir o córtex ventrolateral humano em 12 
áreas que foram consistentes entre todos os indivíduos. 
Após a comparação dos grupos eles descobriram que 
uma pequena região, ainda mais específica dentro da 
área 10 de Brodmann, não possuía equivalente nos 
macacos – o chamado córtex do pólo pré-frontal lateral.
Fica a reflexão: caso não percebamos iniciativa 
por parte das pessoas, planejamento, julgamento 
dos fatos associado a um bom controle emocional e, 
principalmente, criatividade, de que forma poderíamos 
considerá-las evolutivamente diferentes dos outros 
animais pelo menos no que se refere ao comportamento?
 17
vezes maior em humanos quando comparadas aos 
grandes símios africanos. A neuropsicologia, por sua 
vez, tem mostrado que tal área está associada ao 
pensamento abstrato, à organização e ao planejamento 
de ações futuras, à iniciativa e à tomada de decisões, 
assim como ao controle e ao processamento das 
emoções e ao julgamento. Da integridade da área 10 
dependem, particularmente, funções como memória 
de trabalho, memória espacial, memória prospectiva, 
processamento sintático e compreensão de metáforas, 
geração de verbos, cálculo numérico e atenção conjunta 
(fundamental para habilidades sociais). Assim, a evolução 
da área 10 no Homo sapiens parece ser central naquilo 
que se postula ser a “humanidade” dos homens.
Neuroanatomia comparativa contemporânea
Recentemente, pesquisadores foram além e 
compararam imagens de ressonância magnética do córtex 
ventrolateral frontal – um dos componentes da área 10 – 
de 25 voluntários adultos com imagens equivalentes de 25 
macacos. A partir desses dados, os pesquisadores foram 
capazes de dividir o córtex ventrolateral humano em 12 
áreas que foram consistentes entre todos os indivíduos. 
Após a comparação dos grupos eles descobriram que 
uma pequena região, ainda mais específica dentro da 
área 10 de Brodmann, não possuía equivalente nos 
macacos – o chamado córtex do pólo pré-frontal lateral.
Fica a reflexão: caso não percebamos iniciativa 
por parte das pessoas, planejamento, julgamento 
dos fatos associado a um bom controle emocional e, 
principalmente, criatividade, de que forma poderíamos 
considerá-las evolutivamente diferentes dos outros 
animais pelo menos no que se refere ao comportamento?
FONTES:
1. http://goo.gl/rdWGlL
2. http://goo.gl/0C85FH
3. Livro Evolução do cérebro, por Paulo Dalgalarrondo.
//////////////// e v o l u ç ã o
18 | m e u c e r e b r o . c o m
19
Música, cores e emoção
/////////////// m ú s i c a
/////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////////
Leonardo Faria
V
ocê estava saboreando algo e lhe veio 
algum som bem peculiar aos ouvidos? 
Algum lugar que você visitou logo lhe 
trouxe um sabor à boca. Determinado 
cheiro lhe faz ver imagens como se fossem reais 
naquele momento? Alguma vez você escutou 
uma música e logo veio a percepção de uma cor 
em especial? Não, não é loucura. A sinestesia é 
um fenômeno neurológico caracterizado pela 
produção de duas sensações paralelas, de 
natureza distinta, por um único estímulo.
20 | m e u c e r e b r o . c o m
Não há o que temer. A sinestesia não é uma 
doença. Na verdade, ela ilustra como o cérebro 
é um órgão complexo e repleto de fortes 
interconexões. A experiência sensorial de certas 
pessoas na qual sensações correspondentes a 
um certo sentido são associadas a outro sentido é, 
na verdade, o cimento da memória. Quanto mais 
relações as sensações puderem estabelecer 
entre si, mais facilmente são reestabelecidas as 
suas memórias correspondentes.
Portanto, por conta da sinestesia, 
eventualmente ocorre essa espécie de 
cruzamento de sensações em um só estímulo. 
Assim, uma cor pode ter um sabor ou um som 
pode ter uma forma. Essa forma diferente de 
processar as informações obtidas através dos 
sentidos pode ter uma base hereditária.
O que dizem os estudos
Diversos estudos têm investigado possíveis 
relações sensoriais desse tipo, especialmente 
entre sons e cores. Uma pesquisa realizada 
pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, 
e publicada recentemente no periódico PNAS 
mostrou que o cérebro humano é capaz de 
ir mais além. Segundo o estudo, através das 
sensações que uma melodia provoca, o cérebro 
foi capaz de fazer relações entre cor e música
a ponto de superar barreiras culturais, como se 
todas as pessoas apresentassem uma estrutura 
neural senso-perceptiva comum.
Ainda sobre o estudo, cujo título original 
é Music–color associations are mediated by 
emotion, identificou-se que músicas mais rápidas 
se relacionavam a cores claras e vívidas, como 
o amarelo; e melodias mais lentas, a tons mais 
escuros, acinzentados ou azulados. Todas essas 
informações poderiam, segundo a pesquisa, 
auxiliar o desenvolvimento de estratégias 
para afiar a criatividade e a percepção, novos 
métodos de reabilitação emocional que se 
utilizem de terapias cognitivas, além de embasar 
novas ações tomadas pelos profissionais do 
neuromarketing e publicidade. Os programas 
tocadores de música, por exemplo, podem se 
utilizar das informações de um equalizador 
para produzir padrões de cores em suastelas, 
procurando seguir as características – o “tom 
emocional” – de cada música. 
