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www.facuminas.com.br INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO MATERIAL DIDÁTICO CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA N° 3.445 DO DIA 19/11/2003 1 Sumário Como surgiu o conceito de segurança do trabalho ............................................ 3 Amparo legal das normas regulamentadoras ..................................................... 5 Normas Regulamentadoras Rurais – NRRs ..................................................... 14 ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA ...... 20 PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS ............................................. 22 PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO ............................................. 23 SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES NO TRABALHO .......................................................................... 24 HISTÓRICO ..................................................................................................... 25 ACIDENTES DE TRABALHO ........................................................................... 30 EVOLUÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO .................................................. 30 ACIDENTE ....................................................................................................... 30 Referências ............................................................................................ 36 2 FACUMINAS A história do Instituto Facuminas, inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender a crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a Facuminas, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A Facuminas tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Como surgiu o conceito de segurança do trabalho O mundo encontra-se num processo de plena busca pela produção máxima e custo mínimo. Tal objetivo deve-se ao fato da procura do desenvolvimento por parte dos países emergentes, e pela busca do controle econômico mundial por parte dos países desenvolvidos. Evidentemente, que esse interesse geral está relacionado com o bem-estar do ser humano, pois o Estado tem como meta principal a sociedade. Para alcançar tais objetivos, os países terão que dispor de um fator imprescindível, a tecnologia. Esse fator traz benefícios econômicos, desde que haja investimentos no binômio Homem – Máquina. Temos que considerar também que tal fator pode contribuir para um resultado contrário ao esperado pelo Estado, pois haverá uma influência direta no meio de trabalho do homem. Sendo assim, torna-se necessário algo que venha proteger o trabalho humano. Surge, então, o conceito de segurança no ambiente laboral ou segurança no trabalho. O trabalho existe desde os primórdios da humanidade. Antes o homem era nômade e coletor. Depois surgiu o artesanato. Com a Revolução Industrial, surgiram as especialidades. Em 1700, o italiano Bernardino Ramazzini publicou uma obra na qual descreve cinquenta profissões distintas, e relaciona as doenças que cada uma dessas profissões causa no trabalhador. Com isso, Ramazzini introduziu um conceito de relação das doenças com a ocupação exercida pela pessoa. Devido à importância da obra, Ramazzini ficou conhecido como o “Pai da Medicina do Trabalho”. Com a revolução industrial e suas jornadas de trabalho (de quatorze horas em média) e a busca de mão de obra barata, ou seja, de crianças, o Parlamento inglês pressionado aprovou em 1802, a “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes” que estabeleceu o limite de 12 horas de jornada de trabalho por dia, proibiu o trabalho noturno e introduziu medidas de higiene nas fábricas. A lei - antes instaurada - não teve seu devido cumprimento, o que obrigou Parlamento Britânico a criar a “Lei das Fábricas” em 1833. Esta lei previu a inspeção nas fábricas, delimitou que a idade mínima para o trabalho seria de 4 nove anos, proibiu o trabalho noturno aos menores de 18 anos, e limitou para 12 horas a jornada de trabalho sendo que esta não poderia passar de 69 horas semanais. A partir de então, a segurança no trabalho começou a ser alvo da comunidade científica, porém voltado à Medicina. Em 1931, Heirich começou a lançar o conceito prevencionista, buscando não só prevenir acidentes como também assegurar os riscos às lesões. Com essa preocupação, deu-se início a procura da identificação de riscos, ou seja, analisando e avaliando os riscos inerentes a cada atividade, procurando determinar as prováveis perdas, eliminando e controlando os riscos. Apesar do citado acima, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a OMS (Organização Mundial da Saúde), reunidos em Genebra (1957), estabeleceram os seguintes objetivos para a Saúde Ocupacional: a. Promover e manter mais alto grau de bem-estar físico, mental e social dos trabalhadores em todas as ocupações. b. Prevenir todo o prejuízo causado à saúde dos trabalhadores pelas condições do trabalho. c. Proteger os trabalhadores contra os riscos de agentes nocivos à saúde. d. Colocar e manter o trabalhador em uma função que convenha às suas aptidões fisiológicas e psicológicas. e. Adaptar o trabalho ao homem e cada homem ao seu trabalho. No Brasil, até 1930, existiam quatro leis pertinentes ao Seguro Social dos Trabalhadores: • Lei nº. 3724, de 15/01/19, sobre acidentes do trabalho, tornando compulsório o seguro contra o risco profissional; • Decreto nº. 16027, de 30/04/23, que criou o Conselho Nacional do Trabalho; 5 • Lei nº. 4682, de 24/01/23, que instituiu uma Caixa de Aposentadoria e pensões; • Lei nº. 5109, de 20/12/26, que estendeu o regime das Caixas de Aposentadoria às empresas portuárias. Porém, somente em 1941, impulsionado pelo setor privado foi criado a ABPA (Associação Brasileira para a Prevenção de Acidentes). Neste momento começou-se a observar a Segurança do Trabalho de outra maneira. Em 1972, integrando o Plano de Valorização do Trabalhador, os itens higiene e segurança juntamente com os serviços médicos passaram a ser obrigatórias em todas as empresas com cem ou mais trabalhadores. Em junho de 1978, foram aprovadas as Normas Regulamentadoras no Brasil relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, e por terem efeito de lei obrigam as empresas ao seu efetivo cumprimento. A pirâmide abaixo desenvolvida pela Insurance Company of North America e publicada em 1969 foi embasada no estudo de Frank Bird Jr., que baseou sua teoria de “Controle de Danos” a partir de uma análise de 90.000 acidentes ocorridos em uma empresa metalúrgica nos Estados Unidos. Esta pirâmide representa a proporção de acidentes com lesões graves em relação aos incidentes ocorridos, porém reparem que não se sabe ainda a proporção de um comportamento de risco para um incidente. Amparo legal das normas regulamentadoras Lei nº. 6514, de 22 de dezembro de 1977 Foi esta lei que possibilitou a instauraçãodas Normas Regulamentadoras, alterando o descrito no Decreto-Lei 5452, de 01 de maio de 1943, passando então a vigorar a redação de 1977. Este grande passo em prol dos direitos da saúde dos trabalhadores deve ser lido na íntegra por vocês - Técnicos de Segurança. Vale ressaltar que a luta pela saúde dos trabalhadores começou ainda na Idade Média, e vem sendo 6 defendida até hoje. Cabe a vocês não deixar que todos estes séculos de luta e de conquista tenham sido em vão. Na sequência, por considerar importante, destaco algumas partes da Lei 6514. Art. 