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Prévia do material em texto

1 
 
 
Júlio César da Silva Corrêa 
Marilia de Melo Costa 
 
Metodologia da Pesquisa I e II 
 
 
 
 2 
 
 
 
 
Júlio César da Silva Corrêa1 
Marilia de Melo Costa2 
Revisado pela Profª Ddª Isabel R. Blaskovsky. IEPA. Belém, 2012. 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
Graduado em Pedagogia com Hab. Adm. Escolar pela UNAMA; Especialista em Psicopedagogia e Educação 
Inclusiva pela UCB; Especialista em Educação Ambiental. Escrevente Datilografo SEDUC de 1987a2000; Diretor 
da Escola Liberdade Para Aprender 1997/1999; Consultor Pedagógico Creche Escola Espaço Criativo – Serra 
dos Carajás; Consultor Pedagógico CEMED Belém; Secretário Acadêmico do Curso Bacharelado em Musica da 
UEPA/Conservatório Carlos Gomes, Coordenador Pedagógico Colégio Elite em Barcarena PA, Coordenador / 
Diretor Pedagógico Colégio Elite de Belém, Prof. Tutor do Curso de Pós-Graduação em Gestão Escolar, 
Psicopedagogia e Educação Inclusivada UCB, Prof. Tutor Curso de Pedagogia da ULBRA 2006/2010; Prof. do 
Curso de Graduação em Pedagogia – Instituto Ômega de Educação para os Polos Ipixuna, Santana do Capim, 
Aurora do Pará e São Domingos do Capim. Membro da Ordem Pachakuty – OPUC. 
 
2
 Graduada em Letras/Inglês pela UFPA; Especialista em Gestão Escolar pela UCB; Mestra em Linguística pela 
UFPA; Doutoranda em Linguística pela USP; Professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio 
do Colégio Elite em Barcarena e Belém. 
 
 3 
Apresentação 
A nossa intenção com este livro texto não é realizar um check-up ou triagem das 
metodologias nem dos tipos existentes de pesquisa, mas sim de oportunizar aos graduandos 
de Pedagogia, Licenciatura em Letras, Sociologia e afins condições básicas para iniciarem sua 
busca do conhecimento e da (re)construção deste a partir do ato de pesquisar. 
Assim, o presente livro texto tem a pretensão de subsidiar e instrumentalizar o aprendiz 
acadêmico na escolha da metodologia adequada a seu problema de investigação, bem como 
de possibilitar a feitura dos trabalhos acadêmicos seguindo as normas da Associação Brasileira 
de Normas Técnicas – ABNT, que toma por base as normas estabelecidas pela Organização 
Internacional de Normalização – (International Organization for Standardization – ISO), estando 
este na graduação ou pós-graduação. 
Vale ressaltar que a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – foi fundada 
em 1940 e é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base 
necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro, instrumentalizando o pesquisador na 
(re)construção do conhecimento cientifico. 
Neste sentido, o pesquisador pode ser comparado a um médico, que na visão de 
Vernon Coleman (2007) deveria pesquisar no intuito de oferecer a seu paciente o melhor 
tratamento unindo o melhor que a medicina, seja tradicional, seja alternativa, tem para oferecer 
de melhor. “Escolha o melhor e descarte o resto” (COLEMAN, 2007, p.7), assim deve ser o 
iniciante na pesquisa. E o orientador deverá indicar os passos que devem ser percorridos, mas 
sempre deixar o aprendiz livre para questionar e criar o conhecimento científico. 
O presente material apresenta-se dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, 
intitulado Conhecimento e Ciência, discorremos acerca do conhecimento, dos tipos de 
pesquisas realizadas nas ciências humanas e sociais e de como se dá o “fazer ciência”. No 
segundo, Projeto de Pesquisa: construção passo a passo, conceituamos e apresentamos 
dois modelos de projetos de pesquisa. No terceiro e último capitulo, Textos Científicos: tipos 
e apresentação normativa evidenciamos as regras contidas na ABNT e como realizar 
citações em um texto de cunho científico. 
 O aprendiz no “fazer ciência” pode a partir de este material lançar-se na (re)construção 
do conhecimento científico e na elaboração de trabalhos acadêmicos exigidos no espaço-
tempo de sala de aula. 
 
 
 
 
 
 4 
1. CONHECIMENTO E CIÊNCIA 
1.1 - Discutindo acerca do Conhecimento 
A sociedade em que vivemos, segundo Giddens (1991), é a sociedade 
da informação e do consumo, e a máxima de Bacon (apud. Correa; Aviz, 2002), 
“saber é poder”, ainda é uma verdade inconteste. Nossa sociedade hoje 
valoriza o conhecimento. Segundo Prestes (2003) conhecimento pode ser 
conceituado como a apreensão intelectual de um fato ou de uma verdade, 
como o domínio – teórico ou prático – de um assunto, uma arte, uma ciência, 
uma técnica, dentre outros. 
 
1.1.1 - Tipos de conhecimento: 
- Conhecimento do Senso Comum ou Popular: podemos afirmar que é o 
conhecimento espontâneo e natural, ou seja, aquele adquirido por intermédio 
da experiência de vida este é assistemático, acrítico, sensitivo, superficial 
(LAKATOS apud CORREA; AVIZ, 2002) 
O conhecimento popular se baseia em opiniões não comprovadas ou 
resultantes apenas das expressões do dia-a-dia. É valorativo ( 
fundamentado em emoções e em estados de animo), ametódico, 
assistemático, acrítico e impreciso (PRESTES, 2003, p17) 
 
Neste sentido, o conhecimento denominado de senso comum ou popular 
pode ser considerado como sendo prático, estando diretamente relacionado ao 
cotidiano das ações humanas. Podemos citar como exemplo algumas 
situações da Amazônia Paraense: criança quando fura o pé em prego para não 
inflamar, é só colocar cebola na ponta do prego, mulher grávida não coloca 
chave no bolso pois o bebê nasce com a marca da chave na cabeça. 
 
- Conhecimento Filosófico: o conhecimento filosófico encontra-se 
intimamente ligado pelo uso da razão pura, no sentido de questionar os 
problemas humanos habilitando o ser humano a realizar a distinção entre o 
certo e o errado. Neste sentido, “o método utilizado na construção desse tipo 
de conhecimento é racional, no qual predomina o processo dedutivo que 
precede a experiência, não exigindo confirmação experimental, mas apenas 
coerência lógica” (PRESTES, 2003, p.21). 
 5 
O conhecimento filosófico baseia-se no idealismo e no materialismo, 
originados respectivamente no pensamento de Platão e Aristóteles. Vale 
ressaltar, que a filosofia (conhecimento filosófico), antes de mais nada, tem a 
finalidade de compreender a realidade e fornecer conteúdos reflexivos e 
lógicos das mudanças e transformações dessa sociedade, em outras palavras, 
filosofar; e este ato engendra a reflexão critica da sociedade, da política e da 
educação dentre outros. 
Trujillo (1974) afirma que as hipóteses filosóficas baseiam-se na 
experiência, conseqüentemente esse conhecimento surge da experiência e não 
da experimentação. 
 
- Conhecimento Religioso: denominado de Teológico ou mítico, o 
conhecimento religioso parte da premissa de que as verdades de que trata são 
infalíveis ou indiscutíveis (verdades acabadas), pois trazem em seu bojo 
revelações de divindade(s) (ação sobrenatural). A aceitação do conhecimento 
religioso se constitui em um ato de fé, haja vista a visão sistemática do mundo, 
que é discutida como resultado da ação divina (do criador), cujas evidências 
não se colocam em discussão, tampouco procuram-se verificar. 
A postura dos teólogos e cientistas diante da teoria da evolução das 
espécies, particularmente do homem, demonstra as abordagens diversas: 
de um lado, as posições dos teólogos fundamentam-se, nos ensinamentos 
de textos sagrados; de outro, os cientistas buscam, em suas pesquisas, 
fatos concretos capazes de comprovar (ou refutar) suas hipóteses. 
(MARCONI e LAKATOS, 2005, p79). 
 
Neste sentido, a verdade de um Cristão Católico será diferente da de um 
Protestante, que por sua vez se diferencia da de um Evangélico. Assim sendo, 
as grandes religiões do mundo: Cristianismo, Hinduismo, Budismo, Judaísmo, 
Islamismo dentre outros apresentaram verdades diferentes e incontestes por 
que vão ao encontro das verdades contidas em seus textos sagrados. 
- Conhecimento Artístico: Segundo Prestes (2003), este conhecimentobaseia-se na intuição, produzindo emoções, tendo como objetivo maior o sentir 
e não o pensar. 
- Conhecimento Científico: É todo conhecimento sistematizado e 
comprovado. Sua ocorrência evidentemente opõe-se aos demais 
conhecimentos citados acima, pois, segundo Marconi e Lakatos (2005, p.80), o 
conhecimento cientifico “constitui-se em conhecimento falível, em virtude de 
 6 
não ser definitivo, absoluto ou final e, por este motivo, é aproximadamente 
exato: novas proposições e o desenvolvimento de técnicas podem reformular o 
acervo de teoria existente” 
Para Koche (1997), o conhecimento científico surge da necessidade do 
homem de não assumir mais uma postura meramente passiva, de testemunha 
dos fenômenos, sem poder de ação ou controle. Assim cabe ao homem, 
utilizando seu potencial de raciocínio, propor uma forma sistemática, metódica 
e crítica da sua função de zelar pelo estar no mundo e com o mundo, 
compreendê-lo, explicá-lo e dominá-lo. 
Os tipos de conhecimentos listados acima engendram o “fazer ciência” 
no espaço-tempo de sala de aula na academia, propondo discussão de 
temáticas do dia-a-dia social, ou, ainda, apontando soluções ou minimizações 
de problemas de uma determinada realidade. 
1.2 - O Fazer Ciência: pesquisa, métodos e instrumentos 
Para que possamos entender ou fomentar a pesquisa no espaço-tempo 
de sala de aula, ou ainda, fomentar ensino-pesquisa-extensão, tríade base da 
academia, temos que entrever o conceito de ciência. 
 