Muitas figuras conhecidas já se lançaram 
no estudo das cores, como Aristóteles, Newton 
e Goethe. Em contrapartida, Goethe foi um dos 
únicos a se opor de certa forma à ideia intuitiva 
de que existe uma relação física direta entre 
sons e cores. Em uma de suas obras, A Teoria 
das Cores (Zur Farbenlehre), originalmente 
publicada em 1810, ele disse:
21
Sempre se percebeu que existe 
certa relação entre cor e som, 
como demonstram as frequentes 
comparações, por vezes passageiras, 
por vezes suficientemente 
pormenorizadas. O erro nelas 
cometido se deve ao seguinte: 
Cor e som de maneira alguma 
podem ser comparados, embora 
ambos remetam a uma fórmula 
superior, a partir da qual é possível 
deduzir cada um deles. Ambos 
são como dois rios que nascem na 
mesma montanha, mas devido a 
circunstâncias diversas correm 
sobre regiões opostas, de modo 
que em todo o percurso não há 
nenhum ponto em que possam ser 
comparados. Ambos são efeitos 
gerais e elementares segundo a 
lei universal que tende a separar 
e unir, oscilar, pesando ora de um 
lado, ora de outro lado da balança, 
mas conforme aspectos, maneiras, 
elementos intermediários e sentidos 
completamente distintos.
Mas, apesar do alerta de Goethe, os 
neurocientistas insistem na correlação neural 
entre sons e cores. Seguindo vias neurais 
próprias e paralelas ou que, secundariamente, 
se cruzem em algum ponto do caminho 
perceptivo cerebral, o fato é que parece 
prevalecer um denominador comum entre 
as sensações, particularmente entre aquelas 
veiculadas pelos olhos e ouvidos. Assim como 
outro estudo de 2007 – The Color of Music: 
Correspondence Through Emotion – também 
concluiu, a música parece compartilhar com o 
som um substrato neural comum: o emocional. 
Seria essa a origem da sinestesia.
FONTES:
1. http://goo.gl/D3SXpC
2. http://goo.gl/r74uRh
3. http://goo.gl/WesMx9
4. http://goo.gl/T7kvZi
5. http://goo.gl/kNvklS
6. http://goo.gl/L6m8OI
Fotografia: Flickr Commons
/ a m ú s i c a e o c é r e b r o
22 | m e u c e r e b r o . c o m
 23
A conexão entre
corpo e espírito 
A glândula pineal e sua relação com a espiritualidade
Matheus Guisoni Pereira
A pinha, um dos símbolos mais presentes nas sociedades do passado, ocidentais e orientais, reserva-se cheia de mistérios e lendas. Mas uma coisa é constante: a relação com a expansão da consciência, da elevação 
e da iluminação do ser. No Egito a pinha se mostra na ponta do cajado de Osíris, 
o Deus da vida após a morte, essa que era o passaporte para o convívio com 
os deuses. Na Grécia antiga ela aparece na extremidade superior do Tirso, o 
cajado usado por Dionísio. E não é arbitrário o fato de ser Dionísio o símbolo da 
plenitude de consciência e unificação com o todo. Pinha em grego traduz-se 
por Pineu, um dos nomes utilizados para batizar nossa glândula pineal.
/espiritualidade e religião
24 | m e u c e r e b r o . c o m
O terceiro olho, referido como olho de Hórus 
ou olho de Rá, é uma referência explícita também a 
essa glândula, chamada também por outras culturas 
como o olho da razão, da alma ou da mente. O olho 
dentro da pirâmide, uma adaptação desse simbolismo, 
ficou amplamente conhecido no mundo após ser 
empregado como um dos símbolos da maçonaria 
e ser incorporado tardiamente no dólar americano.
Mas, afinal de contas, o que essa glândula 
faz de tão especial para a maioria de nós que 
não estamos ainda no caminho da meditação em 
busca do nirvana? Bem, esse olho vestigial guarda 
semelhanças em sua embriologia com os olhos, 
emerge do diencéfalo ficando entre os dois colículos 
superiores sobre o mesencéfalo e funciona como um 
temporizador, um marcapasso circadiano e sazonal. 
Sobre influência simpática, a qual é predominante 
durante a noite, ela secreta em maiores quantidades 
um hormônio, a melatonina. Sabe-se que maiores 
concentrações desse hormônio reduzem a função 
das glândulas e que este é importante para o 
amadurecimento dessas. A melatonina também 
pode realocar o dispêndio energético de acordo 
com os ciclos sono-vigília, resultado obtido do 
trabalho da Drª. Fernanda Gaspar do Amaral.
Recentemente, notou-se em estudo do Dr. 
Jimo Borjigin na Universidade de Michigan e na 
Universidade Estadual de Louisiana pelo Dr. Steven 
Barker, analisando glândulas de ratos, a presença 
de N,N-Dimethyltryptamine (DMT). Não se sabe 
ao certo qual a função desse composto nos 
organismos, contudo, o uso dessa substância já é 
apreciado por pessoas que buscam experiências 
de psicodelismo. Essa substância também é 
encontrada no chá Ayahuasca, o santo daime.
Mais excitante, no entanto, está o trabalho do 
médico Dr. Sergio Felipe de Oliveira. Durante uma 
microscopia de varredura em glândulas dissecadas, 
ele notou a presença de cristais de apatita. Esses 
cristais funcionam como uma caixa de ressonância 
que capta campos magnéticos, sequestrando-os. 
Essa pode ser a chave para se desvendar como 
pessoas que possuem domínio de sua mediunidade 
mantêm um transe ou uma comunicação com 
entidades extrafísicas inteligentes. Pelo trabalho 
do Dr. Sergio Felipe, também ficou verificado a 
relação inversamente proporcional entre esses 
cristais e surtos de ansiedade e depressão do 
sistema nervoso central. O indivíduo, recebendo 
muitas informações sensoriais por campos
O cérebro, como símbolo de 
nossa inteligência, daquilo que 
nos torna humanos, recebe 
agora, mais do que nunca, 
contribuições sólidas da 
ciência de que ele pode conter 
também a ponte daquilo que 
nos torna nós mesmos, da 
nossa consciência: o espírito.
