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Prova_3 - Prevenção e Detecção de Cartéis em Licitações

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Prevenção e Detecção de Cartéis em Licitações
Sobre a utilização de provas indiretas é correto afirmar que:
A. Provas indiretas são provas apresentadas por denunciante anônimo, cuja fonte de obtenção não pode ser divulgada. 
B. Provas indiretas não podem ser utilizadas pela autoridade antitruste para fundamentar a condenação de representados em um Processo Administrativo, tendo em vista que podem possuir diversas interpretações. 
C. Provas indiretas possuem importante papel na demonstração da existência de acordos colusivos, tendo em vista a dificuldade de se obter provas diretas. 
D. Todas as provas emprestadas são consideradas provas indiretas, uma vez que foram obtidas fora do processo. 
O Código de Processo Penal Brasileiro, em seu artigo 239, conceitua as provas indiretas como um conjunto de fatos demonstrados – ainda que circunstanciais – que, por guardarem relação com o crime, podem, por indução, permitir que se conclua por sua existência.
Ademais, as provas indiretas resultam da interpretação ativa levada a cabo pela autoridade, acerca de fatos e indícios que, analisados em conjunto, comprovariam a infração anticoncorrencial, posto não haver outra explicação plausível para os investigados se comportarem daquela maneira.
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Assinale a alternativa que constitui prova de cartel:
A. Evidências que indiquem o conhecimento antecipado de informações sobre os preços ou os lances do concorrente. 
B. Evidências que indiquem que os concorrentes discutiram lances ou que chegaram a um acordo a respeito dos lances. 
C. Evidências de monitoramento do acordo. 
D. Evidências de que um cliente em particular ou um contrato é exclusivo para determinada empresa. 
E. Todas as alternativas constituem provas de cartéis. 
De acordo com o Anti-Cartel Enforcement Manual elaborado pela International Competition Network – ICN,1 a forma como cada jurisdição determina as evidências necessárias para provar cartéis em diferentes jurisdições difere. Contudo, independentemente da prova analisada ser direta ou indireta, é necessário observar as evidências elencadas no exercício.
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Assinale a alternativa incorreta:
A. É possível celebrar um acordo de leniência com relação a condutas ocorridas fora do Brasil. 
B. É possível celebrar um acordo de leniência com pessoas físicas. 
C. O proponente que não confessar o ilícito anticompetitivo pode realizar um Acordo de Leniência. 
Conforme previsto no artigo 2º, caput, da Lei de Defesa da Concorrência, o Programa de Leniência do Cade se aplica às condutas que foram, no todo ou em parte, praticadas no território nacional ou mesmo às condutas praticadas em outra jurisdição, desde que produzam ou possam produzir efeitos no Brasil. Para que seja possível a celebração do Acordo de Leniência, com relação a condutas ocorridas fora do Brasil, a empresa e/ou pessoa física proponente deve indicar provas de que os efeitos foram produzidos ou poderiam ser produzidos no território nacional, estabelecendo uma conexão entre a conduta anticoncorrencial coletiva e tais efeitos no Brasil.
De acordo com o artigo 86 da Lei nº 12.529/2011, tanto as empresas quanto as pessoas físicas envolvidas ou que estiveram envolvidas na infração à ordem econômica podem ser proponentes do Acordo de Leniência, desde que preenchidos os requisitos previstos nos artigos 86 da Lei nº 12.529/2011 e 197 do RICade. A negociação do Acordo de Leniência junto à Superintendência-Geral do Cade é normalmente feita por meio do representante legal do proponente. O proponente do Acordo de Leniência deve conferir ao seu advogado poderes específicos para negociar e celebrar Acordo de Leniência com o Cade e com o Ministério Público.
Os artigos 86 da Lei nº 12.529/2011 e 197 do RICade elencam os requisitos para a assinatura de um Acordo de Leniência no Brasil. Em seus termos, é necessário que:
I. a empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação;
II. a empresa e/ou pessoa física cesse sua participação na infração noticiada ou sob investigação;
III. no momento da propositura do acordo, a Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para assegurar a condenação da empresa e/ou da pessoa física;
IV. a empresa e/ou pessoa física confesse sua participação no ilícito;
V. a empresa e/ou pessoa física coopere plena e permanentemente com a investigação e o Processo Administrativo, comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitado, a todos os atos processuais, até a decisão final sobre a infração noticiada proferida pelo Cade; e
VI. da cooperação resulte a identificação dos demais envolvidos na infração e a obtenção de informações e documentos que comprovem a infração noticiada ou sob investigação.
