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Contabilidade Básica - Aula 7 de 9

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Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
Prof. Thiago Ultra www.estrategiaconcursos.com.br 1 
AULA 07 – CONTABILIDADE PARA INICIANTES – 
2013 – Teoria e Questões Comentadas
SUMÁRIO PÁGINA
1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) 2
1.1 Estrutura da D.R.E segundo a Lei das S.A. 4
1.1.1 Faturamento e Receita Bruta de Vendas e Serviços 5
1.1.2 Deduções da Receita Bruta de Vendas 7
1.1.2.1 Devoluções e vendas canceladas 8
1.1.2.2 Abatimentos concedidos e descontos incondicionais 9
1.1.2.3 Tributos sobre a venda 11
1.1.3 Receita Líquida de Vendas – R.L.V 16
1.1.4 Custo das mercadorias/produtos/serviços 16
1.1.5 Resultado operacional bruto (lucro bruto, se positivo) 18
1.1.6 Despesas e receitas operacionais 18
1.1.6.1 Despesas comerciais 19
1.1.6.2 Despesas gerais e administrativas 20
1.1.6.3 Despesas e Receitas financeiras 20
1.1.6.4 Resultado negativo/positivo de equivalência patrimonial 21
1.1.6.5 Variações monetárias passivas/ativas 21
1.1.6.6 Receitas de Aluguel 21
1.1.6.7 Dividendos 22
1.1.7 Resultado operacional líquido 22
1.1.8 Outras despesas e receitas (antigamente, não-operacionais) 23
1.1.9 Resultado antes do IR e CSLL (LAIR) 26
1.1.9.1 Provisão para Imposto de Renda 29
1.1.10 Participações no resultado 31
1.1.11 Lucro Líquido por Ação 36
1ª série de exercícios! 37
2 Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados (DLPA) 50
2.1 Saldo do início do exercício 52
2.2 Ajustes de exercícios anteriores 52
2.2.1 Retificação de erros 53
2.2.2 Mudança de critérios contábeis 54
2.3 Reversão de reservas 54
2.4 Lucro ou Prejuízo do Exercício 55
2.5 Destinação do lucro 56
2.6 Dividendos 56
2.6.1 Lucro Líquido Ajustado 58
Última série de exercícios! 61
LISTA DE EXERCÍCIOS COMENTADOS 82
GABARITOS 95
Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
Oi, gente! Nesta aula 07, aprenderemos as particularidades relacionadas à 
Demonstração do Resultado do Exercício e à Demonstração de Lucros e 
Prejuízos Acumulados, ambas importantíssimas para a resolução de 
provas. 
O “esquema” da aula será bastante direto. Inicialmente, eu apresentarei a 
estrutura geral e, em seguida, “destrincharemos” os significados de cada 
item das demonstrações.
Espero que estejam todos colados na cadeira, ”se 
acabando” de estudar, assim como o Zé Luis! Rsrs..
Bons estudos e vamos começar!
Pessoal, antes de mais nada, a Demonstração do Resultado do 
Exercício é um relatório (tal qual o balanço patrimonial) que 
apresenta, de maneira resumida, as informações relativas aos 
fatos contábeis que aumentam ou diminuem o patrimônio da empresa. Em 
outra palavras, a DRE demonstra, de maneira sintética, todos os créditos 
e débitos recebidos pela conta de Apuração do Resultado do 
Exercício – ARE -, conhecida na Aula 03.
Fatos contábeis, que aumentam ou diminuem o patrimônio da empresa, 
são aqueles dos quais decorrem do reconhecimento de receitas ou 
despesas em contas de resultado. Sendo assim, a D.R.E. nada mais é que 
uma demonstração que consolida os saldos finais das contas de resultado 
num determinado período de tempo (ao término do exercício), donde se 
extrai o resultado líquido destas alterações, ou seja, os lucros ou prejuízos 
do período.
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1 Demonstração do Resultado do Exercício (DRE)
Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
Em razão de sua importância, qual seja, apurar o resultado líquido das 
atividades da entidade num determinado período de tempo, a preparação 
e apresentação da D.R.E é obrigatória para as companhias. 
Obviamente, tal qual o balanço patrimonial, a D.R.E possui uma estrutura 
padronizada, que deve ser seguida à risca, para que a finalidade da 
demonstração, marcada pela produção de informações úteis e 
compreensíveis para os usuários, não fique prejudicada. 
A Lei nº 6.404/76 apresenta, em seu artigo 187, uma estrutura básica para 
a apresentação das informações contábeis na D.R.E, transcrito a seguir:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
I - a receita bruta das vendas e serviços, as deduções das vendas, os 
abatimentos e os impostos;
II - a receita líquida das vendas e serviços, o custo das mercadorias e serviços 
vendidos e o lucro bruto;
III - as despesas com as vendas, as despesas financeiras, deduzidas das 
receitas, as despesas gerais e administrativas, e outras despesas operacionais;
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
V - o resultado do exercício antes do Imposto sobre a Renda e a provisão para o 
imposto;
VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
VII - o lucro ou prejuízo líquido do exercício e o seu montante por ação do capital 
social.
§ 1º Na determinação do resultado do exercício serão computados:
a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independentemente da sua 
realização em moeda; e
b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, correspondentes 
a essas receitas e rendimentos.
Rapaziada! Cumpre evidenciar que as alíneas “a” e “b”, do § 1º, fazem 
alusão expressa ao princípio da competência, exaustivamente estudado 
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Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
ao longo do nosso curso e sob o qual se pauta a apuração do lucro 
econômico do período. Ou seja, na D.R.E. só são lançadas as receitas e 
despesas do exercício em questão. Receitas ou Despesas 
eventualmente não apuradas em exercícios anteriores, devem ser 
lançadas na Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, 
como veremos em tópico específico desta aula.
Vejam a estrutura da Demonstração do Resultado do Exercício, 
segundo a Lei das S.A., no quadro abaixo:
Faturamento Bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita bruta de vendas e serviços
(-) devoluções e vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) impostos e contribuições sobre as vendas e serviços
− ICMS, ISS, Cofins, PIS/Pasep
(=) Receita líquida de vendas e serviços
(-) Custo das mercadorias vendidas e dos serviços prestados
(=) Resultado operacional bruto (Lucro bruto - LB, quando positivo)
(-) Despesas operacionais
- Despesas comerciais
- Despesas gerais e administrativas
- Despesas financeiras
- Resultado negativo de equivalência patrimonial
- Variações monetárias passivas
(+) Receitas operacionais
+ Receitas financeiras
+ Resultado positivo de equivalência patrimonial
+ Variações monetárias ativas
+ Receitas de aluguel
+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo)
(=) Resultado operacional líquido (lucro operacional líquido, se positivo)
(-) Outras despesas (antigamente, despesas não operacionais)
(+) Outra Receitas (antigamente, receitas não operacionais)
(=) Resultado antes do imposto de renda e contribuição social (LAIR)
(-) Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)
(-) Provisão para imposto de renda (IR)
(=) Lucro líquido antes das participações
(-) Participações:
− debenturistas
− empregados
− administradores
− titulares de partes beneficiárias
− contribuição para fundos de assistência e previdência social dos empregados
(=) Lucro líquido do exercício 
(÷) número de ações do capital social
(=) Lucro líquido por ação
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1.1 Estrutura da D.R.E segundo a Lei das S.A.
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Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
Beleza, galera! Agora que temos a estrutura da D.R.E, vamos compreender 
o que significa cada um daqueles itens presentes na demonstração. Vamos 
nessa!
Faturamento e Receita Bruta de Vendas e Serviços se referem, 
basicamente, à mesma coisa: totalizam as receitas auferidas pela entidade, 
em razão de sua atividade, decorrentes das vendas e serviços prestados no 
período, de acordo com o regime de competência. 
Vejam que eu pintei de uma cor diferente os campos do Faturamento Bruto 
e do IPI faturado. Isto se deu no sentido de evidenciar que eles não foram 
previstos pela Lei das S.A., porém, segundo o Manual de Contabilidade 
Societária – FIPECAFI/USP –, esta adaptação da D.R.E. é a melhor opção, 
para demonstrar as diferenças existentes entre o faturamento bruto e a 
receita bruta de vendas.
A única diferença existente se dá em razão de que, no 
faturamento bruto, além da receita bruta de vendas está 
incluído, também, o Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 
- incidente na operação de venda, o qual deverá ser repassado ao governo 
pela entidade vendedora. Vamos relembrar a parte inicial da D.R.E.:
Faturamento Bruto
(-) IPI faturado
(=) Receita bruta de vendas e serviços
(...)
Vejam que, para a contabilidade, o “IPI faturado” não é considerado uma 
receita propriamente dita, mas, sim, um valor cuja alíquota incide sobre a 
receita de vendas e que deverá ser recolhido aos cofres públicos (ou 
compensado com créditos decorrentes da aquisição de insumos em que, 
também, haja incidência de IPI).
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1.1.1 Faturamento e Receita Bruta de Vendas e Serviços 
Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
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Esta diferenciação se faz necessária em razão da característica de 
“imposto por fora” do IPI. Diz-se “por fora”, pois o IPI tem por base de 
cálculo o preço de venda (o valor da nota fiscal) e, após sua apuração, o 
valor apurado deverá ser somado ao valor da venda (cobrado “por fora”) 
para que seja encontrado o valor total a ser pago pelo cliente na aquisição 
do bem (o faturamento bruto)
Por outro lado, o ICMS, apesar de possuir a mesma base de cálculo do IPI 
(a receita bruta), já está incluído no preço de venda (no valor da nota 
fiscal) e, por esta razão, não se faz necessário qualquer tipo de “adição”. 
