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Direito-Constitucional-3

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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
1 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
2 
AÇÃO POPULAR 
Recebe o nome de ação popular um remédio constitucional disponível no ordenamento jurídico brasileiro e 
regulado pela lei 4717 de 29 de junho de 1965. A ação popular está prevista ainda na Constituição de 1988, 
no inciso LXXIII do artigo 5º, onde sua definição é a de uma ação utilizada por qualquer cidadão que deseja 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade que o Estado participe, cuidando ainda da moralidade 
administrativa, do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural, e caso seja comprovada a má-fé, este 
será isento das custas judiciais e do ônus da sucumbência. 
Tal ação tem o objetivo claro de conceder ao cidadão a faculdade de ajuizar ação judicial com o objetivo de 
tutelar direito subjetivo tanto seu quanto de âmbito coletivo. Assim, esta serve para amparar instituições como 
o meio ambiente, o consumidor, bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico e 
qualquer outro interesse difuso ou coletivo e infração da ordem pública. Interesses difusos são aqueles cujos 
titulares são pessoas indeterminadas; já os direitos coletivos são os relativos a grupos, classes ou categorias. 
Ambos são indivisíveis. 
Um aspecto importante da ação popular a ser salientado é que esta possibilita a defesa coletiva, por meio de 
apenas um cidadão legitimado. Para o ajuizamento da presente ação, necessário é que tal cidadão comprove 
estar com seus direitos políticos em conformidade para que seja conferida capacidade processual ao cidadão. 
Tal conceito, porém, não é absoluto, em especial quando analisamos o caso do jovem entre 16 e 18 anos, 
relativamente incapaz. Tal fato não tira deste a legitimidade para a proposição de uma ação popular. 
Historicamente, o inciso 38, do artigo 113, da Constituição de 1934 já trazia tal modalidade, que era exercida 
por um cidadão legitimado. Mas o texto atual costuma ser visto como o mais avançado e abrangente, 
responsável por ampliar tanto subjetiva quanto objetivamente a ação popular. 
A ação popular se mostra um excelente instrumento judicial conferido a todo cidadão. Ele dá a possibilidade 
do indivíduo fiscalizar a atuação dos agentes públicos, evitando possíveis atos lesivos ao patrimônio público, 
à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Este remédio constitucional não se volta ao questionamento de atos sujeitos a controle pela via recursal, 
quando transitados em julgado por ação rescisória. Assim, caso existam meios jurisdicionais próprios para a 
impugnação do ato atacado, este é que será cabível e, não, a ação popular. Além disso, é importante destacar 
que este remédio constitucional busca a anulação de atos lesivos ao patrimônio das pessoas de direito público 
ou de entidades de que o Estado tenha participação. 
 
 
 
Bibliografia: 
Ação popular. disponível em: 
http://www.capitalpublico.com.br/conteudo/foco_no_conceito/default.aspx?Id=05ebae6b-dd06-4054-9975-
099fc9c21917 
http://www.infoescola.com/direito/acao-popular/ 
 
 
 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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A ILEGALIDADE DA COAÇÃO 
OCORRERÁ EM QUALQUER 
DOS CASOS ELENCADOS NO
 ARTIGO 648 DO CÓDIGO DE 
PROCESSO PENAL BRASILEIRO.
ESTÁ PREVISO NO ARTIGO 5º 
DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
NÃO É NECESSÁRIA 
A PRESENÇA DE ADVOGADO OU 
OUTRA PESSOA QUALIFICADA E 
NEM MESMO DE PAPEL 
ESPECÍFICO PODENDO, INCLUSIVE, 
SER ESCRITO À MÃO.
HABEAS CORPUS
www.entendeudireito.com.br
AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA 
PARA O INQUÉRITO POLICIAL, 
O PROCESSO OU A PRISÃO
ABSOLUTA INCOMPETÊNCIA DA 
AUTORIDADE COATORA
PROCESSO 
 MANIFESTADAMENTE NULO
QUANDO HOUVER CESSADO O 
MOTIVO DA COAÇÃO
A LIBERDADE PROVISÓRIA É UM DIREITO E O 
HC É A FERRAMENTA PARA OBTÊ-LA, COM OU SEM FIANÇA
SE ESTIVER 
EXTINTA A PUNIBILIDADE
É UMA AÇÃO DIFERENTE DE 
TODAS AS OUTRAS POIS 
GARANTE O DIREITO 
FUNDAMENTAL À LIBERDADE, 
PREVISTO 
CONSTITUCIONALMENTE. 
POR ESSA RAZÃO, 
PODE SER IMPETRADO 
POR QUALQUER PESSOA
CABIMENTO 
O habeas corpus é uma 
ação constitucional de 
caráter penal e de 
procedimento especial, 
isenta de custas.
VERIFICA-SE AUSÊNCIA DE JUSTA CAUSA QUANDO HÁ ILEGALIDADE 
NO PROCEDIMENTO OU NÃO EXISTEM PROVAS; NESTE CASO, PEDE-SE 
O TRANCAMENTO OU O RELAXAMENTO DA PRISÃO PREVENTIVA.
QUANDO A AUTORIDADE QUE COMETEU A COAÇÃO NÃO É 
COMPETENTE E, AINDA ASSIM, É REALIZADA A PRISÃO, ESTA DEVE 
SER RELAXADA, POIS É ILEGAL.
QUANDO O PROCESSO 
TRAMITA EM JUÍZO 
INCOMPETENTE:
INCOMPETÊNCIA ABSOLUTA
TODOS os atos serão declarados NULOS e o processo será 
remetido ao juízo competente.
INCOMPETÊNCIA RELATIVA
Os ATOS DECISÓRIOS serão declarados NULOS e os ATOS 
INSTRUTÓRIOS serão aproveitados pelo juízo competente.
É PEDIDA A DECLARAÇÃO DA NULIDADE PROCESSUAL PARA QUE O 
PROCESSO SEJA REFEITO À PARTIR DO VÍCIO.
NÃO HAVENDO NECESSIDADE DE MANTER A PRISÃO PREVENTIVA, 
IMPETRA-SE HABEAS CORPUS PEDINDO SUA REVOGAÇÃO.
LIBERDADE PROVISÓRIA NEGADA
INDIVÍDUO PRESO POR MAIS 
TEMPO QUE A LEI DETERMINA
PRISÃO TEMPORÁRIA - Tem prazo fixado por lei. Esgotado o prazo e 
mantido o cárcere, cabe RELAXAMENTO.
PRISÃO DEFINITIVA – Para fazer cumprir benefícios como o LIVRAMENTO 
CONDICIONAL, PROGRESSÃO DE REGIME E INTEGRALIZAÇÃO DO 
CUMPRIMENTO DA PENA, na fase executória.
Impetra-se HC para que seja declarada EXTINTA A PUNIBILIDADE. 
Qualquer procedimento em curso deve ser extinto e a prisão relaxada.
art. 5º, inciso LXVIII/CF
 “conceder-se-á habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se 
achar ameaçado de sofrer 
violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder.”
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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HABEAS CORPUS 
Habeas corpus, em latim, significa: "Que tenhas o teu corpo". É uma garantia constitucional em favor de 
quem sofre violência ou ameaça de constrangimento ilegal na sua liberdade de locomoção, por parte de 
autoridade legítima. 
Tem sua origem na Magna Carta de 1215, imposta pelos nobres ao rei da Inglaterra com a exigência do 
controle legal da prisão de qualquer cidadão. Este controle era realizado sumariamente pelo juiz, que, 
perante os fatos apresentados, decidia de forma sumária sobre a legalidade da prisão. 
O instituto do habeas corpus chegou ao Brasil com D. João VI, no decreto de 23 de maio de 1821: 
“Todo cidadão que entender que ele, ou outro, sofre uma prisão ou constrangimento ilegal em sua 
liberdade, tem direito de pedir uma ordem de habeas corpus a seu favor". 
A constituição imperial o ignorou mas foi novamente incluído no Código de Processo Criminal do Império 
do Brasil de 1832 (art. 340) e foi incluído no texto constitucional na Constituição Brasileira de 1891 (art. 
72, parágrafo 22). 
Atualmente, está previsto no art. 5°, inciso LXVIII, da Constituição Brasileira de 1988 
"conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou 
coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder". 
A ilegalidade da coação ocorrerá em qualquer dos casos elencados no Artigo nº 648 do Código de Processo 
Penal Brasileiro, quais sejam: 
I - quando não houver justa causa; 
II - Quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
III - Quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; 
IV - Quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - Quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; 
VI - Quando o processo por manifestamente nulo; 
VII - Quando extinta a punibilidade 
O habeas corpus é um tipo de ação diferenciada de todas as outras, não só pelo motivo de estar garantida na 
Constituição Federal, mas também porque é garantia de direito à liberdade, que é direito fundamental, e por 
tal motivo é ação que pode ser impetrada por qualquer pessoa, não sendo necessáriaa presença de advogado 
ou pessoa qualificada, nem tampouco de folha específica para se interpor tal procedimento, podendo ser, 
inclusive, escrito à mão. 
É plenamente cabível a concessão de liminar em habeas corpus, tanto na hipótese de habeas corpus 
preventivo, bem como, na hipótese de habeas corpus repressivo. Basta que estejam presentes os requisitos 
do periculum in mora (probabilidade de dano irreparável à liberdade de locomoção) e do fumus boni 
juris (elementos da impetração que indiquem a existência de ilegalidade no constrangimento). 
É importante frisar que, como já se disse, por ser a liberdade direito de suma importância e garantido pela 
Constituição brasileira, os tribunais devem analisá-lo com o maior rigor e agilidade para que nenhum dano à 
pessoa seja causado por atos ilegais ou excessivos. 
Importante ressaltar que a parte que interpõe a ação de habeas corpus não é a que está sendo vítima da 
privação de sua liberdade, via de regra e sim um terceiro que o faz de próprio punho. Como a ação de habeas 
corpus é de natureza informal, pois qualquer pessoa pode fazê-la, não é necessário que se apresente 
procuração da vítima para ter ajuizamento imediato. Ela tem caráter informal. Portanto, a ação tem 
características bem marcantes, a se ver: 
§ Privação injusta de liberdade; 
§ Direito de, ainda que preso por "justa causa", responder o processo em liberdade. 
 
