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- Manual prático de astrologia

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ccA Astrologin e uma cienciQ imensa 
e que retnou nas mais altas inteligencins.~,. 
BALZAC 
MAN PMTICO 
Eis um livto fundamental, escrito pot uma das mundialmente 
mais reputQdas autotidades sobte Astrologia: Andre Batbault, 
autot dn celebte colec~cio «Zodlncou. Ap6s dez:enas de anos em 
que estudou milhcues de temas, tendo esctito inumetos estudos, 
Bcubault chegou a um grau de conhecimento que quis e:xpot Aesta 
obra. 
Sendo este livro um ttatado ptcitico Gle Astrologia, podetci set 
lido pot um ptincipiante, que aprenderci a tratar um tema, a 
movimentar-se com facilidade nos signos, sectotes, planetas e as-
pectos, e depois a interptetci-los. 
ccNdo se deve espetat da Astrologia mais do que ela pode 
dnt,.,., di.z Andre Barbnult, que npenas ptetende mosttat onde ela 
e insubstitulvel, onde deve cnlnr-se e onde deve set julgadn inci-
piente. 
6 
ccSe QS pesSOQS cuja insttU<jclO deiXQ Q desejar 
tem julgado que podem fazer troc;a da Astrologia, 
considerando-a como uma pseudociencia hci muito li-
quidada, essa astrologia, remontando da alma po-
pular, velt<il hoje & apresent&r-se as portas das uni-
versidades que deixou hci tres S4h:ulos.u 
c. G. JUNG 
Portas do Desconhecidoe 
I 
66 
I 
PORTAS DO DESCONH6C'ItDQ 
MANUAL PR.ATICO 
DE ASTROLOGIA 
obras publicadas nesta colecfao 
1- A.f PossessfJes Diab6licas, Roland 
Yilleneuve 
2- A Ciencia face aos Extraterrestres, 
Jean-Claude Bourret 
3 - A Teiepatia e os Reinos Invisivel.s, 
Rene Bertrand 
4- Profetas, Videntes e Astr6Jogos, Pa,s.. 
cale Maby 
5- A Vida depois da Morte- Novas 
Pesquisas Parapsiquica.s, Alain Sotto 
e Yarinia Oberto 
6- Os Segredos da Alquimia, Axnold 
Waldstein 
7 - Lobsang Rampa - 0 Enigma, Alain 
Stank:e 
8-Os Segredos da Magia, Prof. D'Axb6 
9- OVNI- 0 Fim do Segredo, Robert 
Roussel 
10- 0 Enigma dos Monstros do Loch 
Ness, Jean Berton 
11 - Astroiogia, Karma e Transforma-
~oes, Stephen Arroyo 
12 - A V erdade sob re as Profecias, Alan 
Yaughan 
13 - A Parapsicologia, Prof. H. van 
Praag . 
14- No Rasto de ... Civiliza~oes Perdi-
das, Alan Landsburg 
15- No Rasto de ... Os Extraterrestres, 
Alan Landsburg 
16- No Rasto de ... Feiti~aria e Artes 
Magicas, Alan Landsburg 
17- No Rasto de .. . Fen6menos Estra-
nhos, Alan Landsburg 
18- No Rasro de ... Mitos e Monstros, 
Alan Landsburg 
19- No Rasto de ... Pessoas Desaparect-
das, Alan Landsburg 
20- No Rasto de ... Misterios Antigos, 
Alan Landsburg 
21 -No Rasto de ... Seitas e Sociedades 
Secretas, Alan Landsburg 
22- JO. Vivemos antes, Dr.!! Edith Fiore 
23- 0 Triiinguio das Bermudas, Base 
Secreta dos 0 V NI, Jean Prachan 
24- Buracos Negros; o Fim do Univer-
so?, John Taylor 
Z5 - Os Oitimos Dias do Mundo, Pierre 
Kohl er 
26- Os Extraterrestres, Marie-Therese 
Guinchard e Pierre Paolantoni 
27- Civiiiza~i;es Submersas, Se.rge Ber-
tino 
28- As Seitas Luciferinas de Hoje, Jean-
PauJ Bourre 
29- Dicionario de Agouros e Supersti-
~oes, Philippa Waring 
30- N6s Somos a Geraf:iio do Terramo-
to, Jeffrey Good.man 
31 -A Ordem Rosacruz, Ant6nio Mon-
teiro 
32- Dia do Juizo 1999 d. C., Charles 
Berlitz 
33- Quando a Atldntida Ressurgir, Ro-
ger Facon 
34 - As M issas N egras, Pierre Topff,.er 
., 
35- Os MapaJI do Desconhecido- Os 
SegnJdos dos Portulanos, R.emy 
Chauvin 
36- A Radiestesia- A Vida e os Cam-
pos Magmiticos, P.0 Jean Jurion 
37- Para alem da Morte, !sola Pisani 
38 - 0 Ocultismo- A Revel(lfiio da 
Ciencia dos Magos 
39- 0 Enigma dos Maias, P. Guirao 
40 - 0 Decimo Segundo Planeta. Zecha.-
ria Sitchin 
41 - Renascer apos a Morte, Jean Fran.· 
cis Crolard 
42 - Os M ensageiros do Cosmo, Maurioe 
Chatclain 
43 - A Derradeira Catastrofe - Desloca-
fiiO Polar, John Whlte 
44- As Voz;es dos Vivos de Ontem-
Comunica~oes corn o Alem, Oa-
brielle Alvizi 
45- Civiliza~oes Extraterrestres, Isaac 
.Asimov 
46- Apari~oes Fantasmas e Desdobra,. 
mentos, Danielle Hemm611. e Alex 
Roudene 
47 - As Cidades do Diluvio, Jean-Claude 
Perpere 
48- Ovni - Arma Secreta, M.arcello 
Coppetti 
49 -No Rasto de ... As Antigas Astrono-
mias, Dr. Edwin C. Krupp 
SO- As Profecias de Nostradamus, Serge 
Hutin 
51 - Sacerdotes ou Astronautas?, An.dreaa 
Faber Kaiser 
52- Sem Rasto ... 0 Misterio do Tridn-
guio das Bermudas, Charle.s Berlitz 
53 - Animais Fantasticos, Janet e Colin 
Bord 
54- No Ra.sto de ... Os Nossos Antepas.-
sados C6smicos, Maurice ChAtelain 
55- 0 Culto do Vampiro, Jean-Paul 
Bourre 
56- No Rasto de ... Misticos e Magi.cos 
do Tihete, Alexandra David-Neel 
57 - Ovni- Terra, Pianeta sob Contro-
Jo, Guy Tarade 
58- 0 Que Eles Viram ... No Limiar da 
Morte, Dr. Karlis Osis e D.r. Erlen-
dur Haraldsson 
59 - 0 Segundo Planeta, Umberto Co-
lombo e Giuseppe Turant 
60- No Rasto de... As Aparic~es da 
Virgem Maria, Kevin Maclure 
61 -No Ra.sto de... Os Astronautas do 
Passado, Zecharla Sitchin 
62 -A Estrategia dos Deuses- A Oitar 
va Maravilha do Mundo, Erich vo.n 
Diinik.en 
63- 0 Fen6meno das Aparifoes, Erich 
von Diiniken 
64- No Rasto de... Objectos Voadores 
Niio ldentificados, Hilary Evans. 
65 -No Rasto de ... Estranhos Sequestros, 
John Rimmer 
66- Manual Pratico de Astrologia, An-
dre Barbault 
/ ANDRE BARBAULT 
• 
, . 
MANUAL PRATICO 
DE ASTROLOGIA 
PUBLICA{)QES EUROPA-AMERICA 
Titulo original: Traite Pratique d' Astrologie 
Tradu9iio de Maria Gabriela de Bragan9a 
Capa: estudios P. E. A. 
Editions du Seuil, 1961 
Direitos reservados por 
Publica9oes Europa-America, L.da 
Nenhuma parte desta publica9ao pode ser re-
produzida ou transmitida por qualquer forma 
ou por qualquer processo, electr6nico, mecanico 
ou fotogrdfico, incluindo fotoc6pia, xeroc6pia 
ou grava9iio, sem autoriza9iio previa e escrita do 
editor. Exceptua"se naturalmente a transcri9ii.o 
de pequenos textos ou passagens para apresen-
ta9iio ou critica do livro. Esta excep9ii.o niio 
deve de modo nenhum ser interpretada como 
sendo extensiva a transcri9ii.o de textos em reco-
lhas antol6gicas ou similares donde resulte pre-
juizo para o interesse -pela obra. Os transgres-
sores silo passiveis de procedimento judicial. 
Editor: Francisco Lyon de Castro 
PUBLICA90ES EUROPA-AMERICA, L.DA 
Apartado 8 
2726 MEM MARTINS CODEX 
PORTUGAL 
Edi9iio n.o 132066/4148 
Execu9ao tecnica: 
Grafica Europam, L.da 
Mira-.Sintra- M em Martins 
Dep6sito legal n.2 13256/86 
IN DICE 
Algumas opinioes sabre a astrologia 
lntrodufao . . . . .. .. . ... . . . . . . . .. . .. 
Primeira parte: Os dad os .. 
Oa~prtulo I. A 'Carta :do oeu ... 
Esfera 1errestre e esfera celeste, 19. 
As coordenGJdas terrestres 
As coordenadas celestes ... 
Coordenarlas equatori:ais: declina~ao e ascensao recta, 21 . - Co'Or-
denadas eolipticas: latitude e longitude, 22. - Coordenadas hori-
zontais: altura e azimute, 26.- A esfera Ioc:al, 27. 
Pag. 
9 
13 
19 
19 
20 
21 
0 calculo do tema natal .. . .. . .. . .. . .. . .. . .. . . . . . .. .. . 29 
0 problema da hora, 30. - A hora loeta!l, 30. - A hora de 
Greenwich, 30.- A domifioa~ao, 31. -As posi~oes planetarias, 
34.- Os aspectos, 37.- A representa~ao do tema, 39. 
