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Medicina alternativa Sensata

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MEDICINA ALTERNATIVA SENSATA
GUIA DA SAÚDE
 Dicionário de fitoterapia, 
 medicinas alternativas, culinária 
 e cosmética naturais
 
CORPO HUMANO, A MÁQUINA MAIS FANTÁSTICA
 Nosso organismo é uma das mais complexas e perfeitas máquinas existentes. São bilhões de células 
constituindo diferentes órgãos que trabalham em estreita harmonia. Mesmo quando dormimos, uma 
verdadeira cidade de células opera ininterruptamente para nos manter vivos. Enquanto os intestinos refinam 
combustível a partir dos alimentos ingeridos, os pulmões separam o oxigénio do ar. Um órgão líquido — o 
sangue — encarrega-se de transportar combustível e oxigénio para que todas as células se alimentem, 
cresçam e se reproduzam. Uma possante bomba — o coração — mantém o sistema circulatório em 
permanente funcionamento.
 Além de permitir a liberação de energia por meio de reações químicas dos combustíveis com o 
oxigênio, o sangue absorve os poluentes que todas as células liberam (como se fossem fábricas) ao longo 
desse processo. Esses poluentes são eliminados pêlos pulmões (gás carbônico), pela pele (através do suor) e 
por outros laboratórios naturais, como o fígado (que os decompõe quimicamente) e os rins (que os filtram e 
os transformam em urina). 
 Essa incrível indústria química e mecânica capaz de realizar centenas de milhares de 
tarefas simultâneas é tão perfeita que está programada para reproduzir-se de forma sexuada, gerando novas 
máquinas que combinam características transmitidas pelo pai e pela mãe. E a produção de novos seres vai se 
diversificando, de acordo com as mudanças do meio ambiente com o qual Interagem. São fabricas vivas tão 
perfeitas que estão programadas para morrer como Indivíduos e sobreviver como espécie. Assim, os modelos 
velhos dessas máquinas vão desaparecendo e são substituídos por novos, com ligeiras variações que os 
tornam mais adaptados às mudanças do tempo, evitando a obsolescência.
 Dicionário de fitoterapia, 
 medicinas alternativas, culinária 
 e cosmética naturais
 ALCOOLISMO: O QUE FAZER?
 Os remédios para fazer a pessoa parar de beber – tipo Antietanol e Antabuse – são perigosos e só 
devem ser usados por iniciativa própria de quem está se tratando Derivados do enxofre, esses antagonistas do 
álcool fazem com que ele não seja digerido pelo fígado. Como conseqüência, a pessoa se sente mal e tem 
enjôos, dor de cabeça, vômitos e outras indisposições provocadas pela intoxicação geral do organismo pelo 
álcool. Se a pessoa usar esses antagonistas de álcool e continuar bebendo, pode morrer intoxicada. 
 Esses medicamentos até podem ser úteis em certos casos, que precisam ser avaliados por médico. 
1
Mas primeiro a pessoa precisa se convencer de que é alcoólatra e de que só terá a ganhar se libertar desse 
hábito. Então, ela pode conscientemente usar um desses remédios lendo atentamente a bula. Se tiver vontade 
de beber, no primeiro trago vai se sentir mal. Mas, sabendo que tomou remédio, não repetirá a dose e pode 
acabar perdendo o gosto pelo álcool como efeito de uma espécie de reflexo condicionado.
 Com certeza, o melhor remédio para parar de beber é a decisão. Depois de tomada, é importante a 
pessoa se analisar, para saber o que a leva a beber. Aí é que ela pode ser ajudada pelos chás da medicina 
popular, pelos remédios homeopáticos ou até pelos alopáticos, como os antidepressivos prescritos por 
psiquiatras e psicoterapeutas, conforme o caso. 
 Por que as pessoas bebem?
 É importante que a pessoa se conscientize de que está abusando da bebida e tente encontrar as causas 
desse seu comportamento. Se uma pessoa bebe para fugir da depressão, por exemplo, pode experimentar 
algum estimulante natural antidepressivo como sementes de noz-de-cola, raízes de nenúfar ou hipérico (este 
último só com receita médica). Já se a pessoa bebe porque é nervosa, a indicação são os chás calmantes, 
como o das folhas de maracujá, raízes de valeriana ou folhas de kava-kava. Em todos os casos, é também 
recomendável incluir na alimentação vegetais antagonistas do álcool, como o suco de couve, que contém 
enxofre. Outras fontes de enxofre são alho, cebola, ovos, lentilha e germe de trigo. O que o alcoólatra precisa 
saber, entretanto, é que para algumas pessoas o consumo de bebidas alcoólicas e até eventuais abusos não 
representam problema grave. Outras pessoas, entretanto, são mais sensíveis ao álcool e se viciam, a ponto de 
estarem sempre bêbados e incapazes de trabalhar ou levar vida social.
 Esse é o grande problema do álcool, que é a droga psicotrópica que mais mata e destrói pessoas no 
mundo: por razões biológicas que independem de sua vontade, algumas pessoas se tornam alcoólatras, 
freqüentemente por predisposição genética, pois teriam deficiência de algum neurotransmissor que o álcool 
vem suprir. Outras pessoas, entretanto, não teriam essa deficiência e não seriam, portanto, tão sensíveis à 
tentação de abusar do álcool, embora também possam forçar sua natureza e abusar, tornando-se alcoólatras 
também. 
 Constatou-se na literatura médica sobre alcoolismo que os indivíduos que tem tendência ao vício 
em bebidas alcoólicas não devem se aproximar delas, nem tomar pequenas doses, pois muito provavelmente 
perderão o controle. 
 Os casos de abuso constante do álcool são difíceis de tratar, mas há possibilidade de administrar o 
problema, tentando reduzir a doses, se a pessoa puder circunscrever o uso da bebida aos fins de semana, 
como fazem alguns habitantes da Holanda, onde as doses de bebida e psicotrópicos à venda são controladas e 
algumas pessoas colecionam tíquetes diários para beber todos nos fins de semana. Nesse caso é bom tomar 
consciência de que o organismo está sendo agredido e melhorar a alimentação para tornar mais fácil a 
convivência com o álcool, tornando seus efeitos colaterais mais brandos. 
 Um órgão importante a ser protegido é o fígado, que costuma ser a primeira vítima do álcool, pois 
é ele que filtra o álcool do sangue e o destrói, decompondo-o em outras substâncias, como água, dióxido de 
carbono e ácido acético (vinagre). Um fígado médio é capaz de decompor 25 gramas de álcool absoluto por 
hora – a quantidade existente numa garrafa de cerveja ou numa dose de uísque. Por isso, quem sabe beber 
“forra” o estômago com alguma comida, pois isso retarda a absorção do álcool, e usufrui lentamente da 
bebida. Quando uma pessoa abusa do álcool, deve proteger seu fígado. Se abusa sempre, deve tonificá-lo 
sempre. 
 Antes e depois de ocasiões em que é costume abusar da bebida, é aconselhável tomar chás amargos 
estimulantes do fígado, como os de folhas de boldo-do-chile (Pneumos boldus, o boldo de sabor menos 
amargo, com um toque forte de menta no gosto), boldo (Coleus barbatus, o mais comum, de folhas 
aveludadas e gosto muito amargo), alcachofra (folhas da Cynara scolinus, também muito amargas) e 
zedoária (raízes da Curcuma zedoaria: 2 cápsulas ou 2 colheres de café por dia do pó, diluído em água. 
Pode-se também fazer chá com as raízes, na proporção de 1 colher de sopa de raiz fatiada por xícara de chá 
de água, fervendo por 5 minutos).
 Outra recomendação para casos de abuso do álcool é usar frutose em vez de açúcar. Enquanto o 
açúcar piora o mal-estar da pessoa que abusa de álcool, porque fermenta no intestino, a frutose não fermenta 
e ajuda o fígado a decompor o açúcar, apressando sua eliminação. Geralmente obtida de dextrose de milho, a 
frutose é um açúcar branco fino como o de confeiteiro e pode ser encontrada em farmácias para alimentação 
de bebês, nos quais evita gases e diarréia que podem ser produzidos pelo açúcar comum. 
2
 Como o álcool funciona no organismo
 Quando ingerimosalguma bebida alcoólica, o álcool nela contido é rapidamente absorvido pelo 
estômago e pelos intestinos. Em seguida, entra no sangue e distribui-se por todo o corpo, diminuindo o ritmo 
do metabolismo (funcionamento) das células e dos órgãos.
 No cérebro, esse efeito inibidor produz uma ação calmante e relaxante. A fila fica arrastada e a 
capacidade de julgamento diminui, assim como a coordenação motora e o controle das emoções. Devido a 
este último efeito, o álcool é geralmente usado como estimulante, quando na verdade é um calmante-
relaxante. 
 A diferença entre o efeito real do álcool e seu efeito psicológico pode enganar perigosamente a 
pessoa, pois ela se sente mais valente e acha que seus reflexos estão bem, quando na verdade eles estão 
embotados e prejudicados. Um certo bem-estar e a sensação de onipotência que acompanham a embriaguez 
alcoólica podem fazer um motorista abusar da velocidade e, por ter seu raciocínio e seus reflexos 
prejudicados, perder facilmente o controle do carro, provocando acidentes graves.
 Além dos problemas comportamentais, o álcool traz problemas físicos para o organismo: agride 
as células, principalmente as do cérebro e do fígado, sendo capaz de matar bilhões de neurônios por ano, a 
ponto de o cérebro de um alcoólatra diminuir de tamanho.
 Boa alimentação, para enfrentar o alcoolismo crônico
 Uma boa alimentação ajuda a rebater o vício, mas a pessoa precisa se conscientizar de que está 
doente e precisa de tratamento, o que pode ser obtido em entidades como os Alcoólicos Anônimos, onde a 
pessoa vai aprender a verbalizar o problema para assim poder entendê-lo e administrá-lo. 
 Banana, espinafre, arroz: fontes de magnésio
 É bom ingerir bastantes alimentos que contenham magnésio – como banana, arroz integral, 
nozes, espinafre, leite desnatado, aveia e frutos do mar -, pois esse mineral tem efeito antidepressivo, o que 
melhora a disposição e a força de vontade da pessoa, necessárias para que ela tenha bons propósitos na vida e 
se esforce por obtê-los.