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. Art. 155 - Incumbe ao órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho: (…) II - coordenar, orientar, controlar e supervisionar a fiscalização e as demais atividades relacionadas com a segurança e a medicina do trabalho em todo o território nacional, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho. Então, cabe ao Poder Executivo, Legislativo e Judiciário a manutenção do descrito na Lei dando subsídios e parâmetros para que os mesmos sejam cumpridos. Art. 156 - Compete especialmente às Delegacias Regionais do Trabalho, nos limites de sua jurisdição: (…) III - impor as penalidades cabíveis por descumprimento das normas constantes deste Capítulo, nos termos do art. 201. Art. 157 - Cabe às empresas: I - cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho. 7 Percebe-se neste item que as empresas devem ter medidas administrativas para fazer cumprir as medidas de segurança. Se estas não forem atendidas pelos trabalhadores, as empresas têm respaldo legal para punir, afastar ou até demitir o empregado por justa causa, desde que comprovado a devida orientação e ações administrativas de correção de postura aplicadas ao empregado. Como dispõe o inciso II do mesmo artigo. II - instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às precauções a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais. Art. 158 - Cabe aos empregados: I - observar as normas de segurança e medicina do trabalho, inclusive as instruções de que trata o item II do artigo anterior; Il - colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos deste Capítulo. Parágrafo único - Constitui ato faltoso do empregado a recusa injustificada: a) à observância das instruções expedidas pelo empregador na forma do item II do artigo anterior; b) ao uso dos equipamentos de proteção individual fornecidos pela empresa. Bom, o texto é claro! O empregado não deve apenas observar as regras de segurança do trabalho; ele é obrigado a usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) fornecidos pela empresa. Caso não o faça é considerado ato faltoso e injustificado, passível de punição e de ações e medidas administrativas. Da Seção II, do Capítulo V, da Lei 6514, que dispõe sobre a Inspeção prévia e do embargo ou interdição do estabelecimento onde são realizadas as atividades, destacamos os seguintes artigos: Art. 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. 8 § 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas instalações, inclusive equipamentos, e que a empresa fica obrigada a comunicar, prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho. Art. 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão tomada - com a brevidade que a ocorrência exigir - as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho. § 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho. § 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por entidade sindical. É mais barato fazer correto e evitar uma interdição do que sofrer a sanção da Lei, parar a produção e ter que fazer as pressas para voltar à produção; pois, na necessidade, se paga mais caro e ainda arca-se com os dias parados. Da Seção III, dos órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas empresas destacamos: Art. 162 Parágrafo Único - As normas a que se refere este artigo estabelecerão: a) classificação das empresas segundo o número de empregados e a natureza do risco de suas atividades; b) o número mínimo de profissionais especializados exigido de cada empresa, segundo o grupo em que se classifique, na forma da alínea anterior; Toda classificação que se faz das empresas refere-se aos parâmetros descritos acima. Dica: GRAVE O TEOR DO PARÁGRAFO ÚNICO E DOS ITENS A E B, POIS ESTÃO EMBASADOS NAS NRs. 9 Art . 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Parágrafo Único - O Ministério do Trabalho regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs. Muitos trabalhadores fazem parte da CIPA. Ela é uma ferramenta importante para que o Técnico de Segurança instrua sempre os trabalhadores que fazem parte desta comissão, pois eles serão os seus olhos e a sua força dentro da empresa, companhia, indústria ou outra atividade onde quer que você esteja exercendo a profissão. Art. 193 - São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. § 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. § 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que porventura lhe seja devido. O artigo acima dispõe de embasamento para que sejam identificadas as atividades insalubres e ou perigosas. Na NR específica falaremos um pouco mais sobre este assunto. O artigo 192 em sua descrição responde a primeira questão. Vamos ver o que diz o artigo em questão: “O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.” 10 0 E ainda o artigo 194 diz em sua redação que “o direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do Trabalho”. Como vocês viram foi fácil encontrar a resposta para as duas questões, não é mesmo? E para fechar o assunto, quero complementar o assunto apresentando o artigo 195: Art. 195 - A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo asnormas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. § 1º - É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º - Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. § 3º - O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da perícia. Art. 159 - Mediante convênio autorizado pelo Ministro do Trabalho, poderão ser delegadas a outros órgãos federais, estaduais ou municipais atribuições de fiscalização ou orientação às empresas quanto ao cumprimento das disposições constantes deste Capítulo. Devido a importância do artigo 200 para o profissional da área, segue na íntegra para análise: Art. 200 - Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este Capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada atividade ou setor de trabalho, especialmente sobre: 11 1 I - medidas de prevenção de acidentes e os equipamentos