Capitula II. Verifica9oes e pro;v.aJS 
Catpitulo HI. As determinantes terre·srt:res .. . 
As qualidades elementares . . . . . . . . . . .. 
Quente, 60. - Froio, 61. - Humido, 61. - Seco, 61. 
Os element os . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. 
A Agua, 62. - 0 A:r, 62. - 0 Pogo, 63.- A Terra, 63. 
42 
56 
60 
62 
Segunda parte: Os teclados simbolioos 
Capf.tulo IV. 0 Zadiellco ..... ........... .. 
0 Carneiro, 71. - 0 Tooro, 73. -Os Gemeos, 75.- 0 Caran~ 
guejo, 77.- 0 Leao, 79.- A Virgem, 81.- A Balan9a, 85.-
0 Bscorpiao, 87.-0 Sagitario, 90.-0 Capric6rnio, 92.-0 
Aquario, 94. - Os Peixes, 97. 
Capftulo V. As Casas 
Cwpitulo VI. Os P1anetas 
0 Sol, 108.- A Lua, 109.- M:ercurio, 110.- Venus, 1'12.-
Marte, 113.-Jupiter, 114.-Saturno, 1.15.-Urano, 117.-
Neptuno, 1<18. - Plutao, 119. 
Capftulo VII. Os p11llnetas nos signos· 
Lua, 125.- Mercurio, 127.- Venus, 130.- Marte, 133.- Jupi~ter, 136.- Saturno, B8.- Urano, 141.- Neptuno, 142.- Plu-
tao, 143. 
67 
70 
100 
103 
121 
Capftulo VIII. Os pllaneiJas ll1'9S s·ecto·res . . . . . . . . . . . . . . . . . . 144 
Sol, 144.- Lua, 146.- Mercurio, 148.- Venus, 150.- Marte, 
152.- JupiteT, 155.- Saturno, 157.- Ur.ano, 161.- Neptuno, 
162.- Plutao, 1t63. 
Cwpitulo IX. Os a~pectos 
Natureza dos aspectos, 166.- Materia dos aspectos, 169.- Orien-
t;a9ao dos aspectos, 170. - Interpreta9ao dos aspectos, 17.1. -
Signif1ica9a'O· doo aspectos, 172. 
Terceira parte: As interpret~es 
Caipftulo X. A douninante ....... .. 
As investiga96es, 187.-0 prindpio da investiga9ao·, 189.- Os 
silstemas .c:onstelados, 194. 
Carlos V, 196. - Carlos VI, 198. - Carlos VII, 200. - Lufs XI, 
201.- Carlos VIII, 203.- Luis XII, 204.- Francisco• I, 205.-
Henrique II, 208. - Catarina de Medicis, 210. - Fnancisoo II, 
212.- Carlos IX, 213.- Henrique Ill, 215.-Henri.que IV, 
217. - Lufs XIII, 220. - Richelieu, 222. - Mazartin, 223. -
Luis XIV, 225. -CoUbert, 227. -Lufs XV, 228. -Lufs XVI, 
231.- Ma-ria Antonieta, 234.- Robespierre, 235.- N:apoleao I, 
237.- Luis XVIII, 238.- Carlos X, 239.- Luis Filipe, 241.-
Napoleao m, 242. 
165 
185 
185 
Capftulo XI. A dettermina~ao . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . .. . .. . 244 
Urn (m:ico pla•neta num sector, 246.- Varios planetas no mesmo 
secto , 252.- A regencia, 255.- Os aspect-os, 256. 
Capftullo XII. Silntese da interpreta~ao· 260 
A saude, 262. -A fiortuna, 263.- 0 exito, 264. - 0 amor, 264. 
CapftuJo XITI. Diagn6stko d'o :tempo dos acont·ecimentos ... 267 
As direcfoes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 268 
As direcc6es primarias, 268. -As direcc6es simb6licas, 271. -As 
direcy6es s:ecundarias, 271. 
Os transitos 
Que e urn trans.ito?, 274. -A importanci'!, 275. -A manifesta-
cao, 277.- A natureza, 280.- Class'ificacao tipol6gica, 281.-
Pontos receptores, 283.- Pontos emissores, 284.- lndividualiza-
cao do progn6stico, 286. -A visao sintetica, 290. 
As revoluroes solares 
Ca.pftulo XIV. DaiS aifinidades de·ctivas 
As oonjunc;Oes, 298.- Os aspectos, 299.- As repetic6es, 300.-
As sobreposic6es, 300. 
Capitu~o XV. Prohl,ea:DJas de inte.rpreta9ao ........... . 
Os falsos 'problemas, 304. -Os problemas perifericos, 306. -Os 
problemas essenciais, 309. 
274 
295 
298 
304 
Bibliografia sumaria ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 315 
'1>1'~1···· ,..,, 
ALGUMAS. OPINI()ES SOBRE 
A ASTROLOGIA 
ARIST6TELES: <<Este mundo esta l:iJgado duma maneira necessaria aos 
movimentos: ·do mundo superior. Todo o poder no nosso .mundo 
•e governado por ·este·s moiVimento~s.» (Tratado do Ceu.) 
SA.o JER6NIMO: «CaQo-me acerca dos :fil6sofos, dos as:tr6nomos, dos 
astr6logos, cuja cienda, muito util aos homens, se afir:ma pe:lo 
dogma, se ·explica pelo m·etodo, se jus.ti:nca ;pela experiencia.» 
(Prefados, epig·ralfe da Bihlia de· Sao Jer6n:bmo.) 
SX·o ToMAS DE AQUINo: <<10s corpns celestes sao a causa de tudo o 
que· .se produz neste mundo su1b1unar, agem indirectamente sdbre 
as ac9oes humanas, mas nem todos os elfeitos que ·produze·m sao 
inevitaveis.>> '(Suma, ques:t. xv, art. 5 e· vo:l. nr, pp. 2-29.) 
DANTE : ·«iOs astros ·sao, de facto, a causa :prim.eira de vo&s:as .ac9oe·s, 
mas haveis recehido uma 1uz que vos permite dis.tinguir o fbem 
do mal, e uma vontade iivre · que, ap6s ter come·9ado a lutar 
contra os astros, de tudo triunfa se· for bem dirigida.» (Purga-
t6rio, XVI, 73.) 
TYcHo-BRAHE:: «0 home-m -c-ontem em si uma rinfluenda bem maior 
do que a dos as.tros; superara as influencias se viver segundo a 
justi9a, mas, se s·eguir as suas tendencias .cegas:, se descer a classe· 
dos hrutos e dos animais, 'V~vendo com e1les, o rei da natureza 
ja nao comanda, :e 1comandado pela natureza.>> 
KEPLER: <<Vjnte anos de estudos praticos convencetam o meu espiritu 
r:ebe1de :da rea!1idade· da astrologia. >> 
GoETHE: «Vim ao mundo em Francoforte-sobre,.o ... Meno .a 28 de 
Agos.to de 1749, :ao s.oar a ultima badafada .do meio--dia. A cons:-
rt:·ela~ao era ~e'liz, o Sol estava no signo da Vir,gem; Jupiter ·e· 
Venus 1fo.r:mavam ~com .ele bons as~pe·ctos; Me.rcurio nao era des-
9 
ANDR!!J BARBAULT 
favonivel, Saturno e Marte eram neu.tros; .s6 a Dua, cheia nesse 
:dia, exercia a tfor9a da sua rever:bera9ao tanto mais podernsa 
quanto a sua hora pilanetaria ha·via come9ado. Opos-se, po·rtanto, 
ao ·m·eu nasdmento ate que· ·essa ho·ra passou. Estes bons as.pectos, 
mais tarde altam.ente apreciados pe:los astr6logos, serao sem 
duvida a razao por que fiquei ·vivo, pois, pela incliria da parteira, 
jru1garam que 1estava morto :quando vim ao mundo, ·e· s6 depois 
de nume.rosos esf.or9os vi a 1uz.» (Poesia e Verdade, cap. I.) 
BALzAc: «A As.tro1ogia e uma ciencia im·ensa e que reinou nas. a:nais 
altas inteligencias. >> 
RoMAIN RoLLAND: «1Maturei lenta·mente a ·convi<::9ao de que· todas as 
Jeis da evoau9a0 par.ticulares dos pOVOS, das na90·es, das classes 
·e dos seus .oomba:tes ·es.tao subordinadas a 1eis .c6smicas; maiores 
e que regem a evolu9a·o geraJ da humanida:de.» 
C. G. JUNG: «Se as pessoas cuja :instru9ao de·ixa a deseljar tern julgado 
que podem fazer tro9a da astrologia, ·considerando·-a como uma 
preudociencia ha muito Jiquidada, ·essa astro;logia, remontando 
das profundezas da alma popu1ar, voHa hoje a apresentar;.se ~as 
pnrtas das nossas unive·rsidades, que· deixou ha tres s:ecu1os.» 
(Seelenprobleme der Gegen:wart, p. 241.) 
EMMANUEL MoUNTER: ·<(E adrniravel q.ue a ciencia de Kepler e a lfre 
de Sao To.mas nao se tenharn .sentido na necessidade de rejeiiar 
em principio as a:firma9oes da astro1ogia. Bes acreditavam na 
influencia dos astros, e alguns sa:hios co.me9am hoje a tra9ar 
.ta:helas e-statisticas a firn. de verem se ·de-las decorrerao correta-
95es psicoc6smioas. E a unicfr maneira dentffica de ahordar o 
prohlema. A so1idariedade que· por toda a parte o· unhrers.o 
'alfiDma antes le!varia a supor que os resu'ltados serao positivos e 
pe~rmitira.o, ·como ja a quir:ologia, a grafol:ogia ·e a fisiog.noa:nia, 
eliminar da a~tro'logia a tagar.eEce dos charlatae:s [ ... ]. Se nos 
voltarmos para as antigas dass.ilfica9oe'S astro16gicas dos carac-
teres, nao .podernos :deixar de es.pantar-nos corn a sua concor-
danda aproximativa corn mais de urn. res.ultado da morfologia 
·e da ifisiognomia ·contemporaneas [ ... ]. Pelas primeJ.ras sfntes:es 
que esbo9.arn, ·os tipos astrologicos estao em todo o caso m.ais 
perto duma ve.rdadei:ra caracte,rollogia do que a psico[ogia carac-
teria1 que, no secu1Io passado, atravancou o con'hecimento .con-
creto do homern corn os seus sistemas de facu'ldade·s m:iticas ... » 
'(Traite du Caractere, pp . .124-126.) 
