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Desmote de rocha

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
 
FACULDADE DE ENGENHARIA 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE PLANO DE FOGO PARA OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE 
E BRITAGEM 
 
 
 
 
 
 
 
LUIZ EDUARDO OLIVEIRA CUNHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZ DE FORA 
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UFJF 
2013 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA 
 
FACULDADE DE ENGENHARIA 
 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE PLANO DE FOGO PARA OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE 
E BRITAGEM 
 
 
 
 
 
 
LUIZ EDUARDO OLIVEIRA CUNHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
JUIZ DE FORA 
2013
 
 
 
LUIZ EDUARDO OLIVEIRA CUNHA 
 
 
 
ESTUDO DE PLANO DE FOGO PARA OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE 
E BRITAGEM 
 
 
 
 
 
Trabalho Final de Curso apresentado ao 
Colegiado do Curso de Engenharia Civil da 
Universidade Federal de Juiz de Fora, como 
requisito parcial à obtenção do título de 
Engenheiro Civil. 
 
 
 
Área de Conhecimento: Mecânica das Rochas 
 
 
 
Orientador: Guilherme Soldati Ferreira M. Sc. 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
Faculdade de Engenharia da UFJF 
2013
 
 
 
ESTUDO DE PLANO DE FOGO PARA OTIMIZAÇÃO DOS CUSTOS DE TRANSPORTE 
E BRITAGEM 
 
 
 
 
LUIZ EDUARDO OLIVEIRA CUNHA 
 
 
 
Trabalho Final de Curso submetido à banca examinadora constituída de acordo com o Artigo 
9
o
 do Capítulo IV das Normas de Trabalho Final de Curso estabelecidas pelo Colegiado do 
Curso de Engenharia Civil, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de 
Engenheiro Civil. 
 
 
Aprovado em: ____/________/_____ 
 
Por: 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Guilherme Soldati Ferreira, M.Sc. 
(Orientador) 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Márcio Marangon, D.Sc. 
 
 
_____________________________________ 
Prof. Roberto Lopes Ferraz, D.Sc. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a Deus, por tudo que me proporcionou até hoje em minha vida e o que ainda está 
por vir. 
Aos meus pais, Luiz Carlos e Dalva, as pessoas mais incríveis e importantes em minha vida, 
que amo e admiro. Por me apoiarem em todos os momentos. 
Aos meus familiares, que de algum modo me incentivaram e me deram força. 
Ao meu primo, padrinho e irmão Fábio Vargas, que sempre me deu suporte e apoio em minha 
vida acadêmica. 
A todos os meus amigos de faculdade, pelos grandes momentos em que estivemos juntos por 
esses cinco anos de aprendizado. 
Aos amigos Carolina Goretti, Leonardo Assis e Lilian Cardoso pelo apoio. 
Ao meu orientador Prof. Guilherme Soldati Ferreira, pela paciência, ajuda, incentivo e 
sugestões durante este trabalho. 
A todos os professores que muito me ensinaram e me ajudaram a cumprir mais esta etapa da 
minha vida. 
E finalmente, a todos que proporcionaram a realização deste sonho, um muitíssimo obrigado! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho, intitulado Estudo de Plano de Fogo para Otimização dos Custos 
de Transporte e Britagem, se apresenta como uma avaliação das variações dos parâmetros do 
plano de fogo para desmonte de rocha a céu aberto, destinado à produção de agregados para 
construção civil. Um condicionante que interfere diretamente no dimensionamento e nos 
custos do plano de fogo é a fragmentação, pela detonação, da rocha em função de sua 
destinação final. Para obtenção de uma fragmentação de qualidade, com características que 
atendam o método de produção do agregado, assim como compatível com os equipamentos 
utilizados pela empresa, o plano de fogo utilizado no desmonte primário do maciço deverá ser 
bem definido. A fragmentação do maciço foi estudada de acordo com o modelo de Kuz-Ram, 
onde inicialmente, procurou-se analisar os resultados da fragmentação do maciço variando-se 
apenas os parâmetros do plano de fogo, para um mesmo maciço rochoso, com o objetivo de se 
obter parâmetros de avaliação de sua granulometria e analisar a melhor fragmentação possível 
para a situação de produção de agregados. Em um segundo momento, para o plano de fogo 
com melhor resultado, segundo sua fragmentação ideal, foram alterados os tipos de 
explosivos usados e analisadas as variações na fragmentação final. Os resultados esperados 
foram confirmados após a análise, onde se pode observar que menores espaçamentos e 
afastamentos (malhas mais “apertadas”) geram um resultado melhor na fragmentação do 
maciço e consequentemente atingindo o objetivo principal que é a otimização dos custos para 
o processo de transporte e britagem do material. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1: Homem com utensílios de rocha.............................................................................. 01 
Figura 2: Produção de agregados no Brasil............................................................................. 03 
Figura 3: Consumo de agregados no Brasil............................................................................. 05 
Figura 4: Diferentes tipos de rochas ígneas............................................................................. 07 
Figura 5: Diferentes tipos de rochas sedimentares................................................................... 08 
Figura 6: Diferentes tipos de rochas metamórficas.................................................................. 09 
Figura 7: Pedra britada e agregados para construção civil ...................................................... 10 
Figura 8: Rochas para revestimento ........................................................................................ 11 
Figura 9: Blocos de rocha em muros de gabião....................................................................... 11 
Figura 10: Perfuratriz percussiva manual ............................................................................... 12 
Figura 11: Perfuratriz rotativa ................................................................................................. 13 
Figura 12: Perfuratriz percussivo-rotativa .............................................................................. 13 
Figura 13: Perfuratriz furo-abaixo – DTH .............................................................................. 14 
Figura 14: Explosivo tipo pólvora negra ................................................................................. 20 
Figura 15: Explosivo tipo gelatinoso ...................................................................................... 21 
Figura 16: Explosivo tipo ANFO ............................................................................................ 21 
Figura 17: Explosivo tipo granulado - ANFOMAX.................................................................22 
Figura 18: Lamas explosivas ................................................................................................... 22 
Figura 19: Emulsão encartuchada ........................................................................................... 23 
Figura 20: Emulsão bombeável ............................................................................................... 23 
Figura 21: Bancada para desmonte de rocha com os parâmetros para plano de fogo ............ 32 
Figura 22: Diferentes tipos de malha de perfuração ............................................................... 33 
Figura 23: Seção transversal da face durante a detonação mostrando a expansão das ondas e 
choque .....................................................................................................................................40 
Figura 24: Teoria da reflexão das ondas de choque................................................................ 40 
Figura 25: Interação dos eventos T1 e T4 em bancada típica de pedreira .............................. 41 
Figura 26: Zonas radiais de ruptura ........................................................................................ 41 
Figura 27: Transporte de material detonado por caminhões fora de estrada........................... 51 
Figura 28: Corte de um britador de mandíbulas ..................................................................... 52 
Figura 29: Corte de um britador giratório ............................................................................... 52 
Figura 30: Transporte de material por esteira e seu beneficiamento ...................................... 53 
 
