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TCC ART 253 CLT

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RODRIGO DE ALCÂNTRA MIELLE FINÓCCHIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ART. 253 CLT E AS PECULIARIDADES DE SUA APLICAÇÃO 
 
 
 
 
Trabalho de Curso apresentado como 
exigência parcial, para a obtenção do grau 
no curso de Direito da Universidade de 
Franca. 
Orientador: Prof. Dr. Wendel Luís Rosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FRANCA 
2018 
2 
 
 
RODRIGO DE ALCÂNTRA MIELLE FINÓCCHIO 
 
 
 
 
 
ART. 253 CLT E AS PECULIARIDADES DE SUA APLICAÇÃO 
 
 
 
Orientador: ___________________________________________________ 
 Prof. Dr. Wendel Luís Rosa 
 Instituição: Universidade de Franca 
 
 
Examinador(a): ________________________________________________ 
 Prof. 
 Instituição: 
 
Examinador(a): ________________________________________________ 
 Prof. 
 Instituição: 
 
 
 Franca, ___/___/____ 
 
 
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DEDICO este trabalho a meus familiares e amigos que muito me 
apoiaram nesta caminhada. 
 
4 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AGRADEÇO aos meus pais, que me garantiram tudo e a quem devo a 
vida; aos meus amigos, pois a amizade é um dos pilares da vida; aos 
meus professores, eternos gurus do saber que proporcionaram essa 
escalada. 
 
5 
 
 
RESUMO 
 
FINÓCCHIO, Rodrigo de Alcântra Mielle. Art. 253 CLT e as peculiaridades de sua 
aplicação. 2018. 35 f. Trabalho de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Franca, 
Franca. 
 
Os legisladores trabalhistas tem voltado um foco especial para o trabalho em frigoríficos, uma 
vez que a pessoa que exerce labor neste meio está sujeito à condições peculiares. 
Consequentemente, os trabalhadores se expõe a diversos riscos à saúde, como o frio, os 
movimentos repetitivos em curto espaço de tempo, o uso de ferramentas cortantes, a pressão 
psicológica por produtividade, entre outros fatores que, conjugados, tornam extremamente 
penoso este meio ambiente de trabalho. Assim, valido ressaltar que nossa jurisprudência 
evoluiu bastante, hoje tendo solidez na súmula 438 do TST, a qual reconhece que o 
empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos termos do 
parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara frigorífica, tem direito 
ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da CLT. O presente trabalho abordará 
as especificidades deste tema, notadamente polêmico e carente de maior atenção. 
 
 
Palavras–chave: Frigorífico. CLT. Insalubridade. Dignidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ABSTRACT 
 
FINÓCCHIO, Rodrigo de Alcântra Mielle. Art. 253 CLT e as peculiaridades de sua 
aplicação. 2018. 35 f. Trabalho de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Franca, 
Franca. 
Labor lawmakers have returned a special focus to the work in refrigerators, since the person 
who exercises labor in this environment is subject to peculiar conditions. Consequently, 
workers are exposed to various health risks, such as cold, repetitive movements in a short 
time, the use of cutting tools, psychological pressure for productivity, among other factors 
that, together, make this environment extremely painful of work. Thus, it is worth 
emphasizing that our jurisprudence has evolved considerably, now having solidity in the 
summary 438 of the TST, which recognizes that the employee submitted to continuous work 
in an artificially cold environment, in terms of the sole paragraph of art. 253 of the CLT, 
although it does not work in a cold room, is entitled to the intra-reserved interval provided for 
in the caput of art. 253 of the CLT. This paper will address the specificities of this theme, 
which is especially controversial and lacking in attention. 
 
 
Keywords: Refrigerator. CLT. Unhealthy. Dignity. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 8 
1 APLICAÇÃO DO ART. 253 CLT ........................................................................ 9 
1.1 DOS DIVERSOS CLIMAS DO TERRITÓRIO NACIONAL ............................... 16 
1.1.1 Região Quente.. ....................................................................................................... 17 
1.1.2 Região Subquente .................................................................................................... 18 
1.3.1 Região Mesotérmica ................................................................................................ 18 
2 EFEITOS DO LABOR EM AMBIENTE FRIO A SAÚDE .............................. 18 
3 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE.......................................................... 20 
3.1 AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS – PPRA ......................................... 24 
3.2 DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA ......................................................... 25 
CONCLUSÃO ......................................................................................................................28 
REFERÊNCIAS....................................................................................................................29 
ANEXOS................................................................................................................................30 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A Consolidação das Leis do Trabalho foram um enorme avanço jurídico em 
nosso país, desde a sua promulgação. Seu conteúdo visa a proteção do trabalhador, 
notadamente reconhecido com o elo mais vulnerável da relação de trabalho. Entre as 
premissas de tal diploma jurídico, encontramos harmonia com os princípios constitucionais, 
dentre eles, a proteção da Dignidade Humana. 
Neste norte, o presente trabalho abordará justamente uma das inúmeras 
situações em que se faz mister invocar tal tutela, sendo o tema a situação peculiar dos 
trabalhadores de frigoríficos. 
Primeiramente será explicada a hermenêutica e exegese do artigo 253 do 
diploma jurídico da CLT, bem como sua efetiva aplicação. Posteriormente, toma vez uma 
necessária explanação sobre os climas de nosso país, bem como os seus efeitos à saúde para o 
trabalhador. 
Finalizando, será abordado a tutela em face do salário e seu adicional de 
insalubridade. 
Para o desenvolvimento da pesquisa foi utilizado o método dedutivo-
bibliográfico, realizando-se uma revisão da bibliografia com sistematização e discriminação 
dos livros e demais materiais utilizados. 
Dentre eles, foi definida a bibliografia de livros nacionais, e artigos de sites 
jurídicos da Internet. 
Os processos metodológicos empregados na elaboração da pesquisa foram: 
dogmático jurídico, histórico e analítico sintético. 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
1 APLICAÇÃO DO ART. 253 CLT 
 
Desde os primórdios da população que as evoluções no método de trabalho, bem 
como entre a relação empregado e empregador geram um enorme desequilíbrio social, 
demandando sempre a evolução dos que tem a obrigação de zelar pela segurança e pela 
equidade das partes nas relações de emprego e trabalho, uma vez que a parte hipossuficiente 
da relação empregatícia é o empregado, neste sentido, os legisladores acompanham a 
evolução industrial primando sempre pela segurança e saúde dos obreiros. 
A constante evolução das empresas, buscando sempre oferecer a melhor qualidade 
a menor custo, cria uma série de desafios a serem batidos, otimizando assim a produção 
industrial, bem como a mão de obra empregada, ocorre que essa constante evolução tem seu 
custo, tanto financeiro quanto humano, sendo que devido as pressões e aos cumprimentos de 
metas, os funcionários das empresas estão cada vez mais desenvolvendo enfermidades 
decorrentes do pacto laboral. 
Devido a correria do dia a dia da sociedade, cada dia mais o consumo de 
alimentos congelados e resfriados vem aumentando,
e conforme narrado acima, as empresas 
estão evoluindo na mesma velocidade, pois a grande maioria dos alimentos que consumimos 
passa por este processo para manter sua qualidade. 
A CLT tem por objetivo a proteção ao trabalhador, estando no mesmo patamar os 
órgãos criados para regulamentar certas atividades, deixando assim a cargo dos técnicos em 
Segurança do Trabalho atender a todas as especificações exigidas, satisfazendo as 
necessidades de garantir a saúde e integridade dos trabalhadores, sem perder qualidade e 
produtividade no processo industrial. 
Destarte, a maneira que os órgãos responsáveis desenvolveram para zelar pela 
segurança dos empregados, diante da eterna modernização das empresas tentando assim 
compensar a hostilidade dos ambientes laborais, onde cada vez mais tem o cumprimento 
exagerado de metas e a necessidade de que isso seja feito em menor tempo, degradando assim 
pouco a pouco a saúde do obreiro, foi na forma de pecúnia, indenizando assim os possíveis 
danos que sofrem no dia a dia e que sofrerão no futuro diante da exposição a ambientes 
insalubres de labor. 
O art. 253 da CLT é datado de 1º de maio de 1943, ano da criação do decreto de 
lei nº 5.452, a intenção de sua criação fora a proteção dos funcionários que laboravam em 
frigoríficos, visando a higiene e saúde dos mesmos. 
10 
 