Em sentido amplo, a palavra ciência pode significar, simplesmente, 
conhecimento, qualquer tipo de saber. Em sentido restrito, ciência não se 
refere a qualquer tipo de conhecimento, mas aquele que aprende ou 
registra os fatos, demonstra-os por suas causas constitutivas ou 
determinantes (PRESTES, 2003, p.23) 
 
Sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente 
correlatadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja 
estudar (MARCONI; LAKATOS, 2005, p.80) 
 
A ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao 
sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz de ser submetido à 
verificação (TRUJILLO,1974, p8) 
 
Os autores apontam para um tipo de conhecimento, que tem como 
base a identificação das operações mentais e técnicas que possibilitem sua 
verificação/reprodução, ou seja, possibilitem pesquisar o fato, fenômeno ou 
situação, conseqüentemente fazer ciência. 
A ciência é construída e mediada por conhecimentos de diferentes áreas 
do saber humano, logo, podemos definir ciência como um conjunto de 
conhecimentos, objetivo, racional, sistemático geral, verificável e falível. A priori 
 7 
a ciência busca chegar à veracidade dos fatos. Neste sentido, caracteriza-se 
pela verificação; neste ponto diferencia-se dos outros tipos de conhecimentos. 
Para Kuhn (1996), a ciência reúne em sua trajetória histórica fatos, 
teorias e métodos que fazem parte de seu arcabouço teórico, em que o ato de 
pesquisar ou investigar é a base do conhecimento científico, sendo cada passo 
sistematizado. 
Pesquisar “é um procedimento reflexivo sistemático, controlado e crítico 
que permite descobrir novos fatos ou dados, relações ou leis em qualquer 
campo do conhecimento” (ANDER-EGG apud CORREA; AVIZ, 2002, p.17). 
Assim, pesquisar é indagar, investigar, inquirir, tendo como objetivo a obtenção 
de respostas mediante a utilização de métodos científicos. 
Podemos definir método como o caminho para se chegar a determinado 
fim, e método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e 
técnicos adotados para se atingir o conhecimento. 
As ciências possuem os seguintes componentes em seu bojo: 
A) Objetivo ou Finalidade: preocupação em distinguir a característica 
comum as leis gerais que regem determinados eventos; 
B) Função: aperfeiçoamento, através do crescente acervo de 
conhecimentos, da relação do homem com o seu mundo; 
C) Objeto: subdividido em: 
- Material: aquilo que se pretende estudar, analisar, interpretar ou verificar, 
de modo geral; 
- Formal: o enfoque especial, em face das diversas ciências que possuem o 
mesmo objeto material. 
( MARCONI; LAKATOS, 2005, p 80-81) 
 
A ciência, em decorrência de seus componentes, promove em seu 
interior classificação e divisa. Em decorrência da diversidade de fenômenos 
que se deseja estudar ou explicar, surgiram e surgem novos ramos de estudo e 
ciências específicas. 
A classificação e a divisão da ciência levam em consideração: objeto de 
estudo e diferença de enunciados e metodologia empregada. Para um melhor 
entendimento dessa divisão, organizamos essa divisão no organograma 
abaixo. 
 
 8 
Organograma nº. 01 – Classificação e Divisão da Ciência 
 
 
Fonte: Adaptado de Prestes (2003) e Marconi e Lakatos (2005). 
 
O organograma propicia ao iniciante no vôo do ato de (re)produzir 
conhecimento uma visão panorâmica da ciência e assim a possibilidade de 
escolha do ramo do saber científico que deseja adentrar e investigar. Vale 
ressaltar que as ciências formais são as que se preocupam com os 
enunciados, com os estudos das idéias, ao passo que as factuais voltam-se 
para o estudo dos fatos, tratando de objetos empíricos, de coisas e de 
processos. 
É também possível classificar as ciências em conformidade com a sua 
finalidade. Neste sentido, elas podem ser organizadas em básicas, aplicadas 
ou técnicas: a primeira tem como finalidade aumentar o conhecimento acerca 
das leis que regem a natureza, enquanto a segunda engloba as ciências que 
pretendem compreender fenômenos específicos, objetivando uma maior 
utilidade prática; e a terceira e última engloba ciências direcionadas à produção 
humana ou à melhoria da qualidade de vida (PRESTES, 2003). 
Ciências 
 Formais Factuais
 
Lógica Matemática Naturais sociais 
Física 
Química 
Biologia e 
outras 
Antropologia 
Cultural 
Direito 
Economia 
Política 
Psicologia 
Social 
Sociologia e 
outras 
 9 
 
1.2.1 Pesquisa e Métodos no “Fazer Ciência” 
 
A ciência encontra-se intimamente ligada à pesquisa, aos métodos 
utilizados na construção ou constatação de um fenômeno ou fato observado, 
estudado e investigado. Segundo Tozoni-Reis (2006, p.7) pesquisa significa 
“investigação e estudo, minudentes e sistemáticos, com fim descobrir ou 
estabelecer fatos ou princípios relativos a um campo qualquer do 
conhecimento”, ou ainda, “designa conjunto de atividades que tem como 
finalidade descobrir novos conhecimentos, seja em que área ou em que nível 
for” (PRESTES, 2003, p.24). 
Assim, a pesquisa científica é investigação realizada de forma minuciosa 
com a finalidade de obter conhecimento específico e estruturado acerca de um 
determinado assunto ou problema, resultado de observação direta ou indireta 
de fatos, do registro de variáveis presumidas relevantes para futuras análises. 
O ato de pesquisar ou de promover uma pesquisa é um processo 
reflexivo, sistemático, controlado e crítico que conduz o pesquisador à 
descoberta de novos fatos (conhecimentos) e à percepção de relações 
estabelecidas entre as condições que determinam o surgimento ou ausência 
desses fatos. 
Mas, para se realizar uma pesquisa, temos que, antes de mais nada, 
escolher um método a seguir. A palavra método provém do latim methodus, 
methodos que quer dizer estudo metódico de uma ciência, caminho, procura, 
investigação. Toda pesquisa será construída passo a passo por intermédio do 
método escolhido. 
Outro termo que engendra a pesquisa científica é a palavra 
epistemologia que significa estudo da ciência – do grego episthme = 
conhecimento, ciência, e logoV = estudo, discurso). É utilizada com duplo 
sentido: para indicar o estudo da origem e do valor do conhecimento humano 
em geral (e neste sentido é sinônimo de gnosiologia ou crítica); ou para 
designar o estudo das ciências físicas e humanas), dos princípios sobre o qual 
se fundam, dos critérios de verificaçãoe de verdade, do valor dos sistemas 
científicos. 
 10 
Há três enfoques de pesquisa em Ciências Sociais: o Positivismo, a 
Fenomenologia e o Marxismo. Os autores Horn; Diez (2005) sintetizaram as 
pressupostos básicos de cada enfoque, e apresentaremos os mais 
importantes. 
 
- Positivismo: Foi fundado por Auguste Comte tendo como base a “Lei dos 
Três Estados” que marcou o desenvolvimento do pensar humano: teológico, 
metafísico e positivo. Os nomes de Littré, Spencer e Mill também são ligados 
ao Positivismo. 
 Características principais: 
- (...) considerar a realidade como formada por partes isoladas, de fatos 
atômicos, segundo a expressão de Russell & Witgenstein (Atomismo 
Lógico); 
- O positivismo não aceita outra realidade que não sejam os fatos, fatos que 
possam ser observados; 
- um dos traços mais característicos do positivismo está representado por 
uma rejeição ao conhecimento metafísico, à metafísica; 
- Precisamente foi o positivismo lógico que formulou o celebre principio da 
verificação (demonstração da verdade). Segundo este princípio, será 
verdadeiro aquilo que é empiricamente verificável, isto é, toda afirmação 
sobre o mundo deve ser confrontada com dado; 
- O positivismo estabeleceu distinção muito clara entre o valor e fato. Os 
fatos eram objeto da ciência. Os valores, como não eram “dados brutos”, e 
apenas expressões culturais, ficavam de fora do interesse do pesquisador 
positivista, nunca podiam constituir-se num conhecimento cientifico. (HORN; 
DIEZ,2005, p. 41-44) 
 
 
- Fenomenologia: A fenomenologia é o estudo das essências, de todos os 
problemas, tendo como representantes Husserl, Heidegger, Sartre, Merleau-
Ponty, dentre outros. 
 Características principais: 
- Trata-se de descrever, e não de explicar nem de analisar; (p49) 
- Questionabilidade do conhecimento; 
- a fenomenologia exalta a interpretação do mundo que surge 
intencionalmente à nossa consciência. Por isso, na pesquisa, eleva o ator, 
com suas percepções dos fenômenos, sobre o observador positivista. 
(HORN; DIEZ, 2005, p. 49-55) 
 
- Marxismo, materialismo dialético e histórico: tem como fundador Karl 
Marx, seguido por Engels. A idéia do Marxismo compreende precisamente três 
aspectos principais: o materialismo dialético, o materialismo histórico e a 
economia política. 
 
 11 
 Características principais: 
- O materialismo dialético é a base filosófica do marxismo e como tal realiza 
a tentativa de buscar explicações coerentes, lógicas e racionais para os 
fenômenos da natureza, da sociedade e do pensamento; 
- talvez uma das idéias mais originais do materialismo dialético seja a de 
haver ressaltado, na teoria do conhecimento, a importância da prática social 
como critério de verdade; 
- materialismo histórico é a ciência filosófica do marxismo que estuda as leis 
sociológicas que caracterizam a vida da sociedade, de sua evolução 
histórica e da prática social dos homens, no desenvolvimento da 
humanidade (HORN; DIEZ, 2005, p. 58 -60) 
 
Os três enfoques supracitados dão base à pesquisa em Ciências 
Sociais, dando originalidade à investigação, e subsidiando o pesquisador com 
instrumentos e técnicas diferenciadas. 
1.2.2 – Tipos ou Modalidades de Pesquisa 
A pesquisa segundo Prestes (2003) pode ser classificada em 
conformidade com o objetivo, com forma de estudo, ou ainda, em decorrência 
de seu objeto de estudo. Neste sentido nós temos: 
 
 Pesquisa quanto aos objetivos: 
 
Pesquisa Teórica: a pesquisa teórica é aquela que se dedica a estudar 
teorias; 
Pesquisa Metodológica: a pesquisa metodológica preocupa-se em 
estudar os modos de se fazer ciência; 
Pesquisa Empírica: a pesquisa empírica é aquela dedicada a codificar o 
lado mensurável da realidade; 
Pesquisa Prática, Pesquisa-ação ou Pesquisa-ação-participante: esta 
modalidade de pesquisa é aquela voltada para a intervenção de uma realidade 
social, ocorrendo uma interação efetiva e ampla entre pesquisadores e 
pesquisados. Assim seu objeto de estudo se constitui pela situação social e 
pelos problemas de naturezas diversas encontrados em tal situação, buscando-
se resolver, minimizar, esclarecer a realidade observada (investigada). 
Levando para o campo educacional esta modalidade de pesquisa, 
segundo Tozoni-Reis (2006) a metodologia da pesquisa-ação-participante 
articula, radicalmente, a produção de conhecimentos com ação educativa, isto 
é, por um lado investiga, produz conhecimentos sobre a realidade a ser 
 12 
estudada e, por outro lado, realiza concomitantemente um processo educativo 
para o enfrentamento desta realidade. Outro fator importante a ser lembrado 
que este tipo de pesquisa engendra a pesquisa qualitativa. 
 