10 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA 
GABRIEL ·MARCEL: ·«Ainda que possa ·escandalizar, eu de lb:om grado 
acrescentaria que a as.trO!logia, a.pes:ar do que em 1.ilHma analise 
se deva :pensar dos seus ·m·etodos e dos resru1tados ~que de facto 
produz, teve ... o grande interess·e de chamar a aten~ao para a 
ideia duma fi:gura, .duma con:figura~ao do destino individual.>> 
(Du refus a l'Invocation, p. 125.) 
«Emfbora ainda nao tenha uma experiencia pessoal nesse domi-
nio, demas.iados f'actos precisos. e concordantes me tforam con-
.tados para que nao me .tivesse persuadido de que ha na astrologia 
urn fundo de verdade. Recuso ... me categorka:mente a .crer que 
tudo is~So e cha1'latanismo. Nao ha, !s:em ·duvida, .nada de fataJl 
.nisso. Segundo a lfrase latina, os astros inOlinam, nao deter.mi-
.nam.» {Nauvelles litteraires de 6 de Julho de 1950.) 
0. R. P. RIQUET: «Sou ·como saa- Tomas. · 
»Para responder a essa ques.tao, s:eria neces:sario com·e~ar p·or 
;precisar o que· 'Se entende por astrologia. Se, atraves deJla, se 
.pretende 1er nos astros tudo o que de.ve aconte.cer, como se neste 
mundo tudo estivesse inteiramente determinado pela ac~ao dos 
astros sem que a IJ.iherdade do homem possa modificar alguma 
.coisa, .ta'l pretensao contradiz a concep~o ·crista,do livre aroitrio 
humano. Mas podemos admitir, ~omo .o lfizeram Hustres douto:-
res da Igreja tais: como Sao Tomits de Aquino, que ·os astros 
exercem uma ,certa infiluencia no tem.peramento, na complei~ao 
dos 1ho-mens, ·e por isso no seu comportamento. !Dai um.a possi~ 
ibilidade de prever as tendendas que eJes manifestarao muito 
,provavelmente, mas nao infaliveJlmen.te, .po.r.que, s.egundo crem-os, 
o homeni :pode dom1nar, orientar, iruflectir as tendencias que 
sao nele a resultante de todas1 as inrfluencias ,c6smkas 'ou astrais 
que exercem sobre :o seu oflganismo. 
»M.as., .dito isto, co.nvem ser re:servado quanta ao 1\T.alor dos 
progn6sticos que se pretendem tirar duma ciencia .tao conje·ctu1'al 
das irufluencias astrais sabre ·o comportarnento bumano. !Bem 
im.prudente s:eria quem nissio se fiass.e cega·mente.» r(Blle, rru1mero 
de 11 de Agosto de 1952.) 
JuLIEN GREEN: «!E urn assunto muito vasto que me interessa ·e me 
atrai. ·Goethe, no ·come9'o de Poesia e Verdade, notou a con-
'jun~ao dos astros a sua nascen9a. Acreditava firmemente na 
astnYlogia. E eu tam1bem Jne sentiria tentado a acreditar.» (Nou-
velles Litteraires de 6 de· Jurrho de 1950.) 
ANDRE BRETON: «·E (a astrologia) .para mim uma dama muito alta, 
muito hela e vinda de tao ·longe que nao :pode deixar de en.can-
1:1 
ANDR2 BARBAULT 
1:ar-me. ·No ·mundo puramente !ffsico, nao vejo outra cujas quali-
dades possam rivalizar corn as suas. Parece-me, alem disso, 
:guardar um dos mais altos segredos do mundo. E ~ena que 
hoje - pe1o ·men os .para o ·VU1lgo- reine nn seu 1lugar uma 
pros:tituta.» (Astrologie moderne, n.Q 12, Outuhro de 1954.) 
RENE HUYGHE: «Para ·mim, a astralogia 1e ex.trema-mente· intere'Ssante 
no mundo dos signos e da simlb61ica, porque 1e exactamente uma 
simb6lica .da psicologia colecthra... ao passo que ·o perigo e a 
grandeza da astrologia e manejar sfmbolos cujo alcance muitas 
vezes esmaga e sufoca os astr6logos. Mas a so·rt·e da astralogia 
16 repousar numa simb61ica calectiva, que por conseguinte tern 
uma ampilitude extraordinaria.» (Janus, n,Q 8.) 
MAx-PoL FoucHET: «... penso que, na .medida em que se ;puder res-
tabe!lecer no homem o sentimento c6smico, num mundo que 
hoje ·empohrec·e, que pe.rde justamente esse sentimento, se esta 
a realiza:r uma tarcla extremamente util... AifinaU, a astroJogia 
pode rer urn metodo de detec9ao da autenticidade ou: da ·rea:lidade 
duma obra plastica.>> (Janus, n.Q 8.) 
CLAUDE L:Evi-STRAuss: «Os antigos construfram urn sistema, e .esse 
sistema, a partir do momento em que :foi construido, ·mostrou-se· 
operante e tfe·cundo, ·pois o homem s6 pode ,pensar corn sistemas. 
A astrologia foi urn grande sistema, pois aJudou o homem a 
rpensaiJ." durante milenios .. » (L'Astrologue, n.Q 9.) 
LuciEN ·MALAVARD, Prof. d.e Ciencias na Sorbornne: «Penso que os 
antigos fizeram de certo ·modo ciencias humanas avant la lettre 
por meio da astrologia: elalboraram as:sim uma classifica9ao dos 
seres., uma maneira de ver mais daro nos ·compo,rta:mentos huma-
nos. Pela crninha parte, sentir"'me-ia tentado a situar :a astrolo1gia 
ao 1ado das 'Ciencias 'humanas, um pou.co mais 1onge ... » (L'Astro-
logu:e, n.2 15.) 
HENRY MILLER: « ... ela (a astrologia) fala do homem n:a sua inte·-
gra:lidade, e eu considero que isso e o essencia1: consiaera-o como 
um ·ser completo [ ... ]. Mostra que· ha ritmas na natureza e que 
cada ·ser participa desses ritmos.>> (L'Astrologue, n.Q 16.) 
PIERRE ScHAEFFER: «Parece-me que a :astrologia pode, a sua maneira, 
por meio das configura96es que estuda, ·descobrir as rela96es 
mais secretas da ;vida interior do ser humano.» (L'Astrologue, 
n.2 17.) 
1.~ 
I.NTR,ODU~AO 
Um Tratado de Astro1ogia no seculo xx, eis uma audaciosa, ou 
mesmo irritante aventura ... que eu no entanto gostaria de justificar 
em poucas palavras. 
Para wn espirito racional que a julgue do exterior, as afirm(Jfoes 
da astrologia classica tornaram-se impossiveis de integrar no nosso 
pensamento cientifico. Reconhecem-se sem duvida as ac9oes de gra-
vltafaO e de radia9ao do Sol <(as esta96es) e da · Lua. (as mares), e 
ate se concebe uma certa influencia da actividade solar, ja que o 
aparecimento das manchas no nosso astro diurno e acompanhado 
de perturbafoes terrestres. Mas nao se poderiam par no mesmo plano 
que estas influencias gerais, universalmente admitidas, as in/luencias 
«especiais», porque individualizadas, deste~ lwninares, e muito menos 
de planetas como Marte e Saturno. E, contudo, a astrologi'a e isso, 
ou seja, tudo o que esta a margem das influencias gerais reconhecidas. 
E, diz um. critico, «O resto», e, para dizer tudo, 0 que e propriamente 
faJando abs.urdo! · 
Eis a evidencia, o credo actual. Ouso afirmar, quanto a mim, 
que se trata dwna fals-a evidencia coma existem muitas outras em 
muitos dominios, e nao e essa a surpresa menos <<sensacional» que 
nos revela o desenvolvimento actual das investigafoes cientificas.. 
Assim como declarava, a prop6sito da astrologz'a, o cita:do critico 
Jean Parte, Administrador do Instituto Nacional de Estatisticas e 
afecto ao C. N. R. S.: [ ... ] A:bsurdos ou nao, os factos sao factos e, 
ainda que a ciencia dum:a epoca nao ·OS: -saiba integrar, todo Ql e~frito 
cientffico deve :reconlhe,oer a .sua existencia ate que .possa ·explici..-lD& 1 • 
Ora, o prcfule·ma .capita1 consiste precisamente em saber se os. 
«!aetas astrol6gicos» --a saber as rela9oes que a astrologi'a pretende 
revelar e estabelecer entre indicios celestes e fen6menos humanos e 
terrestres- sao realmente fact os. Precisamente, essa «falsa eviden-
cia>> que quer fazer da astrologia uma quimera provem de que esse 
1 tP!l"e.faclo de Methodes. pour etudier la repartition des astres dom le 
mouvement diurne, de F. e M .. Gauquelin, Pam. 1957. 
13 
ANDR:t!J BARBAULT 
problema essencial nao foi praticamente nunca levantado pela ciencia 
oficial, que se contenta com um juizo a priori. Com efeito, ha que 
saber que jamais a astrologia foi submetida a um verdadeiro controle 
cienti/fco por parte do corpo oficial. Desde a revolufao coperniciana, 
julgou-se que ela era falsa nw seus fundamentos porque repousava 
numa concepfao astron6mica err6nea que coloca a Terra no centro 
do mundo,· e isso, apesar da sua defesa pelos proprio'S Copernlco, 
Kepler e Galileu 2 • Nos nossos dias - e aqui ha ja uma evolurao -, 
o argumento heliocentrico que motivou a sua rejeifaD ja niio e admi~ 
tido por ninguem. Mas, do seculo xvrr ao seculo XIX, a edificafaO 
da ciencia nao fez mais do que afas.tar o espirito racional do pensa-
mento astrol6gico, a ponto de parecer perfeitamente inutll levar a 
cabo investigaroes para verificar este conhecimento: ha1via mais que 
fa;.er ... 