 
Ocorre que, com a evolução do direito do trabalho, referido artigo veio a ser 
questionado pelos operadores do direito, uma vez que o trabalhador que tivesse sua rotina de 
labor em qualquer tipo de ambiente frio dentro dos limites das zonas climáticas de acordo 
com a portaria do Ministério do Trabalho N.º 21, de 26 de dezembro de 1994, que trata o 
parágrafo único do art. 253, mas não especificamente em frigoríficos, tinham seu direito 
tolhido, já que a redação do art. 253 tratava apenas dos trabalhadores que laboravam em 
frigoríficos, sendo assim, o Tribunal Superior do Trabalho, criou a Súmula 438, que nos traz a 
seguinte redação: 
 
O empregado submetido a trabalho contínuo em ambiente artificialmente frio, nos 
termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não labore em câmara 
frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 CLT.
1
 
 
O trabalhador que preencha todos os requisitos da relação de emprego, tais quais, 
subordinação, onerosidade, habitualidade e pessoalidade, além de ter a contraprestação do 
salário, tem garantido o direito ao tempo necessário para o seu descanso, dando assim a 
chance de seu organismo se recuperar da baixa temperatura, satisfazendo então as 
necessidades de seu corpo e diminuindo assim as chances de adquirir alguma enfermidade 
advinda do trabalho, bem como aumentando seu rendimento dentro da empresa. 
Diante dos inúmeros frigoríficos e linhas de produção de produtos resfriados e 
congelados é que foi editada a sumula 438, uma vez que estes trabalhadores estavam 
desprotegidos pela legislação. 
Portanto, o art 253 da CLT, bem como a Súmula 438 do TST, institui a título de 
recuperação térmica uma pausa de 20 minutos a cada 01 hora e 40 minutos de labor contínuo, 
tanto para quem trabalha diretamente no interior de câmaras frias, como para quem faz a 
movimentações de mercadorias de ambiente frio para quente ou quente para frio, e insta dizer 
que tais pausas fazem parte do horário de trabalho do obreiro, computando assim como 
efetiva jornada, e referidos intervalos de recuperação térmica devem ser concedidos fora do 
ambiente de labor do trabalhador, em temperatura ambiente. assim como dispõe a CLT: 
 
Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e 
para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e 
vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, 
 
1
 MARTINS, Sergio Pinto, Comentários às Súmulas do TST, São Paulo: Atlas S.A., 2015. 
11 
 
 
será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado esse 
intervalo como de trabalho efetivo. 
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o 
que for inferior, na primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do 
Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 
12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).
2
 
 
Desta feita, entende-se que a “mens legis” de referido artigo tem como única 
finalidade preservar a saúde do trabalhador trata-se, portanto, de norma de ordem pública. 
A visão de referido parágrafo único, resta incontroverso que não se faz necessário 
que o trabalhador labore em câmaras frigoríficas ou que haja movimentação de mercadorias 
do ambiente quente para o frio, para lhe ser assegurado o intervalo correspondente. 
A intenção do legislador quando da transcrição do parágrafo em comento foi no 
sentido de preservar a saúde dos trabalhadores, aqueles que trabalham em câmaras frigoríficas 
ou aqueles que laboram em ambiente artificialmente refrigerado em graus correspondentes a 
zonas climáticas ali mencionadas. 
Neste sentido têm-se decidido o nosso judiciário, a saber: 
 
TRABALHO REALIZADO EM AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO 
INTERVALO DE RECUPERAÇÃO TÉRMICA DE 20 MINUTOS 
INTERPRETAÇÃO DO ART. 253, PARÁGRAFO ÚNICO, DA CLT AUSÊNCIA 
DE PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS ESTABELECIDOS NO ART. 896, A 
E C, DA CLT. 1. Conforme dispõe o art. 253, caput, da CLT, para os empregados 
que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que movimentam 
mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de uma 
hora e quarenta minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 
minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo. Já o 
parágrafo único desse dispositivo estabelece que se considera artificialmente frio, 
para os fins do presente artigo, o que for inferior, na primeira, segunda e terceira 
zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a 
15ºC (quinze graus celsius), na quarta zona a 12ºC (doze graus celsius), e na quinta, 
sexta e sétima zonas a 10ºC (dez graus celsius). 2. No caso, o Regional deixou claro 
que a Reclamante trabalhava em setor de desossa, no qual a temperatura, conforme 
inspeção judicial, é mantida em patamar inferior a 12ºC, e não usufruía do intervalo 
de 20 minutos a cada uma hora e quarenta minutos de trabalho contínuo. Salientou, 
ainda, que a faixa de temperatura média que compreende o Município de 
 
2
 BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452 de 1 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 
2017. 
12 
 
 
Mineiros(GO), localidade onde a Reclamante laborava, enquadra-se na quarta zona 
climática da Portaria 21/94, que definiu o mapa oficial do MTE a ser observado para 
efeitos de aplicação do parágrafo único do art. 253 da CLT. Assim, concluiu não 
haver dúvidas de que a Reclamante faz jus ao percebimento, como hora extra, do 
tempo destinado ao intervalo não fruído. (TST- RR - 784/2008-191-18-00, 7ª 
Turma, Rel. Juíza Conv. Maria Doralice Novaes, DEJT - 23/10/2009)
3
 
 
INTERVALO INTRAJORNADA PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. CÂMARA 
FRIGORÍFICA. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. ARTIGO 253 DA CLT. 
Segundo o artigo 253 da CLT, o trabalho expendido em câmara frigorífica, local em 
que o ambiente é considerado artificialmente frio, dá ensejo ao intervalo intrajornada 
para recuperação térmica de vinte minutos a cada uma hora e quarenta minutos de 
trabalho contínuo, por tratar de medida que visa preservar a saúde do trabalhador 
submetido habitualmente a baixas temperaturas. De acordo com o parágrafo único 
do artigo 253 da CLT: Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente 
artigo, o que for inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do
mapa 
oficial do Ministério do Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na 
quarta zona a 12º (doze graus), e nas quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus)-
.Segundo a Portaria nº 21/94 do MTE, o Estado de Goiás, local no qual situa-se a 
reclamada, encontra-se inserido na quarta zona climática, onde se considera 
artificialmente frio o ambiente cuja temperatura encontrar-se abaixo de 12ºC. Assim, 
o -setor de desossa-, recinto no qual laborava a reclamante e em que a temperatura 
era mantida abaixo de 12ºC, independente da denominação, deve ser considerado 
como ambiente artificialmente frio, fazendo jus a empregada ao intervalo 
intrajornada previsto no artigo 253 da CLT. Precedentes desta Corte. Recurso de 
revista de que se conhece e a que se nega provimento. (RR-766/2008-191-18-00.1, 
7ª Turma, Rel. Min. Guilherme Augusto Caputo Bastos, DJ-19/6/2009).
4
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. ADICIONAL DE 
INSALUBRIDADE. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. O 
Regional, analisando o conjunto fático-probatório dos autos, consignou que o 
reclamante laborava como "encarregado pela reposição de produtos no setor dos 
frios" e suas atividades consistiam no transporte de produtos das câmaras 
refrigeradas para reposição das gôndolas e freezers de venda do estabelecimento, 
além de realizar a limpeza das câmaras refrigeradas. Ressaltou que, segundo a prova 
 
