Buscar

Resumo p1

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Ética
O paradigma cartesiano e suas implicações na medicina
Pressupõe que recortar a realidade em suas partes constituintes permitiria estudá-la de modo mais objetivo e assim apreender e explicar a verdadeira natureza dos fenômenos.
Parte do estabelecimento de uma correlação entre o quadro clínico de doentes hospitalizados e os achados anatômicos revelados em seu corpo, depois de morto, pela técnica de necropsia. Este saber médico incorpora, então, uma característica eminentemente anatomoclínica.
O paradigma da integralidade biopsicossocial tem por base o entendimento de que os fatores que afetam o processo saúde-adoecimento são multidimensionais.
A complexidade é sem dúvida, uma das características do novo paradigma cientifico, convocando a uma nova forma de compreender o ser humano e a própria realidade.
Psiconeuroimunologia
Um dos principais campos de estudo a respeito das interações entre o comportamento humano e os sistemas nervoso, endócrino e imunológico, e as relações entre os processos mentais e a saúde.
Paradigma cartesiano (medicina anátomo-clínica):
· visão fragmentada de homem, concepção mecanicista e reducionista
· corpo humano seria concebido à semelhança de uma máquina artificial, tal como a visão de mundo que se instituíra
· dualidades: mente e corpo; entre razão e emoção; entre mundo material e mundo espiritual; entre ser humano e mundo, entre natureza e cultura
· doença: entendida como um conjunto de alterações anatômicas de partes do corpo, e como um ente com vida própria (entidade nosológica)
Paradigma da complexidade (integralidade biopsicossocial-espiritual)
· Ser humano: totalidade biopsicossocial - estado de saúde é inseparável da integração entre essas dimensões
· Visão de homem como um sistema vivo, auto organizado que desenvolve processos cognitivos que articulam e integram seus componentes em uma totalidade que permite identificá-lo como um ente singular
· Os fenômenos de saúde e doença são multidimensionais e interatuantes, complexos e processuais, não se limitam a uma ordem exclusivamente biológica
Religião, espiritualidade e sentido da vida
Todos os conceitos de religião estão vinculados à manifestação de atos de culto, de ritos e de outras formas de expressão religiosa.No “ensinamento/aprendizado”, que se transmite de geração em geração, através da família, da educação e do conhecimento, tem mais cultura que espiritualidade e mais expressão humana que elementos transcendentes. Isso mostra o empobrecimento da vida interior do homem moderno (Mazzarolo, 2011).
A espiritualidade se expressa no amor incondicional e sem limites por aqueles que nos amam e também pelos que não nos amam. O amor é a força motora que nem sempre aparece, mas são visíveis seus resultados. Quando desenvolvemos a espiritualidade, aprofundamos e desenvolvemos nossa fé, a compreensão do cosmos e a sua dimensão existencial (Mazzarolo, 2011).
Espiritualidade
· Individual/subjetiva
· Busca pelo Sagrado
· Não precisa da tradição ou da instituição
· Função (transcendente)
· Condição ontológica (potencialidade do ser)
· Busca por sentido e significado
Religião
· Cultural/coletiva
· Institucionalização do sagrado 
· Institucionalização ou canalização da espiritualidade Diferentes matrizes: tradições monoteístas (judaica, cristã, islâmica); tradições politeístas (hinduísmo, budismo)
· Ação (adesão)
· Condição adquirida
· Adesão a um sistema de crenças/dogmas
Espiritualidade na prática clínica
Por que o clínico deve abordar a espiritualidade do paciente
· Crenças religiosas e necessidades espirituais são comuns entre os pacientes e têm funções distintas
· Crenças religiosas e espiritualidade influenciam as decisões médicas
· Há uma relação entre religião/espiritualidade e saúde física/mental - atividades e crenças religiosas estão relacionadas à melhor saúde e qualidade de vida
· Muitos pacientes gostariam de conversar com seus médicos sobre estes assuntos
· Há uma história precedente para fazê-lo (Médicos que falam sobre as necessidades espirituais não são novidade, tendo raízes na longa história na relação religião, medicina e cuidados de saúde.)
· Não é possível fragmentar o paciente em várias partes como social, biológica, psíquica e espiritual
Quando deve ser abordada a espiritualidade
· Avaliação ambulatorial de um novo paciente
· Internação por descompensação de alguma doença
· Cuidados paliativos
· Pacientes que serão acompanhados pelo mesmo médico
· Na anamnese médica
Quando não deve ser abordada a espiritualidade
· Momentos em que a abordagem pode provocar medo: situações extremas como acidentes, eventos isquêmicos coronarianos e pós-cirúrgicos imediatos.
· Momentos em que a abordagem é desnecessária: pacientes tem um motivo específico para a visita. Exemplos - paciente saudável chega ao consultório para a retirada de uma verruga ou de uma pinta, com resfriado em trabalho de parto, etc (problemas pontuais e de “não adoecimento”)
· Quando não há relação estável (passada e futura) entre paciente e médico e não há razão real para que o médico esteja ciente das crenças espirituais do paciente.