Existem dois tipos de habeas corpus: 
· o habeas corpus preventivo ou salvo-conduto, que ocorre quando alguém, ameaçado de ser privado de 
sua liberdade, interpõe-no para que tal direito não lhe seja removido, isto é, antes de acontecer a privação de 
liberdade, e 
· o habeas corpus propriamente dito, denominado repressivo ou liberatório, quando já ocorreu a "prisão" 
e neste ato se pede a liberdade por estar causando ofensa ao direito constitucionalmente garantido. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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QUESTÃO 01 - (OAB-DF - Dezembro 2004) O habeas corpus: 
a)Destina-se a sanar qualquer coação ilegal, mesmo que para sua demonstração se torne indispensável a 
dilação probatória. 
b) Poderá ser impetrado de ofício pelo juiz, sempre que o ato por ele praticado configurar coação ilegal. 
c) Poderá ser impetrado por qualquer pessoa, inclusive pelo membro do Ministério Público, em favor do réu, 
mesmo sem procuração. 
d) Não é cabível para arguir nulidade processual, pois para esta finalidade o Código de Processo Penal 
destinou as alegações finais e as razões recursais. 
 
QUESTÃO 02 - (Promotor de Justiça - MG - 2006) Quanto ao instituto do habeas corpus é CORRETO 
afirmar: 
a) O princípio da unirrecorribilidade das decisões veda a impetração simultânea do habeas corpus e do 
recurso de apelação para atacar o mesmo ato jurisdicional. 
b) O interessado poderá substituir o recurso extraordinário contra a decisão denegatória do habeas corpus 
pelo Tribunal de Justiça, pelo habeas corpus originário, proposto perante o Supremo Tribunal Federal. 
c) Qualquer pessoa, maior ou menor, natural ou jurídica, nacional ou estrangeira, pode impetrar habeas 
corpus, em benefício próprio ou de terceiro. 
d) Não poderá ser impetrado contra decisões com trânsito em julgado, tendo em vista que contra elas é 
admissível a revisão criminal. 
e) A decisão denegatória de habeas corpus com trânsito em julgado, que declarou não comprovado o direito 
líquido e certo do paciente, faz coisa julgada e obsta a propositura de medida idêntica e com o mesmo 
fundamento de fato e de direito. 
 
QUESTÃO 03 - (Defensor Público - RN - 2006) De acordo com entendimento do Supremo Tribunal Federal 
cabe habeas corpus contra 
a) decisão em processo em que se apura infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
b) decisão que impõe pena de perda de função pública. 
c) decisão em processo de extradição, em que o relator de omite quando a direito estrangeiro. 
d) decisão que impede de prestar fiança, nos casos em que a lei permite. 
 
QUESTÃO 04 - (Promotor de Justiça - SP - 2005) Assinale a alternativa incorreta. 
a) O Habeas Corpus não poderá ser interposto quando houver ameaça de violência ou coação à liberdade de 
locomoção, por abuso de poder ou ilegalidade. 
b) O Promotor de Justiça poderá impetrar ordem de Habeas Corpus. 
c) O Magistrado jamais poderá impetrar ordem de Habeas Corpus em favor de terceiro, mas poderá 
conceder de ofício a ordem no processo que preside. 
d) Não caberá intervenção do Assistente do Ministério Público no processo de Habeas Corpus. 
e) Não se pode conhecer de impetração de Habeas Corpus apócrifa. 
 
QUESTÃO 05 - (Promotor de Justiça - BA - 2001) Em se tratando do universo recursal brasileiro, há 
hipóteses em que cabem simultaneamente duas espécies de recursos, dependendo da natureza e do conteúdo 
da decisão judicial a ser atacada. Num desses casos, o inconformismo da parte admite a possibilidade de 
interposição de concomitância recursal, reunindo um recurso voluntário e um recurso de ofício pelo juiz. 
São as hipóteses de decisões ou sentenças que 
a) concederem mandado de segurança em matéria criminal e concluírem pelo erro judiciário na fixação da 
pena. 
b) impronunciarem o réu e proverem mandado de injunção no crime. 
c) obstruírem o seguimento de recurso interposto e revogarem medida de segurança. 
d) concederem habeas corpus e absolverem sumariamente o réu. 
e) decidirem pela procedência da exceção de suspeição e aplicarem reclusão igual ou superior a vinte anos, 
no Tribunal do Júri. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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QUESTÃO 06 - (Juiz de Direito - MG - 2006) Sobre habeas corpus é INCORRETO afirmar que: 
a) não é cabível contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo em curso por infração 
penal a que a pena pecuniária seja a única cominada. 
b) é a via adequada para questionar medidas constrangedoras, ainda que não vinculadas à liberdade de 
locomoção, como a autorização da quebra de sigilo bancário no bojo do inquérito policial. 
c) não é a via adequada para discutir a concessão da suspensão condicional da pena. 
d) não é via adequada para discussão de condenação baseada em prova ilícita, inclusive de escuta telefônica, 
quando a matéria desafia a visão ampla do conjunto de prova. 
 
QUESTÃO 07 - (Juiz de Direito - PR - 2007) No tocante ao habeas corpus é correto afirmar: 
a) que sua interposição é válida para constrições de liberdade oriundas da esfera cível. 
b) que é cabível em processo por ilícito cuja pena cominada seja unicamente a pecuniária. 
c) que compete ao STJ o julgamento quando interposto contra decisão oriunda da turma recursal de juizados 
especiais criminais. 
d) que é cabível mesmo já extinta a pena privativa de liberdade. 
 
QUESTÃO 08 - (Promotor de Justiça - DF - 2001) Acerca do Habeas Corpus, assinale a opção correta. 
a) A lei determina que o Ministério Público deve emitir seu parecer sobre o caso, tanto no primeiro quanto 
no segundo graus de jurisdição. 
b) Na hipótese de coação imputada a promotor de justiça do Distrito Federal (DF), o Habeas Corpus deve 
ser julgado por uma das varas criminais da circunscrição onde se praticou o indigitado ato ilegal. 
c) Tanto da concessão quanto da denegação do Habeas Corpus pelo juiz de direito, cabe recurso em sentido 
estrito. 
d) É vedado ao tribunal, em recurso interposto exclusivamente pelo Ministério Público para agravar a pena 
imposta ao réu, concederHabeas Corpus, de ofício, para trancar a ação penal. 
 
QUESTÃO 09 - (OAB - RS - 2006/2) Em relação à impetração de Habeas Corpus, assinale a assertiva 
incorreta. (ADAPTADA) 
a) A impetração via fac-símile depende da entrega dos originais dentro do prazo legal. 
b) A impetração por e-mail depende da entrega dos originais dentro do prazo legal. 
c) É possível a impetração por telefone. 
d) Não é possível a impetração por meios eletrônicos. 
 
QUESTÃO 10 - (OAB - SP - Abril - 2006) Sobre Habeas Corpus, é correto afirmar que 
a) ele não serve para declarar a nulidade do processo porque, nesse caso, não há violação à liberdade de 
locomoção.b) sem advogado, impetrar ordem de Habeas Corpus em seu favor. 
c) o impetrante deve ser o paciente. 
d) é expedido salvo conduto quando a ordem for concedida para evitar ameaça de violência ou coação ilegal. 
 