 25
magnéticos, gastaria uma quantidade grande de 
neurotransmissores para decodificá-las e, em um 
segundo momento, ocorreria uma queda abrupta 
em sua concentração, levando à sinais de depressão. 
A glândula também está relacionada com a 
liberação de energia na forma de ectoplasma, este 
evidenciado por Charles Richet, Nobel de medicina 
e fisiologia em 1913, e pelo Dr. Albert Von Schrenck-
Notzing. Se esta energia é demasiadamente 
liberada (como ocorre com alguns médiuns), 
o organismo tende a responder distribuindo-a 
para sítios orgânicos, podendo originar estruturas 
ectópicas como osteofitoses, cistos ou mesmo 
causar um aumento de peso e sangramento. No 
entanto, isso não se faz uma consequência imediata 
e fatal, sempre restando ao médium o dever de 
controlar essa capacidade da maneira a melhor 
atender-lhe a saúde. O estudo se faz inevitável.
Muito ainda resta para ser desvendado 
nesse campo, que se caracteriza como uma 
área promissora e excitante de pesquisas. O 
conhecimento milenar de culturas do passado se 
mostra mais uma vez atual à sua maneira, e cabe 
à ciência mostrar-se humilde às possibilidades já 
abertas por nossos ancestrais. O cérebro, como 
símbolo de nossa inteligência, daquilo que nos 
torna humanos, recebe agora, mais do que nunca, 
contribuições sólidas da ciência de que ele pode 
conter também a ponte daquilo que nos torna 
nós mesmos, da nossa consciência: o espírito.
FONTES:
1. VILLELA, DARINE; ATHERINO,VICTORIA FAIRBANKS; LIMA, LARISSA DE SÁ ; MOUTINHO, 
ANDERSON AUGUSTO; AMARAL, FERNANDA GASPAR DO ; PERES, RAFAEL ; MARTINS DE LIMA, 
THAIS ; TORRÃO, ANDRÉA DA SILVA ; Cipolla-Neto, José ; SCAVONE, CRISTÓFORO ; Afeche, 
Solange Castro . Modulation of Pineal Melatonin Synthesis by Glutamate Involves Paracrine 
Interactions between Pinealocytes and Astrocytes through NF-B Activation. BioMed Research 
International, v. 2013, p. 1-14, 2013.
2. Barker, S.A.; Borjigin, J.; Lomnicka, L.; Strassman, R. LC/MS/MS analysis of the endogenous 
Dimethyltryptamine hallucinogens, their precursors, and major metabolites in rat pineal gland 
microdialysate.. Biomed Chromatogr, v. 2013, p. 1690-700, 2013.
3. OLIVEIRA, S. F. . Glandula Pineal - Avanços nas Pesquisas. 2007. (Apresentação de Trabalho/
Conferênciaou palestra).
4. Biomed Chromatogr. 2013 Dec;27(12):1690-700. doi: 10.1002/bmc.2981. Epub 2013 Jul 23.
5. LC/MS/MS analysis of the endogenous dimethyltryptamine hallucinogens, their precur-
sors, and major metabolites in rat pineal gland microdialysate. Barker SABorjigin JLomnicka 
IStrassman R.
Imagens: http://goo.gl/kGCnT1 e http://goo.gl/2TVl0f
26 | m e u c e r e b r o . c o m
É possível termos o controle da nossa vida ou somos frutos do acaso? O que determina o sucesso? Aliás, o que é sucesso, para você? Será que existe um caminho para revolucionar a própria vida, até coisas 
mais práticas como começar (ou terminar) algo que não 
está do jeito que você gostaria? Você está feliz na sua vida 
pessoal? e profissional? Como andam suas atividades de 
lazer? E sua espiritualidade?
Em anos de trabalho com foco no desenvolvimento de 
pessoas, percebo que ter clareza psíquica, emocional ou, 
como gosto de dizer, “ampliar a consciência” é o primeiro 
passo de um processo profundo de mudança, cujo intuito é 
ser mais feliz nos principais pilares que sustentam e torneiam 
sua vida. 
Quais são esses pilares?
Flávio Maneira,
Autor e Coordenador do método e curso 4 pilares, gestão 
de carreira e de vida. Executivo da indústria farmacêutica 
há 16 anos, atuou na área de vendas, liderança e 
treinamento e desenvolvimento, passando por empresas 
como Novartis, Schering-Plough, MSD e atualmente 
está na Biolab Sanus Farmacêutica responsável pela 
capacitação estratégica da unidade cardiovascular. 
Professor de MBA em disciplinas ligadas a “Pessoas” e 
“Negócios” e colunista do portal Zeneconomics.
4 pilares: 
Você no controle da sua vida
Crie um mapa estratégico para ela
/a neurociência do sucesso
 27
Entendemos como pilar “pessoal” o que se refere a “tudo e a “todos” que giram em torno de você: sua família, amigos, filhos, cônjuge. Como anda sua relação com seus familiares e amigos? Está saudável? Outro 
ponto importante do pilar pessoal tem a ver com “propósito” e 
“valores”, talvez o mais importante. Você sabe claramente qual 
é o seu propósito de vida? E quanto aos seus valores? Segundo 
John Maxwell: “não dá para ter um sistema de valores para uso 
no mundo dos negócios e outro para a vida pessoal. O caráter 
de uma pessoa rege toda a sua vida”. Interessante, não? Em 
minha trajetória de vida, nas empresas nas quais trabalhei e onde 
trabalho, nas palestras e aulas que ministro, percebo que a maioria 
das pessoas não tem claro isso, simplesmente vão vivendo e não 
param para refletir a respeito. Além das questões de valores, 
nesse pilar deve-se considerar questões como saúde, nutrição, 
emoções, ou seja, o alimento do corpo e da mente. Dizem que 
“somos o que comemos”. Vou além, somos o que “pensamos”, 
somos o que “sabemos”. Nossa formação como pessoa é 
dada parte pela genética (DNA) e pelo “meio” desde o nosso 
nascimento “macro” (país, região, cidade, bairro, cultura, família, 
amigos, escola, faculdade, trabalho) para o “micro” (indivíduo, 
personalidade, áreas de inteligência).