3
 BRASIL. TST. NOVAES, Maria Doralice. RR- 784/2008-191-18-00, 7ª turma, 23 de outubro de 2010. 
Disponível em https://juris.aasp.org.br/jurisprudencia2/viewdoc?docId=7e9847048e9eb2c61538fd464a1df629. 
Acessado em 17 de setembro de 2018 às 14h22min. 
4
 BRASIL. TST. BASTOS, Guilherme Augusto Caputo. RR- 784/2008-191-18-00.1, 7ª turma, 19 de junho de 
2009. Disponível 
emhttps://juris.aasp.org.br/jurisprudencia2/viewdoc?docId=7e9847048e9eb2c61538fd464a1df629. Acessado em 
17 de setembro de 2018 às 15h05 min. 
https://juris.aasp.org.br/jurisprudencia2/viewdoc?docId=7e9847048e9eb2c61538fd464a1df629
https://juris.aasp.org.br/jurisprudencia2/viewdoc?docId=7e9847048e9eb2c61538fd464a1df629
13 
 
 
pericial, apesar de o reclamante utilizar EPIs, não ficou constatado o seu treinamento 
efetivo quanto ao uso correto e tampouco o gozo de intervalo devido após 1 hora e 
40 minutos de trabalho, nos termos do art. 253 da CLT. Concluiu a Corte de origem, 
à luz das provas oral e pericial colhidas nos autos, estar correta a sentença ao 
reconhecer que o reclamante laborava em ambiente insalubre em grau médio, 
mantendo a condenação ao pagamento do adicional de insalubridade e de horas 
extras relativas ao intervalo para recuperação térmica não concedido. Diante do 
contexto delineado, não se verifica violação direta e literal dos artigos 191 da CLT e 
371 e 479 do CPC/2015 e tampouco contrariedade à Súmula nº 80 do TST. Agravo 
de instrumento conhecido e não provido.(AIRR:8197820155070037, 8ª turma, 
Relator, Min. Dora Maria da Costa, DJ 16/10/2017)
5
 
 
O labor realizado dentro de câmaras frigoríficas é lesivo à saúde do trabalhador, 
não só pelo frio, mas também pela rotina de estar a todo instante tendo seu corpo submetido a 
mudanças de temperaturas entrando e saindo das câmaras, além de que o gás que é utilizado 
para o resfriamento dos ambientes é o gás amoníaco, extremamente prejudicial à saúde. 
Sendo assim, o período de labor correto para que os males causados pelo frio 
sejam amenizados deve ser realizado em um número menor de horas, sob pena de causar 
danos irreparáveis ao trabalhador que está exposto ao agente frio durante seu dia a dia de 
contraprestação, e sendo descumprido as pausas a que se refere o art. 253 o adicional de horas 
extras está caracterizado. 
 
Trabalho em câmara fria, intervalo obrigatório. O obreiro que trabalha em 
antecâmara de estocagem, com ingresso diário no túnel de congelamento, faz jus à 
remuneração como horas extras dos períodos sonegados para repouso a cada uma 
hora e quarenta de trabalho contínuo, em face do choque térmico provocado pelo 
frio artificial (TRT 12ª R., 1ª T., RO 3.041/2001, j. 29-09-01, p.180)
6
 
 
A saúde e higiene do trabalhador estão dentro do tema de proteção ao trabalho 
digno, sendo que é de extrema importância o meio ambiente de trabalho adequado, sendo 
assim aplicadas as normas e medidas de segurança e medicina do trabalho. 
O fundamento quando se fala em condições de trabalho em nosso país, tendo 
como suporte o art. 7, XXII da CF de 1988, onde não deixa dúvidas da intenção do legislador 
 
5
BRASIL. TST. COSTA, Dora Maria. AIRR-8197820155070037, 8ª turma, 16 de outubro de 2017. Disponível 
em https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/510372315/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-
8197820155070037/inteiro-teor-510372438?ref=juris-tabs . Acessado em 19 de setembro de 2018 às 09h57min. 
 
6
 MARTINS, Sergio Pinto, Comentários a CLT. São Paulo: Atlas S.A., 2005. 
https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/510372315/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-8197820155070037/inteiro-teor-510372438?ref=juris-tabs
https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/510372315/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-8197820155070037/inteiro-teor-510372438?ref=juris-tabs
14 
 
 
que nos diz “redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e 
segurança”, estando assim o art. 253 da CLT amparadas pela Carta Magna visando proteger o 
direito social dos trabalhadores e pela lei infraconstitucional específica que regulamente tal 
proteção. 
Consta na CLT, em sua seção XIII, a disposição sobre os labores em ambientes 
insalubres e perigosos, vejamos: 
 
Art. 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por 
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
7
 
 
Conforme pode se observar, a CLT caracteriza uma atividade ou operação 
insalubre quando há a exposição do empregado a agentes nocivos à saúde, acima dos limites 
de tolerância fixados em razão da natureza, intensidade e também do tempo em que se 
permanece exposto a tal agente. 
Portanto o empregado que trabalha em câmaras frigoríficas ou ambiente 
artificialmente refrigerado ou que faz movimentação do ambiente frio para o ambiente quente, 
e que não usufrui da pausa referente ao art. 253 da Consolidação da Leis Trabalhistas, tem o 
direito ao recebimento de adicional de insalubridade. 
Conforme podemos observar a posição do nosso Judiciário: 
 
RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGÊNCIA DA LEI 
13.015/2014. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. NÃO CONCESSÃO DO 
INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA. São sabidos os efeitos do frio 
extremo sobre o corpo humano e do risco potencial à saúde quando a temperatura 
corporal cai abaixo de 36°C, em situações de hipotermia, não somente em face da 
exposição do corpo, como pela inalação do ar gelado. Também é sabido que 
determinadas condições pessoais de saúde tendem a piorar sob o efeito do frio, como 
alergias e problemas vasculares, bem como que há maior probabilidade da 
ocorrência de acidentes de trabalho em ambientes frios. Dessa forma, a NR 15, ao 
estabelecer as atividades e operações insalubres, expressamente dispôs, no Anexo 9, 
que "as atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou 
em locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao 
frio, sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de 
 