 O poder das vitaminas
 Uma dica é seguir um cardápio variado, com verduras e cereais e carne (de preferência de 
ave). Deve-se procurar ingerir vegetais crus, principalmente os que contenham as vitaminas C (presente nas 
frutas cítricas e em outras frutas amarelas). Pessoas que abusam do álcool também devem tomar 1 
comprimido de vitamina C por dia, para diminuir o número de radicais livres no organismo, que é maior nos 
alcoólatras que nas pessoas sãs. 
 É importante ainda a vitamina B1, presente em cereais integrais, carnes, vísceras, ovos, leite, 
hortaliças de folhas verdes, levedo de cerveja, nozes. As vitaminas D e E, presentes nos óleos de milho e 
girassol, amêndoas oleaginosas, verduras de folhas verde-escuras, óleo de fígado de bacalhau e outros óleos 
de peixes também fortalecem o organismo contra o álcool. 
 Uma indicação tradicional para ajudar a deixar o vício é tomar, às refeições, uma colher de 
sopa de uma solução de iodureto de sódio encomendada a farmácias de manipulação (10 gramas em 300 
gramas de água destilada). 
 
 Plantas inimigas do alcoolismo
 Cafeína: melhora os reflexos
 A cafeína, sob a forma de café, chá preto ou chá verde, também diminui os efeitos do álcool, 
embora diminua sua eliminação pelo organismo. Estudos mostraram que um simples cafezinho pode dissipar 
um pouco o torpor causado pelo álcool, fazendo a pessoa se sentir melhor.
Tomar café sem açúcar – até três xicarazinhas por dia. Age como estimulante, diminuindo as crises de 
abstinência de bebida. Embora a cafeína também seja uma droga, é menos danosa que o álcool e interage 
com neurotransmissores diferentes dos do álcool. Além disso, o café costuma ser ingerido em muito menor 
quantidade que a bebida alcoólica, pois quem abusa dela costuma perder o controle da quantidade ingerida.
3
 Guaraná da Amazônia
 Sementes moídas da Paulinia cupania: tomar 1 comprimido ou 1 colher (sopa) rasa do pó duas 
vezes ao dia. É estimulante e antidepressivo.
 Enxofre: antagonista do álcool 
 Algumas substâncias apressam a eliminação do álcool, além de tornarem mais desagradável a 
embriaguez, facilitando a conscientização das pessoas que querem se livrar do vício. É o caso do enxofre, 
presente em doses baixas em alguns alimentos e em doses altas demais nos remédios para parar de fumar 
vendidos nas farmácias. Uma boa fonte de enxofre é a couve: tomar um copo americano de suco de couve 
fresca ao longo do dia ajuda a pessoa a se manter afastada do álcool, pois diminui a vontade de beber. 
 Os sucos de couve e agrião diminuem a vontade de beber, principalmente por causa dos sais de 
enxofre que contêm (tomar 2 copos de suco de folhas frescas por dia). 
 Hipérico e kava-kava: plantas antidepressivas
 O uso de plantas antidepressivas como as folhas do hipérico ou erva-de-são-joão (Hipericum 
perforatum, nativa da Europa) e as raízes da kava-kava (Piper methysticum, nativa da Ásia) sob a forma de 
comprimidos, tinturas ou chás deve ser prescrito e acompanhado por médico, como no caso dos remédios 
alopáticos de última geração, como o Prozac (cloridrato de fluoxetina, um sal sintético), de que seriam 
similares naturais, pois têm efeito químico parecido e praticamente as mesmas contra-indicações. Dentre os 
efeitos colaterais que podem ocorrer em pessoas sensíveis (tanto às plantas como aos sais sintéticos) estão 
alergias, problemas de pele ou aumento de pressão. Pior ainda: o hipérico ou a kava-kava podem, ao 
contrário do esperado, não funcionar como antidepressivos, quer não produzindo efeito nenhum nessa área, 
quer deixando a pessoa ainda mais triste (o que os médicos chamam de efeito paradoxal), caso em que 
devem ser trocados por outro tipo de remédio. . 
A dose é dois comprimidos, dois cálices de água com 10 gotas diluídas em cada um ou infusão de 2 xícaras 
(chá) de ingredientes secos (folhas de hipérico e raízes de kava-kava), na dosagem de 1 colher (sopa) picados 
para cada xícara (chá) de água fervente, deixando amornar tampado. 
 Por causa dos efeitos colaterais do hipérico, o Ministério da Saúde determinou que a venda dos 
remédios feitos com seus ingredientes seja feita com receita carbonada, que fica presa nas farmácias, 
indicando a responsabilidade do médico pelo tratamento. Tanto o hipérico como a kava-kava só começam a 
fazer efeito antidepressivo depois de uma semana de uso. 
 O tratamento deve prolongar-se por seis meses e ser retomado se a crise de depressão voltar. 
Outras causas de fundo orgânico ou psicológico devem ser pesquisadas, pois pode ser necessário o uso de 
outro tipo de antidepressivo ou acompanhamento de psicoterapia para resolver traumas afetivos.
 Noz de cola: estimulante africano
 As sementes da Sterculea acuminata, uma árvore africana muito apreciada pelas tribos, 
melhoram estados depressivos e devem ser ingeridas continuamente em pequena quantidade diária: 2 por dia, 
como se fossem nozes ou castanhas, durante um mês, interrompendo por 15 dias e depois retomando a série. 
Também pode-se fazer chá usando três sementes picadas para cada xícara (chá) de água, fervendo por 5 
minutos. Dosagem: duas xícaras de chá por dia, seguindo o mesmo esquema de interrupção indicado para o 
consumo das sementes.
 Valeriana, maracujá e rauvólfia: calmantes para largar o vício
 Tomadas uma hora antes de ir dormir, sob a forma de decocção de 1 colher de sopa de uma das 
espécies listadas a seguir para cada xícara de chá e água, semferver muito, as plantas que reduzem a 
ansiedade também podem ser alternadamente usadas com algum antidepressivo natural, a ser tomado durante 
o dia. Os tratamentos com calmantes podem ser feitos durante um mês seguido, interrompendo por dez dias 
antes de retomá-los. Isso evita que o organismo se acostume com a planta e seu efeito diminua. Principais 
calmantes vegetais: raiz de valeriana (Valeriana officinalis), folhas de lípia (Lippia Alba), flores e folhas de 
maracujá (Passiflora edulis e centenas de variedades), folhas da rauvólfia (Rauwolfia serpentina).
 Tratamentos tradicionais e alternativos
 Remédios alopáticos de última geração: muito caros
 A alopatia tem progredido muito na área da psiquiatria, e hoje oferece antidepressivos muito 
4
mais seguros que os antigos, e sem os seus efeitos colaterais perigosos como provocar aumento de pressão 
quando cominados com álcool ou até caldo de feijão. Já existem antidepressivos e calmantes mais indicados 
para pessoas que estão largando o vício de beber, mas eles precisam ser prescritos por médicos. Foi lançado 
nos Estados Unidos, a ser vendido sob receita médica, um remédio chamado Neutrexon, que teoricamente 
bloquearia os receptores cerebrais do álcool, cortando o mecanismo do vício. O problema é que não se sabe 
se o remédio é realmente eficaz, por ser um lançamento novo, e, pior ainda, não se conhecem seus efeitos 
colaterais a longo prazo. Outra má-notícia no caso dos lançamentos de remédios alopáticos é o preço, pois 
em geral a pesquisa de um novo remédio que vai para as prateleiras das farmácias custa milhões de dólares. 
 Homeopatia: a cura pelo semelhante
 Consultar um médico homeopata. Os remédios homeopáticos geralmente são tomados várias 
vezes ao dia e as indicações homeopáticas mais comuns para tratar do alcoolismo são os remédios 
dinamizados (quantidade de vezes em que o recipiente que contém apenas gotas de uma substância ativa é 
diluído em crescentes quantidades de água destilada e chacoalhado para que as propriedades dessa substância 
ativa atinjam as moléculas da água não mais sob a forma da própria substância, mas de sua vibração 
atômica). Como na homeopatia envenenamento se cura com veneno, pois é o semelhante, embora em 
pequeníssimas doses, que cura o semelhante, muitos homeopatas recomendam, para tratar alcoolismo, o 
arsênico 5C, isto é na quinta dinamização centesimal, para ser tomado de dia, a noz de cola (Sterculea 3D, 
terceira dinamização decimal), Cannabis indica (a famosa maconha, que só pode ser usada em homeopatia 
por causa das grandes diluições) na dinamização 3D, ou seja, terceira decimal, noz-vômica (3D), 
Hyosciamus (3C, tomar de noite), Sumbulus (3C), enxofre (Shulphuris ac., 5C) e o antimônio (Antimonium 
tart., 3C). Também são indicadas, em concentração maior que a homeopática, as tinturas-mães de Spiritus 
glandium quercus, angélica (Angélica archangelica), cola (Sterculea) e quina-amarela (Cinchona), que nesse 
caso agem da mesma forma que na fitoterapia, enquanto os remédios da homeopatia agem pelo poder da 
grande diluição, que praticamente não deixa rastros dos ingredientes ativos.
 Hidroterapia: a cura pela água
 Um bom banho gelado de chuveiro pode tirar a pessoa do estado de torpor típico da 
embriaguez alcoólica. Mas a água também pode fazer muito pelas pessoas que estão se livrando da 
dependência do álcool, pois ela é o solvente universal que ajuda a purificar o organismo. Quem tiver 
condições pode tratar alcoolismo indo passar uma temporada numa cidade de termas ou águas minerais e 
fazer tratamento antiestresse com hidroterapia (ver seção específica deste livro dedicada a essa técnica 
médica). É também uma maneira de fortalecer o ego da pessoa, o que aumenta a força de vontade para deixar 
o vício.
ALERGIAS: QUANDO O CORPO EXAGERA NA DEFESA
Falta de ar, asma, bronquite, irritação nos olhos, coceira, eczemas, inchaço, diarreia, cólicas e dor de 
cabeça. Esses são alguns dos sintomas da alergia que os médicos definem como distúrbio imunológico 
relacionado com a liberação exagerada de histamina - uma substância que incha os tecidos. Trata-se de um 
aumento da resistência atípica do organismo - isto é, seu sistema imunológico trabalha em demasia, reagindo 
à simples poeira com uma inflamação dos tecidos.
