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ccA Astrologin e uma cienciQ imensa e que retnou nas mais altas inteligencins.~,. BALZAC MAN PMTICO Eis um livto fundamental, escrito pot uma das mundialmente mais reputQdas autotidades sobte Astrologia: Andre Batbault, autot dn celebte colec~cio «Zodlncou. Ap6s dez:enas de anos em que estudou milhcues de temas, tendo esctito inumetos estudos, Bcubault chegou a um grau de conhecimento que quis e:xpot Aesta obra. Sendo este livro um ttatado ptcitico Gle Astrologia, podetci set lido pot um ptincipiante, que aprenderci a tratar um tema, a movimentar-se com facilidade nos signos, sectotes, planetas e as- pectos, e depois a interptetci-los. ccNdo se deve espetat da Astrologia mais do que ela pode dnt,.,., di.z Andre Barbnult, que npenas ptetende mosttat onde ela e insubstitulvel, onde deve cnlnr-se e onde deve set julgadn inci- piente. 6 ccSe QS pesSOQS cuja insttU<jclO deiXQ Q desejar tem julgado que podem fazer troc;a da Astrologia, considerando-a como uma pseudociencia hci muito li- quidada, essa astrologia, remontando da alma po- pular, velt<il hoje & apresent&r-se as portas das uni- versidades que deixou hci tres S4h:ulos.u c. G. JUNG Portas do Desconhecidoe I 66 I PORTAS DO DESCONH6C'ItDQ MANUAL PR.ATICO DE ASTROLOGIA obras publicadas nesta colecfao 1- A.f PossessfJes Diab6licas, Roland Yilleneuve 2- A Ciencia face aos Extraterrestres, Jean-Claude Bourret 3 - A Teiepatia e os Reinos Invisivel.s, Rene Bertrand 4- Profetas, Videntes e Astr6Jogos, Pa,s.. cale Maby 5- A Vida depois da Morte- Novas Pesquisas Parapsiquica.s, Alain Sotto e Yarinia Oberto 6- Os Segredos da Alquimia, Axnold Waldstein 7 - Lobsang Rampa - 0 Enigma, Alain Stank:e 8-Os Segredos da Magia, Prof. D'Axb6 9- OVNI- 0 Fim do Segredo, Robert Roussel 10- 0 Enigma dos Monstros do Loch Ness, Jean Berton 11 - Astroiogia, Karma e Transforma- ~oes, Stephen Arroyo 12 - A V erdade sob re as Profecias, Alan Yaughan 13 - A Parapsicologia, Prof. H. van Praag . 14- No Rasto de ... Civiliza~oes Perdi- das, Alan Landsburg 15- No Rasto de ... Os Extraterrestres, Alan Landsburg 16- No Rasto de ... Feiti~aria e Artes Magicas, Alan Landsburg 17- No Rasto de .. . Fen6menos Estra- nhos, Alan Landsburg 18- No Rasro de ... Mitos e Monstros, Alan Landsburg 19- No Rasto de ... Pessoas Desaparect- das, Alan Landsburg 20- No Rasto de ... Misterios Antigos, Alan Landsburg 21 -No Rasto de ... Seitas e Sociedades Secretas, Alan Landsburg 22- JO. Vivemos antes, Dr.!! Edith Fiore 23- 0 Triiinguio das Bermudas, Base Secreta dos 0 V NI, Jean Prachan 24- Buracos Negros; o Fim do Univer- so?, John Taylor Z5 - Os Oitimos Dias do Mundo, Pierre Kohl er 26- Os Extraterrestres, Marie-Therese Guinchard e Pierre Paolantoni 27- Civiiiza~i;es Submersas, Se.rge Ber- tino 28- As Seitas Luciferinas de Hoje, Jean- PauJ Bourre 29- Dicionario de Agouros e Supersti- ~oes, Philippa Waring 30- N6s Somos a Geraf:iio do Terramo- to, Jeffrey Good.man 31 -A Ordem Rosacruz, Ant6nio Mon- teiro 32- Dia do Juizo 1999 d. C., Charles Berlitz 33- Quando a Atldntida Ressurgir, Ro- ger Facon 34 - As M issas N egras, Pierre Topff,.er ., 35- Os MapaJI do Desconhecido- Os SegnJdos dos Portulanos, R.emy Chauvin 36- A Radiestesia- A Vida e os Cam- pos Magmiticos, P.0 Jean Jurion 37- Para alem da Morte, !sola Pisani 38 - 0 Ocultismo- A Revel(lfiio da Ciencia dos Magos 39- 0 Enigma dos Maias, P. Guirao 40 - 0 Decimo Segundo Planeta. Zecha.- ria Sitchin 41 - Renascer apos a Morte, Jean Fran.· cis Crolard 42 - Os M ensageiros do Cosmo, Maurioe Chatclain 43 - A Derradeira Catastrofe - Desloca- fiiO Polar, John Whlte 44- As Voz;es dos Vivos de Ontem- Comunica~oes corn o Alem, Oa- brielle Alvizi 45- Civiliza~oes Extraterrestres, Isaac .Asimov 46- Apari~oes Fantasmas e Desdobra,. mentos, Danielle Hemm611. e Alex Roudene 47 - As Cidades do Diluvio, Jean-Claude Perpere 48- Ovni - Arma Secreta, M.arcello Coppetti 49 -No Rasto de ... As Antigas Astrono- mias, Dr. Edwin C. Krupp SO- As Profecias de Nostradamus, Serge Hutin 51 - Sacerdotes ou Astronautas?, An.dreaa Faber Kaiser 52- Sem Rasto ... 0 Misterio do Tridn- guio das Bermudas, Charle.s Berlitz 53 - Animais Fantasticos, Janet e Colin Bord 54- No Ra.sto de ... Os Nossos Antepas.- sados C6smicos, Maurice ChAtelain 55- 0 Culto do Vampiro, Jean-Paul Bourre 56- No Rasto de ... Misticos e Magi.cos do Tihete, Alexandra David-Neel 57 - Ovni- Terra, Pianeta sob Contro- Jo, Guy Tarade 58- 0 Que Eles Viram ... No Limiar da Morte, Dr. Karlis Osis e D.r. Erlen- dur Haraldsson 59 - 0 Segundo Planeta, Umberto Co- lombo e Giuseppe Turant 60- No Rasto de... As Aparic~es da Virgem Maria, Kevin Maclure 61 -No Ra.sto de... Os Astronautas do Passado, Zecharla Sitchin 62 -A Estrategia dos Deuses- A Oitar va Maravilha do Mundo, Erich vo.n Diinik.en 63- 0 Fen6meno das Aparifoes, Erich von Diiniken 64- No Rasto de... Objectos Voadores Niio ldentificados, Hilary Evans. 65 -No Rasto de ... Estranhos Sequestros, John Rimmer 66- Manual Pratico de Astrologia, An- dre Barbault / ANDRE BARBAULT • , . MANUAL PRATICO DE ASTROLOGIA PUBLICA{)QES EUROPA-AMERICA Titulo original: Traite Pratique d' Astrologie Tradu9iio de Maria Gabriela de Bragan9a Capa: estudios P. E. A. Editions du Seuil, 1961 Direitos reservados por Publica9oes Europa-America, L.da Nenhuma parte desta publica9ao pode ser re- produzida ou transmitida por qualquer forma ou por qualquer processo, electr6nico, mecanico ou fotogrdfico, incluindo fotoc6pia, xeroc6pia ou grava9iio, sem autoriza9iio previa e escrita do editor. Exceptua"se naturalmente a transcri9ii.o de pequenos textos ou passagens para apresen- ta9iio ou critica do livro. Esta excep9ii.o niio deve de modo nenhum ser interpretada como sendo extensiva a transcri9ii.o de textos em reco- lhas antol6gicas ou similares donde resulte pre- juizo para o interesse -pela obra. Os transgres- sores silo passiveis de procedimento judicial. Editor: Francisco Lyon de Castro PUBLICA90ES EUROPA-AMERICA, L.DA Apartado 8 2726 MEM MARTINS CODEX PORTUGAL Edi9iio n.o 132066/4148 Execu9ao tecnica: Grafica Europam, L.da Mira-.Sintra- M em Martins Dep6sito legal n.2 13256/86 IN DICE Algumas opinioes sabre a astrologia lntrodufao . . . . .. .. . ... . . . . . . . .. . .. Primeira parte: Os dad os .. Oa~prtulo I. A 'Carta :do oeu ... Esfera 1errestre e esfera celeste, 19. As coordenGJdas terrestres As coordenadas celestes ... Coordenarlas equatori:ais: declina~ao e ascensao recta, 21 . - Co'Or- denadas eolipticas: latitude e longitude, 22. - Coordenadas hori- zontais: altura e azimute, 26.- A esfera Ioc:al, 27. Pag. 9 13 19 19 20 21 0 calculo do tema natal .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . . . . .. .. . 29 0 problema da hora, 30. - A hora loeta!l, 30. - A hora de Greenwich, 30.- A domifioa~ao, 31. -As posi~oes planetarias, 34.- Os aspectos, 37.- A representa~ao do tema, 39. Capitula II. Verifica9oes e pro;v.aJS Catpitulo HI. As determinantes terre·srt:res .. . As qualidades elementares . . . . . . . . . . .. Quente, 60. - Froio, 61. - Humido, 61. - Seco, 61. Os element os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. A Agua, 62. - 0 A:r, 62. - 0 Pogo, 63.- A Terra, 63. 42 56 60 62 Segunda parte: Os teclados simbolioos Capf.tulo IV. 0 Zadiellco ..... ........... .. 0 Carneiro, 71. - 0 Tooro, 73. -Os Gemeos, 75.- 0 Caran~ guejo, 77.- 0 Leao, 79.- A Virgem, 81.- A Balan9a, 85.- 0 Bscorpiao, 87.-0 Sagitario, 90.-0 Capric6rnio, 92.-0 Aquario, 94. - Os Peixes, 97. Capftulo V. As Casas Cwpitulo VI. Os P1anetas 0 Sol, 108.- A Lua, 109.- M:ercurio, 110.- Venus, 1'12.- Marte, 113.-Jupiter, 114.-Saturno, 1.15.-Urano, 117.- Neptuno, 1<18. - Plutao, 119. Capftulo VII. Os p11llnetas nos signos· Lua, 125.- Mercurio, 127.- Venus, 130.- Marte, 133.- Jupi~ter, 136.- Saturno, B8.- Urano, 141.- Neptuno, 142.- Plu- tao, 143. 67 70 100 103 121 Capftulo VIII. Os pllaneiJas ll1'9S s·ecto·res . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 Sol, 144.- Lua, 146.- Mercurio, 148.- Venus, 150.- Marte, 152.- JupiteT, 155.- Saturno, 157.- Ur.ano, 161.- Neptuno, 162.- Plutao, 1t63. Cwpitulo IX. Os a~pectos Natureza dos aspectos, 166.- Materia dos aspectos, 169.- Orien- t;a9ao dos aspectos, 170. - Interpreta9ao dos aspectos, 17.1. - Signif1ica9a'O· doo aspectos, 172. Terceira parte: As interpret~es Caipftulo X. A douninante ....... .. As investiga96es, 187.-0 prindpio da investiga9ao·, 189.- Os silstemas .c:onstelados, 194. Carlos V, 196. - Carlos VI, 198. - Carlos VII, 200. - Lufs XI, 201.- Carlos VIII, 203.- Luis XII, 204.- Francisco• I, 205.- Henrique II, 208. - Catarina de Medicis, 210. - Fnancisoo II, 212.- Carlos IX, 213.- Henrique Ill, 215.-Henri.que IV, 217. - Lufs XIII, 220. - Richelieu, 222. - Mazartin, 223. - Luis XIV, 225. -CoUbert, 227. -Lufs XV, 228. -Lufs XVI, 231.- Ma-ria Antonieta, 234.- Robespierre, 235.- N:apoleao I, 237.- Luis XVIII, 238.- Carlos X, 239.- Luis Filipe, 241.- Napoleao m, 242. 165 185 185 Capftulo XI. A dettermina~ao . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . .. . 244 Urn (m:ico pla•neta num sector, 246.- Varios planetas no mesmo secto , 252.- A regencia, 255.- Os aspect-os, 256. Capftullo XII. Silntese da interpreta~ao· 260 A saude, 262. -A fiortuna, 263.- 0 exito, 264. - 0 amor, 264. CapftuJo XITI. Diagn6stko d'o :tempo dos acont·ecimentos ... 267 As direcfoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 As direcc6es primarias, 268. -As direcc6es simb6licas, 271. -As direcy6es s:ecundarias, 271. Os transitos Que e urn trans.ito?, 274. -A importanci'!, 275. -A manifesta- cao, 277.- A natureza, 280.- Class'ificacao tipol6gica, 281.- Pontos receptores, 283.- Pontos emissores, 284.- lndividualiza- cao do progn6stico, 286. -A visao sintetica, 290. As revoluroes solares Ca.pftulo XIV. DaiS aifinidades de·ctivas As oonjunc;Oes, 298.- Os aspectos, 299.- As repetic6es, 300.