Flávio Maneira,
Autor e Coordenador do método e curso 4 pilares, gestão 
de carreira e de vida. Executivo da indústria farmacêutica 
há 16 anos, atuou na área de vendas, liderança e 
treinamento e desenvolvimento, passando por empresas 
como Novartis, Schering-Plough, MSD e atualmente 
está na Biolab Sanus Farmacêutica responsável pela 
capacitação estratégica da unidade cardiovascular. 
Professor de MBA em disciplinas ligadas a “Pessoas” e 
“Negócios” e colunista do portal Zeneconomics.
4 pilares: 
Você no controle da sua vida
Crie um mapa estratégico para ela
pessoal
28 | m e u c e r e b r o . c o m
Esse pilar é um dos grandes responsáveis por questões que vão muito além do dinheiro, por exemplo: felicidade. Você faz o que realmente ama? Você aprendeu a amar o que faz? Você se encontrou profissionalmente? Se 
não, por que não arriscar em recomeçar? Você está satisfeito 
com seu superior? Como você considera o clima (ambiente) 
do seu trabalho? E com seus pares? Se você é um gestor ou 
empreendedor e tem uma equipe, como considera sua gestão? 
Existem inúmeras pesquisas bem fundamentadas sobre 
aspectos profissionais envolvendo liderança, colaboradores, 
clientes, empreendedores e em todas vemos alguns aspectos 
em comum: são mais “pontos de melhorias do que os que dão 
certo”. Vou dar um exemplo: Se perguntarmos para 100 pessoas 
sobre seus “chefes” (ou líderes), 80 estão insatisfeitas, porém, 
dessas 80 insatisfeitas, quantas fazem algo para mudar isso? Não 
chega a 10%, acredite! No caso dos empreendedores, grande 
parte das empresas fecham antes de completarem três anos 
de vida e, quando é feita uma análise sobre o principal motivo, 
adivinhe? Falta de conhecimento. As pessoas simplesmente 
abrem um negócio sem ao menos saberem o que é um “plano 
de negócios”. Quando o assunto é “carreira”, os resultados são 
ainda piores: a maioria das pessoas não sabe gerir um plano de 
carreira alinhado com suas fortalezas (seus talentos dominantes, 
seus pontos fortes). Vivemos uma escassez de líderes e bons 
gestores de pessoas e, com isso, vem a falta de orientação e 
desenvolvimento adequado, estratégico e assertivo, de acordo 
com cada indivíduo. As pessoas estão, literalmente, perdidas 
profissionalmente. O que é preciso? Parar, estruturar um plano, 
procurar ajuda, ler, estudar e principalmente saber que vai exigir 
muita disciplina, mudança de hábitos. É um percentual muito 
pequeno da população que está disposto a isso. Tony Robbins 
(autor e palestrante especialista em reprogramação mental) diz: 
“por isso os pobres estão cada vez mais pobres e os ricos cada 
vez mais ricos”.
O que você faz que é extremamente prazeroso? Que lhe traz uma sensação quase indescritível? Você só consegue isso nos finais de semana, feriados ou quando sai de férias? Ou você tem pílulas de lazer 
que lhe dão prazer diariamente? E semanalmente? Na medida 
em que vamos adquirindo certas responsabilidades nos dois 
pilares anteriores (pessoal e profissional), fica mais difícil fazer o 
que gostávamos de fazer? Vem o casamento, vêm os filhos, vem 
o crescimento profissional e por ai vai. Acontece que, para você 
se tornar melhor tanto na sua vida pessoal como profissional, é 
necessário alimentar suas emoções, seus “sentimentos”, ou seja, 
é necessário “rir” com quem ou com o que lhe estimula a isso. 
Tem gente que encontra no esporte (atividades físicas) uma 
forma de grande lazer (prazer). Sim, porque “suar” e performar 
mais e mais a cada dia mexe de forma única com a neuroquímica, 
alimentando sua “estima”, fazendo com que você se sinta bem. 
Outros encontram na música, na meditação, na leitura, na arte, 
no encontro com os amigos, semanalmente, mensalmente. 
Amigos fazem bem para sua saúde, isso é comprovado. Animais 
também. Qual lazer você foi deixando para trás? O que é preciso 
para retomar? Possivelmente isso está ligado a uma melhor 
administração de sua agenda e de alguns alinhamentos com 
seus familiares. Dedicamos muito tempo aos outros com medo 
do que pensam sobre a gente e esquecemo-nos de pensar em nós 
mesmos. Acredite: eles vão entender. Você será percebido como uma 
pessoa melhor, sua “energia” vai mudar. As pessoas que conseguem 
desfrutar de pequenas doses de lazer todos os dias apresentam uma 
melhora perceptível em sua “energia”, ficam mais positivas.