As substâncias que provocam alergia podem estar no ar ou em objetos de uso cotidiano, como co-
bertores (pós, pólen de flores, inseticidas, pêlos, algodão, lã, ácaros, fungos, bactérias ou perfumes), na 
comida (farinhas, ovo, leite, peixes, crustáceos, nozes, amendoim, chocolate, carne de porco, temperos), nos 
remédios (antibióticos, soros, sulfas, analgésicos, quinina), na água (cloro) ou em outros itens do meio am-
biente. Podem também ser produzidas por picadas de insetos. A pessoa alérgica deve consultar um 
médico, localizar o tipo de substância que lhe faz mal e afastar-se dela. Em caso de dúvida, podem ser feitos 
exames de sangue.
Em situações graves, costuma-se indicar remédios anti-histamínicos - mas é bom não abusar deles, 
pois têm muitos efeitos colaterais (causam sonolência e podem predispor a outras doenças). Há casos de pes-
soas que têm alergia até por remédios antialérgicos.
Alguns conselhos aos alérgicos: evitar cortinas, tapetes, almofadas, cobertores de lã e tecidos 
sintéticos (preferir o algodão); afastar-se de animais domésticos; e passar uma solução de ácido fênico a 5% 
5
no chão e nas paredes uma vez por semana. Um jejum de sólidos com bastante suco de laranja, durante 
alguns dias, pode ser útil Choque alérgico - Pode ocorrer depois de picadas de insetos ou injeção 
(principalmente penicilina e as feitas com soro de cavalo, como antitetânicas e contra picadas de cobras e 
aranhas). Certos remédios tomados por via oral também podem provocar choque. A pessoa fica pálida ou 
arroxeada, sente coceira, frio ë dificuldade para respirar; seu coração bate rápido, ela tem tremores e sua 
pressão cai, podendo ocasionar desmaio. E preciso levá-la imediatamente a um hospital, pois ela corre risco 
de vida.
Qualquer remédio que provoca uma reação alérgica fraca (como coceira ou inchaço), quando tomado 
pela primeira vez, deve ser evitado, pois poderá produzir reação mais intensa ou choque quando for usado de 
novo. Isso acontece porque o organismo produz anticorpos contra ele. No caso de uma pessoa alérgica 
precisar de uma injeção de soro antitetânico ou contra picadas de 
Ferro - É o componente ativo da cobra, aranha ou escorpião, ela deverá tomar, 15 minutos antes, uma 
injeção intramuscular de anti-histamínico misturado com corticóide: 50mg de prometazina com 500 mg de 
hidrocortisona para adultos, e metade da dose para crianças.
Se depois de tomar uma injeção, a pessoa entrar em choque alérgico, ela deverá tomar, imediatamente, 
uma injeção subcutânea de adrenalina (1/2ml para adultos e 1/4 para crianças) e uma intramuscular de 
hidrocortisona (como indicado anteriormente). Um médico precisa ser chamado, ou a pessoa levada a um 
hospital rapidamente.
Homeopatia - A homeopatia tem se revelado muito eficaz no tratamento e na cura de alergias, asmas 
e bronquites que não reagem aos remédios alopáticos.
Baseada no princípio de que "o semelhante cura o semelhante", ela utiliza as mesmas substâncias que 
causam alergia para dessensibilizar o organismo.
A diferença é que essas substâncias são diluídas em água destilada em altíssimas proporções. Essa ex-
trema diluição faz com que as substâncias tóxicas percam a capacidade de envenenar, mas permite que 
deixem uma espécie de "memória química" na água, capaz de transmitir mensagens ao nosso sistema 
imunológico. Segundo os adeptos da homeopatia, isso faz com que o próprio organismo fabrique seus 
remédios contra as doençase reformule aqueles que está fabricando errado (caso das alergias). Um exemplo 
desse tipo de tratamento pode ser dado pelas pessoas alérgicas a pêlos de gato, que se curam tomando, várias 
vezes ao dia, algumas gotas ou cápsulas de um preparado homeopático feito com pêlos de gato triturados e 
dinamizados em água destilada.
Tratamentos com plantas: a fitoterapia aplicada às alergias
Quem tem alergia precisa proteger os pulmões e o fígado da presença de histamina em quantidade 
exagerada no sangue. Pode aconter na pele, que coça e fica inflamadas, nos pulmões, que se molham e 
endurecem, quase não deixando entrar ar, ou até nos intestinos, provocando diarréia.
No caso de a alergia se restringir às vias respiratórias, recomenda-se o chá de raízes de zedoária 
(Curcuma zedoária), gengibre e confrei (Symphytum officinale) ou de folhas de guaco (Mikania glomerata) . 
Ferver, por três minutos, uma colher de sopa de ingredientes picados para cada xícara de chá de água. Deixar 
amornar tampado. 
É também aconselhável às pessoas alérgicas usarem a fitoterapia para tonificarem o fígao, facilitando 
a digestão com chás de folhas de boldo ou carqueja (mesma dosagem da indicação anterior). Comprovou-se 
que muitos casos de alergia melhoram quando os problemas digestivos são resolvidos. A dermatite dos bebês 
é um exemplo: os recém-nascidos nunca têm dermatite enquanto mamam no seio das mães. Quando lhes dão 
leite de vaca, as dermatites aparecem, porque seu organismo não está preparado para metabolizar as 
proteínas desse outro tipo de leite, o que lhe provoca má-digestão.
Quando o problema é na pele, são recomendáveis as compressas ou banhos de água fria e chá de 
camomila bem forte (1 xícara de chá de ingredientes para cada 2 litros de água, fervendo por 3 minutos), 
compresas de água de aveia (ferver 4 colheres de sopa de aveia em 1 litro de água, deixar esfriar e coar), 
polvilho ou maisena (diluídos em água fria, sem ferver).
Outras plantas que aliviam coceira e curam eczemas alérgicos são a guaçatonga (Casearia sylvestris), 
6
cujas folhas são usadas em chás e tinturas para indicação externa o interna simultaneamente; as folhas do 
saião (Kalanchoe brasiliensis), também conhecida por bálsamo e da qual se faz igualmente uso interno e 
externo; as raízes do confrei; as flores da calêndula; e o chá de fumo de corda com álcool.
Também costumam ser úteis no combate às alergias os depurativos do sangue, como chá de folhas de 
salsaparrilha e cascas de ipê-roxo, e o uso de purgantes duas vezes por semana – pela manhã e à noite, uma 
colher de chá de óleo de rícino ou 1 colher de sopa rasa de sal amargo (sulfato de magnésio, que tem ação 
dessensibilizante) diluída em meio copo de água.
A indicação para chás é de 3 xícaras por dia durante duas semanas. Se não houver melhora, um 
médico deve ser consultado. 
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE
Uma boa alimentação é a chave da saúde e também a base da eficácia de qualquer tratamento médico. 
Mais da metade das energias do nosso organismo é gasta no esforço da digestão, que é uma atividade 
orgânica extremamente complexa e trabalhosa. Por isso os tratamentos hospitalares submetem os pacientes a 
jejuns e alimentação leve e existem tratamentos naturopatas baseados no jejum de sólidos. Nesse tipo de 
jejum, a pessoa pára de comer alimentos sólidos e durante alguns dias toma só sucos de frutas, muito chá 
adoçado com mel e caldos de verduras. Isso diminui o esforço do organismo com a digestão e deixa sua 
energia imediatamente livre para os processos de desintoxicação e de combate às doenças. Mas é bom 
advertir que os tratamentos que envolvem jejum devem sempre ser acompanhados por médico.
Os mesmos vegetais usados no tratamento de jejum de sólidos são importantes para a dieta diária de 
manutenção da saúde. É recomendável o consumo diário de saladas, frutas (inteiras e sob a forma de sucos), 
cereais (arroz integral, feijão, milho, trigo moído, grão-de-bico, lentilha etc.), amêndoas oleaginosas (nozes, 
castanhas-do-pará, castanhas-de-caju, amêndoas, avelãs etc.), ovos, leite e derivados pouco industrializados 
(ricota, queijo-minas etc). Como os sais minerais das plantas se concentram em áreas diferentes, é importante 
que as saladas contenham três ingredientes principais: raiz (cenoura, batata, nabo, beterraba etc.), folhas 
(alface, couve, chicória, agrião, acelga etc.) e frutos (tomate, pimentão, jiló, abobrinha, berinjela etc.). 
É bom ter certa moderação no uso de ovos, derivados do leite e amêndoas oleaginosas, que devem 
fazer parte do cardápio cotidiano, mas em quantidade limitada (quatro ovos por semana, por exemplo, por 
causa do alta quantidade de colesterol presente nas gemas). Outra dica de saúde é beber bastante água, pura 
(filtrada ou fervida e de preferência tratada com cloro e flúor) e sob a forma de chás. Se a pessoa tiver uma 
doença crônica, deve usar nesses chás as plantas medicinais indicadas para o caso (como quebra-pedra e 
"cabelo" de milho para quem sofre dos rins ou tem problemas cardíacos; camomila, erva-doce e hortelã para 
quem tem úlcera; stévia e almeirão para os diabéticos etc.).
Muitos médicos naturopatas são contrários ao consumo de qualquer tipo de carne, mas é sempre 
melhor comer carne (de preferência frango e peixe fresco), se a pessoa não tiver condições de seguir uma 
dieta que contenha proteínas (cereais, amêndoas, ovos, leite e derivados). A maioria dos médicos, entretanto, 
recomenda o consumo de 35 gramas diárias de carne, devido à quantidade e à qualidade de suas proteínas.
As carnes de ave e de peixe são mais saudáveis porque têm menos gorduras saturadas, que podem 
aderir às paredes das artérias. Um tipo de gordura presente nos alimentos de origem animal (parte gorda das 
carnes, gema de ovo, peles e couros de ave, principalmente fritos e torrados, camarão) é o colesterol, uma 
gordura altamente nociva quando em altas doses no sangue, pois entope veias e artérias, provocando enfartes 
e derrames. 
As carnes bovinas magras também têm menos colesterol, devendo, como as outras, ser preparadas 
com pouco óleo. Embora não pareça, a gema de ovo contém grande quantidade de colesterol, por isso deve 
ser consumida moderadamente por quem tem problemas cardiovasculares.