de proteção individual em obras de construção, demolição ou reparos; II - depósitos, armazenagem e manuseio de combustíveis, inflamáveis e explosivos, bem como trânsito e permanência nas áreas respectivas; III - trabalho em escavações, túneis, galerias, minas e pedreiras, sobretudo quanto à prevenção de explosões, incêndios, desmoronamentos e soterramentos, eliminação de poeiras, gases, etc. e facilidades de rápida saída dos empregados; IV - proteção contra incêndio em geral e as medidas preventivas adequadas, com exigências ao especial revestimento de portas e paredes, construção de paredes contra-fogo, diques e outros anteparos, assim como garantia geral de fácil circulação, corredores de acesso e saídas amplas e protegidas, com suficiente sinalização; V - proteção contra insolação, calor, frio, umidade e ventos, sobretudo no trabalho a céu aberto, com provisão, quanto a este, de água potável, alojamento profilaxia de endemias; VI - proteção do trabalhador exposto a substâncias químicas nocivas, radiações ionizantes e não ionizantes, ruídos, vibrações e trepidações ou pressões anormais ao ambiente de trabalho, com especificação das medidas cabíveis para eliminação ou atenuação desses efeitos limites máximos quanto ao tempo de exposição, à intensidade da ação ou de seus efeitos sobre o organismo do trabalhador, exames médicos obrigatórios, limites de idade controle permanente dos locais de trabalho e das demais exigências que se façam necessárias; VII - higiene nos locais de trabalho, com discriminação das exigências, instalações sanitárias, com separação de sexos, chuveiros, lavatórios, vestiários e armários individuais, refeitórios ou condições de conforto por ocasião das refeições, fornecimento de água potável, condições de limpeza dos locais de trabalho e modo de sua execução, tratamento de resíduos industriais; 12 2 VIII - emprego das cores nos locais de trabalho, inclusive nas sinalizações de perigo. Parágrafo Único - Tratando-se de radiações ionizantes e explosivos, as normas a que se referem este artigo serão expedidas de acordo com as resoluções a respeito adotadas pelo órgão técnico. Na próxima aula, falaremos da Portaria n.º 3214 de 8 de junho de 1978, que trata da implementação das Normas Regulamentadoras. Hoje faremos uma correlação entre os dizeres da Lei 6514 com a Normas Regulamentadoras pré- estipuladas. Na aula 6, trataremos exclusivamente sobre esta correlação. O objetivo desta correlação é para que vocês percebam que existe uma evolução no tratamento da Segurança do Trabalho, e que este vai evoluindo conforme o pensamento da humanidade. Por isso é importante que a sociedade esteja sempre mobilizada para o bem comum, ou seja, para a qualidade de vida; e percebam também o quanto é importante a ação de todos, para evitar um sofrimento no futuro. Portaria 3214, e 8 de junho de 1978 Conforme o prometido, vamos tratar neste momento da Portaria 3214, de 8 de junho de 1978. Esta portaria trouxe em seu texto original até a NR-28 – Fiscalização e Penalidades, entre outras modificações que com o decorrer dos anos viram-se necessárias. Art 1º- Aprovar as Normas Regulamentadoras-NR- do Capítulo V, Título II , da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas à Segurança e Medicina do TrabaIho: NORMAS REGULAMENTADORAS: NR-01 - Disposições Gerais NR-02 - Inspeção Prévia NR-03 - Embargo e Interdição 13 3 NR-04 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – SSMT NR-05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA NR-06 - Equipamento de Proteção Individual - EPI NR-07 - Exames Médicos NR-08 – Edificações NR-09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais NR-10 - Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade NR-11 - Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR-12 - Máquinas e Equipamentos NR-13 - Vasos sob Pressão NR-14 - Fornos NR-15 - Atividades e Operações Insalubres NR-16 - Atividades e Operações Perigosas NR-17 - Ergonomia NR-18 - Condições e meio ambiente de trabalho na Indústria da Construção. NR-19 - Explosivos NR-20 - Combustíveis Líquidos e Inflamáveis NR-21 - Trabalhos a Céu Aberto NR-22 - Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração NR-23 - Proteção Contra Incêndios NR-24 - Condições Sanitárias e e conforto nos Locais do Trabalho NR-25 - Resíduos Industriais NR-26 - Sinalização de Segurança NR-27 - Registro de Profissionais. 14 4 NR-28 - Fiscalização e Penalidades NR-29 - Segurança e Saúde no Trabalho Portuário. NR-30 - Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário. NR-31 - Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura. NR-32 - Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde. NR-33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços Confinados. Art. 2º - As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão baixadas pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho. Art. 3º - Ficam revogadas as Portarias MTIC 31, de 6/4/54; 34, de 8/4/54; 30, de 7/2/58; 73, de 2/5/59; 1 , de 5/1/60; 49, de 8/4/60; Portarias MTPS 46, de 19/2/62; 133, de 30/4/62; 1.032, de 11/11/64; 607, de 26/10/65; 491, de 10/9/65; 608, de 26/10/65; Portarias MTb 3.442, de 23/12/74; 3.460, de 31/12/75; 3.456, de 3/8/77; Portarias DNSHT 16, de 23/6/66; 6, de 26/1/67; 26, de 26/9/67; 8, de 7/5/68; 9, de 9/5/68; 20, de 6/5/70; 13, de 26/6/72; 15, de 18/8/72; 18 , de 2/7/74; Portaria SRT 7 de 18/3/76 e demais disposições em contrário. Art. 4º - As dúvidas suscitadas, e os casos omissos, serão decididos pela Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho. Art. 5º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. Normas Regulamentadoras Rurais – NRRs Este é o texto na íntegra da Portaria, ressalvamos a questão da NR-31 que vem substituir as NRR, Normas Regulamentadoras Rurais. Mas o que vem a ser isso? Vamos explicar. O texto original da Portaria 3214 regulamentada até a NR-28 não tratava dos trabalhos exercidos no meio rural. O Ministério do Trabalho regulou a portaria abaixo: 15 5 Art. 1º - Aprovar as seguintes Normas Regulamentadoras Rurais – NRR, relativas à Segurança e Higienedo Trabalho Rural: NORMAS REGULAMENTADORAS RURAIS: NRR-1 - Disposições Gerais NRR-2 - Serviço Especializado em Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - SEPATR NRR-3 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural - CIPATR NRR-4 - Equipamento de Proteção Individual - EPI NRR-5 - Produtos Químicos Art. 2º - As alterações posteriores, decorrentes da experiência e necessidade, serão baixadas pelo Ministério do Trabalho. Art. 3º - Os casos omissos e as dúvidas suscitadas serão decididas pelo Ministério do Trabalho. Art. 4º - Esta Portaria entrará em vigor na data de sua publicação. A NR-31 Segurança e Saúde no Trabalho, na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura revogou as Normas Regulamentadoras (NRRs) com a portaria abaixo: MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO GABINETE DO MINISTRO PORTARIA Nº 191, DE 15 DE ABRIL DE 2008 (DOU de 16/04/08 – Seção 1 – Pág. 102) Revoga as Normas Regulamentadoras Rurais – NRR. O MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO, no uso da competência que lhe confere o inciso II, do parágrafo único do art. 87 da Constituição Federal e, considerando a vigência da Norma Regulamentadora de 16 6 Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária, Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura, aprovada pela Portaria GM n.