7
 BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452 de 1 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. São Paulo: Saraiva, 
2017. 
15 
 
 
laudo de inspeção realizada no local de trabalho".
Tem-se, portanto, que o trabalho 
em situações de frio extremo (como no caso, em que foi constatado trabalho em 
ambiente artificialmente frio, abaixo dos 12°C) importa na caracterização, a priori, 
da referida atividade como insalubre. Entretanto, consoante se observa dos arts. 191 
e 194 da CLT, a eliminação ou neutralização da insalubridade não depende apenas 
do fornecimento de equipamentos de proteção individual, mas também da adoção de 
medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites da tolerância. 
Assim, o legislador, diante da natureza da atividade executada em câmara 
frigorífica, não quis apenas considerá-la insalubre e estipular a possível 
neutralização pelo uso de EPIs adequados. Entendeu ser imperativo que o 
empregado tivesse um período de repouso para que o organismo pudesse se 
recuperar da exposição ao frio extremo. Nesse sentido, o legislador determinou, no 
art. 253 da CLT, que, "para os empregados que trabalham no interior das câmaras 
frigoríficas e para os que movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal 
para o frio e vice-versa, depois de 1 (uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho 
contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte) minutos de repouso, computado 
esse intervalo como de trabalho efetivo". O dispositivo representa medida de saúde, 
higiene e segurança no trabalho que visa garantir condições mínimas de saúde e 
segurança no meio ambiente do trabalho. Tem-se, portanto, que a insalubridade da 
atividade é neutralizada com a utilização de EPIs adequados, mas, no caso da 
atividade em ambiente artificialmente frio, faz-se necessária, ainda, uma pausa de 
vinte minutos a cada uma hora e quarenta de trabalho contínuo. Desconsiderar a 
imperatividade da concessão do intervalo para recuperação térmica como 
mecanismo para eliminar a insalubridade significa fazer letra morta do art. 253 da 
CLT. De fato, no caso específico, são dois os fatores aptos a neutralizar a 
insalubridade, que devem ser aferidos cumulativamente. Dessa forma, no caso de 
atividade desenvolvida em ambiente artificialmente frio, a insalubridade somente 
será eliminada caso haja a utilização de EPIs adequados e a concessão do intervalo 
para recuperação térmica, o que não ocorreu. Recurso de Embargos de que se 
conhece e a que se dá provimento.(RR – 25850-56.2014.5.24.0007, 8ª Turma, Rel. 
Min. João Batista Brito Pereira, DJ. 03/04/2017).
8 
 
Se não bastassem os meios de proteção descritos acima, a OIT, seguindo uma 
linha rígida de proteção ao trabalhador, em convenção aprovada nº 155/81, e posteriormente 
ratificada pelo Brasil, sob o Decreto nº 1254/94, que determina a estratégia e padronização de 
 
8
 BRASIL. TST. PEREIRA, João Batista Brito Pereira. RR-25850-56.2014.5.24.0007, 8ª turma, 03 de abril de 
2017. Disponível em 
http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/resumoForm.do?consulta=1&numeroInt=124852&anoInt=2016 . 
Acessado em 19 de setembro de 2018 às 10h29min. 
 
http://aplicacao4.tst.jus.br/consultaProcessual/resumoForm.do?consulta=1&numeroInt=124852&anoInt=2016
16 
 
 
um plano nacional visando “prevenir os acidentes e os danos para a saúde que sejam 
consequência do trabalho, guardem relação com a atividade profissional ou sobrevenham ao 
ambiente do trabalho”
9
. 
No entanto o art. 253 da CLT é um dispositivo de lei complexo, que ao longo dos 
anos vem sendo aplicado de maneira diversa pelos operadores do direito, tanto os Magistrados 
quanto os advogados, pois a sua aplicação ou não, implica em sansões como os intervalos 
intrajornadas e direito ao adicional de insalubridade, disposto pela portaria MTb n.º 3.214, de 
08 de junho de 1978, dentro da Norma Regulamentadora em seu anexo 9º, que trata do labor 
em ambiente frio. 
Neste diapasão, é que passamos a seguir a aprofundar tais controvérsias, 
analisando os pontos onde os entendimentos entre os operadores de direito geram discussão. 
 
1.1 DOS DIVERSOS CLIMAS DO TERRITÓRIO NACIONAL 
 
O Brasil é um país localizado na América, mais precisamente na América do Sul, 
tendo como sua extensão a totalidade de 8.514,876 (oito milhões quinhentos e quatorze mil 
oitocentos e setenta e seis) quilômetros quadrados, é considerado o quinto maior pais do 
mundo, sendo menor apenas que Estados Unidos, Canadá, China e Rússia, composto por 
26(vinte e seis) estados mais o Distrito Federal. 
Diante de tamanha extensão territorial, o legislador no ato de suas atribuições tem 
em seu caminho uma dificuldade extrema, uma vez que os impactos das regiões climáticas no 
trabalhador que labore em ambientes artificialmente frios podem ser sentidos de maneiras 
diversas de acordo com a localidade onde reside. 
Além de o Brasil ser dividido em estados mais o Distrito Federal, a complexidade 
das diversas áreas espalhadas por nosso país, fez com que ele ainda fosse pormenorizado em 
regiões, de acordo com cada característica, criando assim as regiões Norte, Nordeste, 
Centroeste, Sudeste e Sul. 
Sendo assim, a caracterização para aplicação do disposto no art. 253 da CLT em 
relação a zonas climáticas no Brasil, fora disposto em 1994, pela portaria 21 de 26 de 
dezembro de 1994, dispondo o seguinte: 
 
 
9
 BRASIL, Decreto-Lei nº 1.254, de 29 de setembro de 1994, Lei Complementar, disponível em: 
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/112849/decreto-1254-94, acessado em 06 de abril de 2018. 
https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/112849/decreto-1254-94
17 
 
 
Art. 1º. O mapa oficial do Ministério do Trabalho, a que se refere o artigo 253 da 
CLT, a ser considerado, é o mapa "Brasil Climas'' - da Fundação Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística - IBGE da SEPLAN, publicado no ano de 1978 e que 
define as zonas climáticas brasileiras de acordo com a temperatura média anual, a 
média anual de meses secos e o tipo de vegetação natural. 
Art. 2º. Para atender ao disposto no parágrafo único do artigo 253 da CLT, define-se 
como primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do MTb, a zona 
climática quente, a quarta zona, como a zona climática subquente, e a quinta, sexta e 
sétima zonas, como a zona climática mesotérmica (branda ou mediana) do mapa 
referido no artigo 1º desta Portaria.
10
 
 
Ademais, a distribuição dos setores no mapa (figura 1) fica caracterizado por 
sendo frio artificial o que for inferior a 15.º nas primeiras, segunda e terceiras zonas 
climáticas, 12.º na quarta zona e 10.º nas quintas, sextas e sétimas zonas, dando assim o 
merecido suporte ao parágrafo único do art. 253 da Consolidação das Leis do trabalho. 
Portanto, para a aplicação das pausas referentes ao 253 da CLT, as regiões são 
subdivididas em quente, subquente e mesotérmica sendo separadas pelos seguintes territórios. 
 
1.1.1 Região Quente 
 
1ª zona, conforme mapa (figura 2) composta pela região Norte, englobando os 
estados de: Acre – Rio Branco (AC), Amapá – Macapá (AP), Amazonas – Manaus (AM), 
Pará – Belém (PA), Rondônia – Porto Velho (RO), Roraima – Boa Vistas (RR),Tocantins – 
Palmas (TO). 
2ª zona, conforme mapa (figura 3) composta pela região Nordeste, englobando os 
estados de:Alagoas – Maceió (AL), Bahia – Salvador (BA), Ceará – Fortaleza (CE), 
Maranhão – São Luís (MA), Paraíba – João Pessoa (PB), Pernambuco – Recife (PE), Piauí – 
Teresina (PI), Rio Grande do Norte – Natal (RN), Sergipe – Aracaju (SE). 
3ª zona, conforme mapa (figura 4) composta pela região Centro Oeste, 
englobando os estados de:Distrito Federal – Brasília (DF),Goiás – Goiânia (GO), Mato 
Grosso – Cuiabá (MT), Mato Grosso do Sul – Campo Grande (MS). 
As regiões 1ª, 2ª e 3ª acima mencionadas, consideradas regiões quentes, para a 
aplicação das pausas do art. 253 da CLT devem ter as atividades laborais exercidas em 
temperaturas abaixo de 15.º célsius.
10
 BRASIL, Portaria SSST nº 21 de 26/12/1994, DECRETO, disponível em: 
http://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-21-1994_180693.html, acessado em 28 de maio 2018 as 14:46. 
http://www.normasbrasil.com.br/norma/portaria-21-1994_180693.html
18 
 
 
1.1.2 Região Subquente 
 
4ª zona, conforme mapa (figura 5) composta pela região Sudeste, englobando os 
estados de:Espírito Santo – Vitória (ES), Minas Gerais – Belo Horizonte (MG), Rio de 
Janeiro – Rio de Janeiro (RJ), São Paulo – São Paulo (SP). 
Os estados do Sudeste são integrantes da 4ª região do nosso país, sendo 
considerada uma região subquente, onde é aplicado as pausas referentes a recuperação térmica 
nas atividades exercidas em ambientes artificialmente frio abaixo de 12.º célsius. 
 
