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Direito Administrativo 1 - 2020 
 Prof. Gilberto Jr Silva Lima 
sitedogilberto.com 
73 9833 4500 
 
 
Dica boa   1
Ref.: Livro  2
 
 
 
 
 
 
 
1. Estado, Governo e 
Administração Pública 
 
Estado (plurissignificados), vamos     
defini-lo na capacidade da ​sociedade em           
organizar-se politicamente em certo e         
determinado ponto geográfico da terra. 
 
Há ​03 elementos essenciais que         
caracterizam a organização política:  
 
I - POVO 
 
Elemento humano. 
 
II - TERRITÓRIO 
 
Espaço físico. 
 
III - SOBERANIA 
 
Reconhecimento e independência na       
ordem interna e externa (Internacional). 
 
1 <Básico viu filho … vai pesquisar, estudar … abdica um                     
tempo das redes sociais, que tal plantar agora e colher                   
bem e para o resto de sua vida coisas boas e um tanto de                           
$$$$$$ …> 
2 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
Estado - ​ente personalizado (pode assumir           
direitos e obrigações na ordem interna ou             
externa. 
Estado de Direito - dever de elaborar o               
sistema de normas jurídicas, para si e para               
as relações sociais intra e extramuros. 
 
Objetivo Geral - Paz Mundial (vida pacífica,             
bem-estar, obediência/respeito às leis etc.)         
- Uma criação humana. 
 
Visto ainda de maneira orgânica, o Estado             
é composto por ​03 poderes ou funções:             3
Legislativo, Executivo e o Judiciário (que           
desempenho funções típicas e atípicas). 
 
Função Executiva​, subdivide-se em       
função administrativa ​(DIREITO ADMINISTRATIVO) e         
função política ​(GOVERNO). 
 
Governo​, ​função política ou de         
governo. É a administração superior dos           
interesses do Estado, intra e extramuros,           
altíssimo grau de discricionariedade nas         
decisões. 
 
Direito Administrativo​, é o estudo         
da ​função administrativa e seus         
desdobramentos, "consiste no dever de o           
Estado, ou de quem aja em seu nome, dar                 
cumprimento fiel, no caso concreto, aos           
comandos normativos, de maneira geral         
ou individual, para a realização dos fins             
públicos, sob regime prevalente de direito           
público, por meio de atos e comportamen-             
tos controláveis internamente, bem como         
externamente pelo Legislativo (com o         
auxílio do Tribunal de Contas), atos estes             
revisíveis pelo Judiciário" (FIGUEIREDO,       
2008, p. 34). 
3 ​Concepção de Montesquieu (Século XVIII). Harmonia e              
Cooperação entre os poderes que estruturam o Estado. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
 Prof. Gilberto Jr Silva Lima 
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É a atuação do ADMINISTRADOR PÚBLICO           
na execução das normas jurídicas, visando           
ao interesse comum. 
 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA​, pode     
ser compreendida em dois sentidos         
conforme CARVALHO FILHO (2008, pp. 9-10)           
como: 
 
a) Sentido OBJETIVO: a ​administração       
pública - grafada com letras         
minúsculas - representa o próprio         
exercício da função administrativa       
pelo Estado, por meio de seus           
agentes e órgãos. É a própria           
dinâmica estatal na gesrão dos         
interesses públicos. 
b) Sentido SUBJETIVO: considera-se,     
aqui, o sujeito da função         
administrativa. Nesta concepção, a       
Administração Pública - grafada       
com letras maiúsculas - representa         
o conjunto de órgãos, agentes e           
pessoas jurídicas incumbidos do       
exercício da função administrativa. 
 
Obs.: Administração Pública não é         
sinônimo de Poder Executivo. É         
empregada de maneira ampla e atinge a             
todos os Poderes (tripartição) desde que           
estejam exercendo função administrativa.  
 
 
 
2. Regime 
Jurídico-Administrativo 
 
● Altamente Importante* 
 
São os ​princípios e as regras jurídicas que               
direcionam a atuação da Administração         
Pública no exercício da função         
administrativa. 
Há ​02 pilares que sustentam as           
prerrogativas, privilégios e limites na         
atuação administrativa (pública): 
 
I - Supremacia do Interesse Público sobre 
o privado; 
 
II - Indisponibilidade, pela Administração, 
dos interesses públicos. 
 
 
2.1. Conceito de Direito       
Administrativo 
 
Segundo MARIA SYLVIA ZANELLA DI         
PIETRO (2010, p 47), o Direito Admi-             
nistrativo é ''o ramo do direito público que               
tem por objeto os órgãos, agentes e             
pessoas jurídicas administrativas que       
integram a Administração Pública, a         
atividade jurídica não contenciosa que         4
exerce e os bens de que se utiliza para a                   
consecução de seus fins, de natureza           
pública''. 
 
2.2. Fontes do Direito       
Administrativo 
 
● Lei (em sentido amplo); 
● Doutrina 
● Jurisprudência 
● Costumes  5
 
2.3. ​Princípios do     
Direito Administrativo 
 
4 Contencioso: em simples palavras é quando há disputa, 
conflito e interesses. 
5 Não admitidos os ​contra legem. 
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Os princípios administrativos mais       
conhecidos são os seguintes expressos na           
Constituição: legalidade, impessoalidade,     
moralidade, publicidade e eficiência;       
outros expressos ou implícitos na         
Constituição ou na lei (p. ex: Lei 9.784/1999):               
supremacia do interesse público,       
indisponibilidade do interesse público,       
continuidade do serviço público,       
razoabilidade, motivação, segurança     
jurídica, isonomia, contraditório e ampla         
defesa, autotutela, finalidade,     
especialidade, hierarquia, controle ou       
tutela, controle jurisdicional etc.  6
 
Dos Princípios Constitucionais Expressos. 
"LIMPE" - Art. 37, caput da CF/88. 
 
L​ egalidade 
I ​mpessoalidade 
M​ oralidade 
P​ ublicidade 
E​ ficiência  
 
2.3.1. Legalidade  
 
O administrador está adstrito ao         7
ordenamento jurídico, somente podendo       
atuar nos limites destes. (Legalidade         
positiva).  
 
A atuação administrativa sempre depende         
de lei. 
 
Nesse sentido, ​até nas situações de           
discricionariedade deverá o administrador       
respeitar os ditames legais.  
 
6 O ​princípio da universalidade , de fato, não é mencionado 
na lei, na doutrina ou na jurisprudência como princípio da 
Administração Pública. 
7 O particular possui uma legalidade negativa, podendo 
fazer aquilo que a lei não veda. 
Princípio da legalidade é diferente do           
princípio da ​reserva legal. (Atente para           
RESERVA, ou seja, regulamentação de uma           
determinada matéria se dará por meio de             
lei, a pedido expresso na lei).  
 
O princípio da legalidade ​comporta         
exceções​: I - Estado de defesa e estado de                 
sítio (arts. 136 e 135 da CF/88); II - Decretos                   
ou regulamentos autônomos (art. 84, VI,           
CF/88). 
 
2.3.2. Impessoalidade 
 
O princípio da impessoalidade impõe         
respeito à igualdade, à neutralidade do           
agente e à finalidade. Quanto a esta, a               
ideia é que a lei seja aplicada com o                 
objetivo de atender à sua finalidade da lei,               
sem subjetivismos, sem pessoalidades. 
 
De fato, essa é uma das facetas do               
princípio da impessoalidade. A Cons-         
tituição Federal, ao impor o princípio da             
impessoalidade (art. 37, caput), impõe três           
condutas:  
 
a) respeito à igualdade entre as pessoas             
(ou seja, a administração não pode nem             
favorecer, nem perseguir pessoas);  
b) proibição da autopromoção dosagentes públicos e imputação dos atos           
por eles praticados diretamente ao órgão           
ou entidade (disso resulta, por exemplo,           
que os agentes públicos não podem fazer             
autopromoção usando dinheiro e recursos         
públicos);  
c) respeito à finalidade dos atos           
administrativos (ou seja, o agente público           
deve ser impessoal ao praticar os atos             
administrativos, buscando a finalidade       
prevista na lei, e não a finalidade que o                 
agente entende que é a melhor a ser               
alcançada). 
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Há ainda para o princípio da           
impessoalidade o importante estudo da         
Teoria do Órgão ou Imputação Volitiva: foi             
elaborada na Alemanha, por Otto Gierke, e             
hoje é universalmente aceita pela doutrina           
e pela jurisprudência. De acordo com essa             
tese, o Estado (pessoa jurídica) manifesta           
suas vontades por meio dos órgãos que             
integram a sua estrutura administrativa.         
Com efeito, ​quando os agentes que atuam             
nesses órgãos manifestam a sua vontade           
é como se o próprio Estado se             
manifestasse​. Em outras palavras, como o           
órgão é apenas parte do corpo do ente               
político ou da entidade administrativa,         
todas as manifestações de vontade dos           
órgãos são consideradas como       
manifestações de vontade da própria         
pessoa jurídica da qual fazem parte.  
 
Por fim, outro exemplo desta acepção do             
princípio da impessoalidade é. a Lei           
6.454/77, que proíbe que se atribua a bem               
público nome de pessoa viva. 
 
2.3.3. Moralidade 
 
Dever de agir com honestidade,         
probidade, observando os princípios       
éticos, a lealdade e a boa-fé.  
 
Ganhou previsão expressa apenas na         
CF/88. 
 
Art. 5, LXXIII, da CF/1988, admite ​ação             
popular quando haja simples lesão à           
moralidade administrativa;  
 
O ​tratamento isonômico por parte de           
administradores públicos, a que fazem jus           
os indivíduos, decorre basicamente dos         
princípios da impessoalidade e ​da         
moralidade​. 
 
2.3.4. Publicidade 
 
Trazer ​transparência à atuação       
administrativa. 
 
Em algumas situações poderá ser         
mitigada: 
 
a) art. 5°, X da CF/88; 
b} art.5°, XXXlll da CF/88; 
c) art. 5°, LX da CF/88. 
 
2.3.5. ​EC 19/1998​ - ​Princípio da Eficiência 
 
O princípio da eficiência exige que o             
administrador aja de modo rápido e           
preciso, produzindo resultados que       
satisfaçam as necessidades dos       
administrados. 
 
Eficácia, Eficiência e efetividade. 
 
A “otimização de recursos” e a           
preocupação em alcançar o “objetivo         
pretendido” revela que o agente público           
atuou buscando atender ao princípio da           
eficiência, a fim de garantir a efetividade             
da atuação da Administração, que deverá           
ser eficaz, atingindo os seus resultados. 
 
2.3.6. Outros Princípios do       
Direito Administrativo  8
 
2.3.6.1. ​Princípio da Supremacia do         
Interesse Público 
 
O interesse público deve sobressair-se ao           
interesse privado, o que confere uma           
posição de superioridade da       
Administração no que se refere ao           
8 ​PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                    
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
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regramento jurídico conferido à sua         
atuação. Em razão deste princípio a           
Administração Pública recebe do       
ordenamento jurídico prerrogativas e       
privilégios para sua atuação que não são             
estendidos aos particulares.  
 
Ex: desapropriação por utilidade pública.  
 
Todavia, este princípio enfrenta pelo         
menos dois limites, que impedem a           
atuação arbitrária do administrador:  
 
a) direitos e garantias fundamentais;  
b) princípio da legalidade. 
 
O que é ​INTERESSE PÚBLICO​?  9
 
Divide-se em: 
 
Interesse Público primário 
 
É o interesse coletivo ampla e           
abstratamente considerado, que deve       
ser buscado no exercício da função           
administrativa. 
 
Interesse Público secundário 
 
É a vontade do Estado considerado           
enquanto pessoa jurídica - Não         
necessariamente coincidente com o       
interesse da coletividade - em busca de             
suas próprias conveniências.  
 
O ideal é que haja uma compatibilidade             
entre os dois interesses, primário e           
secundário, porém quando existir       
divergência/conflito entre eles deve       
haver prevalência do interesse primário. 
 
 
9 ​PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB - 
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed. 
Juspodivm. 
2.3.6.2. ​Princípio da indisponibilidade do         
interesse Público 
 
Preceitua que uma vez caracterizado o           
interesse público não pode mais a           
Administração dispor-se dele. Assim, a         
autoridade administrativa deverá tomar       
imediatamente as providências cabíVeis       
quando relevantes ao atendimento do         
interesse público. 
 
Atente que os bens públicos, ainda que             
imóveis, são alienáveis (​exceção​), desde         
que observadas certas condições legais.         
(motivação, desafetação, autorização     
legislativa, avaliação e licitação). 
 
2..3.6.3. ​Princípio da razoabilidade e         
proporcionalidade 
 
Estão previstos expressamente no art. 2°           
da Lei 9.784/99 (PAD). 
 
O ​princípio da razoabilidade visa a           
impedir que administradores públicos se         
conduzam com abuso de poder,         
sobretudo nas atividades discricionárias. 
 
Atuar com razoabilidade é agir de forma             
equilibrada e coerente, seguindo critérios         
do homem médio, em limites aceitos sob o               
ponto de vista racional. É também           
chamado de princípio da proibição dos           
excessos. 
 
É ainda em decorrencia da razoabilidade           
que saberemos que tipo de requisito é             
pertinente para o provimento de dado           
cargo. De qualquer forma, somente a lei             
(atendendo ao princípio da razoabilidade,         
como dito) é que poderá trazer esse tipo               
de requisito (art. 37, I, da CF). Exemplos de                 
requisitos que podem ser exigidos são os             
seguintes: a) nível superior, quando for           
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necessário; b) altura mínima, quando for           
necessário; c) idade mínima, quando for           
necessário, como na magistratura; d) sexo           
feminino ou masculino, por exemplo,         
quanto a agente penitenciário de prisão           
masculina ou feminina, entre outros. 
 
O princípio da proporcionalidade possui         
os seguintes elementos essenciais:  
 
a) adequação: o meio utilizado deve ser             
compatível com o fim buscado;  
b) exigibilidade: a conduta deve ser           
necessária, sendo o único meio menos           
gravoso para alcançar o fim público;  
c) proporcionalidade em sentido estrito: as           
vantagens têm de superar as         
desvantagens. 
 
Ressalta-se que as decisões tomadas com           
ofensa a estes princípios não são apenas             
inconvenientes, são ilegais e ilegítimas,         
posto que ferem a finalidade da lei e,               
como consequência, o princípio da         
legalidade. 
 
2.3.6.4. ​Princípio da autotutela 
 
Estabelece que a Administração pode         
rever os seus próprios atos, seja para             
anulá-los (se ilegais) ourevogá-los (se           
inconvenientes ou inoportunos). Neste       
mesmo sentido, o art. 53, da Lei no 9.784/99                 
dispõe que "A Administração deve anular           
seus próprios atos, quando eivados de           
vício de ilegalidade, e pode revogá-los por             
motivo de conveniência ou oportunidade,         
respeitados os direitos adquiridos". 
 
2.3.6.5. ​Princípio da especialidade 
 
Segundo o art. 37, XIX da Constituição             
Federal, para que a Administração Pública           
possa criar entidades, é necessário que           
exista uma lei que autorize a criação e               
defina, detalhadamente, as finalidades da         
nova pessoa jurídica. Assim, ao criar um             
órgão ou uma entidade, o legislador deve             
restringir-se aos objetivos definidos pela         
lei criadora ou autorizadora, ou seja, as             
pessoas jurídicas e os órgãos públicos           
estão diretamente vinculados às       
finalidades para as quais foram criados. 
 
O princípio surge com base na ideia de               
descentralização administrativa e foi       
pensado, inicialmente, para as autarquias.         
Entretanto, é aplicado a todas as pessoas             
jurídicas e órgãos, cuja criação dependa           
de lei. 
 
2.3.6.6. ​Princípio da segurança jurídica 
 
Tem a finalidade de: evitar alterações           
supervenientes que causem instabilidade       
social e minorar os efeitos traumáticos de             
novas disposições, protegendo sempre a         
estabilidade jurídica. De acordo com o art.             
2°, inciso XIII, da Lei 9.784/99, a             
Administração deve buscar a       
interpretação da norma que melhor         
garanta o atendimento do fim público a             
que se dirige, vedada a aplicação           
retroativa da nova interpretação. 
 
2.3.6.7. ​Princípio da motivação 
 
Este princípio estabelece que a         
Administração Pública deve justificar os         
seus atos, apontando os fundamentos de           
fato e de direito, bem como a correlação               
lógica entre os eventos e as providências             
tomadas. A finalidade é avaliar se o             
administrador agiu de forma compatível         
com lei que lhe serviu de fundamento. É               
também uma garantia para a ampla           
defesa e para o controle da legalidade             
dos atos praticados. 
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O órgão decisor pode acolher motivos           
indicados por outro órgão (​motivação         
aliunde​);  
 
2.3.7. Princípios administrativos que       
serviram de base para instituição da           
Súmula Vinculante n. 13.  
 
STF vinha decidindo que a nomeação de             
parentes viola os princípios da         
MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E     
EFICIÊNCIA, daí surgiu a S.V. n. 13. 
 
S.V. n. 13: "A nomeação de cônjuge,             
companheiro ou parente em linha reta,           
colateral ·ou por afinidade, até o terceiro             
grau, inclusive, da autoridade nomeante         
ou de servidor da mesma pessoa jurídica             
investido em cargo de direção, chefia ou             
assessoramento, para o exercício de cargo           
em comissão ou de confiança ou, ainda, de               
função gratificada na administração       
pública direta e indireta em qualquer dos             
Poderes da União, dos Estados, do Distrito             
Federal e dos Municípios, compreendido o           
ajuste mediante designações recíprocas,       
viola a Constituição Federal''. 
 
Súmulas Importantes 
 
Súmula 473 STF; 
S.V. n. 13. 
 