 Pesquisa quanto à forma de investigação: 
Pesquisa Exploratória: este tipo de pesquisa configura-se como a que 
acontece na fase preliminar, o que antecede o planejamento formal estruturado 
do trabalho de pesquisa. Ela tem como objetivo inventariar mais informações 
acerca do assunto que será estudado, facilitar a delimitação do tema que será 
pesquisado, orientar na fixação dos objetivos e no elencamento das hipóteses, 
ou ainda, viabilizar um novo enfoque para o estudo do assunto da investigação. 
Pesquisa Descritiva: Neste tipo de pesquisa o pesquisador observa, 
descreve, analisa, classifica e interpreta os fatos sem sua interferência, logo o 
pesquisador investiga os fenômenos do mundo físico e humano sem o 
manipular. 
Pesquisa Explicativa: este tipo de pesquisa é mais densa, pois extrapola 
o registro, da análise, da classificação e da interpretação do fenômeno 
estudado (em estudo). Procura identificar os fatores determinantes do 
fenômeno, tendo como objetivo o conhecimento profundo da realidade 
estudada. 
 
 Pesquisa quanto ao Objeto: 
Pesquisa Bibliográfica: este tipo de pesquisa pode ser realizado 
independentemente ou como parte de qualquer outra pesquisa. Para se 
efetivar uma pesquisa do tipo bibliográfica, o pesquisador faz um levantamento 
dos temas e tipos de abordagens já trabalhados por outros estudiosos, 
assimilando e explorando os aspectos já estudados e publicados, tornando-se 
relevante levantar e selecionar materiais (fonte bibliográfica) tais como: livros, 
jornais, revistas, material on line, internet, panfletos, fita de vídeo, DVDs, dentre 
outras fontes de registro. 
Esta modalidade de pesquisa é muito comum na área de ciências humanas 
e sociais, dada a natureza do estatuto epistemológico que compõe esta 
área. Seu objetivo é buscar compreender as principais contribuições 
teóricas existentes sobre um determinado tema-problema ou recorte, 
considerando-se a produção já existente (HORN ; DIEZ, 2005, p.73) 
 13 
Na pesquisa bibliográfica, embora seja uma modalidade muito particular de 
pesquisa, não vamos “ouvir” entrevistados nem observar situações vividas, 
mas “ouvir”, conversar e debater com os autores através de seus escritos. 
(TOZONII-REIS, 2006, p.30) 
 
Pesquisa Experimental ou de Laboratório: neste tipo de pesquisa, que 
difere dos citados acima, o pesquisador manipula uma ou mais variáveis 
independentes (causas) sob um controle adequado, com finalidade de observar 
e interpretar as reações e as modificações ocorridas no objeto de estudo. Vale 
dizer que o pesquisador interfere diretamente na situação ou fato de estudo. 
 
Experimentar ou realizar experimentos significa exercer positivo controle 
sobre as condições presumivelmente relevantes, relativas a determinado 
evento; significa reproduzir, repetir fenômenos dentro de um plano de 
modificações sistemáticas das variáveis independentes, relativamente a 
determinado evento, com objetivo de descobrir as condições antecedentes 
responsáveis pelo evento subseqüente, ou efeito, ou variável dependente 
assumida como objeto de pesquisa (RUIZ, 1982, p.52) 
 
Pesquisa de Campo: é desenvolvida principalmente nas Ciências 
Sociais. Neste tipo de pesquisa o pesquisador lança mão de questionários comperguntas fechadas ou abertas, entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas, 
diário de campo, protocolos verbais, captura de imagens dentre outras. Na 
pesquisa de campo o pesquisador investiga o pesquisado em seu meio. 
Tem como finalidade recolher, registrar, ordenar e comparar dados 
coletados em campo de investigação. É comum este tipo de pesquisa ser 
utilizada em Sociologia, Psicologia, política, Economia e Antropologia. 
Tozoni-Reis (2006), cita também outro tipo de pesquisa que não se 
enquadra na classificação acima, que é a pesquisa documental, em que a 
fonte de coleta dos dados se dará em um documento que pode ser: histórico, 
institucional, associativo, oficial dentre outros. 
Ainda temos Pesquisa do Tipo Histórica e História Oral que engendra 
instrumentos e técnicas especificas em sua construção. Alguns autores 
apontam a pesquisa histórica partindo da Documental, ou ainda, sendo 
ratificada com a Oral (THOMPSON,1992). 
Para reconstruir a memória ou a história, o historiador pode lançar mão 
da fotografia (imagem), podendo ser preto e branco ou colorida esta é a 
“materialização da experiência vivida, doce lembrança do passado, memórias 
de uma trajetória de vida, flagrantes sensacionais, ou ainda, mensagem 
codificada em signos tudo isso ou nada disso a fotografia pode ser” (MAUAD, 
 14 
1997, p.314). A fotografia marca uma cultura de um determinado momento da 
história, seja ela individual seja coletiva, é um documento material que revela a 
vida material de algum lugar do passado, para o historiador a fotografia deve 
ser ponto de análise minuciosa que busca relação e interpretação da realidade 
investigada. 
Vale dizer que o historiador possui além de fontes documentais e viva 
outro recurso que são, segundo Jacques Lê Goff (apud MAUAD, 1997), as 
fontes não–verbais: pinturas, móveis, indumentárias, fotografias, filmes dentre 
outros. Todo este universo de significação cultura material denomina-se de 
iconografia, e auxilia na construção da história oral. Ambas possibilitam a 
formação de memórias coletivas. 
Podemos afirmar que a pesquisa, seja ela em qual ramo do 
conhecimento ou modalidade que for realizada, auxilia na mudança qualitativa 
e quantitativa da realidade social em qual se insere. Como exemplo de 
pesquisa que revela a realidade, podemos citar a avaliação realizada no Ensino 
Básico brasileiro que revelou que apenas 0,5% das escolas de 1ª a 4ª séries do 
Ensino Fundamental possuem nota acima de 5,0. Isso corresponde a 166 das 
55 mil instituições de ensino do País, e apenas cinco das aprovadas 
encontram-se na Região Norte e Nordeste, os estados de Pernambuco e 
Amazonas não têm nenhuma escola bem avaliada. Vale enfatizar que o estudo 
é oficial, medido pelo Índice de Desenvolvimento da educação – IDEB – 
Parâmetro da ONU em diversos paises. (RANGEL, 2007) 
Outro dado de pesquisa que podemos citar como modificador de 
paradigma social foi o descoberto pela equipe do cientista americano Alan 
Templeton (biólogo) que afirmou que não há raças entre os humanos, pois as 
diferenças genéticas entre humanos de diferentes etnias são insignificantes 
para serem tidas como diferença de raças, indo de encontro à visão tida no 
contexto social de pretos, brancos e amarelos. A ciência levará anos para 
derrubar este paradigma do universo social que diferencia e posteriormente 
discrimina 
Em minha primeira visita ao Brasil em 1976, eu descobri que a classificação 
racial usada pelos brasileiros não era a mesma usada nos Estados unidos; 
que a mesma pessoa poderia ser classificada de forma bem diferente em 
dois paises (...) Aquela experiência me ensinou então que o conceito de 
raça não é necessariamente biológico (TEMPLETON apud NORTON,1998, 
p.2) 
 15 
 
Assim, a pratica da pesquisa arraigada como prática do desenvolvimento 
e produção do conhecimento no espaço-tempo de sala de aula seja na 
academia seja na Educação Básica, deve ser encarada como vínculo primeiro 
do processo de ensino-aprendizagem. 
Outro fator que deve ser levado em consideração no momento da 
pesquisa é a abordagem que o pesquisador pretende escolher no momento da 
feitura da mesma. Neste sentido temos: 
 
Pesquisa Quantitativa: A pesquisa quantitativa é um método de pesquisa 
social que utiliza técnicas estatísticas, e normalmente implica a construção de 
inquéritos via questionário em que se contactam muitas pessoas. A pesquisas 
quantitativas são mais adequadas para apurar opiniões e atitudes explícitas e 
conscientes dos entrevistados (público alvo). 
Temos como exemplo deste tipo de abordagem as pesquisas realizadas 
dentro do universo político no intuito de prever intenções de votos de um 
determinado político ou partido, no lançamento de um novo produto – produção 
de marketing, no censo populacional, dentre outros. 
A pesquisa quantitativa trabalha com amostra, ou seja, parcela de uma 
população, que deve ser representativa das características deste universo com 
um mínimo de discrepâncias; e também com amostragem, que vem a ser a 
técnica utilizada para obtenção de amostras representativas com amostragem 
de uma determinada realidade. 
 