- As sobreposic6es, 300. Capitu~o XV. Prohl,ea:DJas de inte.rpreta9ao ........... . Os falsos 'problemas, 304. -Os problemas perifericos, 306. -Os problemas essenciais, 309. 274 295 298 304 Bibliografia sumaria ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 315 '1>1'~1···· ,..,, ALGUMAS. OPINI()ES SOBRE A ASTROLOGIA ARIST6TELES: <<Este mundo esta l:iJgado duma maneira necessaria aos movimentos: ·do mundo superior. Todo o poder no nosso .mundo •e governado por ·este·s moiVimento~s.» (Tratado do Ceu.) SA.o JER6NIMO: «CaQo-me acerca dos :fil6sofos, dos as:tr6nomos, dos astr6logos, cuja cienda, muito util aos homens, se afir:ma pe:lo dogma, se ·explica pelo m·etodo, se jus.ti:nca ;pela experiencia.» (Prefados, epig·ralfe da Bihlia de· Sao Jer6n:bmo.) SX·o ToMAS DE AQUINo: <<10s corpns celestes sao a causa de tudo o que· .se produz neste mundo su1b1unar, agem indirectamente sdbre as ac9oes humanas, mas nem todos os elfeitos que ·produze·m sao inevitaveis.>> '(Suma, ques:t. xv, art. 5 e· vo:l. nr, pp. 2-29.) DANTE : ·«iOs astros ·sao, de facto, a causa :prim.eira de vo&s:as .ac9oe·s, mas haveis recehido uma 1uz que vos permite dis.tinguir o fbem do mal, e uma vontade iivre · que, ap6s ter come·9ado a lutar contra os astros, de tudo triunfa se· for bem dirigida.» (Purga- t6rio, XVI, 73.) TYcHo-BRAHE:: «0 home-m -c-ontem em si uma rinfluenda bem maior do que a dos as.tros; superara as influencias se viver segundo a justi9a, mas, se s·eguir as suas tendencias .cegas:, se descer a classe· dos hrutos e dos animais, 'V~vendo com e1les, o rei da natureza ja nao comanda, :e 1comandado pela natureza.>> KEPLER: <<Vjnte anos de estudos praticos convencetam o meu espiritu r:ebe1de :da rea!1idade· da astrologia. >> GoETHE: «Vim ao mundo em Francoforte-sobre,.o ... Meno .a 28 de Agos.to de 1749, :ao s.oar a ultima badafada .do meio--dia. A cons:- rt:·ela~ao era ~e'liz, o Sol estava no signo da Vir,gem; Jupiter ·e· Venus 1fo.r:mavam ~com .ele bons as~pe·ctos; Me.rcurio nao era des- 9 ANDR!!J BARBAULT favonivel, Saturno e Marte eram neu.tros; .s6 a Dua, cheia nesse :dia, exercia a tfor9a da sua rever:bera9ao tanto mais podernsa quanto a sua hora pilanetaria ha·via come9ado. Opos-se, po·rtanto, ao ·m·eu nasdmento ate que· ·essa ho·ra passou. Estes bons as.pectos, mais tarde altam.ente apreciados pe:los astr6logos, serao sem duvida a razao por que fiquei ·vivo, pois, pela incliria da parteira, jru1garam que 1estava morto :quando vim ao mundo, ·e· s6 depois de nume.rosos esf.or9os vi a 1uz.» (Poesia e Verdade, cap. I.) BALzAc: «A As.tro1ogia e uma ciencia im·ensa e que reinou nas. a:nais altas inteligencias. >> RoMAIN RoLLAND: «1Maturei lenta·mente a ·convi<::9ao de que· todas as Jeis da evoau9a0 par.ticulares dos pOVOS, das na90·es, das classes ·e dos seus .oomba:tes ·es.tao subordinadas a 1eis .c6smicas; maiores e que regem a evolu9a·o geraJ da humanida:de.» C. G. JUNG: «Se as pessoas cuja :instru9ao de·ixa a deseljar tern julgado que podem fazer tro9a da astrologia, ·considerando·-a como uma preudociencia ha muito Jiquidada, ·essa astro;logia, remontando das profundezas da alma popu1ar, voHa hoje a apresentar;.se ~as pnrtas das nossas unive·rsidades, que· deixou ha tres s:ecu1os.» (Seelenprobleme der Gegen:wart, p. 241.) EMMANUEL MoUNTER: ·<(E adrniravel q.ue a ciencia de Kepler e a lfre de Sao To.mas nao se tenharn .sentido na necessidade de rejeiiar em principio as a:firma9oes da astro1ogia. Bes acreditavam na influencia dos astros, e alguns sa:hios co.me9am hoje a tra9ar .ta:helas e-statisticas a firn. de verem se ·de-las decorrerao correta- 95es psicoc6smioas. E a unicfr maneira dentffica de ahordar o prohlema. A so1idariedade que· por toda a parte o· unhrers.o 'alfiDma antes le!varia a supor que os resu'ltados serao positivos e pe~rmitira.o, ·como ja a quir:ologia, a grafol:ogia ·e a fisiog.noa:nia, eliminar da a~tro'logia a tagar.eEce dos charlatae:s [ ... ]. Se nos voltarmos para as antigas dass.ilfica9oe'S astro16gicas dos carac- teres, nao .podernos :deixar de es.pantar-nos corn a sua concor- danda aproximativa corn mais de urn. res.ultado da morfologia ·e da ifisiognomia ·contemporaneas [ ... ]. Pelas primeJ.ras sfntes:es que esbo9.arn, ·os tipos astrologicos estao em todo o caso m.ais perto duma ve.rdadei:ra caracte,rollogia do que a psico[ogia carac- teria1 que, no secu1Io passado, atravancou o con'hecimento .con- creto do homern corn os seus sistemas de facu'ldade·s m:iticas ... » '(Traite du Caractere, pp . .124-126.) 10 MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA GABRIEL ·MARCEL: ·«Ainda que possa ·escandalizar, eu de lb:om grado acrescentaria que a as.trO!logia, a.pes:ar do que em 1.ilHma analise se deva :pensar dos seus ·m·etodos e dos resru1tados ~que de facto produz, teve ... o grande interess·e de chamar a aten~ao para a ideia duma fi:gura, .duma con:figura~ao do destino individual.>> (Du refus a l'Invocation, p. 125.) «Emfbora ainda nao tenha uma experiencia pessoal nesse domi- nio, demas.iados f'actos precisos. e concordantes me tforam con- .tados para que nao me .tivesse persuadido de que ha na astrologia urn fundo de verdade. Recuso ... me categorka:mente a .crer que tudo is~So e cha1'latanismo. Nao ha, !s:em ·duvida, .nada de fataJl .nisso. Segundo a lfrase latina, os astros inOlinam, nao deter.mi- .nam.» {Nauvelles litteraires de 6 de Julho de 1950.) 0. R. P. RIQUET: «Sou ·como saa- Tomas. · »Para responder a essa ques.tao, s:eria neces:sario com·e~ar p·or ;precisar o que· 'Se entende por astrologia. Se, atraves deJla, se .pretende 1er nos astros tudo o que de.ve aconte.cer, como se neste mundo tudo estivesse inteiramente determinado pela ac~ao dos astros sem que a IJ.iherdade do homem possa modificar alguma .coisa, .ta'l pretensao contradiz a concep~o ·crista,do livre aroitrio humano. Mas podemos admitir, ~omo .o lfizeram Hustres douto:- res da Igreja tais: como Sao Tomits de Aquino, que ·os astros exercem uma ,certa infiluencia no tem.peramento, na complei~ao dos 1ho-mens, ·e por isso no seu comportamento. !Dai um.a possi~ ibilidade de prever as tendendas que eJes manifestarao muito ,provavelmente, mas nao infaliveJlmen.te, .po.r.que, s.egundo crem-os, o homeni :pode dom1nar, orientar, iruflectir as tendencias que sao nele a resultante de todas1 as inrfluencias ,c6smkas 'ou astrais que exercem sobre :o seu oflganismo. »M.as., .dito isto, co.nvem ser re:servado quanta ao 1\T.alor dos progn6sticos que se pretendem tirar duma ciencia .tao conje·ctu1'al das irufluencias astrais sabre ·o comportarnento bumano. !Bem im.prudente s:eria quem nissio se fiass.e cega·mente.» r(Blle, rru1mero de 11 de Agosto de 1952.) JuLIEN GREEN: «!E urn assunto muito vasto que me interessa ·e me atrai. ·Goethe, no ·come9'o de Poesia e Verdade, notou a con- 'jun~ao dos astros a sua nascen9a. Acreditava firmemente na astnYlogia. E eu tam1bem Jne sentiria tentado a acreditar.» (Nou- velles Litteraires de 6 de· Jurrho de 1950.) ANDRE BRETON: «·E (a astrologia) .para mim uma dama muito alta, muito hela e vinda de tao ·longe que nao :pode deixar de en.can- 1:1 ANDR2 BARBAULT 1:ar-me. ·No ·mundo puramente !ffsico, nao vejo outra cujas quali- dades possam rivalizar corn as suas. Parece-me, alem disso, :guardar um dos mais altos segredos do mundo. E ~ena que hoje - pe1o ·men os .para o ·VU1lgo- reine nn seu 1lugar uma pros:tituta.» (Astrologie moderne, n.Q 12, Outuhro de 1954.) RENE HUYGHE: «Para ·mim, a astralogia 1e ex.trema-mente· intere'Ssante no mundo dos signos e da simlb61ica, porque 1e exactamente uma simb6lica .da psicologia colecthra... ao passo que ·o perigo e a grandeza da astrologia e manejar sfmbolos cujo alcance muitas vezes esmaga e sufoca os astr6logos. Mas a so·rt·e da astralogia 16 repousar numa simb61ica calectiva, que por conseguinte tern uma ampilitude extraordinaria.» (Janus, n,Q 8.) MAx-PoL FoucHET: «... penso que, na .medida em que se ;puder res- tabe!lecer no homem o sentimento c6smico, num mundo que hoje ·empohrec·e, que pe.rde justamente esse sentimento, se esta a realiza:r uma tarcla extremamente util... AifinaU, a astroJogia pode rer urn metodo de detec9ao da autenticidade ou: da ·rea:lidade duma obra plastica.>> (Janus, n.Q 8.) CLAUDE L:Evi-STRAuss: «Os antigos construfram urn sistema, e .esse sistema, a partir do momento em que :foi construido, ·mostrou-se· operante e tfe·cundo, ·pois o homem s6 pode ,pensar corn sistemas. A astrologia foi urn grande sistema, pois aJudou o homem a rpensaiJ." durante milenios .. » (L'Astrologue, n.Q 9.) LuciEN ·MALAVARD, Prof. d.e Ciencias na Sorbornne: «Penso que os antigos fizeram de certo ·modo ciencias humanas avant la lettre por meio da astrologia: elalboraram as:sim uma classifica9ao dos seres., uma maneira de ver mais daro nos ·compo,rta:mentos huma- nos. Pela crninha parte, sentir"'me-ia tentado a situar :a astrolo1gia ao 1ado das 'Ciencias 'humanas, um pou.co mais 1onge ... » (L'Astro- logu:e, n.2 15.) HENRY MILLER: « ... ela (a astrologia) fala do homem n:a sua inte·- gra:lidade, e eu considero que isso e o essencia1: consiaera-o como um ·ser completo [ ... ]. Mostra que· ha ritmas na natureza e que cada ·ser participa desses ritmos.>> (L'Astrologue, n.Q 16.) PIERRE ScHAEFFER: «Parece-me que a :astrologia pode, a sua maneira, por meio das configura96es que estuda, ·descobrir as rela96es mais secretas da ;vida interior do ser humano.» (L'Astrologue, n.2 17.) 1.