Por isso, o ICMS é conhecido como um imposto “por dentro” (que já 
está “dentro” do preço de venda constante da nota fiscal).
Vamos esclarecer: digamos que a Zé Louis S.A, em sua fábrica de 
sapatos, realize a venda de 1000 pares de calçados ao preço de R$ 
100.000,00, à vista. Vamos assumir, ainda, que esta venda está sujeita a 
incidência de ICMS (17%) e IPI (10%) sobre o valor da nota e o custo das 
mercadorias vendidas seja de R$ 60.000,00.
Até aqui, tranquilo. Como o ICMS integra o preço de venda, o imposto, 
calculado pela aplicação da alíquota de 17% sobre a venda, já está 
incluído no valor da operação, de R$ 100.000,00.
O IPI, ao contrário, por não integrar a receita bruta, é calculado por 
meio da aplicação da alíquota de 10% sobre o valor de venda, e cobrado 
adicionalmente do cliente. Vejamos a memória de cálculo dos impostos 
incidentes sobre a venda de calçados da empresa do Zé:
Valor da nota fiscal de venda dos sapatos = R$ 100.000,00
ICMS de 17% sobre as vendas (incluído no preço) = R$ 17.000,00
IPI de 10% sobre as vendas (adicional) = R$ 10.000,00
Faturamento bruto (Receita de vendas + IPI) = R$ 110.000,00
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Contabilidade para Iniciantes – 2013
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O lançamento pelo reconhecimento desta operação ficaria, assim:
Portanto, após esta contabilização, a primeira parte da D.R.E da Zé Louis 
S.A. (considerando, unicamente, a venda do exemplo anterior), ficaria 
assim:
Faturamento Bruto 110.000
(-) IPI faturado 10.000
(=) Receita bruta de vendas e serviços 100.000
(...)
Agora que temos a receita bruta de vendas, vamos partir para as 
deduções.
São consideradas “deduções” da receita bruta de vendas todos aqueles 
valores que “reduzem” a receita auferida pela entidade, e que estão 
vinculados ao momento da venda. 
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Lançamento a – Reconhecimento do faturamento bruto
D Caixa 110.000
C a Faturamento Bruto (conta de resultado) 110.000
Lançamento b – ICMS sobre vendas
D ICMS sobre vendas (conta de resultado) 17.000
C a ICMS a recolher 17.000
Lançamento c – IPI sobre vendas
D IPI sobre vendas (conta de resultado) 10.000
C a IPI a recolher 10.000
Lançamento d – Custo das Mercadorias Vendidas
D C.M.V – Custo das mercadorias vendidas (resultado) 60.000
C a Estoques (ativo circ) 60.000
1.1.2 Deduções da Receita Bruta de Vendas 
Contabilidade para Iniciantes – 2013
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Na estrutura da D.R.E. apresentada como modelo, as deduções de vendas 
são todos aqueles valores deduzidos da Receita Bruta de Vendas e que 
resultarão na Receita Líquida de Vendas, como abaixo:
Receita bruta de vendas e serviços
Deduções da Receita 
Bruta
(-) devoluções e vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) impostos e contribuições sobre as vendas e serviços
− ICMS, ISS, Cofins, PIS/Pasep
(=) Receita líquida de vendas e serviços
(...)
Resta-nos, então, descobrir o que cada um destes itens, separadamente, 
significam.
Apesar de estarem sob a mesma rubrica, devoluções e vendas canceladas 
diferem entre si. 
Devolução é o ato de devolver um produto, após a sua aquisição, 
por diversos motivos: defeito de fabricação, insatisfação com o 
bem, arrependimento na compra, entre outros. Na devolução, portanto, a 
venda é concretizada, a nota fiscal é emitida e o bem é retirado 
pelo cliente, porém, em momento posterior (horas ou dias depois) o 
cliente retorna com a intenção de devolver a mercadoria.
Já nas vendas canceladas, a venda chega a ser concretizada e a 
nota fiscal emitida para o cliente, contudo, o bem não é retirado 
do estabelecimento. Ou seja, enquanto ainda dentro da “loja”, o cliente 
desiste da compra, e a nota fiscal é cancelada. 
O lançamento para reconhecimento das devoluções ou vendas canceladas 
deverá ser a débito do resultado (como despesa) e a crédito de 
disponibilidades (pela devolução dos recursos ao cliente) ou de contas a 
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1.1.2.1 Devoluções e vendas canceladas 
Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
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receber (pela extinção do direito a receber decorrente da venda 
cancelada). Assim:
No caso específico das devoluções de vendas, a entidade também precisará 
reverter o Custo da Mercadoria Vendida, bem como lançar, novamente, os 
itens recebidos em devolução no estoque. O lançamento, portanto, ficaria:
Lançamento – devolução de vendas - mercadorias
D Estoques
C a C.M.V – Custo das mercadorias vendidas (estorno de resultado) (valor)
 
Abatimentos são reduções no preço de venda de um bem a 
fim de evitar a devolução pelos clientes! Assim, o abatimento é 
um fato que ocorre em momento posterior à venda e, em geral, decorre de 
problemas constatados com a mercadoria.
Com isso, para evitar a perda integral da venda, a companhia abate 
(reduz) um valor determinado do preço de venda original, devolvendo-o 
(ou deixando de exigi-lo) ao cliente.Importa ressaltar que, como o abatimento ocorre em momento posterior à 
venda, o valor de emissão da nota fiscal não se altera e, como resultado, 
todos os tributos incidentes sobre a venda, cuja base de cálculo foi o 
valor da nota fiscal ou a receita bruta, serão mantidos, ainda que, 
posteriormente, a entidade conceda o abatimento. O lançamento é o 
seguinte:
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Lançamento – devolução ou vendas canceladas
D Devolução (vendas canceladas)
C a Disponibilidades (ou contas a receber) (valor)
1.1.2.2 Abatimentos concedidos e descontos incondicionais 
Contabilidade para Iniciantes – 2013
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Descontos incondicionais (também chamados de 
Comerciais), por outro lado, são descontos concedidos aos 
clientes no momento da venda, e que não estão sujeitos a qualquer 
condição futura. Em outras palavras, o desconto é concedido ao cliente em 
de se tratar de uma data promocional, em que as mercadorias sejam 
vendidas a um preço menor, ou por outro motivo que importe em desconto 
“na hora da venda”.
Nestes casos, a nota fiscal sai com o preço de venda normal, porém, em 
seu corpo é aposta a informação do desconto incondicional oferecido ao 
contribuinte e, por fim, deverá constar o valor com desconto que deverá 
ser pago pelo cliente.
Vejam que, nos descontos incondicionais, a receita é 
reconhecida com base no preço de venda original mas, 
posteriormente, ajustada ao desconto conferido ao cliente, donde se 
depreende a receita líquida.
Por exemplo: se o Zé Luis vai numa loja de departamentos e descobre 
que, se levar 3 peças de camisas de uma mesma marca, receberá 
descontos de 30% sobre o valor total, a nota fiscal emitida pela empresa, 
na concretização da compra, seria assim:
Valor da nota fiscal de venda das camisas = R$ 300,00
Desconto de 30% sobre 3 peças adquirias = R$ 90,00
Valor líquido a ser pago pelo Zé Luis = R$ 210,00
Na contabilidade da loja de departamentos o lançamento realizado deverá 
reconhecer a receita bruta (no preço de venda original das 3 peças do 
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Lançamento – abatimentos concedidos
D Abatimentos (resultado)
C a Disponibilidades (ou contas a receber) (valor)
Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
item), os descontos incondicionais concedidos e os recursos obtidos pela 
venda. Percebam abaixo:
Como os descontos incondicionais são informados em nota fiscal, os 
tributos a serem recolhidos terão por base de cálculo os valores líquidos 
recebidos pela entidade. Em outras palavras, os descontos comerciais 
reduzem a base de cálculo dos tributos incidentes sobre a operação de 
venda.
Pessoal, preciso evidenciar que, além dos descontos 
incondicionais (que não se sujeitam a qualquer condição futura) 
existem os descontos condicionais (ou financeiros) estes, sim, 
dependentes do implemento de uma condição futura.
Os melhores exemplos de descontos condicionais são aqueles 
concedidos aos clientes quando do pagamento de duplicatas. Por 
exemplo, se e o cliente pagar uma duplicata, com pontualidade, ele faz jus 
ao desconto de 10% sobre o valor do título. Vejam que este desconto 
depende da condição futura de pagar com pontualidade . Além disso, 
estes descontos se dão em momento posterior ao da venda, e, como bem 
vimos ao longo das aulas, devem ser reconhecidos como despesas a 
título de descontos passivos pela entidade. Na DRE, estão inseridos 
dentre as “despesas financeiras”. Os tributos incidentes sobre a venda 
não são afetados pelos descontos financeiros!