º 86, de 03 de março de 2005, resolve: Art. 1º - Revogar a Portaria GM n.º 3.067, de 12 de abril de 1988, publicada no DOU do dia 13 de abril de 1988, Seção 1, pág. 6.333 a 6.336, que aprovou as Normas Regulamentadoras Rurais – NRR. Art. 2º - Revogar a Portaria GM n.º 3.303, de 14 de novembro de 1989, publicada no DOU do dia 17 de novembro de 1989, Seção 1, pág. 20.883 a 20.884, que estendeu às NRR a aplicação das penalidades constantes da Norma Regulamentadora n.º 28 (Fiscalização e Penalidades). Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação. Devemos então desprezar as NRR? De maneira alguma. Se em alguma descrição específica a NRR for mais completa deve-se utilizar esta. Contudo, em caso de mesmo conteúdo descrito nas duas vale o que tiver na NR-31. Na matéria Segurança Agrícola e Rural muito provavelmente será tratado este assunto. Este exemplo foi usado para vocês perceberem o quão antenados devem estar com as alterações da Lei que geralmente vem com uma Portaria. NR-01 - Disposições gerais Art . 154 - A observância, em todos os locais de trabalho, do disposto neste Capítulo, não desobriga as empresas do cumprimento de outras disposições que, com relação à matéria, sejam incluídas em códigos de obras ou regulamentos sanitários dos Estados ou Municípios em que se situem os respectivos estabelecimentos, bem como daquelas oriundas de convenções coletivas de trabalho. NR-02 - Inspeção prévia Na Seção II, temos o título: Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição. 17 7 Art . 160 - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente em matéria de segurança e medicina do trabalho. NR-03 - Embargo e interdição Na Seção II, temos o título: Da Inspeção Prévia e do Embargo ou Interdição. Art . 161 - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho. NR-04 - Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho - SSMT A Seção III - Dos Órgãos de Segurança e de Medicina do Trabalho nas Empresas. Art. 162 - As empresas, de acordo com normas a serem expedidas pelo Ministério do Trabalho, estarão obrigadas a manter serviços especializados em segurança e em medicina do trabalho. Parágrafo único - As normas a que se refere este artigo estabelecerão: (Reparem nesta frase ela deixa claro que virão normas com efeito de LEI) NR-05 - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA Art . 163 - Será obrigatória a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. Art . 164 - Cada CIPA será composta de representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação de que trata o parágrafo único do artigo anterior. 18 8 Art . 165 - Os titulares da representação dos empregados nas CIPAs não poderão sofrer despedida arbitrária, entendendo-se como tal a que não se fundar em motivo disciplinar, técnico, econômico ou financeiro. Parágrafo único - Ocorrendo a despedida, caberá ao empregador, em caso de reclamação à Justiça do Trabalho, comprovar a existência de qualquer dos motivos mencionados neste artigo, sob pena de ser condenado a reintegrar o empregado. No artigo 164, a leitura de seus parágrafos é importantíssima, pois exatamente em cima disto é que foi amparado a execução da CIPA, com representantes dos empregados e dos empregadores. NR-06 - Equipamento de Proteção Individual – EPI Da Seção IV - Do Equipamento de Proteção Individual Art. 166 - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados. Art . 167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho. NR-07 - Exames médicos Art . 168 - Será obrigatório o exame médico do empregado, por conta do empregador. Art . 169 - Será obrigatória a notificação das doenças profissionais e das produzidas em virtude de condições especiais de trabalho, comprovadas ou objeto de suspeita, de conformidade com as instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho. NR-08 – edificações 19 9 Em acordo com a seção VI - Das Edificações. Observem que até o título é o mesmo! NR-09 - riscos ambientais Seção VII - Da Iluminação e Seção VIII - Do Conforto Térmico NR-10 - instalações e serviços em eletricidade Seção IX - Das Instalações Elétricas NR-11 - transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais Seção X - Da Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais NR-12 - máquinas e equipamentos Seção XI - Das Máquinas e Equipamentos NR-13 - vasos sob pressão e nr-14 – fornos Seção XII - Das Caldeiras, Fornos e Recipientes sob Pressão NR-15 - atividades e operações insalubres e nr-16 - atividades e operações perigosas Seção XII - Das Atividades Insalubres ou Perigosas NR-17 - ergonomia Seção XIV - Da Prevenção da Fadiga NR-18 - obras de construção, demolição e reparos; NR-19 – explosivos; NR-20 - combustíveis líquidos e inflamáveis; NR-21 - trabalhos a céu aberto; NR- 22 - trabalhos subterrâneos; NR-23 - proteção contra incêndios; NR-24 - condições sanitárias dos locais do trabalho; NR-25 - resíduos industriais; NR-26 - sinalização de segurança Todos os acima da Seção XV - Das Outras Medidas Especiais de Proteção NR-27 - registro de profissionais 20 0 Não tinha na época; mas agora sim .Todos vocês são os nossos Técnicos de Segurança no Trabalho. NR-28 - fiscalização e penalidades Seção XVI – Das Penalidades. ASPECTOS HUMANOS, SOCIAIS E ECONÔMICOS DA ENGENHARIA Na América Latina observa-se que os governos utilizam como principal recurso para sair da etapa de subdesenvolvimento um acelerado processo de industrializaçãoem curto prazo. Embora este processo de industrialização traga inegáveis benefícios econômicos, traduzidos em progressivos aumentos da renda per capita e daí, melhores níveis de vida para a população desses países, é necessário se considerar conjuntamente com esses positivos benefícios econômicos, a agressão constante a que está exposto o homem em seus meios de trabalho e sua comunidade. De outra forma, deve entender-se que é antieconômico buscar o desenvolvimento industrial de um país, sem resolver as consequências sanitárias e sociais que este traz consigo. Obtém-se um resultado final negativo, quando se verifica que o custo das enfermidades e acidentes, superam os novos bens produzidos. A engenharia de Segurança deve ter como responsabilidade primária a prevenção de doenças ocupacionais (ou profissionais) e acidentes no trabalho. O pessoal médico complementa a ação preventiva e de controle, nessas áreas específicas. É matéria fundamental estudar o binômio homem-ambiente de trabalho, reconhecendo, avaliando e controlando os riscos que possam afetar a saúde dos trabalhadores. Nesse sentido, ao considerar-se a prevenção e redução de riscos para a saúde dos trabalhadores deve praticar-se o princípio estabelecido pela OIT ao declarar que: “Segurança e Higiene no trabalho são conceitos individuais e deverão ser tratados como dois aspectos de um mesmo problema, isto é, o da proteção dos trabalhadores. 