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APOSTILA GESTAO DE ALMOXARIFADO E PATRIMONIO

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Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 1 
 
 
e Patrimônio
Gestão de Almoxarifado
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 2 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
 
 1. FATORES QUE INTERFEREM NA POLÍTICA DE AQUISIÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE 
BENS PATRIMONIAIS ..................................................................................................................................... 2 
1.1. FONTES DE INFORMAÇÃO ................................................................................................................ 2 
1.2 CONCEITOS BÁSICOS .......................................................................................................................... 3 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO BRASIL ................................................................... 3 
ENTIDADES COMPONENTES .................................................................................................................... 3 
Conceitos : .................................................................................................................................................... 3 
ORIENTAÇÃO OU REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE DO SERVIÇO PÚBLICO ................................ 3 
SISTEMA DE CONTABILIDADE FEDERAL - SICON .............................................................................. 4 
1.3. SOBERANIA DAS CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS .................................................................. 6 
1.4. CADASTRAMENTO DE MATERIAIS ................................................................................................... 7 
1.5. CODIFICAÇÃO DOS MATERIAIS ..................................................................................................... 10 
1.7. DA CARGA E IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS ............................................................................. 13 
1.8. DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ................................................................................................. 14 
1.9. COMPRAS E SUA PREVISÃO ............................................................................................................ 15 
Quanto pedir – qual o volume do lote econômico (as quantidades de materiais que compõem o 
pedido)? ...................................................................................................................................................... 18 
Quando pedir – Em que momento ou nível de estoque o pedido deve ser colocado? ................................. 18 
Como controlar o sistema – Que procedimentos e rotinas devem ser implantados para ajudar a 
tomar essas decisões? ................................................................................................................................. 18 
1.10. FORNECEDORES ............................................................................................................................. 19 
1.11. CONTRATOS ..................................................................................................................................... 20 
1.12. DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO ................................................................................................ 22 
1.13. DA ARMAZENAGEM ........................................................................................................................ 24 
Em alguns casos: ........................................................................................................................................ 25 
Embalagem ................................................................................................................................................ 25 
Montagem de kits ........................................................................................................................................ 25 
Controle de temperatura e umidade. .......................................................................................................... 25 
1.14. SANEAMENTO DE MATERIAL ........................................................................................................ 26 
1.15. CUIDADOS ESPECIAIS ................................................................................................................... 27 
1.16. CONTROLE E RENOVAÇÃO DE ESTOQUES ................................................................................. 28 
1.17. DOS INVENTÁRIOS .......................................................................................................................... 30 
 NOMEAÇÃO DE COMISSÃO; ............................................................................................................... ......32 
 LEVANTAMENTO, ARROLAMENTO, AVALIAÇÃO E REGISTRO DO PATRIMÔNIO; ............... 32 
 GERAR RELATÓRIO DO INVENTÁRIO E ENVIÁ-LO PARA TCM; .................................................. 32 
Lança dados do Inventário no Balanço Patrimonial; ................................................................................. 32 
1.18. DO DESFAZIMENTO ....................................................................................................................... 33 
1.19. A RESPONSABILIDADE SOBRE O PATRIMÔNIO ......................................................................... 35 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIAS .............................................................................................................. 38 
 
 
ANEXOS .........................................................................................................................................................40 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 3 
 
 
1. FATORES QUE INTERFEREM NA POLÍTICA DE AQUISIÇÃO E 
ADMINISTRAÇÃO DE BENS PATRIMONIAIS 
 
 
A Unidade de Patrimônio de uma Empresa, seja estatal ou não, é de grande 
importância, visto que é dentro dela que se processa toda a política de aquisição, 
controle, conservação e distribuição de bens, agindo assim em uma inter-relação com 
outros seguimentos internos e externos à empresa em sua totalidade. 
 Em consonância com a dimensão de suas atividades, necessária se faz a demanda 
por maior qualidade com menor custo, a fim de atender não apenas às necessidades da 
sociedade como também às exigências legais que norteiam estas ações. 
 Nesta assertiva, é que, a seguir, procurou-se destacar alguns fatores relevantes a fim 
de bem delinear a prática da política de aquisição e administração de Bens Patrimoniais. 
 
 
 
1.1. FONTES DE INFORMAÇÃO 
 
 
O gestor de patrimônio como todo o bom profissional, deve estar sempre bem 
atualizado no que se refere ao desempenho do seu trabalho, seja no que diz respeito às 
suas próprias atividades, como também sobre as tendências futuras, a fim de que possa 
adequar a sua rotina bem como a de todos aqueles que interagem nesse sentido, 
evitando um direcionamento que venha causar prejuízos à organização que representa 
ou a terceiros. 
 
 Pode-se dizer que o conhecimento das fontes de informação representa a 
atualização e a consolidação das informações disponíveis nas organizações. 
 
 A seguir algumas fontes de informação foram selecionadas, notadamente, 
aquelas que estão disponíveis na Internet. Entre as mais importantes neste sentido, 
destacam-se: 
 
www.senado.gov.br/portal - base de pesquisa legislativa atrelada ao Senado 
Federal. Permite a procura por tipo de documento, data de publicação, bem 
como o acompanhamento de propostas de legislação, inclusive alterações, em 
andamento; 
 
www.comprasnet.gov.br - trata exclusivamente das compras do governo 
federal, com informações disponíveis sobre legislação, fornecedores e 
atualidades de interesse para os gestores de patrimônio público estadual; 
 
www.planejamento.gov.br - traz todas as informações sobre as atividades 
desenvolvidas a cargo do Ministériodo Planejamento, Orçamento e Gestão do 
Governo Federal; 
 
www.interlegis.gov.br - é outra base de dados legislativos do Governo Federal; 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 4 
 
 
www.redegoverno.gov.br - traz informações sobre a estrutura e as competências 
de cada unidade do Governo Federal, e ainda, as formas de contato com os 
responsáveis em cada uma destas. É bastante útil quando se deseja saber onde 
obter informações a respeito de assuntos específicos relacionados ao Poder 
Público. 
 
 
1.2 CONCEITOS BÁSICOS 
 
 
A Administração pública tem suas características próprias, diante disso, vamos citar 
algumas dessas que possam servir de apoio para o desenvolver do tema. 
 
ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA DO BRASIL 
 
ENTIDADES COMPONENTES 
 
A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, são entidades autônomas. 
 Cabe a União exercer a soberania do Estado Brasileiro perante o contexto 
internacional; exercer os poderes que garanta: a soberania e defesa nacional; a 
cidadania; os direitos individuais; a boa relação internacional; o bem-estar sócio-
econômico do povo; administrar e legislar, entre outras atividades. 
 Cabe a União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios competências 
como: conservar o patrimônio público; proteger os bens históricos, as paisagens 
naturais e sítios arqueológicos, o meio ambiente e da poluição; a saúde e 
assistência pública; e sociedade em geral. 
 Cabe a União, aos Estados, e ao Distrito Federal (art. 24 da CF/88) legislar e 
normatizar sobre matérias específicas, como: direito tributário, financeiro, 
econômico, orçamentário, trabalhista etc. 
 
 
 
SERVIÇO PÚBLICO NO BRASIL 
 
Conceitos : 
 
a) De Diogo de Figueiredo Moreira Neto: Serviço Público é uma atividade de 
Administração que tem por fim assegurar, de modo permanente, contínuo e 
geral, a satisfação de necessidades essenciais ou secundárias da sociedade, assim 
por lei considerados, sob as condições impostas unilateralmente pela própria 
Administração. 
 
ORIENTAÇÃO OU REGULAMENTAÇÃO E CONTROLE DO SERVIÇO PÚBLICO 
 
Cabe ao Poder Público da Administração Pública a responsabilidade pela 
regulamentação e o controle, ao serviço público concedido, ou permitido ou autorizado, 
mesmo nos casos de haver delegação de poderes a terceiros. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 5 
 
 
Nota: Observar que os serviços públicos ou de utilidade pública de qualquer natureza, 
tem por objetivo principal de servir a coletividade social (a sociedade pública) e, em 
segundo, o de produzir renda para aquele que o explora, e que toda a sociedade seja 
beneficiada com um serviço de qualidade pelo Estado. 
 
Sistemas de Gestão 
 
a) SIDOR: sistema integrado de dados orçamentários, conjunto de informações sobre 
a estrutura orçamentária, as provisões de receitas, despesas, distribuição de receitas 
públicas etc, alimentando dados e elementos para a comissão mista pertencente ao 
congresso nacional (senadores e deputados) para examinarem e emitirem parecer sobre 
os planos e programas nacionais, regionais e setoriais, acompanhar e fiscalizar o 
orçamento previsto a atingir o objetivo do estado; 
 
b) SIAFI: sistema integrado de administração financeira do governo federal, conjunto 
de sistemas da administração orçamentária e financeira dos recursos da União, 
centraliza e processa eletronicamente os dados, que é oferecido como suporte aos 
órgãos centrais, setoriais e executores, da gestão pública, tornando segura a 
contabilidade da união, sob supervisão do Tesouro Nacional; 
 
SISTEMA DE CONTABILIDADE FEDERAL - SICON 
 
Sistema que tem por objetivo evidenciar, registrar e controlar a situação orçamentária, 
financeira e patrimonial da União, apontar os atos e fatos relacionados com a 
Administração financeira, orçamentária e patrimonial, através do Sistema de 
Contabilidade Federal (Constituição Federal de 1988, no Titulo IV, Capítulo I, Seção 
IX, art. 70 ao 75; capítulo II seção I, art.163 e 164; seção II art. 165 ao 169; e, Lei nº 
8.112 de 11/12/90) com vistas à elaboração de demonstrações contábeis. 
 
