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curso de direito constitucional wolfgang resenha

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
CURSO DE DIREITO
THAYLANA COIMBRA PINTO MARTINS
RESENHA DO LIVRO “CURSO DE DIREITO CONSTITUCIONAL” DE INGO WOLFGANG, LUIZ GUILHERME MARINONI E DANIEL MITIDIERO
São Luís
2018
THAYLANA COIMBRA PINTO MARTINS
RESENHA
Resenha do capítulo 1 do livro “Curso de Direito Constitucional” apresentado a Hugo Assis Passos, professor de Direito Constitucional da UEMA.
São Luís
2018
SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito constitucional. 7. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 1472 p.
	No capítulo 1 desse livro, Ingo Wolfgang faz uma introdução ao direito constitucional, apresentando os sistemas constitucionais mais importantes para a formação e consolidação do constitucionalismo. Além disso, observa a evolução dos documentos consolidadores de direitos ao longo dos processos históricos e políticos. 
O autor começa enfatizando que a ideia de um poder constituinte formal foi afirmado apenas a partir do final do século XVIII, o que não significa a ausência de documentos de teor jurídico antes disso. Segundo ele, as experiências norte-americana e francesa constituem os dois pilares do constitucionalismo moderno, mas esse representa uma “aquisição evolutiva”, ou seja, não é imutável, é sempre vulnerável ao contexto histórico e político. Já nas palavras de Dieter Grimm “não há que confundir os fenômenos da juridificação e da constitucionalização: a constituição no sentido moderno do termo constitui uma forma peculiar de juridificação do poder”.
O termo constituição já aparecia na obra de Aristóteles, mas na época representava uma noção empírica, ou era usado para designar um modo de organização política ideal da sociedade. A época da independência das colônias americanas marca um dos fortes momentos da afirmação do primado da lei em detrimento do costume como fonte do direito e da mudança da ideia de soberania monarca para uma soberania nacional; a Declaração dos Direitos da Virgínia (EUA) deu origem ao que se conhece como constitucionalismo moderno e influenciou a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão da França. No entanto, o autor coloca a Revolução Francesa como marco mais importante, uma vez que os ideais espalhados por ela alcançaram todo o mundo, diferente da Revolução Americana.
Um caso peculiar de constitucionalismo é o da Inglaterra, pois até hoje ela não apresenta uma constituição escrita, mas foi um dos primeiros países a formarem um moderno Estado constitucional. Isso se deve ao fato de não ter sido necessária uma ruptura revolucionária para a consolidação das relações civis e ao fato dos limites entre aristocracia e burguesia serem mais tênues. A Reforma na Inglaterra promoveu uma gradativa valorização do Parlamento, mas durante o governo de Oliver Cromwell o Parlamento foi dissolvido e a Inglaterra teve a mais próxima versão de uma constituição escrita. O modelo inglês não possui a supremacia da constituição, portanto, não possui um controle de constitucionalidade dos atos legislativos.
A Independência americana irá gerar os primeiros documentos constitucionais dos Estados Unidos, pois a primeira Constituição (resultado da Convenção da Filadélfia) coincide com a própria formação do país como nação independente, ainda que anterior a esse acontecimento, mesmo como colônia, já tinham sido criadas as Cartas Coloniais no território. A Constituição deu origem à primeira república federativa e presidencialista, além de promover a separação de poderes e a supremacia da lei. A Suprema Corte foi e ainda é muito importante para a manutenção da ordem constitucional e influencia cortes de todo o mundo, principalmente no que tange ao controle judicial de constitucionalidade das leis.
O modelo francês teve início com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, que representava também um manifesto contra a sociedade hierárquica e os privilégios da nobreza, ainda que o ideal de democracia presente nele não pregasse igualdade para todos, objetivou principalmente assegurar liberdades civis e elevou a propriedade privada à condição de direito natural, um direito inviolável. A Constituição foi proclamada pela Assembleia Constituinte do terceiro estado, esse órgão indicava uma ruptura com o passado; apenas futuramente que o Poder Judiciário foi mais sistematizado, com a criação do Conselho Constitucional.
O surgimento e a consolidação do Estado de Direito foi um processo gradual, como enfatiza bem o autor, então paralelo aos modelos principais de constitucionalismo tem alguns de menor influência mas ainda sim importantes, a Polônia, por exemplo, promulgou a primeira Constituição escrita em solo europeu antes mesmo da França, seguida da Alemanha, Suíça, Itália, Holanda e Espanha, o que indica que o movimento constitucional se transformou em um fenômeno em expansão. É importante lembrar que essas características não são possíveis apenas no Estado Liberal de Direito, mas também no Estado Social de Direito e no Estado Democrático de Direito.
Diferentemente das matrizes norte-americana e francesa, as Constituições alemães da época não foram elaboradas por uma Assembleia Constituinte, mas outorgadas pelos monarcas. A cultura alemã passou a adotar gradativamente a ideia de uma constituição escrita por causa das campanhas napoleônicas, a primeira Constituição Democrática (Weimar) foi promulgada com a instauração da república, mas não durou muito tempo, pois sua soberania foi derrubada pelo nacional socialismo. 
Após o fim da guerra, os aliados assumiram o poder da Alemanha e consequentemente o poder estatal, resultando em um temporário desaparecimento do Estado alemão, o ressurgimento ocorreu com a vigência da Lei Fundamental de 1949 (4 anos depois do fim da guerra), mas o cenário da Alemanha ainda não estava tão instável, era um país dividido e as leis tiveram que passar pela aprovação soviética. A lei sofreu forte resistência dos alemães, uma vez que ela poderia significar uma confirmação da divisão do território de forma permanente, mas o contexto econômico, social, político e cultural do país obrigou a aceitação do documento. 
Quarenta anos depois da promulgação da Lei Fundamental, cai o muro de Berlim. Esse documento que inicialmente era para ser provisório passa a ser a Constituição da Alemanha unificada, mas vários ajustes são promovidos, pois do ponto de vista jurídico-político, a reunificação foi efetivada mediante um contrato, um pacto entre as duas partes; foram incluídos direitos como igualdade de gênero, inclusão e proibição da discriminação. 
Para Ingo Wolfgang, essa trajetória é exemplar para demonstrar que mesmo em uma situação de deficiência democrática, um processo de reconstrução da legitimidade pode ser efetivo, demonstra também que sem a “vontade de Constituição” dos órgãos públicos o texto constitucional tende a se tornar obsoleto. Vários fatores definem se a ordem constitucional alcançará o fracasso ou o sucesso.

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