profissional lazer
Concluo sugerindo que não perca, mas ganhe tempo investindo em seu maior bem: você. Dedique 
tempo para criar um “mapa estratégico da sua vida” envolvendo os 4 pilares: Pessoal, Profissional, 
Lazer e Espiritual. Considere o curto, médio e longo prazo, tendo como premissa o conhecimento e a 
potencialização das suas “competências naturais”. Dizem que aprendemos mais pela dor do que pelo 
amor. Eu sou a prova disso e quero compartilhar isso com você. Um grande amigo disse certa vez: 
“temos duas datas de nascimento: uma biológica, quando nascemos e outra quando lançamos um 
olhar inteligente e genuíno sobre nós mesmos”. Esse é o verdadeironascimento. Pense nisso.{
 29
O que você faz que é extremamente prazeroso? Que lhe traz uma sensação quase indescritível? Você só consegue isso nos finais de semana, feriados ou quando sai de férias? Ou você tem pílulas de lazer 
que lhe dão prazer diariamente? E semanalmente? Na medida 
em que vamos adquirindo certas responsabilidades nos dois 
pilares anteriores (pessoal e profissional), fica mais difícil fazer o 
que gostávamos de fazer? Vem o casamento, vêm os filhos, vem 
o crescimento profissional e por ai vai. Acontece que, para você 
se tornar melhor tanto na sua vida pessoal como profissional, é 
necessário alimentar suas emoções, seus “sentimentos”, ou seja, 
é necessário “rir” com quem ou com o que lhe estimula a isso. 
Tem gente que encontra no esporte (atividades físicas) uma 
forma de grande lazer (prazer). Sim, porque “suar” e performar 
mais e mais a cada dia mexe de forma única com a neuroquímica, 
alimentando sua “estima”, fazendo com que você se sinta bem. 
Outros encontram na música, na meditação, na leitura, na arte, 
no encontro com os amigos, semanalmente, mensalmente. 
Amigos fazem bem para sua saúde, isso é comprovado. Animais 
também. Qual lazer você foi deixando para trás? O que é preciso 
para retomar? Possivelmente isso está ligado a uma melhor 
administração de sua agenda e de alguns alinhamentos com 
seus familiares. Dedicamos muito tempo aos outros com medo 
do que pensam sobre a gente e esquecemo-nos de pensar em nós 
mesmos. Acredite: eles vão entender. Você será percebido como uma 
pessoa melhor, sua “energia” vai mudar. As pessoas que conseguem 
desfrutar de pequenas doses de lazer todos os dias apresentam uma 
melhora perceptível em sua “energia”, ficam mais positivas.
Longe de dogmas religiosos, qual é o seu entendimento por “espiritualidade”? Se você pensou em algo como ajudar o próximo, em generosidade, você está no caminho. Se você já faz algo nesse sentido, já é uma pessoa espiritualizada. 
Mais que dinheiro, se você dedica parte do seu tempo para ajudar 
(seja compartilhando conhecimento, dando amor, ouvindo alguém) 
o outro, livre de pré-conceitos, discriminações, crenças, você está 
um degrau acima. As pessoas que menos “têm” são as que mais 
compartilham, seja comida, dinheiro, casa, ou um lugar para dormir. 
Pare por alguns minutos e pense em alguém por quem você é muito 
grato, por te ajudar em algum momento difícil da sua vida. Pensou? 
Pronto, agora pegue uma folha em branco e um lápis ou caneta 
e escreva-lhe uma carta dizendo o por que de você ser tão grato 
a ela. Por fim, faça uma ligação (ou encontre essa pessoa) e leia 
a carta para ela. É provado que isso aumenta significativamente o 
seu estado de felicidade. Ou seja, a “gratidão” explicitada a alguém 
vai lhe tornar uma pessoa mais feliz, uma pessoa melhor. Atuo 
junto à classe médica há alguns anos e conheci médicos com uma 
espiritualidade incrível. Mas, o que eles têm em comum? Tratam 
as pessoas como pessoas, são generosos e pacientes com seus 
pacientes. Percebo que a humanidade não caminha para problemas 
de doenças físicas, mas sim para doenças de fundo emocional. 
Vivemos um “caos” emocional. A área que mais cresce não está ligada 
a problemas cardiovasculares, mas a problemas psíquicos. Livros de 
“autoajuda” nunca venderam tanto. Medicamentos desenvolvidos 
para os transtornos psíquicos, especialmente os ansiolíticos, nunca 
venderam tanto. Sempre digo: temos que tratar a “causa” e não o 
“sintoma”. Por isso, agir com mais espiritualidade é uma boa maneira 
de amenizar essas questões psicológicas que afligem a humanidade.
lazer Espiritualidade
Concluo sugerindo que não perca, mas ganhe tempo investindo em seu maior bem: você. Dedique 
tempo para criar um “mapa estratégico da sua vida” envolvendo os 4 pilares: Pessoal, Profissional, 
Lazer e Espiritual. Considere o curto, médio e longo prazo, tendo como premissa o conhecimento e a 
potencialização das suas “competências naturais”. Dizem que aprendemos mais pela dor do que pelo 
amor. Eu sou a prova disso e quero compartilhar isso com você. Um grande amigo disse certa vez: 
“temos duas datas de nascimento: uma biológica, quando nascemos e outra quando lançamos um 
olhar inteligente e genuíno sobre nós mesmos”. Esse é o verdadeiro nascimento. Pense nisso.
PARA MAIS INFORMAÇÕES:
http://flaviomaneira.com.br
30 | m e u c e r e b r o . c o m
 31
O que é
para você?
limitação
Esther Varoto, 28 anos, graduada em música. Esclerose 
Múltipla. Doença inflamatória crônica degenerativa. Elas se 
conheceram em novembro de 2008
Daniela Ávila Malagoli
Com dois anos, começou a cantar. Aos três, compôs a primeira música. Como não sabia escrever, pediu à mãe que anotasse. Com cinco anos, já lia partitura ao tocar flauta doce. Gravou o primeiro CD nessa 
idade. Com 15, virou professora. Cursou oito anos de 
violão, contrabaixo e guitarra no Conservatório Estadual 
Cora Pavan Capparelli, mas estudou sozinha para a 
prova de habilidade específica do curso de Música 
(licenciatura em violão erudito), ingressando no curso, 
na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em 7º 
lugar, aos 19 anos. 