~ I.NTR,ODU~AO Um Tratado de Astro1ogia no seculo xx, eis uma audaciosa, ou mesmo irritante aventura ... que eu no entanto gostaria de justificar em poucas palavras. Para wn espirito racional que a julgue do exterior, as afirm(Jfoes da astrologia classica tornaram-se impossiveis de integrar no nosso pensamento cientifico. Reconhecem-se sem duvida as ac9oes de gra- vltafaO e de radia9ao do Sol <(as esta96es) e da · Lua. (as mares), e ate se concebe uma certa influencia da actividade solar, ja que o aparecimento das manchas no nosso astro diurno e acompanhado de perturbafoes terrestres. Mas nao se poderiam par no mesmo plano que estas influencias gerais, universalmente admitidas, as in/luencias «especiais», porque individualizadas, deste~ lwninares, e muito menos de planetas como Marte e Saturno. E, contudo, a astrologi'a e isso, ou seja, tudo o que esta a margem das influencias gerais reconhecidas. E, diz um. critico, «O resto», e, para dizer tudo, 0 que e propriamente faJando abs.urdo! · Eis a evidencia, o credo actual. Ouso afirmar, quanto a mim, que se trata dwna fals-a evidencia coma existem muitas outras em muitos dominios, e nao e essa a surpresa menos <<sensacional» que nos revela o desenvolvimento actual das investigafoes cientificas.. Assim como declarava, a prop6sito da astrologz'a, o cita:do critico Jean Parte, Administrador do Instituto Nacional de Estatisticas e afecto ao C. N. R. S.: [ ... ] A:bsurdos ou nao, os factos sao factos e, ainda que a ciencia dum:a epoca nao ·OS: -saiba integrar, todo Ql e~frito cientffico deve :reconlhe,oer a .sua existencia ate que .possa ·explici..-lD& 1 • Ora, o prcfule·ma .capita1 consiste precisamente em saber se os. «!aetas astrol6gicos» --a saber as rela9oes que a astrologi'a pretende revelar e estabelecer entre indicios celestes e fen6menos humanos e terrestres- sao realmente fact os. Precisamente, essa «falsa eviden- cia>> que quer fazer da astrologia uma quimera provem de que esse 1 tP!l"e.faclo de Methodes. pour etudier la repartition des astres dom le mouvement diurne, de F. e M .. Gauquelin, Pam. 1957. 13 ANDR:t!J BARBAULT problema essencial nao foi praticamente nunca levantado pela ciencia oficial, que se contenta com um juizo a priori. Com efeito, ha que saber que jamais a astrologia foi submetida a um verdadeiro controle cienti/fco por parte do corpo oficial. Desde a revolufao coperniciana, julgou-se que ela era falsa nw seus fundamentos porque repousava numa concepfao astron6mica err6nea que coloca a Terra no centro do mundo,· e isso, apesar da sua defesa pelos proprio'S Copernlco, Kepler e Galileu 2 • Nos nossos dias - e aqui ha ja uma evolurao -, o argumento heliocentrico que motivou a sua rejeifaD ja niio e admi~ tido por ninguem. Mas, do seculo xvrr ao seculo XIX, a edificafaO da ciencia nao fez mais do que afas.tar o espirito racional do pensa- mento astrol6gico, a ponto de parecer perfeitamente inutll levar a cabo investigaroes para verificar este conhecimento: ha1via mais que fa;.er ... Ap6s as primeiras verific(lfoes, imperfeitas e em todo o caso acusadas ou suspeitas de parci'alidade, feitas pelos pr6prios astr6logos desde o renovador Paul Choisnard - veri/fcaroes fundadas nas esta- tisticas e no calculo das probabilidades -, um adversario da astro'" logia deu-se enflm ao trabalho de encarar seriamente esses famasos <<factos». Foi assi<m que um estatistico - faremos nesta obra o inevi- tavel balanro dos seus result adO'S- pode, para seu pr6prlo espanto, fornecer uma provc1. doravante zrrefutavel da existencia duma «in- fluencia astral>> do tipo astrol6gico. A partir desse dia, abriu-se uma brecha nas muralhas do a priori dum racionalismo muito sistemati- camente hostil a astrologia. Ainda que s6 esteja <<prQfV·ada» em parte, esta pode actualmente socorrer-se dum estatuto estatistico que repousa num conjunto global de vinte e cinco mil dados de nasdmentos. Poderiio, pois, continuar a trorar da astrologia que nem por isso a verdade deixara de seguir o seu caminho. Aflnal esta nao sera a primeira nem a ultima (}) empurrar ideias preconcebidas; a hlst6ria das ciencias esta cheia destas revolufoes que destroem uma l6gica conservadora ou um espirito rotineiro ... Por certo, coma. dizia o nosso honesto critico, nao e possivel na nossa, sociedade abordarsem preconceitos o problema da influencia 2 Nao e mutil: .r:ecordalr aqui. que- contra!I'iarnente as itde1as a~dmitidas a obm de Copernic:o, De revolutionibus orbium coelestium, n.:a&deu soh ·a mfluenda 00s doutrinas i&Strol6gicas, foi impri!mida gr~ la'OS CU!idadoo de Rhooticus, astr6l'Ogo 1arnigo !do sabiJO p:ola.co, e dedicaoo 1ao .papa P.aulo III, protector dos 'a!Str6logos.. Na regunda m-etad·e do tsecu[o XVI, enquanto a teoria copernroiooa e a:-ejei.tada .pel.a~· univers:idades, fomm, .em gran.de parte, os astr6- lbgos que, voltando as oos.tals! as zombrurias do mnndo sab.io e as oorut:oo~a& die ex.comunhao pronunciadas peloo te6logos, defoo.deram ·CO·rajosamente a nova doutl1iina. {A 100te r:espeito pader-se-a ·OOifllsu.1tar WILHELM KNAPP.lCH, «Ooiper- n:ic :et :1' .A!strologre», n. 0 4 de La tour Saint-Jacques.) 14 MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA dos astros na vida humana: «Quem quiser conservar uma atitude cientifica perante este problema deve preca:ver-se contra a ideia de que o examina 'sem preconceitas'. Enganaria os seus leitores ou enganar-se-ia a si mesmo. Antes deveria tentar tomar conscienda dos seus preconceitos e reconhece-los publicamente, para depois ten- tar p6-los de certo modo 'entre parenteses' durante um tempo ili- mitado.» Equivale isto a reconhecer que, ao abordar a astrologia, lhe concedi um preconceito favoravel, preconceito esse que z1ncliM certa- mente a uma certa toleranoia do espfrito, tal como o preconceito inverso incita a fecha-lo. Mas havera uma experiencia ou um conhe- cimento humano que se possam compreender samente sem o credito duma simpatia previa? Quanto mais um conheciment01 que esta mais proximo duma arte do que duma ciencia! Em vez de julga-lo super-- ficialmente, nao sera mais racional tentar uma paciente investz'g(lfaO a partir do interior para captar a sua verd:a.de profunda ou pOJra lhe delimit(l!f a raridade? Tendo consagrado ja mais de vinte e cinco anos a essa av·entura, passeando a minha curiosldade por mzYhares de cartas do ceu, creio-me em condi96es .de /alar cam conhecimento de causa, formando deste conhecimento um ro'Sto em compar(lfao cam o qual o que dele imagina um crftico apressado, por muito brillumte que seja, nao passa duma caricatura. Assim, pratico escru- puloso, fiz questao de me li'bertar progressivamente do que, na prova da verificafaO empirica, nao merecia ser retido, de tal modo que este livro de boa-fe oferefa um ensinamento que se possa receber e que conduza a uma sa pratica da astrologia. T a1 ensinamento nao se concebia sem aplic(lfoes: para o tornar vivo, mas tambem para fornecer uma especie de demonstrafao, con- vinha ilustra-lo com exemplos historicos, personagens que, em parte, pudessem ser conhecidos pela maioria das pessoas. Ora, surgia aqui uma dificuldade: que escolha fazer entre os milhares de casos de que possuo os elementos: politicos, artistas, sabios, escritores ... ? lnd'o buscar exemplos a estes grupos, eu. seria inevNavelmente suspeito de ter escolhido casos que se ajustavam sem poder justificar as minhas opfoes. Ora, para evitar tal acusaffio, de nada valia conslderar uma cO'le~ao inteira indo buscar a serie de casos que impoe sem discussao. Nesta ordem de ideias, achei que o melhor a fazer era dirigir-me a minha colecfao dos Reis de Franfa, desde o primeiro de que sabemos a hora do nascimento ate ao ultimo. Fiz, no entanto, questao de. completar essa serie demasiado escassa, porque limitad'a a dezanove casos, incluindo nela os unicos personagens importantes da Hz'st6ria de Franfa de que dispomos. da hora .do nascimento: Catarina de ~.\fedicis, Richelieu, Mazarin, Colbert, Mari'a Antonieta, RobeStpierre, 15· ANDREJ BARBAULT Napole?io I e Napoleao Ill; ninguem tera certamente o que dizer ... Compreender uma mecanica e desmontar-lhe as engrenagens, estuda-las pera a pe~a e voltar a monta-las para a recomposifao do conjunto. Embora insubstituivel, este metodo cartesiano nao deixa de levantar objecfoes. 0 astr6logo <<puro sangue» pretendera que nao ha «influencias isoladas» e que um tema astr6logo e um todo sin- tetico, que s6 fala em funfao do conjunto que representa. Com efeito, admitir-se-a que todo o fenomeno secundario e orientado pelo feno- meno que lhe e superior. E ate se acrescentara a isto uma objec9iio mais gra:ve: e tao. artificial como dijicil isolar uma acfao particular e distinguir a que cabe a cada um dos numerosos factores postos em jogo pela varieda.de dos elemento~ do tema. E contudo, como escapar a esta atitude analitica? Nao existe nenhum metodo capaz de subs- titui-lo validamente; o mais que se pode fazer e rodear-se de todas as preca~oes necessarias mostrando rigor na analise. Pais nao estou a ver bem como e que se pode revelar o espirito duma configurar;iio mesmo simples se nao se conhecer previamente a natureza do astro, do signo que este ocupa, e do aspecto que forma, e isso, mesmo que eu considere o metodo global como o melhor ensino. Toda a sintese so e possivel depols duma minuciosa analise. Nao se admirem, pois, se os temas da colecfao que me servem de exemplos forem, ao. longo deste tratado, desarticulados e explicados aos bocadinhos, ponta com ponta; s6 desse modo me e finalmente possivel apre- senta-los oo. nivel da sua sintese mais expressiva. Este tratado naa tem a menor pretensao de apresentar toda a astrologia pratica comefando por A e acabando por Z; da quando muito uma visao geral, de resto muito conforme com os limites dum. conhecimento sempre em busca de si proprio. E altura de prevenir o leitor contra duas reacr;oes prejudlciais: Este livro e tao. perigoso como pode ser um tratada de medicina nas maos duma criatura inquieta, cam tendencia para pensar que tern todas as doenr;as ao ler a sua descri~ao. Ao constatar uma constelG:fao mais ou menos problematica no seu ceu natal, este mesmo espirita inquieto nfio pode deixar de pensar no pior e de causar muito mal a si proprio. E sabido que o estudante de astrologia tern a mao pesada; espera sempre de mais dos harmonicas e receia