 
Figura 31: Classificação geomecânica do maciço rochoso ..................................................... 57 
Figura 32: Curva granulométrica – situação de cálculo 1 ....................................................... 66 
Figura 33: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 1 ............................................ 66 
Figura 34: Curva granulométrica – situação de cálculo 2 ....................................................... 70 
Figura 35: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 2............................................. 70 
Figura 36: Curva granulométrica – situação de cálculo 3........................................................ 74 
Figura 37: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 3............................................. 74 
Figura 38: Curva granulométrica – situação de cálculo 4........................................................ 78 
Figura 39: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 4............................................. 78 
Figura 40: Curva granulométrica – situação de cálculo 5 ....................................................... 82 
Figura 41: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 5 ............................................ 82 
Figura 42: Curva granulométrica – situação de cálculo 1,2 e 3 .............................................. 83 
Figura 43: Curva granulométrica – situação de cálculo 1 e 4 ................................................. 84 
Figura 44: Curva granulométrica – situação de cálculo 2 e 5 ................................................. 84 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Valores médios do consumo de agregados no Brasil de acordo com o tipo de obra 
.................................................................................................................................................. 04 
Tabela 2: Diâmetro de perfuração dos equipamentos ............................................................. 33 
Tabela 3: Dados de entrada do plano de fogo ......................................................................... 58 
Tabela 4: Parâmetros do plano de fogo ................................................................................... 59 
Tabela 5: Dados de entrada da fragmentação da rocha ........................................................... 60 
Tabela 6: Resultados da fragmentação da rocha ..................................................................... 61 
Tabela 7: Dados de entrada do plano de fogo – situação de cálculo 1 .................................... 63 
Tabela 8: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 1.............................................. 63 
Tabela 9: Dados de entrada da fragmentação da rocha – situação de cálculo 1...................... 64 
Tabela 10: Resultados da fragmentação da rocha – situação de cálculo 1............................... 65 
Tabela 11: Dados de entrada do plano de fogo – situação de cálculo 2 .................................. 67 
Tabela 12: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 2 ........................................... 67 
Tabela 13: Dados de entrada da fragmentação da rocha – situação de cálculo 2 ................... 68 
Tabela 14: Resultados da fragmentação da rocha – situação de cálculo 2 .............................. 69 
Tabela 15: Dados de entrada do plano de fogo – situação de cálculo 3 .................................. 71 
Tabela 16: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 3 ........................................... 71 
Tabela 17: Dados de entrada da fragmentação da rocha – situação de cálculo 3 ................... 72 
Tabela 18: Resultados da fragmentação da rocha – situação de cálculo 3 .............................. 73 
Tabela 19: Dados de entrada do plano de fogo – situação de cálculo 4 .................................. 75 
Tabela 20: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 4 ........................................... 75 
Tabela 21: Dados de entrada da fragmentação da rocha – situação de cálculo 4 ................... 76 
Tabela 22: Resultados da fragmentação da rocha – situação de cálculo 4 .............................. 77 
Tabela 23: Dados de entrada do plano de fogo – situação de cálculo 5 .................................. 79 
Tabela 24: Parâmetros do plano de fogo – situação de cálculo 5 ........................................... 79 
Tabela 25: Dados de entrada da fragmentação da rocha – situação de cálculo 5 ................... 80 
Tabela 26: Resultados da fragmentação da rocha – situação de cálculo 5 .............................. 81 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 1 
1.1 Desmonte de Rocha no Cenário Brasileiro .................................................................. 2 
1.2 Objetivo ............................................................................................................................ 3 
1.3 Justificativa ....................................................................................................................... 4 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................................. 6 
2.1 Introdução ......................................................................................................................... 6 
2.2 Classificação das rochas ................................................................................................... 6 
2.2.1 Rochas Ígneas ou Magmáticas .................................................................................. 6 
2.2.2 Rochas Sedimentares ................................................................................................. 7 
2.2.3 Rochas Metamórficas ................................................................................................ 8 
2.3 Utilização das Rochas na Indústria da Construção Civil .................................................. 9 
2.4 Equipamentos de Perfuração .......................................................................................... 11 
2.4.1 Tipos de Perfuratrizes .............................................................................................. 11 
2.4.2 Avanços ................................................................................................................... 14 
2.4.3. Locomoção das Perfuratrizes.................................................................................. 15 
2.4.4 Dimensionamento e seleção das perfuratrizes ......................................................... 16 
2.5 Explosivos ...................................................................................................................... 18 
2.5.1 Propriedades dos Explosivos ...................................................................................18 
2.5.2 Tipos de Explosivos ................................................................................................ 20 
2.5.3 Escolha do Explosivo .............................................................................................. 24 
2.5.4 Acessórios de Detonação ......................................................................................... 24 
2.5.5 Armazenamento e Manuseio dos Explosivos .......................................................... 25 
2.5.6 Carregamento dos Explosivos ................................................................................. 25 
2.6 Escavações de Rocha ...................................................................................................... 26 
2.6.1 Escavações com Auxílio de Explosivos .................................................................. 26 
2.6.2 Escavações Mecânicas a Frio .................................................................................. 27 
 
 
2.6.3 Desmonte Escultural ................................................................................................ 28 
2.7 Escavações ...................................................................................................................... 28 
2.7.1 Desmonte de Rochas em Bancadas ......................................................................... 29 
2.8 Plano de Fogo ................................................................................................................. 30 
2.8.1 Escolha do Plano de Fogo ....................................................................................... 30 
2.8.2 Custo de Perfuração e Detonação ............................................................................ 31 
2.8.3 Parâmetros do Plano de Fogo .................................................................................. 31 
2.8.4 Volumes de Escavação (VF e VT) .......................................................................... 37 
2.8.5 Razão Linear de Perfuração (RP) ............................................................................ 38 
2.8.6 Razão de Carga (RC) ............................................................................................... 38 
2.8.7 Sequência de fogo .................................................................................................... 38 
2.8.8 Consumo de Explosivo ............................................................................................ 38 
2.9 Mecanismo de Ruptura da Rocha pelos Explosivos ....................................................... 39 
2.9.1 Conceitos ................................................................................................................. 39 
2.10 Desmonte de Pedreiras – Seleção de Frentes ............................................................... 42 
2.11 Desmonte de Pedreiras – Desenvolvimento da Jazida ................................................. 43 
2.11.1 Abertura de Acessos .............................................................................................. 43 
2.11.2 Decapagem ............................................................................................................ 44 
2.11.3 Abertura de Bancadas ............................................................................................ 44 
2.11.4 Implantação de Pátios e ADME. ........................................................................... 44 
2.12 Desmonte de Pedreiras – Níveis de Produção, Abertura de Frentes ............................ 44 
2.13 Desmonte de Pedreiras – Equipamentos e seu Dimensionamento ............................... 45 
2.14 Conceitos, Normas e Padrões Internacionais para o Controle de Vibrações................ 47 
2.14.1 Vibrações pelo Terreno ......................................................................................... 47 
2.14.2 Vibrações pelo Terreno, Normas e Padrões Internacionais ................................... 48 
2.15 Desmontes Cuidadosos, Ajustes no Plano de Fogo ...................................................... 49 
2.16 Transporte do material .................................................................................................. 50 
 
 
2.17 Beneficiamento e Armazenamento do Material ........................................................... 51 
4.18 Plano de Fogo X Fragmentação do Maciço.................................................................. 53 
4.18.1 Introdução .............................................................................................................. 53 
4.18.2 O Modelo de Fragmentação de Kuz-Ram ............................................................. 54 
5 APLICAÇÃO DO MÉTODO ............................................................................................... 58 
5.1 Aplicação das Planilhas Desenvolvidas: situação de cálculo ......................................... 61 
5.1.1 Situação de Cálculo 1 .............................................................................................. 62 
5.1.2 Situação de Cálculo 2 .............................................................................................. 67 
5.1.3 Situação de Cálculo 3 .............................................................................................. 71 
5.1.4 Situação de Cálculo 4 .............................................................................................. 75 
5.1.4 Situação de Cálculo 5 .............................................................................................. 79 
6 CONCLUSÕES ..................................................................................................................... 86 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 88 
 
 
1 
 
1 INTRODUÇÃO 
 Desde os primórdios que a vida do homem está ligada à dependência dos recursos 
minerais tanto para a fabricação de utensílios e até mesmo como seu habitat, por meio de 
cavernas, grutas e abrigos naturais. Os primeiros seres humanos tinham uma vida nômade, 
indo sempre em busca de locais com solos férteis e ricos em minerais, desta forma garantindo 
seu desenvolvimento de maneira sustentável (CAVADAS, 2012). 
 Com o passar dos tempos, o homem aprendeu a manusear “ferramentas” feitas com 
lascas de pedras e madeira, na qual as utilizavam para quebrar blocos de rochas mais frágeis, 
como, por exemplo, os arenitos, obtendo blocos menores. Estes tiveram grande importância 
no desenvolvimento das primeiras edificações que o homem passou a construir, sendo estas 
mais uniformes e resistentes. 
 Mais tarde, pedras pontiagudas passaram a ser utilizadas, o que facilitou, e muito, na 
abertura de furos nas rochas proporcionando um material com características mais 
consistentes como tamanho e forma. Com este novo método de exploração, passou a se 
utilizar os blocos de rochas para outros fins além da construção (GERALDI, 2011). 
 
 
Figura 1 – Homem com utensílios de rocha (WIKIPEDIA, 2013). 
 
 O Brasil é um país rico em maciços rochosos, onde encontramos o chamado “Escudo 
Brasileiro”, localizado na região Centro-Oeste do país. Devido a sua grande formação 
geológica de grandes maciços, as escavações de rocha são necessárias para atender projetos 
tanto na área da mineração quanto na construção civil. Estas escavações refletem diretamente, 
com volumes significativos, nos custos das obras. 
 
2 
 
 Atualmente o Brasil, encontra-se em crescimento, com grandes obras de infraestrutura 
e superestrutura, na qual uma grande demanda de agregados minerais é indispensável para sua 
execução. 
Rocha é um corpo sólido natural, resultante de um processo geológico determinado, 
formado por agregados de um ou mais minerais,arranjados segundo as condições de 
temperatura e pressão existentes durante sua formação (OLIVEIRA E BRITO, 1998). Para 
obtenção deste material, o projeto de escavação de rocha deve ser executado de forma 
eficiente baseado nos parâmetros que interferem diretamente tanto nos resultados de produção 
quanto no custo. 
1.1 Desmonte de Rocha no Cenário Brasileiro 
No Brasil, o mercado da mineração vem desempenhando um papel de grande 
importância na retomada do crescimento econômico nos últimos anos. O Brasil está entre os 
países com maior potencial mineral do mundo conforme o Departamento Nacional de 
Produção Mineral (DNPM, 2011). 
A partir do litoral do Estado de Santa Catarina, surgem as grandes extensões costeiras 
dominadas pelas serras litorâneas, formadas predominantemente por maciços gnáissicos, 
denominadas sequencialmente como Serra Geral e Serra do Mar. Estas serras se estendem 
pela costa atlântica dos Estados do Paraná, São Paulo e seguem dominando praticamente toda 
a extensão e caracterizando a topografia abrupta do território dos Estados do Rio de Janeiro e 
Espírito Santo, adentrando também a faixa limítrofe destes estados com o Estado de Minas 
Gerais (GERALDI, 2011). 
Frente a esse cenário, qual o Brasil é um grande explorador de rochas, um dos 
principais fatores que interferem de maneira direta no dimensionamento e nos custos do plano 
de fogo é a fragmentação da rocha, ou seja, a faixa granulométrica ideal que a rocha detonada 
deve apresentar. Ao fim do processo de desmonte cogita-se que o material obtido esteja em 
conformidade com a finalidade do seu destino final. 
 No Brasil, “agregados para construção civil” é termo usado para identificar um 
segmento do setor mineral que produz matéria-prima mineral bruta ou beneficiada de uso 
imediato na indústria da construção civil de acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração 
(IBRAM , 2012) 
 Em 14 anos, a demanda por agregados da construção civil partiu de 460 milhões de 
toneladas em 1997 para 673 milhões de toneladas em 2011, crescimento correspondente a 
46,2% ou a taxa composta de crescimento anual (CAGR – Coumpound Annual Growth Rate) 
 
3 
 
de 2,8% a.a (ao ano). Durante o período de 2001 a 2011, o aumento da demanda foi de 92,3% 
correspondente a 6,8% a.a. no CAGR, representando um aumento significativo, e com obras 
de grande porte para o futuro, a produção de agregados continuará a crescer até o ano de 2022 
como mostra o gráfico abaixo. (IBRAM, 2012). 
 