21 1 Indubitavelmente, os programas de proteção para a saúde dos trabalhadores devem condicionar-se a serem planejados levando em conta não só a prevenção de acidentes e doenças profissionais, mas também a proteção, fomento e conservação da saúde no sentido mais amplo como definido pela OMS: “A saúde é um estado de completo bem estar físico, mental e social, e não somente a ausência de afecções ou enfermidades”. Logo, a responsabilidade pela vida e saúde dos trabalhadores está ligada ao trinômio Estado-Empresa- Trabalhador, já que os efeitos sobre a saúde se manifestam nesses três componentes. ASPECTO SOCIAL: Para ilustrar o efeito dos acidentes de trabalho sobre a sociedade, um exemplo é dado a seguir. Supondo que um homem viva até os 60 anos, trabalhando dos 15 aos 50 anos (35 anos de trabalho). Quando criança ou aposentado sua produtividade é negativa, enquanto sua produção é de 10 unidades produtivas / ano no período em que trabalha. O consumo durante toda sua vida é de 5 unidades produtivas / ano. Verificando-se o saldo de sua produção em toda sua vida tem-se: S = 35 x 10 - 60 x 5 = + 50 unidades produtivas / ano Supondo que este indivíduo sofresse um acidente de trabalho aos 30 anos diminuindo sua produção para 5 unidades produtivas / ano, o saldo final seria: S = (30 - 15) x 10 + (50 - 30) x 5 - 60 x 5 = - 50 unidades produtivas / ano Destacam-se ainda outros problemas sociais decorrentes dos acidentes de trabalho, tais como: desemprego, a delinquência, a mendicância, etc. ASPECTO HUMANO: Para avaliar os danos causados ao ser humano devido aos acidentes de trabalho faz-se a seguinte pergunta: - Quanto vale a vida de um homem?. São muitos os acidentes que levam a morte ou deixam sequelas que impossibilitam ou dificultam o retorno do homem ao trabalho, tendo como consequência a desestruturação do ambiente familiar, onde tais infortúnios repercutem por tempo indeterminado. Lembra-se aqui que o "homem é a maior riqueza de uma nação". 22 2 ASPECTO ECONÔMICO: O acidente de trabalho reduz significativamente a produção de uma empresa, além de representar uma fonte de gastos como: remédios, transporte, médico, etc. O prejuízo econômico decorre da paralisação do trabalho por tempo indeterminado, devido a impossibilidade de substituição do acidentado por um elemento treinado para aquele tipo de trabalho e, ainda, a influência psicológica negativa que atinge os demais trabalhadores e que interfere no ritmo normal do trabalho, levando sempre a uma grande queda da produção. O trabalhador também sofre com este prejuízo, apesar da assistência e indenizações recebidas através da Previdência Social, pois isto não lhe garante necessariamente o mesmo padrão de vida mantido até a então. Aqui se encontra um bom motivo para se investir na prevenção de acidentes de trabalho. PREVENÇÃO DE DOENÇAS PROFISSIONAIS É fundamental prestar atenção apropriada à limpeza, higiene e demais fatores que acondicionam os lugares de trabalho, para evitar as doenças profissionais. O estudo das doenças ocupacionais, suas causas e efeitos, levam a desenvolver técnicas de prevenção que junto podem produzir um maior bem- estar do trabalhador, e daí, um aumento da produção. O controle das doenças ocupacionais compete primariamente ao pessoal de engenharia que, ao determinar a magnitude dos riscos, conhecer a toxicologia das substâncias químicas e os efeitos sobre a saúde dos demais fatores que acondicionam o ambiente de trabalho, estão em posição adequada para aplicar os diversos métodos e equipamentos de controle. O pessoal médico ajuda, para um melhor êxito, o controle das ditas doenças por meio de exames médicos pré- admissionais, periódicos e de diagnóstico precoce, pela seleção e colocação dos operários de acordo com suas habilidades e adequação pessoal, pela educação e ensino de hábitos de higiene pessoal. Além disso, é necessário contar com a cooperação das gerências e dos trabalhadores para assegurar um contínuo interesse, supervisão, inspeção e manutenção das práticas de controle. Em geral, o controle dos riscos para a saúde dos trabalhadores obedece a uma série de princípios básicos. Na maioria dos casos um eficiente controle se 23 3 pode obter ao aplicar uma combinação de medidas e em sua aplicação o denominador comum vem a ser a educação sanitária; fica implícito considerar também a boa operação e melhor manutenção dos componentes mecânicos selecionados. Entre os princípios básicos utilizados na redução dos riscos industriais, tem-se: ventilação geral, ventilação local exaustora, substituição de materiais, mudança de operações e/ou processos, término de operações, divisão de operações, equipe de pessoal, manutenção, ordem e limpeza PREVENÇÃO DE ACIDENTES DE TRABALHO A prevenção de acidentes é o propósito primário de um programa de segurança, permitindo a continuidade das operações e a redução dos custos de produção. Dessa forma, a prevenção de acidentes industriais, não só é um imperativo social e humano, como também um bom negócio. Como prevenir, significa impedir um evento, tomando medidas antecipadas, a análise causal dos acidentes é o mais importante passo na prevenção dos mesmos. Está amplamente demonstrado, que os acidentes na indústria têm uma causa e podem ser prevenidos. As causas gerais dos acidentes são: As condições inseguras: Equipamento defeituoso, falta de protetores, iluminação e ventilação inadequada, desordem e sujeira, falta de espaço, falta de equipamento de proteção individual e/ou coletiva adequado, etc. Os atos inseguros: Negligência, excesso de confiança, ignorância, preocupações alheias ao trabalho, imprudência, imperícia, falta de supervisão, ordens mal entendidas ou mal executadas, temor, falta de cooperação, etc. As atitudes inseguras: Indiferença à segurança, falta de interesse, etc. As formas universais de sua prevenção, uma vez conhecidas as causas mediante a análise e investigação dos acidentes são: Engenharia: Esta supõe uma inspeção e revisão cuidadosa