Ap6s as primeiras verific(lfoes, imperfeitas e em todo o caso 
acusadas ou suspeitas de parci'alidade, feitas pelos pr6prios astr6logos 
desde o renovador Paul Choisnard - veri/fcaroes fundadas nas esta-
tisticas e no calculo das probabilidades -, um adversario da astro'" 
logia deu-se enflm ao trabalho de encarar seriamente esses famasos 
<<factos». Foi assi<m que um estatistico - faremos nesta obra o inevi-
tavel balanro dos seus result adO'S- pode, para seu pr6prlo espanto, 
fornecer uma provc1. doravante zrrefutavel da existencia duma «in-
fluencia astral>> do tipo astrol6gico. A partir desse dia, abriu-se uma 
brecha nas muralhas do a priori dum racionalismo muito sistemati-
camente hostil a astrologia. Ainda que s6 esteja <<prQfV·ada» em parte, 
esta pode actualmente socorrer-se dum estatuto estatistico que repousa 
num conjunto global de vinte e cinco mil dados de nasdmentos. 
Poderiio, pois, continuar a trorar da astrologia que nem por isso a 
verdade deixara de seguir o seu caminho. Aflnal esta nao sera a 
primeira nem a ultima (}) empurrar ideias preconcebidas; a hlst6ria 
das ciencias esta cheia destas revolufoes que destroem uma l6gica 
conservadora ou um espirito rotineiro ... 
Por certo, coma. dizia o nosso honesto critico, nao e possivel na 
nossa, sociedade abordarsem preconceitos o problema da influencia 
2 Nao e mutil: .r:ecordalr aqui. que- contra!I'iarnente as itde1as a~dmitidas­
a obm de Copernic:o, De revolutionibus orbium coelestium, n.:a&deu soh ·a 
mfluenda 00s doutrinas i&Strol6gicas, foi impri!mida gr~ la'OS CU!idadoo de 
Rhooticus, astr6l'Ogo 1arnigo !do sabiJO p:ola.co, e dedicaoo 1ao .papa P.aulo III, 
protector dos 'a!Str6logos.. Na regunda m-etad·e do tsecu[o XVI, enquanto a teoria 
copernroiooa e a:-ejei.tada .pel.a~· univers:idades, fomm, .em gran.de parte, os astr6-
lbgos que, voltando as oos.tals! as zombrurias do mnndo sab.io e as oorut:oo~a& die 
ex.comunhao pronunciadas peloo te6logos, defoo.deram ·CO·rajosamente a nova 
doutl1iina. {A 100te r:espeito pader-se-a ·OOifllsu.1tar WILHELM KNAPP.lCH, «Ooiper-
n:ic :et :1' .A!strologre», n. 0 4 de La tour Saint-Jacques.) 
14 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA 
dos astros na vida humana: «Quem quiser conservar uma atitude 
cientifica perante este problema deve preca:ver-se contra a ideia de 
que o examina 'sem preconceitas'. Enganaria os seus leitores ou 
enganar-se-ia a si mesmo. Antes deveria tentar tomar conscienda 
dos seus preconceitos e reconhece-los publicamente, para depois ten-
tar p6-los de certo modo 'entre parenteses' durante um tempo ili-
mitado.» 
Equivale isto a reconhecer que, ao abordar a astrologia, lhe 
concedi um preconceito favoravel, preconceito esse que z1ncliM certa-
mente a uma certa toleranoia do espfrito, tal como o preconceito 
inverso incita a fecha-lo. Mas havera uma experiencia ou um conhe-
cimento humano que se possam compreender samente sem o credito 
duma simpatia previa? Quanto mais um conheciment01 que esta mais 
proximo duma arte do que duma ciencia! Em vez de julga-lo super--
ficialmente, nao sera mais racional tentar uma paciente investz'g(lfaO 
a partir do interior para captar a sua verd:a.de profunda ou pOJra lhe 
delimit(l!f a raridade? Tendo consagrado ja mais de vinte e cinco 
anos a essa av·entura, passeando a minha curiosldade por mzYhares 
de cartas do ceu, creio-me em condi96es .de /alar cam conhecimento 
de causa, formando deste conhecimento um ro'Sto em compar(lfao 
cam o qual o que dele imagina um crftico apressado, por muito 
brillumte que seja, nao passa duma caricatura. Assim, pratico escru-
puloso, fiz questao de me li'bertar progressivamente do que, na prova 
da verificafaO empirica, nao merecia ser retido, de tal modo que 
este livro de boa-fe oferefa um ensinamento que se possa receber 
e que conduza a uma sa pratica da astrologia. 
T a1 ensinamento nao se concebia sem aplic(lfoes: para o tornar 
vivo, mas tambem para fornecer uma especie de demonstrafao, con-
vinha ilustra-lo com exemplos historicos, personagens que, em parte, 
pudessem ser conhecidos pela maioria das pessoas. Ora, surgia aqui 
uma dificuldade: que escolha fazer entre os milhares de casos de 
que possuo os elementos: politicos, artistas, sabios, escritores ... ? lnd'o 
buscar exemplos a estes grupos, eu. seria inevNavelmente suspeito de 
ter escolhido casos que se ajustavam sem poder justificar as minhas 
opfoes. Ora, para evitar tal acusaffio, de nada valia conslderar uma 
cO'le~ao inteira indo buscar a serie de casos que impoe sem discussao. 
Nesta ordem de ideias, achei que o melhor a fazer era dirigir-me a 
minha colecfao dos Reis de Franfa, desde o primeiro de que sabemos 
a hora do nascimento ate ao ultimo. Fiz, no entanto, questao de. 
completar essa serie demasiado escassa, porque limitad'a a dezanove 
casos, incluindo nela os unicos personagens importantes da Hz'st6ria 
de Franfa de que dispomos. da hora .do nascimento: Catarina de 
~.\fedicis, Richelieu, Mazarin, Colbert, Mari'a Antonieta, RobeStpierre, 
15· 
ANDREJ BARBAULT 
Napole?io I e Napoleao Ill; ninguem tera certamente o que dizer ... 
Compreender uma mecanica e desmontar-lhe as engrenagens, 
estuda-las pera a pe~a e voltar a monta-las para a recomposifao do 
conjunto. Embora insubstituivel, este metodo cartesiano nao deixa 
de levantar objecfoes. 0 astr6logo <<puro sangue» pretendera que nao 
ha «influencias isoladas» e que um tema astr6logo e um todo sin-
tetico, que s6 fala em funfao do conjunto que representa. Com efeito, 
admitir-se-a que todo o fenomeno secundario e orientado pelo feno-
meno que lhe e superior. E ate se acrescentara a isto uma objec9iio 
mais gra:ve: e tao. artificial como dijicil isolar uma acfao particular 
e distinguir a que cabe a cada um dos numerosos factores postos em 
jogo pela varieda.de dos elemento~ do tema. E contudo, como escapar 
a esta atitude analitica? Nao existe nenhum metodo capaz de subs-
titui-lo validamente; o mais que se pode fazer e rodear-se de todas 
as preca~oes necessarias mostrando rigor na analise. Pais nao estou 
a ver bem como e que se pode revelar o espirito duma configurar;iio 
mesmo simples se nao se conhecer previamente a natureza do astro, 
do signo que este ocupa, e do aspecto que forma, e isso, mesmo 
que eu considere o metodo global como o melhor ensino. Toda a 
sintese so e possivel depols duma minuciosa analise. Nao se admirem, 
pois, se os temas da colecfao que me servem de exemplos forem, 
ao. longo deste tratado, desarticulados e explicados aos bocadinhos, 
ponta com ponta; s6 desse modo me e finalmente possivel apre-
senta-los oo. nivel da sua sintese mais expressiva. 
Este tratado naa tem a menor pretensao de apresentar toda a 
astrologia pratica comefando por A e acabando por Z; da quando 
muito uma visao geral, de resto muito conforme com os limites dum. 
conhecimento sempre em busca de si proprio. E altura de prevenir 
o leitor contra duas reacr;oes prejudlciais: 
Este livro e tao. perigoso como pode ser um tratada de medicina 
nas maos duma criatura inquieta, cam tendencia para pensar que 
tern todas as doenr;as ao ler a sua descri~ao. Ao constatar uma 
constelG:fao mais ou menos problematica no seu ceu natal, este mesmo 
espirita inquieto nfio pode deixar de pensar no pior e de causar muito 
mal a si proprio. E sabido que o estudante de astrologia tern a mao 
pesada; espera sempre de mais dos harmonicas e receia nao menos 
excessivamente o efeito das dissonancias, mas depressa se apercebe 
de que a vida nao tern o dramatismo que as suas configurafoes lhe 
sugerem; com o uso, adquire esse sentido das proporr;oes que ajusta 
o seu juizo a relatividade · da condi9ao humana. Nao posso, pois, 
deixar de par o leitor de sobreaviso contra esta maneira de ver num 
tema natal um pior ou um melhor que pode s6 existz'r na sua ima,-
giruifCio. · 
16 
MANUAL PR.ATIOO DE ASTROLOGI.A 
Tambem nao se deve correr o perigo de pedir de mais a astro-
logia, de esperar de la mais do que pode dar. J d que a astrologia 
toca o ser intima, a sua natureza e o seu destino, o homem tem 
geralmente, em relafao a ela, uma atitude que releva da mentali-
dade magica: corn a astrologia nao se tem 0 direito de se enganar 
e tem-se o dever de saber tudo .. . Ate os seus adversarios tem est a 
atitude irracional. Ora, se ela e actualmente um conhecimento que 
se constitui, .que se aperfei9oa, que obtem resultados apreciaveis, e 
ainda um conhecimento que se procura, que se poe mil problemas, 
que comporta mil incertezas: um conhecimento muito imperfeito, 
numa palavra, e que nao pod'e de modo algum ter pretensao de 
satisfazer a avidez do saber humano no proprio terreno em que 
este se exerce. E como os outros conhecimentos humanos: psicologia, 
medi'cina ... - e menos avan9ada do que eles - que ainda tern muito 
que descobrir. Ha que tomar posi9ao. 