Pesquisa Qualitativa: a abordagem qualitativa surge no final do século XIX, 
diante da indagação dos cientistas sociais se o método de investigação 
utilizado nas ciências físicas e naturais com sua visão positivista poderia 
realmente dar conta de estudar os fenômenos humanos e sociais. Günther 
(2006) citando Dilthey que afirma que “explicamos a natureza, compreendemos 
a vida mental” (p.212), Hofstätter aponta essa compreensão como sendo ponto 
de partida para diferenciar a pesquisa qualitativa da pesquisa quantitativa. 
Dilthey, que era historiador, foi um dos primeiros a fazer esse tipo de 
indagação e a buscar uma metodologia diferente para ciências sociais, 
argumentando que os fenômenos humanos e sociais são muitos complexos 
e dinâmicos, o que torna quase impossível o estabelecimento de leis gerias 
como na Física ou na Biologia (...) sugere que a investigação dos problemas 
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/tecnicas_pesquisa.html
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas/tecnicas_pesquisa.html
 16 
sociais utilize como abordagem metodológica a hermenêutica, que se 
preocupa com a interpretação dos significados contidos num texto ( 
entendido num sentido muito amplo), levando em conta cada mensagem 
desse texto e suas inter-relações. 
Weber também contribuiu de forma importante para a configuração da 
perspectiva qualitativa de pesquisa ao destacar a compreensão (verstehen) 
como o objetivo que diferencia a ciência social da ciência física. Segundo 
ele, o foco da investigação deve se centrar na compreensão dos 
significados atribuídos pelos sujeitos às suas ações. Como Dilthey, ele 
argumentar que para compreender esses significados é necessário colocá-
los dentro de um contexto. (HORN; DIEZ, 2005, p.76). 
 
Assim, a idéia de investigar um fenômeno sob o ponto de vista 
qualitativo é transpor as barreiras explicativas da visão positivista de conhecer, 
os estudiosos das ciências humanas e sociais denominam a idéia de Dilthey e 
Weber como sendo idealista – subjetivista, ou ainda, de naturalística e, claro, 
de qualitativa. 
A abordagem qualitativa tem suas raízes teóricas na Fenomenologia, em 
que se encontram presentes as idéias do interacionismo simbólico – termo 
criado por Herbert Blumer em 1969, da etnometodologia e da etnografia. A 
fenomenologia enfatiza os aspectos subjetivos do comportamento humano 
permitindo a penetração no cotidiano desses, entrevendo/entendendo quais os 
sentidos/significação que atribuem a seu universo de vida, podendo assim 
perceber a realidade socialmente construída. 
A etnometodologia é uma corrente da Sociologia que tem como um dos 
representantes mais significativos Harold Garfinkel. A etnometodologia ”não se 
refere ao método que o investigador utiliza,mas ao campo de investigação. É o 
estudo de como os indivíduos compreendem e estruturam o seu dia-a-dia” 
(HORN; DIEZ, 2005, p.78). Neste caso, o pesquisador investiga os métodos 
que os pesquisados utilizam para entender e construir as realidades que os 
cercam. 
A etnografia tem como principal preocupação o significado que as 
ações e os eventos têm para um determinado grupo social investigado. 
Etimologicamente falando, a etnografia significa descrição cultural. Para os 
antropólogos, a etnografia assume dois sentidos: 1 - um conjunto de técnicas 
que eles usam para coletar dados sobre os valores, os hábitos, as crenças, as 
práticas e os comportamentos de um grupo social; e 2 - um relato escrito 
resultante do emprego dessas técnicas (HORN; DIEZ, 2005, p.84). 
 17 
Temos ainda mais dois tipos de pesquisa qualitativa, que são: Estudo 
de Caso – enfatiza a pesquisa ou conhecimento do particular, o pesquisador 
seleciona uma determinada realidade para estudo; e Pesquisa-
ação/pesquisa-ação-participante – caracteriza-se por um estudo/investigação 
científica de problemas com o intuito de corrigi-los, (re)orientá-los por 
intermédio de seu estudo. 
Bressan (2007), com base em outros autores conceitua o método Estudo 
de Caso como sendo: 
(...) não é uma técnica específica. É um meio de organizar dados sociais 
preservando o caráter unitário do objeto social estudado" (GOODE; HATT, 
1969, p.422). De outra forma, TULL (1976, p 323) afirma que "um estudo de 
caso refere-se a uma análise intensiva de uma situação particular".YIN 
(1989, p. 23) afirma que "o estudo de caso é uma inquirição empírica que 
investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, 
quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente 
evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas (BRESSAN, 
2007, p.5). 
 
Vale ainda enfatizar que na abordagem qualitativa a fonte direta de 
dados é o ambiente natural, constituindo-se o investigador em instrumento 
principal: os investigadores introduzem-se em campo em períodos de tempo 
longos – como fez o antropólogo cultural Bronislaw Malinowski que o foi primeiro 
a passar longos períodos de tempo numa aldeia nativa (observação direta) e 
estabeleceu as bases da antropologia interpretativa com dados colhidos em 
campo - de posse de instrumentos de gravação de vídeo e áudio e sempre 
acompanhados de um bloco de notas para realização de anotações (diário de 
campo). (BOGDAN; BIKLEN, 1994). 
Para melhor entendimento da diferença entre as abordagens qualitativa 
e quantitativa podemos tecer algumas conclusões acerca da abordagem 
qualitativa: 
 - O estudo e interpretação dos fenômenos sociais tem como objetivo os 
significados que os sujeitos estabelecem em seu contexto; 
 - Os dados são coletados no contexto em que ocorre o fenômeno; 
- A análise dos dados colhidos é realizada de preferência concomitantemente 
ainda com o pesquisador em campo; 
- As investigações ou estudos apresentam-se quase sempre de forma 
descritiva, com enfoque na compreensão e interpretação à luz dos significados 
dos próprios sujeitos e de outras referências afins da literatura; 
 18 
- Na pesquisa qualitativa a priori o pesquisador não estabelece teorias pré-
concebidas que venham a explicar o fenômeno antes da análise e da 
interpretação dos dados; 
- Na investigação qualitativa deve ocorre uma interação perfeita entre 
pesquisador-pesquisado em decorrência da entrevista e da observação 
participante, que são técnicas primordiais no desenvolvimento da abordagem 
qualitativa de pesquisa; 
- O pesquisador qualitativo não pode desprezar a utilização dos dados 
quantitativos e a união deste com os qualitativos. 
1.2.3 – Técnicas e Instrumentos de Pesquisa 
 
Para que se possa realizar uma pesquisa em ciências humanas e 
sociais ou áreas afins, o pesquisador deverá saber escolher e aplicar a técnica 
e os instrumentos na coleta de dados de sua investigação. Mas vale lembrar 
que em uma investigação a criatividade do pesquisador deve ser levada em 
consideração o tempo todo. Minayo (1998) denomina essa criatividade de 
“sopro criativo do pesquisador”. 
Vale lembrar ao pesquisador que há um rigor acadêmico que deve ser 
seguido na execução de uma pesquisa, principalmente quando essa é na área 
educacional, pois cada tipo de pesquisa exige uma literatura especializada, 
bem como técnicas e instrumentos específicos que vão contribuir para a 
produção de conhecimentos científicos. 
Para Tozoni-Reis (2006), o primeiro passo é leitura, análise e 
interpretação de textos que vão auxiliar o pesquisador na execução da 
investigação, seja ela de que modalidade ou tipo de pesquisa for, e esse passo 
exige habilidade, disciplina e competência. A leitura deve ser encarada como 
uma técnica de pesquisa. Para tanto, faz-se necessário sistematizá-la em sua 
execução. 
A leitura, a análise e a interpretação de textos como leitura analítica e 
interpretativa de métodos de estudos tem como objetivo: 
 
- Fornecer uma compreensão global do significado das idéias dos autores; 
- Treinar a compreensão e a interpretação critica; 
- Treinar o desenvolvimento do raciocínio lógico; 
- Fornecer instrumentos para o trabalho intelectual desenvolvido nos 
seminários, no estudo dirigido, no estudo individual e em grupos, na 
 19 
confecção de resumos, resenhas, sumários etc. (SEVERINO apud TOZONI-
REIS, 2006, p.42) 
 
A leitura de textos de cunho teórico que vão ao encontro da investigação 
realizada dará ao pesquisador uma visão mais abrangente do problema 
investigado. Severino (1985) nos chama a atenção para que na posterior leitura 
de textos teóricos, o pesquisador realize uma síntese pessoal da leitura feita, 
propondo assim uma análise reflexiva do texto, dando-lhe uma interpretação 
sob sua ótica. 
A técnica de Observação: Observação não-participante e 
observação participante. A observação é uma das técnicas mais utilizadas na 
pesquisa de campo, mas faz-se necessário que o pesquisador sistematize sua 
observação, ou seja, antes de ir a campo para realizar a observação o 
pesquisador deve listar os comportamentos a serem observados, dentre outras 
observações que fará em campo, como forma de não se perder nos seus 
registros. 
Segundo Prestes (2003), na observação não participante o pesquisador 
não interfere na realidade observada, toma o sentido de ser apenas um 
telespectador que registra os fatos e procedimentos observados, enquanto na 
observação participante o pesquisador participa da realidade estudada de 
forma natural, havendo um acolhimento do pesquisador no grupo ou 
comunidade observada. 
A entrevista como técnica / método de pesquisa de campo exige um 
roteiro previamente sistematizado para que quando o pesquisador esteja diante 
de seu entrevistado não ocorram erros e nem tampouco deixe-se de perguntar 
informações importantes para a investigação. 
Outro fator importante, é a escolha do aparelho que será usado na 
gravação da voz, imagem, imagem-voz do entrevistado onde a marca, 
tamanho, cor e também como será o registro: VHS, DVD, CD, fita cassete 
etc... 
A entrevista pode ser entrevista estruturada é aquela que possui 
perguntas fechadas a serem feitas aos entrevistados, tornando-se assim um 
questionário (instrumento de pesquisa em anexo modelo). Em contrapartida, 
na entrevista semi-estruturada o pesquisador faz apenas um roteiro de 
 20 
entrevista a ser apresentado ao entrevistado, conseqüentemente estabelece 
um dialogo entre o pesquisador e o entrevistado. 
Barros; Lehfeld (apudCORRÊA, 2005) nos chama a atenção para o fato 
de que não há um único método para realizar determinada investigação. A 
metodologia reflete as condições históricas do momento em que o 
conhecimento foi construído. Assim o pesquisador pode lançar mão da 
metodologia que melhor se adapte ao seu problema de estudo. 
Neste sentido Bunge (apud PRESTES, 2003), nos remete a seguinte 
observação: seja qual for o método cientifico utilizado, a pesquisa deve seguir 
as etapas: 
a) descobrimento do problema ou lacuna em um conjunto de 
conhecimentos; 
b) colocação precisa do problema ou, ainda, a recolocação de um velho 
problema à luz de novos conhecimentos; 
c) procura de conhecimentos ou instrumentos relevantes do problema 
(dados empíricos, teorias, aparelhos de medição, técnica de medição etc.); 
d) tentativa de uma solução (exata ou aproximada) do problema com auxilio 
de instrumento (conceitual ou empírico) disponível; 
e) investigação da conseqüência da solução obtida; 
f) prova (comprovação da solução, isto é, confronto da solução com a 
totalidade das teorias e das informações empíricas pertinentes); 
g) correção das hipóteses, teorias, procedimentos ou dados empregados na 
obtenção da solução incorreta. (BUNGE apud PRESTES, 2003, p.29) 
 