GABARITO 
QUESTÃO 01 - C 
QUESTÃO 02 - C 
QUESTÃO 03 - D 
QUESTÃO 04 - A 
QUESTÃO 05 - D 
QUESTÃO 06 - B 
QUESTÃO 07 - A 
QUESTÃO 08 - C 
QUESTÃO 09 - D 
QUESTÃO 10 - D 
 
http://www.nataliabarroca.com.br/2011/06/questoes-de-concursos-tema-habeas.html 
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Lei do Habeas Data - Lei 9507/97 | Lei nº 9.507, de 12 de novembro de 1997 
Regula o direito de acesso a informações e disciplina o rito processual do habeas data. 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte 
Lei: 
 
Art. 1º (VETADO) 
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que 
sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade 
produtora ou depositária das informações. 
 
Art. 2º O requerimento será apresentado ao órgão ou entidade depositária do registro ou banco de dados e 
será deferido ou indeferido no prazo de quarenta e oito horas. 
Parágrafo único. A decisão será comunicada ao requerente em vinte e quatro horas. 
 
Art. 3º Ao deferir o pedido, o depositário do registro ou do banco de dados marcará dia e hora para que o 
requerente tome conhecimento das informações. 
Parágrafo único. (VETADO) 
 
Art. 4º Constatada a inexatidão de qualquer dado a seu respeito, o interessado, em petição acompanhada de 
documentos comprobatórios, poderá requerer sua retificação. 
§ 1º Feita a retificação em, no máximo, dez dias após a entrada do requerimento, a entidade ou órgão 
depositário do registro ou da informação dará ciência ao interessado. 
§ 2º Ainda que não se constate a inexatidão do dado, se o interessado apresentar explicação ou contestação 
sobre o mesmo, justificando possível pendência sobre o fato objeto do dado, tal explicação será anotada no 
cadastro do interessado. 
Art. 5º (VETADO) 
Art. 6º (VETADO) 
Art. 7º Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou 
banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou 
administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro 
mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
Art. 8º A petição inicial, que deverá preencher os requisitos dos arts. 282 a 285 do Código de Processo Civil, 
será apresentada em duas vias, e os documentos que instruírem a primeira serão reproduzidos por cópia na 
segunda. 
 
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2º do art. 4º ou do decurso de mais de quinze dias 
sem decisão. 
 
Art. 9º Ao despachar a inicial, o juiz ordenará que se notifique o coator do conteúdo da petição, entregando-
lhe a segunda via apresentada pelo impetrante, com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de dez 
dias, preste as informações que julgar necessárias. 
 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, quando não for o caso de habeas data, ou se lhe faltar algum 
dos requisitos previstos nesta Lei. 
Parágrafo único. Do despacho de indeferimento caberá recurso previsto no art. 15. 
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Art. 11. Feita a notificação, o serventuário em cujo cartório corra o feito, juntará aos autos cópia autêntica do 
ofício endereçado ao coator, bem como a prova da sua entrega a este ou da recusa, seja de recebê-lo, seja de 
dar recibo. 
 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o art. 9º, e ouvido o representante do Ministério Público dentro de 
cinco dias, os autos serão conclusos ao juiz para decisão a ser proferida em cinco dias. 
 
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido, o juiz marcará data e horário para que o coator: 
I - apresente ao impetrante as informações a seu respeito, constantes de registros ou bancos de dadas; ou 
II - apresente em juízo a prova da retificação ou da anotação feita nos assentamentos do impetrante. 
 
Art. 14. A decisão será comunicada ao coator, por correio, com aviso de recebimento, ou por telegrama, 
radiograma ou telefonema, conforme o requerer o impetrante. 
Parágrafo único. Os originais, no caso de transmissão telegráfica, radiofônica ou telefônica deverão ser 
apresentados à agência expedidora, com a firma do juiz devidamente reconhecida. 
 
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. 
Parágrafo único. Quando a sentença conceder o habeas data, o recurso terá efeito meramente devolutivo. 
 
Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o Presidente do Tribunal ao qual competir o conhecimento do 
recurso ordenar ao juiz a suspensão da execução da sentença, desse seu ato caberá agravo para o Tribunal a 
que presida. 
 
Art. 17. Nos casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos demais Tribunais caberá ao relator a 
instrução do processo. 
 
Art. 18. O pedido de habeas data poderá ser renovado se a decisão denegatória não lhe houver apreciado o 
mérito. 
 
Art. 19. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas-corpus e 
mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se 
seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator. 
Parágrafo único. O prazo para a conclusão não poderá exceder de vinte e quatro horas, a contar da 
distribuição. 
 
Art. 20. O julgamento do habeas data compete: 
I - originariamente: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do 
próprio Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; 
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos; 
 
II - em grau de recurso: 
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos 
Tribunais Superiores; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais; 
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c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva 
Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; 
 
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição. 
 
Art. 21. São gratuitos o procedimento administrativo para acesso a informações e retificação de dados e para 
anotação de justificação, bem como a ação de habeas data. 
Art. 22. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 12 de novembro de 1997; 176º da Independência e 109º da República. 
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO 
Iris Rezende 
Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 13.11.1997 
http://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/104085/lei-do-habeas-data-lei-9507-97ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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MANDADO DE INJUNÇÃO 
O Mandado de Injunção é inovação criada a partir da Constituição Federal de 1988, o qual encontra-se 
inserido na Magna Carta no artigo 5°, inciso LXXI, sendo assim conceituado por Silva: 
"Assim, o mandado de injunção vem a se constituir em um instituto que tem por fim antecipar a 
regulamentação de determinadas diretrizes esparsamente consagradas pela norma constitucional, solicitadas 
judicialmente por necessidade concreta, desde que seja indispensável ao pleno exercício de direitos e 
liberdades previstas na Lei Maior, especialmente àquelas atinentes à nacionalidade, à soberania e à 
cidadania." (1993, p. 55) 
Duarte define desta forma o remédio: 
"É medida processual especial, ação constitucional, que suscita o controle sobre atuação omissiva de órgãos 
de quaisquer Poderes, inclusive do próprio Judiciário, assegurando eficácia a direito público subjetivo 
emanado da Constituição, desde que "a falta de norma regulamentadora", como ali está expresso, "torne 
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à 
soberania e á cidadania". (1991, p. 131). 
Desta forma, é de perfeita inteligência que o mandado de injunção é o remédio constitucional que tem por 
objetivo satisfazer um direito, liberdade ou prerrogativa constitucional, inviabilizado por falta de 
regulamentação, ou seja, destina-se a suprir omissão legislativa, a qual obstaculiza a fruição plena de direito 
previsto na Constituição. 
 