Mas, no seu estado actual, dd-nos resultados certos: basta por 
0 ensinamento deste tratado a prova e julga-lo «incipiente>~ 3• 
Tendo tornado plena consciencia da condi9ao terrestre do homem, 
o espirito contemporanea esquece singularmente que 9 homem e 
tambem .ce'leste, parcela infima desse planeta que e a Terra, ligado 
a ela no seu destino c6smico. E tempo de abrir os olhos para um 
conhecimento como a astrologia se se qulser que se fa9a a sintese 
de todas as disciplinas que pretende darao homem um lugar, nao 
s6 na Terra mas na totalidade do Universo. 
A. B. 
3 0 ·leitor que desej.e aJo.an~a:r uma boa formayao. astr:ol6gica deve com-
pleta·r ra sua leitur.a ·COiffi urn ren&ino dilrecto. 0 «0elfl.otm Intern.adona1 de ASJtro-
I•ogi:a» possui uma Eooo·la des1tinada a. esse fim, e .o '8:UtO[ pod:e dac tod.rus as 
illlfo·rma:96es utei:s. 
1"1 
P. D. 66-2 
~~z;'rl---r. ~!'!" j . .., .. ~, ........ t<tr ~ ... "';i ·- ,, -""'i?J ~ 
r r' 
PRIMEIRA PARTE 
OS DADOS 
CAP.t1ULO I 
A C~TA DO CEU 
A prati.ca astrol6gi.ca repousa na interpreta9ao da carta do ceu 
do nascimento do individuo. l·mporta, .pois, para ·co•me,9ar, travar 
·conhedmento .corn a .cos:mografia, a .fim de saber tra9ar esse tema 
natal e de .poder responder aos prolblemas que o mesmo nao deixara 
de 1evantar. 
Esfera terrestre e esfera celeste 
Se imaginar.mos o ceu como urn teatro de opera90.es onde se 
desenrolam fenom·enos identificaveis, torna-se necessario fixar-lhe urn 
quadro preciso. Para o astr6nomo, essa ah6bada estre·lada que· se 
.of•erece ao olhar do e·spectador teTreno e em primeir.o 'lugar uma 
eslfera que envo11ve a Terra .corn urn raio infinito'- As distancias reais 
que se.pa·ram os astros entre eles e que .os afastam do nos.so plan.eta 
nao intervem; admite-se que todos os as.tros - rruminares (Sol e· Lua), 
plan etas e estrelas- se acham repartidos numa esfera idea:l corn 
urn raio · indeterminado e .cujo .centro ·e o ·lugar de observa9ao (local 
do nas:cimento na lioroscopda); a iss.o se chama a esfera celeste. 
Todos sabem que :a Terra gira regularmente em v011ta de si 
mesma, de oes.te a leste, a uma velocidade ·constante, para efe:ctuar 
uma voHa completa em vinte e quatro horas siderais. Gira em torno 
de urn eixo ideal .passando pelo seu ·Centro. Os pantos em que esse 
eixo atravessa a superficie t.errestre chamam-se p61os, e ,e'SSe eixo 
denomina-se eixo dos p6los, distinguindo-se o· polo norte (N) eo p6lo 
sul (S). 
Se, pelo centro da Te·:r.ra, se tra9ar \um plano perpendicular a 
.esse eixo .dos p6los, divide-se a esfera terrestre· e·m duas metades: a 
que cont1em o polo norte chama..;se hemisferio norte, por oposi9ao 
1·9 
ANDRJ!l BARBAULT 
ao hemisferio sul, que ·con tern o polo sui. A circunferencia do grande 
drculo que separa estas duas n1etades terrrestres chama-se equador. 
As primeiras coordenadas da esfera -ceJeste nao sao mais. do que 
a r-eplica ·em tamanho maior das da esfe.ra terrestre, uma vez que 
a primeira e urn mero prolongamento da segunda. Corn e.feito, em 
consequencia da rota9ao terrestre., a es:fera celeste pare·ce girar ·em sen-
tido inverso a essa rota9ao em tomo de urn eixo que pas.sa pelo lugar 
terrestre de observa9ao. Esse eixo confunde-se .praticamente corn o eixo 
de rota9ao diurno, .de tal modo que o centro: 0 
N' da Terra se toma o centr.o da esfera ce1este. 
0 p6lo norte celeste (N') cor:responde, 
.pois, ao polo no.rte t·errestre {N), uma vez 
que e 0 seu prolongamento indeifinid.o, ta1 
como o polo sui celeste (S') corresponde· ao 
polo terrestre do m·esmo nome. Ao equador 
te!frestre corr·e'Sponde o equador oelleste· (Eq'): 
e 0 grande drculo da .esfera ceUeste ·CUjO piano, 
no centro desta, e perpendicular ao eixo do1s 
p6los chamado eixo do m·undo. 
As coordenadas terrestres 
Toda a pos'i9ao geografica se situa em rela~ao a dois ·eixos de 
re'ferencia ou coordenadas essenciais que constituem as medidas ter-
restres dum .dado lugar: 
1) A longitude, que re·su1ta da interse·c9ao ·corn 0' equador de 
urn circulo meridiano ou piano tpelo lugar e pe1os dois .p6los e 
cortando a superficie da Terra segundo um grande circuiTo; 
2) A latitude, que depende do arco de drcu[o pa·ra1elo ao .equa-
dor passando pelo lugar e situado entre e1e e urn dos dois ·polos. 
As longitudes sao fixadas por um regime· inte,rnadonal !haseado 
nos ·meridianos. 0 globo terrestre foi dividido em 24 fusos espa-
9ados de 15° em 15° ·e correspondendo cada urn a 1 h. (1 ° de Qon-
gitude correSiponde a 4 m. de tempo m·edio). 0 meridiano originai 
e o de Greenwich (Londres). A ho,ra deste meridiano centr:a1 0, 
que serve de eixo do fuso, .constitui a hora legal para todos os 
paises contidos nes'Se fuso. Assim, para a Europa, a hora de 
Greenwich aplica-se ao mesmo te·mpo na Belgica, Espanha, Fran9a, 
Gra-Bretanha, Luxemhurgo e Portugal. ·Os fusos e:stao lllumera-
dos de 0 a 23 no sentido .Jes~e e a partir do de· Gre·enwioh; o 
numero de orde·m do fuso indica, pois, a hora legal do fuso quando 
so 
MANUAL P:RATIOO DE ASTROLOGIA 
sao 0 h. em ·Greenwich 1• Assim, quando forem 2 h. em Green-
wich tail dia, sao 3 h. (2 + 1) no fuso da Europa Central (hora de 
Gorlitz); e sao 4 h. (2 + 2) no fuso ·da Europa Orientad (hora de 
Leninegrado). Em contrapartida, 6 1 h. (2 - 1) no fuso 23 situado 
a oeste de Greenwich; sao 0 h. (2 - 2) no fuso 22, 23 h. (24 + 2 - 3) 
do dia precedente no .fuso 21, etc. Cada lugar e·sta ·situado em lon-
gitude relativamente ao m·eridiano a que pertence. Assim, Brux.e'las 
encontra-se (relativamente a Greenwich) a 17 m. 26 s. leste, Madrid 
a 14 an. 45 :s. ooote., Paris a 9 .m. 21 ·s. le·ste, -etc. (rvide ·mapa das 
PIP· 24-25). 
Perpendiculares as longitudes que situam os paises de leste a 
oeste, as latitudes fixam a posi9ao nort·e e sut A vaJlia.das em graus, 
oscilam entre os 0°, que e a latitud.e do equador, e 0& 90°, que ·6 
a do p6lo. No hemisferio no-rte, o arcq de circu'lo meridiano· de 
52° passa perto da:s ddades de Lon.dres, Haia, Utrecht, Berlim e 
Vars6via, que sao pontos geograficos situados a mesma distancia -res-
pectiv.a do equador e do p61o norte. Bruxd:as tern llima latitude de 
50° 48', Londres a :latitude de 51° 31', Paris de 48° 50'. A latitude 
diz-se norte -ou borea.l ~egundo o lugar geografico se situa ·entre o 
equ.ador e .a p6lo norte (Berna: 46° 57' norte.); e chama-se swl ou 
a:ustra!l no -caso oposto 2 • 
Como ruma carta do .c6u ·e sempre tra9ada para urn dado 1ugar 
(o iugar do nascimento), fica situada no cruzame:nto da longitude 
e da 'latitude· de"Sse lu.gar. 
As coordenadas celestes 
Como a m·ecanica do nosso universo as:tron6mico 6 urn pouco 
complexa, urn unico sistema de referencias nao chega para situar 
os .cor.p-o·s ·celestes na eSI.fera celeste; e preciso recorrer a tres especies 
de ~~oordenadas, a sa;ber: 
Coordenadas equatoriais: 
dec~ e asoonsao recta 
Nao ha, ·em prindpio, diferen9a entre estas p.rimeiras coorde-
nadas e as que acwbamos de fixar no mapa-mundi. 
1 A hora, tempo med!io de Greenwich, e ·indicada pela abreviatura G. M. T. 
(Greenwich mean time). 
2 Ha itnumerrus tabelas que f<oc.necem as longitudes e laJt:hudles das pri:n-
c'ipads ddades do mundo. 
SJ. 
ANDR2 BARBAULT 
Nesta figura, ,N . e S repres·enta.m os p6los da eslfera ce'leste, o 
eixo de rota9ao do mmrimento diurno; o g·rande circulo E E' e o 
equador celeste. No centro, .a Terra, T. 