Os tributos incidentes sobre a venda são aqueles cuja base de cálculo é o 
valor de venda da mercadoria ou serviço, constante da nota fiscal, sendo 
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Lançamento – Receita de vendas para o Zé Luis
D Caixa 210
D Descontos incondicionais 90
C a Receita de vendas 300
1.1.2.3 Tributos sobre a venda 
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este o caso do ISS e do ICMS. As contribuições para o PIS/PASEP e a 
Cofins, por outro lado, têm como base de cálculo o faturamento bruto da 
entidade.
Regra geral, a estrutura de lançamento, para reconhecimento dos 
tributos incidentes sobre a venda, é a débito da conta “Tributo (nome) 
sobre a venda” - de resultado - e a crédito de “Tributo (nome) a recolher” - 
de passivo.
Veremos, então, rápidas explicações sobre os tributos incidentes sobre a 
venda (bem como demonstração de seus lançamentos) a fim de 
procedermos à devida fixação e explanação do conteúdo. 
• ICMS
O Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre 
prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de 
comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciam no 
exterior – ICMS – é um imposto de competência Estadual, cujo fato 
gerador é a venda de mercadorias ou a prestação de serviços de transporte 
interestadual e intermunicipal e de comunicação.
O ICMS é um imposto “por dentro”, ou seja, ele está inserido no 
preço constante da nota fiscal, e, por esta razão, integra a sua 
própria base de cálculo. Vale ressaltar, ainda, que a base de cálculo do 
ICMS é o preço da nota fiscal deduzidos de eventuais descontos 
incondicionais concedidos no momento da venda, bem como de 
devoluções e cancelamentos de vendas promovidas pelos clientes.
Por exemplo: digamos que a Zé Louis S.A. efetue a venda de 30 pares de 
sapatos ao preço total de R$ 3.000,00. concedendo descontos 
incondicionais de R$ 200,00. Por se tratar de uma venda de “mercadorias”, 
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esta operação está sujeita à incidência de ICMS, à alíquota de 17% 
(alíquota padrão) sobre a nota fiscal. O custo das mercadorias vendidas – 
CMV – é de R$ 2.000,00.
Com isso, a nota fiscal seria emitida da seguinte maneira:
Preço de venda “cheio” de 30 pares de sapatos = R$ 3.000,00
Descontos incondicionais concedidos = R$ 200,00
Preço líquido a ser recebido pela Zé Louis S.A. = R$ 2.800,00
ICMS de 17% sobre as vendas = R$ 476,00
E o lançamento pelo reconhecimento da operação, seria:
• PIS/PASEP e Cofins
As contribuições para o PIS/PASEP e para o financiamento da seguridade 
social – Cofins -, são tributos incidentes sobre o “faturamento” da 
entidade (nos termos das Leis nº 10.637/02 e 10.833/03, 
respectivamente), qual seja, sobre a receita auferida com a venda de 
mercadorias e serviços.
Por esta razão, eventuais descontos incondicionais concedidos, bem 
como devoluções e cancelamentos de vendas, deverão ser reduzidas 
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Lançamento a – Reconhecimento da receita
D Caixa 2.800
D Descontos incondicionais 200
C a Receita de Vendas 3.000
Lançamento b – ICMS sobre vendas
D ICMS sobre vendas (conta de resultado) 476
C a ICMS a recolher 476
Lançamento c – Custo das Mercadorias Vendidas
D C.M.V – Custo das mercadorias vendidas (resultado) 2.000
C a Estoques (ativo circ) 2.000
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da base de cálculo destas contribuições. Outros impostos incidentes sobre 
a operação de venda (ICMS e ISS, principalmente), não reduzem a base 
de cálculo das contribuições,nem as contribuições reduzem a base de 
cálculo de outros impostos.
As alíquotas de PIS/PASEP e Cofins incidentes sobre o faturamento 
dependem de a entidade estar sujeita aos regimes cumulativo ou não-
cumulativo de tais contribuições. No regime cumulativo, as alíquotas são 
de 0,65% e 3,00%, respectivamente, para o PIS/PASEP e Cofins. Neste 
caso, a entidade não poderá “recuperar” o PIS/PASEP ou o Cofins 
incidentes sobre suas compras!
No regime não-cumulativo, as alíquotas são de 1,65% (PIS) e 7,6% 
(Cofins). Pelo regime não-cumulativo, as empresas podem escriturar a 
“Recuperação” do PIS/Cofins incidentes sobre suas compras, tal como 
ocorre com o ICMS e com o IPI, permitindo sua compensação com o 
“PIS/Cofins a Recolher”, decorrentes das vendas.
Nós veremos na aula 09 – operações com mercadorias, que a sistemática 
não-cumulativa é importante para as empresas optantes pelo regime de 
tributação pelo Lucro Real, pois, elas podem aproveitar as contribuições 
pagas na aquisição de insumos, compensando-as com tributos a serem 
pagos decorrentes da operação de venda.
É importante utilizarmos a nomenclatura constante da Lei da 
instituição das referidas contribuições, por isso, deve-se 
considerar que o PIS/PASEP e a Cofins incidem sobre o faturamento da 
entidade. Contudo, ao mesmo tempo, o aluno deve estar ciente de que, 
por faturamento, deve-se considerar a receita bruta de vendas.
Para o lançamento, é necessário que seja apurado o faturamento da 
empresa, geralmente, ao final de cada mês, para que possam ser 
calculadas as contribuições devidas. Por exemplo: seja uma empresa que 
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vendeu mercadorias no valor de R$ 1.000,00, num mês qualquer e, destas 
vendas, R$ 200,00 foram devolvidas e R$ 100,00 foram concedidos como 
descontos incondicionais. Neste caso, a memória de cálculo das 
contribuições seriam as seguintes:
Faturamento (receita bruta de vendas) = R$ 1.000
Devoluções = (R$ 200)
Descontos incondicionais = (R$ 100)
Base de cálculo para o PIS/PASEP e Cofins = R$ 700
Cofins a recolher (7,6% - regime não cumulativo) = R$ 53,20
PIS/PASEP a recolher (1,65% - regime não cumulativo) = R$ 11,65
Legal! O lançamento para reconhecimento destas contribuições, incidentes 
sobre o faturamento, seria assim:
• ISS
Povo! O Imposto sobre Serviços de qualquer natureza – ISS – é um 
imposto de competência privativa dos municípios, e incide sobre a 
prestação dos serviços relacionados em rol taxativo, constante da Lei 
Complementar nº 116/2003.
O ISS é um tributo incidente sobre a venda e, como tal, deve vir destacado 
em nota fiscal (como o ICMS). Assim, a cada prestação de serviços 
realizada, a entidade fica obrigada a repassar aos cofres municipais o 
montante referente ao ISS, cujo limite máximo da alíquota é de 5% do 
valor do serviço, constantes da nota fiscal.
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Lançamento a – PIS/PASEP sobre faturamento
D PIS/PASEP sobre faturamento (despesa)
C a PIS/PASEP a recolher R$ 11,65
Lançamento b – Cofins sobre faturamento
D Cofins sobre faturamento (despesa)
C a Cofins a recolher R$ 53,20
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Notem que, como o ISS é um imposto sobre serviços, é pouco provável 
que a vendas sejam “devolvidas” pelos clientes. Contudo, é bem possível 
que sejam concedidos descontos incondicionais, que deverão ser deduzidos 
da base de cálculo do imposto.
O lançamento é realizado nos moldes do ICMS, porém, a nomenclatura das 
contas, por óbvio, é diferente. Vejam:
Muito bem, pessoal! Após todas as deduções sobre a Receita Bruta de 
Vendas nós chegamos à Receita Líquida de Vendas. Para melhor ilustrar 
este ponto, vamos imaginar uma situação hipotética ocorrida com a Zé 
Louis S.A.
Digamos que, no exercício de 20X1, a entidade do Zé tenha 
realizado vendas de mercadorias no valor de R$ 100.000,00, 
sujeitas aos seguintes tributos: IPI – 10%; ICMS – 17%; 
PIS/PASEP – 1,65%; Cofins – 7,6%. Além disso, foram realizadas 
devoluções pelos clientes, no valor de R$ 10.000,00, e concedidos 
descontos incondicionais de R$ 5.000,00 sobre as vendas. A Demonstração 
do Resultado do Exercício, até a R.L.V da Zé Louis S.A., seria assim:
Faturamento Bruto R$ 110.000,00
(-) IPI faturado (R$ 10.000,00)
(=) Receita bruta de vendas e serviços R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) ICMS sobre vendas
(-) PIS/PASEP sobre vendas
(-) Cofins sobre vendas
(R$ 10.000,00)
(R$ 5.000,00)
(R$ 14.450.00)
(R$ 1.402,50)
(R$ 6.460,00)
Base de Cálculo
R$ 85.000
(=) Receita líquida de vendas e serviços 62.687,50
(...)
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Lançamento – ISS sobre vendas
D ISS sobre vendas (conta de resultado)
C a ISS a recolher (valor)
1.1.3 Receita Líquida de Vendas – R.L.V
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Após a Receita Líquida de Vendas, o próximo passo a ser seguido na D.R.E 
é o que diz respeito à dedução, da R.L.V., dos valores referentes ao custo 
das mercadorias vendidas – CMV, custo dos produtos vendidos – CPV, e 
custo do serviços prestado – CSP.