1.1.3 Região Mesotérmica 
 
5ª, 6ª e 7ª zona, conforme mapa (figura 6)composta pela região Sul, englobando 
os estados de:Paraná – Curitiba (PR), Santa Catarina – Florianópolis (SC), Rio Grande do Sul 
– Porto Alegre (RS). 
A região Sul, é onde o clima é mais ameno, sendo assim, o limite de tolerância 
para a aplicação das pausas ´previstas no art. 253 da CLT são mais brandos, sendo aplicados 
apenas onde as atividades são exercidas abaixo de 10.º célsius. 
Destarte, um dos fatores para aplicação das pausas de recuperação térmica são as 
regiões onde o labor é exercido, bem como as condições ambientais de cada localidade do 
extenso território brasileiro, definido por zonas como acima mostrado. 
 
2 EFEITOS DO LABOR EM AMBIENTE FRIO A SAÚDE 
 
O ambiente artificialmente frio no qual os obreiros ficam expostos diariamente no 
exercício de suas funções do qual trata o art. 253 da CLT, traz enormes malefícios a saúde do 
trabalhador, pois apesar de devidamente equipado com os equipamentos de segurança e 
concedida as devidas pausas o corpo humano é afetado pelo frio extremo dos locais de 
trabalho em seu todo. 
Sendo assim, o labor em ambientes artificialmente frio além de trazer incômodos 
contribui para diversos fatores ocupacionais, como doenças, acidentes, baixa produtividade, 
tendo em vista que a baixa da temperatura corporal, causa sérios danos ao obreiro, podendo 
ocorrer em alguns casos até acidentes fatais. 
19 
 
 
Os estudos que tratam do labor em ambiente artificialmente frio são poucos, mas 
com o grande crescimento do consumo pelos produtos congelados ou resfriados devido a 
rotina de trabalho cada vez mais extenuantes, pesquisas começam a surgir. 
Apesar dos equipamentos de segurança individuais e coletivos, das pausas para a 
recuperação térmica, da diferenciação das zonas climáticas, das normas regulamentadoras e 
de todos os esforços das autoridades em proteger quem labora em ambientes artificialmente 
frio, os obreiros estão sujeitos a diversas doenças relacionadas a atividade exercida, assim 
como dispões Marcos Paiva de Matos em sua cartilha sobre higiene ocupacional, que são: 
 
 ULCERAÇÕES: ocorrem quando a temperatura do tecido cai abaixo do ponto de 
congelamento e resulta em danos ao tecido. Os sintomas incluem as mudanças de 
cor da pele para o branco ou amarelo acinzentado, surgimento de dores e, 
posteriormente, bolhas. Normalmente, as pessoas acometidas por estas lesões não 
sentem os efeitos, até que alguém as chame a atenção pela palidez de sua pele. 
Geralmente, estas ulcerações ocorrem quando o rosto ou as extremidades são 
expostos ao vento frio. 
 FROSTBITE: corresponde a lesões que atingem predominantemente as 
extremidades, devido à intensa vasoconstrição periférica e à deposição de 
microcristais nos tecidos quando a região exposta entra em contato com 
temperaturas abaixo de -2°C. 
 FENÔMENO DE RAYNAUD: é um dano causado pelo frio, mas pode estar 
associado a outras patologias como esclerose sistêmica. O fenômeno de Raynaud 
também pode ocorrer pela exposição à vibração, em operadores de marteletes 
pneumá- ticos, lixadeiras e outros. 
 PÉ DE IMERSÃO: ocorre em trabalhadores com os pés expostos à água fria ou 
ambientes úmidos, sem a proteção adequada, por longos períodos. 
 ENREGELAMENTO DE MEMBROS: é uma lesão comum causada pela 
exposição ao frio intenso ou contato com objetos extremamente frios. Ocorre 
quando a temperatura do tecido cai abaixo de 0°C. Os vasos sanguíneos podem ficar 
lesados gravemente e de maneira irrecuperável, e a circulação sanguínea pode se 
interromper no tecido afetado. Nos casos mais leves, o sintoma é uma inflamação da 
pele (bolhas), seguida por uma dor leve. A pele enregelada é suscetível à infecção, 
podendo chegar à gangrena. 
 HIPOTERMIA: em ambientes frios, a temperatura interna do corpo geralmente 
não cai mais do que 1°C a 2°C abaixo da temperatura normal de 37°C em virtude da 
facilidade do corpo de se adaptar. No entanto, no frio intenso sem a proteção 
adequada, o corpo é incapaz de compensar a perda de calor, e sua temperatura 
interna diminui. A sensação de frio, seguida de dor nas partes expostas do corpo, é o 
20 
 
 
primeiro sinal de estresse pelo frio. Quando a temperatura do corpo cai abaixo de 
35°C, ocorrem fortes tremores e isto deve ser considerado como aviso de perigo para 
os trabalhadores. Situação pior ocorre quando o corpo fica imerso em água fria 
Conforme o frio aumenta ou o período de exposição se prolonga, a sensação de frio 
e dor tende a diminuir por causa da perda de sensibilidade que o frio causa. Em 
seguida, o trabalhador sente fraqueza muscular e adormecimento. Isto é chamado de 
hipotermia e normalmente ocorre quando a temperatura central do corpo cai abaixo 
de 33°C. Outros sintomas de hipotermia incluem a percepção reduzida e pupilas 
dilatadas. Quando a temperatura do corpo atinge 27°C, o trabalhador entra em coma. 
A atividade do coração pára ao redor de 20°C e, a cerebral, a 17°C. 
11
 
 
O ambiente artificialmente frio é capaz de estressar o organismo humano, 
podendo causar entre outros todos os males acima citados, tendo a hipotermia e ulcerações 
tidas apenas como aborrecimentos, não significando problemas tão graves para o trabalhador, 
mas que devem ser considerados pelo empregador, uma vez que o obreiro acometido de tais 
enfermidades tem sua habilidade motora e desempenho diminuídas e o índice de afastamento 
aumentado, sendo o agente frio uma preocupação constate do empregador mantendo seu nível 
de produção sempre na média. 
 