 
Figura 2 – Produção de Agregados no Brasil (milhões/ton.), (IBRAM, 2012) 
1.2 Objetivo 
Este trabalho tem por objetivo realizar um estudo de um plano de fogo, para realização 
do desmonte de rochas em bancadas através de explosivos para a produção de material 
rochoso, na forma de agregados, destinado à construção civil. 
Para a execução de um desmonte seguro e eficiente é necessário conhecimento e 
entendimento dos parâmetros do plano de fogo a ser executado, da formação geológica do 
local, da propagação das vibrações pelo terreno, impactos na atmosfera e etc. (GERALDI, 
2011). 
Este estudo, o desmonte de rocha em bancadas com explosivos determinado por um 
plano de fogo, será realizado com o intuito de evitar que erros como: a inutilização precoce de 
pedreiras devido às maneiras erradas de exploração, danos a áreas próximas habitadas devido 
às vibrações provocadas pelas detonações, entre outras, ocorram novamente, e ao mesmo 
tempo gerando como resultado um baixo custo unitário final de produção do material para 
britagem. 
Primeiramente, será apresentada uma revisão sobre as escavações de rocha, suas 
características e classificações. Também as definições, tipos de perfuratrizes utilizadas no 
desmonte de rocha, tipos e propriedades dos explosivos a serem utilizados. Questões de 
 
4 
 
segurança e controle nas detonações de rochas serão analisadas ao final da revisão 
bibliográfica. 
Atualmente a maneira de se obter o plano de fogo ideal é empírica, onde inicialmente, 
através de correlações práticas, um plano de fogo é elaborado. Porém devido a grande 
diversidade dos maciços rochosos, os ajustes vão sendo feitos após tentativas e análises dos 
resultados a fim de se obter o plano de fogo ideal. 
Logo, planilhas serão elaboradas, em que os parâmetros principais de um plano de 
fogo, como profundidade do furo, inclinação do furo, afastamento, espaçamento, entre outros, 
serão variados a fim de se obter diferentes resultados em termos de quantidades, dimensões 
(granulometria), operações de carga e transporte e britagem da rocha, tendo como objetivo 
sempre o menor custo unitário para o serviço e ao mesmo tempo alcançando a fragmentação 
desejada para o produto final, agregado para construção civil. 
1.3 Justificativa 
O Brasil encontra-se em uma fase de aquecimento das obras em geral, principalmente 
de infraestrutura. Com isto, cada vez mais, obras vêm sendo realizadas e consequentemente o 
aumento no consumo de materiais como os agregados de origem mineral (rochosa) que são 
fundamentais em produtos como, o concreto empregado na construção civil e também na 
execução de rodovias, ferrovias, etc. 
 
Tabela 1 – Valores médio do consumo de agregados no Brasil de acordo com o tipo de obra 
(IBRAM, 2012) 
 
 
Antigamente os afloramentos rochosos eram explorados de forma equivocada, com 
frente de escavação única, formando paredões rochosos, subverticais e com grandes alturas 
 
5 
 
que ultrapassam os 70 m. Desta forma muitas pedreiras se tornaram inexploráveis muito antes 
de sua capacidade total. 
 Segundo Geraldi (2011), com este aumento nas obras de infraestrutura, frentes antigas 
e já quase esgotadas das pedreiras são frequentemente reaproveitadas, passando por serviços 
de abertura de acessos e execução de bancadas, que afeta diretamente nos custos de produção 
deste material, por se tratarem de serviços extremamente difíceis de executar. 
 O segmento de produção de agregados movimenta cerca de R$ 8,3 bilhões em 
negócios e é responsável pelo emprego direto de 68 mil novos trabalhadores. A produção 
desses agregados superou a de minério de ferro, sendo este o carro-chefe da mineração 
brasileira. Este é um sinal de que há uma melhoria na qualidade de vida, visto que a produção 
desses minérios resulta em mais saneamento, habitação, infraestrutura de transporte, e em 
outras obras de utilidade pública (PENNA, 2010). 
Este estudo se torna importante, frente a crescente demanda de agregados no Brasil e 
no mundo inteiro. Segundo (IBRAM, 2012). com o aumento dos investimentos nacionais em 
infraestrutura para que o Brasil seja o país sede de eventos como a Copa do Mundo de 2014 e 
as Olimpíadas de 2016, garantirão a crescente alta no consumo de agregados até 2022. 
 
 
Figura 3 – Consumo de Agregados no Brasil (milhões/ton), (IBRAM, 2012) 
 
No Brasil, as leis ambientais estão cada vez mais restritivas. Com a fiscalização 
intensa, dificuldade de obtenção e renovação de licenças, a exploração de novas pedreiras 
para obtenção de agregados para construção civil se torna cada vez mais difícil, portanto a 
maneira correta de explorá-las é muito importante, buscando sempre os melhores resultados 
de produção. 
 
6 
 
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
2.1 Introdução 
 Os minerais que constituem as rochas são substancias químicas que se originam a 
partir de processos inorgânicos, de decomposição química, geralmente definida, e encontrados 
naturalmente na crosta terrestre (AZEVEDO E MARQUES, 2006). 
 Devido à ocorrência de uma grande diversidade de minerais no globo terrestre que, 
agregados uns aos outros, formam os diversos tipos de rocha (GERALDI, 2011). 
 Segundo Azevedo e Marques (2006), formadasnaturalmente por agregados de matéria 
mineral, que se apresentam em grandes massas ou fragmentos, as rochas são materiais sólidos 
e consolidados. 
 As rochas constituintes do globo terrestre são classificadas e agrupadas de acordo com 
a sua litologia, sua gênese e por suas características estruturais. Desta forma, foi determinada 
uma subdivisão das rochas em três grandes grupos ou classes, para os estudos da geologia do 
planeta (GERALDI, 2011). 
 Rochas ígneas ou magmáticas. 
 Rochas sedimentares. 
 Rochas metamórficas. 
2.2 Classificação das rochas 
2.2.1 Rochas Ígneas ou Magmáticas 
Segundo Geraldi (2011), as rochas ígneas ou magmáticas são originadas a partir do 
resfriamento do próprio magma original, formador do globo terrestre. Ocorrem geralmente na 
forma de grandes massas originadas em profundidades, denominadas batólitos, ou na forma 
de derrames superficiais e diques intrusivos, provenientes de efeitos de vulcanismos (rochas 
vulcânicas). As rochas ígneas ou magmáticas geralmente são duras, cristalinas, com 
composição mineral bastante definida. 
Segundo Azevedo e Marques (2006), as rochas magmáticas podem ser: 
 Intrusivas – a formação se da pelo resfriamento lento do magma no interior da 
Terra, através de fenômenos internos conhecidos como plutonismo, permitindo a 
perfeita cristalização dos minerais. 
 Extrusivas – devido aos derrames de lava, que se resfriam rapidamente, impedindo 
a cristalização dos minerais. Estão ligados aos fenômenos externos, conhecidos 
como vulcanismo. 
 