As colocações de Bunge denotam os critérios rigorosos que o 
pesquisador deve assumir no momento de promover a sua pesquisa, seja em 
qualquer campo do conhecimento científico. Vale ressaltar que há pesquisas 
em que há a necessidade de capturar imagens (fotos) como forma de ilustrar o 
campo de investigação. Essa prática é muito utilizada em trabalhos 
antropológicos. 
Outros métodos que engendram o “fazer ciência” são os métodos: 
indutivo – é aquele que se utiliza a indução, processo mental em que, 
partindo-se de dados particulares, devidamente constatados, pode-se inferir 
uma verdade geral ou universal não contidas nas partes examinadas – e 
dedutivo – a racionalização ou combinação de idéias em sentido interpretativo 
tem mais valor que a experimentação caso a caso, ou seja, utiliza-se a 
dedução, raciocínio que caminha do geral para o particular. 
 
 21 
2 PROJETO DE PESQUISA: CONSTRUÇÃO PASSO A PASSO 
É claro que para ser realizar uma pesquisa de cunho científico temos 
que, antes de tudo, programar, esquematizar, planejar e isto se fazem 
construindo um projeto de pesquisa, que dará os contornos da (re)produção do 
problema que queremos investigar. 
No projeto, elenca-se o problema que se deseja investigar, justifica-se 
esse problema, elaboram-se os objetivos que deverão ser atingidos na 
execução da investigação, faz-se uma discussão prévia - base teórica - de 
alguns estudos que existam sobre o tema que será abordado, fecha-se a 
metodologia, detalhando-se os instrumentos que farão parte da pesquisa e 
monta-se um cronograma de execução. O pesquisador não pode ser esquecer 
que a feitura do projeto deve seguir rigorosamente as normas técnicas da 
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. 
O projeto de pesquisa inicia-se com: 
a) a caracterização do problema (que fazer?) delineado em dimensões 
técnicas e operacionais viáveis, delimitadas e objetivas; 
b) o estabelecimento de um conjunto de afirmações conjeturais (hipótese) 
sobre a relação existente entre as variáveis, na forma de supostas e 
plausíveis respostas ao problema ou de explicações do fenômeno-
problema, em proposições que podem ser testadas, nunca demonstradas 
ou provadas, a partir de dados e observações levantadas pelo pesquisador 
para servir como setas indicadoras da definição de objetivos, isto é, 
respostas de para que fazer? (objetivo geral) e para quem fazer? (objetivos 
específicos); 
c) esses objetivos serão atingidos mediante a execução de ações 
planejadas e desenvolvidas conforme uma metodologia científica que 
responde o como fazer?, de forma consistente com os cenários da 
pesquisa, os recursos disponíveis para sua execução e a finalidade ou 
aplicação esperada dos resultados.(TEIXEIRA, 2007, p.3) 
 
Na feitura do projeto de pesquisa alguns elementos são obrigatórios e 
outros não, também há casos de determinadas instituições adaptarem ou 
criarem um modelo de projeto para sua instituição. Assim nós iremos 
representar aqui na íntegra os elementos exigidos por cada autor na feitura de 
projeto de pesquisa. 
 
Projeto de Pesquisa – Modelo nº 01 
a) Dados de identificação, contendo: 
- Titulo (subtítulo) da pesquisa (ainda que em caráter provisório); 
- Tema; 
 22 
- área de conhecimento; 
- Subárea (consultar convenção CNPq – http://www.cnpq.br); 
-Órgão responsável *; 
- Órgão executor *; 
- Órgão financiador*; 
- Órgão interveniente (caso haja)*; 
- Duração da pesquisa; 
- Local de realização (da pesquisa); 
- Custo do projeto*; 
- Coordenador do projeto* (ou orientador, se for o caso), com suas 
credencias; 
- Pesquisador(es), com suas credenciais*; 
b) Resumo (informativo); 
c) Justificativa: motivos de ordem teórica que levam à realização da pesquisa, 
envolvendo a delimitação espacial e temporal do problema (dificuldade 
proposta que exige delimitação precisa, a fim de que se proponha uma 
solução, através de métodos e técnicas de pesquisa), bem como a descrição 
da situação ou realidade a ser pesquisada; 
d) Embasamento teórico, ou revisão bibliográfica, ou revisão da literatura; 
e) Delimitação do problema; 
- Objetivos: geral – delimitação clara do que o pesquisador pretende conseguir 
através de sua indagação; e específicos – derivados do objetivo geral, 
apresentam as distintas ações que se devem desenvolver para atingir o 
objetivo geral. Podem ser imediatos (os que se quer alcançar até o termino da 
pesquisa) e mediatos (os que se pretende alcançar em um prazo maior, que se 
estende mesmo após a pesquisa terminada); 
- Hipóteses: suposições provisórias que servem para tentar explicar o 
problema; 
- Variáveis: elementos ou características que variam em um determinado 
fenômeno; 
f) Procedimentos, 
- Amostragem, 
 23 
 - população: totalidade de indivíduos (não necessariamente seres 
humanos, podem ser objetos, por exemplo) que possuem as mesmas 
características para um determinado estudo; 
 - amostra: uma parte da população, selecionada de acordo com regra ou 
plano. 
- Instrumentos, 
 - descrição dos instrumentos: caracterização dos objetos utilizados para 
coleta de dados, como questionários, entrevistas, etc. 
 - aplicação dos instrumentos: detalhamentos sobre o modo como serão 
empregados os instrumentos e quem fará. 
- Levantamento e análise dos dados: modo como serão coletados e 
interpretados os dados; 
- Tratamento dos dados: procedimentos para tabulação (processo pelo qual 
se apresentam os dados obtidos em tabelas); 
g) Cronograma: indicação do tempo necessário para a realização de cada 
etapa da pesquisa; 
h) Referências. 
OBS.: Os itens com assinalados com asteriscos (*) se referem a projetos 
institucionais, sendo desnecessários em projetos relativos a investigações que 
resultam em trabalhos de conclusão de cursos, monografias, dissertações ou 
teses. 
Fonte: PRESTES, Maria Luci de Mesquita. A Pesquisa e a Construção do 
Conhecimento Cientifico: do planejamento aos textos, da escola à academia. 
São Paulo: Rêspel, 2003, p. 36-37 
 
 
Projeto de Pesquisa – Modelo nº 02 
Todo projeto de pesquisa possui capa com identificação do autor e 
instituição, curso e área de conhecimento a qual se destina, mas, como já 
enfatizamos, há diferenciações de itens exigidos, neste caso iremos nos 
respaldar nos autores Horn & Diez (2005) que ao nosso ver são mais didáticos 
na explicação da elaboração de um projeto de pesquisa. 
 
Um projeto de pesquisa é uma espécie de carta de intenção, de explicação 
da proposta do estudo que se pretende realizar; é o esboço que permite 
prever o lançamento para diante de uma busca teórica que se constitui em 
condição para qualquer nível de pós-graduação. Assim, configura-se como24 
o planejamento da pesquisa, enquanto a monografia é a sistematização 
(relatório) do processo e resultado da investigação. (HORN; DIEZ, 2005, 
p.69) 
 
Titulo: nome da pesquisa que será realizada. 
Tema: Esse item descreverá o objeto de estudo. Deverá evidenciar qual a 
pesquisa pretendida, elucidando o assunto a abordar, delimitando-o segundo o 
desígnio de um curso lato senso. Além disso, o tema deve ser redigido com 
objetividade, exprimindo globalmente a proposta. Dessa forma o tema é mais 
extenso do que o titulo, pois seu mister é esclarecer a intenção do estudo como 
sinopse prévia da monografia. 
Problematização: Problematizar é especificar um ponto para ser resolvido, 
aquilo que significa contenda, desavença, discussão ou conflito em relação à 
temática escolhida; portanto, é uma questão, um enunciado que interroga 
sobre como chegar a uma boa conclusão. Neste sentido, a problematização – 
antônimo da solução – descreve o aspecto negativo que a realidade mostra, e 
para modificá-lo resolvendo-o ou minorando-o, busca-se respaldo acadêmico 
através de um aprofundamento teórico. 
Justificativa: É constituída pela argumentação sobre a relevância do estudo. 
Destarte, na justificativa retomam-se problematização e objetivo geral, 
mostrando a importância da abordagem para encontrar o rumo pensado como 
solução da questão identificada. 
Objetivo Geral: De modo lato, o objetivo geral manifesta o rumo do 
conhecimento acadêmico desejado, abraçando pesquisa e monografia como 
proposta ampla. 
Objetivos específicos: Para o cumprimento do objetivo geral, os específicos 
devem manifestar as etapas previstas para complementar a finalidade 
almejada. Deve-se planejar um objetivo para cada segmento – capítulo, parte 
ou seção – da monografia. 
Objetivo: Manifesta-se objetivo como rumo do estudo, ou seja, do 
conhecimento acadêmico desejado. Uma vez que é “Projeto de Monografia”, 
seu objetivo deve refletir-se ao saber. Por isso são adequados os termos 
pesquisar, estudar, perquirir, investigar, inquirir, indagar, questionar, esclarecer, 
explicar, etc no lugar de melhorar o desempenho do aluno, alfabetizar, formar 
ou educar. 
 25 
Revisão de literatura (ou suporte teórico): Neste item – que posteriormente 
será ampliado e aperfeiçoado para construir o corpo de texto da monografia – 
deve-se elucidar a temática segundo os vários autores, relacionando-os. Uma 
revisão bem elaborada mostra as visões das autoridades sobre o assunto, as 
convergências e divergências dessas visões, como se fosse uma mesa 
redonda – a simulação de um colóquio entre os teóricos aos quais se teve 
acesso. 
Metodologia: O sentido da metodologia é facilitar o cumprimento dos 
objetivos. É preciso descrevê-la, esclarecendo quais os caminhos escolhidos 
para o estudo e sua sistematização, ou seja, projetando as possibilidades da 
travessia pretendida. A opção metodológica decorre do prisma sob o qual se 
observa o objeto e respalda a pesquisa. Assim, para uma pesquisa de campo, 
deve-se elucidar, com fundamentação teórica, sobre o universo que lhe é 
pertinente, os critérios de amostragem, os instrumentos de pesquisa, etc. Uma 
pesquisa documental deve prever as diversas fontes, categorizando-as 
segundo autores específicos. 
Cronograma: Este, em forma de texto ou tabela, consiste no planejamento das 
etapas de trabalho necessárias à construção do texto monográfico, distribuídas 
no tempo previsto para o estudo. Assim, é uma previsão do agenciamento das 
tarefas que permitirá alcançar os objetivos propostos, desde a escolha temática 
até a redação final. 
Referências: Todos os autores ou documentos aqui listados devem ter sido 
evocados no texto. Da mesma forma, todos os autores citados no texto devem 
estar aqui referenciados. 
 