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Assinale a alternativa incorreta sobre os requisitos para celebração de TCC:
A. O Compromissário deve ser o primeiro a se qualificar com respeito à infração noticiada ou sob investigação 
B. Quando o TCC for protocolado perante a SG/Cade, o compromissário deve colaborar com a instrução processual 
C. O Compromissário deve pagar contribuição pecuniária ao Fundo de Defesa de Direitos Difusos, que é estabelecida com base no valor da multa esperada, sob o qual incide uma redução percentual que varia conforme a amplitude e utilidade da colaboração do compromissário com a instrução processual e o momento da propositura do TCC 
D. O Compromissário deve reconhecer sua participação na conduta investigada 
Diferentemente do Acordo de Leniência, o TCC possibilita que pessoas físicas e empresas que não foram os primeiros a receber a “senha” possam realizar um acordo com o Cade. As propostas são recebidas, em fila única entre SG/Cade e Tribunal, por meio de um sistema de senhas (markers), que considera a ordem de apresentação dos interessados perante a autoridade responsável pela instrução do processo e outros feitos a ele relacionados.
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Sobre as penalidades aplicáveis a cartéis em licitações, assinale a opção incorreta:
A. Poderá ser aplicada, isolada ou cumulativamente, às pessoas físicas e jurídicas, a proibição de contratar com instituições financeiras oficiais e participar de licitação tendo por objeto aquisições, alienações, realização de obras e serviços, concessão de serviços públicos, na administração pública federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, bem como em entidades da administração indireta, por prazo não inferior a cinco anos 
B. Pessoas jurídicas que praticarem infração contra a ordem econômica estarão sujeitas a multa de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento) do valor do faturamento bruto da empresa, grupo ou conglomerado obtido, no último exercício anterior à instauração do processo administrativo, no ramo de atividade empresarial em que ocorreu a infração, a qual nunca será inferior à vantagem auferida, quando for possível sua estimação 
C. Administradores, direta ou indiretamente responsáveis pela infração cometida estarão sujeitos à multa de 1% (um por cento) a 20% (vinte por cento) daquela aplicada à empresa 
D. Em caso de reincidência, as multas cominadas serão aplicadas em dobro 
Tanto pessoas jurídicas quanto físicas podem ser objeto de investigação por condutas anticompetitivas e sofrerem a imposição de penas. Para as entidades que exercem atividade empresarial, a multa varia de 0,1 a 20% do faturamento bruto da empresa ou grupo econômico no ano anterior à instauração do processo. Entidades que não exercem atividade empresarial, como podem ser sindicatos e associações, e funcionários de empresas, como gerentescomerciais, podem ser multados em valores entre R$ 50 mil e R$ 2 milhões. Administradores podem ser obrigados a pagar multa em valor equivalente a 1 a 20% da multa aplicada à empresa, desde que comprovado dolo ou culpa. Ademais, além de sanções pecuniárias, a lei de concorrência prevê a imposição de sanções acessórias, de forma individual ou cumulativa, conforme elucidado na alternativa “a”.
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Assinale a alternativa que contém as esferas de combate a cartéis:
A. Administrativa e penal. 
B. Administrativa e civil. 
C. Administrativa, penal e civil. 
D. Administrativa. 
Frequentemente os mesmos fatos que são juridicamente enquadrados como cartel sob a ótica da autoridade antitruste, também podem constituir outras infrações administrativas e/ou, mesmo enquanto cartel, podem ser objeto de análise e investigação por parte de outras autoridades. Dessa forma, o combate a cartéis em licitação ocorre nas esferas administrativa, penal e civil.
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A respeito dos tipos penais que também comportam a prática do cartel, assinale verdadeiro ou falso:
De acordo com a Lei. nº 8.666/93, constitui tipo penal que comporta a prática de cartel: frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
A. Verdadeiro 
B. Falso 
A afirmação contém um tipo penal do crime de cartel, trazendo o caput do artigo 90 da Lei 8.666/93.