Um erro de alimentação que praticamente todos os médicos condenam é o consumo exagerado de sal 
(que aumenta a pressão e faz mal para o sistema cardiovascular) e de frituras (elas engordam e aumentam a 
taxa de colesterol do sangue). Muitos são também contrários ao excesso de açúcar refinado, que é um veneno 
para os diabéticos. Mesmo para os não-diabéticos, há médicos que propõem a substituição, na maior medida 
possível, do açúcar refinado por mel e açúcar mascavo. 
Os refrigerantes também são condenados (devido ao açúcar, aos corantes, aos conservantes e à cafeína 
presentes em alguns, como os que têm a palavra "cola" no nome). O mesmo acontece com o café e o chá-
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mate: seu consumo excessivo entope o organismo de cafeína, um estimulante cujo abuso prejudica o coração 
e o sistema digestivo.
Também são reprovados pelos médicos os embutidos tipo salame, salsicha e linguiça e os alimentos 
muito industrializados, como os enlatados, principalmente carnes - pois todos contêm corantes e 
conservantes de ação duvidosa no organismo, além de gerarem altíssima quantidade de radicais livres ao 
serem metabolizados. Os produtos defumados de origem animal são os que mais geram radicais livres entre 
os embutidos. 
Como o colesterol é útil em pequenas doses e também é produzido por nosso próprio organismo, no 
fígado, há pessoas com disfunção na produção de colesterol que são capazes de ter altos índices dessa 
gordura, mesmo sem comer nada que a contenha. Nesses casos, o médico deve receitar algum remédio 
alopático, que sempre será acompanhado de regime de restrição de alimentos que contenham colesterol.
Dicas de alimentação correta
 • Ingerir diariamente os cincotipos de alimentos: carboidratos, gorduras, pro teínas, vitaminas e 
sais minerais.
 • Evitar carnes, frios, linguiças, queijos picantes (usar somente ricota ou queijo-de-minas 
fresco), vinagre, mostarda, pimenta, todas as conservas, chá preto e mate, álcool, chocolate, fumo, doces 
comuns; evitar também todos os alimentos desintegrados como arroz e farinha brancos e seus derivados 
(pão, bolo, macarrão), substituindo-os por pão, bolo, biscoito e macarrão feitos com farinha integral; evitar 
ainda o açúcar refinado (substituir por mel, melaço ou açúcar mascavo em quantidades moderadas), frituras e 
refogados gordurosos. Usar pouco sal e moderadamente o azeite de oliva e os óleos de girassol, gergelim, 
milho ou arroz.
 • Comer sempre alimentos crus no início de cada refeição.
Aproveitar por completo os alimentos, usando folhas de cenoura em saladas e refogados, por exemplo, e 
substituir os caldos de carne ou legumes industrializados (tabletes) por caldos feitos em casa (ver receitas na 
seção de Cozinha).
 • Comer no mínimo 50% de alimentos crus diariamente.
 • Planejar o horário das refeições (três por dia: café da manhã, almoço e jantar, separadas por 
intervalos de cinco horas).
 • Não comer nada entre as refeições. Se sentir fome, to mar sucos de frutas ou verduras, ou, ainda, 
chás.
 • Mastigar bem: 30 a 50 vezes cada bocado.
Comer com calma em ambiente tranquilo.
 • Não se deitar para dormir ou ler logo depois das refeições. É bom caminhar de 15 minutos 
à meia hora, para facilitar a digestão.
As cinco categorias de alimentos
Nosso organismo precisa de cinco categorias de alimentos: proteínas (presentes na carne, em cereais 
como feijão e soja, no leite etc.), gorduras (óleo, margarina, carne etc.), açúcares (nome genérico dos 
carboidratos, que incluem açúcar, massas, arroz, batata etc.), vitaminas (carne, frutas, verduras, leite etc.) e 
sais minerais (verduras, carne etc.). A deficiência geral desse conjunto (quadro das pessoas que passam 
fome) é chamada desnutrição e é considerada doença, porque definha todo o organismo, em seus aspectos 
físicos e mentais, predispondo a vários outros tipos de doenças, como a desidratação, principal causa de 
mortalidade infantil em nosso país. Uma pesquisa realizada nos anos 1990 pelo professor Klaus Stewien, da 
USP (Universidade de São Paulo), revela que a vacina contra a poliomielite (paralisia infantil) pode não 
imunizar crianças desnutridas, necessitando ser aplicada em mais doses (mínimo de cinco) para ser realmente 
eficaz nesses casos.
 A alimentação errada é uma das principais razões das estatísticas sobre o aumento da in cidência de 
câncer, diabetes e problemas cardíacos nos nossos dias, apesar de os tratamentos terem evoluído bastante.
 Um alimento industrializado aparentemente inocente, como a salsicha do hot-dog, por exemplo, em 
geral contém uma substância chamada nitrito de sódio, que lhe é acrescentada durante a cura. Ele se 
combina com as aminas do estômago e forma as nitrosaminas, que são moléculas cancerígenas (substâncias 
capazes de induzir ao câncer), segundo informam os cientistas do Instituto Frederick de Pesquisa do Câncer, 
em Maryland, Estados Unidos. Essas conclusões estão de acordo com pesquisas feitas na Califórnia, que 
comprovam incidência maior de leucemia entre as crianças que consomem mais de 12 hot-dogs por mês. 
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 O que são os alimentos?
 O processo pelo qual os seres vivos obtêm e transformam alimentos em tecidos e energia para 
seu crescimento chama-se nutrição. Os seres humanos precisam de cinco tipos de alimento: carboidratos, 
gorduras, proteínas, vitaminas e sais minerais. Todos eles são importantes e precisam ser ingeridos 
frequentemente, pois as dietas baseadas em poucos ou num único tipo de alimento levam fatalmente à 
desnutrição e a várias doenças. Por isso, o cardápio diário deve ser variado, incluindo frutas, vegetais crus 
(por causa das vitaminas) e fontes de proteínas, como carnes e leguminosas secas (feijão, grão-de-bico, 
ervilha, lentilha, etc.).
 • Os caiboidratos são os açúcares, as farinhas e as gelatinas vegetais e constituem a nossa maior 
fonte de energia. Estão presentes de 30% a 50% em nossa alimentação diária, suprindo cerca de metade de 
nossas necessidades calóricas.
O problema é que o excesso de carboidratos faz engordar e esses alimentos são justamente os mais comuns e 
económicos que se pode encontrar: pães, doces, bolos, massas em geral, amido de arroz e outros cereais, 
fécula de batata, etc. Sendo pouco nutritivos, os carboidratos apenas engordam e, muitas vezes, dão uma 
falsa aparência de saúde às crianças obesas que, na realidade, são anêmicas.
 • As gorduras, por sua vez, fornecem reservas de energia, que o organismo libera quando é 
necessário, além de transportarem algumas vitaminas e ajudarem a manter a temperatura do corpo. Mas, 
atenção: existem, dois tipos de gordura: um que faz mal ã saúde e outro que faz bem. Geralmente, o consumo 
excessivo de gorduras animais (manteiga, toucinho, creme de leite, banha de porco, torresmo, nata) pode 
trazer problemas ao aparelho circulatório. Por isso, as gorduras vegetais devem ser preferidas às animais: os 
óleos de algodão, milho, soja, amendoim e outros, o azeite, a margarina e a banha vegetal são mais saudáveis 
e de digestão mais fácil (não sobrecarregam o fígado).
 • Já as proteínas (existentes no leite, nas carnes, nos ovos, nas leguminosas secas e em todos os 
derivados desses produtos) ajudam a construir, manter e reparar os tecidos do corpo, sendo fundamentais 
para o crescimento. No Brasil, a falta de proteínas na alimentação está sendo responsável pela atrofia do 
desenvolvimento físico e mental de milhares de crianças subnutridas.
 • As vitaminas e sais mineiras são complexos nutrientes específicos essenciais para o 
funcionamento e desenvolvimento do organismo. Trata-se de um grande número de substâncias distribuídas 
em alimentos variados, como frutas, hortaliças, leite, carnes, cereais (principalmente os integrais) e em 
algumas gorduras (semente de linhaça e amêndoas oleaginosas, que contêm vitamina E)..
Higiene é básica
Outro aspecto importante na alimentação é a higiene - que vai desde lavar bem as mãos para cozinhar 
e para comer até a lavagem e a desinfecção de saladas e alimentos crus, que devem ser primeiramente 
lavados e depois deixados de molho em água com vinagre ou algumas gotas de água sanitária por pelo 
menos 15 minutos, sendo em seguida lavados novamente. Isso evita muitas doenças que podem ser 
transmitidas pela comida, como a cólera e as verminoses.
A maneira como a pessoa come também tem influência na sua saúde: um horário para as refeições 
principais deve ser respeitado, e as pessoas têm de fazê-las com calma, em ambiente não barulhento, 
aproveitando a hora de ir à mesa para dar férias a seus problemas cotidianos. Também faz parte da maneira 
saudável de comer o fato de mastigar bem os alimentos, pois isso melhora a qualidade do bolo alimentar (que 
desce mais triturado e misturado com as enzimas digestivas da saliva, dando menos trabalho para os órgãos 
do aparelho digestivo), além de acentuar o desfrute do sabor da comida.
Carências alimentares
 Já a carência de alguns componentes alimentares específicos causa doenças nutricionais também 
específicas, que começam na infância e podem comprometer a saúde do indivíduo para o resto da vida. A 
falta de proteínas atrofia os músculos e os órgãos, tornando a pessoa esquelética. Já uma doença chamada 
pelagra é causada pela falta de vitaminas em geral e principalmente do complexo B (presente em dietas 
variadas que incluem pão, arroz, leite, ovos, fígado,carne, verduras e cereais). A pelagra é conhecida como 
doença dos três D: dermatite - pele áspera com lesões, diarréia e deficiência mental. 
A carência de vitamina B1 (presente em maior quantidade na semente de abóbora, no gérmen de trigo, 
na castanha-do-pará, no amendoim e na gema de ovo) provoca o beribéri, caracterizado por debilidade e 
vómitos, enquanto a falta de vitamina C (frutas cítricas, caju, kiwi, pimentão) predispõe ao escorbuto 
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(hemorragias, infecções, fragilidade de músculos e ossos) e a problemas respiratórios em geral. 