7 
 
 
Figura 4 – Diferentes tipos de rochas ígneas (CIENTIC, 2013). 
2.2.2 Rochas Sedimentares 
 Devido à ação dos processos de intemperismo e desagregação, provocados por agentes 
da natureza, como a chuva, a neve e o vento, em maciços já existentes, e a posterior 
sedimentação dos componentes minerais liberados, provenientes destes maciços, são 
formadas as rochas sedimentares. Formações sedimentares jovens (recentes), correspondentes 
ao Eon Fanerozoico, Períodos Terciário e Quaternário (2 milhões de anos) e também rochas 
mais antigas, correlacionadas aos períodos imediatamente posteriores à formação do globo 
terrestre podem ser identificadas (GERALDI, 2009). 
 Segundo Geraldi (2009), as formações recentes, podem ser classificadas como: 
 Aluviões: Depósito de fragmentos arredondados de rocha, de faixa granulométrica 
variada, transportados por curso de água e depositados em seu próprio vale, no 
leito do rio ou em suas margens, ou ainda em sua foz. 
 Eluviões: também denominados terraços, provenientes da fragmentação da rocha-
matriz por processos erosivos naturais são formados os depósitos de rocha, sem 
que ocorra o carreamento e transporte dos fragmentos de rocha. São denominados 
depósitos in situ. 
 Coluviões: compostos por blocos e fragmentos de rocha de diversos formatos e 
diferentes tamanhos, envolvidos por material de textura granular e fina. Os 
coluviões se formam devido à processos erosivos, desagregação e decomposição 
natural de rochas, que são transportados por gravidade e carreados por pequena 
distância. Estes, de acordo com sua granulometria, são denominados da seguinte 
forma: 
 
8 
 
 Tálus: sedimentos predominantemente composto por grandes blocos, 
angulosos, tamanhos diferentes e envolvidos por material de granulometria 
mais fina. 
 Colúvios: sedimentos compostos por blocos de tamanhos menores, 
granulometria homogênea e fina. 
 Depósitos marinhos e lacustres: devido à solubilidade dos componentes minerais, 
sendo estes transportados pelos cursos d’água e depositados mais à frente, em 
águas calmas, que facilitam a sedimentação pela precipitação. Estes depósitos 
apresentam características físicas totalmente diferentes das citadas acima. 
 
 Figura 5 – Diferentes tipos de rochas sedimentares (CIENTIC, 2013). 
2.2.3 Rochas Metamórficas 
 A partir de rochas preexistentes, originam-se as rochas metamórficas a partir de 
transformações litológicas e estruturais causados por efeitos termodinâmicos, gerados pelos 
fenômenos de dinâmica interno do globo terrestre, como erupções vulcânicas e terremotos. 
Estes efeitos aprecem nos maciços pelos planos de falha, fraturas e dobramento das camadas 
mais antigas (GERALDI, 2011). 
Segundo Geraldi (2011), as rochas metamórficas apresentam estruturas de aspecto 
maciço ou apresentam foliações mais atuantes, como a xistosidade, que podem ser planas ou 
dobradas devido à efeitos de estresse próprio aos processos metamórficos. 
 
9 
 
 
Figura 6 – Diferentes tipos de rochas metamórficas (CIENTIC, 2013). 
2.3 Utilização das Rochas na Indústria da Construção Civil 
Segundo Oliveira e Brito (1998), os materiais rochosos são utilizados na construção 
civil em diferentes formas para diferentes usos: 
 Pedra britada, pedrisco, areia artificial, pó de pedra, seixos e areia natural usados 
em concretos hidráulicos e betuminoso, como filtros e transições em barragens de 
terra e de enrocamento, como lastro de ferrovia e como drenos em outras obras 
civis, tais como estradas, aeroportos, estações de tratamento de água, etc.; 
 Placas de pedra para revestimentos de paredes e pisos; 
 Blocos usados como elementos estruturais em barramento de água ou como 
proteção de taludes, encostas e portos marítimos, na forma de enrocamentos e 
como muros de arrimo. 
Para a utilização dos materiais rochosos nas diferentes formas, os mesmos devem 
atender a determinadas especificações técnicas como (GERALDI, 2011): 
 Dureza e tenacidade. 
 Baixa abrasividade. 
 Composição mineralógica adequada, com ausência de elementos radioativos e 
sujeitos a alterações por intemperismos. 
 Resistência a polimentos. 
 Resistência à compressão. 
 Baixa capacidade de absorção de líquidos. 
 Quando britados – apresentar formas equidimensionais e regulares das partículas. 
 Quando serrados em chapas – apresentar maior resistência à flexão. 
 
10 
 
Segundo Geraldi (2011), na seleção de pré-jazidas de materiais rochosos para 
utilização na construção civil, ensaios e normas técnicas são seguidos. A seguir são 
apresentados alguns tipos de rocha para cada finalidade: 
 Pedra britada e agregados: rochas como granitos, sienitos, basaltos, granodioritos e 
outras rochas magmáticas; rochas metamórficas do tipo gnaisses e migmatitos; 
rochas sedimentares do tipo cascalhos e areias. Tipos de calcários e dolomitos 
mais resistentes também podem ser usados. Materiais com grande abrasividade, 
como os quartizitos e alguns xistos mais duros e resistentes, são evitados pois 
provocam um desgaste prematuro nas ferramentas de perfuração e nos 
componentes de britagem. 
 
 
Figura 7 – Pedra britada e agregados para construção civil (IBRAM, 2012). 
 
 Placas para revestimento: antigamente só utilizavam os mármores, ardósias e 
folhelhos para pisos e revestimentos, mas com o avanço tecnológico outros 
materiais passaram a ser utilizados para esta função, tais como os granitos, alguns 
tipos de quartizitos e mesmo basaltos, riolitos e diabasios. 
 
 
11 
 
 
Figura 8 – Rochas para revestimento (KARILLASANTOS, 2013). 
 
 Blocos de rocha: esses materiais em geral são utilizados em obras como alvenarias 
de pedras, muros de arrimo e enchimento de gabiões como mostra a figura abaixo. 
Nessas obras são empregadas todas as rochas que são utilizadas para a produção de 
agregados. Já para obras de maior porte, somente maciços com baixo grau de 
fraturamento e com ausência de foliações, como os granitos, gnaises oriundos de 
formações cristalinas maciças podem ser utilizados. 
 
 
Figura 9 – Blocos de rocha em muros de gabião (GOOGLE, 2013). 
2.4 Equipamentosde Perfuração 
2.4.1 Tipos de Perfuratrizes 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), os furos feitos a distâncias predeterminadas, em 
diâmetros que no Brasil varia de 33 mm a 100 mm, requerem a utilização da perfuratriz, 
sistemas de avanço, apoio e locomoção e fonte de ar comprimido. 
 
12 
 
 As perfuratrizes usadas na escavação de rocha são classificadas em: percussivas, 
rotativas, percussivo-rotativas e de furo-abaixo (DTH). 
 
2.4.1.1 Percussivas 
A perfuratriz percussiva reproduz um giro na broca, imediatamente após cada golpe. 
Esse giro, sempre de um pequeno arco de círculo, é, portanto, descontínuo. Assim, ocorre a 
perfuração manual, caracterizada por dois movimentos distintos e independentes: 
golpeamento da broca, seguido de rotação da broca. O acionamento geralmente é por ar 
comprimido, mas também à gasolina (para pequenos trabalhos) ou hidráulica (muito pesadas) 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
Figura 10 – Perfuratriz percussiva manual (REZENDE, 2012). 
2.4.1.2 Rotativas 
O equipamento é montado sobre uma plataforma, permitindo uma maior facilidade de 
locomoção e não há percussões, pois a perfuratriz transmite à broca somente movimento de 
rotação, podendo demolir a rocha por corte, abrasão e esmagamento. São utilizadas para furos 
de grandes profundidades, como prospecções geológicas, poços artesianos, prospecção e 
exploração de poços petrolíferos. Também utilizados para perfuração das rochas para a 
introdução de explosivos (RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
13 
 
 
Figura 11 – Perfuratriz rotativa (REZENDE, 2012). 
2.4.1.3 Percussivo-rotativas 
Ao contrário da perfuratriz percussiva que apresenta porte menor e tem rotação da 
broca descontínua, as perfuratrizes percussivo-rotativas possuem percussões sobre a broca, 
além da rotação contínua. Geralmente utilizada para perfuração de diâmetro maior (38 mm a 
89 mm), podendo chegar a 125 mm. O movimento da rotação pode ser produzido por motor 
de pistões, colocado no cabeçote do equipamento ou por motor independente. Ambos a 
rotação é reversível, facilitando, assim, o alongamento da broca e a retirada da perfuração 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
Figura 12 – Perfuratriz percussivo-rotativa (REZENDE, 2012). 
 
14 
 
2.4.1.4 Furo-abaixo (DTH) 
Ao se atingir profundidades razoavelmente grandes para o avanço do furo, o esforço 
percussivo produzido na superfície é transmitido por meio das hastes até a extremidade do 
furo, acarretando uma dissipação de energia prejudicando o avanço da perfuração. 
A perfuratriz furo-abaixo evita essa dissipação de energia, uma vez que o mecanismo 
de percussão está na extremidade da broca, junto à coroa, parte mais extrema da broca e que 
efetivamente trabalha contra a rocha. Geralmente é aplicada em pedreiras de bancadas altas, 
acima de 20 m e possui um diâmetro de 75 mm a 225 mm. As vantagens é que a limpeza do 
furo é mais eficiente e o rendimento em metros de furo é maior para a mesma quantidade de 
ar comprimido, e, as desvantagens, em que a velocidade de perfuração e a vida útil das 
pastilhas são menores, não trabalham muito bem em rochas fraturadas ou na presença de água 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
Figura 13 – Perfuratriz furo-abaixo (REZENDE, 2012). 
2.4.2 Avanços 
Para que se possa progredir com o furo e que ocorra um bom trabalho de demolição da 
rocha, é necessário um esforço sobre a perfuratriz. Nas perfuratrizes manuais, o operador 
executa o esforço, porém com a redução de custos da mão-de-obra e aumento da produção, 
avanços que dispensam o esforço humano foram desenvolvidos. Estes sistemas de avanço 
exercem pressão sobre o equipamento, podendo ser pneumático, de corrente e de parafuso 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
15 
 