Pra não permitir que esta “sopa de letrinhas” embaralhe a cabeça de 
vocês, vou explicá-las a seguir:
Custo das Mercadorias Vendidas – CMV: representa, justamente, o 
custo das mercadorias vendidas pela entidade, registrados nos estoques da 
companhia. Existe uma fórmula, bastante simples, para apurarmos custo 
das mercadorias vendidas: 
CMV = Ei + Compras – Ef
Onde, Ei = estoque inicial do exercício social; Compras = compras de 
mercadorias no período; Ef = estoque final do exercício social (todos os 
valores em R$).
Na aula 09 traçaremos algumas considerações bem mais apuradas em 
relação ao custo da mercadorias vendidas. Por hora, a memorização desta 
fórmula é suficiente (poderemos utilizá-la em alguns exercícios).
Custo dos Produtos Vendidos – CPV: O custo dos produtos vendidos é 
apurado apenas em entidades industriais, que, através dos processos de 
industrialização, transformam matérias primas em produtos finais. O 
controle apurado deste custo é objeto da contabilidade de custos e, 
portanto, não será abordado em nosso curso.
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1.1.4 Custo das mercadorias/produtos/serviços
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Custo dos Serviços Prestados – CSP: Os principais custos existentes na 
prestação de serviços decorrem da mão de obra utilizada pela entidade, 
para o fornecimento dos serviços, e dos custos indiretos, associados à 
prestação. Na aula 09 também traçaremos algumas linhas gerais sobre 
estes custos.
O resultado operacional bruto, denominado de lucro bruto, caso 
positivo, é dado pela receita líquida de vendas – RLV – deduzida dos 
custos das mercadorias vendidas (e/ou serviços prestados, produtos 
vendidos). 
Para ilustrar este ponto da matéria, vamos dar continuidade ao exemplo da 
Zé Louis S.A. Imaginemos, então, ao final do exercício, a Zé Louis S.A. 
apresente os seguintes dados:
Estoque inicial de sapatos do período : 40.000
Compras do Período : 50.000
Estoque final de sapatos do período : 60.000
CMV = Ei + Compras – Ef : 30.000
A continuaçãoda D.R.E. ficaria assim:
Faturamento Bruto R$ 110.000,00
(-) IPI faturado (R$ 10.000,00)
Receita bruta de vendas e serviços R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais
(-) ICMS sobre vendas
(-) PIS/PASEP sobre vendas
(-) Cofins sobre vendas
(R$ 10.000,00)
(R$ 5.000,00)
(R$ 14.450.00)
(R$ 1.402,50)
(R$ 6.460,00)
(=) Receita líquida de vendas e serviços 62.687,50
(-) CMV – Custo das mercadorias vendidas (R$ 30.000,00)
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto) R$ 32.687,50
(...)
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1.1.5 Resultado operacional bruto (lucro bruto, se positivo)
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A próxima etapa necessária à correta apuração do lucro líquido, com base 
na Demonstração do Resultado do Exercício, é a redução, do resultado 
operacional bruto, das despesas operacionais, e a adição das receitas 
operacionais para que, enfim, encontremos o Lucro Operacional Líquido.
Na D.R.E., estas despesas e receitas se apresentam da seguinte maneira:
(...)
(=) Resultado operacional bruto (Lucro bruto - LB, quando positivo)
(-) Despesas operacionais
- Despesas comerciais
- Despesas gerais e administrativas
- Despesas financeiras
- Resultado negativo de equivalência patrimonial
- Variações monetárias passivas
(+) Receitas operacionais
+ Receitas financeiras
+ Resultado positivo de equivalência patrimonial
+ Variações monetárias ativas
+ Receitas de aluguel
+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo)
(=) Resultado operacional líquido (lucro operacional líquido, se positivo)
(...)
Despesas e Receitas operacionais são aquelas que decorrem 
das atividades normais da empresa e que possuem como 
características a habitualidade e permanência. Estas características são 
bastante importantes e, regra geral, são suficientes para a classificação 
das despesas e receitas em operacionais ou não.
Despesas e Receitas eventuais, que não acontecem rotineiramente no 
curso de operação das empresas, são consideradas outras despesas 
(antigamente, despesas não-operacionais) ou outras receitas 
(antigamente, receitas não-operacionais), a serem estudadas em ponto 
específico da aula, mais adiante.
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1.1.6 Despesas e receitas operacionais
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Despesas comerciais estão relacionadas aos setores comerciais das 
companhias. Em regra, sob estas despesas são lançados:
� Os salários e encargos (suportados pelo empregador) do 
pessoal de marketing e vendas (área comercial);
� As comissões pagas aos vendedores;
� As ações de publicidades para a divulgação do negócio;
� As despesas com veículos, depreciação e aluguéis em relação 
aos veículos e imóveis utilizados na área comercial, etc.
As despesas gerais e administrativas são aquelas originadas nas despesas 
da chamada “área meio” da empresa, quais sejam, as atividades de apoio: 
limpeza, segurança, finanças, sistemas informatizados, a própria 
contabilidade, entre outros. Alguns exemplos são:
� Os salários e encargos (suportados pelo empregador) do 
pessoal da área meio;
� As despesas com veículos, depreciação e aluguéis em relação 
aos veículos e imóveis utilizados pela área meio;
� Salários dos administradores da companhia; entre outros.
Despesas financeiras estão relacionadas, principalmente, ao 
pagamento de juros (decorrentes de empréstimos, financiamentos, 
atraso no pagamento de duplicatas, entre outros) e descontos 
condicionais concedidos (aqueles relativos ao desconto no recebimento 
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1.1.6.1 Despesas comerciais
1.1.6.2 Despesas gerais e administrativas
1.1.6.3 Despesas e Receitas financeiras
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de duplicatas a receber, por exemplo, em razão da pontualidade do 
cliente).
As receitas financeiras, em situação inversa, se referem ao recebimento 
de juros de seus clientes, bem como aos descontos condicionais recebidos 
pela entidade, quando do pagamento de duplicatas de seus fornecedores.
Nesta rubrica da D.R.E. se inserem os resultados negativos (despesa 
operacional) ou positivos (receita operacional) da aplicação do método 
da equivalência patrimonial, obtidos na avaliação dos investimentos em 
controladas, coligadas e sociedades do mesmo grupo econômico. 
Abordamos o M.E.P na Aula 04 do nosso curso e, em caso de dúvidas, 
sugiro que retornem e revejam este ponto da matéria.
Variações monetárias passivas (despesa operacional) decorrem das 
diminuições dos direitos de crédito e/ou aumento das obrigações da 
entidade, em razão das oscilações ocorridas com a taxa de câmbio ou 
índices econômicos, quando estes direitos e obrigações estiverem a eles 
indexados, nos termos dos contratos que lhes deram origem. 
As variações monetárias ativas (receita operacional), por sua vez, 
decorrem dos aumentos dos direitos de crédito e/ou diminuição das 
obrigações da entidade, também, devido às oscilações da taxa de câmbio 
ou índices econômicos, nos termos dos contratos.
Como veem, receitas de aluguel se inserem como receitas 
operacionais, pois são habituais (ocorrem todo mês) e permanentes 
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1.1.6.4 Resultado negativo/positivo de equivalência patrimonial
1.1.6.5 Variações monetárias passivas/ativas
1.1.6.6 Receitas de Aluguel
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(enquanto durar o contrato de aluguel), ainda que o bem alugado 
esteja classificado no subgrupo ativo investimentos (que, por 
definição, se referem a bens não utilizados na operação da entidade). 
Os dividendos recebidos pela entidade são classificados como 
receita operacional. Contudo, é sempre bom lembrar, que se 
reconhece a receita de dividendos apenas nas distribuições de lucros 
recebidos de entidades avaliadas pelo método do custo!
Nos investimentos avaliados pelo método de equivalência patrimonial, não 
há reconhecimento de receita quando do recebimento dos dividendos. 
Ocorre, tão somente, uma permutação entre o saldo do investimento e a 
conta caixa, pelo recebimento dos recursos.
O resultado operacional líquido, como visto, corresponde ao resultado 
operacional bruto (lucro bruto), deduzido das despesas operacionais e 
acrescido das receitas operacionais. 
Dando sequência à demonstração do resultado do exercício da Zé Louis 
S.A., vamos considerar que a companhia tenha apurado os seguintes 
resultados:
Despesas financeiras R$ 3.000,00
Despesa de aluguel (área administrativa) R$ 5.000,00
Receita de aluguel R$ 1.500,00
Dividendos recebidos (método do custo) R$ 800,00
Resultado positivo de equivalência patr. R$ 1.200,00
No D.R.E. as receitas e despesas operacionais, e o resultado operacional 
líquido (lucro operacional líquido) ficariam impactadas da seguinte forma:
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1.1.6.7 Dividendos
1.1.7 Resultado operacional líquido
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Faturamento Bruto R$ 110.000,00
(-) IPI faturado (R$ 10.000,00)
Receita bruta de vendas e serviços R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas (R$ 10.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (R$ 5.000,00)
(-)ICMS sobre vendas (R$ 14.450.00)
(-) PIS/PASEP sobre vendas (R$ 1.402,50)
(-) Cofins sobre vendas (R$ 6.460,00)
(=) Receita líquida de vendas e serviços 62.687,50
(-) CMV – Custo das mercadorias vendidas (R$ 30.000,00)
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto) R$ 32.687,50
(-) Despesas operacionais 
- Despesas comerciais -
- Despesas gerais e administrativas (R$ 5.000,00)
- Despesas financeiras (R$ 3.000,00)
- Resultado negativo de equivalência patrimonial -
- Variações monetárias passivas -
(+) Receitas operacionais 
+ Receitas financeiras -
+ Resultado positivo de equivalência patrimonial R$ 1.200,00
+ Variações monetárias ativas -
+ Receitas de aluguel R$ 1.500,00
+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo) R$ 800,00
(=) Resultado operacional líquido (lucro oper. líquido, se positivo) R$ 28.187,50
(...) 