Diferenças entre mandado de injunção e ação direta de inconstitucionalidade por omissão 
As diferenças entre os dois institutos merecem um capítulo à parte, posto que, à primeira vista, pode perecer 
que ambos possuem a mesma finalidade, ou semelhanças entre seus elementos. Porém, guardam entre si, 
diversas diferenças, o que é perfeitamente passível de verificação. 
A inconstitucionalidade por omissão está prevista no art. 103, § 2° da Constituição Federal, a qual constata a 
omissão legislativa e notifica o órgão competente para que supra essa deficiência legislativa no prazo 
estabelecido em lei.Uma das diferenças entre os dois institutos é bem observada por Maciel, e é relativa à 
competência: "Ao Supremo Tribunal Federal cabe, com exclusividade, processar e julgar o pedido feito 
pelos órgãos ou pessoas legitimadas nos incisos I a IX do art. 103 quando se tratar de inconstitucionalidade 
por omissão(...) Quanto ao outro instituto – o mandado de injunção – tudo vai depender do órgão que estiver 
constitucionalmente ou legalmente encarregado de elaborar as normas(...)"(1989, p. 127) 
Portanto, há uma notável diferença entre o foro competente para o ajuizamento da ação de 
inconstitucionalidade por omissão – exclusivamente o Supremo Tribunal Federal – e o foro de competência 
para o ajuizamento do mandado de injunção, para este podendo ser qualquer dos tribunais previstos em lei, 
ficando na dependência de qual for a autoridade ou órgão encarregado de legislar acerca do caso 
concreto.Outra diferença é assinalada por Bastos, relativo a sujeição ativa: "A ação de inconstitucionalidade 
por omissão só pode ser proposta pelas pessoas ou entidades arroladas no art.103 da Constituição Federal, 
enquanto o mandado de injunção pode ser ajuizado por qualquer pessoa que se sinta impedida de exercitar 
um direito constitucionalmente assegurado pela falta de norma regulamentadora que viabilize o exercício 
desse seu direito." (1998, p. 245). Oliveira também observa acerca da legitimidade, atentando quanto ao 
Mandado de Injunção: "A essa garantia constitucional terá acesso qualquer cidadão, competindo ao Poder 
Judiciário emitir a regulamentação omitida". (1988, p. 59). A sujeição ativa, na inconstitucionalidade por 
Omissão, é restrita, segundo ainda, Oliveira: "A legitimidade para a proposição foi delimitada a 
determinadas autoridades, órgãos ou entidades (exemplo: Presidente da República, Conselho Federal da 
OAB, Partido Político, Confederação de Sindicatos etc.)". (1988, p. 60) 
Ante o exposto, notória é a distinção entre o sujeito ativo do mandado de injunção, a saber, qualquer pessoa 
que seja titular do direito obstaculizado, e o sujeito ativo da inconstitucionalidade por omissão, o qual é, 
restritivamente, determinadas autoridades, órgãos ou entidades, especificamente apontados em lei. 
Relativamente aos efeitos da sentença, há uma distinção observada por Silva Filho: "O âmbito da 
inconstitucionalidade por omissão cinge-se à manutenção da ordem jurídica; coibir a inércia do Poder 
Público, figurada no descumprimento in abstracto (pois não há lesão a direito individual ou coletivo) de 
regra constitucional de proceder(...) Tem, por conseguinte, efeito erga omnes." (1991, p. 101). Acentua, o 
mesmo autor, quanto ao mandado de injunção: "O âmbito de atuação do mandado de injunção circunscreve-
se à proteção de direitos individuais ou coletivos. Por ele, o titular de uma situação jurídica concreta tem 
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viabilizado o exercício de direito, liberdade ou prerrogativa que lhe fora obstado. Já que há lesão, tem efeito 
inter partes. Incidente somente entre as partes." (1991,p. 101) 
Bastos ensina sob a mesma ótica: "Outra distinção é quanto aos efeitos da decisão proferida que, na ação de 
inconstitucionalidade por omissão, são erga omnes e, no mandado de injunção, são inter partes". (1998, p. 
245) 
Assim, tem-se que, no tocante aos efeitos da sentença, clara é a diferença entre os dois institutos, 
posto que, os efeitos da sentença do mandado de injunção têm efeito inter partes, por cuidar de 
caso concreto e lesão a direito constitucionalmente previsto, ao passo que, os efeitos da sentença 
da ação de inconstitucionalidade por omissão têm efeito erga omnes, pois trata-se de 
descumprimento in abstracto, sem referir-se a caso concreto de lesão a direito individual ou 
coletivo. 
 
 
 
 
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O mandado de segurança é mecanismo processual – uma ação ou remédio constitucional – que 
deve visar a proteger qualquer direito diferente do de liberdade e do de acesso às próprias 
informações efetivamente violado (ou que o cidadão tenha, com razão, receio de que venha a ser 
violado) por uma autoridade pública ou por uma pessoa que esteja na atribuição de um poder 
público, como, por exemplo, diretores da Anatel, do Detran, do INSS ou até mesmo de um 
Hospital Público ou, segundo frequentes interpretações judiciais, de um diretor de instituição 
particular de ensino. É, portanto, um meio pelo qual os cidadãos podem acionar o judiciário para 
que se manifeste sobre suposta violação ou ameaça de violação de interesses que interpretam 
como “seus direitos”, em decorrência de atuação de determinadas autoridades. O que se entende 
por “autoridade” no contexto do mandado de segurança? Nos termos da lei (12.016 de 2009), as 
“autoridades” em face de quem se propõe um mandado de segurança são denominadas como 
autoridades coatoras: são aquelas autoridades acusadas de praticar atos ilegais ou com abuso de 
poder de que venha a decorrer violação ou ameaça de violação a direito chamado líquido e certo. 
Entende-se, frequentemente, nos foros e tribunais, que a petição inicial do Mandado de 
Segurança deve indicar o presidente do órgão ou entidade administrativa e não o executor 
material da determinação normativa ou administrativa que se pretende atacar. Nessa 
interpretação, a autoridade coatora não se confunde com o concreto agente público que praticou 
o ato ou proferiu a decisão que se pretende impugnar. Trata-se, antes, do agente público que 
detém poder de decisão para anular o ato contra o qual se manifesta aquele que vai ao judiciário 
ou que detém poder para suprir omissão que o cidadão interprete como lesiva de “seu direitolíquido e certo”, não se confundindo, portanto, com o mero executor.” Assim, por exemplo, na 
impugnação de um indeferimento de inscrição em concurso público para provimento de cargo de 
procurador da República, figura como autoridade coatora o procurador-geral da República. 
Requisitos legais a serem avaliados para a proposição de mandado de segurança Além de que a 
violação ou ameaça de violação do direito em questão decorra da atuação de autoridade pública 
ou agente a ela comparável, exige-se ainda, para que se possa utilizar um mandado de 
segurança, que odireito em disputa seja líquido e certo. Mas o que quer dizer “direito líquido e 
certo”? De modo simplificado, isso significa, segundo difundida interpretação, a princípio, que se 
exige que este “direito” alegado deve estar previsto em “lei” e que possa ser demonstrado 
mediante prova pré-constituída. Em processo judicial de mandado de segurança não se aceita 
produção de provas em juízo (os juristas dirão que não se costuma admitir dilação probatória). 
Exige-se que a titularidade do direito seja provada de antemão, por meio de documentos que 
serão anexados à petição inicial dirigida ao juiz, que deve estar em condições de, com base nas 
provas que lhes são apresentadas, decidir prontamente sobre a ocorrência ou não de um ato de 
violação de direito líquido e certo (ou sobre a clara possibilidade de que tal violação venha em 
breve a ocorrer). Quem pode mover um mandado de segurança? Qualquer cidadão pode mover 
um mandado se segurança perante o judiciário. Também se admite que pessoas jurídicas, como 
associações e sociedades empresárias, possam fazer uso deste remédio constitucional, não 
importa se públicas ou privadas. Exige-se, para que o pedido seja acolhido, que o 
paciente/impetrante esteja em condições de convencer o juiz de que é titular/possui “direito 
líquido e certo” efetivamente tolhido pelos poderes públicos constituídos ou sob ameaça de vir a 
ser, mediante atuação ilegal ou abuso de poder. No jargão dos juristas, quem move mandado de 
segurança passa a ser chamado de paciente ou impetrante. A autoridade em face da qual a ação 
é movida se designa autoridade coatora (como já mencionado). Há algum prazo para a 
propositura de mandado de segurança? O cidadão tem o prazo de 120 dias para requerer 
mandado de segurança, que são contados a partir da data em que ele poderia tomar 
conhecimento do ato que, segundo ele, viola/nega seu alegado direito. 
Embora os termos expressos da legislação pertinentes sugiram que o prazo deverá ser contado “a 
partir da ciência do interessado do ato”, costuma-se compreender que a contagem se dá a partir 
do momento em que, pode-se demonstrar, torna-se possível ao cidadão conhecer o ato (a partir 
da publicação do ato em questão no Diário Oficial, por exemplo). Se não fosse assim, o prazo 
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4 
dependeria exclusivamente da vontade do cidadão de buscar informações acerca de seus direitos, 
permanecendo indefinidamente em aberto. Alguns limites a serem observados Não se pode, nos 
termos da lei, mover mandado de segurança contra: a) ato de autoridade pública em face do qual 
ainda seja possível mover recurso administrativo com efeito suspensivo (recurso que impede que 
o ato tenha efeito até novo julgamento); b) decisão judicial em face da qual ainda seja cabível 
recurso com efeito suspensivo; c) contra decisão judicial já transitada em julgado (decisão em 
face da qual não cabe mais qualquer recurso). Situações típicas Duas situações muito recorrentes 
em que se faz uso do mandado de segurança são a de aprovados em concursos públicos que 
terminam por não ser empossados e a de pacientes que precisam receber medicamentos não 
disponibilizados pelo SUS (Sistema Único de Saúde). a) Mandados de segurança em concursos 
públicos Trata-se de casos em que a autoridade em face da qual se move o mandado de 
segurança é o ente público realizador do concurso. Entende-se, com freqüência, que ainda que o 
órgão que realizou o concurso tenha condicionado a nomeação à disponibilidade orçamentário-
financeira, a nomeação para o cargo configura direito líquido do candidato aprovado no concurso. 
No caso de candidatos aprovados por causa de desistência ou exclusão por falta de requisitos de 
uma pessoa aprovada, o direito também costuma ser reconhecido, desde que a referida 
desistência tenha ocorrido antes da expiração do concurso (antes de atingido o prazo de validade 
do concurso). b) Mandado de segurança e acesso a medicamentos Já no caso de medicamentos, 
quando a autoridade pública em questão costuma ser o secretário de saúde do Estado ou 
Município em questão, são ainda mais diversificados os posicionamentos judiciais. Alguns juízes 
concedem mandados de segurança para finalidade de determinação de fornecimento de 
medicamentos pelas autoridades públicas ao impetrante. Outros rejeitam em massa este tipo de 
mandado de segurança. Os mesmo juízes podem mostrar entendimentos diversos de acordo com 
as especificidades do caso e com suas próprias convicções. O Supremo Tribunal Federal irá, por 
exemplo, julgar em breve caso em que paciente com problemas no coração (miocardiopatia 
isquêmica) pede que o Estado do Rio Grande do Norte arque com os custos de medicamentos de 
caros necessários ao seu tratamento. Nestes casos, discute-se se é melhor para o Estado pagar 
caros medicamentos para as relativamente poucas pessoas que o requisitam por meio do 
judiciário ou não arcar com os custos de tais medicamentos diante de pedidos individuais trazidos 
aos tribunais, reservando seus recursos para o desenvolvimento coordenado de Políticas Públicas 
na área de Saúde. Além disso, é discutido se os juízes do judiciário, que não são eleitos, teriam 
legitimidade para tomar decisões que envolvem alocação de recursos públicos ou se este tipo de 
decisão deve ser tomado somente por representantes diretos do povo: debate que costuma 
descambar para a discussão do chamado “ativismo judicial”, em que se problematizam os limites 
da atuação do judiciário na “criação de normas jurídicas”. Em 2004, estudantes da Faculdade de 
Direito da USP concluíram pesquisa que mostrava que entre janeiro de 1997 e junho de 2004 os 
autores de pedidos para remédios para o tratamento para AIDS, envolvendo decisões do Tribunal 
de Justiça de São Paulo, recebiam os medicamentos solicitados em 85% dos casos – índice 
altíssimo de sucesso judicial, que provoca discussões, uma vez mais, sobre as vantagens e 
desvantagens de intervenções judiciais em matéria de políticas públicas. Discute-se se não se 
estaria promovendo, nesses casos, uma espécie de efeito Robin Hood às avessas. O acesso ao 
judiciário é, na prática, limitado, na medida em que custoso. Assim, as parcelas mais vulneráveis 
da população, que talvez sejam as que mais necessitam de medicamentos, não são beneficiadas 
pelas decisões judiciais em questão, de modo que tais decisões representariam uma interferência 
negativa na distribuição de recursos públicos escassos: tirando dos mais pobres para dar aos não 
tão pobres assim. Mas este é tema para outro post. Mandado de segurança coletivo Tem-se ainda 
no Brasil o mandado de segurança coletivo, que pode ser proposto por: a) partido político com ao 
menos um deputado federal ou senador eleito, e b) organização sindical, de classe ou outra 
associação legalmente constituída que esteja em funcionamento há mais de um ano para 
defender direitos líquidos e certos que pertençam a todo um conjunto ou classe de pessoas. 
Fontes: Constituição Federal, Art. 5º, LXXIX e LXXX Lei 12.016/09 (lei do Mandado de Segurança) 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
5 
PET-FD-USP, “O Judiciário e as políticas públicas de saúde no Brasil: o caso AIDS”, 2004. STF, 
Repercussão Geral no RE (Recurso Extraordinário) 566471/RN STJ, RMS (Recurso em Mandado de 
Segurança) 36916 / SP Bernardo Pereira 
 