 
Questões da OAB 
 
Princípios Administrativos 
 
1. (oab/exame unificado – 2007.3) O           
diretor-geral de determinado órgão       
público federal exarou despacho       
concessivo de aposentadoria a um         
servidor em cuja contagem do tempo de             
serviço fora utilizada certidão de tempo           
de contri- buição do INss, falsi cada pelo               
próprio bene ciário. Descoberta a fraude           
alguns meses mais tarde, a referida           
autoridade tornou sem efeito o ato de             
aposentadoria. Na situação hipotética       
considerada, o princípio admi- nistrativo         
aplicável ao ato que tornou sem efeito o               
ato de aposentadoria praticado é o da 
 
(a) Autotutela. 
(b) Indisponibilidade dos bens públicos. 
(C) segurança jurídica. 
(D) Razoabilidade das decisões       
administrativas. 
 
2. (oab/exame uni cado – 2007.3) Assinale a               
opção correta acerca dos princípios da           
administração pública. 
 
(a) O princípio da eficiência não constava             
expressamente do texto original da CF,           
tendo sido inserido posteriormente, por         
meio de emenda constitucional. 
(b) O princípio da motivação determina           
que os motivos do ato praticado devam             
ser determinados pelo mesmo 
órgão que tenha tomado a decisão. 
(C) Embora seja consagrado pela         
jurisprudência e pela doutrina, o princípio           
da impessoalidade não foi consagrado         
expressamente na CF. 
(D) Em virtude do princípio da legalidade, a               
administração pública somente pode       
impor obrigações em virtude de lei;           
direitos, por sua vez, podem ser           
concedidos por atos administrativos. 
 
3. (oab/exame uni cado – 2006.3)           
Considerando os princípios da       
administração pública, assinale a opção         
correta. 
 
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(a) O ato imoral não pode ser anulado por                 
meio de ação popular, já que esta             
pressupõe lesividade econômica, não se         
estendendo ao dano moral. 
(b) Com base no princípio da segurança             
jurídica, o ordenamento jurídico em vigor           
veda, no âmbito da União, a aplicação             
retroativa de nova interpretação jurídica         
dada pela administração ao mesmo         
dispositivo legal. 
(C) Com base no princípio da supremacia             
do interesse público sobre o privado, é             
lícito ao Estado desapropriar qualquer         
bem particular, sem que haja prévia e             
justa indenização. 
(D) O princípio da razoável duração do             
processo, inserido na Constituição por         
emenda, não se estende, pelo menos           
expressamente, aos processos     
administrativos. 
 
4. (FGV – 2008) A Constituição da República               
Federativa do Brasil, ao dispor sobre a             
Administração Pública, estabeleceu o       
respeito a determinados princípios.       
Assinale a alternativa que apresenta todos           
os princípios mencionados no art. 37 da             
Constituição. 
 
(a) legalidade, impessoalidade, moralidade       
e publicidade. 
(b) Moralidade, disponibilidade da ação         
penal pública e legalidade. 
(C) Impessoalidade, eficiência, legalidade,       
publicidade e moralidade. 
(D) liberdade, igualdade e fraternidade. 
(e) legalidade, impessoalidade, moralidade,       
publicidade, eficiência, alternatividade e       
irretroatividade. 
 
5. (FGV – 2008) ​Observe o caso a seguir que                   
exempli ca a atuação de um gestor             
público na solução de um problema. O             
gestor público realizou determinado       
procedimento na busca da solução de           
uma necessidade da população moradora         
em uma área carente. Ao realizá-lo, buscou             
otimizar os recursos, evitando perdas e           
desperdícios, mas sem prejuízo do alcance           
do objetivo pretendido. Sua iniciativa         
atendeu ao público-alvo, resolvendo o         
problema de modo satisfatório. sob a           
ótica da Administração, a atuação desse           
gestor está baseada nos conceitos de: 
 
(a) legalidade, legitimidade e       
economicidade.  
(b) moralidade,eficiência e prudência. 
(C) oportunidade, utilidade e interesse         
público.  
(D) eficácia, eficiência e efetividade. 
(e) legalidade, moralidade e interesse         
público. 
 
6. (FGV – 2008) Analise o fragmento a               
seguir: “O princípio da legalidade denota           
essa relação: só é legitima a atividade do               
administrador público se estiver       
condizente com o disposto na lei.” Com             
base nos modelos de administração, é           
correto a rmar que o fragmento acima             
apresenta uma característica intrínseca       
do modelo: 
 
(a) administrativista.  
(b) gerencial. 
(C) burocrático. 
(D) comportamental.  
(e) estruturalista. 
 
7. (FGV – 2008) Não é princípio da               
Administração Pública: 
 
(a) hierarquia. 
(b) especialidade.  
(C) motivação. 
(D) autotutela. 
(e) universalidade. 
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8. (FGV – 2008) A assertiva “que os atos e                   
provimentos admi- nistrativos são       
imputáveis não ao funcionário que os           
pratica, mas ao órgão ou entidade           
administrativa em nome do qual age o             
funcionário” encontra respaldo,     
essencialmente: 
 
(a) no princípio da eficiência. 
(b) no princípio da moralidade. 
(C) no princípio da impessoalidade. 
(D) no princípio da unidade da           
Administração Pública.  
(e) no princípio da razoabilidade. 
 
9. (FGV – 2008) Assinale afirmativa           
incorreta. 
 
(a) O princípio da supremacia do interesse             
público prevalece, como regra, sobre         
direitos individuais, e isso porque leva em             
consideração os interesses da       
coletividade; 
(b) O tratamento isonômico por parte de             
administrado- res públicos, a que fazem           
jus os indivíduos, decorre basicamente         
dos princípios da impessoalidade e da           
moralidade. 
(C) O princípio da razoabilidade visa a             
impedir que administradores públicos se         
conduzam com abuso de poder,         
sobretudo nas atividades discricionárias. 
(D) Constitui fundamento do princípio da e             
ciência o sentimento de probidade que           
deve nortear a conduta dos         
administradores públicos. 
(e) Malgrado o princípio da         
indisponibilidade da coisa pública, bens         
públicos, ainda que imóveis, são alie-           
náveis, desde que observadas certas         
condições legais. 
 
 
 
 
10. (FGV – 2007) O art. 39, § 3, da                   
Constituição da República autoriza a lei a             
estabelecer requisitos diferenciados de       
admissão a cargo público, quando a           
natureza do cargo o exigir. A pertinência             
desses requisitos, em relação a         
determinado cargo a ser provido, é           
aferida mediante a aplicação do princípio           
da: 
 
(a) razoabilidade.  
(b) publicidade.  
(C) igualdade. 
(D) eficiência. 
 
11. (FGV – 2006) Indique o princípio             
imediatamente relacionado ao ato       
administrativo praticado visando à       
finalidade legal. 
 
(a) Eficiência. 
(b) Impessoalidade.  
(C) legalidade estrita.  
(D) Moralidade. 
(e) Publicidade. 
 
12. (FGV – 2005) ​Com relação aos princípios               
constitucionais da Administração Pública,       
é correto afirmar que: 
 
(a) o princípio da legalidade comporta           
exceção, no caso de ato discricionário. 
(b) são aplicáveis aos três níveis de             
governo da Federação. 
(C) o desvio de finalidade implica ofensa             
ao princípio da publicidade. 
(D) são aplicáveis apenas ao Poder           
Executivo da União. 
 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Poderes da Administração 
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Ref.: Livro  1
Sem fins lucrativos 
 
Poderes da Administração 
Pública 
 
"A doutrina costuma afirmar que         
certas prerrogativas postas à       
Administração encerram verdadeiros     
poderes, que ​são irrenunciáveis e devem           
ser exercidos sempre que o interesse           
público clamar​. Por tal razão são           
chamados ​poder-dever​" ​(extraído de questão         
do exame unificado set./10) ​.  
 
Os poderes administrativos possuem       
certas ​características​, a saber: 
 
● Instrumentalidade 
● Poder-dever 
● Irrenunciabilidade 
● Exercício nos limites da lei 
● Responsabilização do administrador 
 
a) Instrumentalidade: São instrumentos       
colocados à disposição da Administração         
para que esta atinja seus fins           
institucionais, na busca e alcance no           
interesse público. 
 
b) Poder-dever: Não tem o administrador a             
faculdade de exercer ou não os poderes             
colocados a sua disposição, devendo         
sempre deles se utilizar. 
 
c) Irrenunciabilidade: O administrador não         
pode renunciar suas prerrogativas face ao           
1 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
princípio da indisponibilielade do       
interesse público. 
 
d) Exercício nos limites da lei: decorrência             
do princípio da legalielade. 
e) Responsabilização do administrador:       
todos os aros praticados com abuso de             
poder e em desrespeito a lei são ilegais,               
gerando a responsabilização do       
administraelor tanto em sua atuação         
comissiva ou omissiva. 
 
Os poderes administrativos recebem       
classificações​, a saber, entre outras: 
 
● Quanto à margem de liberdade 
○ vinculado 
○ discricionário 
● Quanto às espécies 
○ hierárquico 
○ disciplinar 
○ regulamentar ou normativo 
○ de polícia 
 
1. Poder Vinculado  2
 
Hely Lopes Meirelles "poder vinculado - é             3
aquele que o Direito Posi​tivo - a lei -                 
confere à Administração Pública para a           
prática de ato de sua competência,           
determinando os elementos e requisitos         
necessários à sua formali zação"; 
 
A lei tipifica objetiva e claramente a             
situação em que o agente deve agir e o                 
comportamento a ser tomado.       
Preenchidos os requisitos legais, o         
administrador é obrigado a agir de           
acordo com o previamente definido em lei.  
 
2 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
3 (Direito Administrativo Brasileiro, 26. ed., São Paulo;               
Malheiros, p. 109 a 123) 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Poderes da Administração 
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Nestes atos todos os elementos ou           
requisitos do ato administrativo praticado         
são vinculados, o que permite que o ato               
seja objeto de controle de legalidade por             
parte do Judiciário. 
 
2. Poder Discricionário  4
 
Hely Lopes Meirelles poder discricionário         5
- é o que o Direito concede à               
Administração, de modo explícito, para a           
prática de atos administrativos com         
liberdade na escolha de sua conveniência,           
oportunidade e con teúdo"; 
 
Permite uma margem de liberdade ao           
administrador, que exercerá um juízo de           
valor segundo critérios de conveniência e           
oportunidade (mérito administrativo),     
dentro dos limites definidos pela lei,           
avaliando a situação e escolhendo o           
melhor comportamento a ser tomado         
dentre os que são legalmente possíveis e             
que melhor atenda ao interesse público           
buscado. 
 
O poder discricionário manifesta-se       
principalmente nas seguintes situações: a)         
quando estiver diante de conceitos         
valorativos estabelecidos pela lei, que         
dependem de concretização pelas       
escolhas do agente, considerados o         
momento histórico esocial ​(extraído de           
questão do exame unificado de set/10); ​b)             
diante de conceitos legais e jurídicos           
técnico-científicos, sendo, neste caso,       
limitado às escolhas técnicas possíveis.  
 
4 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
5 (Direito Administrativo Brasileiro, 26. ed., São Paulo;               
Malheiros, p. 109 a 123) 
Questão: O que significa       
intangibilidade do mérito administrativo ? 
 
O princípio da intangibilidade ou         
insindicabilidade do mérito administrativo       
signif1ca que o juízo de conveniência e             
oportunidade feito pelo agente quando da           
prática de um ato discricionário ​não pode             
ser alterado pelo Poder Judiciário , salvo           
se padecer de vício de legalidade. Não             
pode, assim, o juiz ao administrador na             
prática de um ato discricionário para           
decidir qual seria a conduta mais           
adequada a ser tomada, sob pena de             
violação ao princípio da separação entre           
os Poderes. 
 
3. Poder Hierárquico  6
 
Hely Lopes Meirelles "poder hierárquico -           7
é o de que dispõe o Executivo para               
distribuir e escalonar as funções de seus             
órgãos, ordenar e rever a atuação de seus               
agentes, estabelecendo a relação de         
subordinação entre os servidores do seu           
quadro de pessoal”; 
 
Conceito: prerrogativa que tem o         
Estado de organizar sua estrutura,         
escalonando e definindo funções de seus           
órgãos, bem corno fiscalizar, ordenar e           
rever a atuação de seus agentes, através             
do estabelecimento de relações de         
hierarquia e subordinação entre aqueles         
que integram o seu quadro de pessoal.             
Podemos afirmar, assim, que "o poder           
hierárquico é inerente à ideia de           
verticalização administrativa, e revela as         
possibilidades de controlar atividades,       
6 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
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7 (Direito Administrativo Brasileiro, 26. ed., São Paulo;               
Malheiros, p. 109 a 123) 
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delegar competência, avocar     
competências delegáveis e invalidar atos,         
dentre outros" ​(extraído do exame         
unificado set/10). 
 
3.1 Características 
 
● Edição de atos normativos internos 
● Dar ordens 
● Fiscalização e controle 
● Delegação e avocação 
 
3.1.1 Edição de atos normativos internos 
 
O superior hierárquico pode editar atos           
normativos dirigidos aos agentes       
subordinados, cujo principal objetivo é         
organização da atuação administrativa.       
São as resoluções, portarias, ordens de           
serviço etc. 
 
3.1.2. Dar ordens (poder de comando) 
 
Em decorrência do poder hierárquico         
atribui-se ao superior hierárquico a         
prerrogativa de dar ordens diretas,         
verbais ou escritas, aos seus         
subordinados com o objetivo de garantir o             
adequado funcionamento dos serviços. No         
outro lado, os subordinados devem acatar           
e cumprir as ordens de seus superiores             
hierárquicos, salvo se manifestamente       
ilegais. 
 
No XXIV Exame de Ordem (nov/2017), a             
banca examinadora propôs o seguinte         
problema: "João foi aprovado em concurso           
público promovido pelo Estado Alfa para o             
cargo de analista de políticas públicas,           
tendo tomado posse no cargo, na classe             
inicial da respectiva carreira. Ocorre que           
João é uma pessoa proativa e teve, como               
gestor, excelentes experiências na       
iniciativa privada. Em razão disso, ele           
decidiu que não deveria cumprir os           
comandos determinados por agentes       
superiores na estrutura administrativa,       
porque ele as considerava contrárias ao           
princípio da eficiência, apesar de serem           
ordens legais". Dentre as alternativas a           
apontada como correta afirmava que         
''​João tem dever de obediênçia às ordens             
legais de seus superiores, em razão da             
relação de subordinação decorrente do         
poder hierárquico ". 
 
3.1.3. Fiscalização e controle 
 
Também denominado como fiscalização       
hierárquica, é a prerrogativa conferida ao           
superior hierárquico de fiscalizar e revisar           
os atos praticados por seus subordinados,           
o que pode resultar na anulação,           
revogação ou convalidaçáo de tais atos. 
 
3.1.4. Delegação e avocação 
 
Em regra, a competência é indelegável.           
Porém, em determinadas situações o         
legislador admite a delegação ou         
avocação de competências. 
 
Conceitua-se delegação como o ato         
discricionário, revogável a qualquer       
tempo, mediante o qual um agente ou             
órgão confere o exercício temporário de           
parte de suas atribuições a outro agente             
ou órgão, ainda que não sejam           
hierarquicamente subordinados, em razão       
de circunstâncias de índole técnica, social,           
econômica, jurídica ou territorial (art. 12 da             
Lei 9.784/99). A autoridade delegante         
continua competente cumulativamente     
com o delegado para a prática do ato.               
Tratando-se a delegação de ato         
discricionário, poderá ser revogada a         
qualquer tempo por quem delegou a           
competência (art. 14, § 2°). A publicação do               
ato de delegação, bem como sua           
revogação, é obrigatória (art. 14, da Lei             
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9.784/99), devendo o ato de delegação           
especificar as. matérias e poderes         
transferidos, os limites da atuação do           
delegado, a duração e os objetivos da             
delegação e o recurso cabível, podendo           
conter ressalva de exercício da atribuição           
delegada. 
 
Não podem ser objeto de delegação           
(Art. 13, da Lei. 9784/99) ​: 
 
a) a edição de atos de caráter normativo;               
b) a decisão de recursos administrativos;  
c) as matérias de competência exclusiva           
do órgão ou autoridade. 
 
Já avocação é o ato discricionário           
mediante o qual o superior hierárquico           
traz para si, em caráter excepcional e por               
motivos relevantes devidamente     
justificados, o exercício temporário de         
determinada competência atribuída por       
lei a um subordinado seu (art. 15 da Lei                 
9.784/99). 
 
4. Poder Disciplinar  8
 
Hely Lopes Meirelles "poder disciplinar - é             9
a faculdade de punir inter​namente as           
infrações funcionais dos servidores e         
demais pessoas sujeitas à disciplina dos           
órgãos e serviços da Administração” 
 
É o poder conferido ao agente público de               
aplicar sanções aos demais agentes         
diante da prática de uma infração           
funcional, bem como às pessoas que           
mantêm vínculo contratual com a         
Administração e cometem alguma falta         
durante a execução do contrato. Estas in-             
8 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
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9 (Direito Administrativo Brasileiro, 26. ed., São Paulo;               
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frações deverão ser apuradas por meio de             
regular processo administrativo com       
observância do contraditório e ampla         
defesa e devem possuir previsãona           
legislação. 
O exercício do poder disciplinar é           
obrigatório, o que significa dizer que a             
infração cometida deve ser apurada.         
Entretanto, nem sempre ocorrerá a         
aplicação de uma sanção, que é, uma             
prerrogativa da Administração. 
 