As operações de que resultem débitos e ou créditos de natureza financeira não 
compreendida na execução orçamentária serão, também, objeto de registro e evidência 
nos registros contábeis. 
 
PATRIMÔNIO PÚBLICO 
 
Todos os anos o poder público em suas diversas esferas, seja federal, estadual ou 
municipal, destina significativa parcela de recursos à aquisição de materiais que serão 
utilizados com as mais diferentes finalidades, visando o atendimento da população. 
 
 Todo esse conjunto de materiais adquiridos com recursos públicos custou 
dinheiro, valem dinheiro e devem ser tratados como se dinheiro fossem. Assim, 
integram importante parcela do patrimônio público. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 6 
 
 O dicionário Aurélio
1
 traz, em sua página 1282, uma precisa definição de 
patrimônio: “complexo de bens, materiais ou não, direitos e ações, posse e tudo o mais 
que pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica”. 
 
 Cabe ao gestor de patrimônio público uma série de atividades que envolva os 
bens sob seus cuidados ou mesmo antes, quando da aquisição destes para o atendimento 
das diversas necessidades da população, conforme fora frisado anteriormente. Pode 
fazer parte de sua rotina a elaboração de orçamentos e o controle das respectivas contas 
públicas, a guarda e conservação desses materiais, além de sua distribuição para os 
requerentes. Para isso deverá exercer atividades de planejamento e controle. 
 
Como planejamento pode-se definir a tomada de todas as providências 
requeridas, em termos de verificação das necessidades (seja de pessoal, de materiais, de 
equipamentos etc.) e para o atendimento dessas necessidades, para que um dado projeto 
ou objetivo possa ser realizado ou alcançado. Pode-se dizer que é o caminho a ser 
seguido para assegurar que todas as expectativas e demandas possam ser atendidas. 
 
O controle é a contínua verificação do planejamento, corrigindo os desvios entre 
o que está sendo efetivamente obtido e aquilo que se deseja ou se espera. 
 
Então, o planejamento e o controle do patrimônio material na empresa pública 
envolvem atividades antes de sua entrada na organização, durante a sua presença nesta 
e, também, para a sua saída dos registros desta. 
 
Como material pode-se definir todo o conjunto de bens tangíveis, isto é, móveis 
e imóveis que compõem o patrimônio de uma organização. 
 
Bens imóveis é todo o conjunto de edificações e espaços, terrenos etc. que não 
podem ser deslocados de seu local de instalação. Por sua vez, os bens móveis têm essa 
característica de mobilidade potencial. Estas definições são importantes para o controle 
físico desses bens e sua respectiva avaliação. 
 
 Para fins de elaboração e controle dos orçamentos e das contas públicas duas 
definições são fundamentais. Material de consumo e material permanente. 
 
 Por material de consumo, pode-se definir aquele que, em razão de seu uso 
corrente e de definição da Lei n°. 4.320/64, perde sua identidade física e/ou tem sua 
utilização limitada em dois anos. São definidos como despesas de custeio, da categoria 
econômica despesas correntes. 
 
 Por sua vez, material permanente pode ser entendido como aquele que, 
igualmente em razão de seu uso corrente e de definição legal, não perde a sua 
identidade física, mesmo quando incorporado a outro bem e/ou tem uma durabilidade 
superior a dois anos. São definidos como despesas de investimento, da categoria 
econômica despesas de capital. 
 
 
1 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionárioda língua portuguesa. 2ª. ed. Rio de 
Janeiro: Nova Fronteira, 1986. 36ª. reimpressão. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 7 
 
Na classificação de despesa orçamentária, para a identificação do material permanente 
ou de consumo são adotados os parâmetros abaixo, caso se enquadre em algum deles o 
material será considerado de consumo. 
 
 Durabilidade – quando o material em uso normal perde ou tem reduzidas as suas 
condições de funcionamento, no prazo máximo de dois anos; 
 
 Fragilidade – quando a estrutura do material está sujeita à modificação, por ser 
quebradiço ou deformável, caracterizando-o pela perda e/ou irrecuperabilidade 
de sua identidade; 
 
 Perecibilidade – quando o material está sujeito a modificações em sua natureza 
(química ou física), sendo passível de deterioração ou perda de suas 
características normais de uso; 
 
 Incorporabilidade – quando o material for destinado a ser incorporado a outro 
bem. Assim, este não pode ser retirado sem prejuízo das características do 
principal; 
 
 Transformabilidade – quando adquirido para fins de transformação, produção 
ou fabricação de partes, elementos ou de outros bens completos. 
 
 
A observação de que a decisão de classificar o material em consumo ou 
permanente é para alertar para o fato de que a classificação de um dado material, 
exclusivamente, em função de sua natureza pode ensejar erros de planejamento e 
controle desse material. Por exemplo: se considerar um copo de vidro por sua natureza, 
a decisão será a de colocá-lo como material de consumo, devido à fragilidade. Por outro 
lado, se observar a função desse bem junto ao patrimônio poder-se-á classificá-lo como 
material permanente. Explica-se: o copo de vidro pode ser uma peça de museu e como 
tal integrará um patrimônio duradouro. Ainda que, para o seu registro e controle não 
seja efetuada qualquer aposição de etiqueta ou similar. Ainda que seja apenas um bem 
relacionado. 
 
Tal alerta serve para indicar que, antes da natureza e do material, propriamente 
dito, com que foi fabricado um dado bem, a sua função para a sociedade é que deve 
servir de indicador para a sua classificação e esta para as atividades de planejamento e 
controle associadas a este patrimônio material. 
 
 
 
1.3. SOBERANIA DAS CARACTERÍSTICAS DOS MATERIAIS 
 
 
Se possível fosse resumir em uma única frase toda a filosofia da gestão de 
patrimônio e material na empresa pública, certamente consistiria em dizer que: “As 
características dos materiais são soberanas!”. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 8 
 
Isto significa que, para o gestor de patrimônio desempenhar adequadamente suas 
funções é de fundamental importância que ele seja conhecedor das características dos 
materiais sob seus cuidados, visto que elas nortearão a tomada de decisões. 
 
O patrimônio material custa e vale dinheiro. Segundo a Lei 6.404/76 os estoques 
são classificados como ativo circulante, que rapidamente pode ser transformado em 
capital; e pela Lei 4.320/64, em ativo permanente, devendo, portanto, ser tratado como 
se dinheiro fosse. Servem, por vezes, como garantia de empréstimos aplicados para o 
desenvolvimento local. Daí, a necessidade de bem conhecê-los para o seu uso 
adequadamente. 
 
Com o crescimento da consciência da profissionalização do gerenciamento dos 
recursos públicos, destaca-se que não há mais espaço para uma subvalorização das 
atribuições relativas a estoques ou patrimônio público de maneira geral. 
 
O reconhecimento de um profissional não está relacionado à função que 
desempenha na sociedade, mas pela forma como ele a desempenha. Afinal, a todos os 
profissionais tornam-se necessária a convivência harmoniosa da sociedade, sem a qual 
seria quase impossível a própria existência dela. 
 
O conhecimento de como e, em que condições adquirir, transportar, e armazenar 
e, quais os cuidados necessários nestes procedimentos, bem como a importância de cada 
material para os processos produtivos de sua organização e das unidades que esta deve 
prover, em outras organizações públicas, traduz um pouco da amplitude do trabalho, 
que deve ser desempenhado por este profissional. 
 
Afinal, sem a sua presença certamente haveria a falta de materiais, o que poderia 
significar a interrupção de atividades nas organizações públicas e, também, a má 
aplicação de recursos na busca de seu suprimento. 
 
Isto tudo caracteriza a importância desses profissionais nas organizações e a 
necessidade de sua valorização! 
 
 
 
1.4. CADASTRAMENTO DE MATERIAIS 
 
 
O gestor de materiais pode ordenar, adequadamente, os seus conhecimentos 
sobre os materiais e as suas características utilizando uma sistemática que resulte em 
uma lógica para a diferenciação destes e do tratamento que deve ser dispensado a cada 
um. 
 
Tal instrumento para a estruturação dessa diferenciação pode ser obtido através 
do cadastramento de materiais. 
 
Através de um exemplo de solicitação de materiais a um gestor de patrimônio, 
poder-se-á explicar esta sistemática. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 9 
 
 
Severino (S) precisa de materiais e se dirige a Agenor (A) que é o responsável 
pelo patrimônio material de seu órgão. Veja como será o diálogo entre eles e o que se 
poderá aprender: 
 
S – Bom dia, Agenor Preciso de papel! 
 
A – Bom dia, Severino. Verei como posso atendê-lo. 
 
E se dirige para o interior do almoxarifado. Em seguida, volta para o balcão sem nada 
nas mãos. 
 
A – Severino, não posso atender você. Existem muitos tipos de papel no almoxarifado e 
também existe uma ordem expressa de que não serão aceitas devoluções. Ajude-me a 
não errar no que pede! 
 