2.4.2.1 Avanço Pneumático 
O seu acionamento se dá por ar comprimido. Um conjunto pistão-cilindro é ligado à 
perfuratriz, sendo o esforço sobre ela produzido pelo deslocamento do pistão contra o cilindro 
apoiado em um ponto fixo. Este avanço foi muito utilizado na escavação de túneis, obtendo 
como vantagens a economia de mão-de-obra, a pressão de avanço é mantido com maior 
uniformidade e uma maior produtividade da perfuratriz. Nas escavações a céu aberto 
apareceram com o nome de “bencher” (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.4.2.2 Avanço de Corrente 
Diferente do avanço pneumático, o esforço é exercido mecanicamente por uma 
corrente ligada à perfuratriz, tracionada provocando uma pressão da perfuratriz contra a 
broca, e desta contra a rocha. Nas escavações a céu aberto, o avanço da corrente é largamente 
utilizado, embora a perfuração possa não ser muito exata com relação à direção, e sendo a 
pressão exercida sobre a perfuratriz constante, quanto mais branda a rocha, maior a 
velocidade de perfuração (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.4.2.3 Avanço de Parafuso 
Igual ao avanço de corrente, este avanço também é feito mecanicamente, mas há a 
substituição da corrente por um longo parafuso. O avanço de parafuso quando comparado ao 
de corrente apresenta maior rapidez na perfuração, a posição do motor na extremidade 
superior torna-o menos vulnerável a choques e a vida útil do parafuso é da ordem de 50 mil m 
de perfuração, mas no caso do parafuso ser danificado, ele deverá ser substituído e sua 
estrutura de suporte de liga de alumínio é facilmente prejudicada por choques (RICARDO E 
CATALANI, 2007). 
2.4.3. Locomoção das Perfuratrizes 
É necessário o deslocamento dos equipamentos para que se possa perfurar diferentes 
furos localizados no canteiro de obras e após esse processo, a retirada e abrigo dos mesmos 
para que ocorra a detonação, e consequentemente, o deslocamento para novas frentes de 
trabalho (GERARD, 2006). 
2.4.3.1 Locomoção Manual 
As perfuratrizes manuais são operadas e deslocadas manualmente por seus operadores 
na sequência dos furos. Para distâncias maiores, o transporte é feito por veículo, geralmente 
 
16 
 
um caminhão basculante que serve na linha de transporte da rocha detonada (RICARDO E 
CATALANI, 2007). 
2.4.3.2 Locomoção Tracionada 
Com a introdução de rodas e de uma estrutura de suporte, os deslocamentos ficaram 
mais simples e a produção das perfuratrizes não dependeu tanto de mão-de-obra. O 
equipamento foi montado em chassi sobre rodas, facilitando sua locomoção. Com esta 
locomoção tracionada ocorreu o desenvolvimento de perfuratrizes maiores, com maior 
produção (GERARD, 2006). 
2.4.3.3 Locomoção própria 
Com a evolução do mercado, as perfuratrizes foram montadas sobre tratores, 
geralmente sobre esteiras, dispensando a utilização de qualquer outro veículo auxiliar. Assim, 
gerou a facilidade e rapidez de deslocamentos mais longes e também o desenvolvimento de 
equipamentos mais pesados e com rotação independente. As perfuratrizes montadas sobre 
esteiras facilitaram o acesso em rampas íngremes e o deslocamento sobre terrenos irregulares, 
o que é comum no serviço de escavação de rocha (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.4.4 Dimensionamento e seleção das perfuratrizes 
Para selecionar e dimensionar as perfuratrizes deve-se seguir alguns parâmetros, 
como: 
 Velocidade de perfuração dos equipamentos; 
 Litologia dos maciços rochosos – tipo de rocha a perfurar; 
 Condições estruturais dos maciços rochosos. 
2.4.4.1 Velocidade da perfuração 
Segundo Geraldi (2011), a velocidade é expressa em metros/minuto ou em 
metros/hora, sendo este o principal parâmetro na escolha de uma perfuratriz nos projetos de 
escavações em rocha. Para um mesmo tipo de rocha, a velocidade pode variar muito, pois 
outros parâmetros influenciam na velocidade a ser alcançada, como: 
 Classe e potência da perfuratriz a ser utilizada; 
 Diâmetro deperfuração; 
 Maior ou menor profundidade do furo; 
 Tecnologias modernas utilizadas em perfuratrizes e ferramentas; 
 Problemas operacionais; 
 
17 
 
 Perfil dos furos: verticais, inclinados ou horizontais. 
Em relação à velocidade de perfuração deve-se estar atento às seguintes 
condicionantes: 
 As perfuratrizes percussivas ou rotopercussivas terão um desempenho melhor do 
que as rotativas em se tratando de rochas sãs, duras e resistentes; 
 As perfuratrizes percussivas geralmente são mais lentas que as rotopercussivas; 
 Furos de diâmetro superior serão executados mais lentamente que os de menor 
diâmetro; 
 Para furos com diâmetros acima de 45mm devem ser utilizadas perfuratrizes 
montadas sobre carretas de perfuração, enquanto que de diâmetros inferiores à 
este, as perfuratrizes percussivas manuais atendem de forma rotineira; 
 Com o aumento da profundidade do furo, a velocidade da perfuração cai devido à 
necessidade de manobras e acoplamento de hastes e pela perda gradual de energia 
de percussão e rotação, provocada pela extensão e pelo peso da coluna de 
perfuração; 
 As perfuratrizes DTH terão melhor desempenho em furos profundos, se tratando 
de rocha sã. Na situação de rocha alterada ou branda, as perfuratrizes rotativas 
terão melhor desempenho; 
 A velocidade das perfuratrizes hidráulicas são superiores quando comparadas às 
perfuratrizes pneumáticas; 
 Os próprios operadores e as condições mecânicas das perfuratrizes são os 
problemas operacionais mais comuns, interferindo assim, na velocidade da 
perfuração. As deficiências de ar comprimido, a capacidade instalada ou perda de 
carga são os causadores dos problemas nas perfuratrizes pneumáticas; 
 Os furos inclinados ou horizontais são perfurados com uma velocidade menor se 
comparado com os furos verticais, mesmo com diâmetro e profundidade iguais. 
Em furos horizontais, geralmente usados em escavações subterrâneas, são 
utilizados braços, lanças ou avanços para suportar o peso da perfuratriz e 
impulsionar a ferramenta contra a superfície rochosa, com isso a velocidade 
praticamente se iguala a velocidade que os furos verticais atingiriam. 
É necessário estabelecer uma velocidade de perfuração média que atenda aos planos 
de fogo e aos volumes de escavação de rocha, previstos no projeto e nos cronogramas da obra 
 
18 
 
ou da mineração. Após, será feito a seleção e a quantificação das máquinas necessárias e o 
fornecimento de ar comprimido. 
Segundo Geraldi (2011), outros fatores que podem interferir no cálculo da velocidade 
são: maior grau de fraturamento do maciço; presença de faixas ou bolsões de rocha alterada; 
condições topográficas locais; condições mecânicas da perfuratriz; problemas de operação; 
manobras e posicionamento das perfuratrizes; necessidade de furos com maiores diâmetros e 
maior profundidade dos furos. 
2.4.4.2 Emboque dos furos e pressão de avanço 
Independente da perfuratriz em utilização, do diâmetro e a natureza do furo a executar 
e a classe de maciço rochoso a perfurar, alguns cuidados deverão ser tomados com relação ao 
emboque dos furos e a pressão de avanço. (GERALDI, 2011). 
O ponto de emboque do furo deverá estar convenientemente limpo, onde a remoção 
manual o solo capeante e de lascas rochosas é muito importante. Ao se prosseguir com a 
perfuração, já com a lança ou o braço da perfuratriz apoiado e pressionado contra o maciço, o 
operador deverá utilizar a percussão e a rotação em níveis reduzidos até que se configure o 
perfil ou a circunferência do furo. Para que toda a energia gerada pelos impactos do pistão 
seja transmitida através da haste para a coroa que vai quebrar a rocha, executando o furo, o 
operador deverá aumentar gradativamente a percussão e a rotação, mantendo a pressão de 
avanço da perfuratriz firme e constante. Caso isso não ocorra, poderá causar danos mecânicos 
e uma queda brusca na velocidade de perfuração (GERALDI, 2011). 
2.5 Explosivos 
2.5.1 Propriedades dos Explosivos 
É importante conhecer as propriedades dos explosivos, pois, com os diferentes tipos 
do mesmo, cada um será utilizado para um tipo de serviço. Do ponto de vista da escavação a 
céu aberto, as propriedades são classificadas em (RICARDO E CATALANI, 2007): 
2.5.1.1 Força 
É a quantidade de energia liberada na detonação, expressa em porcentagem 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.5.1.2 Sensitividade 
 Segundo Geraldi (2011), é a capacidade de um explosivo ser detonado por choques. A 
nitroglicerina é extremamente sensitiva, sendo facilmente detonada. 
 