nao menos excessivamente o efeito das dissonancias, mas depressa se apercebe de que a vida nao tern o dramatismo que as suas configurafoes lhe sugerem; com o uso, adquire esse sentido das proporr;oes que ajusta o seu juizo a relatividade · da condi9ao humana. Nao posso, pois, deixar de par o leitor de sobreaviso contra esta maneira de ver num tema natal um pior ou um melhor que pode s6 existz'r na sua ima,- giruifCio. · 16 MANUAL PR.ATIOO DE ASTROLOGI.A Tambem nao se deve correr o perigo de pedir de mais a astro- logia, de esperar de la mais do que pode dar. J d que a astrologia toca o ser intima, a sua natureza e o seu destino, o homem tem geralmente, em relafao a ela, uma atitude que releva da mentali- dade magica: corn a astrologia nao se tem 0 direito de se enganar e tem-se o dever de saber tudo .. . Ate os seus adversarios tem est a atitude irracional. Ora, se ela e actualmente um conhecimento que se constitui, .que se aperfei9oa, que obtem resultados apreciaveis, e ainda um conhecimento que se procura, que se poe mil problemas, que comporta mil incertezas: um conhecimento muito imperfeito, numa palavra, e que nao pod'e de modo algum ter pretensao de satisfazer a avidez do saber humano no proprio terreno em que este se exerce. E como os outros conhecimentos humanos: psicologia, medi'cina ... - e menos avan9ada do que eles - que ainda tern muito que descobrir. Ha que tomar posi9ao. Mas, no seu estado actual, dd-nos resultados certos: basta por 0 ensinamento deste tratado a prova e julga-lo «incipiente>~ 3• Tendo tornado plena consciencia da condi9ao terrestre do homem, o espirito contemporanea esquece singularmente que 9 homem e tambem .ce'leste, parcela infima desse planeta que e a Terra, ligado a ela no seu destino c6smico. E tempo de abrir os olhos para um conhecimento como a astrologia se se qulser que se fa9a a sintese de todas as disciplinas que pretende darao homem um lugar, nao s6 na Terra mas na totalidade do Universo. A. B. 3 0 ·leitor que desej.e aJo.an~a:r uma boa formayao. astr:ol6gica deve com- pleta·r ra sua leitur.a ·COiffi urn ren&ino dilrecto. 0 «0elfl.otm Intern.adona1 de ASJtro- I•ogi:a» possui uma Eooo·la des1tinada a. esse fim, e .o '8:UtO[ pod:e dac tod.rus as illlfo·rma:96es utei:s. 1"1 P. D. 66-2 ~~z;'rl---r. ~!'!" j . .., .. ~, ........ t<tr ~ ... "';i ·- ,, -""'i?J ~ r r' PRIMEIRA PARTE OS DADOS CAP.t1ULO I A C~TA DO CEU A prati.ca astrol6gi.ca repousa na interpreta9ao da carta do ceu do nascimento do individuo. l·mporta, .pois, para ·co•me,9ar, travar ·conhedmento .corn a .cos:mografia, a .fim de saber tra9ar esse tema natal e de .poder responder aos prolblemas que o mesmo nao deixara de 1evantar. Esfera terrestre e esfera celeste Se imaginar.mos o ceu como urn teatro de opera90.es onde se desenrolam fenom·enos identificaveis, torna-se necessario fixar-lhe urn quadro preciso. Para o astr6nomo, essa ah6bada estre·lada que· se .of•erece ao olhar do e·spectador teTreno e em primeir.o 'lugar uma eslfera que envo11ve a Terra .corn urn raio infinito'- As distancias reais que se.pa·ram os astros entre eles e que .os afastam do nos.so plan.eta nao intervem; admite-se que todos os as.tros - rruminares (Sol e· Lua), plan etas e estrelas- se acham repartidos numa esfera idea:l corn urn raio · indeterminado e .cujo .centro ·e o ·lugar de observa9ao (local do nas:cimento na lioroscopda); a iss.o se chama a esfera celeste. Todos sabem que :a Terra gira regularmente em v011ta de si mesma, de oes.te a leste, a uma velocidade ·constante, para efe:ctuar uma voHa completa em vinte e quatro horas siderais. Gira em torno de urn eixo ideal .passando pelo seu ·Centro. Os pantos em que esse eixo atravessa a superficie t.errestre chamam-se p61os, e ,e'SSe eixo denomina-se eixo dos p6los, distinguindo-se o· polo norte (N) eo p6lo sul (S). Se, pelo centro da Te·:r.ra, se tra9ar \um plano perpendicular a .esse eixo .dos p6los, divide-se a esfera terrestre· e·m duas metades: a que cont1em o polo norte chama..;se hemisferio norte, por oposi9ao 1·9 ANDRJ!l BARBAULT ao hemisferio sul, que ·con tern o polo sui. A circunferencia do grande drculo que separa estas duas n1etades terrrestres chama-se equador. As primeiras coordenadas da esfera -ceJeste nao sao mais. do que a r-eplica ·em tamanho maior das da esfe.ra terrestre, uma vez que a primeira e urn mero prolongamento da segunda. Corn e.feito, em consequencia da rota9ao terrestre., a es:fera celeste pare·ce girar ·em sen- tido inverso a essa rota9ao em tomo de urn eixo que pas.sa pelo lugar terrestre de observa9ao. Esse eixo confunde-se .praticamente corn o eixo de rota9ao diurno, .de tal modo que o centro: 0 N' da Terra se toma o centr.o da esfera ce1este. 0 p6lo norte celeste (N') cor:responde, .pois, ao polo no.rte t·errestre {N), uma vez que e 0 seu prolongamento indeifinid.o, ta1 como o polo sui celeste (S') corresponde· ao polo terrestre do m·esmo nome. Ao equador te!frestre corr·e'Sponde o equador oelleste· (Eq'): e 0 grande drculo da .esfera ceUeste ·CUjO piano, no centro desta, e perpendicular ao eixo do1s p6los chamado eixo do m·undo. As coordenadas terrestres Toda a pos'i9ao geografica se situa em rela~ao a dois ·eixos de re'ferencia ou coordenadas essenciais que constituem as medidas ter- restres dum .dado lugar: 1) A longitude, que re·su1ta da interse·c9ao ·corn 0' equador de urn circulo meridiano ou piano tpelo lugar e pe1os dois .p6los e cortando a superficie da Terra segundo um grande circuiTo; 2) A latitude, que depende do arco de drcu[o pa·ra1elo ao .equa- dor passando pelo lugar e situado entre e1e e urn dos dois ·polos. As longitudes sao fixadas por um regime· inte,rnadonal !haseado nos ·meridianos. 0 globo terrestre foi dividido em 24 fusos espa- 9ados de 15° em 15° ·e correspondendo cada urn a 1 h. (1 ° de Qon- gitude correSiponde a 4 m. de tempo m·edio). 0 meridiano originai e o de Greenwich (Londres). A ho,ra deste meridiano centr:a1 0, que serve de eixo do fuso, .constitui a hora legal para todos os paises contidos nes'Se fuso. Assim, para a Europa, a hora de Greenwich aplica-se ao mesmo te·mpo na Belgica, Espanha, Fran9a, Gra-Bretanha, Luxemhurgo e Portugal. ·Os fusos e:stao lllumera- dos de 0 a 23 no sentido .Jes~e e a partir do de· Gre·enwioh; o numero de orde·m do fuso indica, pois, a hora legal do fuso quando so MANUAL P:RATIOO DE ASTROLOGIA sao 0 h. em ·Greenwich 1• Assim, quando forem 2 h. em Green- wich tail dia, sao 3 h. (2 + 1) no fuso da Europa Central (hora de Gorlitz); e sao 4 h. (2 + 2) no fuso ·da Europa Orientad (hora de Leninegrado). Em contrapartida, 6 1 h. (2 - 1) no fuso 23 situado a oeste de Greenwich; sao 0 h. (2 - 2) no fuso 22, 23 h. (24 + 2 - 3) do dia precedente no .fuso 21, etc. Cada lugar e·sta ·situado em lon- gitude relativamente ao m·eridiano a que pertence. Assim, Brux.e'las encontra-se (relativamente a Greenwich) a 17 m. 26 s. leste, Madrid a 14 an. 45 :s. ooote., Paris a 9 .m. 21 ·s. le·ste, -etc. (rvide ·mapa das PIP· 24-25). Perpendiculares as longitudes que situam os paises de leste a oeste, as latitudes fixam a posi9ao nort·e e sut A vaJlia.das em graus, oscilam entre os 0°, que e a latitud.e do equador, e 0& 90°, que ·6 a do p6lo. No hemisferio no-rte, o arcq de circu'lo meridiano· de 52° passa perto da:s ddades de Lon.dres, Haia, Utrecht, Berlim e Vars6via, que sao pontos geograficos situados a mesma distancia -res- pectiv.a do equador e do p61o norte. Bruxd:as tern llima latitude de 50° 48', Londres a :latitude de 51° 31', Paris de 48° 50'. A latitude diz-se norte -ou borea.l ~egundo o lugar geografico se situa ·entre o equ.ador e .a p6lo norte (Berna: 46° 57' norte.); e chama-se swl ou a:ustra!l no -caso oposto 2 • Como ruma carta do .c6u ·e sempre tra9ada para urn dado 1ugar (o iugar do nascimento), fica situada no cruzame:nto da longitude e da 'latitude· de"Sse lu.gar. As coordenadas celestes Como a m·ecanica do nosso universo as:tron6mico 6 urn pouco complexa, urn unico sistema de referencias nao chega para situar os .cor.p-o·s ·celestes na eSI.fera celeste; e preciso recorrer a tres especies de ~~oordenadas, a sa;ber: Coordenadas equatoriais: dec~ e asoonsao recta Nao ha, ·em prindpio, diferen9a entre estas p.rimeiras coorde- nadas e as que acwbamos de fixar no mapa-mundi. 1 A hora, tempo med!io de Greenwich, e ·indicada pela abreviatura G. M. T. (Greenwich mean time). 2 Ha itnumerrus tabelas que f<oc.necem as longitudes e laJt:hudles das pri:n- c'ipads ddades do mundo. SJ. ANDR2 BARBAULT Nesta figura, ,N . e S repres·enta.m os p6los da eslfera ce'leste, o eixo de rota9ao do mmrimento diurno; o g·rande circulo E E' e o equador celeste. No centro, .a Terra, T. Considere-se urn as:tro A. As sua.s coordenadas equatnriais sao: 1) A sua. declinarao, ~determinada .pelo angu1o A T a; 2) A sua ascensao recta (AR), determinada pe1o angu[o y T a, medido no equado·r celeste. A orige;m das .medidas e o ponto !Verna1 ou ponto gama, y, que mais adiante definiremns. N E' s A declina9ao dum as.tro ·e, por con- seguinte, a altura angular desse astro acima ou aibaixo ·do equador oeles.te; esta declina9ao ·e contada a parth' do ·equado'r em dir.ec9ao a urn dos :p6los, de 0° a 90°. A sua .ascensao recta (AR) e, po1s, 0 angulo formado no equador ce[es.te pelo circu~o honirio (N A a S) dum astr:o ·COrn 0 ponto vernal. Este angulo e conta.do no equador a. partir c!o ponto vernal no sentido directo (s.entido da seta), de 0° a 360°. CoQrdenadas eclipticas: latitude e longitude Ao mesmo tempo que gira em volta de ·s[ mesma., a Terra des- loca-se e·m voita do Sol, e dai re·sulta, .para o ohservador terrestre, um segundo movimento aparente solar cujo periodo e de um ano . ..!:! assim ~que, num ano, o Sol ·descreve urn grande ciroolo na esfe,ra ce·le·ste (ocupando sempre a Terrao c-entro des:te ci.11culo). Es:ta tra.- je;c-t6ria solar po·r entre as constda9oes fixas chama-se ecl~ptica (iBc). 