Outra doença da má alimentação é o raquitismo (degenerescência dos ossos), e resulta da falta de 
cálcio e vitamina D (que é fabricada pelo próprio organismo a partir de alimentos ricos em vitamina A, 
combinados com exposição moderada ao sol). A protovitamina A (que se transforma em vitamina A no 
organismo) está presente em alimentos como o agrião, óleo de fígado de bacalhau, azeitona, cenoura, couve, 
repolho e salsa, entre outros, sendo comum nos alimentos de cor amarela ou vermelha. Já o cálcio ocorre em 
géneros alimentícios como açúcar mascavo, acelga, agrião, amêndoa, caruru, couve-flor, espinafre, feijão, 
iogurte, leite, lentilha, rabanete, soja, etc. 
Algumas formas de anemia também resultam da carência alimentar: falta de ferro e de vitaminas do 
complexo B. 
Problemas de pele e visão podem ser causados pela carência das vitaminas A e B2 (leite, fígado, carne, 
ovos, alguns cereais etc.), enquanto a falta de vitamina B6 (trigo, verduras frescas, vísceras de animais, gema 
de ovo, levedura de cerveja etc.) também prejudica a pele e provoca doenças no aparelho digestivo.
Além de causar anemia, a falta de ferro na alimentação das crianças até os dois primeiros anos de vida 
pode enfraquecer sua saúde para sempre. Os principais alimentos que contêm ferro são: leite, beterraba, 
castanha-do-pará, espinafre, feijão, fígado, laranja, soja, lentilha, taioba e vagem, entre outros. 
A falta de cálcio também prejudica o desenvolvimento do cérebro, assim como a carência das 
vitaminas BI, B6 e B12, zinco e ácido glutâmico - todos presentes em alimentos como semente de abóbora, 
gérmen de trigo, amêndoas, castanha-do-pará, amendoim, gergelim e gema de ovo. Outros alimentos im-
portantes contêm parte desse conjunto: lentilha, farinha integral, grão-de-bico, arroz integral.
As pessoas que querem ter boa saúde também devem tomar cuidado com o excesso de sal, de açúcar e 
de gorduras e frituras. Ó açúcar predispõe ao diabete ou o agrava, gerando trombose e problemas de coração, 
por exemplo. O mesmo acontece com o excesso de sal e de gorduras.
Certos hábitos, como o sedentarismo (falta de exercícios e atividades físicas) também fazem mal ao 
organismo, especialmente quando associados a alimentação inadequada. Mais nocivos ainda são os hábitos 
classificados como vício ou dependência de drogas: licitas (cigarro, álcool etc.) ou ilícitas (maconha, 
cocaína, cola de sapateiro etc.). O consumo imoderado de álcool, por exemplo, destrói o fígado, as células 
cerebrais e outros órgãos. E o cigarro entope veias e artérias, além de irritar os pulmões, predispondo ao 
câncer.
 As doenças crônicas em geral também exigem restrição de algum item alimentar. A pessoa com gota ou 
artrite, causadas por excesso de ácido úrico no organismo, por exemplo, melhora quando evita frutas ácidas, 
carnes e alimentos com muitas proteínas, como o feijão. Chás de plantas medicinais diuréticas também 
ajudam a eliminar o ácido úrico. Dois desses remédios naturais muito comuns são a planta quebra-pedra 
(Phyllanthus niruri) e o "cabelo de milho", que devem ser consumidos em grande quantidade: pelo menos 
três xícaras por dia, usando 2 plantas inteiras de quebra-pedra e/ou cabelos de 6 espigas de milho para cada 
meio litro de água, com fervura de 5 minutos. 
 Tanto as restrições alimentares como a inclusão de algum alimento que está fazendo falta ao 
organismo devem ser prescritas por médicos, pois a maioria das doenças citadas aqui exige diagnóstico, 
acompanhamento e tratamentos médicos paralelos, além da boa alimentação.
 Veja também CARNES, SAIS MINERAIS, VEGETAIS, VITAMINAS 
ANSIEDADE E ESTRESSE
A ansiedade é uma das causas do vício em drogas, da pressão alta, dos problemas cardíacos e até das 
úlceras estomacais. A pessoa tem pensamentos e sentimentos de apreensão, insegurança, medo e pânico. 
Vive agitada, mas não consegue resolver seus problemas e muitas vezes come demais para compensar suas 
frustrações.
"Um bom tratamento para a ansiedade é mudar de vida" - aconselha o professor Sylvio Panizza. "A 
pessoa deve aprender a guiar-se pelo bom senso e tornar-se atuante em sua própria vida. A ansiedade é 
comum nos executivos, porque muitos deles não têm controle sobre si mesmos: quem manda neles é a 
empresa para a qual trabalham."
O fato de as farmácias venderem muitos tipos de calmantes e remédios antiansiolíticos comprova que 
a tensão da vida afeta praticamente todas as pessoas. "Os psicotrópicos foram um dos ramos da indústria far-
macêutica que mais cresceu nos últimos tempos, acenando com o controle químico da mente"- revela o 
professor. "Paralelamente ao comércio ilícito de drogas psicotrópicas, o mercado lícito cresceu muito, 
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origina-se dos grandes laboratórios multinacionais e é controlado pêlos governos, que estabelecem 
exigências, como a receita médica retida nas farmácias."
Mas o professor explica que os psicotrópicos sintéticos - como barbitúricos e antidistônicos, que 
diminuem a atividade do sistema nervoso central, relaxando os músculos do corpo - têm muitos efeitos 
colaterais danosos, como a dependência (vício) e a tolerância (necessidade de doses cada vez maiores para 
obter o mesmo efeito, até que seja atingida a dose mortal da droga).
"Em certos casos, os remédios de farmácia são necessários, principalmente na ansiedade ligada a 
doenças mentais como psicose, esquizofrenia e depressão, para as quais existem bons remédios alopáticos de 
última geração" - pondera Sylvio. Mas ele acha que as pessoas usam calmantes fortes em excesso: "Os remé-
dios cuja receita fica retida nas farmácias, tipo Dienpax, Lorax, Vallium e Frisium, só devem ser usados em 
períodos de crise, com consulta de retorno ao médico que os prescreveu".
Um remédio popular para as crises agudas de ansiedade, em que a pessoa perde o controle emocional, 
é a água com açúcar, revela Sylvio. "A pessoa toma um copo de água com uma colher de sopa de açúcar e 
isso lhe dá energia que lhe permite controlar a crise. Mas é óbvio que esse remédio não serve para os 
diabéticos nem para os obesos" - adverte o professor.
Para controlar a ansiedade, Sylvio recomenda vários chás de plantas medicinais que não têm os efeitos 
colaterais dos produtos de farmácia. Um bom exemplo é a valeriana (Valeriana officinalis); muito eficaz 
como calmante. Espécie arbustiva comum na Europa, ela tem flores parecidas com as da erva-doce e seus 
princípios calmantes ficam na raiz, que tem cheiro desagradável e intenso, podendo ser usada em chás e 
macerações a frio (deixar de molho na água por 12 horas).
Outras plantas calmantes são o maracujá (flores e folhas das trepadeiras do género Passiflora), o anis 
(sementes da Pimpinella anisum), a erva-cidreira (folhas e flores picadas da Melissa officinalis), o capim-
limão (folhas e raízes da Cymbopogon citratus), a artemísia (raízes da Artemisia vulgaris), a lípia (folhas da 
Lippia alba), a verbena (folhas da Verbena odorata), a tília (folhas da Tuia cordata), o tomilho (sementes da 
Thymus vulgaris) e as flores de laranjeira.
O professor Sylvio recomenda que as pessoas nervosas comam saladas de alface (que também pode 
ser usada em chás) e explica que a camomila (flores da Matricaria chamomilla) e as sementes de erva-doce 
também podem funcionar como calmantes, embora sua principal ação seja a de cicatrizantes das vias diges-tivas.
Diferindo dos produtos químicos sintéticos, os chás de plantas calmantes começam a fazer efeito 
depois que são tomados por dois ou três dias seguidos. Para que o organismo não se acostume muito com 
eles, reduzindo seu efeito, o professor Sylvio recomenda que esses chás sejam alternados (uma semana com 
valeriana e outra com maracujá, por exemplo, interrompendo o tratamento por quinze dias e voltando à 
valeriana).
 AZIA E DOENÇA DO REFLUXO
 A popular "azia", aquela sensação de queimação na "boca" do estômago, é um dos sintomas da 
doença mais comuns em todos os consultórios de gastroenterologia (especialidade médica que cuida das vias 
digestivas). Provocada pela "subida" dos sucos do estômago para o esôfago, a doença do refluxo 
gastroesofágico (que os médicos conhecem pela sigla DRGE) pode ter ainda outros sintomas, além da 
"queimação" (pirose), sendo frequentemente acompanhada de dor no peito, dificuldade para engolir e até por 
regurgitação do alimento ingerido.
Os pacientes também podem se queixar de digestão lenta, cructação ("arrolo" provocado pelo refluxo de 
gases do estômago) o cólicas intestinais provocadas por acúmulo de gases (flatulência). É ainda possível que 
o paciente tenha falta de ar ou inflamação dos brônquios, laringe ou cordas vocais, afetados pelo refluxo, dó 
suco gástrico.
"Esse conjunto de sintomas decorre da ação lesiva do suco gástrico, geralmente ácido, sobre o esôfago e até 
sobre o sistema respiratório, e constitui a doença do refluxo gastroesofágico", explica o médico Moysés 
Mineis, professor-titular de Gastroenterologia da Universidade Federal de São Paulo/Escola Paulista de 
Medicina e da Faculdade de Medicina de Santos.
 Praticamente não existe ninguém que não tenha sentido alguma vez os sintomas do refluxo 
gastroesofágico: isso pode acontecer quando a pessoa exagera na, bebida alcoólica, come em demasia ou 
toma muito refrigerante, por exemplo. O refluxo gastroesofágico ocorre também nas grávidas, 
principalmente no último trimestre da gestação, e nas pessoas obesas. Pode também resultar de efeito 
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colateral de algum medicamento, como certas pílulas anticoncepcionais.