 
5. Poder Regulamentar  10
 
Hely Lopes Meirelles "poder regulamen​tar         11
é a faculdade de que dispõem os Chefes               
de Executivo (Presidente da República,         
Governadores e Prefeitos) de explicar a lei             
para sua correta execução, ou de expedir             
decretos autônomos sobre matéria de sua           
competência ainda não disciplinada por         
lei" 
 
Conceito: refere-se à prerrogativa que tem           
o Chefe do Executivo de expedir           
regulamentos que irão complementar o         
teor das leis, preparando-se sua execução           
(art. 84, IV da CF/88). 
 
O art. 84, IV da CF menciona que a                 
expedição de decretos e regulamentos         
para a fiel execução das leis, Regulamento             
representa o conteúdo do ato, já o decreto               
é a forma pela qual o ato se exterioriza. 
 
É importante salientar, todavia, que         
"no exercício do poder regulamentar, a           
Administração não pode criar direitos,         
obrigações, proibições, medidas punitivas,       
10 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
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devendo limitar-se a estabelecer normas         
sobre a forma como a lei vai ser cumprida"                 
(exame unificado set/08). É legítima, porém,           
a fixação de obrigações secundárias (ou           
derivadas), adequadas às obrigações       
legais principais. 
 
Vale ressaltar que compete       
exclusivamente ao Congresso Nacional a         
sustaçáo dos atos normativos do Poder           
Executivo que exorbitem do poder         
regulamentar (art. 49, V da CF), sem             
prejuízo do controle de legalidade a cargo             
do Poder Judiciário. 
 
5.1 Tipos de regulamento 
 
a) Regulamento autônomo ou       
independente: seu fundamento de       
validade deriva diretamente na       
Constituição Federal, exercendo papel       
finalístico de lei, podendo, inclusive, ser           
objeto de controle de constitucionalidade. 
 
Não há consenso na doutrina sobre a             
existência dos chamados regulamentos ou         
decretos autônomos no Direito Brasileiro.         
Os que admitem sua existência, indicam           
como espécies as hipóteses trazidas pelo           
art. 84, VI, da CF: a) organização e               
funcionamento da administração pública,       
desde que não cause aumento de           
despesas nem crie ou extinga órgãos           
públicos; b) extinção de funções ou cargos             
públicos, quando vagos. 
 
b) Regulamento executivo: são atos         
normativos, de caráter geral e abstrato, de             
competência privativa do Chefe do Poder           
Executivo e que visam fixar parâmetros           
para a fiel execução de leis. Ex: Decreto               
3.048/99, que regulamenta as Leis 8.212/91           
e 8.213/91. 
 
 
 
6. Poder de Polícia ​(Haverá outra           12
apostila mais robusta sobre o tema) 
 
Hely Lopes Meirelles "poder de polícia é a               13
faculdade de que dispõe a Administração           
Pública para condicionar e restringir o uso             
e gozo de bens, atividades e direitos             
individuais, em benefício da coletividade         
ou do próprio Estado". 
 
Conceito: o Código Tributário Nacional, em           
seu art. 78, conceitua poder de polícia             
como sendo "(...) a atividade da           
administração pública que, limitando ou         
disciplinando direito, interesse ou       
liberdade, regula a prática de ato ou             
abstenção de fato, em razão de interesse             
público concernente à segurança, à         
higiene, à ordem, aos costumes, à           
disciplina da produção e do mercado, ao             
exercício de atividades econômicas       
dependentes de concessão ou       
autorização do Poder Público, à         
tranquilidade pública ou ao respeito à           
propriedade e aos direitos individuais ou           
coletivos". 
 
Em resumo, "O poder de polícia,           
conferindo a possibilidade de o ​Estado           
limitar o exercício da liberdade ou das             
faculdades de proprietário , em prol do           
interesse público, deve ser exercido nos           
limites da lei, gerando a possibilidade de             
cobrança de taxa" ​(afirmativa adaptada de           
questão do exame unificado ser/10). A           
previsão de cobrança de taxas em razão             
do exercício do poder de polícia está no               
art. 145, II da CF/88. 
 
12 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
13 (Direito Administrativo Brasileiro, 26. ed., São Paulo;               
Malheiros, p. 109 a 123) 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Poderes da Administração 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima 
 
6.1 Atributos do poder de polícia 
 
● Discricionariedade 
● Autoexecutoriedade 
● Coercibilidade 
 
6.1.1 Discricionariedade 
 
A Administração avaliará a conveniência e           
oportunidade de sua atuação e em que             
medida o fará, principalmente no que se             
refere na definição das sanções que           
poderão ser aplicadas. Todavia, em         
algumas situações o poder de polícia é             
vinculado, uma vez que a própria norma             
explicita todos os requisitos exigidos do           
interessado, como ocorre, por exemplo,         
para a concessão das licenças em geral. 
 
6.1.2 Autoexecutoriedade 
 
O exercício do poder de polícia não             
depende de autorização do Poder         
Judiciário, podendo a Administração       
executar diretamente as medidas e         
sanções decorrentes da polícia       
administrativa. É bastante comum verificar         
este atributo nas interdições realizadas         
em estabelecimentos que não cumprem         
normas de saúde e higiene públicas. Ou             
seja, o Estado pode "(...) em situações             
extremas, dentro dos limites da         
razoabilidade e da proporcionalidade,       
atuar de forma autoexecutória" ​(extraído         
de questão do XXIV Exame de Ordem)​.             
Mas a autoexecutoriedade do poder de           
polícia não impede o controle posterior da             
atuação administrativa pelo Poder       
Judiciário. 
 
O ato praticado pelo fiscal está dentro da               
visão tradicional do exercício da polícia           
administrativa pelo Estado, que pode, em           
situações extremas, dentro dos limites da           
razoabilidade e da proporcionalidade)       
atuar de forma autoexecutória. 
 
As multas aplicadas em razão do           
poder de polícia são uma exceção ao             
atributo da autoexecutoriedade. A       
Administração, neste caso, deve-se valer         
de meios judiciais - execução MULTA fiscal             
- ou extrajudiciais - como envio de avisos               
de cobrança, protesto da certidão de           
dívida ativa etc. - para satisfazer o seu               
crédito. 
 
6.1.3 Coercibilidade 
 
A medida adotada pela Administração no           
exercício do poder de polícia é imposta de               
forma coercitiva ao administrado que         
desrespeita os limites impostos ao         
exercício de seu direito de liberdade e             
propriedade.  
 
Um bom exemplo do atributo da coer-             
cibilidade do poder de políciapode ser             
extraído de questão do X Exame           
Unificado: ​"Oscar é titular da propriedade           
de um terreno adjacente a uma creche             
particular. Aproveitando a expansão       
econômica da localidade, decidiu       
construir em seu terreno um grande           
galpão. Oscar iniciou as obras, sem           
solicitar à prefeitura do município "X" a             
necessária licença para construir, usando         
material de baixa qualidade. Ainda         
durante a construção, a diretora da           
creche notou que a estrutura não           
apresentava solidez e corria o risco de             
desabar sobre as crianças. Ao tomar           
conhecimento do fato, a prefeitura do           
município "X" inspecionou o imóvel e           
constatou a gravidade da situação. Após a             
devida notificação de Oscar, a estrutura           
foi demolida". Nesta situação concreta,         
não deixa de estar presente também o             
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atributo da autoexecutoriedade, haja vista         
que a demolição foi executada         
independentemente de autorização     
judicial. 
 
Questão: ​O exercício do poder de           
polícia pode ser delegado a entidade           
privada? 
 
Não. O entendimento vigente no STF é no               
sentido de que o poder de polícia, típica               
atividade de Estado, não pode ser           
delegado a entidade privada (ADI 1717).           
Esse entendimento tem sido mitigado na           
hipótese de a entidade de direito privado             
integrar a Administração Pública Indireta.         
Tanto é que o tema voltou à Suprema               
Corte e teve repercussão geral         
reconhecida, versando a controvérsia do         
caso concreto sobre a possibilidade de           
aplicação de multas de trânsito por           
sociedade de economia mista (ARE 662186).           
Todavia, é importante salientar que se tem             
admitido a delegação a particulares da           
prática de certos atos materiais ou           
instrumentais ao exercício poder de         
polícia. Este tema, inclusive, foi         
cobrado no XVI Exame de Ordem (2015.1),             
com a proposição do seguinte caso:           
"Determinado município resolve aumentar       
a eficiência na aplicação das multas de             
trânsito. Após procedimento licitatório,       
contrata a sociedade empresária Cobra         
Tudo para instalar câmeras do tipo 'radar'             
que fotografam infrações de trânsito, bem           
como disponibilizar agentes de trânsito         
para orientar os cidadãos e aplicar           
multas. A mesma sociedade empresária         
ainda ficará encarregada de criar um           
Conselho de Apreciação das multas, com o             
objetivo de analisar todas as infrações e             
julgar os recursos administrativos". Nesta         
situação, nada impede a contratação dos           
equipamentos eletrônicos de fiscalização       
(mero ato material ou instrumental ao           
poder de polícia), mas o poder decisório             
não pode ser transferido à empresa, pois é               
típica atividade de polícia, indelegável, a           
decisão de aplicação ou não da           
penalidade. 
 
6.2 Diferença entre polícia administrativa e           
polícia judiciária 
 
● Polícia Administrativa 
○ Incide sobre bens, direitos e         
atividades, condicionando seu     
uso ou exercido 
○ Caráter predominantemente   
preventivo. Mas pode ser       
repressivo e fiscalizador 
○ Exercida pelas autoridades     
administrativas e pelas     
corporações policiais 
○ Visa prevenir ou reprimir       
ilícitos administrativos 
○ Regida por normas de Direito         
Administrativo 
● Polícia Judiciária 
○ Incide sobre pessoas, de       
forma ostensiva ou     
investigativa, e busca evitar       
ou reprimir a prática de         
infrações penais 
○ Caráter predominantemente   
repressivo 
○ Exercida pela polícia civil,       
militar e federal 
○ Vlsa prevenir ou reprimir       
ilícitos penais 
○ Regida por normas do Direito         
Penal e Processual Penal 
 
6.3 Prescrição 
 
As sanções aplicadas em razão do poder             
de polícia estão sujeitas a prazo           
prescricional, em atenção ao princípio da           
segurança jurídica. 
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Dispõe o art. 1.0 da Lei 9.873/99 que               
"prescreve em cinco anos a ação punitiva             
da Administração Pública Federal, direta e           
indireta, no exercício do poder de polícia,             
objetivando apurar infração à legislação         
em vigor, contados da data da prática do               
ato ou, no caso de infração permanente             
ou continuada, do dia em que tiver             
cessado". É importante salientar que se a             
infração também se configurar crime, o           
prazo prescricional é o mesmo da lei             
penal. Além disso, esse prazo prescricional           
pode ser interrompido e suspenso         
segundo hipóteses trazidas pela própria         
lei. 
 
Dentro deste prazo de 5 anos deverá ser               
instaurado regular procedimento     
administrativo, permitindo-se que o       
autuado se defenda - valendo-se de todos             
os recursos disponíveis -, sendo, ao fim e               
se rechaçada a defesa, confirmada a           
autuação e, se aplicada multa ao infrator,             
haverá a constituição definitiva do crédito           
não tributário. 
 
Havendo constituição definitiva de crédito         
não tributário, a Administração terá outros           
5 anos para ajuizar a ação de execução               
(art. 1-A, da Lei 9.783/99), caso o autuado               
não pague voluntariamente o valor da           
multa. O rito seguido será o estabelecido             
pela Lei de Execução Fiscal (Lei 6.830/80). 
 
Toda esta explicação se faz necessária           
para que se possa compreender a           
seguinte situação proposta em questão no           
XXII Exame de Ordem:  
 
"A Agência Nacional do Petróleo · ANP, no               
exercício do poder de policia, promoveu           
diligência, no dia 05/01/2010, junto à           
sociedade Petrolineous S/A, que culminou         
na autuação desta por fatos ocorridos           
naquela mesma data. Encerrado o         
processo administrativo, foi aplicada       
multa nos limites estabelecidos na lei de             
regência. O respectivo crédito não         
tributário resultou definitivamente     
constituído em 19/01/2011, e, em 15/10/2015,           
foi ajuizada a pertinente execução fiscal".           
Nesta situação, "Não se operou a           
prescrição para a execução do crédito,           
considerando o lapso de cinco anos entre             
a data de sua constituição definitiva e a               
do ajuizamento da ação. O examinador           
buscou verificar se o candidato estava           
atento à diferenciação entre prescrição da           
ação punitiva (art. 1.) , ou seja, para aplicar                 
a sanção, com a prescrição da ação de               
execução (art. 1.-A), que é o prazo para a                 
cobrança do crédito definitivamente       
constituído. 
 
7. Do Abuso de Poder  14
 
O abuso de poder ocorre quando o             
agente, no exercício de suas atribuições           
legais, atua com desrespeito a normas de             
competência (excesso de poder) ou em de             
forma contrária a sua ​finalidade         
institucional ​(desvio de poder). 
 
a) ​Excesso de poder: deriva da atuação             
fora dos limites de competência conferida           
ao agente público, invadindo competência         
alheia ou desrespeitando o imposto por lei             
ou regulamento. Ex: o conselho diretor de             
uma autarquia federalbaixou resolução         
disciplinando que todas as compras de           
material permanente acima de cinquenta         
mil reais só poderiam ser feitas pela             
própria sede. Ainda assim, um dos           
superintendentes estaduais abriu licitação       
para compra de microcomputadores no         
valor de trezentos mil reais. A licitação             
14 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
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acabou sendo feita sem incidentes, e o             
citado superintendente homologou o       
resultado e adjudicou o objeto da           
licitação à empresa vencedora (extraído         
de questão do exame unificado jan/08).           
O superintendente estadual atuou         
neste caso com excesso de poder. 
 
b) Desvio de poder ou desvio de finalidade:               
no desvio de poder o agente atua dentro               
do seu limite de competência, mas o faz               
sem observar a finalidade, o objetivo           
disciplinado em lei para a realização do             
ato. Um bom exemplo de desvio de             
finalidade foi trazido em questão do ​XIX             
Exame de Ordem (abr./16):  
 
"Fulano, servidor público federal lotado em           
órgão da administração pública federal no           
Estado de São Paulo, contesta ordens do             
seu chefe imediato, alegando que são           
proibidas pela legislação. A chefia,         
indignada com o que entende ser um ato               
de insubordinação, remove Fulano, contra         
a sua vontade, para órgão da           
administração pública federal no Distrito         
Federal, para exercer as mesmas funções,           
sendo certo que havia insuficiência de           
servidores em São-Paulo, mas não no           
Distrito Federal". ​Neste caso, a remoção do             
servidor, com finalidade punitiva, seria         
hipótese de desvio de finalidade . 
 
8. Recortes / Importantes 
 
O poder de polícia se dirige à coletividade               
em geral, condicionando as pessoas ao           
cumprimento da lei, ao passo que o poder               
disciplinar se dirige às pessoas que têm             
especifico vinculo com o estado (e não à               
coletividade em geral), como são os           
agentes públicos, sujeitos a processos         
disciplinares nos quais o poder dis​ciplinar           
atuará. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Súmula STF n. 323 dispõe que "é             
inadmissível aapreensão de mercadorias       
como meio coercitivo para pagamento de           
tributos", interpretação que se estende à           
coerção para pagamento de multas. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Segundo o art. 15 da Lei 9.784/1999, “Será               
permitida, em caráter excepcional e por           
motivos relevantes devidamente     
justificados, a avocação temporária de         
competência atribuída a órgão       
hierarqui​camente inferior" (g.n.). Dessa       
forma, tem-se uma expressão do poder           
hierárquico. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder hierárquico, é vertical (ou seja,             
exercesse de um órgão superior para um             
órgão subordinado) e possibilita o         
controle das atividades dos subordinados,         
bem como a delegação de competências,           
a avocação e a invalidação de atos. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder regulamentar consiste no poder           
de explicar à lei, com vistas à sua fiel                 
execução. Assim, como regra, tal poder           
não permite a edição de decretos           
autônomos de lei (decretos autônomos),         
mas tão somente a edição de decretos de               
execução de lei (decretos executórios);         
apenas em situações excepcionais (art. 84,           
VI, da CF) é que é cabível decreto               
autônomo de lei. Assim, está incorreto           
dizer que o poder regulamentar é amplo e               
admite, sem controvérsias, a edição de           
regulamentos autônomos. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
A lei pode estabelecer competência         
discricio nária ou vinculada para o         
exercido do ​poder disciplinar. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
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Poderes da Administração 
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O Judiciário controla os aspectos de           
legalidade, razoabilidade e moralidade       
dos atos discricionários. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder regulamentar não é exercido           
apenas através de DECRETO,       
excepcionalmente, atos normativos     
regulamentares podem vir ao mundo         
juridico por meio de resoluções e           
instruções normativas. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Segundo o art. 145, II, da CF, o exercicio do                   
poder de polícia dá ensejo ​à cobrança de               
taxa​, e não de preço público; 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia pode resultar em             
alvará de autorização ou em ​alvará de             
licença; no primeiro caso, quando a           
Administração atua com     
discricionariedade (ex; alvará de porte de           
arma); no segundo, quando a         
Administração atua com vinculação (ex;         
alvará de construção de uma casa) 
-:- -:- -:- -:- -:- 
A razoabilidade é princípio da         
Administração Pública (art. 2°, caput, da           
Lei 9.784/1999), e, como tal, ​nâo pode ser               
afastada; 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia deve atuar nos limites               
da lei, em virtude do principio da             
legalidade, e, conforme já escrito, dá           
ensejo a cobrança de taxa (art.145, II, da               
CF). 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Poder de policia, pois diz respeito a uma               
sanção aplicada a pessoas em geral, que             
não têm vínculos específicos coma         
Administração. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia é, em regra,             
autoexecutório, porém a aplicação da         
multa não o é, somente podendo ser             
cobrada por meio judicial próprio. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Cabe ao ​legislativo sustar os atos           
normativos do Poder Executivo que         
exorbitem do poder regulamentar (art. 49,           
V, da CF); 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Cabe controle de constitucionalidade       
concentrado e judicial sobre tais atos           
regulamentares do Poder Executivo. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia traduz-se em criação             
de regras (e respectiva fiscalização) que           
incide sobre pessoas indeterminadas. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
A autotutela significa a possibilidade de a             
Administração anular seus atos ilegais e           
revogar seus atos inconvenientes. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Ato administrativo complexo é aquele         
expedido por dois ou mais órgãos 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Poder hierárquico é aquele exercido pelo           
superior sobre o órgão ou agente           
subordinado. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia somente pode ser             
exercido ​por autoridade pública de         
pessoa jurídica de direito público , não           
podendo ser exercido por pessoas         
jurídicas da Administração Pública que         
não sejam de direito público; 
-:- -:- -:- -:- -:- 
A policia judiciária incide sobre pessoas,           
ao passo que a policia administrativa           
incide sobre atividades. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
O poder de polícia poderá impor           
obrigações positivas ou negativas.       
Servindo de exemplo de obrigação         
negativa o dever de não violar as normas               
de trânsito e de obrigação positiva o dever               
daquele proprietário de terreno vazio de           
promover a sua limpeza, bem como de             
fazer a respectiva calçada. 
-:- -:- -:- -:- -:- 
 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Poderes da Administração 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva LimaO amor cura!!! 
 