0 piano da ediptica !forma. co.m 0 do equadnr urn angu[o (1nc1i- na9aO da ecliptica) cujn valor m1edio e de 23° 27'. Dai resu1I.ta que cada dia do ano, corn a sua ascensao recta, a declina9ao do So~ varia .para seguir a curva duma. sinus6ide. 0 e:quador ce~es.te e .a ecliptica cortam-se ·em dois pontos. Urn deste·S pontos e .o ponto vernal (acima da seta que marca o sentido da pTogressao do Sol e dos planetas): corresponde no ano ao equin6cio da Prima!Ve,ra; no extremo opos:to, o outro ponto de ·encontro ediptka-equado-r da .o equin6cio de Outono. Perpendicu1armente :aparecem, no maX'iffiO' da declina9ao norte, o solsticio de Verao, ·e no maximo da dedina.9ao su'l, o solsticio, de Inverno. Relativamente· a este piano eclfptico, as posi~oes definem-se em latitude e 'longitude. MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA A latitude de urn astro e o angulo que ele .faz perpendicularmente ao pla:no N da eclfptica (0° de· latitude), sendo a ~ati :tude norte ou sui conform·e o· astro s:e situ.a do lado norte ou suJl da ecliptica. A longitude dum astro mede-s•e na ed:Uptica, corres.pondendo ao angu1o fo~ mado pela distancia do panto vernal ao ponto ocupado por esse astro; ·conta-s.e de 0° (panto vernal) a 360° (regre·sso a s este ponto) no sentido directo do .peT- curso soilar. A longitude e a latitude constituem as· medidas .do Zodiaco de que a eclf.ptica .trac;a a linha mediana. 0 zodiaco e assim uma faixa cir.cu1ar do •oeu ao longo da qual caminham os astros do- nosso sistema p'lanetario, uma especie de pistas onde efectuam a sua e:te.rna ronda. A cintura zodiacal tern 17° .de :largura; compreende, pois, em vdlta do trac;ado solar que ·e a ecliptica 8,5° de latitude norte e 8,5° de latitude sull, cflmpo rese·rvado .a sinunsidade das traject6rias lunar e .planetarias. 0 zodfaco e representado numa supe·rficie plana por urn circulo composto dos seus 360°. Desde te·mpos ime•moriais que esta dividido em doze partes iguais que repre·s:entarn os doze signos zodiacais. Cada urn deles tern, pais, urna ·extensao correspondente a 30° de longitude conta:dos na ealiptica. Existem ate subdivisoes (decanos, termos) s·em grande interesse. 0 Sol efectua um avanc;o de cerea de 1° _por dia; e 'assirn que leva aprorirnadamente urn mes a atravessar cada signo, o que nos ·con.duz ao seguinte quadro: SIGN OS SiMBOLOS Carneiro q Touro tf Gerne·os ~ Caranguej o e Leao ~ Virgem l!l? Balanc;a ~ Escorpiao IIt Sagitario 3IHo Caprirornio ;; Aquario ,_ Peixes X LONGITUDES 0° a 30° 30° a 60° 60° a 90° 90° .a 120° 120° a 150° 150° a 180° 180° a 210° 210° a 240° 240° a 270° 270.0 a 300° 300° a 330° 330° a 360° 23 DATAS (APROXIMATIVAS) 21 ~ar~o a 20 i\brH 21 Abril a 20 Maio 21 Maio a 21 Junho 22 Junho a 22 Julho 23 Julho a 22 i\gosto 23 i\gosto a 22 Setembro 23 Seternbro a 22 Outubro 23 Outu!hro a 21 Novembro 22 Novemtbro a 20 Dezembro 21 Deze·mbro a 19 Janeiro 20 Janeiro a 18 Fevereiro 19 Feve·reiro. a 20 ~ar~o PLANISFERIO DOS FUSOS HORARIOS ANDRPJ BARB A ULT Os astros a que 'Seguimos 0 ,curso no zodiaco sao os do sistema solar: DESLOCA<;;AO REVOLUCAO NO NOMES StMBOLOS DIARIA ZODfACO (MEDIA) (Persp. geocentrica) Sol 0 10 1 ano Lua (: 13° 27 dias Planetas inferiores (entre a Terra e o Sol) DESLOCACAO REVOLU<;AO NO NOMES SfMBOLOS DIARIA ZOD!ACO .(MEDIA) (PeTSp. geocentrica) Me['oorio ~ 10 1 ano1 Venus Q lO 1 ano Planetas SUP'eriores (6rbita exterior a da Terra) DESLOCA<;AO REVOLUCAO NO NOMES SfMBOLOS DIARIA ZODfACO Marte Jupiter Saturno Orano Neptuno P.luHio {MEDIA) (Persp. goocentri:ca) 0,5° a:lguns minutos 2 anos .12 anos 29,5 a:nos 84 anos 164 anoo ceTca de 250 anos \Nao se dwem· conlfundir os signos do zodiaco cnm as constela- foes ·do mesmo name. Houve tempos em que se sobre:puseram mas, em consequencia de um movimento dito de precessao dos equiru5cias, o ponto vernal d'esloca-s:e de maneira continua (cerea de, 1° em 72 anos) ~as doze consteia9oes zodiacais (em sentido inverso da ordem dos si:gnos), ·e passa actua1mente de· Pisces a Aquarius. A coin- cidencia dos signos ·e das cons.tel~5es s6 se .reproduz em cada 26 000 anos &pro:rim!wdam,ente. A astrologia interessa-se iexclusiva- mente pelos signos~ negligenci.ando as conste!la~5es. Coordenadas horizontais: altura e azimute Ate agora, ocom as .co.ordenadas e.quatoriais e eclipticas, sitmimos o oeu relativa:mente ao conjunto da Terra, fundando ·esse oeu :para todos os lugares do nosso gloho. Com ,eif.eito, imagina-Se· 0 ceu vis.to de uma Terra infinitamente pBquena, reduzi<da por assim ·dizer a um ponto no espa~o. Esta representa9ao geocentrica (considerando.-se a 26 MANUAL. PR.ATIOO DE ASTROLOGIA Terra CDffiO -o .centro do universo) do .ceu e no •entanto ins-llficiente: ha que chegar a uma verdadeira representa9.ao <<antropocentri.ca» do ceu, cnnstituindo o ohservador - neste caso o in.dividuo que nasce- o ·centro do universo. Por conseguint·e, se considerarm~ agoo-a o observado-r situ:ado num dado :ponto do glOibo, no seru quadro •rerres.tre, ·Convern utiHzar urn sis:tema de coordenadas angulares cwJoo pantos :sao :fixados ·en1 :flela.9&o ao s-olo. Para 'esse observador local, :o .pon- to Z, que e a VJertica1 do }ocaJ ·de ·olbser- va9ao, e ·o Zenite, ·e :o s.eu oposto N eo Nadir. 0 grande cfrculo da es[iera tc:eleste HH', p1erpendicu1ar an eixo zenit·e-nadir (Z-N) ·e o harizonte do [ugar. Se urn astro ·s:e encontra em B, as coordenadas horizontais que o caracteri- zam sao!: 1) A ·sua altura, determinada pelo· .z N anguio B 0 :b (figur:a ao ladoo), 'Constituindo 0 O· lo1cal de ·obser!V'a9ao; 2) 0 seu azimute, d:ete:rminado rpelo ·angu.lo A 0 h no horizoo.t;e, rrepresentando o grande drculo Z A N a v-ertical de orig.em das me- didas do azimu te. f.Estas coo·rdenadas permitem assinalar para urn dado momento e •lugar ·a po·si9ao de urn astro re~athramente ao zenite e ao horizonte desse Iugar, e conduzem-nos ao ·estudo .de urn novo capitulo, ou s~ja da esfera 1-ocaL A esfe:ra. local Ao f.im de urn tempo aproocimado de 24 hoTas, cada astro des- creve ruma dr.cunferencia 'Segundo a Bua .deolina9ao propria e a 1lati- tude do 'lugar de ohserva9ao; nU>m circulo pa.ra[elo ao .equador .celeste, realiza uma revolu9ao comp1eta em torno do dxo dos poloo. Ao m·esmo te.mpo que realiza esse· movimento, atravessa o ho,ri- zonte ·em dois pontos que cons:tituem o nascente e o poente desse astro. 0 intervalo ·entre o nascente e o poente constitui o seu area diurno, e o pnnto mais etlevado da ·sua traj-ect6ria - ponto que, para 0 Sol, :eorres.ponde a rua posi9aO quando e meio-dia- -cha:ma-se· a culmina(ao do astro. £sta •cuimina9.ao divide o arco diurno em dois ·s·emiarc:os .. 0 inter:vaJo entr·e .o seu poente e o 1Seu nascente conJStitu.i! ao me:s.mo tempo o seu area nacturno, igua:lm·ente ·em dois semiarco•s, separados pelo ponto oposto 1a culmina9a0, 0 qual corres;ponde' para ·o Sol a sua passagem a ·meia-noite. Para um dado [ocal de ·observa~o, a culmina9ao de todos os astros de declina9ao 'Pooithra ou negativa ocorre ao Iongo de urn grande drculo, perpendicular ao horizonte, que pass:a pelo zenite e pe1los p6los.: o meridiano do lugar. ANDR111 BARBAULT Considere-se a presente rfigura, corn as coordenadas horizontais: piano do J10rizonte, Zeni.te e Nadir. A esta ·esfera locail sOlbrepoe-se a esfera celeste con1 o eixo .dos 1p6los no-rte-sul e o equador celeste EQ, ·e corn a ecliptica Ec. ,Dis- tingue-se i1gualmente urn circulo paraqelo ao e:quadOT, que .representa o movim.ento diumo de um astro: .a:bc representa o arcn diurno desse astro ·e cda o seu arco noc- turno. 0 horizonte do lugar corta este drcullo em a e c: a representa o nascente do .astro, c a se:u poente; b, situado no m·eridiano -do lugar, mostra o ponto da sua ·culmina9ao (,meridiano superior)e d N o ~po:nto oposto (passagem ao meridiano inferior). A astrologia, que praticamente s6 iem ~e·m con.ta os astros do s'istema solar, ·e ieva:da a cons.iderar dois pantos priv:ilegiadO"s do movimento diurno: o Ascendent'e e o Meio ... do..Ceu. 0 Ascendente (AS) corresponde a intersec9ao da ·ediptica corn o !horizonte ·oriental: repre~enta o ponto zodiacal da edfptica que se levanta (e dai o termo). No ·oposto encontra-se ·o Descendente ~DS): e nesse ponto que o Sol .se p5e. 0 Meio-do-Ceu {M·edium Coeli) (MC) ·e o ponto em que o meridiano do lugar encontra a edfptica: e 0 ponto da ecUptica onde se ·e'llCOntra 0 Sol quando e ·meiCKlia verdadeiro nesse meridiano. 0 .mesmo meridiano encontra a eclfptica num segundo ponto, diametralmente opos.to, ·chamado o Fundo-do- -Ceu {FC) 8 • Assim como o c·eu e di:vidido pe1a eclfptica (grande ciroulo de base da;s -desloc~5e.s planetarias) •constitu::indo o drculo de equipar- ti9ao dos doze signos zodiacais, a eSJ.f.era zodiacal ·foi dividida toman- do-se ·o ·equado•r (grande drculo de ·base do ·movim·ento diurno) cnmo drcu1o de equiparti~ao de doze sectores cha.mados Casas. Esta divisao em Casas ·e proporciona1 ao movimento diumo, ou seja, aos arros :que 'OS astros pe·rcorrem !dum angulo a outro. A medida de 3 Na met&m.a figura a:o lald'O, .permi1liim·o-noo tra9M um peqweno cfroulo pruraJlelo ;aJO equador repret~enta:ndo o movimento diumo de urn astro e .a posi~ao fixa no z:odfaoo.. E evi!dente que o Sol e os .p1anetas agruparlos 1em voltaJ tda l~nha ecliptiJaa efootuam no seu movi.rnent:o ldillurno, oomo o ast-ro e.m qumtao, cWcua.os igua~Lmente paTa:lelos oo equaiCLar. $8 MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGI.A oada Casa ·e igual ao ter~o do s.eu semi.rurco e compre·ende invariavelm·ente urn arco de equador de 30°, correspondente a duas horas planeUtrias. Os as.tros ocupam ·as 12 Casas. na ordem inversa da sua ·numera9ao. A Casa XII contem os astros. durante as duas iprimeiras horas diurnas., a Casa XI durante as duas horas seguintes .. . at·e a Casa VII para as ultimas duas horas diurnas. A Casa VI contem os astros durante as pri.meiras duas horas noctur~ nas, e assim por diante ate (a Cas.a I, que corresponde as ultimas duas horas da noite. 