32 | m e u c e r e b r o . c o m
Esther sentiu uma sensação estranha nos braços. No outro dia, acordou com metade do corpo dormente. 
Não conseguia piscar o olho direito e sentia tonturas e náuseas. Passou mal dia após dia, por três meses, 
quando já estava casada. Os médicos, inicialmente, desacreditavam no diagnóstico de Esclerose Múltipla. 
Mas ela desconfiava. E se preparou. 
Esther, que chora e em menos de 10 segundos enxuga as lágrimas, não cancelou um dia de aula para 
seus alunos. Quando os movimentos da mão esquerda, precisos para sua profissão, ficaram travados por 
dois meses, um dos alunos a consolou: enquanto você estiver falando, está bom, eu já aprendo. Antes de 
a Esclerose Múltipla manifestar-se, Esther pensava: “eu sou jovem, aguenta corpo!” Sete meses depois 
dos primeiros sintomas, e após passar por oito médicos, o diagnóstico foi confirmado. 
Uma das primeiras coisas que fez, em seguida, foi compor uma música em homenagem aos 
portadores da doença. “O que eu fiz os três primeiros anos depois que eu descobri a doença é o que eu 
teria feito na minha vida toda se eu não a tivesse descoberto”. Ela preparou a qualidade do seu futuro, 
mas viveu, e vive intensamente o presente. “Andei muito de patins. Se eu fosse pra cadeira de rodas 
amanhã, pelo menos iria lembrar a sensação. Nadar, sentir seu corpo na água, como é importante! As 
pessoas deviam pensar nisso”. Ela define a doença: “Esclerose Múltipla não é sinônimo de loucura. É uma 
doença rara e diferente que as pessoas deveriam conhecer mais”. 
Esther nunca perdeu o “bom humor e a vontade de viver”. Nos inúmeros exames de ressonância 
magnética que fez, brincava com os sons do aparelho como se fossem notas musicais. Esther, que parece 
uma pessoa sem o diagnóstico de uma doença degenerativa como a Esclerose Múltipla Surto Remissão (ver 
infográfico), reconhece: “É uma doença que pode expor o portador a muitas a muitas deficiências físicas, e 
muitas delas felizmente podem ser revertidas com o uso de anti-inflamatórios potentes (corticosteróides)”.
Um dia, após 
uma aula de canto 
na Ufu, 
na semana 
do própriocasamento,
 33
//////////////// p e s s o a s
Esther adora passear no shopping, fazer compras. Sempre acompanhada do seu grande amor, do 
seu apoio, Elker Tonini. Ele é o seu porto seguro. E se o assunto é ela, ele não hesita. “Ninguém derruba 
a Esther, é guerreira.” Ele pretende curtir todos os momentos da vida junto dela. A musicista fundou 
a Academia de Música Varotonini, na qual Elker também é professor, em 2011, no mesmo ano de sua 
formatura: “é fruto de tudo que eu faço em minha vida, o que me move, me dá prazer, a música”. Para o 
professor do curso de Música da UFU André Campos, Esther é empreendedora e batalhadora. 
Esther é professora de canto, violão popular e erudito, guitarra base e solo, contrabaixo,viola caipira, 
bateria e percussão, musicalização infantil, composição, teoria e percepção musical, edição de partituras 
e preparação para habilidade específica em Violão Erudito. Tem contrato como compositora com a 
Editora Clube da Música, que é parceira da Sony Music. Compôs, interpretou e produziu a trilha sonora 
da Novela Portal do Cerrado. Hoje está cursando Direito. Objetivos futuros: maior dedicação à carreira 
solo. Expansão da Academia de Música Varotonini. “Esther pensa na frente”, afirma a professora do curso 
de Música da UFU Sandra Alfonso. 
Uma mulher bem sucedida? “Intimidade com Deus, prazer em viver e acreditar em mim” foi o que fez 
Esther uma empresária de sucesso. O que a Esclerose Múltipla te ensinou, Esther? “Maturidade e paixão 
pela vida”. Qual a primeira coisa que gostaria que alguém soubesse sobre você? “Que eu curto a vida”. 
Esther, o que é limitação para você? “Limitação é algo que a gente coloca na própria cabeça”.
INFORMAÇÕES SOBRE ESTHER: http://goo.gl/5OI3sq
INFOGRÁFICO: Leonardo Faria
34 | m e u c e r e b r o . c o m
O cerebelo é a parte do cérebro respon-
sável por movimentos motores finos, incluindo 
a postura, o equilíbrio, a aprendizagem motora 
e a fala. Localizado na base do crânio, contém 
cerca de metade dos neurônios do cérebro, 
embora represente apenas 10% do seu volu-
me. A sua disfunção parcial devido a uma lesão 
ou doença não é incomum, contudo a ausência 
do cerebelo já ao nascimento é extremamente 
rara. Médicos na China descobriram uma mu-
lher de 24 anos, apenas o nono caso conhecido 
de uma pessoa viva com agenesia cerebelar. 
Sua condição foi descrita na revista Brain.
O caso veio à tona depois que a mulher 
procurou atendimento médico devido a náu-
seas e vertigens. Uma tomografia computa-
dorizada e imagens de ressonância magnética 
revelaram a ausência do cerebelo, que pronta-
mente explica os sintomas encontrados. Além 
disso, sua condição explica também por que 
ela não foi capaz de falar até completar seis 
anos de idade e de andar até os sete. Devido 
à ausência desta importante parte do sistema 
nervoso, também não foi capaz de brincar e 
saltar como as outras crianças. Sem nenhuma 
surpresa, a mulher tinha sido incapaz de andar 
sem constante apoio ao longo de sua vida. 