S – Por que não disse logo. Preciso de papel tipo “off-set” para impressão. 
 
Agenor se dirige novamente para o interior do almoxarifado. Outra vez, volta para o 
balcão sem nada nas mãos. 
 
A – Severino, ainda não posso atender você. Existem muitos tipos de papel no 
almoxarifado. Ajude-me a não errar no que pede! 
 
S – Preciso de papéis “off-set” em folhas. 
 
A – Ah, bom! Tem também papel em bobinas, rolos de todos os tamanhos! 
 
S – Isso, você também me ajudou a pedir melhor Quero folhas no formato ofício! 
 
E Agenor se dirige mais uma vez para o interior do almoxarifado. Em seguida, retorna 
ao balcão sem nada nas mãos. 
 
S – O que foi dessa vez, Agenor?!? 
 
A – Tem papel azul, verde, branco, amarelo e até rosa... 
 
Antes que Agenor conclua o que estava dizendo, Severino o interrompe. 
 
S – Preciso de papel “off-set”, em folhas, no formato ofício e brancas. Ah, antes que me 
esqueça, duas resmas, 75 de gramatura, por favor! 
 
Disse Severino em tom irritado, querendo a todo custo ter o seu pedido atendido. 
 
E lá vai Agenor para o interior do almoxarifado e... retorna com as duas resmas de 
papel “off-set”, formato ofício, em folhas branquinhas e de 75g/m
2
. 
 
A – Se você tivesse pedido assim logo da primeira vez eu já o teria atendido... 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 10 
 
 
Olhou para a fila que já se formava atrás de Severino. E continuou... 
 
A – Enquanto eu tivesse qualquer dúvida sobre o que realmente você precisava, eu não 
poderia atendê-lo. E isso serve para qualquer um de vocês aí na fila!... 
 
Foi logo aproveitando a oportunidade para dar a lição a todos os que se encontravam 
esperando a vez. E concluiu... 
 
A – E é bom dizer para todos que pretendem vir aqui buscar material, que só atendo a 
pedidos quando não houver qualquer chance de errar no que se pede. Para não haver 
erros vocês têm que fazer o pedido através da correta especificação do material! 
Entenderam?!? 
 
Vamos recapitular o que Agenor ensinou a Severino e aos outrosque se 
encontravam próximos: 
 
 quando Severino disse que precisava de papel, ele apresentou apenas a 
denominação principal do material. Agenor teve dúvidas e não pôde atendê-
lo. 
 
 quando Severino disse que precisava de papel “off-set”, ele acrescentou ao 
pedido a referência básica do material. Agenor continuou com dúvidas e não 
pôde atendê-lo. 
 
 quando Severino acrescentou a informação “ em folhas”, ele informou a 
forma de apresentação do material de que necessitava. Agenor ainda teve 
dúvidas e não pôde atendê-lo. 
 
 mas quando ele disse que queria no formato ofício, ele informou as 
dimensões do material desejado. 
 
 assim, quando ele disse que queria folhas brancas e de gramatura 75 (ou 
75g/m
2
), apresentou outras especificações que ainda se faziam necessárias 
para a perfeita caracterização de seu pedido e de sua necessidade. Desta 
forma, Agenor, pôde finalmente atendê-lo. 
 
O cadastramento de materiais, através de suas especificações, dá meios ao gestor 
de patrimônio a fim de que possa diferenciar os materiais uns dos outros e, dessa forma, 
para distinguir os cuidados específicos para cada um destes. 
 
Tem como níveis: 
 
1. Denominação principal 
2. Referência básica 
3. Forma de apresentação 
4. Dimensões 
5. Outras formas de especificação. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 11 
 
 
Mas será que todas as vezes que apresentar um pedido terá que relacionar todas 
as características dos materiais, através de suas especificações? 
 
Claro que não! Se o cadastramento dos materiais for bem feito, poderá utilizar 
códigos que representarão o conjunto de características de cada material. Para não 
ocorrer à possibilidade de erros, entende-se que cada material somente poderá ser 
demonstrado por um código que, por sua vez, representará um único material. Uma 
relação de um para um! 
 
 
 
1.5. CODIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 
 
 
 Os materiais, através do cadastramento, podem ser organizados em classes ou 
categorias. 
 
Esta divisão dará origem ao sistema de codificação, que servirá como um meio 
rápido e eficiente de recuperar o conjunto de especificações que caracteriza cada 
material. Nesta assertiva, quando qualquer característica for relevante na diferenciação 
de dois materiais, implica dizer que estes são distintos no tratamento a ser dispensado e 
que, portanto, devem ter códigos diferentes. 
 
Em resumo, o código será a melhor forma de comunicação para a apresentação 
das características de um dado material. 
 
Entre os principais sistemas de codificação de materiais destacam-se: 
 
1.1. Sistema alfabético – utiliza o conjunto de algarismos do alfabeto para a 
diferenciação de um conjunto de materiais. Por exemplo, RM pode significar régua de 
madeira. RMA poderá significar régua de madeira de 30 cm. RMB poderá significar 
régua de madeira de 50 cm e assim por diante. Tem como principais restrições: a 
possibilidade de erros de transcrição e o reduzido número de variações que podem ser 
obtidas a partir da combinação das letras. (Além do fato da difícil memorização de um 
número elevado de códigos e do agrupamento de novos materiais similares a outros já 
cadastrados e que venham a ser inseridos posteriormente na relação geral de 
patrimônio). 
 
1.2. Numérico – podem-se tecer considerações semelhantes. Por exemplo, 
material da classe 1000 pode significar régua de madeira. Material 1030 poderá 
significar régua de madeira de 30 cm. Material 1050 poderá significar régua de madeira 
de 50 cm e assim por diante. Tem como principais restrições: a possibilidade de erros de 
transcrição e a eventual dificuldade do agrupamento de novos materiais similares a 
outros já cadastrados e que venham a ser inseridos, posteriormente, na relação geral de 
patrimônio. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 12 
 
1.3. Alfanumérico – numa tentativa de ampliar as vantagens dos dois 
métodos, anteriormente descritos, foi criado o sistema alfanumérico, agregando letras e 
números. RM30 poderá significar régua de madeira de 30 cm. RM50 poderá significar 
régua de madeira de 50 cm e assim por diante. Contudo, apesar do ganho evidente nas 
possibilidades deste novo sistema de codificação, as desvantagens dos sistemas 
originais ainda permanecem. 
 
1.4. Como forma de ampliar a utilidade da codificação, pela estratificação 
dos materiais em grupos, classes e categorias, surgiu o sistema decimal simplificado ou 
universal que tem a seguinte estrutura em três chaves: 1ª . 2ª . 3ª , 
sendo a primeira aglutinadora, a segunda individualizadora e a terceira descritiva. 
 
 Tomando, por exemplo, os seguintes números de matrícula de universitários: 
 
871.11.283 – 871 estará presente em todo o conjunto de matrículas do ano de 1987, para 
alunos que foram aprovados para o 1 semestre letivo; 11 – por exemplo, significa 
engenharias, estará em todos os códigos de alunos aprovados para as engenharias; 283, 
por sua vez, identificará um aluno em questão, apesar de todos os outros alunos 
aprovados, para aquele semestre, terem matrícula iniciando com 871 e mesmo os alunos 
das engenharias desse ano que tenham matrícula 871.11.XXX. 
 
Agora a matrícula 921.11.320. O que se pode dizer a respeito? Sabe-se que o 
aluno foi aprovado para o 1 semestre do ano de 1992, pertence à área de engenharia 
e... O que mais? Os últimos três números o diferenciam dos demais alunos dessa 
instituição, em todos os tempos. Afinal, cada elemento da relação geral, somente será 
representado por um código e este representará apenas um, e somente um elemento 
dessa relação. 
 
Nesta estrutura de codificação, XX.11.XXX representa uma semelhança para 
conjunto de alunos, por área de conhecimento, independentemente do ano de ingresso 
na instituição. Por isto, estará presente em todas as matrículas de alunos dos cursos de 
engenharia. 
 
Os três últimos dígitos podem representar um conjunto de informações 
suplementares e que serão necessárias para a perfeita identificação do aluno na relação 
geral dos discentes, seja o seu curso e engenharia mecânica, elétrica ou civil, entre 
outras. O grau de seu curso, se graduação ou pós-graduação, e assim por diante. 
 
1.5. O sistema de codificação por barras, para o controle de patrimônio e 
material, foi introduzido, visando facilitar o levantamento e a localização dos bens, 
durante a realização de um inventário. 
 
Este sistema permite a identificação do código por meio de equipamentos de 
leitura ótica. Seu princípio baseia-se na transformação dos dígitos do código em uma 
representação binária (de combinações de dois algarismos – zeros e uns, o que permite a 
sua utilização por meio informatizado). Quando um feixe de luz incide sobre as barras, 
o leitor percebe a existência de combinações de dois grupos de barras. As barras 
refletivas ou “brancas” (zeros) e as barras não refletivas ou “escuras” (uns). 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 13 
 
 
Em realidade, o sistema de codificação por barras é utilizado para fins diversos 
em automação. Seja para o controle de acesso (como em crachás), seja na área 
comercial (como em produtos que se adquire em supermercados e outros produtos 
comerciais em geral), controle de cargas (como na aviação comercial), na prestação de 
serviços em geral (como na identificação de exames clínicos), entre outros usos. 
 