http://www.direitodireto.com/mandado-de-seguranca-a-defesa-dos-direitos-dos-cidadaos-contra-os-poderes-publicos/LEI Nº 12.016, DE 7 DE AGOSTO DE 2009. 
Disciplina o mandado de segurança individual e coletivo e dá outras providências. 
 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas 
data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de 
sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 
§ 1o Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os representantes ou órgãos de partidos políticos e os 
administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de 
atribuições do poder público, somente no que disser respeito a essas atribuições. 
 
§ 2o Não cabe mandado de segurança contra os atos de gestão comercial praticados pelos administradores de empresas 
públicas, de sociedade de economia mista e de concessionárias de serviço público. 
 
§ 3o Quando o direito ameaçado ou violado couber a várias pessoas, qualquer delas poderá requerer o mandado de segurança. 
 
Art. 2o Considerar-se-á federal a autoridade coatora se as consequências de ordem patrimonial do ato contra o qual se requer o 
mandado houverem de ser suportadas pela União ou entidade por ela controlada. 
 
Art. 3o O titular de direito líquido e certo decorrente de direito, em condições idênticas, de terceiro poderá impetrar mandado de 
segurança a favor do direito originário, se o seu titular não o fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando notificado judicialmente. 
 
Parágrafo único. O exercício do direito previsto no caput deste artigo submete-se ao prazo fixado no art. 23 desta Lei, contado da 
notificação. 
 
Art. 4o Em caso de urgência, é permitido, observados os requisitos legais, impetrar mandado de segurança por telegrama, 
radiograma, fax ou outro meio eletrônico de autenticidade comprovada. 
 
§ 1o Poderá o juiz, em caso de urgência, notificar a autoridade por telegrama, radiograma ou outro meio que assegure a 
autenticidade do documento e a imediata ciência pela autoridade. 
 
§ 2o O texto original da petição deverá ser apresentado nos 5 (cinco) dias úteis seguintes. 
 
§ 3o Para os fins deste artigo, em se tratando de documento eletrônico, serão observadas as regras da Infra-Estrutura de Chaves 
Públicas Brasileira - ICP-Brasil. 
 
Art. 5o Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 
 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; 
 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
Parágrafo único. (VETADO) 
 
Art. 6o A petição inicial, que deverá preencher os requisitos estabelecidos pela lei processual, será apresentada em 2 (duas) vias 
com os documentos que instruírem a primeira reproduzidos na segunda e indicará, além da autoridade coatora, a pessoa jurídica 
que esta integra, à qual se acha vinculada ou da qual exerce atribuições. 
 
§ 1o No caso em que o documento necessário à prova do alegado se ache em repartição ou estabelecimento público ou em poder 
de autoridade que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por ofício, a exibição desse 
documento em original ou em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão 
extrairá cópias do documento para juntá-las à segunda via da petição. 
 
§ 2o Se a autoridade que tiver procedido dessa maneira for a própria coatora, a ordem far-se-á no próprio instrumento da 
notificação. 
 
§ 3o Considera-se autoridade coatora aquela que tenha praticado o ato impugnado ou da qual emane a ordem para a sua prática. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
6 
 
§ 4o (VETADO) 
 
§ 5o Denega-se o mandado de segurança nos casos previstos pelo art. 267 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de 
Processo Civil. 
 
§ 6o O pedido de mandado de segurança poderá ser renovado dentro do prazo decadencial, se a decisão denegatória não lhe 
houver apreciado o mérito. 
 
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará: 
 
I - que se notifique o coator do conteúdo da petição inicial, enviando-lhe a segunda via apresentada com as cópias dos 
documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste as informações; 
 
II - que se dê ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, enviando-lhe cópia da inicial sem 
documentos, para que, querendo, ingresse no feito; 
 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a 
ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o 
objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. 
 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, observado o disposto 
na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e 
bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessão de aumento ou a extensão 
de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
 
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 
 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
 
§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela antecipada a que se 
referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. 
 
Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade da medida liminar ex officio ou a requerimento do Ministério Público quando, 
concedida a medida, o impetrante criar obstáculo ao normal andamento do processo ou deixar de promover, por mais de 3 (três) 
dias úteis, os atos e as diligências que lhe cumprirem. 
 
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar, remeterão ao 
Ministério ou órgão a que se acham subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem tiver a representação judicial da 
União, do Estado, do Município ou da entidade apontada como coatora cópia autenticada do mandado notificatório, assim como 
indicações e elementos outros necessários às providências a serem tomadas para a eventual suspensão da medida e defesa do 
ato apontado como ilegal ou abusivo de poder. 
 
Art. 10. A inicial será desde logo indeferida, por decisão motivada, quando não for o caso de mandado de segurança ou lhe faltar 
algum dos requisitos legais ou quando decorrido o prazo legal para a impetração. 
 
§ 1o Do indeferimento da inicial pelo juiz de primeiro grau caberá apelação e, quando a competência para o julgamento do 
mandado de segurança couber originariamente a um dos tribunais, do ato do relator caberá agravo para o órgão competente do 
tribunal que integre. 
 
§ 2o O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após o despacho da petição inicial. 
 
Art. 11. Feitas as notificações, o serventuário em cujo cartório corra o feito juntará aos autos cópia autêntica dos ofícios 
endereçados ao coator e ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada, bem como a prova da entrega a estes 
ou da sua recusa em aceitá-los ou dar recibo e, no caso do art. 4o desta Lei, a comprovação da remessa. 
 
Art. 12. Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, 
que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias. 
 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão, a qual deverá ser 
necessariamenteproferida em 30 (trinta) dias. 
 