3 DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE 
 
O Brasil tem como um de seus objetivos descritos na Carta Magna a promoção do 
bem de todos, descrito no art. 3º, IV da Constituição Federal, tendo também garantindo no 
Art. 6º, capítulo que trata dos Direitos Sociais, o direito de todos a saúde, sendo assim, passa a 
ser obrigação do Estado zelar por tal direito, em todos os setores tanto na prevenção, quanto 
no tratamento em si. 
Sendo assim, com o reconhecimento constitucional que a saúde é um direito 
fundamental, o ressarcimento que se busca com o pagamento do devido adicional de 
insalubridade é a perca desse direito ferido pelo labor em ambiente insalubre. 
Alice Monteiro de Barros descreve bem a função social do empregador quando 
contrata um empregado conforme podemos ver abaixo: 
 
Quando o empregado é admitido pelo empregador, leva consigo uma série de bens 
jurídicos(vida, saúde, capacidade de trabalho, etc), os quais deverão ser protegidos 
 
11
 MATOS, Marcos Paiva, Exposição Ocupacional ao frio. Higiene Ocupacional, 
http://www.higieneocupacional.com.br/download/frio-paiva.pdf , acessado em 14 de junho de 2018 as 08:32. 
21 
 
 
por este último, com adoção de medidas de higiene e segurança para prevenir 
doenças profissionais e acidentes no trabalho. O empregador deverá manter os locais 
de trabalho e suas instalações de modo que não ocasionem perigo à vida e à saúde 
do empregado. A falta de saúde do empregado gera a incapacidade, e se decorrente 
de ato ílicito ou de um risco gerado pelas condições de trabalho, a responsabilidade
civil do empregador por dano material e/ou moral é uma técnica utilizada para 
reparar o dano e proteger a incapacidade, independentemente de seguro contra 
acidente feito por ele (art. 7º, XXVIII, CF). Na França, o Direito Penal enriqueceu a 
prevenção nos locais de trabalho, responsabilizando os empregadores criminalmente 
pelas infrações ditas não intencionais.
12
 
 
A lei nº 399/38, decretou que no prazo de 120 dias o ministério do trabalho, 
indústria e comércio, determinasse a classificação das atividades insalubres, criando assim 
uma tabela para aplicação de referido adicional, sendo assim foi publicado a Portaria Nº 
SCM-51 no ano de 1939, classificando as atividades em locais insalubres como mínimo 
médio e máximo, acontece que, ao elaborar tal distinção sobre o trabalho insalubre, referida 
portaria não determinou o valor remuneratório a ser pago a quem exercia atividades 
prejudiciais à saúde. 
Somente em 1940, depois de sancionada a lei 2162/40 em seu art.6º que o valor 
remuneratório a quem exercesse atividade em local insalubre foi instituído, sendo 10% para 
atividades mínimas, 20% para atividades médias e 40% para atividades máximas, baseado no 
salário mínimo, assim como dispõe a súmula 228 do TST: 
 
SÚMULA Nº 228. ADICIONAL DE INSALUBRIDADE. BASE DE CÁLCULO 
O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário mínimo de que 
cogita o art. 76 da CLT , salvo as hipóteses previstas na Súmula nº 17.
13
 
 
Ocorre que, até a publicação da Consolidação das Leis do Trabalho no ano de 
1943, os trabalhos insalubres na qual a Lei 399/38 trazia abrangia apenas grandes indústrias, e 
que desenvolvessem trabalhos extremamentes relacionados a infecções, intoxicações ou 
doenças infectocontagiantes, limitando assim o direito ao recebimento de tal adicional, sendo 
tratado na CLT em seu artigo 192, que diz: 
 
 
12
 BARROS, Alice Monteiro, Curso de Direito do trabalho,10ª edição, São Paulo: LTR, 2016. 
13
Tribunal Superior do Trabalho, SÚMULA Nº 228, disponível em http://www.tst.jus.br/sumulas, acessado em 17 
de setembro de 2018. 
http://www.tst.jus.br/sumulas
22 
 
 
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de 
tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de 
adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 
10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus 
máximo, médio e mínimo.
14
 
 
Após grandes evoluções no campo do direito do trabalho, nos dias atuais o rol de 
atividades insalubres aumentou e muito quanto a sua abrangência, concedendo assim 
adicional de insalubridade a todos os trabalhadores que realmente tenham o direito ao 
recebimento de tal benefício, uma vez que dia a dia sua saúde é sugada pelo agente insalubre 
do seu local de trabalho. 
A definição para insalubridade usada nos dias de hoje é a defenida pelo art. 189 da 
lei 6514/1977, que traz a seguinte definição: 
 
Art . 189 - Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por 
sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.
15
 
 
Estando o empregado exposto a agentes insalubres acima dos limites prejudiciais 
a sua saúde, limites estes que são definidos por, tempo de exposição, gravidade do agente, ou 
de qual natureza advém o mal, este tem o direito a percepção do devido adicional. 
As medidas de segurança e saúde para os trabalhadores que exercem suas 
atividades em locais artificialmente frios é norteada pela Norma Regulamentadora nº 36, que 
determina quais os EPIS ou EPCS que devem ser usados entre outras diretrizes que as 
empresas devem seguir, sendo que, a desobservância dos itens constantes em referida norma 
que darão ao obreiro o direito ao recebimento do adicional de insalubridade. 
Para complementar o direito do pagamento de adicional de insalubridade ao 
obreiro que exerce suas atividades em locais artificialmente frios, a necessidade de uma 
perícia é inevitável, atestando assim seguindo a Norma Regulamentadora nº 15 anexo IX se o 
trabalho é ou não insalubre, sendo determinado pela zona climática onde o trabalhador exerce 
 
14
 SARAIVA, Renato, LINHARES, Ariana, SOUTO, Rafael Tonassi, CLT Completa, 21ª edição, Bahia: Jus 
Podivm, 2018. 
 
15
 BRASIL, Decreto-Lei nº 6.514, de 22 de setembro de 1977, Lei Complementar, disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6514.htm , acessado em 14 de junho de 2018 às 15:29 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6514.htm
23 
 
 
a atividade, bem como se as pausas do art. 253 da CLT e NR 36 são concedidas e se os 
equipamentos de segurança são devidamente fornecidos. 
Os limites de tolerância ao labor em ambientes artificialmente frios é subdividida 
em: 
Labor exercido ao ar livre – tendo como objetivo proteger os trabalhadores que 
laboram na construção civil, no trabalho rural, na conservação de rodovias entre outros. 
Labor exercido em locais fechados – tendo como objetivo a proteção dos obreiros 
que trabalham em câmaras frias diretamente ou intermitentemente. 
Para a constatação do devido adicional de insalubridade em locais fechados, que é 
o objeto deste estudo, é necessária a realização de uma perícia in loco, usando um termômetro 
de bulbo seco, e tendo como parâmetro as diferentes temperaturas descritas no mapa 
fornecido pelo Ministério do Trabalho, uma vez que os efeitos sofridos pelo organismo 
humano é diferente dependendo da temperatura em que há a efetiva troca de calor entre o 
corpo r o meio ambiente. 
 Para a constatação do devido adicional de insalubridade e as normas técnicas a 
serem seguidas na elaboração do laudo pericial, em 1978 fora criada a Norma 
Regulamentadora nº 15, que dispõe o seguinte em seu anexo IX: 
 
As atividades ou operações executadas no interior de câmaras frigoríficas, ou em 
locais que apresentem condições similares, que exponham os trabalhadores ao frio, 
sem a proteção adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de laudo de 
inspeção realizada no local de trabalho.
16
 
 
Depois de realizada a perícia pelo profissional de confiança do Juiz do trabalho, 
será elaborado um laudo, onde constará todas as especificidades dos local de labor do 
obreiro, tais como, o tipo de edificação, ergonomia do labor, horário de trabalho, e quais 
agente insalubre está exposto o trabalhador no seu dia a dia. 
O adicional de insalubridade se caracterizará pela temperatura descrita no art. 253 
da CLT, sendo o que for inferior a 15° célsius na primeira, segunda e terceira zona climática 
do mapa do Ministério do Trabalho, 12° célsius na quarta zona e 10° célsius nas sexta e 
sétima zona, nos locais onde forem constatados temperaturas abaixo do permitido, o uso de 
EPIS e EPCS torna-se obrigatório, bem como as pausas de 20 minutos a cada uma hora e 
 