19 
 
2.5.1.3 Velocidade 
Após a explosão da rocha, ocorre uma reação química com a produção de luz, calor e 
gases a uma pressão elevada. A velocidade com que a frente da reação química avança num 
explosivo de forma cilíndrica é definida como velocidade de detonação do explosivo. Esta 
velocidade varia de 1.500 a 7.500m/s (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.5.1.4 Sensibilidade 
É a capacidade de propagação da onda gerada pelo explosivo de um cartucho a outro, 
ou de toda a coluna explosiva presente no furo. A sensibilidade pode ser afetada pela falta de 
contato entre cartuchos ou por “vazios” criados em furos mal carregados (GERALDI, 2011). 
2.5.1.5 Resistência à água 
Ao se detonar uma rocha, é importante saber se tem concentração de água nos furos, 
pois alguns tipos de explosivos não são resistentes à água, e assim, ficarão neutralizados e não 
detonarão. Esta resistência é medida pelo número de horas em que, tendo o explosivo ficado 
submerso em água, é ainda capaz de ser iniciado com eficiência e detonar completamente 
através de uma espoleta nº 6, conforme o “Bureau of Mines-USA” (RICARDO E 
CATALANI, 2007). 
2.5.1.6 Densidade 
Segundo Geraldi (2011), explosivos com maior densidade significam maior 
concentração de carga explosiva por metro linear de furo, consequentemente aumentando a 
razão de carregamento que é representada pela carga do explosivo (kg) por metro cúbico de 
rocha a detonar. 
2.5.1.7 Segurança no manuseio 
Para Ricardo e Catalani (2007), até o explosivo chegar à área de detonação, ele sofre 
vários choques e transbordos, assim é de suma importância a segurança no manuseio para que 
não ocorra a detonação com facilidade. 
2.5.1.8 Volume de gases 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), os gases se desenvolvem ao longo da explosão e 
seu volume refere-se ao volume na temperatura e pressão de explosão, sendo divididos em 
duas classes: baixa expansão gasosa (até 800L/Kg) e alta expansão gasosa (acima de 
800L/kg). 
 
20 
 
2.5.1.9 Gases tóxicos 
Os gases gerados a partir da explosão nas escavações em subsolos podem causar nos 
trabalhadores do desmonte, dores de cabeça e náuseas (RICARDO E CATALANI, 2007). 
Estes gases são classificados em: 
 Categoria A: até 22,6L/Kg – classe 1 (pouco gases tóxicos) 
 Categoria B: de 22,6L/Kg até 46,7L/Kg – classe 2 (quantidade elevada de gases 
tóxicos) 
 Categoria C: mais de 46,7L/Kg e menos de 94,8L/Kg – classe 3 (quantidade 
elevada de gases tóxicos). 
2.5.2 Tipos de Explosivos 
2.5.2.1 Pólvoras negras 
Com a descoberta da nitroglicerina, a pólvora foi sendo pouco utilizada. São de baixa 
velocidade, enquadradas na categoria de baixos explosivos, muito higroscópicas, não podem 
ser utilizadas na presença de água. A pólvora é produzida em dois tipos (RICARDO E 
CATALANI, 2007): 
 
 Tipo A: Praticamente utilizada para cortar pedras na produção de paralelepípedos, 
lajotas para revestimento de pisos e paredes, sendo pouco utilizada para desmonte 
intensivo de rocha. 
 Tipo B: Utilizada na detonação de argilas e folhelhos, sendo de menor força e mais 
lenta. 
 
Figura 14 – Pólvora Negra (JROMAO, 2013).21 
 
2.5.2.2 Gelatinas e Semi – Gelatinas 
Utilizados no desmonte de rochas muito duras, médias, a céu aberto, subterrâneas ou 
subaquáticas e apresentam alta resistência à água, baixa quantidade de nitroglicerina, menor 
velocidade e custo (MANUAL BRITANITE, 2010). 
 
Figura 15 – Explosivo gelatinoso (BRITANITE, 2012). 
2.5.2.3 Anfos 
Basicamente composto de nitrato de amônia e é necessária a utilização de outro 
explosivo semigelatinoso, gelatinoso ou de um reforçador para iniciar o processo de 
detonação. Não possuem resistência à água, contém baixa densidade e baixo custo. Por ter 
baixa densidade, é utilizado para preenchimento de carga de coluna (RICARDO E 
CATALANI, 2007). 
 
 
Figura 16 – Explosivo tipo ANFO (WORLDAFFAIRSBOARD, 2013). 
 
 
22 
 
2.5.2.4 Granulados 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), são em formatos de grãos e é necessária a 
detonação prévia de uma carga explosiva para dar início à explosão dos granulados. Não 
possuem resistência à água, são de baixa densidade e são facilmente manuseáveis a granel e 
adequados ao carregamento pneumático dos furos. 
 
Figura 17 – Explosivo tipo granulado Anfomax (BRITANITE, 2012). 
2.5.2.5 Lamas explosivas 
Possuem consistência de uma pasta fluida contendo principalmente água em sua 
fórmula. Têm alta densidade e por ter uma consistência pastosa, ocorre o preenchimento total 
do furo, ajudando assim, na energia liberada. Pode ser aplicado em quase todos os tipos de 
rocha (RICARDO E CATALANI, 2007). 
 
 
Figura 18 – Lama explosiva (MANUAL BRITANITE, 2012) 
 
23 
 
2.5.2.6 Pastas 
Semelhantes às lamas explosivas, porém não contém nenhuma sensibilização por 
nitroglicerina e por conter uma adição de partículas metálicas finíssimas, aumentam a 
quantidade de energia liberada (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.5.2.7 Emulsão Encartuchada 
 Explosivo encartuchado com alto poder de ruptura, alta resistência à água e grande 
potencia de detonação. Ideal para aplicação em minerações subterrâneas, a céu aberto, 
desmontes subaquáticos e construção civil em geral (MANUAL BRITANITE, 2010). 
 
Figura 19 – Emulsão encartuchada EMEX (EMEX, 2013). 
2.5.2.8 Emulsão Bombeável 
 São explosivos que preenchem totalmente o volume do furo, resultando em uma 
melhor distribuição e transmissão da energia para a rocha, eliminado os espaços anelares 
tomadores de energia. A facilidade na aplicação otimiza o ciclo de carregamento e reduz os 
custo com mão-de-obra. Sua aplicação é feita por unidades móveis de bombeamento, 
caminhões especiais (MANUAL BRITANITE, 2010). 
 
 
Figura 20 – Explosivo tipo emulsão bombeada (BRITANITE, 2012). 
 
24 
 
2.5.3 Escolha do Explosivo 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), para que se possa escolher o tipo de explosivo 
certo, é necessário levar em consideração alguns fatores, como: 
 Dureza da rocha (dura, média, branda); 
 Tipo de rocha (ígnea, metamórfica, sedimentar); 
 Natureza da rocha (homogênea fraturada); 
 Presença de água; 
 Região a que se destina (carga de fundo, carga de coluna); 
 Diâmetro dos furos; 
 Custo. 
Além das informações dos folhetos técnicos, é bom procurar informações que permite 
uma previsão do desempenho do explosivo, como: 
 Pressão de explosão; 
 Velocidade de detonação; 
 Volume de gases; 
 Energia absoluta; 
 Energia relativa; 
 Razão linear de energia; 
 Potência disponível. 
Outro fator importante é testar o explosivo com a rocha a ser escavada e comprovar a 
sua eficiência antes de comprar uma grande quantidade. 
2.5.4 Acessórios de Detonação 
É através dos acessórios que ocorre a detonação inicial, que provocará a explosão, 
sendo estes utilizados na escavação a céu aberto: 
 Espoletas simples; 
 Espoletas elétricas; 
 Cordel detonante; 
 Acendedores; 
 Reforçadores (“boosters”); 
 Escorvas; 
 Sistema Não Elétrico. 
 
25 
 
2.5.5 Armazenamento e Manuseio dos Explosivos 
Deve seguir estritamente aos regulamentos ditados pelo Ministério do Exército através 
do R-105, não podendo o armazenamento, o manuseio e o transporte dos explosivos serem 
feito de forma improvisada. 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), os explosivos e os acessórios de detonação não 
podem ficar armazenados em um mesmo paiol. Este, deve se localizar a uma distância 
mínima das ferrovias, rodovias e de outros paióis, conforme regulamento R-105. Os 
explosivos devem ficar em local desmatado para evitar que eventuais incêndios possam 
atingir os paióis e o acesso dos veículos deve ser de fácil acesso para permitir a operação de 
descarga e carga dos explosivos com menores riscos. 
2.5.6 Carregamento dos Explosivos 
O carregamento é a introdução dos explosivos nas perfurações e deve ser feito com 
bastante cuidado, pois além dos riscos gerados, depende do carregamento a eficiência do 
fogo. Quando o carregamento não é feito apropriadamente, pode ocorrer a não-explosão dos 
cartuchos em alguns furos, o que acarretará um risco na operação subsequente se não for 
detectado, localizado e solucionado a tempo. O carregamento pode ser das seguintes formas 
(RICARDO E CATALANI, 2007): 
2.5.6.1 Carregamento manual 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), este tipo de carregamento é o mais utilizado no 
Brasil. Após a introdução do explosivo no furo, ocorre o adensamento através de soque. 
Executam-se cortes longitudinais de 10 a 12 cm de cada lado do cartucho para ocupar o 
máximo volume no furo, o que não ocorre quando os cartuchos já vêm perfurados ou 
embalados em papel fino. É importante obter um elevado adensamento na carga de fundo, 
pois é onde se concentra a maior quantidade de explosivo. O cartucho com a espoleta ou o 
cartucho com a ponto do cordel detonante, conhecidos como escorva, nunca devem ser 
socados ou forçados e não devem ser introduzidos em primeiro lugar, tendo, pelo menos, 
existir um cartucho como amortecedor. 
O tamponamento é a operação de preenchimento adequado do tampão e pode ser feito 
através dos detritos da própria perfuração (argila, areia ou argamassa de argila e areia na 
proporção 1:2). O tamponamento confina a carga explosiva, obtendo assim, o máximo de 
rendimento e quando se tem a detonação de vários furos de uma vez, ele evita que seja 
deslocado os cartuchos para fora dos furos, mantendo todos em sua posição. Precisa-se ter um 
 