1.6. Os produtos comerciais brasileiros utilizam um sistema de codificação 
chamado EAN-13 e que tem 13 dígitos, assim distribuídos em quatro chaves: 
 
 1ª . 2ª . 3ª - 4ª . 
 
1.1. A primeira com três dígitos, conhecidos como bandeira ou “flag” 
(bandeira em inglês), representa a origem ou país de origem do produto. 
 
1.2. A segunda indica o fabricante. Assim, todosos produtos fabricados pelo 
mesmo fabricante terão a mesma segunda chave, ainda que confeccionados em países 
distintos (diferenciação pela bandeira). Unidades distintas de um mesmo fabricante em 
um mesmo país terão dígitos de identificação de fabricante distintos. Tal medida é para 
permitir a rastreabilidade do produto, ou seja, saber a sua origem desde a sua produção e 
até a sua chegada ao consumidor final, bem como em caminho inverso – do consumidor 
até a unidade que o produziu. 
 
1.3. A terceira chave serve para diferenciar os vários produtos produzidos por 
um mesmo produto A lógica do sistema é a mesma do exemplo do sistema decimal 
anteriormente descrito (matrículas dos alunos). 
 
1.4. A quarta chave é uma proteção do sistema. Serve para verificar se um 
código percebido pelo leitor ótico realmente corresponde à representação numérica 
equivalente. É um dígito verificado Sua função é a mesma daqueles dois últimos dígitos 
da identificação de pessoas junto à Receita Federal (o nosso CPF, que tem formato 
XXX.XXX.XXX-AA), onde AA são os dígitos verificadores e os demais são dígitos de 
informação. Estes últimos servem, tão somente, para verificar se o conjunto dos demais, 
realmente, corresponde a um registro válido e são formados a partir de uma combinação 
específica destes. 
 
 Para produtos que têm pequenas dimensões é utilizada uma versão reduzida 
chamada de EAN-8 e que tem apenas oito dígitos. O sistema EAN é utilizado em todo 
mundo. Nos Estados Unidos (EUA) e Canadá, e também nos países que mantêm 
estreitas relações comerciais com estes. É comum um outro sistema de codificação por 
barras, chamado de UPC, que guarda os mesmos princípios, e tem formatos diferentes 
para grandes e pequenas embalagens. Por força da integração dos mercados mundiais 
estes sistemas – EAN e UPC – estão passando por um processo de integração que 
resultará, em breve, no sistema UCC-EAN já em testes. 
 
 Uma dúvida comum dos gestores de patrimônio é quanto à utilização interna de 
códigos de barras para o controle do patrimônio material na empresa. Pode-se dizer que 
existem sistemas de codificação comercial, unificados em todo o país, e que existem 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 14 
 
outros internos às empresas. Atualmente, os leitores óticos já conseguem processar as 
leituras, fazendo as conversões de um para outro sistema, sem perda de eficiência. 
Assim, não há a necessidade da duplicidade de listagens para conversão e controle sob 
os códigos comerciais externos e internos da empresa. 
 
 
1.6 . DA AQUISIÇÃO DOS BENS 
 
 
Há várias formas de aquisição de bens pelo Poder Público. Elas são regidas pelo: 
 Direito Privado – compra e venda, recebimento de bens de doação, permuta, 
herança, usucapião, invenção (achado de coisa perdida) etc. 
 Direito Público – desapropriação, aquisição por força de lei ou processo judicial 
(Execução), investidura, etc. 
 
Os bens públicos são adquiridos através de desapropriação, de processo de 
Execução, ou outros tipos de aquisição de natureza privada (compra e venda, 
recebimento de bens de doação, permuta, herança, usucapião, invenção (achado de coisa 
perdida) e por força de dispositivo constitucional ou legal. 
 
 
 
1.7. DA CARGA E IDENTIFICAÇÃO DE MATERIAIS 
 
 
Quando um material passa a integrar o patrimônio de uma organização uma das 
primeiras atividades, após a verificação de sua regularidade (física e fiscal), é o seu 
registro na relação geral de patrimônio, anotando-se a data e o valor de sua 
incorporação, a forma e a documentação de sua origem, a sua destinação, bem como o 
número pelo qual deverá ser localizado nessa relação (o seu cadastro ou registro 
propriamente dito). 
 
Ao verificar a efetiva responsabilidade pela guarda e uso de um material, afirma-
se que foi estabelecida a carga do bem. Sendo o mesmo transferido, anotam-se os dados 
e as condições dessa responsabilidade pelo novo consignatório. Desta forma, constata-
se que ocorreu a descarga do material, em relação ao primeiro, com a respectiva carga 
para o segundo. 
 
Toda transferência de materiais, em uma organização, deve dar origem a um 
novo termo de carga, quando houver a mudança de responsabilidade sobre estes. Pode-
se dizer que a carga é condição obrigatória para esta transferência, sendo que, para a sua 
realização, o bem deverá estar perfeitamente caracterizado e avaliado, quanto ao seu 
estado ou condição de uso, bem como, devidamente, valorado, a fim de que se possa 
estabelecer a dimensão da responsabilidade que assume o novo consignatário. 
 
A descarga também ocorrerá quando o material se tornar irrecuperável pelas 
perdas de sua funcionalidade, por consumo e demais transferências (cessão, venda, 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 15 
 
permuta, doação, inutilização e abandono) e, ainda, por furto ou roubo, observadas as 
particularidades do caso. 
 
Eventualmente, partes ou peças de um conjunto podem ter a sua descarga 
isolada, fazendo-se as devidas anotações no registro patrimonial, e, ainda, a atualização 
do valor desse bem. 
 
- O método mais comum utilizado para identificar o bem patrimonial é o da 
oposição de plaquetas. Porém, existem outros, tais como: gravação ou tatuagem 
(animais, bens metálicos, plásticos...); aposição de anéis, colares ou similares (animais), 
tarja magnética, carimbos (livros), etc. 
 
Um dos problemas mais comuns é a perda da seqüência da numeração de 
plaquetas. Vale lembrar que a numeração deve seguir uma ordem cronológica. Assim, 
será errado efetuar hoje o registro de um bem com uma placa de número 10 e amanhã 
proceder ao registro de outro cuja placa for menor que 10. A origem mais comum desse 
erro é reservar placas para um pedido ainda não entregue ou produtos que ainda 
aguardam inspeção para o seu recebimento final. Não agir assim, contribuirá para a 
redução deste erro. Também não é correto usar uma placa que, porventura, tenha sido 
“pulada”. A ação correta é dar baixa nessa numeração, através de processo específico 
para tal fim. 
 
 
 
1.8. DA REQUISIÇÃO E DISTRIBUIÇÃO 
 
 
Uma das funções do gestor de patrimônio é tomar todas as providências que 
contribuam para o pleno atendimento das necessidades dos vários requisitantes de 
materiais sob seus cuidados. Cabe a ele verificar a consistência dos pedidos, a 
possibilidade de seu atendimento e a condução dos materiais cujas necessidades devem 
e podem ser atendidas. Este processo de encaminhamento dos materiais aos seus 
respectivos requisitantes é o que se chama de distribuição. 
 
Para que o material chegue ao solicitante, em perfeitas condições, em termos de 
quantidade e qualidade, o gestor deverá tomar uma série de providências que envolvam, 
entre outras medidas, a escolha do meio de transporte do mesmo até o local onde é 
esperado (que pode ser diferente daquele do solicitante), das proteções requeridas para 
garantir a sua integridade durante este transporte (embalagens), a seleção do 
transportador, bem como a contratação de seguros, quando pertinente. 
Certamente, a maior fonte de erros e atrasos na entrega de materiais solicitados é 
a divergência entre a linguagem utilizada para a caracterização dos materiais. 
 
A fim de que o pedido corresponda fielmente às necessidades de consumo 
necessário se faz que o solicitante e quem vai distribuir o material estejam “falando” 
sobre a mesma coisa. Isto é, que a descrição do material esteja em perfeita sintonia para 
ambos. A causa mais comum disto é a inexistência de um cadastro único de materiais, 
com sua respectiva codificação, para todas as unidades do Estado. Por isso, com 
absoluta prioridade, deve ser adotado o método descritivo, que consiste na especificação 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio16 
 
técnica do conjunto de características do material. O método referencial que consiste no 
uso de meios auxiliares (fotos, figuras, amostras até mesmo, embalagens de compras 
ou entregas anteriores etc.) para a caracterização do material desejado, pode resultar em 
problemas na sua entrega ou aquisição. Estes problemas podem ocorrer porque, por 
exemplo, a amostra utilizada caracterizava apenas referência de fabricação e não de 
marca, o que, na maioria dos casos, não é permitido quando se tratar de aquisições pelo 
Poder Público. 
 
Um outro problema muito comum quando da compra ou solicitação de 
fornecimento por referência é a possibilidade de caducidade desta, ou seja, atrelar-se a 
uma alternativa obsoleta de um produto, quando podem já existir produtos de melhor 
desempenho, inclusive a preços menores no mercado, como no caso de equipamentos 
de informática. 
 