16
 ANEXO IX, NORMA REGULAMENTADORA Nº 15, Portaria MTb n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, 
disponível em http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15-ANEXO9.pdf , acessado em 15 
de junho de 2018 as 13:40. 
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR15/NR15-ANEXO9.pdf
24 
 
 
quarenta trabalhados, eliminando assim o direito ao recebimento do adicional de 
insalubridade, caso contrário tal verba indenizatória é estipulada no percentual de 20% do 
salário mínimo nacional. 
Complementando a proteção ao trabalhador que labora direto em ambiente frio ou 
faz movimentações entre ambiente frio e quente, a Norma Regulamentadora 29, em seu 
quadro traz os limites máximos de trabalho diários que um obreiro pode
exercer, trazendo os 
seguintes dados. 
 
Fonte: Tabela 1, NORMA REGULAMENTADORA Nº 29, Portaria SSST N.º 53, de 17 de 
dezembro de 1997, disponível em http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR29.pdf 
, acessado em 15 de junho de 2018 as 15:10. 
 
(*) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática quente, de acordo 
com o mapa oficial do IBGE. 
(**) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática sub-quente, de 
acordo com o mapa oficial do IBGE. 
(***) faixa de temperatura válida para trabalhos em zona climática mesotérmica, 
de acordo com o mapa oficial do IBGE. 
Após analisado o tempo de exposição ao frio, após analisado as pausas referentes 
ao art. 253 da CLT, para definirmos com propriedade o adicional de insalubridade, passamos 
http://trabalho.gov.br/images/Documentos/SST/NR/NR29.pdf
25 
 
 
a analisar quais os procedimentos as empresas devem tomar para tentar amenizar ou até 
mesmo neutralizar os riscos advindos dos agentes insalubres. 
 
3.1 AVALIAÇÃO DOS RISCOS AMBIENTAIS – PPRA 
 
As empresas atendendo as necessidades de suas atividades específicas, tem como 
dever a elaboração de um relatório onde deve constar todos riscos inerentes a atividade bem 
como quais os riscos inerentes quanto os futuros, sendo estes riscos, químicos, biológicos e 
físicos, que conforme já demonstrado alhures, tem seu tempo de exposição bem como sua 
intensidade fatores essências para a geração de danos a vida do obreiro. 
De posse do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais, estando os riscos 
devidamente identificados, a empresa então adota medidas necessárias para a neutralização ou 
eliminação dos agentes nocivos a saúde. 
O objetivo principal do PPRA é a eliminação do agente insalubre, sendo esta a 
ordem de preferência, uma vez que eliminado do ambiente de labor o risco de qualquer dano é 
zero, não dependendo da eficácia de outros meios para que o trabalhador seja atingido. 
Caso o objetivo da eliminação dos agentes insalubres do ambiente de labor não 
sejam alcançados, os setores de segurança e higiene do trabalho passam a trabalhar para a 
neutralização dos agentes prejudiciais a saúde, determinando assim medidas a serem adotadas 
pelos trabalhadores tais como o uso de EPIs, pausas, EPCs etc. 
O PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCO AMBIENTAIS, deve ser feito 
todos os anos, tendo em vista que possíveis mudanças podem ocorrer de um para o outro, 
devendo constar cronogramas para as atitudes a serem tomadas, quais são as prioridades, qual 
a estratégia para se atacar essas prioridades, deve ser divulgado a todos da empresa com cada 
qual tendo as metas necessárias a serem atingidas. 
A elaboração de referido documento deve ser feita pelo setor de engenharia e 
segurança do trabalho, bem como o seu cumprimento e a fiscalização sobre as atitudes a 
serem tomadas para a prevenção, eliminação ou neutralização dos riscos ambientais. 
 
3.2 DOS EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA 
 
Toda empresa, na elaboração de seu plano de prevenção de riscos e acidentes, 
considerando que doenças derivadas do ambiente de trabalho são consideradas acidentes de 
trabalho para fins de uma futura ação trabalhista, tem por obrigação o fornecimento de 
26 
 
 
equipamentos de proteção individuais gratuitamente a todos os seus funcionários, desde que 
não seja eliminado o agente insalubre por outras medidas tomadas pelos empregadores. 
Estabelece a NR6, criada pela portaria 3.214 do MTB, que os equipamentos de 
proteção individuais são aqueles que se destinam a zelar pela saúde e protegem o trabalhador 
dos riscos da atividade exercida, sendo utilizados sempre de maneira individual. 
No PPRA de cada empresa consta quais são os equipamentos de proteção 
individual adequado para cada tipo de agente insalubre no qual o trabalhador estará exposto 
no exercício de suas funções, após feita está análise dos equipamentos cabe a empresa 
adquirir, fornecer e treinar seus funcionários para o uso correto de referidos equipamentos. 
Insta ressaltar que além de todos os requisitos acima descritos, é também 
responsabilidade da empregadora a fiscalização quanto ao uso de tais equipamentos de 
proteção individual, sendo de responsabilidade objetiva da empresa caso qualquer tipo de 
acidente ocorra pelo mal uso ou não uso dos EPIs, não importando se todos os outros 
requisitos foram cumpridos, conforme redação da súmula 289 do TST: 
 
Súmula 289 – Insalubridade – Adicional – Fornecimento do aparelho de Proteção – 
Efeito. O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o 
exime do pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que 
conduzam à diminuição ou eliminação da nocividade, dentre as quais as relativas ao 
uso efetivo do equipamento pelo empregado.
17
 
 
Os equipamentos de proteção individuais necessários para a neutralização do 
agente frio devem estar com seus certificados aprovados pelo Ministério do Trabalho em dia, 
os chamados CAs, pois estando com a data de validade vencida sua eficácia é questionável. 
Os EPIs em que os obreiros devem usar no dia a dia de trabalho no ambiente frio 
são, Bota térmica, Meia térmica, , Calça térmica, Blusa Térmica, Japona, Luva térmica, Gorro 
térmico, e devem ser trocados nos períodos de validade sugeridos por cada fabricante, bem 
como anotados em fichas de EPIs individuais de cada funcionário, no qual deve constar a data 
da entrega, qual o CA e qual a data da próxima troca, sendo que na falta de qualquer destes 
requisitos pode implicar na desconsideração das medidas protetivas, ensejando assim o direito 
ao adicional de insalubridade ao trabalhador, senão vejamos: 
 