0 Ascendente constitui .o .carne~o (chamado <<ponta» ou <<cuspide») da Cas.a I, 0 Meio-do-Ceu a ponta da Casa X, V n .escen- dente a da Casa v:u e o Fundo~do~oeu a cuspide da Casa IV. Corn~ preende-se, pois, que ~ Cas.as XII a VII inclusive sao Casas d:iumas, ·e as Casas VI a I Casas noctumas. Contadas no equador celleste, as Casas sao 1guais (30° como os signos) ao equador terre·stre, m.as quanto maior .e a latitude do local ·de observa9ao, mais cons:equente sera a desigualdade :le ·extensao das Casas na eclfptica. Assim se apresenta a «domilfica9ao» ·do coo, p~lo ·menos se:gundo a concep9ao ·dassica de Ptolomeu e exposta por Phkido de Tito, rrnonge ·de Perouse c as.tr61ogo do secuilo xvrr. Existem contudo outros sis.temas de domifica9ao, sendo os mais conhecidos OIS de Re:giomontanus (o grande astr6nomo Joao Miiller) e de Campanus, ge6metra itaffiano do seculo XIII, os quais procederam a uma divisao ~geometrica do espa9o, quando o siste1ma placidiano apresenta um caracter horario ·coofo,rme ·corn. a natureza do morvim·ento diurno'. Entre estes dif.erentes sistemas, s6 variam as pa&i96es. das pontas das Casas interca~ares, sendo a ·disposi9ao dos quatro angulos (AS, MC, DS e FC) a me·sma em todos os: sistemas 4 • Estamos agora ·em condi9oes de tra~ar a C(ilfta dol ceu OIU t~a astro,l6gico. 0 calculo do temQl natal Este calculo ,eifectua-se a partir da data) da hora (que cons.ta no registo civil; ·considera-se o momento em que o rec6m-nascido da o rprim·eiro grito, que lhe contfere a sua autonomia fisioil6gica) e o local de nascimento do ~.ndivfduo, .e corn o auxi1io de uma rtftbua das posi96es planetarias (e!femerides astron6micas) e de uma 1abua das Casas. 4 Quem oo ,inJt:eTeS!Siar por esta questao pO'dera ler: H. SEL V A, La Domi- fication ou construction du theme celeste en astrologie, V~got, 1917. ~9 ANDR:e BARBAULT i.A primeira opera9ao .consi.ste ·em anotar a Jongitude e a 1atitude do !local do nas:cimento, ·e depo'.is em .converter a 'hora do nascim.ento em tempo 1oca1 e em tempo civil de Greenwich. 0 problema da hora Se ha a1guma d'iificuldade no 1e!V(l)ntamento de um te·ma, reside menos no caioulo desse tema do que na reso:lu9ao do ,problema ·horfuio. Convem, pods, come.9ar por certas definis;oes: A hora local e a hora do meridiano do local de n~ascimento. Como e·sta ihoca local varia ne.cessariamente .corn a longitude e s6 e tfundamentada para os paise:s situados nessa longitude, to:rnou-se necessario utHizar em toda a superfide do mesmo pais uma hora linka chamada hora legal, porque definida por uma lei; e esta hora que marcam os re16gios· publicos e que transmi.te, em F:ran9a, o r~l6gio :falante do Obser,vat6rio de Paris:. Qua.nto ·a hora de Greenwich, corresponde a hora do meridiano de Gre~enwioh. A ho1·a local A hora laca[ dev:e calcu[ar-s'e para «·don1ifican> o tema, ou seja para situar as doze Ca~sas·. Para obter ·esta ho~ra local, ha ·que .conside~rar a 1ongitude do [oca:l de nasdmento e acrescentar 1a ihora ·legal .e:sta longitude (con- tada em minuto~ ·e segundo~s) ·se a [ocalida.de de nasdmento• 1ficar a leste do meridiano que dete·rmina a ho·ra rrocal. E, pe1o ·Contrario, e rpreciso subtrdir esta longitude se a [ocaiTidade lficar a oeste desse meridiano. A horn de Greenwich ~A hora de Greenwich deve ser estahe'lecida para o <:alculo das posi96es dos astros-, indicadas nas t<l!buas ou ·efemeride:s astron6mkas para esse meridian o. A conversao d'a hora natal em hora de. Greenwich ·eifectua-sre por meio de uma opera9ao inversa :a que permite .olbt·eT a hora ·locaL Quer dizer acrescenta-se a di1feren9a de 'longitude se1 o •local ·fi.ca a oeste, ·e subtrai-se ·se fica a leste desse meridiano. Reso1v1dos os prolblemas horarios, pas·s,emos ao 'levantamento do tema. Convem corrne~ar por tra9ar ou .por .procurar urn zodiaco: ja tr~ado. Acon.seil.hamos: o m·ode1lo .memos sobrecarregado', isto 'e, mais 30 MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGI A claro: um circulo dJ.vidido em doe:e sec9.6es, s~endo ·Cada uma ocupada pelo simholo grMico do signo, tra9ado mais em rela9ao ao ponto central do circulo do que numa dada dire~ao de modo a poderr--se orientar este zodiaco em todos os sentidos que se queira·m, e sU!bdi~ vidindo cada sec9ao zodiacal de gralll em grau, ou .pelo menos de S0 em so, de modo que as mar<:a96es que se lfizerem neste zod~aco sejam correctas.. Abord'emos agora as tres opera96es: do:mifica~o, posi9ao dos planetas e tra9ado dos aspectos. Nas .efemerides as:tron6micas, ger.wlm·ente calcu1adas para o m~cio ... dia medio, -encontr.&-s·e na ;primeira coluna e. para cada dia do ano o valor do Tempo sideral ao meio--dia media. iEste tempo. sideral corr-responde a ascensao re:cta do aneri·diano ao m·eio,.dia. Ora, temos de procurau.- o tempo sideral (T. S.) do nascimento (AR MC): e .o produto de uma simples adiqao desse tempo sideraJ do dia do nascimento e da hora local do nasdme1nto. Para urn nascimooto ocorrido de manha, adiciona-se· o T. S. do dia ao · meio--.dia a hvra local, e a.crescenta-se ou suhtrai-se 12 h. con.forme o T. S. dess:e dia ·for inferior ou supe:rior a 12 h. Para urn nasdm~nto de tarde, adiciona-S'e o T. S. a hora ~ocaJ da nascoo~a contada a partir do mdo-dia ( ou seja 2 h. se o nascimento tiveT ocorrido as 14 h.; 6 h. se tiver .ocorrido as 18 h .... ). Convem proced.er a· uma co·rrec9ao -de 10 s. por hora (ou seja, aproximadamente 1 m. poT cada 6 h.) :para transform.ar o tempo medio em tea.npo sideral. Para um. nasdmento as 6 h. da manha, suhtrai-se .pois 1', e acreS'centa-s:e ·este minuto se o :na:scimento tiver sido as 18 h. -Notar-se--a, corn eJfeito, que o T~em.po sider.a!.l oovO!lui' aproximadamente 4' por d~a, e .e essa progreiSsao·que 1convem .preen- cher a medida que os nascimentos :avan9-am :ao 1ongo do dia. Cons:ide.r:emo:s um exemplo: '0 nasdmento do gen·era~I Charles de Gaulle, ocorrido .em LilQe a 22 de tNo~ve~mlbro de 1890 !a~ 4 h., de acordo corn o registo civil. Li'J.[e: Longitude 12 m. 15 s. ieste- Latitude 50° 38' norte. Em 1890, ;eomo a hora em vigor 16 a hoo:a. loca1, nao lia nenhuma correc~o a f:azer para se obter o seguinte: Aibrindo :a pagina das Bfem'erides wlemas. de ,N ovemhro de 1890 (vide p. 34), e olhando para .o n.2 22 da p:dmeira col-una que e a -dos dias do mes, .consta:tamos que 10 Tempo sideral ao mcio-dia desse dia, indicado na coluna s.eguinte, e de 16 h. 5 m. 42 s. Port.anto 31 TABLES OF HOUSES FOR PltA.GUE, l .aUtude 5CJ' 6' N. MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA o tempo siderail. do nascimento e: 16h. 5 m. 42 s. + 4 h. - 12.h. - - lm. = 8h. 4 ·m. 42s. 5 • Uma vez na poss0 deste Tempo side·ral de nascimentn, rubr.e-~e uma Tabela das Casas na pagina que indioa as pos.i96es das Casas para a 'latitude do local de nascimento ·ou para a latitude mais -pro- xima. Basta repo•rtar-se a coluna correspoodent·e ao Tempo sidera:l natal para olbte~r ~as .po'Si96es desejadas. Para o caso que estudamoo., e tendo Lille a ilatitude de 50° 38' norte, eis urn extracto das TaJbelas de Ra.fael que permite rver a opera9ao que conv·em eiectuar (trata-se de uma dornifica~ao. Placidus; e a que ut.iiliza.mos nos nossos temas): Consultamos a pag.ina .em que a :latit,ude mais se a.proxima dos· 50° 38'. E a das posi~oes 50° 5'. Em cada um dos compartimentos que compoem a pagina, a primeira coluna refere~se ao Tempo, si·deral. Basta, .por conseguinte, tomar nota das posi~oes relativas ao do nascim-ento. •Para o T. S. de 8 h. 4 m. 42 s. (ao fundo da pagina a e~querda), s6 resta anotar .as ;posi~5es correspondente·s a 8 h. 4 m. 35 s. Ora, s.ubindo cada coluna, demos que a ponta da Casa X (MC) [ica a 29° do Ca~anguejo, .a Casa XI a 3° da Virgem, a XII a 1° da BaJan9a. Depois o Ascendente, .oU.spide da Casa I, .fica a 22° 18' (e tail, visto que o T. S. nata:l fica um pouco adma doT. S. uti:lizado na trubela), .a II a 19° do Escorpiao ·ea Ill .a 22° do Sagitario. Corn ·o Zodiaco na m.ao, ori-entamo-lo de tal maneira que a. MC fique ao alto da figura e o AS a esquerda, .e vamos situando uma a · uma as .C1lsp1des destas se is Casas. Obtem-s.e as ou.tras seis Casas situando-as no extremo oposto as precede!Iltes: ponta da IV (FC) a 29° do Capric6rnio, ponta da V a 3° dos Peixes, ponta da VI .a 1° -do Carneiro ... ate a ponta IX a 22° dos Gemeos. E '0lbternos a seguinte· [igura: Recom.endamos que se assi~ na:lem corn .tra9os longos e -car- regados os .quatro angu1os, prin- cipaJmente o AS e o ·MC. Em compensa~ao, deve :limitar..se a marcar corn um panto ou um curto tra9o a posi<;ao das Casas intermedias, sinal esse que deve ser acompanhado do grau de : i Fie s A !l'azao de 10" por hoTa1, dev.eriamos subtrair 10" x 8· h. (12M4H) ou se ja 1' 20" em VleZ de 1'. Mas estas precilsOes IS'ao Dci'Osas. pois em Sli mesmo 0 minuto do nascimento ja e pouco seguro na declalJ.'a~o· de n.asc.imento. 3.3 P. D. 66-3 ANDR'B BARBAULT posi9ao da cuspide ~e do numero da Casa ·em :algarismos romanos, e isto para se obter uma cart a clara e [egivel 6 • As posi~oes planetarias Terminada a domilfica.~o, abandonamos a T{rbua das Casas e voltamos as Ef.em·erides. Com ·efeito, uma vez situadas as 12 Ca.sas no zodiaco, t,emos de situar os planetas. Nas tabelas ~correntes, ia.s posi9oes planetarias vem indicadas pall'a todos os dias ao m·eio-dia do tempo .medio de Greenwich {ou as vezes: as 0 h.). :E, pois, para a hora de G.ree:nwich que ·o calculo das posi96es natais deve ser e!fe~ctuado. Para o nascim,ento ·em Lille ·a 22 de Novemh~o de 1890 as 4 h., as opera95es deve·m .ser .feitas na base das 3 h. 48 m. Eis a pagina, para NOIVembro de 1890, do Die Deutsche Ephe- meride ,~Qtto Wilhelm Barth, Verlag Miinchen): V 'f 11 ¥ t t l& 1$ tr't~~ IIHtM Drctlft lrrll• DwJln lt-.1lf 0..CI1" lbtllt OtcU"' <I' ... 