Art. 13. Concedido o mandado, o juiz transmitirá em ofício, por intermédio do oficial do juízo, ou pelo correio, mediante 
correspondência com aviso de recebimento, o inteiro teor da sentença à autoridade coatora e à pessoa jurídica interessada. 
 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o juiz observar o disposto no art. 4o desta Lei. 
 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado, cabe apelação. 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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§ 1o Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo grau de jurisdição. 
 
§ 2o Estende-se à autoridade coatora o direito de recorrer. 
 
§ 3o A sentença que conceder o mandado de segurança pode ser executada provisoriamente, salvo nos casos em que for vedada 
a concessão da medida liminar. 
 
§ 4o O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a 
servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às 
prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial. 
 
Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de direito público interessada ou do Ministério Público e para evitar grave 
lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual couber o conhecimento do 
respectivo recurso suspender, em decisão fundamentada, a execução da liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo, 
sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que será levado a julgamento na sessão seguinte à sua interposição. 
 
§ 1o Indeferido o pedido de suspensão ou provido o agravo a que se refere o caput deste artigo, caberá novo pedido de 
suspensão ao presidente do tribunal competente para conhecer de eventual recurso especial ou extraordinário. 
 
§ 2o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 1o deste artigo, quando negado provimento a agravo de 
instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. 
 
§ 3o A interposição de agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o poder público e seus agentes 
não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo. 
 
§ 4o O presidente do tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar se constatar, em juízo prévio, a plausibilidade do 
direito invocado e a urgência na concessão da medida. 
 
§ 5o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o presidente do tribunal 
estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido original. 
 
Art. 16. Nos casos de competência originária dos tribunais, caberá ao relator a instrução do processo, sendo assegurada a defesa 
oral na sessão do julgamento. 
 
Parágrafo único. Da decisão do relator que conceder ou denegar a medida liminar caberá agravo ao órgão competente do tribunal 
que integre. 
 
Art. 17. Nas decisões proferidas em mandado de segurança e nos respectivos recursos, quando não publicado, no prazo de 30 
(trinta) dias, contado da data do julgamento, o acórdão será substituído pelas respectivas notas taquigráficas, independentemente 
de revisão. 
 
Art. 18. Das decisões em mandado de segurança proferidas em única instância pelos tribunais cabe recurso especial e 
extraordinário, nos casos legalmente previstos, e recurso ordinário, quando a ordem for denegada. 
 
Art. 19. A sentença ou o acórdão que denegar mandado de segurança, sem decidir o mérito, não impedirá que o requerente, por 
ação própria, pleiteie os seus direitos e os respectivos efeitos patrimoniais. 
 
Art. 20. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo 
habeas corpus. 
 
§ 1o Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que forem conclusos ao 
relator. 
 
§ 2o O prazo para a conclusão dos autos não poderá exceder de 5 (cinco) dias. 
 
Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na 
defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de 
classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e 
certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. 
 
Parágrafo único. Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou 
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; 
 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação 
específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. 
 
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria 
substituídos pelo impetrante. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não 
beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) 
dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa 
jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
 
Art. 23. O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo 
interessado, do ato impugnado. 
 
Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo 
Civil. 
 
Art. 25. Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao 
pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. 
 
Art. 26. Constitui crime de desobediência, nos termos do art. 330 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940, o não 
cumprimento das decisões proferidas em mandado de segurança, sem prejuízo das sanções administrativas e da aplicação da Lei 
no 1.079, de 10 de abril de 1950, quando cabíveis. 
 
Art. 27. Os regimentos dos tribunais e, no que couber, as leis de organização judiciária deverão ser adaptados às disposições 
desta Lei no prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da sua publicação. 
 
Art. 28. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
Art. 29. Revogam-se as Leis nos 1.533, de 31 de dezembro de 1951, 4.166, de 4 de dezembro de 1962, 4.348, de 26 de junho de 
1964, 5.021, de 9 de junho de 1966; o art. 3o da Lei no 6.014, de 27 de dezembro de 1973, o art. 1o da Lei no 6.071, de 3 de julho 
de 1974, o art. 12 da Lei no 6.978, de 19 de janeiro de 1982, e o art. 2o da Lei no 9.259, de 9 de janeiro de 1996. 
 
Brasília, 7 de agosto de 2009; 188o da Independência e 121o da República. 
 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Tarso Genro 
José Antonio Dias Toffoli 
 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 10.8.2009 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
2 
 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
3 
 
RECURSO ESPECIAL 
O Recurso Especial (RESP) é um remédio constitucional de competência do Superior Tribunal de Justiça, que 
tem por escopo manter a hegemonia e a autoridade das leis Federais (artigo 105, III, "a", "b" e "c" da CF). 
O STJ passou a ser órgão de cúpula da Justiça Comum,tanto Estadual quanto Federal, ao lado das Justiças 
Especializadas. A distribuição das funções do STF com o STJ, ao menos em princípio possibilitou a aplicação e a 
interpretação da Constituição Federal e manter a inteireza do direito infraconstitucional. O recurso especial é 
recurso extraordinário lato sensu, pois também, como o recurso extraordinário em espécie, é remédio processual 
excepcional e com finalidade diferencial dos demais recursos, ou seja, a preservação da ordem pública, e neste, 
fracionadamente, das normas infraconstitucionais. E somente o acórdão dos TRF´s e dos Tribunais Estaduais ou 
do Distrito Federal ensejam o manejo do Recurso Especial. 
Art. 105/CF Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última instância, pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal; 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 
Recurso extraordinário (RE) - Recurso de caráter excepcional para o Supremo Tribunal Federal contra decisões 
de outros tribunais, em única ou última instância, quando houver ofensa a norma da Constituição Federal.O 
Supremo Tribunal Federal é um órgão de cúpula do Poder Judiciário que prima pelo controle da 
constitucionalidade, resguardando as normas constitucionais e seus princípios basilares, ou seja, o guardião maior 
da Constituição Federal.O recurso extraordinário é remédio processual de competência exclusiva da instância 
máxima do judiciário e foi exatamente este instrumento que a Carta Magna previu para viabilizar a sua 
preservação.Uma decisão judicial poderá ser objeto de recurso extraordinário quando:1- contrariar dispositivo da 
Constituição;2- declarar inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;3- julgar válida lei ou ato de governo local 
contestado em face da Constituição.Para ser admitido o Recurso Extraordinário, a matéria constitucional deve ser 
prequestionada. Em outras palavras, a sentença recorrida tem de tratar especificamente do dispositivo da 
Constituição que se pretende fazer valer. Não se pode dizer que uma decisão fere a Carta Magna genericamente: 
o correto é apontar o artigo supostamente violado.Antigamente só existia um recurso julgado pelo STF, o 
extraordinário, que abrangia as modalidades extraordinária e especial de hoje. Diante do aumento vertiginoso do 
número de causas que passaram a chegar ao Supremo, a Constituição de 1988 distribuiu a competência entre o 
STF e o STJ, sendo que o primeiro seria guardião da Constituição e o segundo, da legislação federal. Então, os 
recursos excepcionais foram divididos entre as duas cortes, cabendo exclusivamente ao STF o extraordinário e 
exclusivamente ao STJ o recurso especial. 
Art. 102/CF Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância, quando a 
decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face desta Constituição; 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal”. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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São características comuns do Recurso Extraordinário e Recurso Especial: 
1- esgotamento prévio das instâncias ordinárias (não cabe mais recurso para instâncias inferiores); 
2- a atuação do STF e STJ não é igual à dos outros tribunais – sua função aqui é guardar o ordenamento 
jurídico e não a situação individual das partes. A parte poderá ser beneficiada por essa guarda, mas a mera 
alegação de que as decisões anteriores lhe foram “injustas” não servem para fundamentar esses recursos; 
3- não servem para mera revisão de matéria de fato; 
4- sua admissão depende da autorização da instância inferior, e depois do próprio STF e STJ; 
5- os pressupostos específicos desses recursos estão na Constituição Federal e não no Código de Processo 
Civil e na Lei 8038/90; 
6- enquanto perdurarem os recursos excepcionais, a sentença anterior já pode ser executada provisoriamente; 
7- os dois recursos podem ser ajuizados simultaneamente no STF e no STJ, já que suas diferenças são bem 
delineadas pela Constituição, tratando-se de discussão de matérias distintas. Portanto, o prazo para 
apresentar os recursos corre simultaneamente, sendo de 15 dias. 
O efeito da decisão no Recurso Extraordinário só vale entre as partes no processo, e para elas a lei 
é inconstitucional desde o seu surgimento. A declaração de inconstitucionalidade não anula nem revoga a 
lei. Teoricamente, ela continua em vigor até que seja suspensa pelo Senado Federal, conforme prevê a 
Constituição em seu artigo 52, inciso X. 
FONTE: http://www.stf.jus.br/portal/glossario/verVerbete.asp?letra=D&id=207 
 
EXERCÍCIOS 
1 - O recurso extraordinário é cabível contra decisão que: 
I - contrariar dispositivo da Constituição; 
II - declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 
III - contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes vigência; 
IV - julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal. 
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) I, III e IV. 
d) I, II e III. 
e) Todas. 
2 - O recurso extraordinário será julgado: 
a) pelos Tribunais Regionais Federais. 
b) pelos Tribunais dos Estados. 
c) pelo Superior Tribunal de Justiça. 
d) pelo Supremo Tribunal Federal. 
e) Nenhuma das anteriores. 
3 - Dentre as afirmações que seguem, quais estão corretas? 
I - O recurso extraordinário não será reconhecido quando a questão constitucional nele versada não oferecer 
repercussão geral. Contra a decisão que negar conhecimento ao recurso caberá agravo de instrumento. 
ENTENDEU DIREITO OU QUER QUE DESENHE? 
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II - Considera repercussão geral a existência de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social 
ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa. 
III - A repercussão geral deverá ser demonstrada em preliminar do recurso extraordinário. 
a) Todas estão corretas. 
b) Apenas a I e II estão corretas. 
c) Apenas a II e III estão corretas. 
d) Apenas a I e III estão corretas. 
e) Apenas a I está correta. 
 