-:- -:- -:- -:- -:- 
Questões OAB - Poderes Administrativos  15
 
1. (OAB/Exame Unificado - 2014.2) A           
Secretaria de Defesa do Meio Ambiente do             
Estado X lavrou auto de infração,           
cominando multa no valor de R$ 15.000,00             
(quinze mil reais) à empresa Explora, em             
razâo da instalação de uma saída de             
esgoto clandestina em uma lagoa naquele           
Estado. A empresa não impugnou o auto             
de infração lavrado e não pagou a multa               
aplicada. Con​siderando o exposto,       
assinale a afirmativa correta. 
 
(A) A aplicação de penalidade representa           
exercício do poder disciplinar e autoriza a             
apreensão de bens para a quitação da             
dívida, em razão da executoriedade do           
ato. 
(B) A aplicação de penalidade representa           
exercício do poder de polícia e autoriza a               
apreensão de bens para a quitação da             
dívida, em razão da executoriedade do           
ato. 
(C) A aplicação de penalidade representa           
exercício do poder disciplinar, mas não           
autoriza a apreensão de bens para a             
quitação da divida. 
(D) Aaplicação de penalidade representa         
exercício do poder de polícia, mas não             
autoriza a apreensão de bens para a             
quitação da dívida. 
 
2. (OAB/Exame Unificado - 2014.1) José da             
Silva é O chefe do Departamento de             
Pessoal de uma Secretaria de Estado.           
Recentemente, José da Silva avocou a           
aná lise de determinada matéria, constante         
de processo administrativo inicialmente       
distribuído a João de Souza, seu           
15 Organização - GARCIA, Wander. OAB - 5000 questões 
comentadas. 2018. Editora Foco. 
subordinado, ao perceber que a questão           
era por demais complexa e não vinha             
sendo tratada com prioridade por aquele           
servidor. Ao assim agir, José da Silva fez               
uso 
(A) do poder hierárquico. 
(B) do poder disciplinar. 
(C) do poder discricionário. 
(D) da teoria dos motivos determinantes. 
 
3. (OAB/Exame Unificado - 2013.2)         
Adaptada. ​Atendendo a uma série de           
denúncias feitas por particulares, a         
Delegacia de Defesa do Consumidor         
(DECON) deflagra uma ope​ ração, visando           
a apurar as condições dos alimentos           
fornecidos em restaurantes da região         
central da capi​ tal. Logo na primeira             
inspeção, os fiscais constataram que o           
estoque de um restaurante tinha produtos           
com a validade vencida. Na inspeção das             
instalações da cozinha, apuraram que o           
espaço não tinha condições sanitárias         
mínimas para o manejo de alimentos e o               
preparo de refeições. Os produtos         
vencidos foram apreendidos e o         
estabelecimento foi interditado, sem       
qualquer decisão prévia do Poder         
Judiciário. 
Assinale a alternativa que indica o           
atributo do poder de polícia que justifica             
as medidas tomadas pela DECON. 
 
(A) Exigibilidade 
(b) Inexigibilidade. 
(C) Autoexecutoriedade.  
(D) Discricionariedade. 
 
4. (OAB/Exame Unificado - 2013.1) ​Oscar é             
titular da pro​priedade de um terreno           
adjacente a uma creche particular.         
Aproveitando a expansão econômica da         
localidade, decidiu construir em seu         
terreno um grande galpão. Oscar iniciou           
as obras, sem solicitar à prefeitura do             
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município “X” a necessária licença para           
construir, usando material de baixa         
qualidade. Ainda durante a construção, a           
diretora da creche notou que a estrutura             
não apresentava solidez e corria o risco             
de desabar sobre as crianças. Ao tomar             
conhecimento do fato, a prefeitura do           
município “X” inspecionou o imóvel e           
constatou a gravidade da situação. 
Após a devida notificação de Oscar, a             
estrutura foi demolida. 
 
(A) Tombamento. 
(B) Poder de polícia. 
(C) Ocupação temporária.  
(D) Desapropriado. 
 
5. (OAB/Exame unificado-2010.2) ​Adoutrina       
costuma afirmar que certas prerrogativas         
postas à Administração encerram       
verdadeiros poderes, que são       
irrenunciá veis e devem ser exercidos         
sempre que o interesse público clamar.           
Por tal razão são chamados poder-dever.           
A esse respeito é correto afirmar que: 
 
(A) o poder regulamentar é amplo, e             
permite, sem controvérsias, a edição de           
regulamentos autônomos e executórios. 
(B) o poder disciplinar importa à           
administração o dever de apurar infrações           
e aplicar penalidades, mesmo não         
havendo legislação prévia. 
(C) o poder de policia se coloca             
discricionário, confe​rindo ao     
administrador ilimitada margem de       
opções quanto à sanção a ser,           
eventualmente, aplicada. 
(D) o poder hierárquico é inerente à ideia               
de verticalização administrativa, e revela         
as possibilidades de controlar atividades,         
delegar competência, avocar     
competências delegáveis e invalidar atos,         
dentre outros. 
 
6. (OAB/Exame unificado - 2008.1) ​Com           
relação aos poderes administrativos,       
assinale a opção correta. 
 
(A) O poder de polícia não pode ser               
delegado a pessoas de direito privado,           
ainda que sejam inte​grantes da         
administração pública, pois elas não são           
dotadas do poder de império necessário           
ao desempenho da atividade de polícia           
administrativa. 
(B) o poder disciplinar é exercido de modo               
vinculado, pois, diante de infrações         
funcionais praticadas por servidor, a         
administração não possui     
discricionaridade no ato de escolha da           
penalidade que deve "ser aplicada,         
devendo ater-se aos rígidos comandos         
estabelecidos em lei. 
(C) Mesmo cabendo ao Poder Executivo o             
controle dos recursos públicos, inexiste         
hierarquia entre os membros que         
compõem os Poderes Judiciário e         
Legislativo no exercido de suas funções           
jurisdicionais e legislativas, visto que o           
fazem sem relação de subordinação ou           
comando. 
(D) No exercício do poder regulamentar, o             
chefe do Poder Executivo só pode           
disciplinar e alterar, mediante decreto, as           
leis que tenham sido origi​nariamente         
propostas por ele. 
 
7. (OAB/Exame Unificado-2007.3) ​Não       
Constitui característica do poder de         
policia a 
(A) Autoexecutoriedade.  
(B) Coercibilidade. 
(C) Facticidade. 
(D) Discricionariedade. 
 
8. (OAB/Exame unificado - 2006.3) Assinale           
a opçâo correta quanto aos poderes e             
deveres dos administradores públicos. 
 
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(A) o poder de delegação e o de avocação                 
decorrem do poder hierárquico. 
(B) A possibilidade de o chefe do Poder               
Executivo emitir decretos regulamentares       
com vistas a regular uma lei penal deriva               
do poder de polícia. 
(C) O poder discricionário não comporta           
nenhuma pos​ sibilidade de controle por           
parte do Poder Judiciário.' 
(D) O poder regulamentar é exercido           
apenas por meio de decreto. 
 
9. (OAB Exame Unificado-2010.2) ​O poder           
de poíicia, confe​rindo a possibilidade de o             
Estado limitar o exercicio da liberdade ou             
das faculdades de proprietário, em prol do             
interesse público 
 
(A) gera a possibilidade de cobrança, como             
contra partida, depreço público. 
(B) se instrumentaliza sempre por meio de             
alvará de autorização. 
(C) afasta a razoabilidade, para atingir os             
seus objetivos maiores, em prol da           
predominância do interesse público. 
(D) deve ser exercido nos limites da lei,               
gerando a possibilidade de cobrança de           
taxa. 
 
10. ( FGV - 2014 ) ​Dentre as prerrogativas da                   
Administração Pública encontram-se os       
poderes administrativos. Assinale a       
alternativa que indica um exemplo de           
exercício do poder disciplinar. 
(A) Aplicação de multa a uma empresa             
concessioná ria de serviço público       
decorrente do contrato. 
(B) Aplicação de multa a um motorista que               
avança o sinal. 
(C) Aplicação de multa, em inspeção da             
ANVISA, a uma farmácia. 
(D) Proibição de funcionamento de         
estabelecimento de shows devido a não           
satisfação de condições de segurança. 
(E) Aplicação de multa por violação da             
legislação ambiental por particular sem         
vinculo com a admi nistração. 
 
11. (FGV- 2014) Pedro, fiscal sanitário,           
verificando que as condições sanitárias         
exigidas pela legislação não vinham sendo           
cumpridas, autuou a Empresa X,         
apli​cando-lhe uma multa. Não tendo sido           
apresentada defesa, nem paga a multa           
nos prazos legalmente estabelecidos,       
Pedro retornou ao estabelecimento e, sem           
realizar nova vistoria, até qué a           
penalidade fosse adimplida, lacrou-o.  
 
Considerando a situação acima, analise as           
afirmativas a seguir. 
 
i. O poder de polícia é, em regra,               
autoexecutório, porém a aplicação da         
multa não o é, somente podendo ser             
cobrada por meio judicial próprio. 
ii. A empresa X nada mais pode fazer               
administrati​vamente, só podendo pagar a         
multa para poder reabrir o seu           
estabelecimento, vez que não exer​ceu o           
direito de defesa oportunamente. 
iii- A multa somente poderia ser mantida,             
caso Pedro realizasse nova vistoria. 
 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver             
correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver             
correta. 
(C) se somente as afirmativas I e II               
estiverem corretas.  
(D) se somente as afirmativas I e III               
estiverem corretas.  
(E) se todas as afirmativas estiverem           
corretas. 
 
12. (FGV -2013) ​Dentre os poderes inerentes             
à Administra ção Pública encontra-se o         
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poder regulamentar. Com relação a esse           
poder, analise as afirmativas a seguir. 
 
i - O poder regulamentar sofre controle             
por parte do poder legislativo. 
ii. O poder regulamentar sofre controle           
judicial. 
iii. A Constituição Federal, veda         
completamente à figura do Decreto         
Autônomo. 
 
Assinale: 
(A) se apenas afirmativa I estiver correta. 
(B) se apenas a afirmativa II estiver correta. 
(c) se apenas a afirmativa III estiver             
correta. 
(D) se apenas as afirmativas II e III               
estiverem corretas.  
(E) se apenas as afirmativas I e II estiverem                 
corretas. 
 
13. (FGV - 2013) Decreto expedido pelo             
Chefe do Poder Executivo,       
regulamentando e estabelecendo limites à         
emissão de ruídos por casas noturnas,           
consubstancia manifestação de 
 
(A) Poder Disciplinar. 
(B) Poder de Polícia. 
(C) Autotutela. 
(D) Ato Administrativo Complexo.  
(E) Poder Hierárquico. 
 
14. (FGV-2013) ​Sobre o Poder de Polícia,             
avalie as afir​mativas a seguir. 
 
i. São características do poder de polícia a               
autoexecutoriedade e a coercibilidade. 
ii. O poder de polícia somente pode ser               
exercido por pessoa jurídica integrante da           
Administração Pública. 
iii. A Polícia Administrativa incide sobre           
pessoas, enquanto a Polícia Judiciária         
sobre atividades. 
 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver             
correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver             
correta. 
(C) se somente a afirmativa III estiver             
correta. 
(D) se somente as afirmativas I e II               
estiverem corretas. 
(A) se todas as afirmativas estiverem           
corretas. 
 
15. (FGV-2013) A Administração Pública,         
para a realização do interesse público,           
possui uma série de prerroga​tivas, sendo           
dotada de um rol de poderes. Dentre esses               
poderes encontra-se o Poder de Polícia. 
 
Com relação ao Poder de Polícia, analise             
as afirma​tivas a seguir. 
 
i. O poder de polícia é exercido, de forma                 
geral, sobre a sociedade,       
independentemente da exis tência de um         
título jurídico específico vinculando a         
administração e o administrado. 
ii. O poder de polícia possui, entre suas               
característi cas, a autoexecutoriedade e a         
discricionariedade.  
iii. O poder de polícia poderá impor             
obrigações positivas ou negativas. 
 
Assinale: 
(A) se todas as afirmativas estiverem           
corretas. 
(B) se somente as afirmativas II e III               
estiverem corretas. 
(C) se somente as afirmativas I e III               
estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas I e II               
estiverem corretas. 
(E) se somente a afirmativa II estiver             
correta. 
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Poderes da Administração - Poder de Polícia 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima 
 
Ref.: TCE - RS - Estudo feito por Luciane Fleck Ferreira 1
Sem fins lucrativos 
 
Poder de Polícia 
 
Pelo fato do termo “polícia” se prestar a               
mais de um a interpretação, faz-se           
necessário delimitar o que é abordado no             
presente trabalho. Costuma-se afirmar       
que se distingue a polícia administrativa           
da polícia judiciária com base no caráter             
preventivo da primeira e no repressivo da             
segunda . Para efeito deste estudo, a           2
expressão “poder de polícia” é empregada           
no sentido das restrições advindas da           
administração pública em relação aos         
particulares. 
 
1. Conceituação 
 
Quanto à origem, Batista Júnior narra,           3
por meio de uma descrição da evolução             
histórica, que o termo polícia vem da             
palavra grega ​politeia​, e do termo latino             
politia​, utilizado para designar todas as           
atividades das ​polis​, ou seja, significava a             
constituição da cidade, constituição do         
Estado. No entanto, para Tácito a           4
expressão “poder de polícia”, de origem           
jurisprudencial, teve nascimento no direto         
norte-americano, criada por eminentes       
Ministros da Corte Suprema daquele país,           
em votos profundos, cuja repercussão s e             
estendeu até nossos dias. Da         
jurisprudência norte-americana, a     
denominação ​police power passa para os           
trabalhos doutrinários, americanos e       
ingleses, tendo sido aceita, em breve, pelos             
juristas de todos os países em que se               
cultiva o direito público. 
1 Tribunal de Contas - Rio Grande do Sul - Disponível em:                       
http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/institucional/esgc/bibliotec
a_eletronica/monografias/direito/O%20PODER%20DE%20POLICIA%20DOS%20T
RIBUNAIS%20DE%20CONTAS.pdf​ acesso em 20/02/2020. 
2 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de direito administrativo. 19. ed.                       
São Paulo: Malhei- ros. 2003. p. 720. 
3 BATISTA JÚNIOR, Onofre Alves. O poder de polícia fiscal. Belo Horizonte:                       
Mandamentos. 2001. p.37. 
4 TÁCITO, Caio. Direito administrativo.São Paulo: Saraiva. 1975. p. 138. 
 
“Uma das mais árduas tarefas em Direito             
Público é a de conceituar, em seus exatos               
contornos, o poder de polícia” . Não há             5
como defini-lo de maneira rígida, como o             
reconhecem os autores que mais         
proficientemente estudaram o assunto . 6
 
Importante referir desde já que no poder             
de polícia a ​idéia predominante é a             
vedação de um comportamento . 7
 
O designativo poder de polícia é criticado             
por alguns autores, pois além de           
representar um retrocesso ao Estado de           
Polícia que antecedeu ao Estado de           
Direito, engloba situações distintas, como         
leis e atos administrativos, gerando         
confusões e reconhecendo à       
Administração poderes incompatíveis com       
o Estado de Direito. Nesse sentido, ​Sunfeld             8
não poupa críticas à expressão: "Não           
convém falar em poder de polícia porque             
ele:  
 
a) remete a um poder – o de regular                 
autonomamente as atividades privadas –         
de que a Administração dispunha antes do             
Estado de Direito e que, com sua             
implantação, foi transferido para o         
legislador;  
b) está ligada ao modelo do Estado             
liberal clássico, que só devia interferir na             
vida privada para regulá-la       
negativamente, impondo deveres de       
abstenção, e, atualmente, a Constituição e           
as leis autorizam outros gêneros de           
imposição;  
c) faz supor a existência de um             
poder discricionário implícito para       
interferir na vida privada que, se pode             
existir em matéria de ordem pública –             
5 Idem. O poder de polícia e seus limites. Revista de Direito Administrativo, no                           
27. Rio de Janeiro. 1952. p. 1. 
6 CAVALCANTI, Themistocles Brandão. Tratado de direito administrativo. 4. ed.                   
Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 1956, v.III. p. 5. 
7 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Op. cit., p. 720. 
8 SUNDFELD, Carlos Ari. Direito administrativo ordenador. 1. ed. 2. tiragem. São                       
Paulo: Malheiros. 1997. p. 17. 
http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/institucional/esgc/biblioteca_eletronica/monografias/direito/O%20PODER%20DE%20POLICIA%20DOS%20TRIBUNAIS%20DE%20CONTAS.pdf
http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/institucional/esgc/biblioteca_eletronica/monografias/direito/O%20PODER%20DE%20POLICIA%20DOS%20TRIBUNAIS%20DE%20CONTAS.pdf
http://www1.tce.rs.gov.br/portal/page/portal/tcers/institucional/esgc/biblioteca_eletronica/monografias/direito/O%20PODER%20DE%20POLICIA%20DOS%20TRIBUNAIS%20DE%20CONTAS.pdf
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campo para o qual o conceito foi             
originalmente cunhado – não existe em           
outras, para as quais a doutrina           
transportou-o acriticamente, pela     
comodidade de seguir usando velhas         
teorias. 
 