8 • l.nUt On-1\1'1 ScTUt I lBW 1!640 OIHI i706i llfM 11867 !Gm& ' I I!. 2S ZO 6 8 IB J I G 11 e8 10 16 7 I 61 ~~1 ~D 5 I 17 69 0 <17 i3 '1 JG 6 10 I ~ H1 Ill 6 60 '.fl 11 0 117 1~ ClD U G6 11 I .. 1'0 'l <I a& .-, ST t,l G 1? Ill I& 47 i8 1'il KQ6 ·~ ~1- iii OTfi ~ iT it 1a 1 37 111 ., a 49 !16 4ll o ~ zo 2n 10 1111 :a! I ll4Jl8 61 S 16 tS IU 0 5.t ~I 40 10 I~ 1!$ I &1 !9 tl ! ~ ~~ !9 1 10 !f ~7 I'll 9 2!1 I 'In 17 A a I u, 8Q I 113 :11 (I) 1(1 10 6 A ·dk>mifilca~ao paa-a urn lo:ca1 de latitude sul obtem-se aumentando 12 h. ao oo T. S. obtido; dlepois procura.m--se na tabua daLs Oasas de latitude nor.te as pontas das Casas para a hora sideral assim obtida, e consider-am-se como pontas das Casas do tea:n:a ~ longiltudes opootas aS' que se •enCOIIJ.'tra<r.am na Hibua. AS!Sim, vejamos o caso do gerueraJ De Gau1le nascido a 50" de latitude sul. Referimo-nos a um T. S. de: 8 h. 4 m. + 12 h. = 20 h. 4 m. Pa;ra. ·e&te T. S. 94 • MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA !Coma ~veem, ·aada astro do sistema solar tern a sua coluna de rulgarisanos que situam a sua posi9ao em loogitude em cada dia do mes ao meio,..dia. Se o nascimento tiver ocoi'"rido an meio-dia Green- wich, basta tomar not~a .de todas as .posi9.6es do-s astros do dia. Mas se oc.c)IITeu a outra hora, impoe>-se urn cakulo .elementar: a me:no~ que se utilize uma tabua de inte:r:po1a~o, procede-se a uma regra de .tres simpl~es .considerando as posi96es do meio-dia que precede e do mellio ... dia que segue o nascim·ento; a diferen9.·a entre estas duas posi9,oes constitui o mo:vimento quotidiano, o «pas.so» do astro. A ope- ra9ao consiste :ean adicio.nar a posi9.ao do meio-dia precedente o a:van9,o do astr·o ·desde esse m·eio--dia 1ate ao movimento do nasci- m·ento; e, .se ichamarmos a ~esta distancia horaria «intervalo :do nasci- mento>>, olJ.temos a equa9ao: passo do astro X intervalo do nascimen.to 24h. Vo1tando ao nosso exemp;lo': 22 de Novem1bro de 1890 as 3 rh. 48 m. Devemos consideJ:"ar as posi9oes dos dias 21 e 22. 0 int·ervalo do nasdme.nto ~e, .de 21 ao meio ... dia a 22 as 3 h. 48 m., de 15 h. 48 m. Po1si9ao do Sol: dia 21 ao meio--dia dia 22 ao meio-dia Pas so. 30° 10' 34" 29° 9' 56" 1° 0' 38" Sabendo qu.e o SoU percorre 1° 0' 38" ·em 24 h., efectua 2' 32'' em· I h.; temos pois a se:guinte posi9ao: Pos:i9ao di:a 21 ao meio-dia : 29° 9' 56" Avan9o em ·15 h. 37' 54" A~an9o e.m 48 ·m. 2' SOil natal Posi9ao da Lua: Passo do dia: 14° 2' Posi9ao di:a 21 ao ~mcio-dia : Avan9o em 15 h. AJv.ruwo em 48 ·m. 29° 49' 50" .do Escorpiao 25° 3' dos Peixes 8° 46' 27' Lua natal : 34<> 16' ou se:ja 4° 16' do· Carneiro obtemos: MC 29° do Crapk:6.mio, XI 23° do Aquario, XII 2° do Camei!l"o, AS 29" do Tooro, II 22° doo Gemeos e Ill 10° do Caxan.guejo. IstJo da -como res!Ul- tados: MC 29° do Ca.rtrunguejo, XI 23° do Leao, XII 2° da Ba1&193-, AS 29° do Esco!Iipi:ao, II 22° do Sagi!tario, e Ill 10° do Capricornio. 35 ANDRtb BARBAULT Este ca:Icu;lo faz-se a vista a partir de Marte, ou pelo menos de Jupiter, uma vez que estes planetas avan9am poocos minutos. Podemos, de r:e.sto, limitar-nos a uma posi9ao aproxitnada opo·r arre- dondamento do grau, o que dispensa qualquer ca:Iculo, sail¥o para a Lua, que se desloca rapidamente; no entanto, e preferivel a .pre- cisao, tornando-s·e necessaria quando se procede as Dire·c9oes (vide esse capftuio). Acontece que os planetas recuam em vez de avan9ar no zodfaco; assim, a 13 de N<wevmbro de 1890, Venus esta estacionario e adapta a marcha retr6grada para ir de 18° 26' a 18° 06' do Sagitario -entre 21 ao meio-dia e 2.2 .ao meio-dia; neste caso, acompanha-se o simbolq da ·letra R. Para o tema que estalbelecemos, registamos as posi~oes sucessi- vas de: MercUrio .a 2° 39' Sagitario Venus a 18° 13' Sagitario R Marte a 1 !0 28' Aquario Jupiter a 6° 53' Aquario Saturno a 16° 03' Virgem Orano a 29°03' Baian~ Neptuno a 5° 34' G6meoo iR Uma tabela ·exterior infonna .. nos de que P.lutao, Ultimo plan·eta a ser descoberto, esta a 6° 58' Gemeos R. E habitual anotar tambem o eixo dos n6s da Lua (se· bem que a sua «influencia}> ainda seja um ponto de interroga9ao). 0 n6 lunar norte ou ascendent;e figura ao fundo ea direita da pagina das ·elfeme- rides: a 22 de Novembro ·esta a 15° 18' dos ·Gemeos. 0 n6 lunar 36 su1 ou de-scendente fica no extre;.. mo oposto, a 15° 18' do Sagitario. Esta 1inha dos n6s lunares marca os dois pontos de inter&ec9ao da eclfptica (6rbita solar) e da 6rbita lunar. Quando uma [ua nov.a (~onjun9ao Sol-Lua) se produz nas rproximidades dos n6s !una- res, ha urn eclipse do Sol; ha eclipse da Lua quando .e uma 1lua cheia (oposi9ao So:I-Lua) que· se cp:roduz nas ·vizinhan9as destes n6~ · Calcula.das todas as posi90:es, basta situar .o pJaneta fazendo MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA. um tr~O' sdbre o ponto zodiacal correspondente a sua posi~ao, e assinalando o simbolo do astro mais a sua longitude. !Estao estabek~ddas e marcadas as Casas e os planetas, s6 faJta trayar os aspectos. Os aspootos A astrologia nao considera apenas os planetas nas suas posi~5es por sign.os e .por Casas, tamhern regista as interac~oos. destes planetas ~entre eles e corn o Ascendente e o Meio-.. do-Ceu. Charna-se precisa- mente aspectos as ,distancias angulares privHegiadas, contadas. em ~ongitude na eclfptica, quando :estas distancias correspcmdem a dois planetas ou a urn planeta e um angulo. \Eis a 1-ista dos aspectos: DISTANCIA ()0 3(V> 45° 600 90° 120° 135~ 150° 180° NOME Conjun9ao Serni-sextH Semiquadratura Sextil Quadratura ou quadrado Trigono Sesquiquadratura Quinconcio Oposi9ao 3"1 S1:M:BOLO d )l L * 0 A Q "A e ANDRPJ BARBAULT !Estes aspectos nao tern todos 0 ~n~rno ·vrulor. Ha os prinlO['cliais, os aspectoo maiores, que sao, ;por ordern de unportanda decresoentel: a conjun<;ao, a opooi<;ao, o trigono, a quadratura e o ·SJextill. Os outros, chamados menores, tern urn valor se:cundaril(), rnas nao sao negli.genciaveis; nunca .devem ser esque:cidoo quamdo sao gemina:doo: assim, quando dais planetas formam uma quadratura, re um terceiro estiver a igual distancia dos dois primeiros, f.orrma •oom ·e:les duas. semiquadraturas au duas sesquiquadraturas; oo ainda, •es:tando d'ois planetas ·em ·oposi<;ao, um 1Je:rcdro pode formar sdmultaneamente: semiquadratura corn urn ·e se:squiquadratura >e()lffi o .autro. Certos aspe·ctos sao harmonicas (trigono, ·se:xti1, sem.i-sextil}, e tra<;arn-se na carta a cheio ou a azu 11; ·os ·ootros sao dissonantes (oposi<;ao, qu.adratura, semiqua:dratura e se·squ.iq-uadratura) e an.otam- -S!e a tracejado ou a vernie:Iho. £xiste outra categoria de aspe:cto:s que re~mlta do alfaSitam~e:nto do astro em ·re1a<;ao ao piano do .equadotr. \Es;te.s :aspeotos· em dedi- na<;ao s:ao d'e dois tipns: os antices, sirn:e1:ria de urn ponto da eclfptka em rela<;ao ao eixo do:s so,lsmcio:s (00 do Carangue:ja- 0° do Ccupri- c6rnio) e os contra-antices, simetria em rela<;[.o ao: eixo do~ equi- n6do~ (0° do Carn·eil"'o- 0° d'a Balanc;a.). Assirn, um as:tro1 a· 15° dos Gemeos 'e ootro a 15° do Carangllle'jo formam um. antioe:; do m·e:smo' .m·odo, um ~astro a 25° do Leao e outro a 5° -do Esco,rpiao :(35° dum bdo e dootro dos 0° da Balan<;a) lformam urn cuntra-anHce. A116m disso, dais astros es:tao em paralelo quamdo tern a rn•e:SJma: de·clina<;a.o: de:screvem o me:srno ar.oo -em consequencia do movi:m·ento diurn-o. 0 contraparalela ·e o .aspecto formado por dois ast.ro.~ d.a mes.ma deolina<;ao mas de' signos co:n.trarios: ·os areas diurnos . .de um sao~ iguais aos a:rcos nocturnos do ·outro e 'Vice-versa. Antices 'e para:l1elos sao ·equivalentes 'a conjun<;a·o; oontr·a-antice:s ·e contraparaleUos, equi- valentes a opo:si<;ao. IEsta ~egunda categoria de asp-ecto-s:, ensinada pela tradic;ao, •e pooco utilizada nos noiSsoos dia~; no entanto, va[e a pena torna-la em conta 'Para a investigac;ao. Corn um pequooo treino, os aspectos IJ.eern-se corn urn t1ela:nce de olhos; a ~conjun<;ao e a oposi<;[o veerrn-se: imediatamente., e· ·dlepvessa se perce'bern as outros aspe:ctos que f.oomam poligonos: no dr:cu~o~: o triangulo, o quadrado e o hexagono. Finalmente, aceita-se urn oerto a:lavgarnento de varim; graus1 do ~a:~e:cto. Esta zona de in[luencia que precede· ,e que •SJegue ·.o interrvalo te6rico do aspecto constitui a sua orbe. 0 seu valor nao esta de:ter"- minado de maneira absoluta, pais ,e di:ffcH deterrninar .corn predsao . 38 MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA o [imite a partir do qua1 o aspecto desaparece. De modo gera:l, pr-e- conizamos pessoalm.ent,e as -se- guintes orbes: 10° para a conjun~ao 9° para a oposi~ao go para o trigono 6° para a quadratureb 4° para o sexti~ 2° para os aspe .. ctos menores 1° para -o paralelo de declina~ao V oltando ao nosso tema exemplo, percehemos primeiro a:s quatro conjun~oes: U.rano-Asoendente (7° de orbe), Sol-Mercurin (3°), Marte-Jupiter (5°) e Neptuno-Plutao (1 °); depo~s as oposi~oes fo,r- madas por um iado pelo Sol e por outro lado por Merclirio corn Neptuno ·e Plutao re,spectivamente. Os trigonos: Sol-MC, Lua-MC, Mercudo'"MC, Lua-So1, Lua-Mer:curio, JupHer /Marte-Neptuno/Plu- tao. As quadraturas V'enus-Saturno ·e Drano-MC. Os s~extis Lua- ~Neptuno/Plutao, Lua-Jupiter ·e Mercu·do-Jupiter. Finaimente, os semiquadrados Satmrnn-MC e Saturno-Drano·. A rep·resenta~ do tema Exis,tem dilfierentes maneiras de reproduzir o tema. Os antigos adoptara1m o ·esquema quadrado, ·com-o mostra est·e tema de Richelieu tra~do poc Morin, no qua:l o ceu e representado no quadro terrestre das doze Casas de forma triangular. ·Os a•str6logos ingleses co·IlSier- varam e~ta f6trmu1la que consiste em r.epartir os dados celestes por oompartim·entos fixos 'e iguais .das doze CCbSas, mas numa repre&en- ta~ao circular. A ·carta :ao lado da rainha lsabel 11 de lnglaterra e um ex.eu:np}o dis:s1o. Finalmente, .a formula que plievaleceu e a que parte do circulo zodiacai em que se inscr-evem