das condições inseguras. Além disso, implica numa revisão dos processos e operações que 24 4 contribuem ao melhoramento da produção. Nesse aspecto é interessante notar a importância que tem as sugestões do pessoal mais experimentado. Treinamento e educação: Isto implica o conhecimento das regras de segurança,análise de função, o treinamento e desempenho da função, instruções sobre primeiros socorros e prevenção de incêndios, conferências aos supervisores, a educação profissional, a propaganda por meio de cartazes, sinais, avisos e quadros de segurança, concursos e campanhas organizadas, publicações, etc. Medidas disciplinares: Constituem um último recurso e não são bem aceitos. O problema não consiste em achar um culpado, mas modificar os atos inseguros e atitudes inseguras do pessoal, por meio de treinamento e propaganda para evitar acidentes. Em outras palavras, é fundamental criar a mentalidade de segurança entre o pessoal. Verifica-se que segurança não é somente um problema pessoal (humano), mas que implica em engenharia, planejamento, produção, estatísticas, conhecimento das leis de compensações e a habilidade de vender o programa à gerência e aos trabalhadores. SIGNIFICADO ECONÔMICO SOCIAL DAS DOENÇAS OCUPACIONAIS E ACIDENTES NO TRABALHO Os danos e custos que produzem os acidentes e doenças ocupacionais na indústria brasileira são de tal magnitude que as próprias indústrias devem compreender a necessidade de preveni-los. Antes dessa necessidade o governo estabelece a obrigatoriedade para que as empresas disponham de serviços especializados em segurança, higiene e medicina do trabalho, com o propósito de evitar os acidentes e doenças ocupacionais e em consequência as perdas que ocasionam. Sem dúvida alguma, as doenças gerais oferecem um sério obstáculo ao desenvolvimento sócio econômico de um país, porque debilitam o trabalhador e restringem sua capacidade produtiva. Hoje, já sabe-se que um bom número de trabalhadores, por não disporem de adequadas condições de saneamento, 25 5 precárias habitações, com alimentação deficiente de proteínas e vitaminas, com baixíssima renda, com pouquíssima ou nenhuma instrução em matéria de higiene e expostos à doenças contagiosas, participam indubitavelmente do clássico círculo de Winslow, ou seja: a pobreza gera a doença e essa produz a pobreza. Outro aspecto fundamental que incide negativamente na economia do país é o fato de que os acidentes e doenças ocupacionais reduzem a capacidade de produção da força mais valiosa de uma nação que é a população economicamente ativa, reduzindo-se a geração de riqueza por incapacidade e/ou morte de um jovem trabalhador. Alguns países criam leis dando aos trabalhadores compensações monetárias pelo trabalho com tóxicos ou tarefas insalubres, ou lhes concedem jornadas reduzidas de trabalho, aumento de dias de férias, ou diminuição dos anos necessários para a aposentadoria. Todas essas medidas não contribuem para a solução dos problemas, afetam profundamente os custos e a produtividade ao subtrair uma quantidade enorme de jornadas de trabalho de pessoal experimentado. Prevenir ainda é o melhor remédio. Segurança no Trabalho: é a função que tem por objetivo o estudo e a implementação de medidas que visam eliminar ou controlar os riscos existentes na execução do trabalho, sejam eles relativos ao ambiente ou decorrentes de atitudes humanas, propiciando, dessa forma a eliminação dos acidentes ou, pelo menos, a redução de sua frequência e gravidade e consequentemente a manutenção e o aumento da “condição produtiva”. HISTÓRICO No Mundo Século XVI - George Bauer - levantamento sobre doenças e acidentes em trabalhadores de minas de ouro e prata (1556). 1700 - Médico Bernardino Ramazzini - livro “De Morbis Artificum Diatriba” - relaciona cerca de 50 atividades profissionais com doenças - considerado o “Pai da Medicina do Trabalho”. 26 6 1760 - Início da Revolução Industrial (Inglaterra): - Mulheres e crianças trabalhando em ambiente sem condições sanitárias (higiene em geral). - Máquinas inseguras, ruidosas, iluminação e ventilação deficientes, etc. - Inexistência de limites por horas de trabalho → acidentes. Estas condições no início da revolução industrial causavam doenças até contagiosas. Diante desse quadro dramático, cria-se no Parlamento Britânico uma comissão de inquérito - Sir. Robert Peel. 1802 - “Lei de Saúde e Moral dos Aprendizes: - 12 horas/dia, - Proibia trabalho noturno, - Lavar as paredes 2 vezes / ano, - Obrigava uso de ventilação. - 12 horas/dia, - Proibia trabalho noturno, - Lavar as paredes 2 vezes / ano, - Obrigava uso de ventilação. 1819 - Leis Complementares, poucos avanços devido à forte oposição dos empregadores. 1830 - Médico Robert Bauer - aconselha industrial amigo à contratar 1 médico para diariamente visitar a fábrica. 1833 - “Factory Act” - 1a lei efetiva no campo de proteção ao trabalhador. - Aplicava-se a todas as empresas têxteis movidas à vapor ou energia hidráulica. - Proibia trabalho noturno aos menores de 18 anos. 27 7 - 12 horas / dia. - 69 horas / semana. - Fabricas precisam ter escolas → frequentadas por todos os trabalhadores menores que 13 anos. - Idade mínima para o trabalho: 9 anos. - Um médico devia atestar se o desenvolvimento físico da criança correspondia a sua idade cronológica. 1834 - Robert Bauer - nomeado Inspetor Médico da fabricas. 1842 - Industrial James Smith (Escócia) - contrata 1 médico para examinar os menores trabalhadores antes de sua admissão ao serviço, examiná- los periodicamente, orientá-los em relação a problemas de saúde prevenindo as doenças ocupacionais ou não. Surgia a função específica do Médico de Fábrica. No Brasil Século XIX - engenhos de açúcar e café. 1889 - 630 fábricas e 54000 empregados. 1907 - 3200 fábricas - 150000 empregados. (1o Rio de Janeiro, 2 o São Paulo). 1907, 1912, 1917, 1920 - greves por melhores condições de trabalho. 1918 - 1 a lei sobre acidentes no trabalho. DL No 3724 de 15/01/1918. 1919 - Marca a presença dos 1as indústrias Americanas. As greves culminam no código sanitário de São Paulo. Lei 13.493 de 05/03/1919 - alterações no DL 3724 1923 - Inspetoria de higiene industrial e profissional - Ministério do Interior e Justiça (DL. 16300). 1934 - Inspetoria de higiene e segurança do trabalho - MTIC (Ministério do trabalho, indústria e comércio) - 2a lei de acidentes do trabalho. Lei 24.637 de 10/07/1934 - alterações no DL 3724. 28 8 1941 - Surge a ABPA - Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes 1942 - Divisão de higiene e segurança do trabalho. 