O mesmo autor propõe a substituição do             
problemático termo “poder de polícia” pela           
expressão “administração ordenadora”,     
por ele definida como a parcela da função               
administrativa, desenvolvida com o uso do           
poder de autoridade, para disciplinar, nos           
termos e para os fins da lei, os               
comportamentos dos particulares no       
campo de atividade que lhe é próprio ​. Isso               9
fortalece o princípio da legalidade         
aplicado à Administração Pública. Cretella         
Júnior ​, porém, observa que, embora         10
venha sendo entendida de diversas         
maneiras desde que surgiu na primeira           
metade do século XIX, pois os elementos             
que constituem a denominação são         
suscetíveis de significados diferentes, a         
expressão poder de polícia foi         
universalmente aceita e é empregada em           
todas as obras que versam sobre o tema. 
 
Para Grau ​, o exercício do poder de polícia               11
é expressão de um dever-poder, o qual,             
contudo, o quanto expressa de poder,           
especialmente, está conformado com a         
legalidade. No mesmo sentido vai o           
pensamento de ​Freitas ​: "Destarte,       12
imperioso é repensar o poder de polícia             
administrativa ou a limitação       
administrativa como o ​exercício de um           
poder-dever subordinado aos princípios       
superiores regentes da Administração       
Pública , que consiste em restringir ou           
limitar, de modo gratuito e, sobretudo,           
9 Ibidem. p. 19-20. 
10 CRETELLA JÚNIOR, José. Direito administrativo do Brasil. v. 4. São Paulo:                       
Revista dos Tribu- nais. 1961. p. 45. 
11 GRAU, Eros Roberto. Poder de polícia: função administrativa e princípio da                       
legalidade: o chamado “direito alternativo”. Revista Trimestral de Direito                 
Público. n. 1. São Paulo. 1993. p. 90. 
12 FREITAS, Juarez. Estudos de direito administrativo. 1. ed. São Paulo:                     
Malheiros. 1997. p. 56 
preventivo, a liberdade e a propriedade,           
de maneira a obter, mais positiva do que               
negativamente, uma ordem pública capaz         
de viabilizar e de universalizar a           
coexistência das liberdades. 
 
Beznos também faz uma análise da crise             13
da noção de polícia administrativa, mas a             
defende e, ao final, a conceitua da             
seguinte forma: "Polícia administrativa é a           
atividade administrativa, exercitada sob       
previsão legal, com fundamento numa         
supremacia geral da Administração, e que           
tem por objeto ou reconhecer os confins             
dos direitos, através de um processo,           
meramente interpretativo, quando é       
derivada de uma competência vinculada,         
ou delinear os contornos dos direitos,           
assegurados no sistema normativo,       
quando resultante de uma competência         
discricionária, a fim de adequá-los aos           
demais valores albergados no mesmo         
sistema, impondo aos administrados uma         
obrigação de não fazer. 
 
No entanto, Lima ensina que: "A nosso             14
ver, a melhor conceituação consistirá         
simplesmente em significar-se que a         
polícia é a contraparte da justiça. A justiça               
opera, no campo das relações sociais, a             
realização concreta da regra jurídica,         
aplicando-a, cogente e terminativamente,       
a cada caso sujeito. À polícia, ao revés,               
incumbe criar as condições gerais         
indispensáveis, para que os indivíduos, em           
ordem e harmonia, logrem conduzir,         
através do convívio quotidiano o         
desenvolvimento de suas relações sociais,         
independente de coação em cada caso           
concreto. 
 
Caetano define Polícia como “modo de           15
atuar da autoridade administrativa que         
13 BEZNOS, Clóvis. Poder de polícia. São Paulo: Revista dos Tribunais. 1979. p.76. 
14 LIMA, Ruy Cirne. Princípios de direito administrativo. Porto Alegre. 1964. p. 106. 
15 ​CAETANO, Marcelo. Princípios fundamentais do direito administrativo. 1. ed.                   
Rio de Janeiro. Forense. 1977. p.339. 
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Poderes da Administração - Poder de Polícia 
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consiste em intervir no exercício das           
atividades individuais suscetíveis de fazer         
perigar interesses gerais, tendo por objeto           
evitar que se produzam, ampliem ou           
generalizem os danos sociais que a lei             
procura intervir”. Essa definição difere da           
que no Brasil o art. 78 do Código Tributário                 
Nacional, com a redação dada pelo Ato             
Complementar n.o 31,apresenta do “Poder           
de Polícia” ​. É importante referir que o             16
Código Tributário Nacional traz o conceito           
legal de polícia administrativa no seu art.             
78, que assim dispõe: 
 
Considera-se poder de polícia atividade         
da administração pública que, limitando         
ou disciplinado direito, interesse, ou         
liberdade, regula a prática de ato ou             
abstenção de fato, em razão de interesse             
público concernente à segurança, à         
higiene, à ordem, ao costumes, à disciplina             
da produção e do mercado, ao exercício             
de atividades econômicas dependentes de         
concessão ou autorização do poder         
público, à tranqüilidade pública ou ao           
respeito à propriedade e aos direitos           
individuais ou coletivos.  17
 
Para o Código Tributário Nacional, o poder             
de polícia representa fato gerador da taxa             
de polícia. Mas a diferença não é             
essencial. E não se pode perder de vista               
que o Código Tributário não tem de se               
preocupar com uma definição científica da           
Polícia, cumprindo-lhe apenas exprimir, em         
termos práticos, de forma mais acessível           
possível, o que deva entender-se por           
“Poder de Polícia” como fato gerador de             
taxas ​. 18
 
Cumpre salientar que Cretella Júnior         19
observa que a expressão poder “de” polícia             
16 CAETANO, Marcelo. Op. cit., p.339. 
17 BRASIL. Lei No 5.172, de 25 de outubro de 1966. Código Tributário Nacional.                           
Disponível em <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L5172.htm>. Acesso em:         
16 set. 2008. 
18 CAETANO, Marcelo. Op. cit., p.339-340. 
19 CRETELLA JÚNIOR, José. Direito administrativo brasileiro. 1. ed. Rio de                     
Janeiro: Forense. 1999. p. 547-549. 
não se confunde com poder “da” polícia,             
porque a polícia pode agir, no caso             
concreto com todo o aparelhamento que           
dispõe devido a potestas que lhe outorga             
o poder “de” polícia. O poder “de” polícia é                 
que fundamenta o poder “da” polícia. Com             
base nisso, ensina que o poder “da” polícia               
sem o poder “de” polícia seria arbitrário,             
verdadeira ação policial divorciada do         
Estado de Direito. Por fim, ensina que             
poder de polícia é a faculdade           
discricionária do Estado de limitar a           
liberdade individual, ou coletiva, em prol           
do interesse público. A polícia é um             
sistema de restrições que limita a           
liberdade individual. A polícia não é           
inimiga da liberdade: é uma garantia das             
liberdades individuais ​. 20
 
Lima ensina que: "[...] as limitações que             21
pode o poder público impor ao exercício             
dos direitos individuais [...] São as que             
resultam da intervenção reguladora da         
administração pública, reclamada pelas       
próprias contingências do tempo, do         
espaço e do convívio em sociedade, para             
tornar possível o exercício dos direitos           
individuais concorrentemente   
assegurados a todos os nacionais e a             
todos os estrangeiros residentes no país. A             
essa intervenção reguladora da       
administração pública chama-se polícia". 
 
E acrescenta: Tem a polícia administrativa           
por objeto a preservação daquelas demais           
condições que, juntamente com a ordem           
pública, são essenciais à vida do indivíduo             
e do agregado social, e ainda à existência               
mesma do Estado.  22
 
No mesmo sentido, afirma Freitas ​: 23
O poder de polícia é apenas o meio ou                 
instrumento de que dispõe o Poder Público             
20 CAETANO, Marcelo. Op. cit., p.336. 
21 LIMA, Ruy Cirne. Op. cit., p. 106. 
22 Ibidem. p. 114. 
23 FREITAS, Juarez. Op. cit., p. 55. 
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de tornar possível o exercício simultâneo           
dos direitos individuais daqueles que,         
nacionais ou estrangeiros, encontram-se       
sob a sua jurisdição. 
 
Enquanto que de acordo com Mello: 
 
Através da Constituição e das leis os             
cidadãos recebem uma série de direitos.           
Cumpre, todavia, que o seu exercício seja             
compatível com o bem-estar social. Em           
suma, é necessário que o uso da liberdade               
e da propriedade esteja entrosado com a             
utilidade coletiva, de tal modo que não             
implique uma barreira capaz de obstar à             
realização dos objetivos públicos.  24
 
Em face de todo o exposto, ​pode-se definir               
a polícia administrativa como a atividade           
da Administração Pública, expressa em         
atos normativos ou concretos, de         
condicionar, com fundamento em sua         
supremacia geral e na forma da lei, a               
liberdade e a propriedade dos indivíduos.           
Isso se dá mediante ação ora           
fiscalizadora, ora preventiva, ora       
repressiva, impondo coercitivamente aos       
particulares um dever de abstenção (​“non           
facere”​) a fim de conforma-lhes os           
comportamentos aos interesses sociais no         
sistema normativo ​. 25
 
Para Freitas, a definição de poder de             
polícia consiste em considerá-la como         
qualquer restrição ou limitação coercitiva         
e privativamente imposta pelo Estado à           
esfera de atuação privada, colimando         
viabilizar, ordenadamente, o convívio de         
múltiplos exercícios de iniciativas       
particulares, não raro antagônicas entre si         
​. Afirma-se, ainda, que ela “promove,           26
destarte, a polícia o bem individual e o               
bem social e, ainda, a própria utilidade             
pública, porque, sob esse aspecto, a           
24 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Op. cit., p. 705. 
25 Ibidem. p. 724. 
26 FREITAS, Juarez. Op. cit., p. 55. 
proteção ao indivíduo e ao agregado é             
essencial à existência da sociedade, bem           
em si mesma” ​. Importante destacar que o             27
ato emanado do poder de polícia é um ato                 
administrativo​, com algumas     
peculiaridades. 
 
Por fim, cumpre diferenciar o exercício do             
poder de polícia e o serviço público. ​A               
principal diferença é que o poder de             
polícia tem um caráter limitador que o             
serviço público não tem. Assim, em caso de               
conflito, é a atividade estatal que deve             
regular o equilíbrio entre o interesse           
individual e o bem comum, visto que o               
convívio pacífico da sociedade é o que             
justifica o poder de polícia administrativo. 
 
2. Princípios 
Fundamentadores 
 
A atuação administrativa está       
condicionada à observância dos       
princípios constitucionais, dos princípios       
de direito público e dos princípios           
administrativos. Ao poder de polícia,         
portanto, são aplicados também todos os           
princípios aplicáveis à função       
administrativa. Considerando, no entanto,       
objetividade, faz-se a análise dos         
princípios considerados de maior       
relevância em um Estado Democrático de           
Direito. 
 
2.1 Legalidade 
 
O Princípio da Legalidade é condição para             
a existência de um Estado de Direito, que é                 
o estado politicamente organizado, onde         
nenhum sacrifício ou restrição pode ser           
imposto ao cidadão sem previsão em lei.             
Sendo o ato de polícia um ato             
administrativo, ele se subordina às normas           
que regem a Administração Pública,         
27 LIMA, Ruy Cirne. Princípios de direito administrativo. PortoAlegre. 1964. p. 107. 
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inclusive quanto à observância ao         
princípio da legalidade. 
 
Na Administração Pública só é permitido           
fazer o que a lei autoriza; o administrador               
público somente pode fazer o que está             
expressamente autorizado em lei e nas           
demais espécies normativas, inexistindo,       
pois, incidência de sua vontade subjetiva ​.           28
Sundfeld ensina que inexiste poder para           29
a Administração Pública que não seja           
concedido por lei, o que ela não concede               
expressamente, veda implicitamente. E       
acrescenta: 
 
De outro lado, não pode a lei conceder ao                 
administrador “poderes inespecíficos,     
indeterminados, totais”, sob pena de pôr           
em xeque a globalidade do sistema           
jurídico, destruir a separação de funções e             
comprometer os direitos constitucionais       
dos indivíduos. 
 
Para Meirelles ​, a “eficácia de toda a             30
atividade administrativa está     
condicionada ao atendimento da lei”, e           
acrescenta: “na Administração Pública não         
há liberdade nem vontade pessoal”. Já           
para Lima ​, a Lei é um dos limites do                 31
poder de polícia: 
 
[...] na idéia de garantia de um direito, vai                 
implícita a possibilidade de limitação         
desse direito ou do respectivo exercício.           
São, realmente, os direitos individuais         
suscetíveis de limitação em seu exercício.           
Consistirá a limitação em restrição         
consentida pelo indivíduo, ou provirá,         
talvez, de norma ou ato do poder público.               
Umas e outras, contudo, hão de           
conservar-se dentro da medida, que a           
ordem jurídica prefixa. A lei garante, nessa             
medida, os direitos individuais contra o           
28 MORAES, Alexandre. Direito Constitucional. 9. ed. São Paulo: Atlas. 2001. p. 300. 
29 SUNDFELD, Carlos Ari. Op. cit., p. 29. 
30 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito administrativo brasileiro. 16. ed. 2. tiragem.                     
São Paulo: Revista dos Tribunais. 1991. p.78. 
31 LIMA, Ruy Cirne. Op. cit., p. 105. 
próprio indivíduo; a Constituição       
garante-os contra o poder público. 
 
Porém, é impossível o legislador prever e             
normatizar todas as situações criadas no           
caso concreto. O Administrador, no         
entanto, não pode se desincumbir de           
solucionar os problemas vivenciados pelos         
administrados sem previsão legal. Por isso,           
caberá à Administração o dever de           
apreciar discricionariamente inúmeras     
situações para implementar a finalidade         
legal. 
 
A atividade da polícia administrativa é           
multiforme, imprevisível, não pode ser         
delimitada em todos os setores em que             
atua, por isso certa flexibilidade ou a livre               
escolha dos meios é inseparável da polícia           
​. Importante grifar que não se pode             32
confundir ato discricionário com ato         
arbitrário. Aquele é o ato praticado nos             
limites da lei e este ato praticado contra a                 
lei. No mesmo sentido, está o ensinamento             
de Cavalcanti ​: 33
 
Por isso mesmo que revestidas de caráter             
discricionário, as medidas de polícia não           
precisam estar predeterminadas pela lei.         
Elas se compreendem perfeitamente       
dentro de uma certa maneira de agir,             
limitada apenas pelos direitos e garantias           
asseguradas expressamente pela     
legislação. 
 
Figueiredo ​, apesar de reconhecer o         34
princípio da legalidade como conquista         
do Estado de Direito, a fim de que os                 
cidadãos não se submetam ao abuso de             
poder, pondera não ser possível, diante do             
ordenamento jurídico, e não apenas de           
simples leis, omitir-se o administrador         
solver a questão que lhe for posta por               
32 CRETELLA JÚNIOR, José. Op. cit., 1999. p. 556. 
33 CAVALCANTI, Themistocles Brandão. Op. cit., p.10. 
34 FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 4. ed. São Paulo:                       
Malheiros, 2000. p.40. 
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entender faltar norma expressa, desde         
que – como já acentuado – tal integração               
não leve à imposição de sanções. O ato de                 
polícia deve observar o princípio da           
legalidade, pois este é uma garantia de             
respeito aos direitos individuais que o           
cidadão tem. Isso ocorre porque a lei, ao               
mesmo tempo em que os define, limita a               
atuação administrativa em benefício da         
sociedade. 
 
2.2 Proporcionalidade 
 
O princípio da proporcionalidade atua no           
âmbito do direito administrativo como         
princípio geral do direito de polícia ​. Ele             35
deriva, de certo modo, do poder de             
coerção que dispõe a Administração         
Pública ao praticar atos de polícia ​.           36
Importante salientar que esse princípio         
não está previsto de forma explícita na             
Constituição da República de 1988; além de             
inserir-se na Carta Maior junto aos demais             
princípios norteadores de interpretação       
de suas normas, decorre, de forma           
implícita, do princípio do devido processo           
legal em sua dimensão material ou           
substantiva, previsto no artigo 5º, LV, da             
Carta Federal. Tem-se, assim, que o           
princípio da proporcionalidade é       
imprescindível à concepção de um Estado           
Democrático de Direito. 
 