A fim de minimizar ainda mais essa possibilidade, cabe ao gestor de materiais 
estar sempre em busca de atualização sobre os materiais disponíveis no mercado. 
 
Para a distribuição dos materiais nas organizações, dois processos de 
fornecimento podem ser utilizados. O primeiro, ou por pressão, consiste no 
fornecimento de quantidades uniformes em intervalos de tempo determinados, uma vez 
que as características da demanda ao longo do tempo já são bem definidas, não 
havendo, desta maneira, a mínima possibilidade de falhas no atendimento. Mesmo 
sendo os materiais bastante simples não requerem a apresentação de requisição a cada 
fornecimento (copos de água e café, por exemplo). 
O segundo processo é aquele em que o fornecimento é realizado após a 
apresentação de cada requisição, quer seja pela variabilidade do material de consumo, 
que não permite uma distribuição uniforme, o que possibilitaria perdas por 
obsolescência, inatividade ou ociosidade, quer seja pelo valor mais expressivo, fazendo-
se necessário um controle mais rigoroso de sua distribuição. 
 
Convém, finalmente, destacar que sempre caberá ao gestor, realizar julgamento 
sobre o que lhe é apresentado como solicitação. Nenhum material deverá ser distribuído 
sem que a devida solicitação tenha sido encaminhada. Mesmo para produtos 
distribuídos sob pressão, em algum momento deve ter havido a previsão de seu 
consumo e seus respectivos consumidores, bem como, a autorização para esta 
distribuição. 
 
 
 
1.9. COMPRAS E SUA PREVISÃO 
 
 
 Em muitas organizações públicas, as atividades relacionadas ao planejamento de 
compras (planejamento das quantidades, seleção e avaliação de fornecedores, 
negociação etc.) estão dissociadas das atividades relativas ao processamento dessas 
compras (atividades de licitação, documentação e registro), bem como, de seu 
recebimento. Tal fato, por muitas vezes, gera problemas entre as reais necessidades do 
solicitante e do que efetivamente é entregue à organização. A falta de entrosamento 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 17 
 
entre estas atividades (compras, licitação e almoxarifado) pode comprometer o 
suprimento de materiais para a empresa. 
 
 Nesta ótica, pode-se resumir o parágrafo anterior em uma única frase: “As 
compras representam a porta de saída da maior parte dos recursos de uma organização 
ou a sua plena capacidade de operação”. Com a escassez de recursos públicos, uma boa 
compra é condição fundamental para a manutenção dos níveis de atendimento que o 
Estado pode oferecer aos cidadãos. 
 
 Uma boa compra, então, é aquela que atende, ao mesmo tempo, as exigências 
técnicas do solicitante e de quem vai recebê-la (que devem estar expressas como 
especificações), os requisitos legais de sua aquisição (licitação, por exemplo) e de sua 
entrega (locais, prazos e datas). Para que isso possa ser alcançado necessário se faz, que 
as pessoas, que exercem atividades associadas a tais funções trabalhem de forma 
integrada, diferentemente, do que ainda acontece hoje em muitas organizações públicas, 
conforme fora falado no início deste tema. 
 
Então: 
 
Compra bem feita 
 Quando uma compra é bem feita resulta: 
• Preço de custo mais baixo 
• Controle do fluxo de caixa 
• Inexistência de empréstimos, doações, perdas etc. 
• Não há excessos nem faltas. 
• Ela atende a: 
– Exigências técnicas do solicitante 
– Requisitos de sua solicitação (licitação) 
– Requisitos de sua entrega (locais, prazos e datas) 
 
 
Compra ruim 
 Quando uma compra é ruim resulta: 
• Aumento dos custos 
• Descontrole do fluxo de caixa 
• Constantes empréstimos, doações, perdas etc. 
• Há excessos e/ou faltas. 
 
 
 Para que o planejamento de compras seja bem realizado, é importante que o 
responsável por esta função busque ao máximo introduzir em sua rotina o 
estabelecimento de previsões. Antecipar-se sobre possíveis necessidades de materiais e 
das necessidades associadas a esta (área e condições requeridas à sua armazenagem, 
pessoal para a distribuição, recursos, à sua aquisição, entre outras) é de fundamental 
importância para o pleno funcionamento da empresa pública. Todavia, nem sempre é 
possível ter previsões confiáveis sobre determinadas necessidades. Por outro lado, 
também podem ocorrer imprevistos que alterem a regularidade das compras. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 18 
 
Previsões podem ser entendidas como expectativas acerca de um futuro, por 
vezes, incerto. Assim, quanto mais conhecimento o gestor de patrimônio tiver sobre as 
compras (do consumo dos materiais, do intervalo entre compras sucessivas, dos 
fornecedores, da variação de preços no mercado, do tempo decorrido entre o pedido e a 
disponibilidade do material ao solicitante etc.), maiores chances terá para minimizar as 
incertezas desse futuro e com mais segurança poderá realizar o seu trabalho e, assim, 
contribuir para a maximização do desempenho de sua organização. 
 
 Como regra básica, as compras devem ser regulares, o que significa um 
planejamento estruturado (com as suas respectivas previsões) e um bom funcionamento 
do setor. A ocorrência de compras emergenciais dará elementos para o gestor de 
patrimônio repensar o seu planejamento, seja pela identificação e levantamento de 
falhas ocorridas neste, seja porque “imprevistos” apontaram potenciais fragilidades ou 
despreparo do setor para lidar com estes. Uma vez, devidamente autorizado, em 
conformidade com a previsão orçamentária e a disponibilidade financeira, o gestor de 
patrimônio também poderá antecipar suas compras, visando obter ganhos de 
oportunidades (ofertas de mercado ou pela tendência de alta dos preços do produto), o 
que em empresas privadas poder-se-ia chamar de compras especulativas. Por fim, 
quando são necessárias compras, devido à obsolescência de materiais, pode-se dizer que 
ocorreram falhas anteriores no planejamento, resultando aquisições de quantidades 
desnecessárias ou excessivas. 
 
 Conclui-se, então, que é através do planejamento de compras, que a organização 
busca estabelecer a maximização da utilização dos recursos disponíveis em atendimento 
às demandas. 
 
 Como elementos do planejamento de compras, é necessário estabelecer as 
quantidades, os locais e as datas para as entregas de cada um dos materiais a serem 
adquiridos, bem como o processo de seleção e avaliação de fornecedores, o conteúdo de 
informações para a negociação junto a estes e, ainda, o conjunto de rotinas e 
documentos necessários para a operação do sistema interno. Também, caberá a 
definição de critérios para a racionalização da aquisição orientada pelos requisitos de 
conservação dos materiais, vez que é comum a realização de compras para a 
substituição de materiais que perderam, precocemente, suas características 
(deterioração) devido à sua inadequada armazenagem. 
 
 Assim, para evitar a perda dos materiais adquiridos, por deterioração, é 
importanteque o responsável pelas compras conheça as condições disponíveis para a 
armazenagem, pois que este poderá decidir sobre as embalagens e sobre os meios de 
transporte, o que poderá contribuir para a redução dessas perdas. 
 
 A fim de melhor estabelecer as previsões, o gestor de patrimônio poderá se valer 
do histórico das compras (observando sua variação ao longo do tempo), bem como 
recorrer ao auxílio de outros profissionais, que detenham maiores conhecimentos sobre 
a variação da demanda e dos preços praticados no mercado. 
 
 A demanda e a oferta de materiais podem concentrar em certos períodos do ano, 
ou terem um comportamento irregular. Então, o gestor deverá adotar estratégias de ação 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 19 
 
específica para cada situação, de modo que, apesar da ausência de estabilidade na 
demanda e na oferta, o que seria ideal para o seu trabalho, ele consiga aplicar 
adequadamente os recursos disponíveis e assegurar o atendimento das necessidades de 
material em sua organização. Quanto mais conhecimentos o gestor detiver sobre o seu 
papel, estará melhor preparado para lidar com esta variação de situações. Isto implica 
em dizer que a melhoria de seu desempenho e do resultado que seu trabalho 
representará para a sua organização, dependerá de sua contínua atualização profissional 
obtida pela constante leitura e pela troca de experiência com outros profissionais do seu 
ramo de atividades. 
 
 
 
Principais decisões de compra! 
 
Quanto pedir – qual o volume do lote econômico (as quantidades de materiais que 
compõem o pedido)? 
 
Quando pedir – Em que momento ou nível de estoque o pedido deve ser colocado? 
 
Como controlar o sistema – Que procedimentos e rotinas devem ser implantados para 
ajudar a tomar essas decisões? 
 
Quanto pedir? 
 
Para saber quanto pedir os responsáveis devem avaliar os custos que estão envolvidos 
com o pedido e manutenção do estoque, são eles: 
 
– Custo de colocação do pedido 
– Custo de desconto de preços 
– Custo de falta de estoque 
– Custo de capital de giro 
– Custo de armazenagem 
– Custo de obsolescência 
 
Deve-se valer de: 
– Histórico das compras 
– Recorrer a profissionais que detenham o conhecimento da demanda e do 
preço. 
 
 
 
Quando pedir? 
 
• De forma geral as compras devem ser regulares, o que significa um 
planejamento estruturado e um bom funcionamento do setor. 
 