Beleza! Próximo ponto.
Classificam-se em outras despesas e outras receitas aquelas cujos 
eventos que dão ensejo ao seu reconhecimento sejam não habituais, 
eventuais e aleatórios. A redação do inciso IV do Art. 187 da Lei nº 
6.404/76, regia que, até 2008, após o resultado operacional líquido seriam 
lançadas as despesas e receitas não operacionais. Vejam:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
(...)
IV - o lucro ou prejuízo operacional, as receitas e despesas não operacionais; 
(Redação dada pela Lei nº 9.249, de 1995)
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1.1.8 Outras despesas e receitas (antigamente, não-operacionais)
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Contudo, com a edição da Medida Provisória nº 449/2008 (convertida na 
Lei nº 11.941/2008), a redação do inciso IV da Lei das S.A. foi alterada, 
momento em que as receitas e despesas não-operacionais suprimidas e 
renomeadas para outras despesas e outras receitas:
Art. 187. A demonstração do resultado do exercício discriminará:
(...)
IV – o lucro ou prejuízo operacional, as outras receitas e as outras despesas; 
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Portanto, gente, atualmente, nos termos da Lei das S.A., não existem 
mais receitas e despesas não operacionais, mas, apenas, outras 
receitas e outras despesas!
Como vimos, são consideradas como outras despesas e outras receitas as 
decorrentes de fatos contábeis não habituais, eventuais e aleatórios. Em 
geral, este reconhecimento se deve às receitas e despesas em relação à 
alienação de bens do ativo não circulante, já que, o normal seria que estes 
bens permanecessem vinculados ao ativo da entidade.
Após deduzidas as outras despesas, e adicionadas as outras receitas ao 
lucro operacional líquido, chegamos ao resultado antes do Imposto de 
Renda – IR - e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – CSLL - 
que, se positivo, é chamado por Lucro antes do IR e CSLL, ou, apenas, 
LAIR.
(...)
(=) Resultado operacional líquido (lucro operacional líquido, se positivo)
(-) Outras despesas (antigamente, despesas não operacionais)
(+) Outra Receitas (antigamente, receitas não operacionais)
(=) Resultado antes do imposto de renda e contribuição social (LAIR)
(...)
Beleza. Vamos, então, continuar com a D.R.E. da Zé Louis S.A.? 
Admitamos que, no curso da operação do exercício de 20X1, a Cia. do Zé 
tenha alienado, por R$ 15.000,00, um imóvel classificado no imobilizado, 
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cujo valor contábil na data da venda era de R$ 12.000,00. O lançamento 
desta operação, como já estudamos em aulas anteriores, seria assim:
Notem que, nesta operação, a Zé Louis S.A. apurou ganho de capital no 
valor de R$ 3.000,00, que irá impactar o LAIR na D.R.E. quando lançarmos 
as outras despesas e outras receitas da operação.
Vejamos, então, como ficaria a D.R.E.:
Faturamento Bruto R$ 110.000,00
(-) IPI faturado (R$ 10.000,00)
Receita bruta de vendas e serviços R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas (R$ 10.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (R$ 5.000,00)
(-) ICMS sobre vendas (R$ 14.450.00)
(-) PIS/PASEP sobre vendas (R$ 1.402,50)
(-) Cofins sobre vendas (R$ 6.460,00)
(=) Receita líquida de vendas e serviços 62.687,50
(-) CMV – Custo das mercadorias vendidas (R$ 30.000,00)
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto) R$ 32.687,50
(-) Despesas operacionais 
- Despesas comerciais -
- Despesas gerais e administrativas (R$ 5.000,00)
- Despesas financeiras (R$ 3.000,00)
- Resultado negativo de equivalência patrimonial -
- Variações monetárias passivas -
(+) Receitas operacionais 
+ Receitas financeiras -
+ Resultado positivo de equivalência patrimonial R$ 1.200,00
+ Variações monetárias ativas -
+ Receitas de aluguel R$ 1.500,00
+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo) R$ 800,00
(=) Resultado operacional líquido (lucro oper. líquido, se positivo) R$ 28.187,50
(-) Outras despesas (antigamente, despesas não operacionais)
(+) Outra Receitas (antigamente, receitas não operacionais)
(R$ 12.000,00)
R$ 15.000,00
(=) Resultado antes do IR e CSLL (LAIR) R$ 31.187,50
(...)
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Lançamento a – Receita pela alienação do imóvel
D Caixa
C a Outras receitas (alienação de bem do imobilizado) R$ 15.000
Lançamento b – Despesa pela alienação do imóvel
D Outras despesas (alienação de bem do imobilizado)
C a Imóveis (conta do imobilizado) R$ 12.000
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Tá tomando forma a nossa demonstração do resultado. Next!
Este ponto é importante, pois, é depois do LAIR - Lucro Antes do IR e 
da CSLL que se calculam o Imposto sobre a Renda e Proventos de 
qualquer natureza – IR - e a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido – 
CSLL, tributos de competência privativa da União.
Vamos supor que, a partir do LAIR, a Zé Louis S.A. tenha encontrado IR e 
CSLL devidos no valor de R$ 10.000,00 e R$ 6.000,00, respectivamente. A 
D.R.E. tomaria a seguinte forma:
(...)
(=) Resultado antes do IR e CSLL (LAIR) R$ 31.187,50
(-) Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL)
(-) Provisão para imposto de renda (IR)
(R$ 6.000,00)
(R$ 10.000,00)
(=) Lucro líquido antes das participações R$ 15.187,50
(...)
Pessoal, preciso fazer algumas considerações sobre este ponto da matéria. 
Em primeiro lugar, a apuração do imposto de renda a pagar depende da 
sistemática de tributação adotada pela entidade, qual seja: regime de 
Lucro Real, Lucro Presumido ou Lucro Arbitrado.
Entendo que o estudo detalhado destes três regimes é âmbito da 
contabilidade avançada, abarcando vorazmente a legislação tributária, não 
sendo escopo do nosso curso. 
Contudo, a fim de traçar um panorama geral acerca do assunto, vou 
apresentar algumas linhas gerais sobre o tema, para que vocês não fiquem 
“a ver navios”... heheh.
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1.1.9 Resultado antes do IR e CSLL (LAIR)
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O regime de tributação pelo Lucro Real é o regime que considera a 
realidade das receitas e despesas incorridas pela empresa. Por isso, 
está pesadamente alicerçado nos registros contábeis da companhia, nas 
despesas por ela incorridas e receitas auferidas. É o regime mais complexo 
de tributação, e que exige o maior controle contábil por parte das 
entidades.O Regulamento do Imposto de Renda (Decreto nº 3.000/99) obriga que os 
contribuintes que possuam receita bruta anual superior a R$ 
48.000.000,00 (no ano anterior), que desenvolvam algumas atividades 
específicas (por exemplo, instituições financeiras) ou que tenham auferido 
lucros no exterior, apurem o IR e a CSLL pelo regime do Lucro Real.
Importante observar que o LAIR apurado por meio da D.R.E não 
é a base de cálculo do IR nem da CSLL a pagar pelo regime do 
lucro real. Segundo manda a legislação tributária, o LAIR deverá sofrer 
ajustes (adições e deduções) para que seja apurado o lucro fiscal, ou 
seja, a base de cálculo do imposto de renda e da CSLL pela 
sistemática do Lucro Real.
O regime de tributação pelo Lucro Presumido é um regime mais simples, 
e menos exigente em relação à contabilidade da entidade. Isto porque, 
nele se presume o lucro auferido, trimestralmente. Com isso, quando da 
apuração do IR e CSLL a pagar, com base no Lucro Presumido, 
dispensa-se o controle das despesas incorridas. Só podem optar por 
este regime as empresas não obrigadas ao Lucro Real.
A presunção do lucro auferido se dá por meio da aplicação de alíquotas 
(percentuais) sobre a receita bruta (esta, sim, deve estar devidamente 
documentada e registrada) excluídas as vendas canceladas, as devoluções 
de vendas e os descontos incondicionais concedidos. Os percentuais variam 
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de acordo a atividade desenvolvida pela empresa, e com o tributo (IR e 
CSLL). Por exemplo, para a apuração da base de cálculo do imposto de 
renda, a legislação presume um lucro de 32% da receita bruta para as 
empresas prestadoras de serviço. Já para as empresas comerciais, 
revendedoras de mercadorias, o lucro presumido é de 8% da receita bruta.
A base de cálculo da CSLL, por outro lado, é obtida por meio de 
percentuais um pouco diferentes: para as prestadores de serviços, a 
presunção do lucro, também, é de 32% da receita bruta ajustada, mas de 
12% para as pessoas jurídicas em geral.