 Mas a pessoa que sente com freqüência os sintomas de refluxo gastroesofágico deve procurar um 
gastroenterologista, recomenda o professor Mineis. Ele explica que o refluxo crônico constitui doença e 
precisa ser diagnosticado e tratado. A DRGE pode decorrer de algum problema nas vias digestivas (esôfago, 
estômago, duodeno, vias biliares, pâncreas ou fígado) que esteja provocando o retardo do esvaziamento 
gástrico. O problema pode também ter causa anatómica — quando o es tômago "sobe" para a caixa 
torácica, constituindo a hérnia de hiato. Mineis explica que a DRGE pode apresentar algumas complicações, 
como estreitamento do esôfago (estenose), hemorragias, ulcerações e até um tipo de lesão (esôfago de 
Barrett) que, em raros casos, pode se transformar com câncer.
 Mineis ressalta que os sintomas do refluxo esofágico podem também ser confundidos com os de 
outras doenças, como o crescimento anormal do esôfago (megaesôfago), câncer de esôfago e alterações da 
motilidade das vias digestivas por outras causas (como esclerodermia), úlcera ou câncer no estômago 
(digestão muito demorada, por exemplo). Há casos em que a DRGE é até confundida com angina do peito e 
mesmo enfarte (principalmente se a pessoa sente dores fortes no peito).
 Como se chega ao diagnóstico? "Pêlos sintomas que o paciente descreve, pelo exame físico (pouco 
revelador, na maioria dos casos) e por exames complementares, como endoscopia do esôfago, estômago e 
duodeno."
 O professor explica que o tratamento para a DRGE pode, esquematicamente, ser dividido em 
clínico, endoscópico e cirúrgico. "Na maioria das vezes, o tratamento é clínico e compreende medidas de 
ordem geral e comportamental (a pessoa deve emagrecer, se for obesa, evitar deitar após as refeições e elevar 
a cabeceira da cama, se sentir azia quando está deitada, e não tomar líquidos às refeições, por exemplo." 
Outro item importante do tratamento clínico são os medicamentos, explica o professor: antiácidos, 
antagonistas dos receptores de histamina (ranitidina, famotidina, cimetidina) e inibidores da secreção do suco 
gástrico (omeprozoal, lanzoprazol, pantoprazol), entre outros.
A cirurgia é indicada em cerca de 10% dos casos, quando os sintomas não melhoram com o tratamento 
clínico e quando existe risco de a doença se complicar, transformando-se em câncer, úlcera ou problema 
respiratório grave. A cirurgia anti-rcfluxo proporciona bons resultados em aproximadamente 80% dos casos, 
diz Mineis. Mas ele ressalva que, mesmo tendo reagido bem à cirurgia, a pessoa pode voltar a ter a doença 
com o passar dos anos. "A técnica cirúrgica mais moderna é a laparoscopia, que é feita com endoscópio, 
envolve menos riscos para o paciente e permite recuperação mais rápida e melhores resultados que a via 
aberta", explica o professor. "Mas a eficácia plena dessa nova técnica cirúrgica ainda carece de avaliação a 
longo prazo."
BOCA E GARGANTA
As infecções crônicas da boca e da garganta podem ser combatidas com recursos caseiros e algumas 
plantas medicinais.
A mucosa da boca e a da garganta são bons termómetros de nosso estado imunológico: quando nossas 
células de defesa não estão funcionando bem ou encontram-se enfraquecidas por doenças ou estados 
emocionais negativos, surgem dores de garganta e infecções nas amígdalas" o professor Sylvio Panizza, do 
Departamento de Botânica da Universidade de São Paulo. E sua mulher, a farmacêutica Maria Helena, 
complementa: "E o caso, por exemplo, do surgimento de sapinhos, que são infecções da mucosa da boca e da 
garganta causadas por fungos e reveladoras de fraqueza devida a doenças ou à má-alimentação".
Os "sapinhos" são manchas esbranquiçadas e doloridas que se espalham pela mucosa das bochechas e 
das gengivas e podem atingir os canais respiratórios e digestivos, causando falta de ar e dificuldade para 
engolir, nos casos mais graves. Comuns em crianças pequenas, essas irritações são sinal de queda na 
capacidade imunológica quando ocorrem em adultos. Para tratar os "sapinhos", Maria Helena recomenda 
gargarejos com l xícara de água morna e l colher de sopa rasa de bicarbonato de sódio. "É bom colocar 
também uma pitada de bicarbonato na língua a cada duas horas, para mudar a acidez da boca, tornando-a 
hostil aos fungos" - explica ela.
Mas o professor Sylvio adverte: "Se a presença de sapinhos for acompanhada de febre e inchaço no 
pescoço, nas axilas ou nas virilhas, a pessoa deve consultar um médico, pois isso pode ser sinal de uma 
infecção mais séria". O bicarbonato serve também para clarear os dentes, especialmente dos fumantes, 
quando polvilhado na escova de dentes, junto com a pasta dental, e usado todos os dias.
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Outro problema é a inflamação das amígdalas, que em muitos casos melhora com gargarejos de água 
morna, sal (l colher de sopa rasa para cada xícara) e algumas gotas de limão. Mas, para a maioria dos casos 
de inflamação das amígdalas e dor de garganta em geral, a farmacêutica recomenda duas plantas: a 
guaçatonga (Casearia sylvestris: pôr 10 folhas picadas em meio litro de água, ferver por 5 minutos, deixar 
amornar tampado, coar e fazer gargarejos) e a guiné (Petineira olliacea: pôr l pedaço de raiz e 5 folhas 
grandes numa xícara de chá de água, ferver por 5 minutos e fazer gargarejos quando estiver morno).
"É possível também fazer gargarejos com 10 gotas de tintura de guaçatonga dissolvidas em l copo de 
água" - explica Maria Helena, lembrando que essa tintura tem efeito cicatrizante.
Outra planta muito utilizada para tratar problemas da garganta é o carajuru (Arrabidaea chica), uma 
trepadeira amazônica empregadapelos índios. "Em Campos, no norte do Rio de Janeiro, de onde eu vim, 
minha família ferve 4 ou 5 folhas de carajuru por 2 minutos numa xícara de água e faz gargarejos com o chá 
morno. E muito eficaz" - lembra o professor José Américo Motta Pessanha, diretor do Centro Cultural 
Vergueiro, em São Paulo. "Já vi casos graves de dor de garganta crônica serem curados pelo gargarejo com 
carajuru" - explica ele.
Também são úteis para os casos de dor de garganta as seguintes plantas, usadas em gargarejos: a 
malva (Malva silvestris: l colher de sopa de folhas e l colher de sopa de flores em l xícara de chá de água. 
Ferver 2 minutos e usar quando estiver morna), a zedoária (Curcuma zedoaría: l colher de sopa de raiz bem 
lavada e picada em l xícara de chá de água. Ferver 2 minutos) e a calêndula (Celendula officinalis: l colher 
de sopa de flores em l xícara de chá de água. Ferver 2 minutos).
Muitas pessoas tratam com sucesso sua dor de garganta fazendo gargarejos com suco de limão e 
bastante açúcar (2 colheres de sopa para cada meio limão) ou com água oxigenada de 5 ou 10 volumes (l 
xícara de café misturada com igual quantidade de água fervida morna e l colher de café de sal). Para os casos 
crônicos, é bom alternar os gargarejos de qualquer das plantas citadas com inalações de eucalipto (Eucaliptus 
globulus: l xícara de chá de folhas em l litro de água. Ferver e aspirar os vapores), para aumentar a circulação 
no local e intensificar o efeito do tratamento.
Maria Helena sugere ainda outra técnica que aumenta a irrigação na área da garganta e favorece a 
cura: "colocar compressas quentes no pescoço, evitando tomar vento". A farmacêutica lembra também que as 
pessoas com tendência a ter dores de garganta devem evitar bebidas geladas, pois a mudança brusca de 
temperatura debilita as defesas. E ela faz mais duas observações: "É importante que as pessoas tratem os 
dentes e não fiquem com cáries, que são focos de infecção da boca, da garganta e até dos ouvidos, fossas 
nasais e outras áreas do corpo. Nos casos de dor de dente, é possível anestesiar a região da cárie colocando 
nela um algodão embebido em óleo essencial de cravo ou de hortelã, comprado nas farmácias, enquanto não 
chega a hora de ir ao dentista, que nunca deve ser adiada. Outro conselho é para as pessoas não pincelarem a 
garganta, pois isso espalha a infecção. Quando usamos colutórios, que são tinturas alcoólicas misturadas com 
óleo, devemos pulverizar o líquido na garganta com auxílio de bombas de plástico apropriadas" - finaliza a 
farmacêutica.
Os pulmões são muito sensíveis às deficiências alimentares da pessoa e ao seu estado de ânimo. Para 
combater gripes e resfriados, a alimentação precisa conter vitamina C (presente em frutas ácidas, como 
laranja, limão, tangerina, kiwi, acerola, caju e em hortaliças como o pimentão) e vitaminas do complexo B 
(fígado malpassado, leite, ovos). Certas saladas e temperos também têm efeito antibiótico nos pulmões, 
como é o caso do agrião e do alho, assim como o própolis e o próprio mel.
Nos casos de resfriados que "entopem" as vias nasais, pode-se usar o eucalipto (Eucaliptus globulus) 
para fazer inalações e xaropes. É só ferver 20 folhas soltas em meio litro de água por l minuto e inalar os 
vapores. Depois acrescenta-se meio quilo de açúcar ao líquido coado e mistura-se bem, deixando ferver por 5 
minutos. Tomar l colher de chá a cada 2 horas. Outro expectorante caseiro eficaz é o leite fervido com canela 
(4 pauzinhos para cada xícara) e adoçado com mel.
Para combater a tosse e a bronquite, a farmacêutica Maria Helena Tinoco Panizza recomenda o guaco 
(Mikania glomerata), uma trepadeira "que todo mundo deveria ter em casa". Essa planta serve para fazer chá 
(ferver 3 paus de canela e 6 folhas de guaco em 2 xícaras de chá de água por 3 minutos e beber em goles 
quando estiver morno, adoçando com mel) e xarope (acrescentar 8 colheres de sopa cheias de açúcar ao chá 
coado e ferver por mais 5 minutos. Quando estiver morno, colocar 6 colheres de sopa de mel e 15 gotas de 
tintura de própolis, mexer bem e tomar l colher de sopa a cada 2 horas).