Também a nossa Corte Suprema vem           
reconhecendo reiteradamente a existência       
desse princípio, de forma expressa, desde           
o julgamento do primeiro acórdão         
proferido em sede de controle de           
constitucionalidade, em 1993. Nesse       
acórdão, o Iminente Ministro Relator         
decidiu que a lei, obrigando a pesagem de               
botijões de gás à vista do consumidor no               
ato da compra e venda, constituía           
35 CANOTILHO, J.J.Gomes. Direito Constitucional. 5. ed. Coimbra: Almedina. 1991.                   
p.386. 
36 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de direito administrativo. 6. ed.                       
Rio de Janeiro: Lúmen Juris. 2000. p. 62. 
violação ao princípio de       
proporcionalidade e razoabilidade das       
leis restritivas de direitos . 37
Não é suficiente o ato do poder de polícia                 
estar previsto em lei, é necessário que ele               
cumpra a finalidade legal para a qual foi               
instituído, sendo esse limite delineado         
pelos princípios da razoabilidade e da           
proporcionalidade. Schmitt refere que       38
proporcionalidade significa verificar se o         
fim é legítimo, se os meios utilizados para               
atingir os fins propostos são adequados e             
necessários e se, efetivamente, foi         
proporcional o tratamento desigual de         
direitos em relação aos fins obtidos. 
 
Importante destacar que, embora os         
princípios da razoabilidade e       
proporcionalidade representem limites à       
discricionariedade da administração. Há       
diferença entre eles, não se podendo           
considerar sinônimos. Isso porque a         
razoabilidade é princípio material,       
substantivo, ao passo que a         
proporcionalidade tem conotação     
adjetiva, operacional, podendo-se defini-la       
como princípio instrumental ao princípio         
da razoabilidade. Esta distinção está         
muito clara na Lei Federal no 9784/99, cujo               
artigo2º os enumera de forma           
individualizada. 
 
Para a validade do ato do poder de               
polícia, mister é a observância dos           
princípios da razoabilidade e da         
proporcionalidade, além, é claro, da         
previsão legal, tendo-se presente que a           
adequação a estes princípios é requisito           
de validade de qualquer ato da           
Administração Pública. 
 
37 BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI-MC 855/PR. Relator(a): Min. Sepúlveda                   
Pertence Julga- mento: 01/07/1993. Órgão Julgador: Tribunal Pleno. Disponível                 
em: www.stf.gov.br. Acesso em: 01 out. 2008. 
38 SCHMITT, Rosane Heineck. Direito à informação-liberdade de imprensa x                   
direito à privacidade. In: A Constituição concretizada. Porto Alegre: Livraria do                     
Advogado. 2000. p. 216-217. 
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Bonavides ​, ao comentar o princípio da           39
proporcionalidade, refere que: 
 
Em verdade, trata-se daquilo que há de             
mais novo, abrangente e relevante em           
toda a teoria do constitucionalismo         
contemporâneo; princípio cuja vocação se         
move sobretudo no sentido de         
compatibilizar a consideração das       
realidades não captados pelo formalismo         
jurídico, ou por este marginalizadas, com           
as necessidades atualizadores de um         
Direito Constitucional projetado sobre a         
vida concreta e dotado da mais larga             
esfera possível de incidência – fora           
portanto, das regiões teóricas puramente         
formais e abstratas. 
 
E infere que o princípio da           
proporcionalidade é utilizado com       
crescente assiduidade para aferição da         
constitucionalidade dos atos do Estado,         
como instrumento de proteção dos         
direitos fundamentais. 
 
Sunfeld considera inconstitucional lei       40
que imponha limites a direito sem a             
observância do princípio da       
proporcionalidade, in verbis: 
 
É inconstitucional a restrição imposta pela           
lei aos direitos dos indivíduos quando, às             
perguntas: “por que ela foi instituída?” ou             
“porque tem essa intensidade?”, a resposta           
não for senão: “porque o legislador assim             
quis”. O interesse público e o proveito             
social – identificáveis a partir de padrões             
de razoabilidade – são a única justificativa             
possível para os atos do Estado. A vontade               
do legislador não tem valor por si, mas               
apenas na medida em que, observados os             
limites da ordem jurídica, vem pautada           
nos padrões conhecidos de racionalidade. 
 
39 BONAVIDES, Paulo. Curso de direito constitucional. 13. ed. 2.tiragem. São                     
Paulo: Malheiros. 2003. p. 434. 
40 SUNDFELD, Carlos Ari. Op. cit., p. 70. 
Faria assevera que os atos decorrentes           41
do poder de polícia, por serem atos             
jurídicos da especialidade atos       
administrativos, estão sujeitos às mesmas         
condições de validade dos atos         
administrativos em geral. Por isso, além           
dos cinco elementos do ato administrativo,           
deve-se observar também a       
proporcionalidade entre a restrição       
imposta ao particular e o benefício social             
pretendido e também a proporcionalidade         
entre o dano causado pelo infrator da             
norma administrativa e a sanção imposta           
ao agente, sob pena de nulidade do ato. 
 
Para Meirelles ​, a proporcionalidade entre         42
e restrição imposta pela Administração         
Pública e o benefício social almejado           
constitui requisito de validade do ato de             
polícia, in verbis: 
 
Sacrificar um direito ou uma liberdade do             
indivíduo sem vantagem para a         
coletividade invalida o fundamento social         
do ato de polícia, pela         
desproporcionalidade da medida.     
Desproporcional é também o ato de           
polícia que aniquila a propriedade ou           
atividade, a pretexto de condicionar o uso             
do bem ou de regular profissão. 
 
Para o ato de polícia ser legítimo, deve-se               
observar a adequação entre os meios e os               
fins atingidos, banindo-se medidas que         
ultrapassem o estritamente necessário.       
Portanto, não basta que a imposição de             
limites a direitos esteja prevista em lei,             
imprescindível é a observância da         
legitimidade da norma, mediante a         
apuração da finalidade almejada. 
 
O princípio da proporcionalidade, por         
conseguinte, é um mecanismo capaz de           
controlar o os atos do Poder Executivo, a               
41 FARIA, Edimur Ferreira de. Curso de direito administrativo positivo. 2. ed. Belo                         
Horizonte: Del Rey. 1999. p. 204. 
42 MEIRELLES, Hely Lopes. Op. cit., p.119. 
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fim de evitar o abuso de poder, razão de                 
sua necessária observância quando do         
exercício do poder de polícia pela           
administração pública. 
 
Feitas essas considerações acerca dos         
princípios, passo ao exame das         
características do denominado Poder de         
Polícia. 
 
2.3. Características 
 
Em relação às características do poder de             
polícia, a doutrina diverge quanto à sua             
terminologia, alguns preferindo chamá-las       
de características e, outros, de atributos,           
como se demonstra a seguir. As primeiras             
são características, destacando-se que há         
também divergência quanto à       
enumeração dos atributos. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello           43
são características do poder de polícia a             
discricionariedade e a executoriedade.       
Posição diversa tem Maria Sylvia Zanella           
Di Pietro e Hely Lopes Meirelles ​, que             44 45
defendem que são atributos a         
discricionariedade, a auto-executoriedade     
e a coercibilidade. Adoto esta última           
posição. 
 
Importante referir o ensinamento de         
Freitas sobre as características nucleares         
do poder de polícia administrativa: 
 
A limitação dos direitos individuais, sob           
pena e se converter em condenável abuso             
de poder, precisa cingir-se à legalidade,           
jamais ultrapassando os limites razoáveis         
de uma intervenção que se quer           
proporcional. Esta é a razão para que se               
deva controlar (interna e externamente)         
tais restrições, que se impõem aos           
particulares, não apenas sob o ângulo da             
43 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Op. cit., p.723-729. 
44 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 19.ed. São Paulo: Atlas.                       
2006. p. 130- 132. 
45 MEIRELLES, Hely Lopes Op. cit., p.114-117. 
legalidade, senão que também sob o da             
moralidade, o da economicidade e dos           
demais princípios que ocupam o ápice da             
hierarquia constitucional.  46
 
2.3.1 Auto-executoriedade   
(autoexecutoriedade) 
 
Normalmente, os indivíduos têm que se           
utilizar da tutela jurisdicional para a           
solução de conflitos, por não ser possível,             
em geral, a execução forçada, salvo           
quando a lei expressamente autorizar. Os           
atos de polícia, na maioria das vezes, são               
dotados de auto-executoriedade, isto é, a           
Administração Pública promove a       
execução por si só, sem precisar se             
socorrer do Poder Judiciário. 
 
Faria ensina que os atos administrativos           47
em geral podem ser executados sem a             
interferência do Poder Judiciário.Os atos           
decorrentes do poder de polícia se           
inserem entre os atos auto-executáveis. A           
regra é a de que a Administração impõe os                 
atos de polícia e os executa diretamente,             
sem a colaboração do Judiciário. 
 
Meirelles tem um posicionamento       48
bastante abrangente em favor da         
auto-executoriedade dos atos da       
Administração. Para ele, só em casos           
excepcionais a Administração deve se         
valer da tutela jurisdicional, in verbis: 
 
Com efeito, no uso desse poder, a             
Administração impõe diretamente as       
medidas ou sanções de polícia         
administrativa, necessárias à contenção       
da atividade anti-social que ela visa           
obstar. Nem seria possível condicionar os           
atos de polícia à aprovação prévia de             
46 FREITAS, Juarez. Estudos de Direito Administrativo. 1. ed. São Paulo:                     
Malheiros. 1997. p. 54- 55. 
47 FARIA, Edimur Ferreira de. Op. cit., p. 202. 
48 MEIRELLES, Hely Lopes Op. cit., p.115-116. 
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qualquer outro órgão ou poder estranho à             
Administração. Se o particular se sentir           
agravado em seus direitos, sim, poderá           
reclamar, pela via adequada, ao         
Judiciário, que intervirá oportunamente       
para a correção de eventual ilegalidade           
administrativa ou fixação da indenização         
que for cabível. 
 
Mello ​, no entanto, tem uma visão mais             49
ponderada. Entende esse autor que a           
auto-executoriedade do ato de polícia         
pode se dar em três diferentes hipóteses,             
quais sejam: 
 
a) quando a lei expressamente autorizar; 
b) quando a adoção da medida for             
urgente para a defesa do interesse           
público e não comportar as delongas           
naturais do pronunciamento judicial sem         
sacrifício ou risco par a coletividade; 
c) quando inexistir outra via de direito             
capaz de assegurar a satisfação do           
interesse público que a Administração         
está obrigada a defender em cumprimento           
à medida de polícia. 
 
Porém, adverte Sunfeld que a         50
executoriedade não se confunde com a           
exigibilidade. A exigibilidade é a faculdade           
de impor a obediência,       
independentemente da concordância do       
particular, enquanto que a       
executoriedade do ato é admitir o uso da               
coação para fazê-lo cumprir. Entretanto,         
alguns autores, como, por exemplo, Di           
Pietro ​, desdobram a auto-executoriedade       51
em exigibilidade e executoriedade. A         
exigibilidade configura-se pela     
possibilidade que tem a administração de           
tomar decisões executórias,     
independentemente da análise preliminar       
do Poder Judiciário, sendo essas impostas           
ao particular ainda que contrárias a sua             
49 MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Op. cit.,p.729. 
50 SUNDFELD, Carlos Ari. Op. cit., p. 82-83. 
51 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Op. cit., p.132. 
vontade. São denominados, meios       
indiretos de coerção. Já a executoriedade,           
no entanto, é a possibilidade que tem a               
Administração de realizar diretamente       
execução forçada que independe do         
poder judiciário, denominado meio direto         
de coerção, autorizada, se necessário, a           
força pública obrigar o particular cumprir           
a decisão. 
 
Os doutrinadores que fazem essa divisão           
entendem que a exigibilidade é a regra na               
atuação do poder de polícia. Todavia, a             
executoriedade exige algumas     
peculiaridades, como a expressa       
autorização legal ou o caráter urgente da             
medida, sob pena de ocasionar prejuízo           
ao interesse público se tivesse que se             
submeter à demora natural da prestação           
jurisdicional. Carvalho Filho afirma que a           
auto-executoriedade não é inerente a         
todos os atos administrativos: 
 
A prerrogativa de praticar atos e           
colocá-los em imediata execução, sem         
dependência à manifestação judicial, é         
que representa a auto- executoriedade.         
Tanto é auto-executória a restrição         
imposta em caráter geral, como a que se               
dirige diretamente ao indivíduo, quando,         
por exemplo, comete transgressões       
administrativas. É o caso da apreensão de             
bens, interdição de estabelecimentos e         
destruição de alimentos nocivos ao         
consumo público. Verificada a presença         
dos pressupostos legais do ato, a           
Administração pratica-o imediatamente e       
o executa de forma integral. Esse o sentido               
da auto-executoriedade. Impõe-se, ainda,       
duas observações. A primeira consiste no           
fato de que há atos que não autorizam a                 
imediata. 
 
2.3.2 Discricionariedade 
 
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Outra característica que se costuma         
atribuir à polícia administrativa é a de que               
a mesma consiste numa faculdade         
discricionária da Administração ​. A       52
Administração Pública goza de diversos         
poderes e prerrogativas para garantir a           
busca do interesse público. Esses poderes           
estão limitados pela previsão legal, pelo           
princípio da legalidade, que serve para           
impedir abusos de poder por parte dos             
administradores públicos. 
 
Ato discricionário é aquele em que o             
administrador público pode optar por         
mais de um comportamento previsto em           
lei. Há margem de liberdade para que ele               
possa atuar, porém, dentro do limite legal,             
ou seja, o ato de polícia tem de estar de                   
acordo com a lei. Nem sempre a lei               
conferirá ao administrador margem para         
atuar, mas quando tiver, terá que optar             
entre as possíveis soluções valendo-se de           
conveniência e oportunidade. 
 
Ensina Cretella Júnior ​: 53
 
O poder de polícia informa todo o sistema               
de proteção que funciona, em nossos dias,             
nos Estados de direito. Devendo satisfazer           
a tríplice objetivo, qual seja, o de             
assegurar a tranqüilidade, a segurança, a           
salubridade públicas, é a competência         
para impor medidas que visem tal           
desideratum. É a faculdade discricionária         
da Administração de limitar as liberdades           
individuais em prol do interesse coletivo. 
 
E aduz ainda: “o poder de polícia é uma                 
das faculdades discricionárias do Estado,         
visando à proteção da ordem, da paz e do                 
bem-estar sociais.” 
 
Meirelles ​ sustenta que: 54
 
52 BEZNOS, Clovis. Op. cit., p.25. 
53 CRETELLA JÚNIOR, José. Op. cit., 1961. p. 52-54. 
54 MEIRELLES, Hely Lopes Op. cit.,p.115. 
A discricionariedade, como já vimos, se           
traduz na livre escolha, pela         
Administração, da oportunidade e       
conveniência de exercer o poder de           
polícia, bem como de aplicar as sanções e               
empregar os meios conducentes a tingir o             
fim colimado, que é a proteção de algum               
interesse público. Neste particular e desde           
que o ato de polícia administrativa se             
contenha nos limites legais, e a autoridade             
se mantenha na faixa de opção que lhe é                 
atribuída, a discricionariedade é legítima. 
 
Porém, ressalva: “observa-se que o ato de             
polícia é, em princípio, discricionário, mas           
passará a ser vinculado se a norma legal               
que o rege estabelecer o modo e forma desua realização” ​. 55
 
Silva ensina que a doutrina, é certo,             56
firmou já a orientação de que a             
discricionariedade é sempre relativa e         
parcial, porque quanto à competência, à           
forma e à finalidade do ato, a autoridade               
está sempre subordinada ao que a lei             
dispõe; são eles, pois, aspectos vinculados           
ao ato discricionário, pelo que só se             
verifica quanto ao motivo e ao objeto do               
ato. 
 
Para Figueiredo ​, o que diferencia os atos             57
discricionários dos vinculados é que este é             
praticado quando o administrador está         
diante de conceitos unissignificativos, isto         
é, conceitos que admitem solução única.           
De outra parte, discricionários são os atos             
em que o administrador tem opções           
diferentes, e independentemente da qual         
for escolhida, haverá o cumprimento da           
norma legal. 
 
Embora a discricionariedade esteja       
presente na maior parte das medidas de             
55 Ibidem. p.115. 
56 SILVA, José Afonso. Curso de direito constitucional positivo. 24. ed. São                       
Paulo: Malheiros. 2005. p.428. 
57 FIGUEIREDO, Lucia Valle. Curso de direito administrativo. 4. ed. São Paulo:                       
Malheiros. 2000. p.190. 
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polícias, nem sempre ela ocorre. Às vezes,             
a lei deixa certa margem de liberdade             
para o administrador quanto à apreciação           
de determinados elementos, como o         
motivo ou o objeto do ato, ou até mesmo                 
porque ao legislador não é dado prever             
todas as hipóteses possíveis a exigir a             
atuação de polícia. Porém, em outras           
hipóteses, a lei estabelece que diante de             
determinadas condições, a Administração       
terá que adotar solução prevista em lei,             
sem qualquer possibilidade de escolha.  
Tácito leciona que: O exercício do poder             58
de polícia pressupõe, inicialmente, uma         
autorização legal explícita ou implícita         
atribuindo a um determinado órgão ou           
agente administrativo a faculdade de agir.           
[...] Na escolha dos meios de ação             
administrativa, ou seja, no tocante ao           
objeto, está igualmente limitado o poder           
de polícia. Embora decididas       
discricionariamente da oportunidade ou       
conivência das medidas administrativas       
ou mesmo da forma de sua materialização,             
deve a autoridade se utilizar de meios             
compatíveis com a lei. 
 
Importante salientar, como dito       
anteriormente, que o ato discricionário         
deve ser praticado nos limites da lei, e,               
preenchidos todos os seus requisitos, não           
ser confundido com ato arbitrário, que é             
contrário à lei e, no entanto, um ato               
inválido. 
 