26 
 
cuidado especial na hora do carregamento e do tamponamento, para que não avariem os fios 
das espoletas elétricas ou o cordel detonante (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.5.6.2 Carregamento mecânico 
Utilizado nos países europeus e na América do Norte, foram testados e aprovados. A 
partir destes testes, permitiu o carregamento mecânico através de tubos metálicos de dinamite 
amoniacal gelatinizadas com 35% de nitroglicerina em furos sem água. Quando se tem água, 
todas as dinamites gelatinizadas podem ser carregadas através de tubos metálicos. No caso de 
uso civil, mesmo em furos secos, são utilizados os tubos de polietileno. 
É feito por meio de ar comprimido a introdução dos cartuchos através do carregador 
pneumático. Os cartuchos são introduzidos manualmente através de uma culatra e conduzidos 
para dentro do furo através dos tubos de polietileno ou metálico. A velocidade de 
carregamento tornou-se maior devido o aprimoramento do projeto da culatra, levando a 
introdução de duas comportas estanques que permitem cada cartucho entrar na culatra 
mantendo-se a pressão no tubo. Mesmo em furos profundos, o carregamento mecânico obteve 
densidades maiores que as do manual (RICARDO E CATALANI, 2007). 
2.6 Escavações de Rocha 
 Segundo Azevedo e Marques (2006), o processo de escavação consiste na retirada de 
materialde um maciço rochoso, produzindo uma abertura, cuja sua forma depende dos 
processos operacionais. Existem dois objetivos principais quando se trata de escavação de 
rocha: abertura de espaços para fins diversos e obter material de valor econômico inerente. 
 Uma série de metodologias, técnicas de escavação mecânica ou com o auxilio de 
explosivos, instrumentações e serviços auxiliares necessários para escavar, desmontar, 
fragmentar ou cortar os maciços e blocos rochosos, atendendo a projetos de obras civis ou a 
produção de minérios para fins industriais, denomina-se “Escavações ou desmonte de rochas”. 
De acordo com a formação geológica do local do empreendimento, incluem-se desde as 
escavações mecânicas em mantos provenientes da alteração de maciços rochosos ou em 
sedimentos não consolidados, chegando até as escavações em maciços mais resistentes, 
formados por rochas alteradas e sãs (GERALDI, 2011). 
2.6.1 Escavações com Auxílio de Explosivos 
 O termo “escavação de rocha”, normalmente se refere às escavações em um material 
mais duro e resistente, que equipamentos mecânicos convencionais não conseguem desmontar 
 
27 
 
ou escavar, sendo necessário a utilização de explosivos ou de métodos, materiais e artifícios 
auxiliares especiais (GERALDI, 2011) 
 Desta forma, podem ser consideradas inicialmente as seguintes classificações: 
 Escavações, desmonte de rocha a fogo com explosivos. 
 Escavações, desmonte de rocha a frio, por processos mecânicos e/ou com auxilio 
de materiais expansivos. 
Além dessa classificação inicial, as escavações de rocha podem ser realizadas em 
diferentes ambientes, abertos ou confinados, sendo subdivididas em: 
 Escavações a céu aberto. 
Execução de cortes em rocha, regularização de topo rochoso, desmonte em 
bancadas, abertura de valas e trincheiras, aberturas de cavas de fundação, 
desmonte de blocos de rocha, cortes e desmonte controlado para obtenção de 
blocos de rocha. 
 Escavações subterrâneas. 
Perfuração de poços verticais e raises, execução de galerias e túneis, câmaras 
subterrâneas e cavernas. 
 Escavações subaquáticas. 
Derrocagens para ampliação de calado de portos e vias navegáveis, para 
correções e ampliação de calha de rios, para passagem de dutos especiais sob leito 
de rios, para remoção final de ensecadeiras e septos rochosos. 
2.6.2 Escavações Mecânicas a Frio 
 As escavações a frio consistem no emprego de técnicas, equipamentos, materiais 
expansivos e outros artifícios especiais, que são utilizadas rotineiramente na construção civil. 
Mas é na mineração principalmente, nas frentes de desmonte de blocos de rocha para a 
fabricação de pisos e revestimentos, que as técnicas vêm sendo desenvolvidas a cada dia. 
Devido ao fato desta indústria está em grande atividade, com produção crescente em nível 
mundial, nos últimos anos ocorreu um grande desenvolvimento na fabricação de novas 
ferramentas especiais para os cortes de rocha, eliminando praticamente o emprego auxiliar de 
explosivos nestes cortes (GERALDI, 2011). 
 Devido a impactos causados pelo emprego de explosivos como as vibrações em áreas 
urbanas, a utilização de explosivos se torna restrita. Juntamente com as questões ambientais 
envolvidas, o desenvolvimento de equipamentos especiais para escavação a frio de túneis em 
rocha, os chamados TBM, Tunnel Boring Machines, vem se tornando cada vez mais uma 
 
28 
 
nova metodologia, gradativamente mais empregada, substituindo o método tradicional 
conhecido como Drill & Blast, com emprego de explosivos. 
 O TBM vem sendo utilizado somente em túneis de longa extensão, acima de 8/10 Km 
e em maciços com condicionantes geomecânicos mais favoráveis devido ao seu alto custo de 
aquisição, como também sua montagem, instalação e operação. Porém, com os avanços 
tecnológicos estes custos vêm diminuindo, e o emprego destes equipamentos tende a se tornar 
uma rotina e compensar possíveis diferenças de custo em relação aos métodos tradicionais 
(GERALDI, 2011). 
2.6.3 Desmonte Escultural 
 Segundo Geraldi (2011), esta técnica é empregada nas escavações de rocha a céu 
aberto quando se deseja obter taludes com uma melhor definição geométrica, diminuindo a 
formação de overbreaks (escavações além da linha de projeto – offsets) e minimizando os 
efeitos das cargas explosivas sobre o maciço remanescente. Em escavações subterrâneas, o 
desmonte escultural vai gerar paredes e contornos de abóbadas de túneis, poços e câmaras 
bem definidas, mais seguros para o andamento dos serviços, obtendo-se também uma melhor 
conservação das condições geomecânicas dos maciços onde estão sendo executadas as 
escavações. 
2.7 Escavações 
 Escavação é o artifício para romper a compacidade do solo ou rocha, por meio de 
ferramentas e métodos convenientes, tornando possível a sua remoção. As operações de 
escavação são complementadas pelo carregamento do material escavado e, transporte e carga, 
sendo desta forma um ciclo (OLIVEIRA E BRITO, 1998). 
Segundo Geraldi (2011), os três parâmetros fundamentais para um projeto de 
escavação de rocha são: obter primeiramente o volume a ser escavado e as metas de produção 
(cronograma físico) do serviço à ser executado. Posteriormente qual o destino da rocha 
escavada, podendo ser: 
1- Destinada para uma ADME (área de deposição de material excedente) 
preestabelecida. 
2- Aproveitamento direto em obras como barragens e aterros por exemplo. 
3- O beneficiamento mineral da rocha (tratamento). 
Por fim, o último parâmetro, que define qual a faixa granulométrica que a rocha obtida 
deverá estar em função de sua destinação final. 
 