1943 - CLT - DL. 5452 de 01/05/43 - capítulo V - higiene e segurança do trabalho. - Guerra Mundial influencia na Industrialização (CSN, Petrobrás) 1944 - DL. 7036/ M.T. de 10/11/44 - lei de acidentes - SESI. Revoga a lei 3724 1949 -Standart Oil (fábrica) - cria 1o Serviço de Previdência de Acidentes. Década de 50: - II Congresso Pan-americano de Medicina do Trabalho. - I Congresso Nacional de CIPAS. - 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. Década de 60: - CONPAT - Congresso Nacional de Prevenção de Acidentes. - 1963 - criada a Fundacentro - subordinada a secretaria de segurança e medicina do trabalho do M.T. - 1967 - nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 de 28/02/67 revoga o DL 7036 (1944). Lei 5316 de 14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só no campo privado. - 1968 - Portaria 32 - CIPA’s. Década de 70: - 1972 - Portaria 3237 - Segurança, higiene e medicina do trabalho. - 1975 - Portaria 3460 - Segurança e medicina do trabalho. 29 9 - 1976 - Lei de Acidentes No 6367 de 19/10/76 (DL. 79037 de 24/12/76). Revoga a lei 5316. O seguro é feito obrigatoriamente pelo INPS. - 1977 - Lei 6514 - revisão do capítulo V, título II da CLT. (DL 5452) - 1978 - Lei No 83080 - Substitui e cancela 79037 (24/12/76) - 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 / MTb /78 Década de 80: - 1983 - PortariaNo 6 de 09/03/83 SSMT - MT - Alterações da 3214. Alterações da Nrs 1, 2, 3 e 6. - 1988 - Portaria No 3067 de 12/04/88 - MT - Aprovação das normas regulamentadoras rurais - Segurança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei 5889 de 08/06/73). Década de 90: - 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de empresas culpadas por acidentes de trabalho os benefícios pagos aos acidentados. - 1992 – Criação da FENATEST – Federação Nacional dos Técnicos de Segurança do Trabalho. Anos 2000: Criação de normas relativas ao uso das empresas do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). Obs: A empresa deverá elaborar e manter atualizado perfil profissiográfico previdenciário, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão do contrato de trabalho ou do desligamento do cooperado, cópia autêntica deste documento, sob pena da multa prevista no art. 283. Para fins de concessão de benefícios por incapacidade, a partir de 01/11/2003, a Perícia Médica do INSS poderá solicitar à empresa o PPP, com vista à fundamentação do reconhecimento técnico do nexo causal e para avaliação de potencial laborativo objetivando processo de reabilitação profissional. 30 0 ACIDENTES DE TRABALHO EVOLUÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO Não há notícias sobre a ocorrência de acidentes do trabalho na época em que o trabalho era meramente artesanal. De maneira análoga, as informações são mínimas sobre os acidentes ocorridos atualmente nas indústrias de artesanato. Isso se verifica pelo fato do artesão pouco manusear máquinas, trabalhando basicamente com ferramentas e equipamentos de pequeno porte. O mesmo não acontece no sistema industrial, onde predomina a máquina e ferramentas de maior porte, onde os acidentes avolumam-se de maneira a preocupar trabalhadores, sindicatos e autoridades ligados ao setor trabalhista e previdenciário, e vários segmentos da sociedade. Com o crescimento industrial, a proliferação de estabelecimentos empregatícios trouxe o consequente aumento dos acidentes. Nos EUA, em 1953, a previsão de acidentes de trabalho por dia (média de 18 dias). ACIDENTE Acidente é um acontecimento infeliz, casual ou não, fortuito, imprevisto, que resulta em ferimento, dano, ruína. Acidente do Trabalho: é toda lesão corporal ou perturbação funcional que, no exercício ou por motivo de trabalho, resultar de causa externa, súbita, imprevista ou fortuita, determinando a morte do empregado ou a sua incapacidade para o trabalho, total ou parcial, permanente ou temporária. TIPOS DE ACIDENTES DE TRABALHO Três são as formas de acidentes: 1) Acidente típico, 2) Acidente "in itinere" ou de trajeto, 3) Doenças profissionais. 1) Acidente Típico: é aquele que decorre diretamente do exercício do trabalho, a serviço da empresa, provocando lesão corporal, perturbação 31 1 funcional ou doença que cause a morte, a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. 2) Acidente "in itinere” ou de trajeto: é aquele que ocorre no trajeto do empregado; é o que decorre não de sua prestação laboral, não enquanto trabalha, mas no trajeto de e para o trabalho. É o acidente de trabalho indireto. Podem ser: a) A viagem do empregado; b) No período das refeições ou descanso; c) A ação de terceiros, em certos casos. a) A viagem pode ser: - Em viagem a serviço da empresa, seja qual for ao meio de locomoção utilizado, inclusive veiculo de propriedade do empregado. - No percurso da residência para o trabalho ou deste para aquele. b) No intervalo para refeições podem ocorrer acidentes como intoxicação pela alimentação fornecida pelo restaurante do local de trabalho, água contaminada no refeitório, queda no refeitório, nas ocasiões de satisfação das necessidades fisiológicas no local de trabalho, etc. Além de desabamento, inundação ou incêndio. c) Nesta categoria incluem-se: - Sabotagem e terrorismo praticado por terceiros, inclusive companheiros de trabalho, - Ofensa física intencional, inclusive de terceiros, por motivo de disputa relacionada com o trabalho. - Ato de imprudência ou negligência de terceiros, inclusive companheiro de trabalho - Ato de pessoa privada da razão. 32 2 3) Doenças Profissionais: são as decorrentes das condições ou excepcionais em que o trabalho seja executado, desde que , diretamente relacionada com a atividade exercida, cause redução da capacidade para o trabalho CAUSAS DOS ACIDENTES A) FALTA DE EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA De alto custo aquisitivo, nem todos os empregadores sondados mostram simpatia pelos equipamentos de proteção (preço e conceituação). Na filosofia destes, somente os empregados sob maior risco eventualmente utilizar-se-iam de reduzido número de equipamentos. Nos trabalhadores que labutam a curta distância de uma fonte qualquer de risco, não é observada a disponibilidade de equipamentos de segurança, apesar de receberem fagulhas, forte calor, odores causadores de mal estar, poeiras, etc. O argumento mais frequente para não usarem os equipamentos, é de que estes trabalhadores não estão expostos a perigo. B) RECUSA DO TRABALHADOR EM USAR O EQUIPAMENTO Óculos pesados, máscaras, capacetes, roupas mais espessas que os de uso habitual, calçados com reforços, luvas, etc, constituem o equipamento de segurança do trabalhador. No corpo seu peso é bem superior ao da indumentária habitual. Alegando desconforto e até mesmo perda da agilidade para a execução das tarefas, os trabalhadores mostram-se pouco interessados no uso de EPI (conscientização). C) IMPRUDÊNCIA, IMPERÍCIA OU NEGLIGÊNCIA DO TRABALHADOR O simples uso de equipamentos de segurança não resolve o problema, se não forem tomados certos cuidados no ambiente de trabalho. O comportamento do trabalhador é fator determinante de grande número de acidentes. 