4 - Das afirmações que seguem, quais estão incorretas? 
I - Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar decisão contrária a súmula ou jurisprudência 
dominante do Tribunal. 
II - Se a Turma decidir pela existência da repercussão geral por, no mínimo, 4 (quatro) votos, ficará dispensada a 
remessa do recurso ao Plenário. 
III - É vedada a manifestação de terceiros na análise de repercussão geral. 
a) Todas estão incorretas. 
b) Apenas a III está incorreta. 
c) Apenas a I e II estão incorretas. 
d) Apenas a I e III estão incorretas. 
e) Apenas a II e III estão incorretas. 
 
5 - Analise as afirmações quanto ao julgamento do recurso extraordinário, na hipótese em que há 
multiplicidade de recursos com fundamento em idêntica questão de direito, e assinale a alternativa 
correta. 
I - Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia, sobrestando os 
demais até o pronunciamento definitivo da Corte. 
II - Negada a existência de repercussão geral, os demais recursos serão automaticamente não admitidos. 
III - Julgado o mérito do recurso extraordinário, os demais recursos serão apreciados pelos Tribunais, Turmas de 
Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se. 
a) Apenas a afirmação I está correta. 
b) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
c) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
d) Apenas as afirmações II e III estão corretas. 
e) Todas as afirmações estão corretas. 
 
6 - Analiseas opções que seguem e marque a alternativa correta. 
I - Admitido o recurso extraordinário, será aberto prazo de quinze dias para apresentação de contra-razões. 
II - Para admissão do recurso extraordinário é indispensável que a questão constitucional tenha sido mencionada 
nas instâncias inferiores. 
III - São feitos dois juízos de admissibilidade no recurso extraordinário: um pelo juízo "a quo" e outro pelo "ad 
quem". 
a) Apenas a afirmação II está correta. 
b) Todas as afirmações estão corretas. 
c) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
d) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
e) Apenas as afirmações II e III estão corretas. 
 
7 - Analise as afirmações que seguem e assinale a opção correta. 
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I - O recurso extraordinário só será cabível contra decisão de única ou última instância proferida por tribunal. 
II - É indispensável que o sucumbente interponha embargos infringentes antes de fazer uso do recurso 
extraordinário, se o tribunal tiver prolatado um acórdão por maioria de votos reformando a sentença de primeiro 
grau. 
III - A interposição de recurso especial não impede a execução da sentença. 
a) Apenas as afirmações I e II estão corretas. 
b) Apenas as afirmações I e III estão corretas. 
c) Apenas as afirmações II e III estão corretas. 
d) Apenas a afirmação I está correta. 
e) Todas as afirmações estão corretas. 
 
8 - Das afirmações abaixo, quais estão corretas? 
I - O recurso extraordinário não é admitido para simples reexame de provas. II - O recurso extraordinário não é 
cabível para simples interpretação de cláusulas contratuais. III - O recurso extraordinário é cabível contra 
decisões proferidas em processo de conhecimento, de execução e cautelar. a) Todas estão corretas. b) Apenas a I 
e II estão corretas. c) Apenas a I e III estão corretas. d) Apenas a II e III estão corretas. e) Apenas a I está correta. 
 
 
9 - Contra a decisão que não admitir o recurso extraordinário caberá: 
a) agravo retido. 
b) apelação. 
c) recurso ordinário. 
d) agravo de instrumento. 
e) agravo. 
 
10 - O recurso contra a decisão que não admitir o recurso extraordinário, deverá ser interposto no prazo 
de: 
a) trinta dias. 
b) vinte dias. 
c) quinze dias. 
d) dez dias. 
e) cinco dias. 
 
11 - Tratando-se de Recurso Extraordinário ou de Recurso Especial, é correto afirmar: 
a) Por meio desses recursos não se pode pleitear a revisão da matéria de fato. Além disso, os possíveis 
fundamentos e hipóteses de cabimento, tanto do Recurso Especial quanto do Extraordinário, estão previstos na 
Constituição Federal. 
b) Para que sejam interpostos, é necessário que sejam formados instrumentos, já que esses recursos seguem para 
os órgãos julgadores, enquanto os autos de que se originaram permanecem arquivados no Tribunal a quo. 
c) Tanto o Recurso Especial quanto o Extraordinário sempre possuem efeito suspensivo, paralisando a decisão 
impugnada. 
d) O Recurso Especial, ou o Extraordinário, quando interposto contra decisão interlocutória ficará retido nos 
autos e somente será processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão de 
primeiro grau, ou nas contrarrazões de apelação. Importante ressaltar que essa retenção somente se dá no 
processo de conhecimento 
 
GABARITO1 – 
letra A. Dispõe o art. 102, inciso III, da Constituição Federal, que "compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) III - julgar, mediante recurso extraordinário, as 
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causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida:a) contrariar dispositivo desta 
Constituição;b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal;c) julgar válida lei ou ato de governo 
local contestado em face desta Constituição;d) julgar válida lei local contestada em face de lei federal".Sendo 
assim, apenas a I e II estão corretas, posto que as demais afirmações indicam hipóteses que ensejam a 
interposição de recurso especial (art. 105, III da CF). 
 
2 - letra D. De acordo com o artigo 102, inciso III, da Constituição Federal, "compete ao Supremo Tribunal 
Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) III - julgar, mediante recurso extraordinário, 
as causas decididas em única ou última instância (...)". 
 
3 - letra C. Determina o artigo 543-A, do CPC, que "o Supremo Tribunal Federal, em decisão irrecorrível, não 
conhecerá do recurso extraordinário, quando a questão constitucional nele versada não oferecer repercussão 
geral, nos termos deste artigo" (grifo nosso). Sendo assim, a afirmação I está incorreta. 
4 - letra B. Prevê o artigo 543-A, § 6º, do CPC, que "o Relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a 
manifestação de terceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supremo 
Tribunal Federal”. Portanto, a afirmação III está incorreta.Por outro lado, as afirmações I e II estão corretas, pois 
transcrevem o disposto no art. 543-A, §§ 3º e 4º do diploma legal em questão. 
 
5 - letra E. Todas as afirmações estão corretas, pois de acordo com o art. 543-B, §§ 1º, 2º e 3º do CPC."Art. 543-
B - § 1º. Caberá ao Tribunal de origem selecionar um ou mais recursos representativos da controvérsia e 
encaminhá-los ao Supremo Tribunal Federal, sobrestando os demais até o pronunciamento definitivo da Corte. § 
2º. Negada a existência de repercussão geral, os recursos sobrestados considerar-se-ão automaticamente não 
admitidos.§ 3º. Julgado o mérito do recurso extraordinário, os recursos sobrestados serão apreciados pelos 
Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais, que poderão declará-los prejudicados ou retratar-se". 
 
6 - letra B. Preceitua o artigo 542, do CPC, que "recebida a petição pela secretaria do tribunal, será intimado o 
recorrido, abrindo-se lhe vista, para apresentar contrarrazões, no prazo de quinze dias". Ademais, o recurso 
extraordinário só será admitido quando houver prequestionamento, ou seja, quando a questão constitucional já 
houver sido ventilada nas instâncias inferiores. 
 
7 - letra C. Estabelece o art. 102, inciso II, da CF, que "compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: (...) III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em 
única ou última instância (...)". Sendo assim, apenas é necessário que a decisão seja proferida em única e última 
instância, e não por tribunais, como acontece no recurso especial.As demais afirmações estão corretas, de acordo 
com os arts. 497 e 498 do CPC. "Art. 497. O recurso extraordinário e o recurso especial não impedem a execução 
da sentença (...)"."Art. 498. Quando o dispositivo do acórdão contiver julgamento por maioria de votos e 
julgamento unânime, e forem interpostos embargos infringentes, o prazo para recurso extraordinário ou recurso 
especial, relativamente ao julgamento unânime, ficará sobrestado até a intimação da decisão nos embargos". 
 