Fonte: HORN, Geraldo Balduino & DIEZ, Carmem Lúcia F. Metodologia da 
Pesquisa. Curitiba: IESDE, 2005, p 69 -71 
 
Tonzoni-Reis (2006) acrescenta ao projeto de pesquisa o item 
hipótese(s) que vem logo após a formulação do problema (problematização). A 
autora conceitua hipóteses como sendo “indagações a serem respondidas na 
investigação, isto é, são respostas provisórias aos problemas de pesquisa e 
têm como função principal nortear as investigações” (p64). 
 26 
Luna (1999) afirma que qualquer que seja o referencial teórico ou 
metodologia empregada na pesquisa, essa deverá apresentar os seguintes 
requisitos básicos: 
1- a formulação de um problema de pesquisa, isto é, de um conjunto de 
perguntas que se pretende responder, e cujas respostas mostrem-se novas 
e relevantes teóricas e/ou socialmente; 
2- a determinação das informações necessárias para encaminhar as 
respostas às perguntas feitas; 
3- a seleção das melhores fontes dessas informações; 
4- a definição de um conjunto de ações que produzam essas informações; 
5- a seleção de um sistema para o tratamento dessas informações; 
6- o uso de um sistema teórico para interpretação delas; 
7- a produção de respostas às perguntas formuladas pelo problema; 
8- a indicação do grau de confiabilidade das respostas obtidas( ou seja, por 
que aquelas respostas, nas condições da pesquisa, são as melhores 
respostas possíveis ?); 
9- finalmente, a indicação da generalidade dos resultados, isto é, a 
extensão dos resultados obtidos; na medida em que a pesquisa foi realizada 
sob determinadas condições, a generalidade procura indicar 9 quanto 
possível) até que ponto, sendo alteradas as condições, podem-se esperar 
resultados semelhantes.(LUNA,1999, p. 16-17) 
 
O autor nos dá condições de entender a dinâmica que envolve a 
pesquisa ou ato de pesquisar, pois traz à tona uma reflexão acerca: do 
problema que será investigado, da metodologia que será utilizada na produção 
da investigação, e ainda, se os resultados obtidos são satisfatórios. Daí a 
necessidade de planejar as ações que envolveram a pesquisa em si. Planejar 
significa projetar, elaborar um projeto de pesquisa. 
Outro ponto vista que deve ser levado em consideração na feitura de 
uma pesquisa, seja na graduação, seja na pós-graduação, por um estudante 
(aprendiz), faz-se presente em dois aspectos fundamentais: 
1º - o tópico da pesquisa deve cair diretamente no âmbito cultural de sua 
graduação (secundariamente no da especialização); 
2º - o assunto deve surgir da pratica quotidiana que o pesquisador realiza 
como profissional. (TRIVIÑOS, 1987, p.93) 
 
Quando se elabora um projeto de pesquisa deve-se pensar em sua 
aplicabilidade e em sua viabilidade, logo não há como pesquisar algo a que 
não se tem acesso ou conhecimento de causa, ou ainda, realizar uma pesquisa 
partindo sem nenhuma base teórica que refute a necessidade de investigação. 
Outro fator que deve também ser considerado na feitura da pesquisa é que 
enfoque o pesquisador (estudantes – aprendizes) deseja seguir em sua 
investigação. 
 
Enfoque Positivista 
 27 
Tema: O Fracasso Escolar 
Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º 
grau da cidade de Porto Alegre, RS. 
Formulação do Problema: Existem relações entre o fracasso escolar das 
escola estaduais de 1º grau da cidade de Porto Alegre – RS – e o nível 
sócio – econômico da família, escolaridade dos pais, lugar onde está 
situada a escola, centro ou periferia, sexo dos educandos, anos de 
magistério dos professores e grau de formação profissional dos mesmos? 
 
Enfoque Fenomenológico 
Tema: O Fracasso escolar 
Delimitação do problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1º 
da cidade de Porto Alegre,RS. 
Formulação do Problema: Quais são as causas, segundo a percepção dos 
alunos repetentes, dos pais e dos professores, do fracasso escolar e o 
significado que este tem para a vida dos estudantes que fracassaram, 
segundo estes mesmos, os pais e os educadores das escolas de 1º grau da 
cidade de Porto Alegre – RS? 
 
Enfoque Dialético 
Tema: O Fracasso Escolar 
Delimitação do Problema: O fracasso escolar nas escolas estaduais de 1ºgrau da cidade de Porto Alegre – RS 
Formulação do Problema: Quais são os aspectos do desenvolvimento do 
fracasso escolar a nível local, regional e nacional e suas relações com o 
processo da educação e da comunidade nacional e como se apresentam as 
contradições, primordialmente, em relação ao currículo, formação e 
desempenho profissional dos professores e a situação de lugar da escola, 
centro ou periferia, dos alunos que fracassam, e especificadamente nas 
escolas estaduais de 1º grau de Porto Alegre – RS ? (TRIVINOS,1987, p. 
96-97) 
 
 
As colocações de Trivinos (1987) elucidam e norteiam a escolha e a 
elaboração de um projeto de pesquisa na área de ciências humanas e sociais, 
em que encontram-se mais pesquisas de cunho dialético do que positivista e 
fenomenológico (GAMBOA, 1999). 
Vale lembras aos aprendizes do fazer ciência, que há casos que os 
resultados de pesquisa viabiliza a feitura de um projeto de intervenção 
pedagógica ( no caso de ambiente os situações que envolva a aprendizagem) 
e intervenção social, mas vale ressaltar que também a casos que a feitura de 
projetos de intervenção vai ao encontro da solução ou minimização de 
problemas que fazem parte do cotidiano educativo ou social. Neste sentido o 
projeto contem as seguintes partes: 
 Corpo do Projeto: 
 Capa – contendo a identificação dos autores e titulo do projeto 
 Identificação: titulo, autor(es), biografia do autor(es), local e endereço 
completo, período de execução, legalidade – qual a legislação que 
 28 
ampara a execução do mesmo, no caso de pessoa jurídica CNPJ dentre 
outros documentos, parceiros – quando há parceria com instituições 
publicas e particulares nomes de todos e endereço, publico alvo; 
 Introdução: fazer um pequeno preâmbulo acerca do projeto e sua 
viabilidade junto a comunidade alvo; 
 Justificativa / Problema: deixar bem claro como surgiu a idéia da 
feitura do projeto e qual a sua utilidade junto a comunidade escolar, do 
bairro X, da instituição Y, é bom colocar dados oficiais ( resultados de 
pesquisas de cunho qualitativo ou quantitativo do MEC, IBGE, Fundação 
Getulio Vargas, Fundação Airton Sena dentre outros ) que venham 
comprovar a elaboração e aplicação do projeto; 
 Objetivos: geral e específicos que se pretende alcançar na execução do 
projeto junto a clientela alvo; 
 Metas: qual o objetivo do projeto a curto e a longo prazo; 
 Suporte Teórico: é importante discorrer sobre a problemática que se 
deseja intervir e a possível solução ou minimização do mesmo, para que 
se saiba da intimidade do(s) autor(es) no tratamento do problema; 
 Metodologia: o autor(es) deve(m) expor os passos de execução do 
projeto de forma didática, para que se entenda sua operacionalização; 
 Recursos Materiais e de Serviços : aqui deve-se dividir em recursos: 
financeiros, didáticos, serviços, material de expediente etc..., contendo 
planilha de custo a ser gasto do inicio ao fim do projeto; 
 Cronograma de Execução; 
 Avaliação: o autor(es) deve(m) construir um ou vários instrumentos de 
avaliação do projeto como um todo como forma de registro de sua 
aplicabilidade junto a clientela alvo; 
 Referencial: livros, periódicos dentre outros materiais utilizados na 
elaboração do projeto em alguns caso monta-se um portfolio do projeto. 
 
 29 
3 TEXTOS CIENTÍFICOS: TIPOS E APRESENTAÇÃO NORMATIVA. 
O “fazer ciência” no espaço-tempo da academia engloba alguns 
aspectos normativos que auxiliam o aprendiz a (re)produzir conhecimentos 
científicos. Neste intuito nos respaldamos em Rother & Braga (2001), Pestes 
(2003), Conduru & Moreira (2004), Rangel et al (2005), Horn & Diez (2005), 
Corrêa & Aviz (2006), Tozoni-Reis (2006), Normalização de Trabalhos 
Acadêmicos (2006) e Teixeira (2007). 
3.1 - Tipos de textos científicos 
Fichamento: É a transcrição dos trechos mais importantes de um livro. 
Sugere-se para se fazer um fichamento ler pelo menos duas vezes o livro para 
marcar o que for mais importante, buscando destacar sua essência, seu 
objetivo principal. Após a leitura, deve-se transcrever os trechos marcados 
sem, contudo, alterar nenhuma palavra. Os trechos marcados devem ser 
copiados exatamente como o autor escreveu. 
O fichamento é utilizado na construção de textos científicos, pois permite 
que o pesquisador faça o levantamento de bibliografias e de autores que 
discutem sua temática de investigação, conseqüentemente montando um 
acervo bibliográfico. A apresentação do fichamento é feita em ficha de leitura. 
 