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Analise o caso:
Chegou ao conhecimento do Cade que teria ocorrido um cartel em uma licitação para compra de livros escolares. De acordo com a denúncia, duas empresas possuíam os mesmos sócios, que coincidentemente também eram cônjuges, e tal situação forjava uma concorrência entre elas. 
Agora, considerando as informações, assinale a alternativa incorreta: 
A. a) Trata-se de estratégia lícita, pois não diz respeito a um cartel. 
B. b) Não haveria, a priori, uma infração antitruste (cartel), mas possivelmente uma fraude ao caráter competitivo do procedimento licitatório. 
C. c) Empresas com relação de parentesco ou afinidade entre sócios pode caracterizar infração antitruste e fraude licitatória. 
D. d) A relação entre sócios é apenas indício de proximidade entre concorrentes, a ser cotejado com outras provas. 
Embora ocorra aparente confusão, observa-se, contudo, que a questão principal está em reconhecer duas situações distintas: (i) agentes econômicos concorrentes que passam a combinar previamente a atuação conjunta em licitações – caso de cartel; e (ii) agentes econômicos que nunca concorreram (por terem sócios comuns, fantasmas, laranjas, etc.) e que passam a atuar em licitações como se concorrentes fossem – caso de fraude. No caso em questão, apesar de, a priori, não se tratar de um cartel, não se fala necessariamente de conduta lícita. Isso porque a relação de parentesco entre os sócios das empresas “concorrentes” e o fato de as empresas participantes da licitação terem sócios comuns podem indicar fraude em licitação.
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Sobre cartel e corrupção, assinale verdadeiro ou falso:
De acordo com a Lei. nº 8.666/93, constitui tipo penal que comporta a prática de cartel: frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação.
A. Verdadeiro 
B. Falso 
A coexistência e interrelação entre as práticas podem ocorrer de diferentes maneiras. Uma forma possível é, por exemplo, quando um agente público pretende auferir vantagens indevidas e entra em contato com uma empresa ou um grupo de empresas para oferecer um direcionamento de contratações. De outro lado, também é possível que os membros de um cartel, visando garantir o sucesso de seu acordo, socorram-se de práticas de corrupção para garantir “vista-grossa” ou colaboração do agente público responsável pela licitação ao seu acordo anticoncorrencial.
Nesse sentido, para auxiliar na persecução conjunta das duas práticas, a Lei Anticorrupção (Lei Federal n° 12.846/2013) criou uma interface administrativa complementar às atuações do Cade e dos Ministérios Públicos, com foco na responsabilização objetiva de pessoas jurídicas na esfera administrativa e civil, em decorrência da prática de atos lesivos à Administração Pública.
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Chegou ao conhecimento do Cade que teria ocorrido um cartel em uma licitação para compra de livros escolares. De acordo com a denúncia, duas empresas possuíam os mesmos sócios, que coincidentemente também eram cônjuges, e tal situação forjava uma concorrência entre elas. 
A. a) Ausência de uma cultura de reivindicação de danos por parte dos consumidores lesados no Judiciário. 
B. b) Elevados custos e morosidade do litígio judicial, somados, por vezes, à falta de familiaridade do Judiciário brasileiro com a matéria concorrencial. 
C. c) Indefinição quanto ao termo inicial da prescrição para ajuizamento da ação. 
D. d) Falta de interesse da autoridade em estimular as Ações de Reparação por Danos Concorrenciais, pois elas não estão previstas na Lei 12.529/2011. 
Na esfera civil, o direito de ação dos consumidores lesados para obterem a cessação da prática anticompetitiva e o recebimento de reparação de danos é previsto no art. 47 da Lei nº 12.529, de 2011 (Lei de Defesa da Concorrência – LDC), que, por sua vez, seguirá as regras do Código Civil (CC). Esse dispositivo da Lei nº 12.529, de 2011, expressamente determina que os prejudicados em si ou os legitimados do art. 82 da Lei de Defesa do Consumidor (Lei nº 8.078/1990), tais como Ministério Público, União, Estados, Municípios, Distrito Federal, entidades e órgãos da Administração Pública direta ou indireta e associações, podem ajuizar ações coletivas de reparação de danos por violação às regras concorrenciais.
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