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Av2 - Educação e Diversidade 1)Trabalhar com as ideias de Foucault nos faz pensar que não se deve buscar soluções, mas sim produzir problemas, pois assim ao problematizar as práticas cotidianas, podemos pensar o que estamos fazendo de nós. Não é a ideia de que tudo é ruim, mas sim, de que há algumas relações perigosas. E são relações de poder, sendo o poder não algo que se possui, mas que se exerce a partir de práticas dadas em toda a extensão da sociedade. Não parte de um lugar somente ou específico, mas é capilarizado por todas as tramas que se constroem em nossas relações. Quanto menos visível, mais o poder se torna poderoso e sua governamentabilidade intermeia por toda a sociedade. Assim sendo, o poder é uma estratégia, mais que uma propriedade, e não é algo violento, pois positivamente produz regulações, como em nosso interesse, sobre a sexualidade. A partir do olhar de Michel Foucault, filósofo francês, a sexualidade: Alternativas: · a)atua como um dispositivo histórico onde institui a partir de relações de poder, saberes e verdades que incitam e disciplinam para estabelecer a ordem sobre os corpos e sujeitos no que concerne a sua sexualidade. · b)institui-se como parâmetro de correta conduta sexual permitindo organizar a natureza humana de maneira a controlar por meio da repressão tudo aquilo que não condiz com o que já está estabelecido há tempos. · c)trabalha com a ideia da "hipótese repressiva", considerando que a sociedade ocidental teria suprimido a sexualidade desde o século XVII até meados do século XX. · d)no ocidente entre os séculos XVIII e XIX, cada vez mais foi se dissociando da identidade das pessoas. · e)é entender melhor como deve ser o homem e seu lugar na sociedade e estabelecer também o lugar da mulher para que a sociedade possa funcionar normalmente. 2)Ao pensarmos com Foucault a questão da sexualidade, podemos questionar sobre o intenso discurso atual que entende a sexualidade pela ideia da repressão e do caráter reprodutor onde o casamento heterossexual seria o único possível para manter essa regra, algo que no século XVIII de fato ocorreu. Porém, com o advento da burguesia era preciso tornar o corpo e o sujeito dócil e útil e assim, passou a permitir e controlar ao mesmo tempo sexualidades diversas, mirando na produção de capital. Hoje percebemos, por exemplo, a indústria pornográfica, os consultórios de terapeutas sexuais, os medicamentos e as revistas vendendo o caminho para o prazer sexual. Nesse sentido, Foucault chama de hipótese repressiva, porque não se proíbe, se fala e muito sobre sexo para que assim possa controlar e torná-lo positivamente produtivo. Ao se criar um discurso pretensamente repressivo, produz-se uma verdade sobre o sexo que não interdita, mas o qual se escreve a história do sexo, numa técnica de poder e a partir de uma vontade de saber. Considere as seguintes assertivas sobre essa discussão: 1 - o poder incitou a proliferação de discursos, seja na igreja, na escola, na família ou no consultório médico, que não visavam proibir ou reduzir a prática sexual, mas sim o controle do sujeito e seu corpo. 2 - deve-se falar de sexo, não apenas algo a ser tolerado, mas gerido e inserido para o "bem de todos" com intuito de fazê-lo funcionar, pois não se julga, administra-se o sexo, visando regulá-lo e aumentar sua potência como regulador da sociedade. 3 - os discursos médicos e de outras áreas da ciência despertaram sua atenção sobre a sexualidade, a exemplo da pedagogia que elaborou um discurso sobre o sexo da criança, que aliada a psiquiatria, estabeleceu uma conexão com as ditas perversões sexuais, assinalando perigos ao se falar constantemente sobre. 4 - a investigação psiquiátrica, o relatório pedagógico e o controle familiar não tem a função de vigiar e reprimir essas sexualidades, apenas ajudar a tornar a sexualidade algo melhor para todos. Considerando a discussão sobre a hipótese repressiva de Foucault e sua atualidade, as assertivas 1, 2, 3 e 4 são, respectivamente: Alternativas: · a)V, V, V, V. · b)V, V, F, F. · c)V, V, V, F. · d)F, F, V, F. · e)V, F, V, F. 3)"Penso que deveríamos nos interessar pela história tanto dos homens como das mulheres, e que não deveríamos tratar somente do sexo sujeitado, assim como um historiador de classe não pode fixar seu olhar apenas sobre os camponeses. Nosso objetivo maior é compreender a importância dos sexos, isto é, dos grupos de gênero no passado histórico. Nosso objetivo é descobrir o leque de papéis e de simbolismos sexuais nas diferentes sociedades e períodos, é encontrar qual é seu sentido e como eles funcionavam para manter a ordem social ou para mudá-la" (DAVIS, 1976, p. 90). (DAVIS, Natalie Zamon. Women´s history in transition: the European case. Feminist Studies, n. 1, p. 83-103, 1976) Segundo a historiadora feminista Natalie Davis (1976), ao se pensar sobre gênero, devemos considerar: Alternativas: · a)construir uma história com as mulheres, que seja um campo específico das feministas, pois é uma área que