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AULA 3 - TEORIA DA NORMA JURÍDICA

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TEORIA DA 
NORMA JURÍDICA
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 CONCEITO
“TEORIA DA NORMA JURÍDICA” 
É o conjunto de normas que compõem o ordenamento jurídico;
É responsável por regular a conduta do indivíduo, uma regra de conduta imposta;
É a proposição normativa inserida em uma fórmula jurídica (lei, regulamento), garantida pelo Poder Público (Direito Interno) ou pelas organizações internacionais (Direito Internacional);
Compõe-se, em sua maioria, de preceito e sanção;
Sua principal função é coagir os sujeitos a se comportarem da forma por ela esperada. 
Tem por objetivo principal a ordem e a paz social e internacional.
Desempenha várias funções, que não devem ser confundidas com as finalidades ideais da norma (justiça, segurança, etc.).
 INSTITUTO JURÍDICO 
Instituto Jurídico é a reunião de normas jurídicas afins, que rege um tipo de relação social ou interesse e se identifica pelo fim que procura realizar. 
É uma parte da ordem jurídica e, como esta, deve apresentar algumas qualidades: harmonia, coerência lógica, unidade de fim.
Enquanto a ordem jurídica dispõe sobre a generalidade das relações sociais, o instituto se fixa apenas em um tipo de relação ou de interesse: adoção, poder familiar, naturalização, hipoteca etc. 
ESTRUTURA LÓGICA DA NORMA JURÍDICA
Segundo Paulo Nader, tem-se como norma jurídica a “conduta exigida ou o modelo imposto de organização social”. 
As normas jurídicas nascem do jus positum, baseado no positivismo de Augusto Comte, onde o método empírico é adotado como meio para chegar-se ao verdadeiro conhecimento.
Concepção de Kelsen: 
Segundo o autor da Teoria Pura do Direito, a estrutura lógica da norma jurídica pode ser enunciada do modo seguinte: 
“em determinadas circunstâncias, um determinado sujeito deve observar tal ou qual conduta; se não a observa, outro sujeito, órgão do Estado, deve aplicar ao infrator uma sanção.”
Classificação da estrutura lógica das normas jurídicas segundo Immanuel Kant: 
imperativo categórico e imperativo hipotético
O imperativo categórico está intrínseco à ordem moral. Mesmo de caráter subjetivo, obriga de maneira incondicional, pois, o cumprimento dessa é sempre necessário. 
Exemplo: “deves honrar a teus pais”. 
Essa afirmação pertence ao campo da moral, não é de essência normativa, logo, não é passível de coerção.
O imperativo hipotético é pertinente ao Direito Positivo, uma vez que exige uma ação prevista em norma meio a fim de se alcançar um fim ou evitar a sanção. 
Exemplo: “se um pai deseja emancipar o filho, deve assinar uma escritura pública”. 
OBS: Aqui já é pertinente ao Direito Positivo, exigindo uma ação prevista em norma. 
ATRIBUTOS DO CONCEITO DA NORMA JURÍDICA 
Exterioridade: é através das normas jurídicas que o estado controla as condutas humanas. O direito, ao contrário da religião e da moral, não se resume às questões internas do homem;
Alteridade: a norma jurídica tem por finalidade aperfeiçoar a relação entre os indivíduos, e não o indivíduo em si.
Heteronomia: a norma jurídica é imposta por outrem, e não depende da moral individual. É imposta de forma coercitiva independentemente da vontade do indivíduo, opondo-se a autonomia da norma moral;
Coercitividade: indica que o Direito é uma norma coercícel, podendo o invocar a força do Estado para forçar o cumprimento das obrigações jurídicas, é materializada na força, pode dar-se por meio da força em ato (coação) ou da força em potência (coerção);
Bilateralidade: a norma jurídica vincula duas partes, aquele que exige a conduta e aquele que presta tal conduta, atribuindo sempre poder a uma parte e dever a outra.
ELEMENTOS DO CONCEITO DA 
NORMA JURÍDICA
Toda norma jurídica compõem-se num suporte fático e numa correlata consequência jurídica realçando-se os elementos: 
a IMPERATIVIDADE, pois que o seu comportamento é obrigatório, ficando os destinatários, sujeitos a sanções se as não cumprirem;
a GENERALIDADE, já que se destinam a ser aplicadas a toda uma categoria de destinatários, não determinados, concreta e individualmente (ainda que, por exemplo, refiram-se ao Presidente da República, pois neste caso dirigem-se à instituição e não à pessoa que assume essas funções);
a ABSTRAÇÃO, pois fixam a conduta a adotar em situações de fato abstratas; "haverá lugar a ..." ou "designar-se-á ...";
a HIPOTETICIDADE, uma vez que estabelecem condutas a adotar no futuro, se se verificarem os fatos que hipoteticamente se preveem, ou seja, "sempre que" ou "quando“.