29 
 
Condicionantes de suma importância como: a localização da área a ser escavada 
(geografia e topografia), as condições geológico-geomecânicas e as condições geométricas do 
projeto devem ser levadas em consideração. 
2.7.1 Desmonte de Rochas em Bancadas 
Segundo Geraldi (2011), tomados estes cuidados para a elaboração do projeto, parte-se 
então para a etapa de execução, em que para seu perfeito funcionamento, é necessária em 
campo a preparação das frentes livres de escavação. Estas frentes devem ser bem definidas 
para se obter os melhores resultados possíveis nas operações de perfuração, detonação, carga 
e transporte do material detonado. 
O melhor procedimento é dividir o perfil topográfico do maciço rochoso em praças de 
serviços, criando inicialmente duas ou mais frentes independentes de ataque. Partindo da cota 
mais alta do projeto, define-se o primeiro nível, e logo em seguida os demais serão 
implantados de forma descendente, mantendo o mesmo desnível entre as praças, sendo este de 
grande importância, uma vez que determina a profundidade dos furos para as escavações de 
rochas com explosivos. Os desníveis não devem ser muito altos, inseguros, pois poderão gerar 
problemas de natureza geotécnica e executiva nas etapas de carga e transporte que serão 
realizadas na praça inferior (GERALDI, 2011). 
Segundo Gerard (2006), temos presente na bancada, três superfícies características: 
Praça – superfície onde operam os equipamentos de carga e transporte. Face – superfície 
vertical ou inclinada com a horizontal (2:1 ou 3:1) de acordo com as condições geomecânicas 
do maciço em escavação (que determinam a sua estabilidade) e também em função do plano 
de fogo a ser utilizado. Topo – onde os equipamentos de perfuração abrem uma série de furos 
no maciço para detonação da próxima frente. 
Segundo Ricardo e Catalani (2007), existem vantagens em se adotar, em determinados 
casos, face inclinada para a bancada, porque: 
 Redução da sobrefuração no pé da bancada; 
 Economia de explosivo, reduzindo-se o consumo por metro cúbico escavado; 
 A face da bancadatorna-se mais segura, talude inclinado, sempre mais seguro que 
o vertical. 
Por outro lado apresentam desvantagens como: 
 Maior possibilidade de ocorrerem desvios nas perfurações; 
 Necessários maiores cuidados no embocamento do furo, reduzindo a produção; 
 
30 
 
 Dificuldade na marcação da inclinação correta do furo. Todos os furos devem 
apresentar a mesma inclinação, o que é muito difícil de se conseguir, e ocorrendo 
variações no ângulo de perfuração e convergência dos furos, em vez do desejado 
paralelismo, resultará face irregular na bancada e mais aproveitamento do fogo. 
As bancadas podem atingir altura de até 20 m, porém normalmente são definidas entre 
8,00 e 15,00m, por motivos de segurança e operacionalidade das perfuratrizes. As praças e as 
estradas de acessos rodoviários devem ser projetadas de maneira correta, atendendo as 
necessidades de trafego e manobra dos equipamentos de carga e transporte. Normalmente, a 
largura mínima de uma praça em desmonte de bancadas deverá sempre atender a seguinte 
relação (GERALDI, 2011): 
 
L > 3H (altura da bancada) 
 
Esta conformação permite maior agilidade e desempenho dos equipamentos de 
perfuração, carga e transporte. Também se torna necessária na obtenção dos melhores 
resultados com a utilização de explosivos, a partir das frentes livres bem estabelecidas. 
Este procedimento denominado desmonte em bancadas é muito utilizado em obras 
onde grandes volumes são escavados diariamente. É preciso sempre estar atento aos 
problemas de estabilidades das frentes durante e após os serviços de escavação. Na linha final 
de corte (offset) das frentes é recomendável que seja feito o desmonte escultural (GERALDI, 
2011). 
2.8 Plano de Fogo 
 Denomina-se Plano de Fogo, o projeto executivo para o desmonte de rocha com uso 
sistemático de explosivos, onde serão definidos e apresentados preliminarmente (GERALDI, 
2006): 
 O plano de perfuração. 
 A qualificação e quantificação de explosivos. 
 Os esquemas de ligação e iniciação entre os furos que serão detonados. 
2.8.1 Escolha do Plano de Fogo 
 O plano de fogo considerado o mais adequado para um determinado trabalho de 
desmonte de rocha, dependerá, em primeiro lugar, do equipamento disponível para sua 
execução. Atendidas as limitações do equipamento, é possível mais de um plano de fogo 
 
31 
 
factível. Opta-se pelo mais econômico, desde que seja eficiente, desmontando a rocha em 
blocos de dimensões compatíveis com a finalidade do desmonte. De nada adiantará um plano 
de fogo com baixo consumo de explosivos por metro cúbico e também necessidades mínimas 
de furação, uma vez que resulte em blocos com dimensões que não caibam no equipamento 
de carregamento, ou ainda que não possam penetrar na boca do britador primário (RICARDO 
E CATALANI, 2007). 
2.8.2 Custo de Perfuração e Detonação 
 Segundo Ricardo e Catalani (2007), por meio dos valores do consumo de explosivos e 
dos metros de perfuração por metro cúbico de rocha, determina-se o custo da perfuração e 
detonação, sendo a soma de ambos um índice suficiente para se analisar a conveniência 
econômica do plano de fogo. 
 
𝐼𝐶 = 𝑞 . 𝐴 + 𝑓 . 𝑀 
 
Onde: 
q = consumo de explosivo por m³ de rocha no corte; 
A = custo do Kg de explosivo; 
M = custo do m de perfuração de determinado diâmetro; 
f = metros de perfuração por m³ de rocha; 
 
 Logo, ao menor valor de 𝐼𝐶 , corresponderá o plano de fogo de menor custo previsto. 
Se necessário, serão feitos ajustes, adaptações e correções, de acordo com as observações dos 
resultados em campo nas primeiras detonações realizadas nas frentes de escavação. 
2.8.3 Parâmetros do Plano de Fogo 
 A elaboração de um plano de fogo envolve a determinação de vários parâmetros, que 
devem ser considerados no desmonte de rocha. Os parâmetros principais que devem constar 
em um plano de fogo são mostrados na figura abaixo sendo relacionados a seguir e, com esses 
dados procede-se às perfurações do maciço, ao carregamento do “fogo” e à sua detonação. 
 
 
32 
 
 
Figura 21 – Bancada para desmonte de rocha com os parâmetros do plano de fogo 
 (MANUAL BRITANITE, 2012) 
2.8.3.1 Diâmetro de perfuração (D) 
 Segundo Geraldi (2011), com as metas de produção estabelecidas, escavação de rocha, 
procede-se a determinação dos diâmetros de perfuração e a consequente seleção e 
dimensionamento das perfuratrizes. 
 Segundo Cameron & Hagan (1996 apud Morais 2004) nas operações de lavra de 
minas a céu aberto e pedreiras, os diâmetros de perfuração geralmente variam de 75 mm (3”) 
a furos de grande diâmetro, como 381mm (15”). 
Este parâmetro é determinado em função do equipamento de perfuração, que por sua 
vez deve estar coerente com o equipamento disponível para carregamento da rocha detonada. 
Isso significa que ambos, devem ter suas produtividades próximas, para que não ocorra 
ociosidade de nenhuma das partes ou não seja necessário um número elevado de unidades de 
um tipo de equipamento para se ter a produção adequada a uma unidade do outro tipo 
(RICARDO E CATALANI, 2007). 
 Segundo Ricardo e Catalani (2007), outras grandezas do plano de fogo estão de forma 
direta ou indireta ligadas com o diâmetro do furo, por isso uma regra prática é levada em 
consideração: “o valor máximo do diâmetro do furo em polegadas é igual à capacidade da 
caçamba do equipamento de carga em jardas cúbicas”. 
 Para a escolha do diâmetro de perfuração, o quadro abaixo indica as possibilidades dos 
equipamentos: 
 
 
 
33 
 
Tabela 2 – Diâmetro de perfuração dos equipamentos (RICARDO E CATALANI, 2007) 
Tipo de equipamento Diâmetro de perfuração 
Perfuratriz manual 1 1/4" 
"Bencher" 2 1/4" 
"Wagon-drill" 1 1/2" - 2 1/2" 
Perfuratriz sobre trator 2" - 5" 
Conjunto de perfuração 4" - 10" (ou mais) 
 
2.8.3.2 Malha de Perfuração (S) 
 Defini-se como malha de perfuração a área resultante do produto das distâncias (em 
metros) adotadas para a locação dos furos em uma frente de escavação de rocha (GERALDI, 
2011): 
 
S (malha em m²) = A (afastamento) x E (espaçamento) 
 
 Segundo Morais (2004), a malha de perfuração apresenta uma grande variação, 
dependendo do diâmetro de perfuração, das propriedades da rocha e dos explosivos, do grau 
de fragmentação e lançamento requeridos e da altura da bancada. 
 Segundo Silva (2009), a geometria das malhas de perfuração pode ser quadrada, 
retangular, estagiada, triangulo equilátero ou malha alongada. 
 
 
Figura 22: Diferentes tipos de malhas de perfuração (SILVA, 2009) 
 
 
 
 
34 
 
 Malhas quadradas ou retangulares: 
Devido ao seu formato é de fácil perfuração com menos tempo no 
deslocamento furo a furo. 
 Malhas estagiadas: 
Devido à geometria de furos alternados dificulta a perfuração (maior tempo de 
locomoção furo a furo), porém possui melhor distribuição do explosivo no maciço 
rochoso. 
 Malha Triângulo Equilátero: 
São malhas estagiadas com a relação E/A = 1,15. São indicadas para rochas 
compactas e duras. Possuem ótima distribuição da energia do explosivo na área de 
influencia do furo, maximizando a fragmentação. O centro do triangulo equilátero, o 
ponto mais crítico para fragmentação, recebe igual influencia dos três furos 
circundantes. 
2.8.3.2.1 Afastamento (A) 
 O afastamento é a distancia expressa em metros entre a frente da bancada (frente livre) 
e a primeira linha do fogo (linha de furos) a detonar. Quando está previsto duas ou mais linhas 
de furos a detonar no mesmo plano de fogo, o mesmo afastamento deverá ser mantido entre 
elas (GERALDI, 2011). 
 Para um afastamento correto, adota-se uma regra prática que estabelece uma relação

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