Portanto, as empresas optantes pelo regime do lucro presumido têm como 
base de cálculo do IR e da CSLL (equivalente ao LAIR), o produto da 
aplicação da alíquota de lucro presumido sobre a receita bruta ajustada da 
entidade. Por exemplo, uma agência de viagens (prestadora de serviço) 
que tenha auferido receita de R$ 100.000,00 (vamos desconsiderar 
devoluções, cancelamentos e descontos incondicionais) no 1º trimestre de 
20X1, fica sujeita ao pagamento do imposto de renda e contribuição social 
sobre o lucro líquido, sobre a base de cálculo de R$ 32.000,00 (32% de R$ 
100.000), seu lucro presumido. Sobre esta base de cálculo são lançadas as 
alíquotas específicas do Imposto de Renda (15% + adicional de 10% 
sobre a parcela do lucro que superar R$ 60.000 no trimestre), e da 
CSLL (9%). A memória de cálculo dos tributos ficaria assim:
Receita bruta 1º trim 20X1 (prestação de serviços) R$ 100.000
Lucro presumido (32% x receita bruta) R$ 32.000
IRPJ – 15% (15% x lucro presumido) R$ 4.800
IRPJ – adicional 10% (lucro trimestral não excedeu 60.000) -
CSLL – 9% (9% x lucro presumido) R$ 2.880
Por último, o Lucro Arbitrado é a modalidade de apuração da base de 
cálculo dos tributos a pagar menos complexa. Nele também se dispensa a 
escrituração de todas as despesas do contribuinte. Além disso, pode ser 
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adotado pelo próprio contribuinte quando este conhecer a sua receita 
bruta.
Contudo, a característica principal do Lucro Arbitrado é a sua utilização 
por parte da autoridade tributária, em processo de fiscalização, e sua 
utilização decorre da inobservância de algumas obrigações acessórias por 
parte do sujeito passivo, como, por exemplo, a evidência de fraude na 
escrituração de livros comerciais e fiscais, ou, quando o contribuinte deixa 
de apresentar estes livros à fiscalização, entre outros. Com isso, o auditor 
fiscal poderá desconsiderar qualquer outro regime de tributação ao 
qual o contribuinte se sujeita (seja Lucro Real ou Presumido) e aplicar 
as regras atinentes ao Lucro Arbitrado a afim de arbitrar os tributos 
devidos.
Para a apuração do Lucro Arbitrado são utilizadas as mesmas alíquotas 
de apuração da base de cálculo no regime do Lucro Presumido, 
porém, acrescidas de 20%. 
O imposto de renda apurado pelas pessoas jurídicas tributadas com base 
no Lucro Real deverá ser reconhecido, no encerramento do exercício, por 
meio da constituição de uma Provisão para Imposto de Renda. Esta, 
inclusive, é a determinação da Receita Federal.
Contudo, a constituição de uma provisão, ao término do exercício, 
calculada sobre base “sólida”, qual seja, o lucro fiscal efetivo do período, 
contraria a natureza de incerteza inerente às provisões.
O que acontece é que, a boa prática contábil, recomenda que as pessoas 
jurídicas contabilizem a provisão do IRPJ mensalmente, por meio de 
estimativas ou pelo levantamento de balanços intermediários. É 
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1.1.9.1 Provisão para Imposto de Renda
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destas estimativas de imposto de renda que se conceitua a constituição da 
provisão.
O imposto de renda devido pelo regime de apuração do Lucro Real deve 
ser calculado com base no período de apuração, seja ele trimestral ou 
anual (conforme preconiza o Regulamento do Imposto de Renda). Quando 
a entidade provisiona o imposto de renda mensalmente, este imposto 
provisionado é uma mera estimativa, pois a companhia só terá certeza 
de quanto deverá pagar, efetivamente, no momento em que apurar os 
resultados do período de apuração ao qual se sujeita legalmente. 
Vamos visualizar: digamos que a Zé Louis S.A tenha auferido, no mês de 
janeiro de 20X1, lucro líquido estimado no valor de R$ 100.000,00 
(obedecendo aos ditames da legislação tributária). Deste lucro estimado, a 
companhia apura imposto a pagar no valor de R$ 23.000,00. Assim, 
constitui provisão para imposto de renda, no mesmo valor. O lançamento 
ficaria assim:
Esta provisão é uma estimativa! O Zé apenas “acredita” que está 
obrigado a pagar R$ 23.000,00 de IR, mas não tem certeza. A base de 
cálculo do IR definitiva (trimestral ou anual) é o lucro líquido antes do 
imposto de renda (com adições e deduções exigidas pela legislação 
tributária) apurado por meio da Demonstração do Resultado do Exercício - 
D.R.E., no final do trimestre ou do ano! Ou seja, pode ser que, ao final 
do período, em razão de diversas oscilações no mercado, a entidade apure 
imposto a pagar menor que R$ 23.000,00 ou, até mesmo, prejuízo, ficando 
desobrigada de recolher qualquer valor a título de IR.
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Lançamento – Provisão para IR – Jan/20x1
D Encargos com provisão para imposto de renda (resultado)
C a Provisão para imposto de renda (passivo circ) R$ 23.000
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Neste caso, a provisão constituída deverá ser revertida pelo seguinte 
lançamento:
De todo modo, para provas, considerem a Provisão para o Imposto 
de Renda como um valor definitivo mesmo, pois esse é o costume das 
bancas.
Então, pessoal, uma vez extraídos do LAIR os valores 
referentesao IR e à CSLL, chegamos ao Lucro Líquido antes 
das Participações - LLAP. LLAP é a base de cálculo das participações 
sobre o lucro líquido destinado a terceiros, nos termos do estatuto social. 
Porém, este ainda não é o momento de distribuição de dividendos 
nem de constituição das reservas de lucros, que estudaremos no final 
da aula.
A Lei das S.A. define a maneira pela qual as participações deverão ser 
distribuídas da seguinte forma:
Art. 190. As participações estatutárias de empregados, administradores e 
partes beneficiárias serão determinadas, sucessivamente e nessa ordem, com 
base nos lucros que remanescerem depois de deduzida a participação 
anteriormente calculada.
Notem que há uma incongruência na Lei, pois, o Art. 187, VI, 
afirma como primeira participação a dos debenturistas. Vejam:
Art. 187 (...)
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Lançamento – Reversão da Provisão para IR
D Provisão para imposto de renda (passivo circ)
C a Reversão de Provisão para imposto de renda (resultado) R$ 23.000
1.1.10 Participações no resultado
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VI – as participações de debêntures, empregados, administradores e partes 
beneficiárias, mesmo na forma de instrumentos financeiros, e de instituições ou 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se caracterizem 
como despesa; (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)
Assim, apesar de o Art. 190 omitir os debenturistas do seu texto, prevalece 
entre os contabilistas (e, principalmente, entre as bancas examinadoras!!) 
que a participação dos debenturistas é a primeira a ser debitada da base 
de cálculo das demais participações.
Ademais, o Art. 190 estabelece a seguinte regra: do lucro líquido antes das 
participações, apurado por meio da D.R.E., deverão ser calculadas as 
participações, sucessivamente e na mesma ordem em que são citadas no 
texto da lei. A cada participação, a base de cálculo deverá ser o lucro 
deduzido pelas participações calculadas anteriormente.
Lembrem-se que as participações de empregados e de debenturistas 
podem ser deduzidas da base de cálculo do IR, conforme autoriza a 
legislação do imposto de renda. Este conhecimento pode ser necessário 
para a resolução de provas de ESAF, como veremos nas questões 
comentadas.
Neste contexto, o caput do Art. 189 da Lei das S.A. exara o mandamento: 
antes de qualquer participação, deverão ser deduzidos os prejuízos 
acumulados e a provisão para o imposto de renda. 
A determinação presente no Art. 189 tem por finalidade estabelecer que os 
prejuízos acumulados, registrados no patrimônio líquido da entidade, 
deverão ser deduzidos do lucro líquido apurado no exercício, 
juntamente com a provisão para o imposto de renda, a fim de que 
seja encontrada a base de cálculo das participações. Os 
ensinamentos da doutrina contábil, contudo, orientam que também deve 
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ser deduzida da base de cálculo a contribuição social para o lucro 
liquido – CSLL.
Vimos, até agora, que a companhia do nosso amigo Zé Luis auferiu Lucro 
Líquido antes das Participações – LLPA - no valor de R$ 15.187,50 (a 
demonstração está nas páginas anteriores). Agora, chegou a hora de 
destinarmos parte deste lucros às participações. Contudo, a fim de 
apimentar um pouco o exemplo, vamos admitir que a empresa tenha saldo 
em prejuízos acumulados no valor de R$ 5.000,00. Além disso, vamos 
assumir que cada uma das pessoas elencadas na lei receberá participações 
da Zé Louis S.A, pois assim estava previsto no estatuto da companhia.