Considere-se urn as:tro A. As sua.s coordenadas equatnriais sao: 
1) A sua. declinarao, ~determinada .pelo angu1o A T a; 
2) A sua ascensao recta (AR), determinada pe1o angu[o y T a, 
medido no equado·r celeste. A orige;m das .medidas e o ponto !Verna1 
ou ponto gama, y, que mais adiante definiremns. 
N 
E' 
s 
A declina9ao dum as.tro ·e, por con-
seguinte, a altura angular desse astro 
acima ou aibaixo ·do equador oeles.te; esta 
declina9ao ·e contada a parth' do ·equado'r 
em dir.ec9ao a urn dos :p6los, de 0° a 90°. 
A sua .ascensao recta (AR) e, po1s, 
0 angulo formado no equador ce[es.te 
pelo circu~o honirio (N A a S) dum 
astr:o ·COrn 0 ponto vernal. Este angulo 
e conta.do no equador a. partir c!o ponto 
vernal no sentido directo (s.entido da 
seta), de 0° a 360°. 
CoQrdenadas eclipticas: latitude e longitude 
Ao mesmo tempo que gira em volta de ·s[ mesma., a Terra des-
loca-se e·m voita do Sol, e dai re·sulta, .para o ohservador terrestre, 
um segundo movimento aparente solar cujo periodo e de um ano . 
..!:! assim ~que, num ano, o Sol ·descreve urn grande ciroolo na esfe,ra 
ce·le·ste (ocupando sempre a Terrao c-entro des:te ci.11culo). Es:ta tra.-
je;c-t6ria solar po·r entre as constda9oes fixas chama-se ecl~ptica (iBc). 
0 piano da ediptica !forma. co.m 0 do equadnr urn angu[o (1nc1i-
na9aO da ecliptica) cujn valor m1edio e de 23° 27'. Dai resu1I.ta que 
cada dia do ano, corn a sua ascensao recta, a declina9ao do So~ 
varia .para seguir a curva duma. sinus6ide. 0 e:quador ce~es.te e .a 
ecliptica cortam-se ·em dois pontos. Urn deste·S pontos e .o ponto 
vernal (acima da seta que marca o sentido da pTogressao do Sol e 
dos planetas): corresponde no ano ao equin6cio da Prima!Ve,ra; no 
extremo opos:to, o outro ponto de ·encontro ediptka-equado-r da .o 
equin6cio de Outono. Perpendicu1armente :aparecem, no maX'iffiO' da 
declina9ao norte, o solsticio de Verao, ·e no maximo da dedina.9ao 
su'l, o solsticio, de Inverno. 
Relativamente· a este piano eclfptico, as posi~oes definem-se em 
latitude e 'longitude. 
MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA 
A latitude de urn astro e o angulo 
que ele .faz perpendicularmente ao pla:no N 
da eclfptica (0° de· latitude), sendo a ~ati­
:tude norte ou sui conform·e o· astro s:e 
situ.a do lado norte ou suJl da ecliptica. 
A longitude dum astro mede-s•e na 
ed:Uptica, corres.pondendo ao angu1o fo~­
mado pela distancia do panto vernal ao 
ponto ocupado por esse astro; ·conta-s.e 
de 0° (panto vernal) a 360° (regre·sso a s 
este ponto) no sentido directo do .peT-
curso soilar. 
A longitude e a latitude constituem as· medidas .do Zodiaco de 
que a eclf.ptica .trac;a a linha mediana. 0 zodiaco e assim uma faixa 
cir.cu1ar do •oeu ao longo da qual caminham os astros do- nosso 
sistema p'lanetario, uma especie de pistas onde efectuam a sua e:te.rna 
ronda. A cintura zodiacal tern 17° .de :largura; compreende, pois, em 
vdlta do trac;ado solar que ·e a ecliptica 8,5° de latitude norte e 
8,5° de latitude sull, cflmpo rese·rvado .a sinunsidade das traject6rias 
lunar e .planetarias. 
0 zodfaco e representado numa supe·rficie plana por urn circulo 
composto dos seus 360°. Desde te·mpos ime•moriais que esta dividido 
em doze partes iguais que repre·s:entarn os doze signos zodiacais. Cada 
urn deles tern, pais, urna ·extensao correspondente a 30° de longitude 
conta:dos na ealiptica. Existem ate subdivisoes (decanos, termos) s·em 
grande interesse. 0 Sol efectua um avanc;o de cerea de 1° _por dia; 
e 'assirn que leva aprorirnadamente urn mes a atravessar cada signo, 
o que nos ·con.duz ao seguinte quadro: 
SIGN OS SiMBOLOS 
Carneiro q 
Touro tf 
Gerne·os ~ 
Caranguej o e 
Leao ~ 
Virgem l!l? 
Balanc;a ~ 
Escorpiao IIt 
Sagitario 3IHo 
Caprirornio ;; 
Aquario ,_ 
Peixes X 
LONGITUDES 
0° a 30° 
30° a 60° 
60° a 90° 
90° .a 120° 
120° a 150° 
150° a 180° 
180° a 210° 
210° a 240° 
240° a 270° 
270.0 a 300° 
300° a 330° 
330° a 360° 
23 
DATAS (APROXIMATIVAS) 
21 ~ar~o a 20 i\brH 
21 Abril a 20 Maio 
21 Maio a 21 Junho 
22 Junho a 22 Julho 
23 Julho a 22 i\gosto 
23 i\gosto a 22 Setembro 
23 Seternbro a 22 Outubro 
23 Outu!hro a 21 Novembro 
22 Novemtbro a 20 Dezembro 
21 Deze·mbro a 19 Janeiro 
20 Janeiro a 18 Fevereiro 
19 Feve·reiro. a 20 ~ar~o 
PLANISFERIO DOS FUSOS HORARIOS 
ANDRPJ BARB A ULT 
Os astros a que 'Seguimos 0 ,curso no zodiaco sao os do sistema 
solar: 
DESLOCA<;;AO REVOLUCAO NO 
NOMES StMBOLOS DIARIA ZODfACO 
(MEDIA) (Persp. geocentrica) 
Sol 0 10 1 ano 
Lua (: 13° 27 dias 
Planetas inferiores (entre a Terra e o Sol) 
DESLOCACAO REVOLU<;AO NO 
NOMES SfMBOLOS DIARIA ZOD!ACO 
.(MEDIA) (PeTSp. geocentrica) 
Me['oorio ~ 10 1 ano1 
Venus Q lO 1 ano 
Planetas SUP'eriores (6rbita exterior a da Terra) 
DESLOCA<;AO REVOLUCAO NO 
NOMES SfMBOLOS DIARIA ZODfACO 
Marte 
Jupiter 
Saturno 
Orano 
Neptuno 
P.luHio 
{MEDIA) (Persp. goocentri:ca) 
0,5° 
a:lguns minutos 
2 anos 
.12 anos 
29,5 a:nos 
84 anos 
164 anoo 
ceTca de 250 anos 
\Nao se dwem· conlfundir os signos do zodiaco cnm as constela-
foes ·do mesmo name. Houve tempos em que se sobre:puseram mas, 
em consequencia de um movimento dito de precessao dos equiru5cias, 
o ponto vernal d'esloca-s:e de maneira continua (cerea de, 1° em 
72 anos) ~as doze consteia9oes zodiacais (em sentido inverso da 
ordem dos si:gnos), ·e passa actua1mente de· Pisces a Aquarius. A coin-
cidencia dos signos ·e das cons.tel~5es s6 se .reproduz em cada 
26 000 anos &pro:rim!wdam,ente. A astrologia interessa-se iexclusiva-
mente pelos signos~ negligenci.ando as conste!la~5es. 
Coordenadas horizontais: altura e azimute 
Ate agora, ocom as .co.ordenadas e.quatoriais e eclipticas, sitmimos 
o oeu relativa:mente ao conjunto da Terra, fundando ·esse oeu :para 
todos os lugares do nosso gloho. Com ,eif.eito, imagina-Se· 0 ceu vis.to 
de uma Terra infinitamente pBquena, reduzi<da por assim ·dizer a um 
ponto no espa~o. Esta representa9ao geocentrica (considerando.-se a 
26 
MANUAL. PR.ATIOO DE ASTROLOGIA 
Terra CDffiO -o .centro do universo) do .ceu e no •entanto ins-llficiente: 
ha que chegar a uma verdadeira representa9.ao <<antropocentri.ca» 
do ceu, cnnstituindo o ohservador - neste caso o in.dividuo que 
nasce- o ·centro do universo. Por conseguint·e, se considerarm~ 
agoo-a o observado-r situ:ado num dado :ponto do glOibo, no seru quadro 
•rerres.tre, ·Convern utiHzar urn sis:tema de coordenadas angulares cwJoo 
pantos :sao :fixados ·en1 :flela.9&o ao s-olo. 
Para 'esse observador local, :o .pon-
to Z, que e a VJertica1 do }ocaJ ·de ·olbser-
va9ao, e ·o Zenite, ·e :o s.eu oposto N eo 
Nadir. 0 grande cfrculo da es[iera tc:eleste 
HH', p1erpendicu1ar an eixo zenit·e-nadir 
(Z-N) ·e o harizonte do [ugar. 
Se urn astro ·s:e encontra em B, as 
coordenadas horizontais que o caracteri-
zam sao!: 
1) A ·sua altura, determinada pelo· 
.z 
N 
anguio B 0 :b (figur:a ao ladoo), 'Constituindo 0 O· lo1cal de ·obser!V'a9ao; 
2) 0 seu azimute, d:ete:rminado rpelo ·angu.lo A 0 h no horizoo.t;e, 
rrepresentando o grande drculo Z A N a v-ertical de orig.em das me-
didas do azimu te. 
f.Estas coo·rdenadas permitem assinalar para urn dado momento 
e •lugar ·a po·si9ao de urn astro re~athramente ao zenite e ao horizonte 
desse Iugar, e conduzem-nos ao ·estudo .de urn novo capitulo, ou s~ja 
da esfera 1-ocaL 
A esfe:ra. local 
Ao f.im de urn tempo aproocimado de 24 hoTas, cada astro des-
creve ruma dr.cunferencia 'Segundo a Bua .deolina9ao propria e a 1lati-
tude do 'lugar de ohserva9ao; nU>m circulo pa.ra[elo ao .equador .celeste, 
realiza uma revolu9ao comp1eta em torno do dxo dos poloo. 