 
17
 MARTINS, Sergio Pinto, Comentários às Súmulas do TST, São Paulo: Atlas S.A., 2015. 
 
27 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. 1. ADICIONAL 
DE INSALUBRIDADE. O Regional manteve a condenação da reclamada ao 
pagamento de adicional de insalubridade em grau médio à reclamante. Asseverou ter 
o perito concluído que a reclamante faz jus ao adicional de insalubridade de grau 
médio devido ao contato com fezes e vísceras de suínos, sem o uso comprovado de 
EPIs destinados a elidir o referido risco. Consignou que era dever da reclamada 
comprovar a entrega, a substituição e a fiscalização dos EPIs necessários ao 
cumprimento das funções da autora, mas não há nos autos prova de que houve 
entrega de todos eles durante todo o tempo em que a reclamante laborou na empresa. 
Diante do contexto delineado, insuscetível de reexame nesta instância extraordinária, 
a teor da Súmula nº 126/TST, não se verifica violação literal dos arts. 190 e 191 da 
CLT. 2. BANCO DE HORAS. A disposição contida no artigo 60 da CLT estabelece 
a necessidade de licença prévia da autoridade competente em matéria de higiene do 
trabalho como requisito necessário à prorrogação da jornada daqueles empregados 
que exercem atividades insalubres. Trata-se de norma de ordem pública, que 
disciplina direito indisponível do empregado alusivo à medicina e à segurança do 
trabalho e, portanto, insuscetível de flexibilização por negociação coletiva. 3. 
HONORÁRIOS PERICIAIS. O único aresto trazido a cotejo é oriundo do mesmo 
TRT prolator do acórdão recorrido, incidindo no óbice da OJ nº 111 da SDI-1 do 
TST. 4. TEMPO À DISPOSIÇÃO. DENEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO 
DE REVISTA COM FUNDAMENTO NO ARTIGO 896, § 1º-A, I, DA CLT. 
INDICAÇÃO DO TRECHO DA DECISÃO RECORRIDA QUE 
CONSUBSTANCIA O PREQUESTIONAMENTO DA CONTROVÉRSIA 
OBJETO DO RECURSO DE REVISTA. Nos termos do artigo 896, § 1º-A, I, da 
CLT, incluído pela Lei nº 13.015/2014, é ônus da parte, sob pena de não 
conhecimento, "indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o 
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista". No caso, não há 
falar em observância do requisito previsto no art. 896, § 1º-A, I, da CLT, porque se 
verifica que a parte recorrente,
nas razões do recurso de revista, limitou-se a 
transcrever na íntegra o acórdão regional, sem, contudo, destacar especificamente o 
trecho que contém a tese jurídica contra a qual se insurge. Precedente da SDI-1. 
Agravo de instrumento conhecido e não provido.(AIRR – 11549-07.2016.5.18.0103, 
8ª turma, Rel. Min. Dora Maria da Costa, DJ 12/09/2018)
18
 
 
 
18
 BRASIL. TST. COSTA, Dora Maria. AIRR-11549-07.2016.5.18.0103, 8ª turma, 12 de setembro de 2018. 
Disponível em https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/625730203/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-
revista-airr-115490720165180103/inteiro-teor-625730249?ref=juris-tabs# . Acessado em 19 de setembro de 
2018 às 14h17min. 
 
https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/625730203/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-115490720165180103/inteiro-teor-625730249?ref=juris-tabs
https://tst.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/625730203/agravo-de-instrumento-em-recurso-de-revista-airr-115490720165180103/inteiro-teor-625730249?ref=juris-tabs
28 
 
 
Assim sendo torna-se claro todos os requisitos necessários para que as empresas 
eliminem os agentes insalubres do ambiente laboral, bem como neutralizem tais agentes, 
dando assim o devido labor digno aos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONCLUSÃO 
 
É inequívoco que os demais trabalhadores que exercem atividades em frigoríficos, 
ainda que não laborem em ambiente artificialmente frio, estão também submetidos a 
condições muito gravosas à saúde, em razão das particularidades deste meio ambiente de 
trabalho, já descritas supra. 
Diante desse grave quadro, instituições como o Ministério Público do Trabalho 
(MPT), o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e organizações não governamentais 
(ONG’s) vêm desenvolvendo estudos e projetos visando analisar as adversidades deste meio 
ambiente de trabalho e buscar soluções, junto aos empregadores, para minimizar o impacto 
gerado na saúde do trabalhador. 
O tema obteve constante atenção do legislador desde 1943. Neste transcurso de 
setenta anos, o número de categorias profissionais sob o amparo da jornada especial de 
trabalho, ampliou-se das treze originais incorporadas no texto da CLT para trinta e nove na 
atualidade. Este avanço demonstra como a tutela especial zela pela integridade física e mental 
do trabalhador. 
Os avanços tecnológicos no decurso do tempo, desde a promulgação da 
consolidação das leis trabalhistas, trouxeram não apenas a mudança da nomenclatura de 
diversas atividades tuteladas pela norma, mas também afetaram as características inerentes a 
esta, e, portanto, adaptações das disposições sobre jornada especial se fazem necessárias, uma 
vez que a tecnologia caminha muito mais rápido do que a legislação, gerando uma série de 
possíveis situações a serem reguladas. 
A regulamentação se faz premente perante as transformações sociais que afetam 
as atividades sob pena do legislador gerar com a sua demora, a iniquidade entre os direitos 
dos trabalhadores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
MARTINS, Sergio Pinto, Comentários às Súmulas do TST, São Paulo: Atlas S.A., 2015. 
BRASIL. Decreto-Lei nº 5.452 de 1 de maio de 1943. Consolidação das Leis do Trabalho. 
São Paulo: Saraiva, 2017. 
BRASIL. TST. BASTOS, Guilherme Augusto Caputo. RR- 784/2008-191-18-00.1, 7ª turma, 
19 de junho de 2009. 
BRASIL. TST. NOVAES, Maria Doralice. RR- 784/2008-191-18-00, 7ª turma, 23 de outubro 
de 2010. 
BRASIL, Decreto-Lei nº 1.254, de 29 de setembro de 1994, Lei Complementar. 
MATOS, Marcos Paiva, Exposição Ocupacional ao frio. Higiene Ocupacional, 2018. 
BARROS, Alice Monteiro, Curso de Direito do trabalho,10ª edição, São Paulo: LTR, 2016. 
SARAIVA, Renato, LINHARES, Ariana, SOUTO, Rafael Tonassi, CLT Completa, 21ª 
edição, Bahia: Jus Podivm, 2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
ANEXOS 
 
 
Figura 1 – Mapa do Brasil com as divisões por zonas climáticas. 
Fonte: Mapa IBGE Brasil – Climas 1978, 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/map6113.jpg, acessado em 28 
de maio de 2015 as 15:27. 
 
 
 
 
 
 
 
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/mapas/GEBIS%20-%20RJ/map6113.jpg
32 
 
 
 
Figura 2 – Mapa da região norte do Brasil. 
Fonte: MAPA REGIÃO NORTE DO BRASIL, https://www.infoescola.com/geografia/regiao-
norte/ , acessado dia 29 de maio de 2018 as 13:38. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-norte/
33 
 
 
 
 
 
Figura 3 – Mapa da região nordeste do Brasil. 
Fonte: MAPA DA REGIÃO NORDEST DO BRASIL, 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/ , acessado dia 29 de maio de 2018 as 13:45. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-nordeste/
34 
 
 
 
Figura 4 – Mapa da região centro-oeste do Brasil. 
Fonte: MAPA DA REGIÃO CENTRO-OESTE DO BRASIL, 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-centro-oeste/ , acessado dia 29 de maio de 2018 as 
13:52. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-centro-oeste/
35 
 
 
 
Figura 5 – Mapa da região sudeste do Brasil. 
Fonte: MAPA DA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL, https://www.infoescola.com/geografia/regiao-
sudeste/ , acessado em 29 de maio de 2018 as 13:58. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-sudeste/
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-sudeste/
36 
 
 
 
Figura 4 – Mapa da região sul do Brasil. 
Fonte: MAPA DA REGIÃO SUL DO BRASIL, https://www.infoescola.com/geografia/regiao-sul/ , 
acessado em 29 de maio de 2019, as 14:03. 
 
 
https://www.infoescola.com/geografia/regiao-sul/

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