33 3 A imprudência, a negligência e a imperícia, expõem o prestador de serviços a mais de um risco de acidente diário. Imprudência é a prática de um ato perigoso, realiza-se uma conduta que a cautela indica que não deve ser realizada. A imprudência é positiva, ou seja, o sujeito pratica uma ação. Negligência é a ausência de precaução ou indiferença em relação ao ato realizado. A negligência é negativa, ou seja: o sujeito deixa de fazer algo, opondo-se à imprudência. A imprudência e a negligência são atitudes antônimas entre si. Imperícia é a falta de aptidão para o exercício de arte ou profissão. É possível que, em face da ausência de conhecimento técnico ou prático, causem- se acidentes. D) DEFEITO NOS EQUIPAMENTOS E MÁQUINAS COM OS QUAIS SE TRABALHA As instalações da empregadora, e os equipamentos (máquinas manuais e fixas, ferramentas, etc) de limitada duração, podem apresentar defeitos no momento do uso, simplesmente deixar de funcionar, como também apresentar rupturas em seu corpo. Problemas que podem até mesmo, causar danos letais aos que estiverem trabalhando com eles no momento. A pouca perícia, a falta de correta manutenção, o desgaste e a má qualidade podem ser fatores determinantes deste problema. E) FALTA DE PROFISSIONAIS ESPECIALIZADOS EM SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO Empregados e empregadores, em seu maior número, são constituídos de pessoas leigas em matéria de segurança e medicina do trabalho. Sensível ao problema estabeleceu o legislativo no artigo 200 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) - DL. 5452 de 01/03/1943: 34 4 Art. 200: Cabe ao Ministério do Trabalho estabelecer disposições complementares às normas de que trata este capítulo, tendo em vista as peculiaridades de cada setor de trabalho. Atendendo ao disposto na citada norma legal, foi baixada a portaria 3214, de 08 de junho de 1978, que estabelece as NRs - Normas Regulamentadoras de segurançae medicina do trabalho. São ao todo 28 NRs e atualmente acrescidas das NRRs (Normas Regulamentadoras Rurais). A NR-4 alterada pela portaria No 33/83, estabelece: ANEXO 1 - NR-4 - Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT). As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos de administração direta e indireta e dos poderes legislativo e judiciário, que possuam empregados regidos pela CLT, manterão obrigatoriamente, serviços especializados em Engenharia de Segurança de em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. O dimensionamento dos serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho vincula-se à gradação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento constantes dos quadros I e II anexos, observados as exceções previstas nesta NR. Para fins de dimensionamento, os canteiros de obras e as frentes de trabalho com menos de 1000 empregados e situados no mesmo estado, território ou Distrito Federal não são considerados como estabelecimentos, mas como integrantes da empresa de engenharia principal responsável, a quem caberá organizar os serviços especializados em engenharia de segurança e em medicina do trabalho. - Neste caso, os Engenheiros de Segurança do Trabalho, os Médicos do Trabalho e os enfermeiros do trabalho poderão ficar centralizados. - As empresas que possuam mais de 50% de seus empregados em estabelecimento ou setor com atividade cuja gradação de risco seja de grau 35 5 superior ao da atividade principal deverão dimensionar os SESMT em função do maior grau de risco, obedecido o disposto no quadro II desta NR. - A empresa poderá constituir SESMT centralizado para atender a um conjunto de estabelecimentos pertencente a ela, desde que a distância a ser percorrida entre aquele em que se situa o serviço e cada um dos demais estabelecimentos não ultrapasse a 5000 m, dimensionando-o em função do total de empregados e do risco, de acordo com o quadro II anexo e o sub-item 4.2.2. O serviço único de engenharia e medicina deverá possuir os profissionais especializados previstos no quadro II anexo, sendo permitido aos demais engenheiros e médicos exercerem engenharia de segurança e medicina do trabalho, desde que habilitados e registrados conforme estabelece a NR-27. Os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser integrados por engenheiro de segurança do trabalho, médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de segurança do trabalho e auxiliar do trabalho, obedecido o quadro II. Para fins desta norma regulamentadora, as empresas obrigadas a constituir SESMT, deverão exigir dos profissionais que as integram, comprovação de que satisfazem os seguintes requisitos: a) Engenheiro de Segurança do Trabalho: engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em engenharia de segurança do trabalho, em nível de pós-graduação. b) Médico do Trabalho: médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em medicina do trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela comissão nacional de residência médica, do MEC, ambos ministrados por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina. c) Enfermeiro do Trabalho: enfermeiro portador de certificado de conclusão de curso de especialização em enfermagem do trabalho, em nível de 36 6 pós-graduação, ministrado por Universidade ou Faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem. d) Auxiliar de Enfermagem do Trabalho: auxiliar de enfermagem ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho, ministrado por instituição especializada reconhecida e autorizada pelo MEC. e) Técnico de Segurança do Trabalho: técnico portador de comprovação de registro profissional expedido pelo MEC. F) ACIDENTES DE TRÂNSITO, G) FORÇA MAIOR, CASO FORTUITO, H) ÁLCOOL, TABAGISMO E TÓXICOS Referências Coordenação e Supervisão da Equipe Atlas. Segurança e Medicina do Trabalho. Manuais de Legislação Atlas. 61ª ed. 2007. ISBN 978-85-224-4815-9. DE CICCO, Francesco M.G.A.F & ANTAZZINI, Mario Luiz. Introdução à Engenharia de Segurança de Sistemas.. 3. Edição São Paulo, FUNDACENTRO, 1988. Pág 09. DECRETO Nº 92.530, DE 9 ABRIL DE 1986 Portaria n.º 3275, de 21 de setembro de 1989 Portaria MINISTRO DE ESTADO DO TRABALHO E EMPREGO nº 262 de 29.05.2008 http://app.crea- rj.org.br/portalcreav2midia/documentos/decreto92530.pdfhttp://www.mte.gov.br/ legislacao/Portarias/1989/p_19890921_3275.pdf http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr4_5.htm http://www3.dataprev.gov.br/http://www.cpafrr.embrapa.br/embrapa/attac hments/310_nr-05_atualizada. pdf/paginas/05/mtb/4.htm 37 7
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