8 - letra A. Todas as afirmações estão corretas, de acordo com as súmulas 279 e 454, do STF, e artigo 542, § 3º 
do CPC. Vejamos:Súmula 279 - STF: "para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário".Súmula 
454 - STF: "simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário".Art. 542, § 3º. 
"O recurso extraordinário, ou o recurso especial, quando interpostos contra decisão interlocutória em processo de 
conhecimento, cautelar, ou embargos à execução ficará retido nos autos e somente será processado se o reiterar a 
parte, no prazo para a interposição do recurso contra a decisão final, ou para as contrarrazões". 
9 - letra E. Leciona o artigo 544, "caput", do CPC, que "Não admitido o recurso extraordinário ou o recurso 
especial, caberá agravo nos próprios autos, no prazo de 10 (dez) dias." 
10 - letra D. Argui o artigo 544, "caput", do CPC, que "não admitido o recurso extraordinário ou o recurso 
especial, caberá agravo nos própriosautos, no prazo de 10 (dez) dias." 
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11 - letra A. Por meio desses recursos não se pode pleitear a revisão da matéria de fato. Além disso, os possíveis 
fundamentos e hipóteses de cabimento, tanto do Recurso Especial quanto do Extraordinário, estão previstos na 
Constituição Federal. 
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RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL RESUMO ELABORADO COM BASE NO ARTIGO 
“RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL” DE BENEDITO EUGÊNIO DE ALMEIDA 
SICILIANO ÍNTEGRA DO TEXTO DISPONÍVEL NA BDJUR - BIBLIOTECA DIGITAL DO 
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA http://bdjur.stj.gov.br/dspace/handle/2011/16702 
[...] 
O recurso ordinário constitucional é uma modalidade de recurso dirigida ao Supremo Tribunal Federal 
e ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses disciplinadas no artigo 102, inciso II e 105, inciso II e 
reproduzidas no artigo 539, incisos I e II, do Código de Processo Civil. Consoante preleciona Aderbal 
Torres de Amorim, à luz do texto constitucional, “(...) ordinário é o recurso interponível para o 
Supremo Tribunal Federal ou para o Superior Tribunal de Justiça, por três diferentes formas. Nessa 
medida, a espécie constitucional do recurso transmuta-se em gênero, ou subgênero; daí as três 
subespécies: (a) recurso ordinário para o STF, na improcedência de algumas ações julgadas em 
instância única em tribunais superiores (Constituição, art. 102, inc. II, alínea ‘a’); (b) recurso ordinário 
para o STJ de certos acórdãos de tribunais regionais federais e tribunais estaduais aí julgados 
originariamente, se improcedente a ação (Constituição, art. 105, inc. II, alínea ‘b’), ou também em 
última instância, se denegado o ‘habeas corpus’ (idem, idem, alínea ‘a’); (c) recurso com idêntica 
denominação para o STJ de sentenças prolatadas por juiz federal nas causas em que forem partes, de 
um lado, Município ou pessoa residente ou domiciliada no país, e, de outro, Estado estrangeiro ou 
organismo internacional (Constituição, art. 105, inc. II, alínea ‘c’). Neste último caso, procedente ou 
improcedente a ação. Dos artigos 102, inciso II e 105, inciso II, da Constituição Federal, observa-se 
que no julgamento do recurso ordinário a ser realizado pelo Supremo Tribunal Federal e pelo Superior 
Tribunal de Justiça, há necessidade de que a decisão da qual originou o recurso ordinário tenha sido 
proferida em única instância. A dicção “única instância” traduz a idéia de que se trata de causa de 
competência originária dos correspectivos Tribunais Superiores, quando o recurso for dirigido para o 
Supremo Tribunal Federal ou tribunais regionais federais, de justiça estaduais e juízes federais de 
primeiro grau, se se tratar de recurso ordinário de competência do Superior Tribunal de Justiça4. No 
que alude a expressão “decisão denegatória”, conquanto seja tema a ser oportunamente apreciado de 
modo mais detido, não há olvidar que deve ser enfocado do modo mais amplo possível, a abranger, 
também, as decisões que extinguem o processo sem apreciação do mérito. Nesse contexto, compete 
ao Supremo Tribunal Federal julgar o recurso ordinário, quando os Tribunais Superiores, entendidos 
como o Superior Tribunal de Justiça, o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Superior Eleitoral e o 
Superior Tribunal Militar, no exercício da competência originária afeta a cada um, denegam o habeas 
corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção. A Constituição Federal, em 
seu artigo 5º prevê, expressamente, as hipóteses de cabimento do habeas corpus (inciso LXVIII), do 
mandado de segurança (inciso LXIX), do habeas data (inciso LXXII) e do mandado de injunção (inciso 
LXXI). [...] Observa-se, contudo, que, entre os Tribunais Superiores, somente o Superior Tribunal de 
Justiça possui a competência originária, constitucionalmente prevista, para processar e julgar o habeas 
corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção (art. 105, I, letras “b”, “c” 
e “h”). 
No que concerne ao Tribunal Superior do Trabalho e Superior Tribunal Militar, a própria Constituição 
da República consignou que cabe à lei dispor sobre a competência originária desses Tribunais 
Superiores (art. 111, § 3º e 124, parágrafo único). Em relação ao Tribunal Superior Eleitoral, a 
despeito de considerar expressamente recorríveis as decisões denegatórias de habeas corpus e 
mandado de segurança (art. 121, § 3º), a bem da verdade, se insere neste rol as decisões 
denegatórias de habeas data e de mandado de injunção. Infere-se, assim, que compete ao Supremo 
Tribunal Federal julgar o recurso ordinário em habeas corpus, o recurso ordinário em mandado de 
segurança, o recurso ordinário em habeas data e o recurso ordinário em mandado de injunção, 
quando o Superior Tribunal de Justiça, ou o Tribunal Superior do Trabalho, ou o Tribunal Superior 
Eleitoral ou, ainda, o Superior Tribunal Militar, no exercício de suas respectivas competências originárias, 
proferem decisão denegatória nos remédios constitucionais nominados anteriormente. A competência para o 
Superior Tribunal de Justiça julgar o recurso ordinário, por sua vez, se apresenta quando os Tribunais Regionais 
Federais ou os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, julgam, originariamente, e denegam a 
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pretensão deduzida no mandado de segurança julgado em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou 
os tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios. Outra hipótese em que se verifica a competência 
recursal ordinária do Superior Tribunal de Justiça é a que brota do julgamento do juiz federal de primeiro grau 
nas causas em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, 
Município ou pessoa residente ou domiciliada no país (art. 105, II, letra “c”, c.c. o art. 109, II, ambos da CR). 
Nota-se que a Constituição da República prevê uma exceção à regra processual de que contra sentença proferida 
por juiz de primeiro grau o recurso cabível é o de apelação5. [...] Segundo estabelece o artigo 540 do Código de 
Processo Civil, aplica-se ao recurso ordinário em mandado de segurança, quanto aos requisitos de 
admissibilidade, os ditames insertos nos “Capítulos II e III deste Título”, os quais disciplinam a apelação e o 
agravo. O cabimento do recurso ordinário em mandado segurança, tanto para o Supremo Tribunal Federal, como 
para o Superior Tribunal de Justiça, pressupõe a existência de “decisão denegatória” da impetração. O termo 
genérico “decisão” há de ser entendido como “acórdão” proveniente de Tribunal Superior ou de tribunal de 
segundo grau, pois não é admissível a interposição para o tribunal ad quem se não foram esgotados os recursos 
no tribunal a quo. Assim, impetrado o mandado de segurança originário, o relator, por meio de decisão singular, 
entende por indeferir liminarmente a impetração, não cabe a imediata interposição do recurso ordinário em 
mandado de segurança. Deverá o impetrante, antes de recorrer para o órgão ad quem, interpor agravo regimental 
ou interno, no próprio tribunal, contra a decisão que indeferiu liminarmente o mandado de segurança. [...] O 
tribunal que originariamente denegar o mandado de segurança é que definirá a competência do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça. Infere-se daí que o recurso ordinário em mandado de segurança brota 
da competência originária dos Tribunais Superiores ou dos tribunais regionais federais ou locais, de maneira que 
o acórdão denegatório de mandado de segurança que advém de competência recursal de tribunal, não desafia 
recurso ordinário. Outra exigência relativa a apelação, que se aplica ao recurso ordinário em mandado de 
segurança, é a regra do artigo 514 e incisos, do Código de Processo Civil, segundo a qual o recurso deverá ser 
apresentado em petição escrita, com a devida qualificação das partes,

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