Resenha: A resenha compõe o grupo de metodologias de estudo adotadas na 
academia para assegurar as idéias contidas em uma obra acompanhada de 
uma análise sobre a mesma. Definir o autor e analisar suas idéias são 
condições necessárias para se elaborar uma resenha. O cabeçalho de uma 
resenha deve estar contido na parte superior da página. 
 
Resumo – O resumo se constitui da mesma maneira do fichamento, e traz 
somente as idéias do autor do livro. Porém, no resumo deve-se escrever com 
as próprias palavras as idéias do autor de forma sucinta. Temos o resumo 
informativo que tem a finalidade de difundir informações contidas em livros, 
artigos ou outros documentos dando condições ao possível leitor a visão geral 
do livro, do relatório de pesquisa dentre outros. 
 
 30 
Artigo científico – Este instrumento é utilizado na e pela academia, e 
apresenta também um referencial científico por conter alguns pré-requisitos 
necessários que asseguram a cientificidade da argumentação utilizadas no 
mesmo. Por este motivo, o artigo é indicado para ser utilizado em revistas e 
periódicos especializados. Em sua construção o mesmo segue os seguintes 
pré-requisitos: 
1- Tema / título; 
2- Nome do autor(es) do artigo; 
3- Resumo e palavras – chave em português e inglês (abstract); 
4- Na primeira página faz-se uma nota de rodapé indicando a procedência do 
artigo e identificando as credencias do autor(es) do artigo; 
5- O texto do artigo é seguido e contém introdução à temática que será 
discutida, desenvolvimento dessa temática e conclusão. Pode o texto ser 
separado com sub-itens é obrigatório embasamento teórico com citações 
curtas ou longas seguindo as normas de citação da ABNT; 
6- No final do texto, fazem-se referências do material bibliográfico utilizado, 
seguindo as normas da ABNT. 
 
Paper: É um pequeno artigo científico, embora não apresente subdivisões, 
constituindo-se em um texto unitário que não deve ultrapassar dez páginas. 
Destina-se à apresentação e à comunicação em congressos, simpósios, 
reuniões científicas dentre outros, sujeitos à aceitação por julgamento. 
 
Ensaio: Neste o(s) autor(es) desenvolve(m) uma proposta pessoal (visão) 
sobre um determinado assunto, partindo de pressupostos já existentes no meio 
cientifico. A finalidade é de expressar a independência com relação ao assunto 
discutido na elaboração. 
 
Relatório técnico-científico: É um tipo de relatório (documento) que relata 
formalmente os resultados obtidos ou progressos alcançados em uma pesquisa 
ou que descreve a situação de uma questão técnico-científica dessa pesquisa. 
 
Dissertação: Destina-se à obtenção do titulo de mestre, tendo como principal 
característica o aprofundamento, a sistematização de conhecimentos já 
 31 
apresentados e argumentados com imparcialidade; o tratamento e o 
fechamento de uma questão cientifica. 
 
Tese: Uma tese deve identificar, situar, tratar e fechar, de maneira 
aprofundada, uma questão cientifica inédita. Destina-se à obtenção do titulo 
acadêmico de doutor. 
 
Monografia: É um texto resultante de uma pesquisa científica, uma monografia 
traz a identificação, o posicionamento, o tratamento e o fechamento de um 
tema (problema) discutido com embasamento teórico aprofundado. Sua 
produção é orientada por um professor (orientador) com o título acima de seu 
orientado, ou seja, na graduação o professor deverá nomínimo ter o titulo de 
especialista na área de discussão do trabalho que será orientado, na pós-
graduação (especialização) o titulo de mestre, no mestrado, doutor, no 
doutorado pós-doutorado, para que assim o orientador possa contribuir na 
feitura e formação da pesquisa de seu orientando. 
Nos cursos de graduação é comum de se utilizar o termo trabalho de 
conclusão de curso – TCC, que se entrega no final do curso, sendo um pré-
requisito para a obtenção do grau de Pedagogia, Licenciado Pleno em Letras, 
Bacharel em Ciências Sociais – com ênfase em Sociologia dentre outras áreas 
do conhecimento cientifico. 
 
Portfólio: O portfolio é uma seqüência estruturada e sistematizada de imagens 
(fotos), figuras, gráficos, tabelas, idéias, textos. Deve ser constituído apenas 
por um foco (ciência) para que haja uma vinculação e uma seqüência lógica 
entre as partes (textos e etc) nele contidas. O portfólio apresenta a seguinte 
estrutura: considerações iniciais, desenvolvimento e considerações finais. 
3.2 - Apresentação Gráfica de Textos Científicos 
Formação Básica 
 
3.2.1 - Impressão 
 
 32 
O papel de impressão das monografias de conclusão de curso e demais 
trabalhos acadêmicos deve ter o tamanho 210x297mm (modelo A4), ser branco 
e apresentar boa qualidade de absorção da tinta. Há casos de cursos 
(universidades) que aceitam outra cor de papel em tom claro (papel tipo vergê) 
A impressão deve ser feita somente em um dos lados do papel, com 
exceção da folha de rosto cujo verso deve conter a Ficha Catalográfica. A 
impressão do texto principal deve ser feita em tinta preta, podendo serem 
empregados tons de cinza na formatação dos títulos; outras cores, mormente 
as mais vivas, devem ser de uso restrito às eventuais ilustrações, fotos e 
tabelas contidas no texto. 
Toda tabela, ilustração, figuras, fotos (imagens) devem conter título, 
serem numeradas e conter fonte bibliográfica, no caso de pesquisa de campo 
cita-se o locus de investigação e o período de realização. As tabelas 
apresentarão numeração seqüencial desde a primeira até a ultima contida no 
texto científico. Vale lembrar ao pesquisador iniciante que as possíveis 
ilustrações que utilizem em seu texto (tabela, gráfico, foto, figura dentre outras) 
precisam de numeração especifica. Exemplo: caso o texto contenha 5 tabelas, 
durante o texto todo a contagem irá até cinco, é claro, as fotos em numero de 7 
são numeradas de forma independentemente, logo terão a numeração até 
sete. 
 
- Listas de gráficos, ilustrações etc. 
As listas são sumário elementos que não os títulos dos capítulos, tais 
como gráficos, mapas, tabelas, ilustrações etc; evidentemente, a necessidade 
de uma lista vai estar condicionada à existência desses componentes. 
 
3.2.2 - Encadernação 
A encadernação serve para facilitar o manuseio e a conservação das 
laudas da monografia e deve ser feita, preferencialmente, com mola espiral e 
com o emprego de capas plásticas, sendo a primeira branca e transparente, e 
a última, preta e opaca, ou ainda, encadernação em capa dura (tipo livro) 
quase sempre solicitada em cursos de pós-graduação. 
Depois de aprovada a monografia, o aluno deverá depositar um volume 
da versão definitiva em disquete ou CD no formato Word e entregar junto com 
 33 
o material impresso e encadernado à coordenação de curso ou ao professor 
orientador que a encaminhará à biblioteca da instituição. 
 
3.2.3 - Margens 
Adotam-se as seguintes margens-padrão na visualização da 
configuração da página do Word: lado esquerdo 3cm, lado superior 3cm, lado 
direito 2cm e lado inferior 2cm. No caso da fonte deve ser utilizada, para o 
corpo da monografia (ou qualquer outro trabalho científico), as fontes Times 
New Roman ou Arial , estilo normal, tamanho 12. 
 
- Espaçamento 
Usar preferencialmente espaço 1,5. O fim de uma seção e o cabeçalho 
da próxima são separados por 2 espaços de 1,5 entrelinhas. As citações de 
mais de 3 linhas, as notas de rodapé, as referências, as legendas das 
ilustrações e tabelas, a ficha catalográfica, a natureza do trabalho, objetivo, o 
nome da instituição a que é submetida, a área de concentração devem ser 
digitadas em espaço simples. As referências, que ficam no final do trabalho 
devem ser separadas entre si por dois espaços simples. 
3.2.4 - Paginação 
As páginas são contadas a partir da folha de rosto, mas não são 
numeradas. As numerações começam a partir do inicio do texto, ou seja, da 
Introdução ou Considerações Iniciais e sempre começando com um número 
ímpar. Os números da paginação ficam no canto superior do lado direito da 
folha em algarismos arábicos. Referências, anexos, apêndices, glossário e 
índice devem ser incluídos na numeração seqüencial das páginas do texto 
principal, ou seja, as páginas que compõem o trabalho seguem duas 
numerações: 
- os elementos pré-textuais recebem numeração em algarismos romanos, 
colocada no centro da margem inferior das páginas. Tal contagem é iniciada 
com a folha de rosto, mas esta, por questão de estética, não recebe número; 
- o texto principal recebe numeração em algarismos arábicos, colocada na 
margem superior direita (junto ao cabeçalho, se houver). A numeração irá 
aparecer a partir das Considerações Iniciais (introdução). 
 34 
 