 Embora os testes revelassem que ela 
não apresentava dificuldades para entender 
o vocabulário, havia prejuízos relacionados à 
pronúncia, a voz era trêmula e as palavras, “ar-
rastadas”. Apesar disso, os médicos considera-
ram os sintomas relativamente leves. Eles es-
peravam por um comprometimento maior. 
 O espaço onde o cerebelo deveria existir 
foi preenchido pelo líquido cefalorraquidiano. A 
química do fluido parecia normal, mas a pres-
são estava um pouco elevada (210 mmH2O, ao 
invés de 70-180 mmH20). Ela foi adequada-
mente tratada com medidas pouco invasivas 
e, quatro anos depois, ela ainda estava muito 
bem.
 Casou-se e teve uma filha neurologica-
mente normal. As estruturas e os tecidos ao 
redor de onde estaria o cerebelo aparentavam 
boa estrutura, sem danos significativos. A ponte 
parecia pouco desenvolvida mas, consideran-
do que parte de seu trabalho é transmitir men-
sagens a partir do córtex frontal ao cerebelo, 
isso não é totalmente surpreendente. 
Como a doença é rara, não é muito bem 
compreendida. Embora existam cerca de 30 
mutações associadas com alterações cerebe-
lares, a ausência completa da estrutura é um 
pouco mais difícil de descobrir. Essa mulher re-
presenta uma oportunidade única para estudar 
os efeitos da doença em um adulto vivo. Não 
se sabe como a sua condição irá mudar à me-
dida em que envelhecer, mas todas as coisas 
que ela foi capaz de fazer até aqui represen-
tam mais uma vez uma boa prova da plastici-
dade cerebral.
Mulher de 24 anos vive sem o cerebelo
A relação entre saúde mental e lesões na cabeça é um tema 
controverso. Pesquisas anteriores produziram resultados ambíguos que 
colocaram em dúvida a associação entre ambas. Muito frequentes em 
esportes de contato como artes marciais e futebol americano, pequenos 
traumatismos podem culminar em problemas de saúde mais sérios do 
que se pensa à primeira vista. Um estudo publicado no American Journal 
of Psychiatry, o maior da área, revela que mesmo uma única dessas 
pancadas na cabeça pode, até mesmo, aumentar o risco de doenças 
mentais, em especial se a pancada ocorrer durante a adolescência.
A pesquisa realizada por Sonja Orlovska e sua equipe, da 
Universidade de Copenhague, durou 23 anos e analisou 113.906 registros 
médicos dinamarqueses de pessoas que haviam sido hospitalizadas 
por ferimentos na cabeça. Eles descobriram que, além dos problemas 
cognitivos causados pelos danos estruturais no cérebro (como delírio), 
esses pacientes demonstraram, posteriormente, maior probabilidade de 
desenvolver transtornos psiquiátricos: risco de 65% para esquizofrenia 
e 59% para depressão. O perigo era maior nos primeiros 12 meses após 
o trauma, mas permaneceu significativamente elevado pelos 15 anos 
seguintes.
Ainda segundo o estudo, o fator preditivo mais forte associado ao 
desenvolvimento futuro de esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar 
foi sofrer traumatismo craniano no início da adolescência (11 aos 15 anos 
de idade). Lesões na cabeça poderiam provocar inflamação cerebral, 
alterando a permeabilidade da barreira hematoencefálica e favorecendo 
a entrada de conteúdos potencialmente prejudiciais ao cérebro a partir 
da corrente sanguínea.
Enquanto o mecanismo ainda não for totalmente esclarecido, o 
melhor é seguir as orientações já estabelecidas depois de sofrer lesões 
traumáticas. Descansar e evitar atividades que demandem esforço físico 
e mental, além de obviamente consultar um médico tão logo apareçam 
sintomas. Tudo isso é fundamental.
Pancadas na cabeça podem causar doença mental
FONTE: http://goo.gl/QhrvC0
FONTE: http://goo.gl/QXEdcY
 35
Estudo feito por pesquisadores 
da Universidade Rush, de Chicago, 
com 294 idosos, confirma a ideia de 
que ler e escrever regularmente pode 
contribuir para preservar a memória por 
mais tempo, reduzindo a velocidade do 
processo de deterioração mental.
Essas práticas saudáveis podem 
diminuir até 15% o ritmo de progressão 
da perda da memória.O declínio cerebral 
entre os idosos que liam ou escreviam 
com frequência ainda na velhice ocorreu 
em um ritmo 32% mais lento do que 
entre os que faziam isso com uma 
constância menor. Os idosos que quase 
nunca se dedicavam a essas atividades 
apresentaram uma velocidade de 
deterioração mental 48% maior do que os 
que liam e escreviam esporadicamente.
Os pesquisadores acompanharam 
os participantes do estudo durante 
cerca de seis anos, até o momento 
de sua morte, em média aos 89 anos. 
Anualmente, submeteram os idosos 
a testes de memória e cognição e os 
entrevistaram sobre seus hábitos de leitura 
ao longo da vida.
Memória é preservada 
com leituras esporádicas
A relação entre saúde mental e lesões na cabeça é um tema 
controverso. Pesquisas anteriores produziram resultados ambíguos que 
colocaram em dúvida a associação entre ambas. Muito frequentes em 
esportes de contato como artes marciais e futebol americano, pequenos 
traumatismos podem culminar em problemas de saúde mais sérios do 
que se pensa à primeira vista. Um estudo publicado no American Journal 
of Psychiatry, o maior da área, revela que mesmo uma única dessas 
pancadas na cabeça pode, até mesmo, aumentar o risco de doenças 
mentais, em especial se a pancada ocorrer durante a adolescência.