• Para saber o momento certo é necessário acompanhar os níveis de estoque e 
histórico de consumo. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 20 
 
 
Obs. A ocorrência de compras emergências são um sinal para o gestor repensar seu 
planejamento. 
 
 
1.10. FORNECEDORES 
 
 
 Não existe verdade maior do que dizer que: “O problema do seu fornecedor 
hoje, poderá tornar-se seu no amanhã!”. Falhas técnicas ou mesmo administrativas de 
seu fornecedor podem comprometer o funcionamento de sua organização. Assim, em 
alguns casos, melhor que os abandonar ou trocá-los, será desenvolvê-los! 
 
 Não basta que o fornecedor tenha a capacidade de apresentar um bom produto. 
Mas, necessário se faz que tenha condições de fazê-lo através de um bom fornecimento, 
que envolva: preços, prazos, condições de pagamento, regularidade e pontualidade de 
entrega, entre outros aspectos relevantes. 
 
 A qualidade técnica de um fornecedor representa a competência em fornecer um 
bom produto e deve ser verificada através da qualificação do seu quadro profissional e, 
em alguns casos, da tecnologia disponível na empresa. Por sua vez, a qualidade 
administrativa diz respeito à competência com que a empresa é gerenciada, sendo 
possível que esta influencie de forma negativa ou positiva na qualidade técnica. 
 
 Para evitar problemas indesejáveis é interessante que a organização mantenha 
em seu poder um cadastro atualizado sobre potenciais fornecedores. Assim, poderá em 
pouco tempo ter informações sobre estes e proceder a um julgamento justo sobre as 
alternativas disponíveis para o fornecimento, quando pertinente. Esta condição mínima 
para que uma empresa possa se candidatar a fornecedor denomina-se qualificação. Por 
sua vez, a ordem de prioridade para o fornecimento entre aqueles considerados 
habilitados intitula-se de classificação. 
 
 A fim de evitar abusos, por parte de fornecedores, cada unidade poderá 
formalizar sanções relativas a falhas ou problemas em fornecimentos sucessivos. De 
acordo com a gravidade das falhas (atrasos, trocas no material entregue, faltas nas 
quantidades, etc), podem ser estabelecidos pontos negativos (ou deméritos) e ao total de 
uma quantidade limite de deméritos para um certo intervalo de tempo (20 pontos 
acumulados em um ano, por exemplo) estará, devido a esse conjunto de falhas, proibido 
de concorrer ao fornecimento por um certo período ou, ainda, poderá ser desqualificado, 
o que implicará efetivamente na impossibilidade de fornecimento. Tal providência pode 
ser executada, através do condicionamento de cada fornecimento, à qualificação prévia. 
Uma opção, para tanto, é exigir, quando cabível, a qualificação do pretenso fornecedor 
junto ao Cadastro Geral de Contribuintes do Estado, ou, ainda, junto ao Cadastro de 
Fornecedores do Ministério de Planejamento (Sistema de Cadastramento Unificado de 
Fornecedores - SICAF), que faz parte de um sistema integrado de informações relativas 
a compras disponibilizadas na Internet (www.comprasnet.gov.br). 
 Complementam este sistema o Cadastro de Materiais e Serviços (SICAM) e a 
Divulgação Eletrônica de Compras (SIDEC). 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 21 
 
1.11. CONTRATOS 
 
 
Uma das definições clássicas de contrato é que este “é a convenção estabelecida 
entre duas ou mais pessoas para constituir, regular ou extinguir entre elas uma relação 
jurídica”. Esta definição é bem interessante, porque coloca em poucas linhas a 
orientação sobre todos os elementos que devem constar em um contrato bem elaborado. 
São eles: 
 
1.1. a qualificação das partes envolvidas e de seus representantes legais para 
aquele efeito; 
 
1.2. o objeto – que apresenta a motivação da elaboração do contrato, aquilo que 
deverá ser buscado ou atingido; 
 
1.3. a constituição – que formaliza os interesses de cada uma das partes, a 
duração e os meios necessários para tanto; 
 
1.4. a regulação – que estabelece os direitos e obrigações de cada uma das 
partes em relação ao outro e a terceiros, bem como orientações para a 
resolução de conflitos que, porventura, venham a se estabelecer; 
 
1.5. a extinção – que determina os motivos para o encerramento do contrato, 
seja pelo atingimento de seus propósitos, seja pelo descumprimento dos 
termos da regulação ou, ainda, pela limitação de tempo prevista em sua 
constituição. 
 
 Quando o contrato envolve, como uma das partes, o poder público, este recebe o 
nome de contrato administrativo e se caracteriza pela predominância deste em relação 
às demais partes, face à finalidade do atendimento de interesses públicos. 
 
 O gestor de patrimônio ou o responsável pela elaboração dos contratos 
administrativos, como representante do poder público, no momento da contratação da 
aquisição de bens e serviços, deve sempre considerar que estes contratos têm como 
principais características: 
 
1.6. licitação prévia – visa maximizar a utilização do recurso público (ou a 
seleção da proposta mais vantajosa para o Estado), e que, para tanto, deve 
ser realizado o processo com a respectiva documentação necessária; 
 
1.7. publicidade – dar a mais ampla ciência a possíveis interessados no 
processo de licitação e, também, para caracterizar a transparência e a 
isenção do agente público, em relação a esta, o que garantirá o princípio de 
isonomia de direitos; 
 
1.8. prazo determinado– que todos os contratos tenham um prazo de vigência 
definido, visando criar a oportunidade de novas ofertas ao Estado e, assim, 
otimizar os recursos empregados na contratação, bem como impossibilitar a 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 22 
 
transferência de responsabilidades sobre esta, com o advento da Lei de 
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar 101, de 04/05/2000); 
 
1.9. prorrogabilidade – apesar do que reza o parágrafo anterior, haverá ocasiões 
onde o contrato poderá ser prorrogado, visto que a sua continuidade se 
constituirá como vantagem adicional, através da obtenção de preços e 
condições mais vantajosas. Todavia, tal condição deverá ser prevista 
quando da contratação inicial, assim como limitações de tempo em 
conformidade com o item acima; 
 
1.10. cláusulas exorbitantes – são aquelas que caracterizam a predominância do 
poder público neste tipo de contrato. Entre elas mencionam-se: 
 
1.1. Modificação e rescisão unilateral dos contratos – em nome do 
interesse público, há a possibilidade da alteração das quantidades, 
inicialmente, previstas para o fornecimento, dentro de limites 
previstos na legislação e mesmo do encerramento do anteriormente 
contratado por aquele; 
 
1.2. Fiscalização – compete aos representantes do poder público 
realizar a fiscalização das competências técnica e administrativa dos 
contratados, bem como do próprio fornecimento de materiais e 
serviços. Cabe ressaltar que cláusulas, referentes à fiscalização, 
devem constar do termo de contrato, inclusive quanto à extinção 
deste; 
 
1.3. Aplicação de sanções – decorrente da atribuição de fiscalização, a 
aplicação de sanções representa uma forma de coibir a inobservância 
do acordado, bem como uma forma de educar o fornecedor público a 
respeito dos aspectos constantes neste acordo; 
 
1.4. Ocupações provisórias de móveis e imóveis – prerrogativa 
específica do interesse público face à propriedade privada; 
 
1.5. Inaplicabilidade de exceção de contrato não cumprido – ainda 
que o poder público, por intermédio de seus representantes, não 
cumpra o que cabe a este no contratado, não há de imediato a extinção 
deste. Tal condição obrigaria o fornecedor a arcar com todas as suas 
obrigações independente do fato do poder público cumprir com as 
suas. 
Visando coibir o uso abusivo desta prerrogativa, restrições quanto ao 
fornecimento de materiais e serviços, fazem constar da Lei de 
Responsabilidade Fiscal. 
 
 Entre outras características do contrato administrativo destaca-se a possibilidade 
de ser cobrado do fornecedor, além das exigências formais para a sua qualificação, que 
este apresente ou deposite uma garantia de até 5% do valor do contrato, sendo aceitos 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 23 
 
caução em dinheiro e títulos da dívida pública, bem como seguro-garantia e fiança 
bancária. 
 
 Para a sua efetiva validade, os contratos devem ter seus termos previamente 
publicados, para amplo conhecimento dos interessados, e, após o seu estabelecimento, 
os prazos previstos na legislação, de acordo com o tipo de processo em execução. 
 
 
 
1.12. DO RECEBIMENTO E ACEITAÇÃO 
 
 
 Uma das mais importantes etapas do trabalho do gestor de patrimônio é o 
recebimento dos materiais em sua organização. Para tanto, uma série de pré-requisitos 
devem ser observados. O primeiro deles, diz respeito à competência para este 
recebimento: significa dizer que o gestor de materiais, sozinho ou em equipe, terá 
plenas condições de julgar a conformidade daquilo que lhe é entregue. Este julgamento 
tem duas dimensões: o aspecto quantitativo e o qualitativo, ou seja, as quantidades e as 
características ou especificações do material em recebimento. 
 
Além disso, deve ser observada a regularidade desse material, no que se refere 
aos aspectos fiscais, (documentação emitida pelo fornecedor, nota fiscal ou similar) e à 
compatibilidade do que é entregue com a documentação que originou o pedido 
(licitação, empenho, autorização de despesa etc.). 
 