2.3.3 Coercibilidade 
 
Também é característica da restrição ou           
limitação policial o de ser imposta pela             
administração coercitivamente, quer dizer,       
podendo a administração usar da força           
para executá-la ​. Essa característica       59
estampa o grau de imperatividade de que             
58 TÁCITO, Caio. O poder de polícia e seus limites. Revista de Direito                         
Administrativo no 27. Rio de Janeiro. 1952. p. 9. 
59 LIMA, Ruy Cirne. Op. cit., p. 108. 
se revestem os atos de polícia. Se a               
atividade do Poder Público corresponder a           
um poder decorrente do ​ius imperii​, há de               
ser desempenhada de forma a obrigar           
todos a observarem os seus comandos ​. 60
 
A coercibilidade é a característica do ato             
de polícia de ser obrigatório         
independentemente da vontade do       
administrado. É o aspecto indissociável da           
auto- executoriedade, sendo, para alguns         
autores, confundíveis. Di Pietro ensina         61
que “o ato de polícia só é auto-executório               
porque dotado de força coercitiva.” 
 
Meirelles define como a coercibilidade         62
como imposição coativa das medidas         
adotadas pela Administração, e       
acrescenta: 
 
Não há ato de polícia facultativo para o               
particular, pois todos eles admitem a           
coerção estatal para torná-lo efetivo, e           
essa coerção também independe de         
autorização judicial. É a própria         
Administração que determina e faz         
executar as medidas de força que se             
tornarem necessárias para a execução do           
ato ou aplicação da penalidade         
administrativa resultante do poder de         
polícia. 
 
Porém, adverte: O atributo da         
coercibilidade do ato de polícia justifica o             
emprego de força física quando houver           
oposição do infrator, mas não legaliza a             
violência desnecessária ou     
desproporcional à resistência, que em tal           
caso pode caracteriza o excesso de poder             
e o abuso de autoridade nulificadores do             
ato praticado e ensejadores das ações           
civis e criminais para reparação do dano e               
punição dos culpados. 
 
60 CARVALHO FILHO, José dos Santos. Op. cit., p. 61. 
61 DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Op. cit., p.132. 
62 MEIRELLES, Hely Lopes. Op. cit., p.117. 
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Portanto, os atos oriundos do poder de             
polícia são cogentes, isto é, obrigam todos             
que a ele se subordinem, ainda que             
contrarie interesses privados, porquanto       
autorizado pelo atendimento do interesse         
coletivo. 
 
2.4 LIMITES DO PODER DE         
POLÍCIA 
 
Os limites do poder de polícia são             
demarcados pelo interesse social em         
consonância com os direitos       
fundamentais do indivíduo assegurados       
na Constituição da República ​. O poder de             63
polícia só é legítimo quando observar a             
garantia dos direitos fundamentais do         
indivíduo. Em nenhuma hipótese, pode o           
ato de poder de polícia ser incompatível             
com a proteção constitucional dos direitos           
fundamentais assegurados no art. 5. da           
Carta Maior. Para Tácito ​, a coexistência           64
da liberdade individual e do poder público             
repousa na conciliação entre a         
necessidade de respeitar essa liberdade e           
a de assegurar a ordem social. O requisito               
de conveniência ou de interesse público é,             
assim, pressuposto necessário à limitação         
dos direitos do indivíduo. 
 
É na conciliação da necessidade de limitar             
ou restringir a liberdade individual e da             
propriedade particular com os direitos         
fundamentais que se encontram os limites           
do poder de polícia. Assim, mesmo que a               
pretexto do exercício dessa atribuição,         
não se pode aniquilar os mencionados           
direitos ​.  65
 
Vale referir que tanto o exercício do poder               
de polícia quanto os direitos fundamentais           
dos cidadãos são limitados pelos         
63 MEIRELLES, Hely Lopes Op. cit., p.113. 
64 TÁCITO, Caio. Op. cit., p. 10. 
65 GASPARINI, Diógenes. Direito administrativo. 8. ed. São Paulo: Saraiva. 2003. p.                       
125. 
princípios estabelecidos pela Constituição       
da República.  
 
Sunfeld coloca: Todo condicionamento é         
constrangimento sobre a liberdade.  
Esta, sendo valor protegido pelo Direito, só             
pode ser comprimida quando inevitável         
para a realização de interesses públicos.           
Daí a enunciação do princípio da mínima             
intervenção estatal na vidaprivada. Por           
força dele todo o constrangimento         
imposto aos indivíduos pelo Estado deve           
justificar-se pela necessidade de       
realização do interesse público. o         
legislador não pode cultivar o prazer do             
poder pelo poder, isto é, constranger os             
indivíduos sem que tal constrangimento         
seja teleologicamente orientado.  66
 
Cretella Júnior ensina que “se os limites             67
assinalados para o campo do poder de             
polícia são ultrapassados temos o desvio,           
o abuso ou o excesso de poder”. Como               
todo ato administrativo, o ato de polícia             
encontra limites, pois só pode ser exercido             
para atender o interesse público. Sunfeld           68
afirma que o interesse público, que tem             
prioridade em relação ao particular é           
apenas o que a lei assim tenha definido. 
 
O poder de polícia constitui uma limitação             
à liberdade individual, mas tem por fim             
assegurar esta própria liberdade e os           
direitos essenciais ao homem ​. É         69
fundamento do poder de polícia o           
interesse social, porém não exclui a           
proteção ao direito individual; pelo         
contrário, objetiva a convivência       
harmônica entre o interesse público e o             
individual. É da necessidade da         
convivência harmônica dos direitos       
individuais dos cidadãos que a         
Administração Pública, em nome       
66 SUNDFELD, Carlos Ari. Op. cit., p. 31. 
67 CRETELLA JÚNIOR, José. Op. cit., p. 551. 
68 SUNDFELD, Carlos Ari. Op. cit., p. 31. 
69 CAVALCANTI, Themistocles Brandão. Op. cit., p.7. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Poderes da Administração - Poder de Polícia 
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supremacia do interesse público, é dotada           
de prerrogativas que a possibilitam que se             
adentre na esfera dos interesses privados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 1 
 
Ref.:  1
Sem fins lucrativos 
 
 
Atos Administrativos 
 
● Administração Pública: 
 
○ Exterioriza sua vontade     
através de atos ​da       
Administração, a saber: 
 
■ Atos administrativos 
■ Atos privados 
■ Atos políticos 
■ Atos materiais 
 
Atos administrativos: é a declaração do           
Estado ou de quem o represente, que             
produz efeitos jurídicos imediatos, com         
observância da lei, sob regime jurídico de             
direito público e sujeita a controle pelo             
Poder Judiciário (DI PIETRO, 2010, p. 196). A               
Administração atua com supremacia em         
relação ao particular ​(ius imperii).  
 
Atos privados: ​neste caso, a         
Administração pratica atos regidos       
prevalentemente pelo direito privado,       
colocando-se em igualdade de condições         
com o particular no que se refere ao               
regime que rege a relação jurídica entre             
ambos ​(ius gestionis)​. Assim, é possível           
concluir que "existem atos praticados         
pelos administradores públicos que não         
se enquadram como atos administrativos         
típicos, como é o caso dos contratos             
disciplinados pelo direito privado"       
(afirmativa retirada de questão do exame           
unificado jan/08)​, como o ​contrato de           
seguro​. 
 
1 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
Atos políticos: ​estes atos, como o próprio             
nome diz, gozam de grande carga política             
quando são emanados, vez que dizem           
respeito à definição das próprias         
diretrizes de gestão 
do Estado e são legitimados pela           
Constituição. Ex: veto pelo Presidente da           
República a um projeto de lei aprovado             
pelo Congresso Nacional. 
 
Atos materiais: são condutas       
administrativas) de mera execução, que         
não se destinam à produção de um efeito               
jurídico preordenado. Alguns autores       
chamam estes atos de ​fatos         
administrativos. Ex: varredura de ruas,         
construção de um edifício público etc. 
 
→  
 
Atos Administrativos 
 
1. Atributos / Características / 
Qualidades 
 
Presunção de legitimidade e veracidade 
Imperatividade ou coercibilidade 
Autoexecutoriedade ou exigibilidade 
Tipicidade 
 
1.1 Presunção de legitimidade e veracidade 
 
Presume-se que o ato está de acordo com               
a lei (legítimo) e que os fatos ocorreram da                 
forma como foram descritos pelo agente           
(veracidade). Esta presunção é, todavia,         
relativa (​juris tantum​). 
 
 
 
 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 2 
 
1.2 Imperatividade ou coercibilidade 
 
Os atos administrativos devem ser         
observados independentemente da     
anuência do administrado, decorrendo da         
supremacia do interesse público sobre o           
privado. Assim, este é um atributo inerente             
aos atos que impõem unilateralmente         
alguma obrigação ao administrado (​poder         
extroverso do Estado​). 
 
1.3 Autoexecutoriedade ou exigibilidade  
 
É o atributo segundo o qual o ato poderá                 
ser executado sem a necessidade de a             
Administração se socorrer ao Poder         
Judiciário) desde que haja previsão legal           
expressa para tanto ou exista situação de             
urgência. Disso se conclui que os atos não               
apenas se impõem aos particulares         
(imperatividade), mas também podem ser         
executados, isto é, realizar modificações e           
alterações no mundo dos fatos) sem que             
se necessite de autorização judicial ou           
procedimento judicial para tanto. Exceção         
a este atributo são as multas e tributos,               
que exigem a intervenção judicial para sua             
cobrança, por meio de execução fiscal.           
Não pode a Administração apreender         
bens para a quitação da dívida. 
 
As multas administrativas aplicadas       
por adimplemento irregular, pelo       
particular, de contrato administrativo ​em         
que tenha havido prestação de garantia           
poderão ser executadas diretamente pela         
Administração. Neste caso, o valor da           
multa será subtraído da garantia         
prestada, independentemente da     
anuência do contratado, após a         
observância do contraditório e ampla         
defesa. 
 
 
 
1.4 Tipicidade 
 
Segundo DI PIETRO (2010, p. 201) tipicidade             
"é o atributo pelo qual o ato administrativo               
deve corresponder a figuras definidas         
previamente pela lei como aptas a           
produzir determinados resultados". 
 
2. Requisitos ou Elementos dos 
Atos Administrativos 
 
Competência 
Finalidade 
Forma  
Motivo 
Objeto 
 
2.1 ​COMPETÊNCIA: o agente público deve           
possuir atribuição legal ou competência         
para a prática do ato e atuar dentro dos                 
limites que lhe foram postos. Alguns           
autores chegam à se referir a este             
requisito como "​sujeito competente​". 
 
● Características - ​Competências 
○ Ir​renuncia​bilidade  2
○ In​derroga​bilidade  3
○ Im​prorroga​bilidade  4
○ In​transferi​bilidade  5
○ Im​prescriti​bilidade  6
 
 
 
2 o exercício da competência é um poder-dever, não                 
podendo o agente negar-se a fazê-lo. 
3 não pode existir modificação de competências por               
acordo de vontades dos agentes, somente sendo possível               
fazê-lo por meio de lei. 
4 os agentes devem atuar dentro dos limites de suas                   
competências, não podendo ir além do que foi               
estabelecido. 
5 os agentes e órgãosnão podem transferir suas                 
competências a outrem 
6 as competências não se perdem em razão do seu não 
exercício, independentemente do tempo de inatividade. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 3 
 
● Vícios de competência 
○ Usurpação de função  7
○ Excesso de poder  8
○ Funcionário de fato  9
 
2.2 ​FINALIDADE: ​Os atos administrativos         
devem satisfazer uma finalidade pública,         
que se configura em dois aspectos           
principais:  
 
● a) finalidade geral ou em sentido           
amplo: o ato deve buscar o interesse             
público;  
● b) finalidade específica ou em         
sentido estrito: é a finalidade         
prevista implícita ou explicitamente       
em lei para determinada situação         
concreta abrangida pelo ato, que         
alguns autores entendem tratar-se       
do atributo da tipicidade.  
 
Caso o administrador se desvie destes           
propósitos, o ato estará inquinado de ​vício             
de desvio de finalidade​, o que leva à sua                 
nulidade​. 
 
2.3 FORMA : é o modo de exteriorização             10
do ato administrativo, ​como este se           
manifesta para todos​. 
 
2.4 MOTIVO​: é o pressuposto de direito e               
de fato que serve de fundamento para a               
produção do ato administrativo. 
 
Não se deve confundir o motivo com a               
motivação. Esta é a declaração por escrito             
7 CP, Art. 328. <Ato inexistente> 
8 <Ato nulo> 
9 <Ato inválido - produz efeitos contra terceiro de boa fé.> 
10 Em regra, os atos administrativos devem assumir a forma                   
escrita (art. 22, § 1° da Lei 9.784/99), mas se admite que                       
alguns atos sejam manifestados verbalmente (ordem dada             
por um policial para organizar uma passeata), por gestos                 
(guardas de trânsito), sinais eletromecânicos e sonoros             
(semáforos, apitos) e meios pictóricos (placas de trânsito).               
Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma               
para que um ato administrativo seja considerado válido, a                 
inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do             
ato. 
dos motivos do ato administrativo. Para a             
maior parte dos doutrinadores, a         
motivação integra forma do ato         
administrativo. 
 
Teoria dos Motivos Determinantes:       
Segundo esta teoria, o motivo invocado           
pelo administrador para, a prática do ato             
condiciona sua validade, na medida em           
que vincula a Administração à sua           
existência. A teoria dos motivos         
determinantes é aplicada, inclusive, aos         
atos discricionários. Exceção a esta teoria           
apresenta-se na chamada tredestinação       
lícita, que ocorre na desapropriação.         
Admite-se, assim, que o motivo que deu             
origem à expropriação seja alterado,         
desde que continue atendendo a uma           
finalidade pública. Ex: Poder Público         
desapropria uma área para a construção           
de um hospital, mas depois resolve           
construir no local uma escola. 
 
2.5 OBJETO : ​pode ser considerado como           11
sendo o efeito jurídico que o ato             
efetivamente produz, ou seja, "é a própria             
alteração no mundo jurídico que o ato             
provoca" (ALEXANDRINO, PAULO, 2007, p.         
246). Ex: o objeto do ato de demissão de                 
um servidor público será a própria           
demissão. 
 
→  
 
<​Amor, amor e amor … a cura começa dentro e a sanidade 
vem com à capacidade de mudar a lente e o foco - Mutata 
nunc! Prof. Gilberto Jr S Lima> 
 
←  
 
 
11 O objeto do ato administrativo deverá ser lícito, possível,                   
certo e moral. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 4 
 
3. Classificação dos Atos 
Administrativos  12
 
 
Quanto aos 
destinatários 
Atos ​gerais ou     13
regulamentares 
 
Atos ​especiais ou     14
individuais 
 
Quanto ao alcance 
Ato ​interno  15
 
Ato ​externo  16
Quanto ao objeto ou 
quanto às 
prerrogativas da 
Administração 
Ato de ​império  17
 
Ato de ​gestão  18
 
Ato de ​expediente  19
Quanto à margem de  Atos ​vinculados  20
12 Existem outras classificações doutrinárias. 
13 ​Atos gerais: São editados sem destinatários específicos,               
determinados ou determináveis, sendo aplicáveis a todos             
os que se enquadrarem nas hipóteses reguladas pelo ato.                 
São chamados por alguns doutrinadores de atos             
normativos, em razão da generalidade de seu alcance. Ex:                 
instrução normativa que regula o procedimento de             
requerimento de benefícios junto ao INSS; 
14 ​Atos especiais: possuem destinatários determinados ou             
determináveis. Serão singulares, se destinados a um único               
sujeito. Ex: concessão de licença por motivo de saúde a                   
servidor público. Serão plúrimos se destinados a um grupo                 
ou pluralidade de sujeitos determinados. Ex: nomeação de               
candidatos aprovados em concurso público de provas e               
títulos. 
15 ​Ato interno: ​restringe-se à Administração Pública e,               
logicamente, destina-se a seus agentes e órgãos. Ex:               
ordem de serviço. 
16 ​Ato externo: destina-se aos administrados que estejam               
abrangidos por sua incidência ou que devam produzir               
efeitos fora da organização administrativa. Ex: decretos. 
17 ​Atos de império: são os atos em que a Administração                     
atua valendo~se de sua supremacia sobre o particular, em                 
nome do interesse coletivo. Ex: interdição de restaurante               
que não atende condições de higiene. 
18 ​Atos de gestão: geralmente se refere aos atos de                   
administração de bens e de serviços públicos e atos                 
negociais firmados com particulares, sem que haja             
supremacia da Administração. 
19 ​Atos de expediente: são atos que visam dar tramitação                   
aos procedimentos em curso na administração pública,             
visando prepará-los para a decisão da autoridade             
competente. Ex: intimação do interessado para sanar             
irregularidade no procedimento. 
20 ​Vinculados ou regrados: ​a lei pre estabelece os                 
requisitos e condições para a atuação do agente, não                 
deixando margem de discricionariedade para sua decisão.             
logo, as imposições legais absorvem quase que por               
completo a liberdade do administrador. Ex: licença para               
construir. 
liberdade da 
atuação do agente 
 
Atos ​discricionários  21
 
Quanto à estrutura 
Ato ​concreto  22
 
Ato ​abstrato ou     23
normativo 
 
Quanto à formação 
da vontade 
Ato ​simples  24
 
Ato ​complexo  25
 
Ato ​composto  26
 
 
 