Ao m·esmo te.mpo que realiza esse· movimento, atravessa o ho,ri-
zonte ·em dois pontos que cons:tituem o nascente e o poente desse 
astro. 0 intervalo ·entre o nascente e o poente constitui o seu area 
diurno, e o pnnto mais etlevado da ·sua traj-ect6ria - ponto que, para 
0 Sol, :eorres.ponde a rua posi9aO quando e meio-dia- -cha:ma-se· a 
culmina(ao do astro. £sta •cuimina9.ao divide o arco diurno em dois 
·s·emiarc:os .. 0 inter:vaJo entr·e .o seu poente e o 1Seu nascente conJStitu.i! 
ao me:s.mo tempo o seu area nacturno, igua:lm·ente ·em dois semiarco•s, 
separados pelo ponto oposto 1a culmina9a0, 0 qual corres;ponde' para 
·o Sol a sua passagem a ·meia-noite. Para um dado [ocal de ·observa~o, 
a culmina9ao de todos os astros de declina9ao 'Pooithra ou negativa 
ocorre ao Iongo de urn grande drculo, perpendicular ao horizonte, 
que pass:a pelo zenite e pe1los p6los.: o meridiano do lugar. 
ANDR111 BARBAULT 
Considere-se a presente rfigura, corn as coordenadas horizontais: 
piano do J10rizonte, Zeni.te e Nadir. 
A esta ·esfera locail sOlbrepoe-se a esfera celeste con1 o eixo .dos 
1p6los no-rte-sul e o equador celeste EQ, ·e corn a ecliptica Ec. ,Dis-
tingue-se i1gualmente urn circulo paraqelo 
ao e:quadOT, que .representa o movim.ento 
diumo de um astro: .a:bc representa o arcn 
diurno desse astro ·e cda o seu arco noc-
turno. 0 horizonte do lugar corta este 
drcullo em a e c: a representa o nascente 
do .astro, c a se:u poente; b, situado no 
m·eridiano -do lugar, mostra o ponto da 
sua ·culmina9ao (,meridiano superior)e d 
N o ~po:nto oposto (passagem ao meridiano 
inferior). 
A astrologia, que praticamente s6 iem ~e·m con.ta os astros do 
s'istema solar, ·e ieva:da a cons.iderar dois pantos priv:ilegiadO"s do 
movimento diurno: o Ascendent'e e o Meio ... do..Ceu. 
0 Ascendente (AS) corresponde a intersec9ao da ·ediptica corn 
o !horizonte ·oriental: repre~enta o ponto zodiacal da edfptica que se 
levanta (e dai o termo). No ·oposto encontra-se ·o Descendente ~DS): 
e nesse ponto que o Sol .se p5e. 0 Meio-do-Ceu {M·edium Coeli) 
(MC) ·e o ponto em que o meridiano do lugar encontra a edfptica: 
e 0 ponto da ecUptica onde se ·e'llCOntra 0 Sol quando e ·meiCKlia 
verdadeiro nesse meridiano. 0 .mesmo meridiano encontra a eclfptica 
num segundo ponto, diametralmente opos.to, ·chamado o Fundo-do-
-Ceu {FC) 8 • 
Assim como o c·eu e di:vidido pe1a eclfptica (grande ciroulo de 
base da;s -desloc~5e.s planetarias) •constitu::indo o drculo de equipar-
ti9ao dos doze signos zodiacais, a eSJ.f.era zodiacal ·foi dividida toman-
do-se ·o ·equado•r (grande drculo de ·base do ·movim·ento diurno) 
cnmo drcu1o de equiparti~ao de doze sectores cha.mados Casas. Esta 
divisao em Casas ·e proporciona1 ao movimento diumo, ou seja, aos 
arros :que 'OS astros pe·rcorrem !dum angulo a outro. A medida de 
3 Na met&m.a figura a:o lald'O, .permi1liim·o-noo tra9M um peqweno cfroulo 
pruraJlelo ;aJO equador repret~enta:ndo o movimento diumo de urn astro e .a posi~ao 
fixa no z:odfaoo.. E evi!dente que o Sol e os .p1anetas agruparlos 1em voltaJ tda l~nha 
ecliptiJaa efootuam no seu movi.rnent:o ldillurno, oomo o ast-ro e.m qumtao, cWcua.os 
igua~Lmente paTa:lelos oo equaiCLar. 
$8 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGI.A 
oada Casa ·e igual ao ter~o do s.eu semi.rurco 
e compre·ende invariavelm·ente urn arco de 
equador de 30°, correspondente a duas horas 
planeUtrias. Os as.tros ocupam ·as 12 Casas. na 
ordem inversa da sua ·numera9ao. A Casa XII 
contem os astros. durante as duas iprimeiras 
horas diurnas., a Casa XI durante as duas horas 
seguintes .. . at·e a Casa VII para as ultimas 
duas horas diurnas. A Casa VI contem os 
astros durante as pri.meiras duas horas noctur~ 
nas, e assim por diante ate (a Cas.a I, que corresponde as ultimas duas 
horas da noite. 0 Ascendente constitui .o .carne~o (chamado <<ponta» 
ou <<cuspide») da Cas.a I, 0 Meio-do-Ceu a ponta da Casa X, V n .escen-
dente a da Casa v:u e o Fundo~do~oeu a cuspide da Casa IV. Corn~ 
preende-se, pois, que ~ Cas.as XII a VII inclusive sao Casas d:iumas, 
·e as Casas VI a I Casas noctumas. Contadas no equador celleste, as 
Casas sao 1guais (30° como os signos) ao equador terre·stre, m.as 
quanto maior .e a latitude do local ·de observa9ao, mais cons:equente 
sera a desigualdade :le ·extensao das Casas na eclfptica. 
Assim se apresenta a «domilfica9ao» ·do coo, p~lo ·menos se:gundo 
a concep9ao ·dassica de Ptolomeu e exposta por Phkido de Tito, 
rrnonge ·de Perouse c as.tr61ogo do secuilo xvrr. Existem contudo 
outros sis.temas de domifica9ao, sendo os mais conhecidos OIS de 
Re:giomontanus (o grande astr6nomo Joao Miiller) e de Campanus, 
ge6metra itaffiano do seculo XIII, os quais procederam a uma divisao 
~geometrica do espa9o, quando o siste1ma placidiano apresenta um 
caracter horario ·coofo,rme ·corn. a natureza do morvim·ento diurno'. 
Entre estes dif.erentes sistemas, s6 variam as pa&i96es. das pontas das 
Casas interca~ares, sendo a ·disposi9ao dos quatro angulos (AS, MC, 
DS e FC) a me·sma em todos os: sistemas 4 • 
Estamos agora ·em condi9oes de tra~ar a C(ilfta dol ceu OIU t~a 
astro,l6gico. 
0 calculo do temQl natal 
Este calculo ,eifectua-se a partir da data) da hora (que cons.ta 
no registo civil; ·considera-se o momento em que o rec6m-nascido 
da o rprim·eiro grito, que lhe contfere a sua autonomia fisioil6gica) 
e o local de nascimento do ~.ndivfduo, .e corn o auxi1io de uma rtftbua 
das posi96es planetarias (e!femerides astron6micas) e de uma 1abua 
das Casas. 
4 Quem oo ,inJt:eTeS!Siar por esta questao pO'dera ler: H. SEL V A, La Domi-
fication ou construction du theme celeste en astrologie, V~got, 1917. 
~9 
ANDR:e BARBAULT 
i.A primeira opera9ao .consi.ste ·em anotar a Jongitude e a 1atitude 
do !local do nas:cimento, ·e depo'.is em .converter a 'hora do nascim.ento 
em tempo 1oca1 e em tempo civil de Greenwich. 
0 problema da hora 
Se ha a1guma d'iificuldade no 1e!V(l)ntamento de um te·ma, reside 
menos no caioulo desse tema do que na reso:lu9ao do ,problema 
·horfuio. Convem, pods, come.9ar por certas definis;oes: 
A hora local e a hora do meridiano do local de n~ascimento. 
Como e·sta ihoca local varia ne.cessariamente .corn a longitude e s6 
e tfundamentada para os paise:s situados nessa longitude, to:rnou-se 
necessario utHizar em toda a superfide do mesmo pais uma hora 
linka chamada hora legal, porque definida por uma lei; e esta hora 
que marcam os re16gios· publicos e que transmi.te, em F:ran9a, o 
r~l6gio :falante do Obser,vat6rio de Paris:. Qua.nto ·a hora de Greenwich, 
corresponde a hora do meridiano de Gre~enwioh. 
A ho1·a local 
A hora laca[ dev:e calcu[ar-s'e para «·don1ifican> o tema, ou seja 
para situar as doze Ca~sas·. 
Para obter ·esta ho~ra local, ha ·que .conside~rar a 1ongitude do 
[oca:l de nasdmento e acrescentar 1a ihora ·legal .e:sta longitude (con-
tada em minuto~ ·e segundo~s) ·se a [ocalida.de de nasdmento• 1ficar a 
leste do meridiano que dete·rmina a ho·ra rrocal. E, pe1o ·Contrario, 
e rpreciso subtrdir esta longitude se a [ocaiTidade lficar a oeste desse 
meridiano. 
A horn de Greenwich 
~A hora de Greenwich deve ser estahe'lecida para o <:alculo das 
posi96es dos astros-, indicadas nas t<l!buas ou ·efemeride:s astron6mkas 
para esse meridian o. 