As participações obedecem aos seguintes percentuais (ilustrativos!):
Debenturistas 20%
Empregados 10%
Administradores 10%
Titulares de partes beneficiárias 5%
Fundo de assistência dos empregados 5%
Beleza! A base de cálculo das participações é o LLAP, no valor de R$ 
15.187,50. Porém, há prejuízos acumulados no valor de R$ 5.000,00, que 
devem ser reduzidos da base de cálculo das participações. A primeira 
participação a ser calculada será a dos debenturistas. Vamos lá:
Lucro Líquido antes das Participações - LLAP R$ 15.187,50
Prejuízos Acumulados (R$ 5.000,00)
Base de Cálculo das Participações R$ 10.187,50
% de Participação dos debenturistas 20%
Participação dos debenturistas (LLAP x 20%) R$ 2.037,50
Já temos o valor da participação dos debenturistas. Agora, 
vejam qual é a grande sacada das participações: para 
calcularmos as participações dos empregados (próximos da fila) nós 
deveremos considerar como base de cálculo o lucro líquido antes das 
participações diminuído das participações dos debenturistas! Assim:
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Lucro Líquido antes das Participações - LLAP R$ 15.187,50
Prejuízos Acumulados (R$ 5.000,00)
Base de Cálculo das Participações R$ 10.187,50
Participação dos debenturistas (R$ 2.037,50)
Base de cálculo para participação dos empregados R$ 8.150,00
% de participação dos empregados 10%
Participação dos empregados R$ 815,00
Show! Para a participação dos administradores, deveremos, além de 
deduzir, do lucro líquido, as participações dos debenturistas, deduzir, 
também, a dos empregados (sucessivamente e nessa ordem, lembrem da 
Lei!). Com isso:
Lucro Líquido antes das Participações - LLAP R$ 15.187,50
Prejuízos Acumulados (R$ 5.000,00)
Base de Cálculo das Participações R$ 10.187,50
Participação dos debenturistas (R$ 2.037,50)
Participação dos empregados (R$ 815,00)
Base de cálculo para participação dos administradores R$ 7.335,00
% de participação dos administradores 10%
Participação dos administradores R$ 733,50
Agora, a participação das partes beneficiárias, da mesma forma:
Lucro Líquido antes das Participações - LLAP R$ 15.187,50
Prejuízos Acumulados (R$ 5.000,00)
Base de Cálculo das Participações R$ 10.187,50
Participação dos debenturistas (R$ 2.037,50)
Participação dos empregados (R$ 815,00)
Participação dos administradores (R$ 733,50)
Base de cálculo para participação das partes benefic. R$ 6.601,50
% de participação das partes beneficiárias 5%
Participação das partes beneficiárias R$ 330,07
Por último, a participação do fundo de assistência dos 
empregados. Neste ponto, cabe uma consideração. O Art. 187, 
VI, da Lei nº 6.404/76 é terminado da seguinte forma: 
“...fundos de assistência ou previdência de empregados, que não se 
caracterizem como despesa”. Esta conclusão do artigo transparece que, 
para a Lei, só se considera participação nos resultados as destinadas a 
fundos de assistência ou previdência de empregados, que tiverem por base 
de cálculo o lucro líquido antes das participações. Com isso, qualquer outra 
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destinação de recursos a fundos de assistência ou previdência de 
empregados que não tenham como base de cálculo o lucro líquido, deverá 
ser considerada como despesas operacionais. Vejamos o cálculo:
Lucro Líquido antes das Participações - LLAP R$ 15.187,50
Prejuízos Acumulados (R$ 5.000,00)
Base de Cálculo das Participações R$ 10.187,50
Participação dos debenturistas (R$ 2.037,50)
Participação dos empregados (R$ 815,00)
Participação dos administradores (R$ 733,50)
Participaçãodas partes beneficiárias (R$ 330,07)
Base de cálculo para participação do fundo de assist. R$ 6.271,43
% de participação do fundo de assistência dos empregados 5%
Participação do fundo de assistência dos empregados R$ 313,57
Legal! Agora, antes de pularmos para o próximo ponto, vamos ver como 
estas participações ficariam na D.R.E:
(...)
(=) Lucro líquido antes das participações R$ 15.187,50
Participação dos debenturistas
Participação dos empregados
Participação dos administradores
Participação das partes beneficiárias
(R$ 2.037,50)
(R$ 815,00)
(R$ 733,50)
(R$ 330,07)
Participação do fundo de assistência dos empregados (R$ 313,57)
(=) Lucro líquido do exercício (base para dividendos) R$ 10.957,86
(...)
Percebam, amigos, que, em momento algum, os prejuízos acumulados 
aparecem na D.R.E. Eles são utilizados, apenas, para reduzir a base de 
cálculo das participações!
O lançamento a ser realizado para registro contábil das participações é a 
débito da conta de participação (de resultado) e a crédito da conta de 
passivo circulante Participações de “X” a pagar. Assim:
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Lançamento – registro das participações
D Participações de “X” (resultado)
C a Participações de “X” a pagar (passivo circ) (valor)
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Por “X”, devemos entender os beneficiários das participações, a depender 
do estatuto da empresa. Podem ser os debenturistas, empregados, 
administradores, as partes beneficiárias ou os fundos de assistência ou 
previdência dos empregados.
1.1.11 Lucro Líquido por Ação
Galera! O lucro líquido após as participações é o lucro base do período de 
apuração, e é o que será considerado para fins de cálculo do dividendo 
mínimo obrigatório e destinação das reservas de lucros! O Lucro Líquido 
por Ação é calculado pela divisão do lucro líquido após as 
participações pelo número total de ações emitidas pela entidade. 
Vamos ver o D.R.E. completo da Zé Louis S.A. e, pra finalizar, vamos 
simular o lucro por ação, imaginando que a Zé Louis tenha emitido 
100.000 ações.
Faturamento Bruto R$ 110.000,00
(-) IPI faturado (R$ 10.000,00)
Receita bruta de vendas e serviços R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas (R$ 10.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (R$ 5.000,00)
(-) ICMS sobre vendas (R$ 14.450.00)
(-) PIS/PASEP sobre vendas (R$ 1.402,50)
(-) Cofins sobre vendas (R$ 6.460,00)
(=) Receita líquida de vendas e serviços 62.687,50
(-) CMV – Custo das mercadorias vendidas (R$ 30.000,00)
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto) R$ 32.687,50
(-) Despesas operacionais 
- Despesas comerciais -
- Despesas gerais e administrativas (R$ 5.000,00)
- Despesas financeiras (R$ 3.000,00)
- Resultado negativo de equivalência patrimonial -
- Variações monetárias passivas -
(+) Receitas operacionais 
+ Receitas financeiras -
+ Resultado positivo de equivalência patrimonial R$ 1.200,00
+ Variações monetárias ativas -
+ Receitas de aluguel R$ 1.500,00
+ Dividendos recebidos (investimentos avaliados pelo custo) R$ 800,00
(=) Resultado operacional líquido (lucro oper. líquido, se positivo) R$ 28.187,50
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(-) Outras despesas (antigamente, despesas não operacionais)
(+) Outra Receitas (antigamente, receitas não operacionais)
(R$ 12.000,00)
R$ 15.000,00
(=) Resultado antes do IR e CSLL (LAIR) R$ 31.187,50
(-) Contribuição social sobre o lucro líquido (CSLL) (R$ 6.000,00)
(-) Provisão para imposto de renda (IR) (R$ 10.000,00)
(=) Lucro líquido antes das participações R$ 15.187,50
Participação dos debenturistas
Participação dos empregados
Participação dos administradores
Participação das partes beneficiárias
(R$ 2.037,50)
(R$ 815,00)
(R$ 733,50)
(R$ 330,07)
Participação do fundo de assistência dos empregados (R$ 313,57)
(=) Lucro líquido do exercício R$ 10.957,86
(÷÷÷÷) número de ações do capital social 100.000
(=) Lucro líquido por ação R$ 0,11
Encerramos por aqui nossos estudos sobre a D.R.E.! Adiante, vamos 
aprender como calcular o dividendo mínimo obrigatório mas, para isso, 
precisamos conhecer a Demonstração dos Lucros e Prejuízos Acumulados. 
Vamos lá!
01 - (CESPE – TRE/BA – 2009) Com relação ao conceito, ao objetivo e à 
composição da demonstração do resultado do exercício (DRE) das 
companhias, julgue os itens subsequentes.
a) Nas companhias, a DRE deve ser apresentada na forma dedutiva, com 
os detalhes necessários de receitas, despesas, ganhos/perdas, e de forma 
a definir claramente o lucro ou prejuízo do exercício. 
b) Na elaboração da DRE, as receitas e as despesas devem ser apropriadas 
ao resultado do período em função de sua incorrência e da vinculação da 
despesa à receita, independentemente de seus reflexos nas 
disponibilidades. 
c) O valor da receita líquida das vendas e serviços é apurado antes do 
valor do lucro bruto. 
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1ª série de exercícios!
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d) Os valores das vendas canceladas e dos impostos incidentes sobre 
vendas e serviços devem ser evidenciados juntamente com o valor das 
despesas operacionais, isto é, após a apuração do lucro bruto. 
e) Deduzindo-se o valor do custo das mercadorias vendidas sobre o valor 
do lucro bruto, é possível apurar o valor da receita bruta. 
Comentários:
Afirmativa A – Correta! A DRE é apresentada na forma dedutiva vertical, 
pois as despesas são deduzidas (subtraídas) das receitas para que seja 
apurado o resultado.
Afirmativa B – Correta! A afirmativa faz referência ao princípio da 
competência. Independentemente dos reflexos nas disponibilidades (da 
entrada do numerário), as despesas e receitas devem ser reconhecidas 
quando incorridas.
Afirmativa C – Certa também! Na estrutura da DRE, pela lei das S.A., a 
receita líquida de vendas é apresentada antes do lucro bruto do custo das 
mercadorias vendidas.