 
- Numeração Progressiva 
 
- Capítulos e Seções 
A divisão da monografia em capítulos, seções, dentre outras, tem por 
objetivo facilitar a identificação de partes do texto integral, quer para despertar 
a atenção do leitor para a idéia central do trabalho, quer para facilitar a sua 
localização. 
Sendo assim, não existem regras fixas para sua determinação – divide-
se um texto em capítulos (apresentação em negrito, fonte 14) e sub-capítulos 
(apresentação em negrito, fonte normal do texto - 12) quando o autor entender 
necessário, conforme perceba que o tema mereça destaque. Não se nomeiam 
como capítulos a introdução e a conclusão. 
As seções são classificadas como: 
Seções primárias: Principais divisões de um texto (denominadas “capítulos”) e 
são formatadas em caixa alta, negritadas. Por serem as principais divisões de 
um texto, devem iniciar em páginas diferentes. 
As seções primárias podem ser divididas em seções secundárias; as 
secundárias, em terciárias; as terciárias, em quaternárias, etc. 
Seções secundárias: divisão do texto de uma seção primária. São formatadas 
em caixa alta sem negrito. 
Seções terciárias: divisão do texto de uma seção secundária. São formatadas 
em caixa baixa com negrito. 
Seções quaternárias: divisão do texto de uma seção terciária. São formatadas 
em caixa baixa sem negrito. 
Seções quinárias: divisão do texto de uma seção quaternária. São formatadas 
em caixa baixa com negrito. 
Os títulos dos capítulos e de suas seções (tantas quantas houver) são 
apresentados em parágrafos com alinhamento justificado, espaçamento entre 
linhas simples, com recuo especial de deslocamento, fontes e espaços 
variados conforme seu nível, recebendo numeração em algarismos arábicos. 
3.2.5 - No tocante ao uso de aspas, negrito, itálico e sublinhado 
 
1- o emprego de aspas para destacar transcrições de textos; 
 35 
2- o uso do itálico para destacar palavras ou frases em língua estrangeira; 
3- o emprego do negrito para destacar o nome de uma monografia ou um de 
um capítulo ou subtítulo, bem como palavras de efeito e expressões principais 
contidas em um parágrafo; 
4- o uso do estilo sublinhado somente para destacar links (vínculos) 
empregados em informática. 
3.2.6 - No caso dos parágrafos 
- Normal: o parágrafo normal deve apresentar a seguinte formatação: 
- citação no corpo do texto 
As citações de fontes de consulta com até 3 linhas hão de ser lançadas 
no mesmo parágrafo em que são referidas e são identificadas por aspas, sem 
alteração na dimensão e na apresentação da fonte. No final da citação coloca-
se a fonte bibliográfica da citação utilizada. Exemplo:(CORRÊA & COSTA, 
2007, p. 22), coloca-se a pagina da citação, pois esta se encontra com parte do 
texto idêntico ao do autor. 
Sendo as citações mais longas, acima de 3 linhas, não devem ser 
inseridas no texto normal, mas destacadas em parágrafo especial, em fonte ou 
ponto menor que a do parágrafo normal (fonte 10), com recuo de 4cm do texto 
normal e no final da citação identificar a fonte bibliográfica (autor (es), ano: 
página). 
- notas de rodapé 
Empregam-se notas de rodapé para a inclusão de textos e explicações 
de importância não essencial para a compreensão do texto principal, remissões 
a outras partes do trabalho (referências cruzadas), advertências, bem como 
para indicações bibliográficas, transcrições e idéias contidas em outros 
trabalhos. 
A citação em nota de rodapé apresentará numeração seqüencial desde 
a primeira até a última, com apresentação da fonte bibliográfica, com fonte 10 e 
espaçamento simples. 
 
 36 
3.2.7 - Títulos 
Título é a designação que se põe no começo da monografia de suas 
partes, capítulos e seções, e que indica o tema-objeto do texto a seguir, 
servindo para facilitar a identificação do trabalho ou de parte dele. 
- Título da monografia 
O título da monografia é inserido na folha de rosto, na seguinte 
formatação: 
 Parágrafo: centralizado verticalmente; espaçamento entre linhas: um e 
meio sem recuos; 
 Fonte: tamanho 16 ou 14, negrito, todas maiúsculas e subtítulo quando 
houver em letra minúscula. 
O título da monografia, evidentemente, não recebe qualquer numeração, 
pois é único. 
 
3.2.8 - Estrutura da Monografia (como sugerida pela ABNT para 
apresentação de Trabalhos acadêmicos e científicos) 
 
Quadro nº 01 - Elementos Pré-Textuais 
 
 
 
Capa (obr.) 
Proteção externa, que reveste o trabalho, geralmente 
padronizada pelos cursos / universidades, ou seja, a capa deve 
ser do mesmo tamanho das páginas do corpo do trabalho (A4), 
de plástico transparente branco, para melhor proteger o 
documento e para permitir ao leitor a visualização da folha de 
rosto. Uma capa também deve ser posta após a última página 
do trabalho, com o mesmo escopo de proteção e manuseio; 
esta, todavia, deve ser de cor escura, de preferência preta, e 
opaca. 
Lombada (op.) Informações externas do autor, título. 
Folha de rosto (obr.) Contêm elementos essenciais ao trabalho: título e subtítulo da 
obra; autor; cidade e ano. 
Ficha Catalográfica 
(verso da folha de rosto) 
Contêm todas as informações da folha de rosto juntamente com 
nome da instituição, tipo de trabalho acadêmico, código de 
catalogação, etc. 
Errata (op.) Elemento eventual, é uma lista das folhas e linhas, onde 
ocorreram erros seguidas das devidas correções 
Folha de Aprovação (obr.) Contêm os elementos da folha de rosto; data de aprovação e 
nome dos membros da banca examinadora. 
Dedicatória (op.) Contêm o oferecimento do trabalho a determinada pessoa ou 
pessoas, a critério do autor. 
 37 
Agradecimentos (op.) O autor faz agradecimentos a pessoas e/ou instituições; 
Epígrafe (op.) O autor inclui uma citação ou pensamento; 
Resumo Nacional (obr.) É a apresentação concisa do texto, destacando os aspectos de 
maior interesse e importância; 
 
Resumo Estrangeiro (obr.) É a versão do resumo em português para um idioma 
internacional (inglês – Abstract, em francês – Resumée,...) 
Lista de ilustrações (op.) Recomenda-se a elaboração de lista própria para cada tipo de 
ilustração (quadros, fotografias, gráficos, etc.) 
Lista de Tabelas (op.) Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto. 
Lista de abreviaturas e 
siglas (op.) utilizadas no 
texto. 
Consiste na relação alfabética das abreviaturas e siglas 
Lista de símbolos (op.) Elaborado de acordo com a ordem apresentada no texto, com o 
devido significado. 
Sumário (obr.) Inclui as seções e partes em que se divide o trabalho, facilita 
consulta ao documento. 
Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006: p.8) 
 
Quadro nº 02 - Elementos Textuais 
 
Introdução ou 
Considerações iniciais 
Parte inicial do texto, que apresenta os objetivos da obra, o 
método de trabalho ou de pesquisa, etc. Recomenda-se uma 
breve descrição das partes de que se comporá o 
desenvolvimento. 
Desenvolvimento ( 
discussão da temática em 
capítulos e seções) 
Parte principal do texto, que contém a exposição ordenada do 
tema enfocado. O desenvolvimento do trabalho, divisível em 
capítulos, é a parte principal da monografia. É ali que o autor 
faz uma retrospectiva da situação problemática, como ela vem 
sendo tratada pela comunidade científica (doutrina, 
jurisprudência etc.), elabora sua crítica e apresenta suas teses, 
explicando, detalhadamente, suas conclusões. No corpo do 
texto principal, podem ser inseridos elementos gráficos, fotos, 
ilustrações etc., desde que sejam essenciais para a sua 
compreensão; caso contrário, estes devem ser inseridos como 
anexos. 
Conclusão ou 
Considerações Finais 
Parte final do texto, contendo as considerações finais de 
impressão do pesquisador. A conclusão da monografia destina-
se à memorização e fixação das principais partes do trabalho 
ou à articulação delas com o propósito inicial da pesquisa. É 
usual que o autor faça uma síntese das conclusões parciais a 
que chegou, podendo apresentá-las por meio de tópicos 
concisos. 
Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006:p9) 
 
 38 
Quadro nº 03 - Elementos Pós-Textuais 
 
 
Referências 
Relação das pesquisas realizadas sobre o tema abordado em 
ordem alfabética. Em caso de repetição de nomes de autores 
ou de monografias com edições diferentes, o texto repetido 
deve ser substituído por um travessão de 5 espaços seguido de 
um ponto: 
Glossário (op.) Lista em ordem alfabética de palavras pouco conhecidas com 
os seus devidos significados. 
 
Apêndices (op.) 
Matéria adicional, acrescentada no fim da monografia a título de 
esclarecimento, que pode servir de apoio ao mesmo: 
questionário de pesquisa, roteiro de entrevista etc... 
Anexos (op.) Material adicional no final do texto. 
 
Índices (op.) 
Relação detalhada no final do trabalho incluindo as listas de 
autor, título ou assunto. Normalmente os índices somente são 
empregados em trabalhos de maior corpo, com mais de 50 
laudas. 
Fonte: Teixeira (2007) e Normalização e Estrutura de Trabalhos Científicos (2006, p.9) 
 
3.2.9 - Citações em Documentos 
 
É a forma de fazer menção em um texto de uma informação colhida em 
outra fonte (livro, periódico, jornal, vídeo, etc.). Os dados da publicação citada 
devem identificar a obra de modo a facilitar sua localização. As citações podem 
aparecer no texto, ou em notas de rodapé. As regras gerais de apresentação 
são: 
- Quando a citação for no corpo do texto, o sobrenome do autor, a instituição 
responsável ou título incluído na sentença devem ser em letras maiúsculas e 
minúsculas e, quando estiverem entre parênteses, as letras são maiúsculas; 
- Quando a citação for direta, é preciso especificar, após a autoria, o ano 
seguido de vírgula e a página da citação. Na citação indireta a indicação da 
página é opcional; 
- As citações diretas de até três linhas devem vir entre aspas duplas no texto. 
As aspas simples indicam citação dentro de outra citação; 
- As citações diretas, no texto, com mais de três linhas, devem ser destacadas 
com recuo de 4 cm de margem esquerda com letra menor que o texto e sem as 
aspas; 
 39 
- Quando os dados obtidos forem por informação verbal (palestras, debates, 
entrevistas) é preciso informar entre parênteses a expressão “informação 
verbal”, mencionando-se os dados disponíveis em nota de rodapé. 
 
 Citações Diretas 
 
São transcrições extraídas do texto consultado, respeitando-se as 
características formais. Exemplos: 
Para Bogdan & Biklen (1994, p. 30), a “investigação qualitativa a fonte 
direta de dados é o ambiente natural, constituindo

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