Outra planta recomendada por Maria Helena contra asma e bronquite é o confrei (Symphytum 
offïcinale): "Mas a parte mais ativa dessa planta é a raiz grossa do meio, que tem cor escura e deve ser bem 
lavada" - explica ela, que sugere o seguinte chá: lavar 2 centímetros de raiz, cortar em rodelas finas, pôr 
numa xícara de chá de água e ferver por 5 minutos, coando depois de morno.
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O confrei também pode ser usado com o guaco para fazer xarope. É só incluir 2 centímetros de raiz 
picada no início da preparação do chá de guaco. Segundo alguns pesquisadores, o suco de beterraba com 
laranja e confrei (2 centímetros de raiz para cada copo) ajuda no tratamento de enfisema e de certos tumores 
dos pulmões, tomado todos os dias pela manhã e à noite, como complemento dos remédios receitados pelo 
médico.
Muitas pessoas com asma ou bronquite reagem bem ao chá de gengibre (Zingiber zingiber): ferver por 
5 minutos 2 colheres de sopa de raiz bem lavada e cortada em rodelas finas numa xícara de chá de água, coar 
e beber morno). Mas Maria Helena explica que existe uma planta parente do gengibre e ainda mais eficaz: é 
a zedoária (Curcuma zedoária), da qual também são utilizadas as raízes, da mesma forma que para o chá de 
gengibre. Maria Helena adverte que esse chá não deve ser tomado por mulheres grávidas, pois afeta a 
circulação do bebê.
Duas outras plantas boas para os pulmões são o assa-peixe (Vernonia polyanthes: ferver 2 folhas bem 
picadas em l xícara de chá de água por meio minuto e coar depois de morno) e a embaúba (Cecropia 
glaziovix: ferver 2 colheres de sopa de raiz lavada e picada em l litro de água por l minuto e coar).
 CARNE: ALIMENTO POLÊMICO 
 Apesar de, atualmente, estar na moda criticar o consumo de carne, mui tos estudos confirmam que 
tanto as carnes vermelhas magras (bovina) como as carnes brancas (peixes e aves) fazem bem à saúde. O 
problema das carnes são seu consumo em excesso e as gorduras. Também se tornou um mito dizer que um 
suculento bife é prejudicial devido à grande quantidade de colesterol.
 Na verdade, esse bife tem menos colesterol do que o camarão e o queijo. Cada l00g de carne 
bovina cozida possui um índice de colesterol de 86mg, enquanto esse índice sobe a 108mg para a mesma 
quantidade de queijo cheddar, chegando a 160mg no camarão. Na mesma proporção, o frango assado tem 
90mg de colesterol, o porco cozido l00mg e o frango frito 107mg. Além disso, as carnes possuem os cinco 
elementos que são essenciais na alimentação: proteínas, gorduras, glicídios, vitaminas e sais minerais. 
 Cada l00g de carne bovina magra assada possuem 198 calorias (o centro do contrafilé possui 
229,4 calorias), 12g de gorduras (incluindo os 86mg de colesterol), 22g de proteínas, vitaminas (todas as do 
complexo B nas carnes de músculo, além das vitaminas A, C e D nos miúdos como o fígado) e sais minerais: 
ferro (4mg), cálcio (8mg), fósforo (200mg), potássio (370mg) e magnésio (25mg), além de sódio, cobre, 
enxofre, flúor, molibdênio, selênio, zinco e cobalto (componente da vitamina B12, também chamada de 
cobalamina).
 As carnes também produzem o efeito de sinergia. O organismo humano consegue absorver até 
cinco vezes mais o ferro existente nas carnes do que o dos vegetais. As vitaminas e os sais minerais estão 
presentes em maior quantidade nas vísceras como o fígado. Cada l00g de fígado bovino cru equivale a 130 
calorias e contém 20g de proteínas, 5,5g de gorduras e sais minerais: potássio (243mg), cálcio (8mg) e ferro 
(12,lmg). Nessa composição também entram as vitaminas A (3,20mcg), B1 (235mcg), B2 (2,40mcg), B3 
(16,68mg), C (20mg), D, complexo B e vitamina B12, além de outros sais minerais importantes como cobre, 
magnésio, selênio e zinco.
 Segundo o médico Américo LuísPetrarolli, parte das vitaminas e dos sais minerais do fígado 
perde-se devido ao calor da fritura ou do cozimento. Deve-se precaver para não se consumir fígado de 
animais doentes ou intoxicados. Sendo esse órgão uma espécie de filtro que retém as toxinas do sangue, 
qualquer fígado com aparência ou odor estranho deve ser evitado. Para compensar eventuais 
desbalanceamentos na dieta alimentar, recomenda-se um cardápio diário variado à base de cereais, verduras 
e frutas.
 Questão ética 
 As pessoas que preferem uma alimentação vegetariana acham ilusórios os dados que mostram o 
valor nutritivo da carne, pois eles são anulados pelas substâncias tóxicas do organismo animal. Além disso, 
muitas pessoas também alegam questões éticas e mesmo filosóficas para se posicionarem contra o consumo 
da carne. Segundo elas, a sobrevivência do homem não justifica a matança indiscriminada de animais indefe -
sos, pois existem outras opções alimentares bem mais saudáveis.
 Quem compartilha desse ponto de vista é o empresário João Leonel. Depois de assistir ao 
sofrimento de muitos animais nos matadouros, ele tornou-se um vegetariano convicto, arrendando sua 
fazenda no Paraná e transferindo-se para São Paulo, onde vive atualmente. "No futuro, quando os animais e o 
próprio homem forem mais respeitados, as pessoas acharão uma época de barbárie estes tempos em que se 
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sacrificam bois, porcos, cabritos e coelhos nos matadouros" - prevê o empresário.
 Afora argumentações humanitárias como esta, existem razões técnicas que desaconselham o 
consumo da carne. Em estado de choque e sofrimento, o organismo do animal libera cargas extras de 
hormônios e substâncias de defesa como a adrenalina e a noradrenalina. Tais substâncias aumentam os 
batimentos cardíacos e as respostas cerebrais, porém, em excesso, elas intoxicam o organismo.
 "O sofrimento do animal provoca descargas negativas em seu organismo que envenenam as 
pessoas que consomem sua carne. É como se fosse uma vingança" - observa Leonel.
Por outro lado, o médico Petrarolli diz que os principais problemas da carne são a ausência de fibras e a 
gordura. "Devido à falta de fibras, as carnes quase não formam fezes, pois elas são, em grande parte, ab-
sorvidas pelo organismo. As dietas com muita carne paralisam os intestinos e provocam irritações crônicas 
que desenvolvem tumores cancerígenos" - explica ele.
 Quanto ao problema causado pela gordura, Petrarolli é incisivo: "Em pequena quantidade, a 
gordura é útil para o organismo. Em excesso, porém, ela se deposita nas veias e acaba provocando problemas 
cardiovasculares."
 Essa é a razão de a incidência de cardiopatias ser maior em pessoas obesas, pois seu organismo 
não consegue metabolizar toda a gordura.
O médico também desaconselha o consumo de carnes industrializadas. Igualmente, devem-se evitar a 
carne de porco, o sebo da carne bovina, os embutidos (linguiça e salsicha) e as carnes enlatadas.
 CÓLERA, EXEMPLO DE TRANSMISSÃO FECAL-ORAL
 A cólera continua se espalhando e já matou cerca de 130 pessoas no País.Por que é difícil controlar 
a doença? O ataque da cólera começa repentinamente e logo torna a pessoa desidratada, podendo matá-la em 
poucos dias. Os principais sintomas são diarréia, cólicas, dores no corpo (cãibras), às vezes acompanhadas 
por vômitos. A diarréia é contínua e as fezes saem líquidas e esbranquiçadas, como água de arroz. Os 
vômitos podem ser um mau sinal, pois indicam fase avançada de desidratação. Também representam perigo 
o surgimento de manchas roxas na pele (cianose) e o suor pegajoso — indícios de que o organismo já está 
muito debilitado. A cólera é uma doença tropical, causada por uma microscópica bactéria que recebe o nome 
de vibrião, devido a seu formato torto. Originária da Ásia (índia e Bangladesh, onde se mantém endémica 
desde tempos imemoriais), a doença começou a se espalhar pelo mundo no século 15, quando os europeus 
descobriram o caminho marítimo para o Oriente. E desde então tem provocado epidemias mundiais 
(pandemias), em que ela se espalha, para depois desaparecer-principalmente porque o vibrião acaba desaloja-
do pêlos microorganismos típicos das regiões que invadiu. Antes da atual pandemia, os últimos surtos de 
cólera fora do Oriente ocorreram ao século 19 e atingiram a África, a Europa e as Américas, causando 
grande mortandade (600 mil pessoas na França, por exemplo). 
 Foi nesse período que se criou um cemitério só para vítimas da doença em Belém do Pará, no 
Brasil. A doutora Dilma Scalla Gelli, bióloga do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, explica que o surto 
atual de cólera data do começo dos anos 90 e chegou ao Brasil através do Peru, onde se registraram cerca de 
140 mil casos da doença durante o ano de 1991, com mais de mil mortes. Depois de se espalhar pela região 
Norte (quase 2 mil casos, até meados de maio deste ano), a cólera acabou atingindo todas as outras regiões 
do País, principalmente o Nordeste (cerca de 5.200 casos, no mesmo período), somando um total de cerca de 
7.200 ocorrências confirmadas, com mais de 130 mortes. O estado mais atingido é a Paraíba, seguida por 
Pernambuco e Rio Grande do Norte.
 "A pessoa que sente sintomas de cóle ra deve procurar imediatamente um hospital ou centro de 
saúde, pois, além de antibióticos, precisará tomar soro na veia para combater a desidratação" -alerta a 
bióloga. Os antibióticos mais usados são a tetraciclina ou o cloranfenicol (cápsulas de 500 miligramas de 6 
em 6 horas). Esses remédios, entretanto, só devem ser dados por médicos ou pessoal especializado, com a 
pessoa internada, pois têm muitos efeitos colaterais. A tetraciclina, por exemplo, não pode ser ministrada a 
crianças ou a mulheres grávidas, e o cloranfenicol pode causar choque alérgico, sendo muito perigoso para 
os recém-nascidos.