Ato ​constitutivo  27
 
Ato ​extintivo  28
21 Discricionários: são os atos em que o agente o agente                     
tem, segundo critérios de conveniência e oportunidade e               
nos limites da lei, certa liberdade para definir os elementos 
motivo e objeto (mérito administrativo), além de permitir,               
conforme lições doutrinárias, a definição os destinatários,             
o momento de sua prática e o modo de sua realização. Os                       
demais elementos do ato serão vinculados. Ex: decretação               
de utilidade pública de imóvel para fins de               
desapropriação. 
22 ​Ato concreto: destina-se a regular um caso específico.                 
Uma vez praticado, seus efeitos são esgotados. Ex:               
exoneração de um servidor. 
23 ​Ato abstrato ou normativo: ​aplica-se a várias situações                 
concretas. Possuem aplicação contínua, mesmo que já             
tenhasido aplicado a determinadas situações. Ex:             
regulamentos administrativos. 
24 ​Ato simples: ​representa a manifestação de um único                 
agente ou órgão (mesmo que seja colegiado). Ex: multa de                   
trânsito. 
25 ​Ato complexo: decorre da manifestação de duas ou mais                   
vontades produzidas por mais de um órgão ou agente, em                   
patamar de igualdade e importância, que se fundem para                 
formar um único ato. Ex: nomeação de Ministro do STF. Há                     
autores, como DI PIETRO, que defendem que atos de                 
nomeação de agentes públicos sujeitos à aprovação             
prévia do Poder Legislativo seria exemplo de ato               
composto, visto que a nomeação seria o ato principal e a                     
aprovação seria ato secundário. Parece-nos, todavia, que             
a doutrina majoritária defende que se trata mesmo de ato                   
complexo.  
26 ​Ato composto: decorre da manifestação de duas ou mais                   
vontades, sendo uma instrumental à outra, ou seja, há um                   
ato principal e outro acessório. Ex: aprovação de um                 
parecer, tornando-o vinculante. Alguns autores defendem           
que a manifestação das vontades deve ocorrer dentro do                 
mesmo órgão. ​Atenção: atos complexos e compostos não               
se confundem com procedimento administrativo, que se             
configura em uma sequência de atos administrativos             
independentes e que seguem um encadeamento lógico             
rumo a um objetivo. 
27 ​Ato constitutivo: ​cria uma situação jurídica. Ex: admissão                 
de um servidor aprovado em concurso público. 
28 ​Ato extintivo ou desconstitutivo: põe fim a uma relação                   
jurídica. Ex: exoneração de um servidor. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 5 
 
 
Quanto aos efeitos 
 
Ato ​declaratório  29
 
Ato ​alienativo  30
 
Ato ​modificativo  31
 
Ato ​abdicativo  32
 
 
4. Extinção dos Atos 
Administrativos  33
 
Renúncia 
Cumprimento de seus efeitos 
Desaparecimento do sujeito ou do 
objeto 
Contraposição ou derrubada 
Cassação 
Caducidade 
Anulação 
Revogação 
 
São ​formas de extinção do ato           
administrativo: 
 
● Renúncia: ​o beneficiário deixa de ter           
interesse no ato e o renuncia. 
 
● Cumprimento de seus efeitos: ​nesta         
situação há o esgotamento do         
conteúdo do ato, a execução         
29 ​Ato declaratório: destina-se a declarar uma situação               
preexistente. Ex: certidões. 
30 Ato alienativo: transfere bens ou direitos a terceiros. Ex:                   
venda de um bem público. 
31 Ato modificativo: promove a modificação de uma               
situação existente, mas sem suprimir direitos ou             
obrigações. Ex: alteração do horário de atendimento de               
uma repartição. 
32 ​Ato abdicativo; o titular abre mão de um direito em                     
caráter irretratável e incondicional. Ex: renúncia. 
33 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
material do que o ato originalmente           
determinava ou o advento de         
condição resolutiva ou termo final. 
● Desaparecimento do sujeito ou do         
objeto: neste caso, o sujeito ou           
objeto deixam de existir durante a           
produção de efeitos do ato         
administrativo. Exemplo: morte de       
servidor que estava cumprindo       
penalidade de suspensão. 
 
● Contraposição ou derrubada:     
ocorre quando há prática de outro           
ato administrativo contrário ao       
primeiro. Exemplo: exoneração de       
um servidor (o ato é contrário ao de               
nomeação do mesmo servidor). 
 
● Cassação: é a extinção de um ato             
válido em virtude de falta de           
observância pelo do administrado       
de condições que deveriam       
permanecer atendidas a fim de         
poder continuar desfrutando da       
situação jurídica. Ex: cassação do         
alvará de funcionamento de       
restaurante que não mantém       
condições de higiene. 
 
● Caducidade: "(...) configura     
modalidade de extinção em que         
ocorre a retirada por ter sobrevindo           
norma jurídica que tornou       
inadmissível situação antes     
permitida pelo direito e outorgada         
pelo ato precedente" ​(exame       
unificado jan/10). Em síntese, é         
forma de extinção do ato         
administrativo em razão de uma lei           
não mais permitir a prática         
autorizada por ato antecedente. É a           
extinção do ato por invalidade         
superveniente. Ex: lei que proíbe o           
funcionamento de comércio     
ambulante em determinada área. As         
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 6 
 
autorizações concedidas estarão     
extintas por caducidade. 
● Anulação: forma de extinção de um           
ato administrativo por outro ato ou           
por decisão judicial, por motivo de           
ilegalidade, com efeitos ​ex tunc. Ex:           
anulação de benefício     
previdenciário concedido mediante     
fraude. 
 
Atenção!  
 
● STF - ​Súmula 346: A Administração           
Pública pode declarar a nulidade         
dos seus próprios atos. 
 
● STF - ​Súmula 473: A administração             
pode anular seus próprios atos,         
quando eivados de vícios que os           
tornam ilegais, porque deles não se           
originam direitos; ou revogá-los, por         
motivo de conveniência ou       
oportunidade, respeitados os     
direitos adquiridos, e ressalvada, em         
todos os casos, a apreciação         
judicial. 
 
Questão! A Administração possui       
prazo para anular atos dos quais           
decorram efeitos favoráveis aos       
administrados? ​Sim. L.9784/99, art. 54.  34
 
Este tema foi exigido em questão do ​XXII!               
Exame de Ordem (julho de 2017) que             
continha o seguinte enunciado: ''Ao         
realizar uma auditoria interna, certa         
entidade administrativa federal, no       
exercício da autotutela, verificou a         
34 L. 9784/99. Art. 54. ​O direito da Administração de anular                     
os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis               
para os destinatários decai em cinco anos, contados da                 
data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. §                 
1. No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de                   
decadência contar-se-á da percepção do primeiro           
pagamento. § 2. Considera-se exercício do direito de               
anular qualquer medida de autoridade administrativa que             
importe impugnação à  validade do ato. 
existência de um ato administrativo         
portador de vício insanável, que produz           
efeitos favoráveis para a sociedade Tudo           
beleza S/A, a qual estava de boa-fé. O ato                 
foi praticado em 10 de fevereiro de 2012.               
Em razão disso, em 17 de setembro de 2016,                 
a entidade instaurou processo       
administrativo, que, após o exercício da           
ampla defesa e do contraditório, culminou           
na anulação do ato em 05 de junho de                 
2017". A resposta a ser assinalada           
considerou não haver decadência de         
anular o ato com vício, "considerando que             
o processo que resultou na invalidação foi             
instaurado dentro do prazo de 5 (cinco)             
anos". 
 
● Revogação: forma de extinção de um           
ato administrativo legal por outro         
ato, efetuada somente pela       
Administração, em razão da       
existência de fato novo que o torne             
inconveniente ou inoportuno (razões       
demérito administrativo), com       
efeitos ​ex nunc​.  
 
Em síntese a revogação "apenas pode           
se dar em relação aos atos válidos,             
praticados dentro de uma ​competência         
discricionária, produzindo efeitos ex nunc​"         
(exame unificado out/11).  
 
É, assim, correto afirmar que ​"ao Poder             
Judiciário é vedado revogar atos         
administrativos emanados do Poder       
Executivo"​ (exame unificado set/08).  
 
Em regra, a revogação não cria o dever de                 
indenizar; mas em algumas situações o           
administrado poderá ser ressarcido dos         
prejuízos causados pelo ato de revogação,           
caso tenha realizado gastos, esteja de           
boa-fé e não tenha concorrido para a             
revogação.  
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 7 
 
A revogação, porém, encontra ​alguns         
limites, não podendo atingir atos:  
 
a) que gerem direitos adquiridos:  
 
b) cujos efeitos já se tenham           
exauridos;  
 
c) de conteúdo meramente       
enunciativo (certidões e atestados, por         
exemplo);  
 
d) vinculados, pois seu conteúdo é           
todo estabelecido em lei. 
 
5. Convalidação dos Atos 
Administrativos  35
 
Pela convalidação, também chamada de         
aperfeiçoamento, saneamento ou     
sanatória, a Administração aproveita atos         
administrativos com vícios sanáveis, de         
forma a confirmá-los, no todo ou em parte               
por meio da edição de um novo ato. Assim,                 
a convalidação restringe-se aos atos         
anuláveis e possui efeitos ​ex tunc​, ou seja,               
retroage à data da prática do ato. 
 
No âmbito federal, a convalidação está           
prevista no art. 55 da Lei 9.787/99, segundo               
o qual "Em decisão na qual se evidencie               
não acarretarem lesão ao interesse         
público nem prejuízo a terceiros, os atos             
que apresentarem defeitos sanáveis       
poderão ser convalidados pela própria         
Administração". 
 
Não poderá​, assim, existir convalidação         
nas seguintes hipóteses: 
 
a) atos com ​desvio de finalidade​; 
b) atos com ​vício no motivo; 
35 PAVIONE, Lucas dos Santos e outros. Exame da OAB -                     
Doutrina - Volume único 2018. v.9. Pág. 436-604 . Ed.                   
Juspodivm. 
c) atos com ​vício no objeto​, quando este               
for único; 
d) atos que não guardem congruência           
entre motivo e objeto. 
 
 
→ aNOTA​ação​ ←  
 
 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Pela teoria dos motivos determinantes, um           
problema no motivo torna o ato inválido.  
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Um ato discricionário contém partes         
vinculadas e partes de mérito; a competência é               
sempre vinculada; já os outros elementos           
podem ser trazidos pela lei com margem             
de liberdade (mérito) para o administrador. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Os atos administrativos podem ser         
praticados pelas administrações públicas       
dos três poderes (Executivo, Legislativo e           
Judiciário). 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Art. 13 da Lei 9.784/1999. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Atributos são “prerrogativas”, “qualidades”,       
“notas peculiares” dos atos administrativos.         
São atributos típicos desses atos a presunção             
de legitimidade, a imperatividade, a         
exigibilidade, a autoexecutoriedade e a         
tipicidade. A coercibilidade também é trazida           
por parte da doutrina como atributo do ato               
administrativo. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
A imperatividade significa que a Administração           
pode impor ao particular obrigações         
independentemente de sua concordância, mas         
nada impede que a Administração, se for o               
caso, proponha um acordo com o particular,             
ou que o particular esteja de acordo, consinta               
imediatamente com o determinado pela         
Administração. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Art. 15 da Lei 9.784/1999 (obs.: essa lei deve ser                   
lida por inteiro, pois aparece muito nas             
provas). 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 8 
 
O Judiciário pode até rever um ato             
discricionário (quanto aos aspectos de         
legalidade, moralidade e razoabilidade), mas         
não pode rever o mérito, ou seja, a margem de                   
liberdade que sobrar ao Poder Executivo. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
Somente o ato discricionário pode ser           
revogado; o ato vinculado não pode ser             
revogado. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
A competência é irrenunciável, não         
podendo ser revogada, nem renunciada (art.           
11 da Lei 9.784/1999). 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
A atuação que extrapola a competência           
tem o nome de excesso de poder,             
diferentemente da atuação que extrapola a           
finalidade, que tem o nome de desvio de               
finalidade ou desvio de poder. Ambas as             
situações revelam o gênero, que é o abuso de                 
poder. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
A usurpação de função consiste em alguém             
fingir ser agente público. Trata-se de vício de               
competência. Já a desapropriação de um           
imóvel da União, por ser vedada pela lei, torna                 
o objetivo impossível juridicamente, revelando         
vício no objeto. 
→ …………………………………....10.……………………………………….. ← 
A presunção é de natureza relativa ​(juris             
tantum) ​e, portanto, admite prova em           
contrário. 
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Há casos em que a lei não estabelece               
precisamente o motivo que admite a prática             
de um ato, hipótese em que se tem um ato                   
discricionário.  
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O motivo é o próprio fundamento que autoriza               
a prática do ato, ao passo que a motivação é a                     
demonstração da pertinência de um ato           
administrativo, ligado ao requisito forma. 
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A exoneração ​ad nutum é aquele que se dá                 
nos casos de cargo em comissão, em que a                 
nomeação e a exoneração são livres nesse             
caso, ou seja, independem de apresentação de             
motivo. 
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O abuso de poder é o gênero, que tem duas                   
espécies: excesso de poder (problema na           
competência) e desvio de poder (problema na             
finalidade). Não há limitação a que o abuso de                 
poder decorra de atos comissivos, omissivos,           
dolosos e culposos. O abuso pode se dar em                 
qualquer uma dessas condutas. 
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A perfeição diz respeito ao plano da existência               
do ato; ato perfeito é aquele que completou o                 
ciclo necessário à sua formação, à sua             
existência; uma vez que o ato é perfeito,               
passa-se à análise quanto a sua validade e a                 
sua eficácia;  
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A validade diz respeito ao plano da legalidade,               
do respeito à ordem jurídica;  
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A eficácia diz respeito à aptidão para o ato                 
produzir efeitos, tendo total relação com os             
institutos da condição e do termo;  
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A imperatividade, que consiste na qualidade           
do ato pela qual este se impõe a terceiros,                 
independentementede sua concordância, só         
existe nos atos administrativos em que há             
imposições, determinações estatais, o que não           
ocorre, por exemplo, nos atos enunciativos,           
como uma certidão, que apenas enuncia uma             
situação prévia. 
 
A imperatividade dos atos administrativos         
independe de ordem judicial, inclusive         
porque os atos administrativos têm         
presunção de legitimidade; Há de se lembrar             
de que a presunção de legitimidade é relativa,               
e não absoluta. 
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Ato constitutivo é aquele em que a             
Administração cria, modifica ou extingue         
direito ou situação jurídica do administrado.           
São exemplos a permissão, a penalidade, a             
revogação e a autorização, inclusive a de             
exploração de jazida. 
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O silêncio não deixa de ser uma             
declaração de vontade, ainda que tácita.           
Por isso, é um ato declaratório. O que não se                   
pode dizer é que o silêncio constitui,             
desconstitui ou enuncia algo, muito menos que             
se trata de ato ordinatório, que é aquele que                 
disciplina o funcionamento da Administração e           
a conduta funcional de seus agentes. 
Direito Administrativo 1 - 2020 
Atos Administrativos 
Organização: Prof. Gilberto Jr Silva Lima - Pág. 9 
 
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A licença para construir é um ato negocial,               
pois importa justamente em declaração de           
vontade coincidente com a pretensão do           
particular. O fato de o particular pedir para               
construir e a Administração concordar revela           
que houve declarações de vontade         
coincidentes entre esta e aquele,         
traduzindo-se num verdadeiro ato negocial. 
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Quando um parecer tem poder de decidir um               
caso, ou seja, quando o parecer, na verdade, é                 
uma decisão administrativa, a autoridade que           
emite esse parecer responde por eventual           
ilegalidade do ato, não se enquadrando o ato               
na categoria dos pareceres meramente         
opinativos, facultativos e orientadores, mas         
sim nas categorias dos pareceres         
vinculantes ou das decisões administrativas.         
Segundo o STF, o parecer jurídico sobre             
editais de licitação e minutas de contratos,             
convênios e ajustes, previsto no art. 38 da Lei                 
8.666/1993, é um parecer vinculante (uma           
decisão), pois a lei dispõe que tais             
instrumentos devem ser aprovados pelo setor           
jurídico, e não que haverá mera opinião desse               
setor. 
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Os atos regrados ou vinculados são aqueles             
que a lei estabelece objetivamente as           
condições de seu exercício;  
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Os atos discricionários são aqueles que           
conferem margem de liberdade à         
administração;  
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Os atos nulos podem ser invalidados pela             
administração ou pelo Judiciário, e o           
critério para a anulação é a ilegalidade e               
não a inconveniência;  
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Ato revogável é aquele que nasce conforme a               
lei (sem vícios), mas que, por um fato novo, fica                   
inconveniente. 
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Atos discricionários são revogados (e não           
anulados) por motivo de conveniência e           
oportunidade. 
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Os atos discricionários são sujeitos a           
controle judicial, mas somente quanto aos           
aspectos de legalidade, moralidade e         
razoabilidade. 
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Os atos discricionários podem ser revogados           
de ofício;  
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Todos os atos administrativos devem ser           
motivados, principalmente os discricionários,       
pois nestes o administrador tem de explicar             
bem as razões que utilizou para a sua prática. 
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O Judiciário pode, sim, apreciar a legalidade             
dos atos discricionários;  
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A discricionariedade, de fato, confere margem           
de liberdade para o administrador definir a             
conduta que melhor atende ao interesse           
público;  
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Os atos discricionários podem ser tanto           
revogados (quando se tornarem       
inconvenientes), como anulados (quando forem         
ilegais);  
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A doutrina entende que a competência, a             
forma e a finalidade são sempre elementos             
vinculados;  
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Lembre-se sempre que também há         
Administração Pública no âmbito dos Poderes           
Legislativo e Judiciário, de modo que nestes             
Poderes também são expedidos atos         
administrativos vinculados e discricionários. 
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Ato vinculado é aquele em que a             
administração não tem margem de liberdade,           
ou seja, é aquele em que a Administração tem                 
apenas uma opção de atuação. Assim, nos             
atos vinculados está tudo regrado, ou seja,             
não há margem para o mérito (para a margem                 
de liberdade).  
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