todas as posi~oes. M·esmo assim, ha certa~ variantes, umas colocando o zodiaco fora e dentro .das mar" ca~oes dos planetas e das Ca'Sta,s, o que esta ~em conformidade com a reai~dade astron6mica; outras - como n6s fazemos- .prerferindo colacar no ·exterioil' do .circulo zodiacal todas as posi~oes, a fim de mais faciim.ente as ·poder confrontar no interior, pelo tra~ado dos aspectos que mui•to cont·ribui pa·ra a desejada representa~ao s.intetica. $9 ANDR1!1 BARBAULT '0 renovador da astroJogia no com~o do nosso seculo, !Paul Choisnard, lan9ou a f6rmru.la do :tema invariavelmente orientado corn o ponto vernal a esquerda, o que tern c0t111o resultado a ceYloca9ao dos AS e do MC em tooos as sentidos. Se este prooe&s;o e o mails .apropriado p~ra efiectuar compara9oes· de temas e verilfica9oes esta- iisticas, prejudica porem a figura origin~l e oopecilfica que ·e .um tema natal, o :quail deve ser posto «em pe» {corm o meridiano na vertical ·e o horizonte na horizontal, o AS a esquerda ·e o MC ao alto~ se quisermns dispor do maximo de condi9oes para !berm o decifr.ar. A repve&enta9ao esquem·atica do tema que utiHzamoiSl ·6 su\fi- dente para o modo cormo o usamos. Resta dizer que os antigolS1 tinham dado uma repre•senta9ao mat,ematica ·exacta do :tema utili- zando o astrola1bio. Formula essa que foi reto.mada por D·. Nbroman corn o domfgrafo, que da uma 1~epreStenta9ao grafica do uema ttal como aqui se a:presenta o do ,ge:nera:l <de Gaune'. Este grMico, {75ta- belecido par Jean du SoureJl, e ·uma p:r:ojec9aO esttereografica da ·e,s£e r:a ce1·este proj·ectada do p6lo do equador. CompOe-se ·essoocialm·ente de duas partes: a projec9ao da ecliptica e doS' s.ignos (a iracejado) e :a do siste·ma das Casas (neste caso para a latitude 51° no!fte). 0 movi- mento diumo realiza-se pela rota~o da prancha edf.ptica sabre a prancha Casas. 0reaaizador conside:ra que cada .planeta sitruado em TEMA DE RICHELIEU TRA<;ADO PORMORIN 40 TEMA DE ·rsABEL II DE.INGLATERRA MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA Domigrafo de Jean Niclot 51~ iongitude e ,em latitude emite onze Te:flexos situados de 30° em 30° de longitude e ·em latitude no p1ano definido. pela TeTra e o vector da ve1ocidade do plan eta 7 • 7 D. NEROMAN, Tnaite d'Astrologie rationelle, ed. SouSI ~e Ciel, 1943. 41 CAPtTUI.JO II VERIFICA~oES E PROVAS Acahamos de ~travar oonhecimento ·coma cosmogTaifia e sabem·os o que e a carta do .oeu. Ate ago!la nenhuma ·contesta~ao. 0 «prQioo blema>> da as:trologia ·surge a partir do momento em que queremos interpretar a ca'J!ta: do ,ceu que irepr,esoot:a o nascimento de rum indivfduo. ~urn es~crlipulo nos derem imediatamente: antes de nos 1anyarmos no en.sino de todo um 1oonhedmento oficialm·ente rejeitado, e indis- pensavcl fundar a no&sa pretensao a interpreta~ao ·em atusa: que credito se deve dar a essa atitude e que :ptl}OiVas dbj-ectivas .podte, a astro1logta apresoo'tar a seu favor? A acreditar jus.tamente nas «op1nioes autorizadas», s6 tedacrnos de virar a ;pagina soib!'le a inuti'lidade da noosa ta>relfa. Bastam tres jui.zoo para noo dar uma proVra dis~o·: 1) A Astronomische Gesellschaft (uma das principais soc]edades astroo6mioas do mrundo) aquando do seu ·congress:o de Bona ·em 1949: <<Noo .nossos dias, as chamadas Astralogia, Cosmobiologia, etc., nao passam de um conjunto de supersti~oes, charlata:nism.o e comercio. » 2) 0 Sr. Mar:ce~l BoU .que, ap6s ter dtado as influendas salares e lunares dassicas, ·cono1ui pere>mproriam·ent~: <<Nao existem outras irufluencias1• » 3) 0 Sr. Paul Couderc, directo~r-adjunto do Observat6rio de Paris: <<1Dera:m o no.m.e de 'Marte •a urn ca1hau, e depois consideraram- -no urn fazedor de guerr:as, e 'conf.ere um.a natureza marcial ;aos qu.e e·stao sujeitos a ·sua in:f.luencia. Mas, se ·esse. ca1hau se ohamar Jupiter, da urn a natureza jovial, etc. [ . .. ] Concluindo: o halan~o da astrOJoo logia dent]fica e igu&l a zero 2.» E a eminente astr6logo justilficava assim esta conclusao: «·Acaso a astrol1ogia que se· diz cientirfica proip()e leis verificarveis? ~ acaso 1 L'Ocultisme devant la Science, P . U. F. 2 L'Astrologie, Que ooisMje?, 1951. MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA os sabios ·esH1o pronto~ para verifka ... las? ·Ha ·rnuito que uma Cornissao Cientffica Pennanente, .fundada pela Associa9ao Americana das Sacie- dades Cientificas, se tern encarregado de estudar as leis astroJ6gicas que 1lhe prorp.O.ern. Ate a:gora os resultados 'fO'r.aa:n inteir.am·errte nega- ti~oSJ: nenhuma -das influencias .alegadas pelos astr&logoo ditos serios se. vefilfica·. » Urn jufzo de~ta ·ordean s6 porle :aplicar-se a c·onstata9aO, positiva ou negativa, d·e urna correspondencia ent·re t,a,l indfcin cclestJe e tal facto ·humano, co,rr,e-spondencia ~es,s.a cuj.o .criterio v;ern a ser o de urna <dei de rela9a0:>>: urn interva!lo ·de tfrequencias, lei i•mpess•oai e reprodutiveJl, s.ern hip-6tese pre·concelbida. Trata-se de saber se tall .oon.figura9ao, co['res.porndente a ta:l tendencia humana, se encootra mais frequentemente nos ceus n.atais dos indivfdTUOO' que piOS:SIUem esta tendencia em comum do que nos ceus natais de quaisquer outras pes;soas. A -verifica.9ao deste <<!faotiQ: aSJtrql6gi·co~» vepousa po1s, ·ecrn principio, no .calculo da~ prolbwbHidades lbaseado. 1em ·estatisticas bem feitas, .caracterizadas pela imparcialidade· -da es:a01lha, a homogenei· dade dos casos e a multiplici.dade· ·do num~ero. A ne 1955, a parte .as tentativas imperfeitas -e incomple<tas. eJ.footua- das por ... oertos astr6lo·gos oomo Paul Chaisnard, -o renorvadoc da as·tro}o,gia ·do OOiffi·~;o do llOSS'QI S:eculo, nao. •exis;tia nenhuma ·oibro de veri<Hca9ao genrl e sis:te:matica. Ma'S nesse ano, urn jo!V1em estudio~o pulblioava ·um pdmeiro !balan9o ·estatis:tico im.pre~Ssiornant,e. :Na sua Influence des Astres,· Etude critique et experimentale (Editions du Dauphin), o Sr. Michell ·GaUJquelin 'aprel51ellltava num.a primeira pa:rte uma -s10ma de ~resultados prejudiciaiSi as teses. astr01l6gioas, ·consistindo porem o original .da ohra. numa segunda parte que apr·e&entava 1"{}Siulta.dos perturbadores. iEm critica nao menos hosti1 que Bo:ll •e Coudlerc, o .autor ·explicawa na sua introdu9ao: «T·e·mos de a::econhecer que estavamos ·sinoe:ram.ente persuadidos de qule este 'lilvro nao iria expor S'enao a critica da doutrina ast)}o16gica com.tida na primeira p.ar.te da obr:a. Mas no decursn dos no,s;s.oo. tr:abalhos:, depara:ram- -se-illos r'esult:ado1s tao es.pa.nto-sos que o rigoif dentifico nos obrig-ou a prosseguir !e alargar experiencias ness.e sentido.>> Alguns a.n:o;s a:ntes acaibava d·e 'funda.r-se - C()!ffi a participa9ao dos Srs. Couderc ·e B011'1 - uma comissao dentifica ·euro.peia, ana- loga a ·Com:hsao ame·ricana a.nter:iol·mente ci.tada: 0 Comite belga para a investiga9ao cientifica dos fen6menos reputadas paranormais. 0 Sr. Gau.qudin trans,mitiu portanto esses re·sulta.dos a posteriori, ibas,tante ins6litos, ao·s int·er·essadOIS, com o -olbj•ectirvo. de· DSI subm.eter ao .con.troJ.e prom·e1tido em princfpio:. Nao ·olbte-ria resposta do Sr. CoiU- :derc, vari:as v~ezes interpe:lado, e que. ·era no entanto um dos: prin~ cipais inte:m~ss.ados pe'la sua re1pu:ta9.ao de crfHoo -olficiaJ da astr:ol'ogi:a:. Do Sr. Boll, •em contr<(Vpa.rtid'a, reoebeu um~a ·correspondencia. extensa ANDR'EJ BARBAULT mas .curta em ideias, resumindo-se substancia1mente: o senhor ~ctes. cobriu uma pretensa :influencia de Jupi.ter nos deputadOIS franceses; descabrira uma pretensa influencia de Sa1turno nos rdeputados he1gas, uma pretensa influencia de Mar-re nos deputados alemaes ... e sair- -se-a disso inrvocando o <<temperamento nacional» ... Enfim, a mais bela r~posta vinha directamente do «Comi.te be:lg.a», do especia~ista da casa, Sr. Sylvain Arend, astron{)lffio tdo ·Oooervat6rio de Bruxelas: «Os astr6nomo·s estudaram o prob'lema a priori; para e~es, os des:.:. tinoo humanos dependem de !factores hum·anos e nao astrais.» 'I'ais reac~5es tao negativas, que retardam a twolu~o do conhecimento, explicam por que razao ainda naa se fez a verdade SJoibre a astTologia, mass nao ·impediram que se faga a [uz. ·Uma Tecusa tao sist·ematica 3 s6 podia incitar o Sr. Gauquelin -~ cuja posi~o 'fica arctuaimente ta meio caminho ·entre os adversarios e os pa:r.tidarios da astrologia- a k mais 'longe. Tendo praticannente esgotado os dicionados tbiografico•s dos medicos, militares, despor- tistas ... franceses, dedioou-se a identicas ·estatfsticas nos paises eur()!- peus onde tinha acesso aos registos dvis, chegando :a reunir 25 000 datas de nascim!ea:1tos.! Foi o resultado dessa sondagem que nos camu- nioou na .sua no!Via ob1a: Les Hommes et les As.tres, ool. «La Toor Saint-Jacques,», ·ed. ·Denoel. Os graficoo que tendes a vista ·reproduzerrn a .repar:ti~ao dos pJanetas no movim-ento diurno: a) Posi~o de M..arte: em 3142 militares {mareohaiis, gene- rams, a:lmirantes, ofi'Oia.is). Nascente b) Posigao de Sattu:mo em 3 305 sa bios (!8!cacJemicoo das cierrciaiS! e da mtedicina). 3 A unica critica posiJtiva a este t1'abalho veio db Sr. J1erun PO!Ite, adminis- trad'Ol' do In..c;ttituto Naoional de Estatimicas e ta:gregad<:> do C. N. R. S. 0 n. o 4 d'e La Tour Saint-Jacques consagmadln a astrologra tra.z a lume a sua .polemica. Em 'OO.IlSC~Q.uencia~ diesta feounda dllscussao, o Sr. Gauquetin poo'e drlss1pM todas as in'OOIItezas quan.to a manipu1a~o oompLex:a dos metodoo estaltfMiiCC>s, de taJ1 mxJdo que s;e .tomaram tod.tas as ;precau!;6es nesse terreno. MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA c) Posicao de JUpitetr em 993 pdlftiloos (chefe's' de futado, mini:stTos, deputados). 100 d) POS'i~o de M.a:rre em 1485 campe6es despomvos. e) Posi~ao de Jupiter em 1270 actores (ve.detas). 0 que impre:ssiooa em todas estas "~staMsticas e a ooncentra~ao
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