A fim de evitar julgamentos diferentes para um mesmo produto, por diferentes 
recebedores ou por um mesmo, em datas diferentes, faz-se necessário que se estabeleça 
um procedimento padrão, contendo as formas de inspecionar o material a ser recebido, 
bem como verificar sobre quais os aspectos este deve ser avaliado (pontos de inspeção 
no produto). 
 
A elaboração de uma relação geral sobre os itens a ser verificada evitaria essa 
variação avaliativa, bem como o esquecimento de algum ponto a ser avaliado, tem-se 
mostrado um instrumento adequado. Adicionalmente, justificam-se a elaboração de 
listas de verificação e a sua adoção formal pelos órgãos públicos, vez que permite que o 
conhecimento sobre os materiais possa estar disponível para todos na organização, 
diminuindo a dependência do conhecimento centrado nas pessoas. 
 
Assim, quando o titular de uma função sair de férias ou, por algum motivo, não 
puder exercer suas atribuições, outra pessoa poderá assumi-las, sem maiores perdas de 
desempenho. 
 
Outrossim, a existência de procedimentos escritos servirá de memória técnica da 
evolução desse conhecimento na organização; ou seja, a contínua revisão e redação de 
procedimentos permitirão a melhoria desses a cada nova edição, resultando assim em 
um trabalho mais ágil e eficiente para o gestor de materiais. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 24 
 
 Um dos problemas mais comuns do gestor de patrimônio é a assinatura do 
canhoto de recebimento, sem a prévia conferência das características do produto que 
recebe. Agir dessa forma, a princípio significa atestar a condição do material entregue. 
 
A justificativa mais comum para tal atitude é que, por vezes, a quantidade de 
material a receber é bastante grande, não havendo como verificar a totalidade do 
material entregue. 
 
Porém, algumas providências podem e precisam ser tomadas para a minimização 
de oportunidades de conflitos entre o fornecedor e o recebedor, neste caso, os gestores 
de patrimônio. Uma das medidas mais simples é o estabelecimento de uma norma 
instituindo o recebimento provisório de todos os materiais entregues. É claro que tal 
condição deva ser colocada ao conhecimento dos fornecedores, no respectivo 
documento, que apresenta a necessidade de fornecimento (edital, autorização de despesa 
etc.). 
 
Assim, o gestor de patrimônio poderá ter algum tempo a mais para a verificação 
das condições em que um dado material lhe é entregue. 
 
Vale ressaltar que, também, deve constar da publicação, anteriormente citada, 
que a liberação da autorização de pagamento somente será efetuada após a inspeção 
realizada nesse recebimento provisório. 
 
A fim de que o material em recebimento não seja utilizado, indevidamente, 
enquanto uma parte do lote recebido ainda esteja em verificação, recomenda-se a 
segregação (separação física) dessa parcela do estoque, em uma área reservada, pois que 
o consumo de parte do material entregue poderá implicar na aceitação de todo o lote. 
 
 Igualmente, os materiais que foram recebidos e se verificados que não estão em 
condições de uso, também devem ser segregados e convenientemente sinalizados para 
que não ocorra o seu consumo indevidamente ou, que sejam posteriormente agregados a 
um outro lote que já tenha sido aprovado para o consumo, resultando daí em trabalho 
extra para o gestor de patrimônio e sua equipe. 
 
 Vale afirmar que, quando aplicável, pois nem todos os materiais podem passar 
por recepção provisória, é sempre favorável ao patrimônio a recepção, após a qual, será 
considerado como recebido, em definitivo, o material entregue. 
 
 O local de entrega dos materiais, em regra geral, deve ser o almoxarifado da 
unidade.Todavia, nem sempre será possível fazer o depósito dos mesmos, no referido 
espaço. Neste caso, o gestor de patrimônio deve dirigir-se até o local (canteiro de obras, 
unidade agrícola etc.) para onde o material foi encaminhado e, somente, após a sua 
autorização, é que este deve ser liberado para uso. 
 
 O recebimento dos materiais poderá ser feito pelo almoxarife ou gestor de 
patrimônio, isoladamente, ou com o auxílio de outros profissionais, de reconhecida 
competência técnica ou domínio do conhecimento, sobre as características dos 
materiais, formando assim uma comissão de recebimento. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 25 
 
 
Ressalta-se, então, que não há nenhum desmerecimento em buscar auxílio de 
outros profissionais. Afinal, é praticamente impossível que uma única pessoa detenha 
conhecimentos sobre a totalidade de materiais, que podem ser entregues em um 
patrimônio. Pelo contrário, será sinal de maturidade e consciência profissional, 
reconhecer a importância desse auxílio, quando necessário. 
 
 Deve-se, também, lembrar que existem outras formas de recebimento de 
materiais no patrimônio além das compras regulares, tais como: por cessão, doação, 
permuta, transferências, produção interna e, ainda, pelo pagamento de dívidas para com 
o Estado. Em cada uma dessas situações existirão os documentos pertinentes que 
deverão ser, devidamente, verificados para a carga do patrimônio e a devida atualização 
de seu valor (termo de cessão ou doação, declaração de permuta, guia de remessa ou 
nota de transferência e guia de produção, conforme o caso). 
 
 
 
 
1.13. DA ARMAZENAGEM 
 
 
A armazenagem é demasiadamente importante para a disponibilidade dos 
materiais, em atendimento às demandas. É, através dela, que se busca manter a 
integridade das características dos materiais. Para tanto, se faz necessário que os locais 
reservados para esta função – os almoxarifados – tenham as condições necessárias, ou 
seja, se possível, tenham sido edificados para tal propósito ou adequadamente 
adaptados. Caso contrário, a tarefa de conservar as características dos materiais poderá 
ser prejudicada colocando-os em risco para a finalidade a que se destinam. 
 
Junto à função de armazenar os materiais em um almoxarifado, também cabe ao 
gestor tomar todos os cuidados requeridos para a preservação do patrimônio. Deste 
modo, todas as unidades deverão contar com programas de manutenção e conservação. 
A realização contínua dessas atividades contribuirá para que o patrimônio público seja 
transferido, em boas condições, às gerações futuras. Para que tal expectativa seja 
alcançada, é necessário que o material possa ser, prontamente, localizado no 
almoxarifado; isto é, possa ser identificado dentre os demais, em pouco tempo, o que 
implica a adequada organização dos espaços destinados para este fim. 
 
Os cuidados na armazenagem, que se iniciam com a perfeita localização dos 
materiais, devem-se estender aos aspectos de segurança que, no trato com os materiais, 
assume dois caminhos. 
1.1. O primeiro diz respeito à própria segurança das pessoas, que 
trabalham no almoxarifado, nas atividades de movimentação de materiais, devendo para 
isso serem observadas regras como: materiais pesados devem ser armazenados no piso 
ou nas prateleiras inferiores, visando reduzir a possibilidade de quedas destes, quando 
da sua movimentação; materiais de maior volume serem estocados próximo à entrada 
do almoxarifado, para facilitar a sua retirada; a compatibilidade entre materiais (por 
exemplo, não estocar inflamáveis junto a combustíveis); os cuidados necessários para o 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 26 
 
trato de materiais tóxicos ou venenosos (por exemplo, o uso de equipamentos de 
proteção – luvas, máscaras, botas etc.); existência de material de socorro e um plano de 
ação na ocorrência de acidentes, além de haver pessoal habilitado na equipe para atuar 
em caso de emergência,;existência de uma listagem de substâncias químicas 
armazenadas, contendo sua descrição (composição) e forma de atuação em caso de 
vazamento ou contato acidental; entre outras medidas de segurança para o próprio 
gestor, de sua equipe e de pessoas que, esporadicamente, possam visitar a unidade. 
 
1.2. O segundo aspecto refere-se à segurança das pessoas, que usarão o 
material, após a sua armazenagem. Se o produto for deteriorado, durante uma 
armazenagem inadequada, poderá ocorrer um acidente, quando de seu uso. Por 
exemplo: imaginem o que poderá acontecer com um policial que utilizar munição 
indevidamente armazenada. Do mesmo modo e que acontecerá com escolares, que 
recebam merenda deteriorada? 
 
Diante destas indagações, pode-se afirmar como se torna fundamental a 
observância destes dois aspectos, por parte da equipe de armazenagem. 
 
O gestor de materiais poderá ser responsabilizado pelos danos que possam vir a 
ocorrer por falta de adequada conservação dos materiais. Poderá responder pela perda 
dos materiais em si e pelos danos decorrentes de seu uso em condições deterioradas, o 
que pode ensejar complicações de maior gravidade. 
 
Assim, é dever do gestor de patrimônio exigir condições adequadas para a 
execução das atribuições que lhe competem. 
 
Sintetizando podemos dizer que as atividades do gestor de patrimônio e 
materiais referentes a armazenagem são: 
 
 
 
Atividades de Armazenagem 
 
• Recebimento do material 
• Descarregamento, inspeção e separação 
• Movimentação 
• Segurança 
• Picking 
• Consolidação/quebra/mistura de cargas 
• Paletização 
• Expedição 
• Resolução de problemas de documentação 
• Carregamento 
• Em alguns casos: 
– Embalagem 
– Montagem de kits 
– Controle de temperatura e umidade. 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 27 
 
1.14. SANEAMENTO DE MATERIAL 
 
 
 Ainda é comum nos almoxarifados, das organizações públicas, a presença de 
materiais sem serventia, que foram adquiridos há muito tempo atrás e que, por algum 
motivo, não foram consumidos. Estão lá e representam capital público empatado e que, 
de certa forma, desvaloriza-se dia após dia. Entre as prováveis explicações que se 
podem buscar, para tal descontrole, estão o superdimensionamento de compras e a falta 
de controle físico do material em estoque. 
 
