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Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
CIVIL 2 – AULA 02 (2019.1) 
FONTE DO MATERIAL: LIVRO DE DIREITO CIVIL II (OBRIGACOES) - LD413 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DAS AULAS: 
FONTES OBRIGACIONAIS 
1. Lei: é a fonte primária das obrigações. 
2. Contratos: são tidos como a fonte principal das obrigações. O conceito de 
contrato não se confunde com o de obrigação, já que contrato é conceituado como 
o negócio jurídico bilateral ou plurilateral, que visa à criação, modificação e 
extinção de direitos e deveres com conteúdo patrimonial. Ex.: contrato de compra 
e venda. 
3. Atos ilícitos e abuso de direito: o cometimento dessas figuras jurídicas acarreta 
a obrigação de indenizar, através do instituto da responsabilidade civil. 
4. Atos unilaterais: são as declarações unilaterais de vontade. 
5. Títulos de crédito: são documentos que trazem em seu bojo a existência de uma 
relação obrigacional de natureza privada. 
 
FONTES OBRIGACIONAIS NO DIREITO CIVIL BRASILEIRO 
A palavra fonte é uma expressão figurada, indicando o elemento gerador, o fato jurídico que deu 
origem ao vínculo obrigacional. A expressão ainda pode servir para exprimir quais são as 
manifestações jurídicas, aqui, de natureza obrigacional. Pois bem, na esteira da melhor doutrina 
são consideradas fontes das obrigações: 
 
a) Lei - é a "fonte primária ou imediata de todas as obrigações, pois os vínculos obrigacionais são 
relações jurídicas". Alguns autores, entretanto, não concordam com o entendimento pelo qual a 
lei é fonte obrigacional. Entre os contemporâneos, Fernando Noronha opina que a lei sozinha não 
é fonte obrigacional, sendo necessária a presença da autonomia privada, antigamente 
denominada como autonomia da vontade. No Direito Civil Contemporâneo, a autonomia privada 
pode ser conceituada como o direito que a pessoa tem de regulamentar os próprios interesses, 
o que decorre dos princípios constitucionais da liberdade e da dignidade humana. 
Ex.: obrigação de prestar alimentos. 
 
b) Contratos - são tidos como fonte principal do direito obrigacional, afirmação com a qual é de 
se concordar integralmente. Como exemplo, podem ser citadas as figuras tipificadas no Código 
Civil de 2002, tais como a compra e venda, o contrato estimatório, a doação, a locação, o 
comodato, o mútuo, a prestação de serviços, a empreitada, o depósito, o mandato, entre 
outros tipos. Para fins didáticos, demonstrando que a concepção de contrato não se confunde 
com a de obrigação, pode-se conceituar o primeiro, em uma visão clássica ou moderna, como o 
negócio jurídico bilateral ou plurilateral que visa à criação, modificação e extinção de direitos e 
deveres com conteúdo patrimonial. Esse conceito, seguido amplamente na doutrina brasileira, 
está inspirado no art. 1.321 do Código Civil italiano. 
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Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
c) Os atos ilícitos e o abuso de direito - são fontes importantíssimas do direito obrigacional, 
com enorme aplicação prática. Gerando o dever de indenizar, é forçoso entender que o abuso de 
direito (art. 1 87 do CC) também constitui fonte de obrigações. 
Exemplo: acidente de trânsito, em que o causador do acidente passa a ter um dever de indenizar 
e a vítima passa a ter um direito ao ressarcimento. 
d) Os atos unilaterais - são as declarações unilaterais de vontade, fontes do direito obrigacional 
que estão previstas no Código Civil, caso da promessa de recompensa, da gestão de negócios 
(art. 861 do CC e seguintes) 
De início é interessante diferenciar os atos unilaterais dos contratos, quanto à sua formação. 
Nos contratos, a obrigação nasce a partir do momento em que for verificado o choque ou 
encontro de vontades entre as partes negociantes, em regra. Nas declarações unilaterais de 
vontade ou atos unilaterais a obrigação nasce da simples declaração de uma única parte , 
formando-se no instante em que o agente se manifesta com a intenção de assumir um dever 
obrigacional. Sendo emitida a declaração de vontade, esta se torna plenamente exigível ao chegar 
ao conhecimento a quem foi direcionada. O Código Civil em vigor consagra expressamente os 
seguintes atos unilaterais como fontes obrigacionais: 
 
• promessa de recompensa (arts. 854 a 860 do CC); 
Enuncia o art. 854 do CC/2002 que "aquele que, por anúncios públicos, se comprometer a 
recompensar, ou gratificar a quem preencha certa condição ou desempenhe certo serviço, contrai 
obrigação de cumprir o prometido". A pessoa que cumprir a tarefa prevista na declaração, 
executando o serviço ou satisfazendo a condição, ainda que não esteja movida pelo interesse da 
promessa, poderá exigir a recompensa estipulada (art. 8 5 5 do CC). Esse dispositivo valoriza a 
eticidade e a boa-fé objetiva. 
Exemplo: promessa de recompensa a quem encontrar cão perdido de estimação. 
 