os homens não dominam. · b)produzir uma história de mulheres apenas segmenta e separa o sentido de produzir história e em nada afeta a sociedade como está organizada, pois não dá para simplesmente alterar os fatos só porque algumas estudiosas começaram a "recriar" a historiografia. · c)falar de gênero não é falar de mulheres, mas é entender homens e mulheres dentro de um contexto social, por isso uma abordagem histórica que perceba ambos para entender diferentes processos em diferentes épocas dessas relações estabelecidas. · d)a história das mulheres é diferente, porque diz respeito ao sexo e à família, por isso ser separada de uma história política e econômica, que estaria mais próxima da vida pública reservada aos homens. · e)a história não precisa ser reescrita, basta achar exemplos de mulheres que fizeram algo de significativo em algum tempo ou mulheres virtuosas e incluir no livro didático, por exemplo, e assim cuidaremos de ter uma história que fale de homens e mulheres. 4)"O gênero é uma das referências recorrentes pelas quais o poder político tem sido concebido, legitimado e criticado. Ele não apenas faz referência ao significado da oposição homem/mulher; ele também o estabelece. Para proteger o poder político, a referência deve parecer certa e fixa, fora de toda construção humana, parte da ordem natural ou divina. Desta maneira, a oposição binária e o processo social das relações de gênero tornam-se parte do próprio significado de poder; por em questão ou alterar qualquer de seus aspectos ameaça o sistema inteiro" (SCOTT, 1995, p. 92). (SCOTT, Joan. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995) Sobre a relação de gênero e poder político proposto pela historiadora feminista Joan Scott, considere V para Verdadeiro e F para Falsa, nas assertivas abaixo: ( ) nessa relação, por exemplo, pode se pensar na Revolução Francesa, onde as sans culottes eram vistas como "megeras do inferno", vis e desnaturalizadas em oposição a "feminilidade" de Maria Antonieta, que escapa à multidão, procurou refúgio na servidão a um rei, seu marido e cuja beleza inspirou o orgulho nacional, desenhando qual o papel apropriado ao dito feminino na política. ( ) Louis de Bonald em 1816, quando da discussão sobre o divórcio na legislação da Revolução Francesa, ponderou que a democracia permite ao povo enquanto parte fraca da sociedade se voltar contra o poder; enquanto o divórcio, permitira às esposas, como parte fraca, rebelar-se contra a autoridade do marido, por isso da mesma forma que se mantinha o Estado longe do povo, deveria se manter a família fora do poder das esposas. ( ) ainda há que se estudar a conexão entre os regimes autoritários e o controle das mulheres, como durante a tomada hegemônica dos jacobinos na Revolução Francesa, ou quando Stalin se apoderou do controle da autoridade na ex. URSS e mesmo na implementação da política nazista a Alemanha ou no triunfo do Ayatolá Komehini no Irã, onde todos utilizaram aautoridade e o poder como dominante masculinos, tratando no feminino os inimigos, forasteiros e subversivos, traduzindo em leis e códigos que proibiram as mulheres de participar da vida política, abortar, códigos de vestuários e tantas outras ações de controle. (Adaptado de Scott (1995)) Assinale a alternativa que elenca corretamente a sequência entre verdadeiro e falso: Alternativas: · a)V - V - F. · b)F - F- V. · c)V - V - V. · d)V - F - V. · e)V - F - F. 5)Analise as asserções a seguir e suas relações: "Os usos da diversidade cultural, de seu estudo, sua descrição, sua análise e sua compreensão, têm menos o sentido de nos separarmos dos outros e separarmos os outros de nós, a fim de defender a integridade grupal e manter a lealdade do grupo, do que o sentido de definir o campo que a razão precisa atravessar, para que suas modestas recompensas sejam alcançadas e se concretizem. O terreno é irregular, cheio de falhas súbitas e passagens perigosas, onde os acidentes podem acontecer e de fato acontecem, e atravessá-lo ou tentar atravessá-lo contribui pouco ou nada para transformá-lo numa planície nivelada, segura e homogênea, apenas tornando visíveis suas fendas e contornos" ( GEERTZ, 2001, p. 81) Porque "[...] a noção de diversidade das culturas humanas não deve ser concebida de uma maneira estática. Esta diversidade não é a mesma que é dada por um corte de amostras inerte ou por um catálogo dissecado" (LEVI-STRAUSS, 1975, p. 17). (GEERTZ, Clifford. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001 e LEVI-STRAUSS, Claude. Raça e história. Lisboa: Presença, 1975) Pensando esse conceito de diversidade na escola, é correto afirmar sobre as asserções que: Alternativas: · a)as duas são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. · b)as duas são verdadeiras, mas não estabelecem relação entre si. · c)a primeira é uma afirmativa falsa; e a segunda, verdadeira. · d)a primeira é uma afirmativa verdadeira; e a segunda, falsa. · e)as duas são falsas, e a segunda não complementaria a primeira.
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