 Quanto ao problema das compras superdimensionadas pode-se apontar, como 
causa fundamental, a falta de planejamento na aquisição de origem diversa. Por outro 
lado, o controle da presença física de materiais na organização, que também contribui 
para o planejamento, não sendo regularmente realizado, também contribui para o 
agravamento da situação acima descrita. São atividades que devem ser executadas em 
conjunto. 
 
 No controle de estoques, uma das falhas mais freqüentes é o fato de os gestores 
de patrimônio, comumente, entenderem que almoxarifado é sinônimo de estoque. 
Assim, acreditam, que a simples verificação dos saldos de materiais, nos almoxarifados, 
representam os estoques destes na empresa. Neste aspecto, reside uma das principais 
origens para o superdimensionamento de estoques. 
 
Almoxarifado é o local reservado para a guarda e a conservação de materiais, ou 
seja, um local que, em princípio, foi estruturado para assegurar o atendimento dessas 
funções. 
 
Estoque, por sua vez, é toda e qualquer presença de materiais na empresa. Deve-
se, inclusive, considerar como estoque os materiais em trânsito, sejam aqueles, que 
estão em processo de recebimento, bem como, os que foram distribuídos para os vários 
setores da empresa e, ainda, não foram consumidos. 
 
Exemplificando-se: como o gestor de patrimônio, em um hotel, deve apresentar 
seu relatório de inventário de materiais ao gerente? Devem-se considerar apenas os 
materiais no almoxarifado central?ou deverá acrescentar a estes, toda a presença de 
materiais similares distribuídos nos quartos, cozinhas, bares e demais dependências do 
hotel? Imagine, então, que alguém deseje levantar as quantidades de bebidas, sendo que 
seus estoques estejam distribuídos pelo almoxarifado central, pelos bares e restaurantes, 
nos frigobares dos quartos, nas copas e também nos carrinhos para reabastecimento do 
quarto. Em quantos locais encontrará “latas” ou “garrafas” de bebidas a contar? As 
quantidades encontradas, em cada um desses locais, representam, em conjunto, o 
estoque de bebidas desse hotel. Se limitasse a verificar apenas as quantidades no 
almoxarifado, estaria cometendo um erro muito grande. E pior, estaria fornecendo 
informações erradas a pessoas, que precisariam de informações confiáveis para a boa 
execução de seu trabalho. Imaginem o prejuízo que o hotel teria caso adquirisse uma 
quantidade de bebidas, pensando que dispusesse, apenas, de uma parte menor do que 
em realidade a tem. De igual forma deve-se pensar o que ocorre com as organizações 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 28 
 
públicas. Esta é uma das funções do gestor de patrimônio público: minimizar os 
desperdícios de recursos, através da aquisição indevida de materiais. 
 
 A atividade de otimizar as quantidades em estoque, verificando-as no seu 
respectivo estado ou condição de uso, chama-se saneamento de material. Visa também, 
à liberação de áreas nos almoxarifados e dos materiais considerados inativos, cujo 
estoque na organização for muito superior às necessidades de consumo, ou seja, o seu 
giro é muito baixo, incorrendo ao risco de que o mesmo perca a sua validade, se 
deteriore ou se torne obsoleto, porque não haverá consumo suficiente para as 
quantidades estocadas. 
 
 Ressalta-se que o gestor de materiais deverá executar, rotineiramente, a 
atividade de classificar em ativos ou inativos os materiais em estoque. Esta atividade é 
de fundamental importância, para o correto planejamento das futuras aquisições. 
 
 
 
 
1.15. CUIDADOS ESPECIAIS 
 
 
 O gestor de patrimônio tem como função primeira manter a integridade do 
patrimônio público, ou seja, preservá-lo. Para tanto deverá realizar ações, visando à 
conservação das características dos materiais, equipamentos e imóveis sob os seus 
cuidados, estruturar programas de conservação de cada um desses bens, observadas as 
particularidades individuais e, também, fornecer subsídios para a tomada de decisão a 
respeito da recuperação dos mesmos, quando a sua funcionalidade puder ser restaurada. 
Tal decisão deve ser orientada, em princípio, pela viabilidade econômica da 
recuperação. 
Serão considerados bens antieconômicos, quando o custo de sua recuperação 
superar 50% de seu valor, depois de recuperado. Entretanto, existem bens, cujos custos 
sobre sua perda podem trazer prejuízos ao patrimônio público, superiores àqueles de sua 
recuperação, por maiores que sejam. É o caso, por exemplo, de bens de valor histórico. 
 
 A responsabilidade do gestor de patrimônio sobre os bens a seus cuidados enseja 
três níveis de obrigações, por danos causados a estes: 
 
1.1. o primeiro é a reposição do bem e da funcionalidade que este 
representa, ou seja, o atendimento da demanda social, a que o bem se destina, deve ser 
mantida sem prejuízo à população; 
1.2. o segundo é a recuperação do bem para assegurar o atendimento da 
demanda; 
 
1.3. o terceiro diz respeito à indenização ou ao ressarcimento do valor que o 
bem representa no patrimônio público. 
 
Deve-se ressaltar que a legislação estabelece essa ordem para as 
responsabilidades do gestor, em relação ao patrimônio que estiver a seu encargo. 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 29 
 
1.16. CONTROLE E RENOVAÇÃO DE ESTOQUES 
 
 
 Após o devido registro do bem no patrimônio, com a respectiva atualização de 
seu valor, cabe ao gestor o contínuo acompanhamento desse material, bem como o de 
seus similares, verificando todos os eventos relativos a estes (entradas e saídas), 
isoladamente ou em conjunto, enquanto pertencentes à organização. 
 
 Esse controle é fundamental para que não ocorram excessos ou falta de materiais 
de qualquer natureza. A otimização da relação, entre a disponibilidade dos materiais e o 
custo desta, também é obtida por esse controle. A compra ou renovação de estoques, 
igualmente, deve ser orientada por seu controle. 
 
 Existem dois métodos básicos de acompanhamento e controle de estoques, 
segundo os quais o gestor realizará avaliações das quantidades disponíveis: 
 
1.1. O método periódico que consiste na avaliação do estoque em intervalos 
regulares de tempo (semanal, mensal, semestral ou outra freqüência apropriada para as 
características do material), independente das movimentações realizadas no período. 
 
Este método tem como vantagem o fato de concentrar a atividade de avaliação 
do estoque em datas únicas, servindo para o planejamento das datas e da duração dessa 
avaliação, bem como para o estabelecimento dos recursos necessários para tanto 
(pessoas e meios). 
 
Todavia, em função da quantidade de itens a serem avaliados (variedade ou 
diversidade), este método pode representar concentração significativa de esforços. Tal 
situação é muito comum, na realização de inventários anuais, quando não houver a 
atualização dos saldos e valores do estoque. Apresenta ainda a desvantagem de dar 
margem a uma maior probabilidade de falta de materiais, vez que estes serão 
verificados apenas em datas fixas. Isto pode sinalizar um grande risco de paralisação 
das atividades da organização, em função da importância do material para os processos 
produtivos desta. 
 
 
A seguir, um demonstrativo para melhor ilustração: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 30 
 
MÉTODO DE CONTROLE PERIÓDICO: 
 
Representação Gráfica: 
 
 Quantidade 
 em estoque 
 
 
 
 
 
 
 
 Tempo 
 
 t1 t2 t3 ( F )
 
 Intervalo entre levantamento dos estoques (t1 = t2 = t3 = ... = tn). 
 
 Os inventários são feitos em intervalos de tempo regulares (constantes), o que 
pode resultar em faltas ( F ) como no intervalo 3. 
 
1.2. O método de controle por níveis de estoques, em que o gestor utiliza, 
como elemento de tomada de decisão, quantidades, que lhe servirão como referências, 
independente de quanto tempo levem para ser atingidas. 
 
 A utilização deste método implica na dispersão de esforços desse controle ao 
longo do período, podendo resultar num elevado número de aquisições e custo de 
compras pela colocação de sucessivos pedidos, o que não ocorre quando do controle por 
períodos fixos. 
A seguir, um demonstrativo para melhor ilustração: 
 
 
 
MÉTODO DE CONTROLE POR NÍVEIS DE ESTOQUE: 
 
Representação Gráfica: 
 Quantidade 
 em estoque 
 
 
 
 ( f ) 
 ( c ) 
 ( b ) 
 
 ( a ) 
 ( d ) ( e ) 
 
 
Gestão de Almoxarifado e Patrimônio 31 
 
 
Legenda: 
(a) – Estoque mínimo ou de segurança. 
(b) – Ponto de pedido. 
(c) – Estoque máximo. 
(d) – Tempo de reposição ou de ressuprimento. 
(e) – Intervalo entre reposições consecutivas. 
(f) – Lote de compras ou de encomenda. 
 
 
 Conclui-se, então, que existem vantagens relativas

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