 Como a pessoa que está com cólera tem diarréia contínua, é necessário dar-lhe soro caseiro (mistura 
de uma colher de sopa de açúcar e uma colher de café de sal para cada litro de água fervida), enquanto ela 
não for medicada com antibiótico e soro na veia no hospital ou no centro de saúde. A quantidade de soro oral 
dada à pessoa deve ser maior que a dos líquidos eliminados.
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 "Existe vacina contra a cólera"-comenta a bióloga —, "mas ela não é eficaz porque demora três 
meses para fazer efeito e só imuniza 50% das pessoas em quem é usada. Além disso, essa imunidade dura 
apenas três meses." As revistas médicas relatam que estão sendo pesquisadas novas vacinas mais eficientes, 
mas, como a cólera é uma doença de países pobres, essas vacinas não despertam grande interesse nos 
cientistas e nos laboratórios do Primeiro Mundo, que teriam mais condições de produzi-las.
 As pesquisas de saúde pública na América do Sul mostram que o núme ro de casos fatais da doença 
varia entre 1% e 1,5% das pessoas que manifestam os sintomas de forma grave (casos relatados às autorida-
des de saúde). A maior parte das mortes acontece com crianças, velhos e pessoas subnutridas ou 
enfraquecidas por outras doenças.
 O mecanismo da transmissão 
 Dilma Gelli aconselha as pessoas a se esclarecerem melhor sobre a doença, "pois não basta só 
ferver a água e ingerir alimentos cozidos ou esterilizados e lavados, sendo muito importante a higiene 
pessoal e a limpeza da cozinha e de seus utensílios". E ela explica que a cólera é uma doença de transmissão 
complexa: "Basicamente, o vibrião é expelido pelas fezes e permanece vivo no meio ambiente (água dos 
esgotos, por exemplo). A partir daí, ele contamina peixes, verduras irrigadas com essa água e outros ali -
mentos, onde se multiplica. Mas pode contaminar também objetos ou a própria pele das pessoas, que depoisacabam entrando em contato com alimentos. Quando a pessoa ingere algum alimento contaminado, fecha o 
ciclo que se iniciou na expulsão das bactérias pelas fezes de outra pessoa, que pode estar a quilômetros de 
distância".
 A bióloga explica que o vibrião não morre por congelamento, permitindo a contaminação através de 
gelo ou suco de frutas que tenha sido congelado. "Mas essa bactéria não suporta a fervura, possibilitando que 
os aumentos cozidos estejam livres dela."
 A complexidade da transmissão, entretanto, permite que a pessoa se contamine, mesmo que se 
preocupe em ferver os alimentos. "É o caso de um peixe contaminado"-exemplifica Dilma. "A pessoa que o 
limpa fica com as mãos contaminadas - e passa as invisíveis bactérias para os panos de cozinha e outros 
utensílios, por exemplo. Assim, mesmo que as bactérias do peixe tenham sido exterminadas pelo cozimento, 
ele pode voltar a se contaminar depois de Mo através das mãos da pessoa. Ou até uma salada ou uma 
inocente salsinha para guarnição podem sofrer esse tipo de contágio."
 Por isso Dilma chama a atenção para os cuidados com a higiene na cozinha, que devem ser 
redobrados: "Aconselho a lavar os panos de prato e utensílios com sabão sempre que forem usados. A pessoa 
que cozinha deve tomar cuidado com a reinfecção dos alimentos, lavando as mãos sempre que for manusear 
um género alimentício diferente".
 A bióloga explica que, para cada doente grave, existem 25 a 100 pessoas que se contagiaram, mas 
não desenvolveram a doença, permanecendo infectantes por algum período de tempo. Diante desse fato, ela 
estima que o número de pessoas contaminadas no País já passa dos 70 mil. "E com isso a maior parte das 
pessoas infectadas nem sabem que são portadoras da bactéria e que a estão excretando através das fezes."
 Devido ao grande número de portadores assintomáticos, a bióloga faz uma advertência quanto ao 
uso do banheiro e à higiene pessoal. "É muito importante lavar bem as mãos depois de defecar, e o papel 
higiénico usado deve ser jogado no vaso sanitário, puxando-se a descarga. Se ele cai no chão, por exemplo, 
poderá deixar partículas que são pisadas e atingem outras dependências da casa, como a cozinha, através das 
solas dos sapatos. Quando algum utensílio cai no chão, contamina-se."
 Se o sistema de esgoto da casa não permite jogar papel no vaso, é impor tante usar sacos de lixo num 
cesto grande, de preferência com pedal para abrir a tampa, tendo-se o cuidado de jogá-los fora bem fechados 
antes que fiquem cheios. Eles não devem ser esvaziados ao serem postos no lixo, e a pessoa que os manipula 
deve lavar bem as mãos.
 "Além de só utilizar na cozinha água tratada com cloro ou fervida e conservar frutas e saladas inteira -
mente mergulhadas por meia hora numa solução de uma parte de hipoclorito de sódio (água sanitária) para 
cada dez partes de água, as pessoas só devem guardar os alimentos que depois podem ser aquecidos" - 
adverte a bióloga. "Nada de fazer maionese em grande quantidade, por exemplo, guardando-a para o dia 
seguinte, pois ela pode ser contaminada por mãos e utensílios."
 Dilma acha difícil conter a expansão da doença, pois "80% das pessoas que traba lham comem fora, 
por exemplo, e não têm controle sobre a higiene na preparação de seus alimentos". Mas, segundo ela, a causa 
principal dos surtos de cólera no Brasil é a falta de saneamento básico e de uma política nacional de saúde 
pública. "No Nordeste, por exemplo, só 26% dos municípios possuem rede coletora de esgoto, número que 
diminui para 12% na região Centro-Oeste e 8% na região Norte - em contraste com o índice de 90% 
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encontrado na região Sudeste. Á cólera é uma doença da pobreza e do desamparo da população." Felizmente, 
segundo a doutora, a ação do homem combatendo a doença através da higiene tem como aliada a própria 
natureza: "O vibrião da cólera, que vive tanto na água doce como na água salgada, acaba sendo combatido 
por outros microorganismos locais que, na disputa por alimento, terminam por criar mecanismos contra ele. 
É o que eu espero que já esteja acontecendo".
 
COSMÉTICA 
(Fazer pequena introdução e dar algumas receitas mais)
Creme básico
Cremes e leites hidratantes também são úteis, principalmente nos casos de pele seca. E as pessoas po-
dem incrementá-los, acrescentando uma cápsula oleosa de vitamina E para cada duas colheres de sopa de 
leite de aveia comprado em farmácia. E possível, também, fazerem casa um bom creme básico (cold cream) 
para limpeza de pele, fervendo, num recipiente de louça em banho-maria, 300 gramas de óleo de amêndoas 
doces, 50 gramas de espermacete ou lanolina, e 40 gramas de cera de abelha, mexendo continuamente com 
uma espátula. Misturar bem e deixar esfriar, acrescentando 150 gramas de suco de pepino fresco, batendo 
numa batedeira até ficar espumoso e leve. Para tratar de problemas específicos, pode-se usar metade da 
quantidade de suco de pepino misturada ao chá de alguma erva até completar 150 gramas. Aplica-se à noite, 
massageando até desaparecer e depois retirando o excesso com um chumaço de algodão. 
Cravos e espinhas (acne)
Arnica (Arnica montana: aplicações locais da tintura alcoólica ou do chá das flores), alimentação 
(evitar frituras e alimentos gordurosos, como carnes gordas e chocolate), assa-peixe (Vernonia polyanthes: 
esmagar folhas frescas numa gaze e aplicar no local), bardana (Arctium lappa: uso interno e externo do chá 
das raízes), calêndula (Calendula officinalis: aplicar chá forte das flores no local - uso externo), centela 
(Centella asiática: aplicar chá das folhas, flores e raízes no local), couve (Brassica oleraceo: tomar meio copo 
do suco das folhas frescas por dia durante 15 dias e também fazer compressas locais com o suco duas vezes 
por dia), guaçatonga (Casearia sylvestris: uso interno e externo da tintura alcoólica e do chá das folhas), 
própolis (pingar oito gotas de tintura alcoólica num cálice de água), tanchagem (Plantago major, aplicações 
locais do suco das folhas), uva (tomar suco às refeições; uma vez por ano, consumir meio quilo de uvas 
frescas por dia em substituição ao jantar, durante três semanas seguidas).
Pele oleosa
Agrião (passar suco fresco como loção e lavar depois de meia hora), alecrim (aplicações locais do 
chá), alcachofra (tomar duas xícaras de chá das folhas por dia, durante l0 dias), alimentação (evitar frituras e 
alimentos gordurosos), barbatimão (Stryphnodendron barbadetiman: aplicar chá da casca por 10 minutos, 
lavando em seguida), couve (usar água da cozedura, misturada com água de rosas), cratego (Crataegus 
oxyacanta: ferver um punhado de folhas em meio litro de leite, deixar amornar, coar num pano e aplicar na 
pele, guardando na geladeira), hortelã (aplicar chá concentrado das folhas), pepino (bater com casca no 
liquidificador, com um pouco de água de rosas, formando uma pasta; ou misturar suco de um pepino com 
uma clara de ovo batida em neve e aplicar, deixando por meia hora), pedra-ume (pulverizar, dissolver em 
água e pingar cinco gotas de glicerina por xícara de chá).
Pele seca
Abacate (bater uma xícara de chá de polpa madura com cinco colheres de sopa de mel e aplicar no 
local, lavando depois de meia hora), amêndoas oleaginosas (nozes, avelãs, castanhas-do-pará, sementes de 
abóbora ou girassol: comer quatro ou cinco por dia, durante 20 dias), cenoura (aplicar suco fresco da raiz), 
farinhas (aveia, trigo, milho: fazer uma papa com água ou leite frio e aplicar; deixar meia hora e lavar com 
água morna. Existem, nas farmácias, alguns cremes hidratantes industrializados de aveia de boa qualidade), 
leite fresco (fazer compressas por meia hora e lavar com água fria, enxugando sem esfregar), óleos (azeite de 
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oliva e óleo de amêndoas doces: passar no corpo todo, meia hora antes do banho).
Sardas (manchas escuras, principalmente no rosto, no pescoço, nos

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