Afirmativa D – Errada! Como vimos, as vendas canceladas e os impostos 
incidentes sobre as vendas se enquadram no segmento de “deduções da 
receita bruta de vendas”, bem acima, na DRE, que o campo das despesas 
operacionais.
Afirmativa E – Eita, errada! Fizeram uma lambança rsrsrs. O lucro bruto é 
apurado pela dedução do valor do CMV sobre a Receita Líquida de Vendas.
Gabarito: C, C, C, E , E
02 - (CESPE – ANA. JUD. CONTABILIDADE CARGO 30 – TJ/ES) A 
demonstração do resultado de exercício evidencia que, para a apuração do 
lucro bruto, deve-se fazer a subtração das despesas gerais e 
administrativas.
Comentários:
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Incorreta! Para a apuração do lucro bruto, deve-se fazer a subtração do 
custo das mercadorias vendidas em relação à receita líquida de vendas.
Gabarito: ERRADA.
03 - (CESPE – SEC/PE - AUDITOR – 2010) A demonstração do 
resultado do exercício informa os ajustes finais da receita bruta para o 
cálculo do resultado operacional da entidade. Acerca desse assunto, julgue 
os itens abaixo
a) - Os descontos concedidos a clientes em função do pagamento 
antecipado devem constituir dedução direta da receita bruta.
b) - O conceito de lucro bruto exclui algumas receitas da entidade a que se 
referem as demonstraçõesfinanceiras.
c) - As receitas derivadas de operações com títulos vencíveis após o 
encerramento do exercício devem ser integralmente diferidas para o 
exercício posterior.
d) - A perda de capital com investimento avaliado pela equivalência 
patrimonial deve integrar o conjunto das despesas operacionais.
Comentários:
Afirmativa A – Incorreta! Descontos concedidos a clientes em função do 
pagamento antecipado enquadram-se no conceito de descontos 
condicionais e, portanto, devem ser lançados no campo das “despesas 
financeiras” da DRE.
Afirmativa B – Correta! Vejam que, no lucro bruto, estão incluídas apenas 
as receitas derivadas da venda de mercadorias e serviços. Apenas em 
momento posterior que outras receitas (financeiras, de dividendos, ou de 
equivalência patrimonial) serão adicionadas ao resultado.
Afirmativa C – Errada. Receitas derivadas de operações com títulos 
vencíveis após o encerramento do exercício são as decorrentes de vendas a 
prazo. Assim, como o regime de competência é preponderante na 
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contabilidade, as receitas deverão ser reconhecidas no próprio exercício, 
ainda que o direito a receber pela venda fique para exercício posterior, não 
havendo que se falar em diferimento do reconhecimento das receitas.
Afirmativa D – Errada! Tem pegadinha nessa aí! A perda de capital é 
“outras despesas” e decorre da alienação do bem (avaliado pelo MEP), por 
um valor inferior ao contábil. Portanto, nada tem a ver com o “resultado 
negativo de equivalência patrimonial”, este, sim, considerado uma despesa 
operacional. 
Gabarito: E, C, E, E
04 - (CESPE – TRE/ES – ANALISTA JUD. CONTABILIDADE – 2010) 
Em relação ao encerramento do exercício social e às normas legais 
aplicáveis à contabilidade, julgue os próximos itens.
a) A demonstração do resultado do exercício não abrange a forma como o 
lucro eventualmente apurado será distribuído, mas inclui as participações 
de debêntures, empregados, administradores e partes beneficiárias. 
b) Se determinada empresa apresentou lucro no final do exercício, a 
provisão para o imposto de renda somente deverá ser constituída após o 
pagamento das participações estatutárias. 
c) A estrutura do balanço patrimonial obedece a regras rígidas, segundo as 
quais o grupo de realizável a longo prazo não pode ser demonstrado depois 
do ativo imobilizado. 
Comentários:
Afirmativa A – Certa. A DRE informa o lucro líquido eventualmente 
apurado, deduzidos das participações, mas não abrange a forma como o 
lucro será distribuído.
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Afirmativa B – Errada. O imposto de renda a pagar deverá ser constituído 
antes das participações, reduzindo as suas bases de cálculo.
Afirmativa C – Certa! Esta regra rígida é a que diz respeito à classificação 
dos itens, no ativo, em ordem decrescente do grau de liquidez. Os direitos 
realizáveis a longo prazo devem ser apresentados antes no balanço 
patrimonial pois possuem mais liquidez que os bens do ativo imobilizado.
Gabarito: C, E, C
05 - (CESPE – TRE/ES – ANALISTA JUD. CONTABILIDADE – 2010) 
No final do período contábil, após os lançamentos de ajustes, uma entidade 
obteve os seguintes saldos contábeis.
R$
abatimentos sobre vendas 1.200
custo da mercadoria vendida 63.000
devolução de vendas 4.000
fretes de vendas 5.000
ICMS sobre vendas 7.000
seguro transporte compra 1.000
vendas 100.000
Nessa situação, as vendas líquidas do período somaram R$ 25.000,00. 
Comentários:
Vamos organizar os dados:
Receita bruta de Vendas R$ 100.000,00
(-) devoluções e vendas canceladas (R$ 4.000,00)
(-) abatimentos concedidos e descontos incondicionais (R$ 1.200,00)
(-) ICMS sobre vendas (R$ 7.000.00)
(=) Receita líquida de vendas (vendas líquidas) R$ 87.800,00
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Pessoal! Por vendas líquidas devemos entender receita líquida de vendas, 
por isso, paramos por aí mesmo e encontramos o resultado de R$ 
87.800,00.
Fretes de vendas, às expensas pelo vendedor, são incluídos como despesas 
operacionais (despesas comerciais). O seguro transporte na compra integra 
o custo da mercadoria adquirida, indo compor o custo dos estoques.
Gabarito: ERRADA
06 – (ESAF – AUDITOR – ISS NATAL/RN – 2008) A empresa 
Comercial de Frutas S/A, em março de 2008, realizou compras de 
mercadorias pelo preço de R$ 10.000,00 e, no mesmo mês, vendeu 
metade dessa mercadoria comprada pelo preço de R$ 8.000,00.
Sobre essas operações houve a incidência de IPI de 6% e de ICMS de 
10%. Não houve incidência de PIS nem de COFINS.
Considerando, exclusivamente, essas informações, podemos dizer que a 
empresa auferiu lucro de
a) R$ 2.160,00.
b) R$ 2.200,00.
c) R$ 2.400,00.
d) R$ 2.640,00.
e) R$ 3.000,00.
Comentários:
Vamos lá, pessoal! Nos exercícios envolvendo a apuração do Lucro Líquido, 
com base na estrutura da DRE, o primeiro passo a ser tomado é a 
identificação do Custo da Mercadoria Vendida. Se ele estiver explícito, 
ótimo; senão, precisaremos calculá-lo.
Como informado pelo enunciado, a empresa vendeu metade das 
mercadorias compradas por R$ 10.000,00. Contudo, precisamos levar em 
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consideração que, nestes valores, não está inserido o IPI, imposto “por 
fora” do preço (que não recuperável pela entidade comercial), mas está 
inserido o ICMS, imposto “por dentro” do preço (que é recuperável pela 
entidade comercial). Portanto, o custo efetivo das compras será:
Mercadorias compradas R$ 10.000 
IPI sobre compras (não recuperável) 6% x 10.000 = R$ 600
ICMS sobre compras (recuperável) 10% x 10.000 = R$ 1.000
Custo do estoque 10.000 – ICMS + IPI
10.000 – 1.000 + 600 = R$ 9.600
Se o custo efetivo do estoque foi de R$ 9.600 e a empresa vendeu metade 
dos produtos adquiridos, temos que o CMV é R$ 9.600 / 2 = R$ 4.800,00. 
Por fim, só precisamos ter em mente que o ICMS incide, também, sobre a 
operação de venda (mas o IPI não, já que a entidade é comercial). Com 
estas informações já podemos apurar o lucro bruto da empresa. Vou deixar 
pra vocês uma Tabela Bizurada, que será revista na próxima aula:
Aquisição de: Entidade comercial Entidade industrial
Mercadoria para Industrialização - Recupera ICMS e IPI
Mercadoria para Revenda Recupera apenas ICMS
IPI não recuperável
-
Mercadorias para Uso/Consumo IPI e ICMS não 
recuperáveis
IPI e ICMS não 
recuperáveis
Frete pago sobre compras Não recuperável Não recuperável
Vendas realizadas = R$ 8.000,00
CMV -> 50% de R$ 9.600,00 = R$ 4.800,00
ICMS sobre vendas -> 10% de R$ 8.000,00 = R$ 800,00
Receita bruta de vendas e serviços R$ 8.000,00
(-) ICMS sobre vendas (R$ 800,00)
(=) Receita líquida de vendas e serviços R$ 7.200,00
(-) CMV – Custo das mercadorias vendidas (R$ 4.800,00)
(=) Resultado operacional bruto (lucro bruto) R$ 2.400,00
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Contabilidade para Iniciantes – 2013
Teoria e Questões Comentadas
Professor Thiago Ultra
Com base unicamente nos dados do enunciado, chegamos ao lucro de R$ 
2.400,00. 
Gabarito: Letra C
07 – (ESAF – Analista

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