CLASSIFICAÇÃO DA 
NORMA JURÍDICA 
A - Quanto ao destinatário:
O destinatário geral da norma jurídica é o homem, todavia é possível que a norma jurídica se dirija também a outras normas jurídicas. É possível destacar, a partir deste critério, o alcance da norma jurídica. Assim, as normas jurídicas podem abranger grupos muito amplos ou determinados indivíduos ou situações especificas. 
B - Quanto ao modo de enunciação:
As normas jurídicas podem ser escritas, orais ou mesma expressas de modo não verbal (Ex: semáforo).
C - Quanto à finalidade:
A norma jurídica pode ser proibitiva, permissiva ou perceptiva, tendo em vista a descrição de uma conduta ou um comportamento. Todavia, a norma jurídica também pode dirigir-se apenas a diretrizes, intenções e objetivos. É o caso das normas jurídicas programáticas (são aquelas que, apesar de possuírem capacidade de produzir efeitos, por sua natureza precisam de outra lei que as regulamentem (lei ordinária e lei complementar).
CLASSIFICAÇÃO DA 
NORMA JURÍDICA 
D - Quanto ao espaço:
As normas jurídicas podem incidir em variados espaços e respeitar determinados limites espaciais de incidência. As normas jurídicas podem ser internacionais, nacionais ou mesmo respeitar os limites dos Estados da Federação ou dos Municípios.
E - Quanto ao tempo:
As normas podem variar conforme o momento de vigência. As normas jurídicas podem ser válidas permanentemente, provisoriamente ou temporariamente. A permanência diz respeito ao tempo de cessação da vigência e não ao tempo de início. Isto é, uma norma é permanente mesmo que o prazo inicial seja após à promulgação – vacatio legis. 
CLASSIFICAÇÃO DA 
NORMA JURÍDICA 
F - Quanto às consequências:
As normas jurídicas podem ser divididas em normas de conduta e normas de sanção tendo em vista suas consequências. As normas de conduta, pelo critério de finalidade, podem exprimir uma obrigação, proibição ou permissão. As normas de sanção indicam consequências do descumprimento da norma de conduta.
G - Quanto à estrutura:
As normas jurídicas podem ser normas autônomas e normas dependentes. As normas jurídicas autônomas são as que tem por si um sentido completo, isto é esgotam a disciplina que estatuem. É o caso de uma norma que revoga a outra. As normas jurídicas dependentes exigem combinação com outras normas jurídicas, em relação a estrutura. São dependentes porque estatui o comportamento e por isso se liga a outra, que lhe confere sanção. 
H - Quanto à subordinação:
As normas jurídicas podem ser normas-origem e normas-derivadas. Normas-origem são as primeiras de uma série, enquanto as derivadas são estabelecidas em detrimento da originária. 
DICOTOMIA PARA OS RAMOS DO DIREITO POSITIVO
DIREITO PÚBLICO X DIREITO PRIVADO
Direito Público é o conjunto de normas que disciplina os interesses do Estado, seja internamente como em relação aos interesses particulares. É o ordenamento jurídico de natureza pública e caráter social, que preza pela soberania do Estado e a ordem das relações entre a sociedade.
Direito privado é o ordenamento jurídico que rege os interesses particulares. Questões como patrimônio familiar e sucessões são matéria do Direito Privado, que está dividido entre o DireitoCivil e o Direito Empresarial.
OBS: A divisão do direito entre público e privado surgiu no Direito Romano, e hoje é praticada em termos didáticos pela disciplina da Teoria Geral do Direito para facilitar a compreensão dessas duas esferas da atuação jurídica.
RAMOS DO DIREITO PÚBLICO
 Direito Constitucional;
 Direito Administrativo;
 Direito Tributário;
 Direito Internacional Público;
 Direito Internacional Privado;
 Direito Penal;
 Direito Processual. 
DIREITO CONSTITUCIONAL
Direito Constitucional é o ramo do Direito Público que dispõe sobre a estrutura do Estado, define a função de seus órgãos e estabelece as garantias fundamentais da pessoa. É um direito que limita a ação do governo, pois estabelece faixas de competência para os poderes. É também um direito de garantia das pessoas, pois as constituições modernas estabelecem um elenco de garantias fundamentais aos seres humanos.
OBS: O Brasil já promulgou sete Constituições: as de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967, substancialmente alterada pela Emenda Constitucional de 17 de outubro de 1969, e a de 1988. 
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CLÁUSULAS PÉTREAS
A Lei Maior fixou algumas cláusulas pétreas no art. 60, § 4º. Assim, não pode ser objeto de deliberação qualquer proposta que vise a abolir:
I – a forma federativa de Estado; 
II – o voto direto, secreto, universal e periódico; 
III – a separação dos Poderes; 
IV – os direitos e garantias individuais.
DIREITO ADMINISTRATIVO 
A finalidade do Estado é promover o bem-estar da coletividade. 