· Quando a pessoa não está a vontade ou não deseja falar sobre o assunto
Como ela deve ser abordada
· Questionário FICA ou HOPE
· A abordagem da religião e da espiritualidade deve ser centrada na pessoa.
· Consideração rotineira e cuidadosa das crenças e práticas religiosas dos pacientes, bem como a sua espiritualidade
· Como componente coleta da história clínica – anamnese
· Médicos não devem usar sua posição profissional para fazer proselitismo de visões de mundo seculares ou espirituais.
· Devem sempre respeitar e serem sensíveis às crenças e práticas espirituais/religiosas de seus pacientes, das famílias e cuidadores de seus pacientes.
· Não existe uma só forma de abordar a espiritualidade, assim como não existe uma forma correta. Muitas vezes, a sua abordagem faz-se de forma natural e tranquila, o que depende das próprias heranças culturais de cada médico.
· Pesquisadores têm criado formas de facilitar a abordagem da espiritualidade para os médicos que ainda possuem dificuldades com o tema – instrumentos
· No caso de pacientes não religiosos, ao invés de focar na espiritualidade, o médico pode perguntar como o paciente convive com a doença; o que promove um significado e propósito à sua vida e quais crenças culturais pode ter impacto no seu tratamento.
F – Fé / crença
· Você se considera religioso ou espiritualizado?
· Você tem crenças espirituais ou religiosas que te ajudam a lidar com problemas? 
· Se não: o que te dá significado na vida?
I – Importância ou influência
· Que importância você dá para a fé ou crenças religiosas em sua vida?
· A fé ou crenças já influenciaram você a lidar com estresse ou problemas de saúde?
· Você tem alguma crença específica que pode afetar decisões médicas ou o seu tratamento?
C – Comunidade
· Você faz parte de alguma comunidade religiosa ou espiritual?
· Ela te dá suporte, como?
· Existe algum grupo de pessoas que você “realmente” ama ou que seja importante para você?
· Comunidades como igrejas, templos, centros, grupos de apoio são fontes de suporte importante?
A – Ação no tratamento 
· Como você gostaria que o seu médico ou profissional da área da saúde considerasse a questão religiosidade / espiritualidade no seu tratamento?
· Indique, remeta a algum líder espiritual / religioso. 
H - Fontes de Esperança (Hope), significância, conforto, força, paz, amor e relacionamento social.
· Quais são as suas fontes de esperança, força, conforto e paz?
· Ao que você se apega em tempos difíceis?
· O que o sustenta e o faz seguir adiante?
O – Religião organizada
· Você faz parte de uma comunidade religiosa ou espiritual? Ela o ajuda? Como?
· Em que aspectos a religião o ajuda e em quais não o ajuda muito?
P – Espiritualidade pessoal e prática
· Você tem alguma crença espiritual que é independente da sua religião organizada?
· Quais aspectos de sua espiritualidade ou prática espiritual você acha que são mais úteis à sua personalidade?
E – Efeitos no tratamento médico e assuntosterminais
· Ficar doente afetou sua habilidade de fazer coisas que o ajudam espiritualmente? 
· Como médico, há algo que eu possa fazer para ajudar você a acessar os recursos que geralmente o apoiam?
· Há alguma prática ou restrição que eu deveria saber sobre seu tratamento médico? 
De que maneira a espiritualidade atua na promoção de saúde das pessoas?
· Efeito “placebo”
· Conexão e pertencimento – sentido da vida, conexão social 
· Bem-estar, ansiedade, dor, conforto e motivação
· Resolução de questões existenciais
· Qualidade das relações humanas
· Os estudos têm demonstrado maior relação entre espiritualidade e religiosidade com a saúde mental, incluindo menor prevalência de depressão, menor tempo de remissão da depressão após o tratamento, menor prevalência de ansiedade e menor taxa de suicídio. Da mesma forma, estudos demonstram uma relação da espiritualidade com melhor qualidade de vida e maior bem-estar geral.
· Autores têm relacionado ainda a espiritualidade com marcadores de imunidade, como interleucinas e marcadores de inflamação como proteína C-reativa. 
Aspectos positivos e negativos da religião na prática clínica
· Positivos
· Redução de comportamentos de risco
· Rede de apoio
· Canalização da função transcendente
· Sentido de pertencimento – adesão
· Bem-estar, ansiedade, dor, conforto e motivação
· Questões existenciais
· Negativos
· Abordagem punitivista da doença (concepção de castigo divino)
· Passividade (atribuição de cura exclusivamente à divindade)
· Dogmas que conflitam quanto às condutas médicas
Fundamentos da Ética: eticidade e moralidade
O estudo dos valores se ocupa de relações entre os seres e o sujeito que os aprecia. Os seres -sejam eles coisas inertes, seres vivos ou ideias -mobilizam nossa afetividade por atração ou por repulsa. Portanto, algo possui valor quando não nos deixa indiferentes. Os valores são, num primeiro momento, herdados.