• gestão de negócios (arts. 861 a 875 do CC); 
Na gestão de negócios há uma atuação sem poderes, urna hipótese em que a parte atua sem ter 
recebido expressamente a incumbência. Na verdade, há no caso em questão um quase contrato. 
Dessa forma, o gestor, que age sem mandato, fica diretamente responsável perante o dono do 
negócio e terceiros com quem contratou. A gestão, pela ausência de orientação dada pelo dono, 
não tem natureza contratual, pois está ausente o prévio acordo de vontades. Dessa forma, poderá 
a gestão ser provada de qualquer modo, eis que se trata de negócio jurídico informal (art. 1 07 
do CC). 
A posição do gestor é delicada, pois, além de não ter direito a qual quer remuneração pela 
atuação (negócio jurídico benévolo), deve agir conforme a vontade presumível do dono do 
negócio, sob pena de responsabilização civil (art. 861 do CC). 
Exemplo: Pense-se o caso de alguém que viaja para outro país, permanecendo fora de sua 
residência por cerca de quinze dias. Na prática, quando a pessoa viaja não deixa uma procuração 
para o vizinho apagar eventual incêndio que acometer a sua casa. O pior acontece e o vizinho, 
agindo como gestor ao perceber o incêndio, invade a casa lindeira arrebentando a porta. Para 
apagar o fogo que começa a consumir um dos dormitórios, o vizinho pega um tapete e consegue 
abafar as chamas, tendo sucesso em sua empreitada, sem a intervenção do corpo de bombeiros. 
Pois bem, algumas regras do Código Civil de 2002 devem ser analisadas, para uma conclusão 
concreta a respeito da atuação desse gestor. 
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Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
Primeiro, deve-se verificar se o gestor agiu da mesma forma como agiria o dono da residência, 
ou seja, se empregou toda a diligência habitual. Em regra, o gestor somente deve ser 
responsabilizado se tiver agido com culpa, havendo responsabilidade subjetiva (art. 866 do 
CC). Mas se na atuação o gestor se fizer substituir por outrem, responderá pelas faltas do 
substituto, ainda que este seja pessoa idônea e sem prejuízo da eventual propositura de ação 
regressiva (art. 867 do CC). A responsabilidade do gestor por ato de terceiro é objetiva 
(independente de culpa) e solidária, aplicando-se os arts. 932, III, e 933 e 942, parágrafo único, do 
CC, por analogia. Se a gestão for conjunta, prestada por várias pessoas, há regra específica, 
prevendo justamente a responsabilidade solidária entre todos os gestores (art. 867, parágrafo 
único do CC). 
Na realidade, quando o dono do negócio retoma, terá duas opções: 
1. ª Opção: Concordando com a atuação do gestor, o dono deverá ratificar a gestão, convertendo 
se a atuação em mandato (art. 869 do CC). Lembre-se de que não se pode confundir a expressão 
acima destacada, que significaconfirmar, com retificar, que significar corrigir. Nesse caso, deverá 
ressarcir o gestor por todas as despesas necessárias e úteis à atuação, com os juros legais desde 
o reembolso, respondendo ainda pelos prejuízos que o administrador tiver sofrido com a gestão. 
A utilidade ou a necessidade das despesas serão apreciadas de acordo com as circunstâncias da 
ocasião em que se fizerem, o que traz a ideia de função social obrigacional (art. 869, § 1.0, do CC). 
A ratificação do dono do negócio retroage ao dia do começo da gestão, ou seja, tem efeitos ex 
tunc (art. 873 do CC). 
 
2. ª Opção: Desaprovando a atuação do gestor, o dono poderá pleitear perdas e danos havendo, 
em regra, responsabilidade subjetiva do primeiro (art. 874 do CC). Em casos tais, responderá o 
gestor por caso fortuito quando fizer manobras arriscadas, ainda que o dono costumasse fazê-
las ou quando preterir interesses do dono em detrimento de interesses próprios (art. 868 do CC). 
No entanto, só poderá recusar a ratificação se provar que a atuação não foi realizada de acordo 
com os seus interesses diretos. 
 
 
e) Os titulos de crédito - são os documentos que trazem em seu bojo, com caráter autônomo, a 
existência de uma relação obrigacional de natureza privada. Têm tratamento no Código Civil, a 
partir do seu art. 887. A codificação privada somente se aplica aos títulos de crédito atípicos, 
aqueles sem previsão legal específica (art. 903 do CC). “Art. 903. Salvo disposição diversa em lei 
especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.” 
 
 
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