A pesquisa realizada por Sonja Orlovska e sua equipe, da 
Universidade de Copenhague, durou 23 anos e analisou 113.906 registros 
médicos dinamarqueses de pessoas que haviam sido hospitalizadas 
por ferimentos na cabeça. Eles descobriram que, além dos problemas 
cognitivos causados pelos danos estruturais no cérebro (como delírio), 
esses pacientesdemonstraram, posteriormente, maior probabilidade de 
desenvolver transtornos psiquiátricos: risco de 65% para esquizofrenia 
e 59% para depressão. O perigo era maior nos primeiros 12 meses após 
o trauma, mas permaneceu significativamente elevado pelos 15 anos 
seguintes.
Ainda segundo o estudo, o fator preditivo mais forte associado ao 
desenvolvimento futuro de esquizofrenia, depressão e transtorno bipolar 
foi sofrer traumatismo craniano no início da adolescência (11 aos 15 anos 
de idade). Lesões na cabeça poderiam provocar inflamação cerebral, 
alterando a permeabilidade da barreira hematoencefálica e favorecendo 
a entrada de conteúdos potencialmente prejudiciais ao cérebro a partir 
da corrente sanguínea.
Enquanto o mecanismo ainda não for totalmente esclarecido, o 
melhor é seguir as orientações já estabelecidas depois de sofrer lesões 
traumáticas. Descansar e evitar atividades que demandem esforço físico 
e mental, além de obviamente consultar um médico tão logo apareçam 
sintomas. Tudo isso é fundamental.
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Pancadas na cabeça podem causar doença mental
FONTE: http://goo.gl/QXEdcY
FONTE: http://bit.ly/1pSKChX
36 | m e u c e r e b r o . c o m
Em 13 de setembro de 1848 um acidente terrível fez surgir uma teoria: a de que o nosso sentido moral tem fundamento biológico. Phineas Gage, renomado trabalhador de uma 
companhia ferroviária de Vermont, nos Estados Unidos, sofreu um 
grave acidente quando estava trabalhando na construção de uma 
estrada de ferro. Ao tentar explodir para longe rochas que estavam 
no local, um atrito entre a pólvora e o buraco no qual Gage colocava 
a barra de ferro provocou uma explosão. A barra foi arremessada em 
direção ao trabalhador, entrou pela bochecha esquerda, destruiu 
o olho, atravessou a parte frontal do cérebro e saiu pelo topo do 
crânio, do outro lado. 
O interessante é que, mesmo com metade da cabeça 
perfurada e sem um dos olhos, Gage sobreviveu sem danos 
consideráveis em suas faculdades (na época, quando recuperou 
a consciência, foi levado para o hospital caminhando e falando). 
Contudo, quanto ao seu comportamento, a mudança foi drástica: 
Gage passou de educado a extremamente rude, desrespeitoso, 
perigoso e socialmente irresponsável. Os comentários eram de que 
“Gage já não era mais Gage”. Hoje, o nome dado ao comportamento 
A história de Phineas Gage
O homem “desinibido”
Daniela Ávila Malagoli
 37
Em 13 de setembro de 1848 um acidente terrível fez surgir uma teoria: a de que o nosso sentido moral tem fundamento biológico. Phineas Gage, renomado trabalhador de uma 
companhia ferroviária de Vermont, nos Estados Unidos, sofreu um 
grave acidente quando estava trabalhando na construção de uma 
estrada de ferro. Ao tentar explodir para longe rochas que estavam 
no local, um atrito entre a pólvora e o buraco no qual Gage colocava 
a barra de ferro provocou uma explosão. A barra foi arremessada em 
direção ao trabalhador, entrou pela bochecha esquerda, destruiu 
o olho, atravessou a parte frontal do cérebro e saiu pelo topo do 
crânio, do outro lado. 
O interessante é que, mesmo com metade da cabeça 
perfurada e sem um dos olhos, Gage sobreviveu sem danos 
consideráveis em suas faculdades (na época, quando recuperou 
a consciência, foi levado para o hospital caminhando e falando). 
Contudo, quanto ao seu comportamento, a mudança foi drástica: 
Gage passou de educado a extremamente rude, desrespeitoso, 
perigoso e socialmente irresponsável. Os comentários eram de que 
“Gage já não era mais Gage”. Hoje, o nome dado ao comportamento 
do operário é “desinibido”; uma referência ao modo de se portar 
de pessoas que tiveram lesões nos lobos frontais.
 O crânio, a máscara mortuária e a barra de ferro estão em 
exibição no Museu da Faculdade de Medicina da Universidade 
de Havard. O acidente de Gage constituiu “o início histórico 
dos estudos das bases biológicas do comportamento”, como 
explica o neurologista António Damásio. A modificação bruta 
de comportamento resultante do acidente instigou os médicos 
a estudarem os possíveis danos cerebrais, tendo em mente a 
possível relação entre a personalidade e o cérebro.
A conclusão: as áreas afetadas, que causaram prejuízos 
consideráveis de ordem moral, são as centrais para este tipo de 
“humanidade”, mais especificamente, os lobos frontais. Gage sofreu 
poucos efeitos físicos (embora tenha perdido um dos olhos). O que 
mudou foi o comportamento. O operário viveu por mais de 12 anos, 
agindo de forma extravagante e anti-social, contando muitas mentiras, 
enfim, sendo uma “companhia difícil”, segundo neurologistas.
FONTE: 
1. “O livro do cérebro – um guia ilustrado de sua 
estrutura, funcionamento e transtornos”, 
Rita Carter
2. http://goo.gl/8jBBts
3. http://goo.gl/LZS2RF
4. http://goo.gl/3BJ2o1
Fotografia: Flickr Commons
/////// n e u r o h i s t ó r i a
A história de Phineas Gage
O homem “desinibido”
Daniela Ávila Malagoli

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