Para alcançar o seu objetivo deve apresentar, em primeiro lugar, uma estrutura definida de poder, que é uma atribuição do Direito Constitucional e, em segundo lugar, desenvolver a prestação de serviços públicos, cujo estudo compete à Dogmática Administrativa. 
O pensamento central desse ramo é o conceito de serviço público, que é a atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas de ordem fundamental, como o fornecimento de energia elétrica, correio, abastecimento de água, transportes, obras públicas, segurança etc.
DIREITO TRIBUTÁRIO 
Direito Tributário é o ramo do Direito Público que disciplina a receita e a despesa pública. 
Para realizar os serviços públicos, o Estado necessita de recursos financeiros, obtidos mediante cobrança de impostos, contribuições, taxas, bem como por sua atividade empresarial. 
O movimento de arrecadação do dinheiro público e o seu emprego em obras e despesas gerais constituem o objeto do Direito Tributário. 
Nessa disciplina são estudados os tributos, crédito, Direito Financeiro Penal, despesa pública.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO 
O Direito Internacional Público é o ramo jurídico que disciplina as relações entre os Estados soberanos e os organismos análogos. 
As suas principais fontes formais são os tratados e os costumes internacionais. 
A sua existência pressupõe as chamadas bases sociológicas: 
Pluralidade de Estados soberanos, pois se houvesse apenas um Estado, o Estado Mundial, não haveria dualidade de interesses e, consequentemente, não se justificariam quaisquer normas que não fossem as internas; 
Comércio internacional, pois a grande massa de interesses apresenta conteúdo econômico e envolve a troca de riquezas;
Princípios jurídicos coincidentes, de vez que, inexistindo valores comuns, faltariam os critérios de entendimento. 
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
O Direito Internacional Privado é o conjunto de normas que têm por objetivo solucionar os conflitos de leis entre ordenamentos jurídicos diversos, no plano internacional, indicando a lei competente a ser aplicada.
Quando estudamos a eficácia da lei no espaço já entramos em contato com o principal objeto desse ramo. 
OBS: Embora a prevalência da opinião de que se trata de um ramo do Direito Privado, entendemos, juntamente com Miguel Reale e Paulo Dourado de Gusmão, que a sua natureza é de Direito Público
DIREITO PENAL
Direito Penal é o ramo do Direito Público que define os crimes, estabelece as penalidades correspondentes e dispõe sobre as medidas de segurança. 
É o conjunto de normas jurídicas que regulam o poder punitivo do Estado, ligando ao delito, como pressuposto, a pena como consequência..
A missão deste ramo consiste na proteção de bens jurídicos fundamentais ao indivíduo e à comunidade.
OBS: Além da denominação Direito Penal, a mais divulgada atualmente, esse ramo é também designado por Direito Criminal.
DIREITO PROCESSUAL
Direito Processual é o ramo jurídico que reúne os princípios e normas reguladoras dos atos judiciais tendentes à aplicação do Direito Material aos casos concretos. 
Esse ramo surgiu apenas em uma fase de maior desenvolvimento científico do Direito. 
Nos tempos primitivos a solução jurídica dos conflitos interindividuais era uma tarefa dos particulares. O poder público não assumia o encargo de resolver os litígios. Quando alguém se julgava lesado em seu direito, tomava a iniciativa de obter a reparação do dano sofrido, mediante expediente próprio. Era o sistema de autodefesa.
RAMOS DO DIREITO PRIVADO
Direito Civil
Direito do Trabalho
Direito do Consumidor
Direito Comercial ou Empresarial
DIREITO CIVIL
Direito Civil é o conjunto de normas que regulam os interesses fundamentais do homem, pela simples condição de ente humano. 
É considerado a constituição do homem comum, por se referir às principais etapas e valores da vida humana.
Em face de sua grande generalidade, esse ramo apresenta alguma dificuldade para uma definição rigorosa, de acordo com os princípios da lógica.
A Dogmática Civil é um Direito geral e comum, que se aplica supletivamente a outros ramos do Direito Privado, nos casos de lacunas. 
DIREITO CIVIL
É também o Direito Privado por excelência. Dele se destacaram vários ramos, como o trabalhista, comercial, agrário, minas, entre outros.
O objeto de estudo do Direito Civil apresenta dois setores distintos:
Estudo sobre as pessoas, bens e fatos jurídicos;
Obrigações, Empresa, Coisas, Família e Sucessões, que expressam os interesses fundamentais da pessoa. 
DIREITO COMERCIAL OU EMPRESARIAL 
Com a unificação das obrigações civis e comerciais, promovida pelo Código Civil de 2002, o Direito Comercial, em nosso país, passou por ampla reformulação. 
Entre as mudanças, verificou-se a substituição da figura do comerciante pela do empresário. 
Há autores que mantêm a nomenclatura Direito Comercial para o ramo, enquanto outros optaram por designá-lo Direito de Empresa ou Direito Empresarial.
A tendência doutrinária é a unificação, por sua maior abrangência, da expressão Direito de Empresa ou Direito Empresarial.

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