Moral
· É o conjunto de regras que determinam o comportamento dos individuas em um grupo social
· Sujeito moral é aquele que age bem ou mal na medida em que acata ou transgride as regras morais admitidas em determinada época ou por um grupo de pessoas.
· Principio
· Permanente
· Universal
· Teorica
· Reflexão
· Trata do bem/mal
Ética
· é a reflexão sobre as noções e princípios que fundamentam a vida moral
· Essa reflexão orienta-se nas mais diversas direções, dependendo da concepção de ser humano tomada como ponto de partida.
· Conduta especifica 
· Temporal
· Cultural
· Prática
· Ação
· Trata do certo/errado
Norma jurídica
· A regulação do convívio social, além da ética, faz-se através das normas jurídicas - leis e regulamentos - que, apesar de também tratarem de matéria ética, possuem diferenças marcantes com as normas ético-morais
· Estas possuem um campo de atuação muito mais amplo, adentrando em todas as esferas de relacionamento humano, o que não ocorre com as normas jurídicas.
· Enquanto o comportamento ético requer adesão íntima do indivíduo, convicção pessoal, necessitando que os indivíduos harmonizem de forma livre e consciente, seus interesses com os da coletividade, o Direito não exige convicção pessoal às suas normas, pois elas são obrigatórias, impostas e comportam coerção estatal
· Em uma determinada sociedade podemos encontrar pluralidade de visões e correntes éticas e morais caminhando ao lado da unicidade das normas jurídicas
· Nem sempre o que é legal, inscrito em norma jurídica, deve ser confundido com o que é ético (ex.: o arcabouço jurídico do período de autoritarismo militar)
Deontologia
· Ciência dos deveres
· Constitui um conjunto de normas que indicam como devem se comportar indivíduos na qualidade de membros de determinado corpo sócio-profissional
· Denominada habitualmente de "ética profissional"
· A deontologia diz o que “deve ser” e o que não se pode fazer
· Suas normas começam habitualmente com o verbo “não” – geralmente expressam proibições e impedimentos às ações profissionais (Ex.: o Código de Ética Médica tem 112 artigos iniciados por “é vedado ao médico...”)
Desenvolvimento moral: a constituição do sujeito ético
Ato ético: autonomia, consciência, liberdade e responsabilidade.
O ato ético, ou seja, a tomada de decisões individual, compreende a percepção dos conflitos no âmbito psíquico (emoção x razão) e da condição (adquirida) de nos posicionarmos de forma coerente. Para tanto, o sujeito necessita ter:
· Consciência (crítica e reflexiva, inclui a capacidade cognitiva e intelectual de perceber os conflitos, compreender as regras morais e as consequências dos atos)
· Liberdade (não estar sujeito a coações e coerções que forcem o sujeito a uma determinada escolha)
· Responsabilidade (enquanto capacidade de assumir as consequências das próprias escolhas)
· Autonomia (princípio máximo da ação ética, a autonomia foi definida por Kant como segundo Kant 1724-1804, capacidade da vontade humana de se autodeterminar segundo uma legislação moral por ela mesma estabelecida, livre de qualquer fator estranho ou exógeno com uma influência subjugante, tal como uma paixão ou uma inclinação afetiva incoercível).
Os atos éticos são exclusivos dos seres humanos, realizados por sujeitos éticos. Estes devem ter liberdade de pensamento, sem serem coagidos por forças internas ou externas. Os atos éticos devem ser livres, voluntários e conscientes. Para serem julgados eticamente é preciso que se caracterizem por afetar pessoas, o meio ambiente e/ou à coletividade
A moral, ao mesmo tempo que é o conjunto de regras de como deve ser o comportamento dos indivíduos de um grupo, é também a livre e consciente aceitação das normas. Isso significa que o ato só é propriamente moral se passar pelo crivo da aceitação pessoal da norma.
Mesmo admitindo o caráter histórico e social, a moral não se reduz à herança dos valores recebidos pela tradição, porque já a partir da adolescência o indivíduo desenvolve o pensamento abstrato e a reflexão crítica e tende a se questionar sobre os valores herdados.
Ato moral
· Ato livre, consciente, intencional, mas também solidário
· Solidariedade e a reciprocidade com aqueles com os quais nos comprometemos
· Exigência da responsabilidade
· Ato voluntário
· Desejo x vontade
Responsabilidade
· Responsável é a pessoa consciente e livre que assume a autoria do seu ato, reconhecendo-o como seu e respondendo pelas consequências dele
· Cria um dever
· Comportamento moral, por ser consciente, livre e responsável, é também obrigatório
· O próprio sujeito impõe-se o cumprimento da norma, a obediência à lei livremente escolhida não é coerção, ao contrário, é liberdade
Desejo e vontade
· Desejo não resulta de escolha, porque surge em nós com toda a sua força e exigência de realização
· Vontade consiste no poder de reflexão que antecede a realização ou não do desejo
· Seguir o impulso do desejo sempre que ele se manifesta é a negação da moral e da possibilidade de qualquer vida em sociedade

Continue navegando