A conversao d'a hora natal em hora de. Greenwich ·eifectua-sre 
por meio de uma opera9ao inversa :a que permite .olbt·eT a hora ·locaL 
Quer dizer acrescenta-se a di1feren9a de 'longitude se1 o •local ·fi.ca a 
oeste, ·e subtrai-se ·se fica a leste desse meridiano. 
Reso1v1dos os prolblemas horarios, pas·s,emos ao 'levantamento do 
tema. Convem corrne~ar por tra9ar ou .por .procurar urn zodiaco: ja 
tr~ado. Acon.seil.hamos: o m·ode1lo .memos sobrecarregado', isto 'e, mais 
30 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGI A 
claro: um circulo dJ.vidido em doe:e sec9.6es, s~endo ·Cada uma ocupada 
pelo simholo grMico do signo, tra9ado mais em rela9ao ao ponto 
central do circulo do que numa dada dire~ao de modo a poderr--se 
orientar este zodiaco em todos os sentidos que se queira·m, e sU!bdi~ 
vidindo cada sec9ao zodiacal de gralll em grau, ou .pelo menos de 
S0 em so, de modo que as mar<:a96es que se lfizerem neste zod~aco 
sejam correctas.. 
Abord'emos agora as tres opera96es: do:mifica~o, posi9ao dos 
planetas e tra9ado dos aspectos. 
Nas .efemerides as:tron6micas, ger.wlm·ente calcu1adas para o 
m~cio ... dia medio, -encontr.&-s·e na ;primeira coluna e. para cada dia 
do ano o valor do Tempo sideral ao meio--dia media. iEste tempo. 
sideral corr-responde a ascensao re:cta do aneri·diano ao m·eio,.dia. Ora, 
temos de procurau.- o tempo sideral (T. S.) do nascimento (AR MC): 
e .o produto de uma simples adiqao desse tempo sideraJ do dia do 
nascimento e da hora local do nasdme1nto. 
Para urn nascimooto ocorrido de manha, adiciona-se· o T. S. do 
dia ao · meio--.dia a hvra local, e a.crescenta-se ou suhtrai-se 12 h. 
con.forme o T. S. dess:e dia ·for inferior ou supe:rior a 12 h. Para 
urn nasdm~nto de tarde, adiciona-S'e o T. S. a hora ~ocaJ da nascoo~a 
contada a partir do mdo-dia ( ou seja 2 h. se o nascimento tiveT 
ocorrido as 14 h.; 6 h. se tiver .ocorrido as 18 h .... ). 
Convem proced.er a· uma co·rrec9ao -de 10 s. por hora (ou seja, 
aproximadamente 1 m. poT cada 6 h.) :para transform.ar o tempo 
medio em tea.npo sideral. Para um. nasdmento as 6 h. da manha, 
suhtrai-se .pois 1', e acreS'centa-s:e ·este minuto se o :na:scimento 
tiver sido as 18 h. -Notar-se--a, corn eJfeito, que o T~em.po sider.a!.l oovO!lui' 
aproximadamente 4' por d~a, e .e essa progreiSsao·que 1convem .preen-
cher a medida que os nascimentos :avan9-am :ao 1ongo do dia. 
Cons:ide.r:emo:s um exemplo: '0 nasdmento do gen·era~I Charles 
de Gaulle, ocorrido .em LilQe a 22 de tNo~ve~mlbro de 1890 !a~ 4 h., 
de acordo corn o registo civil. 
Li'J.[e: Longitude 12 m. 15 s. ieste- Latitude 50° 38' norte. 
Em 1890, ;eomo a hora em vigor 16 a hoo:a. loca1, nao lia nenhuma 
correc~o a f:azer para se obter o seguinte: 
Aibrindo :a pagina das Bfem'erides wlemas. de ,N ovemhro de 1890 
(vide p. 34), e olhando para .o n.2 22 da p:dmeira col-una que 
e a -dos dias do mes, .consta:tamos que 10 Tempo sideral ao mcio-dia 
desse dia, indicado na coluna s.eguinte, e de 16 h. 5 m. 42 s. Port.anto 
31 
TABLES OF HOUSES FOR PltA.GUE, l .aUtude 5CJ' 6' N. 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA 
o tempo siderail. do nascimento e: 16h. 5 m. 42 s. + 4 h. - 12.h. -
- lm. = 8h. 4 ·m. 42s. 5 • 
Uma vez na poss0 deste Tempo side·ral de nascimentn, rubr.e-~e 
uma Tabela das Casas na pagina que indioa as pos.i96es das Casas 
para a 'latitude do local de nascimento ·ou para a latitude mais -pro-
xima. Basta repo•rtar-se a coluna correspoodent·e ao Tempo sidera:l 
natal para olbte~r ~as .po'Si96es desejadas. 
Para o caso que estudamoo., e tendo Lille a ilatitude de 50° 38' 
norte, eis urn extracto das TaJbelas de Ra.fael que permite rver a 
opera9ao que conv·em eiectuar (trata-se de uma dornifica~ao. Placidus; 
e a que ut.iiliza.mos nos nossos temas): 
Consultamos a pag.ina .em que a :latit,ude mais se a.proxima dos· 
50° 38'. E a das posi~oes 50° 5'. Em cada um dos compartimentos 
que compoem a pagina, a primeira coluna refere~se ao Tempo, si·deral. 
Basta, .por conseguinte, tomar nota das posi~oes relativas ao do 
nascim-ento. •Para o T. S. de 8 h. 4 m. 42 s. (ao fundo da pagina a 
e~querda), s6 resta anotar .as ;posi~5es correspondente·s a 8 h. 4 m. 35 s. 
Ora, s.ubindo cada coluna, demos que a ponta da Casa X (MC) [ica 
a 29° do Ca~anguejo, .a Casa XI a 3° da Virgem, a XII a 1° da 
BaJan9a. Depois o Ascendente, .oU.spide da Casa I, .fica a 22° 18' 
(e tail, visto que o T. S. nata:l fica um pouco adma doT. S. uti:lizado 
na trubela), .a II a 19° do Escorpiao ·ea Ill .a 22° do Sagitario. 
Corn ·o Zodiaco na m.ao, ori-entamo-lo de tal maneira que a. MC 
fique ao alto da figura e o AS a esquerda, .e vamos situando uma 
a · uma as .C1lsp1des destas se is Casas. Obtem-s.e as ou.tras seis Casas 
situando-as no extremo oposto as precede!Iltes: ponta da IV (FC) a 
29° do Capric6rnio, ponta da V 
a 3° dos Peixes, ponta da VI .a 
1° -do Carneiro ... ate a ponta IX 
a 22° dos Gemeos. E '0lbternos 
a seguinte· [igura: 
Recom.endamos que se assi~ 
na:lem corn .tra9os longos e -car-
regados os .quatro angu1os, prin-
cipaJmente o AS e o ·MC. Em 
compensa~ao, deve :limitar..se a 
marcar corn um panto ou um 
curto tra9o a posi<;ao das Casas 
intermedias, sinal esse que deve 
ser acompanhado do grau de 
: 
i 
Fie 
s A !l'azao de 10" por hoTa1, dev.eriamos subtrair 10" x 8· h. (12M4H) ou 
se ja 1' 20" em VleZ de 1'. Mas estas precilsOes IS'ao Dci'Osas. pois em Sli mesmo 0 
minuto do nascimento ja e pouco seguro na declalJ.'a~o· de n.asc.imento. 
3.3 
P. D. 66-3 
ANDR'B BARBAULT 
posi9ao da cuspide ~e do numero da Casa ·em :algarismos romanos, e 
isto para se obter uma cart a clara e [egivel 6 • 
As posi~oes planetarias 
Terminada a domilfica.~o, abandonamos a T{rbua das Casas e 
voltamos as Ef.em·erides. Com ·efeito, uma vez situadas as 12 Ca.sas 
no zodiaco, t,emos de situar os planetas. Nas tabelas ~correntes, ia.s 
posi9oes planetarias vem indicadas pall'a todos os dias ao m·eio-dia 
do tempo .medio de Greenwich {ou as vezes: as 0 h.). :E, pois, 
para a hora de G.ree:nwich que ·o calculo das posi96es natais deve 
ser e!fe~ctuado. Para o nascim,ento ·em Lille ·a 22 de Novemh~o de 1890 
as 4 h., as opera95es deve·m .ser .feitas na base das 3 h. 48 m. 
Eis a pagina, para NOIVembro de 1890, do Die Deutsche Ephe-
meride ,~Qtto Wilhelm Barth, Verlag Miinchen): 
V 'f 11 ¥ t t l& 1$ 
tr't~~ IIHtM Drctlft lrrll• DwJln lt-.1lf 0..CI1" lbtllt OtcU"' 
<I' ... 8 
• l.nUt On-1\1'1 ScTUt 
I lBW 1!640 OIHI i706i llfM 11867 !Gm& 
' I I!. 2S ZO 6 8 IB J I G 11 e8 10 16 
7 I 61 ~~1 ~D 5 I 17 69 0 <17 i3 '1 JG 6 
10 I ~ H1 Ill 6 60 '.fl 11 0 117 1~ ClD U G6 
11 I .. 1'0 'l <I a& .-, ST t,l G 1? Ill I& 47 
i8 1'il KQ6 ·~ ~1- iii OTfi ~ iT it 
1a 1 37 111 ., a 49 !16 4ll o ~ zo 2n 10 1111 
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2!1 I 'In 17 A a I u, 8Q I 113 :11 (I) 1(1 10 
6 A ·dk>mifilca~ao paa-a urn lo:ca1 de latitude sul obtem-se aumentando 
12 h. ao oo T. S. obtido; dlepois procura.m--se na tabua daLs Oasas de latitude nor.te 
as pontas das Casas para a hora sideral assim obtida, e consider-am-se como 
pontas das Casas do tea:n:a ~ longiltudes opootas aS' que se •enCOIIJ.'tra<r.am na Hibua. 
AS!Sim, vejamos o caso do gerueraJ De Gau1le nascido a 50" de latitude 
sul. Referimo-nos a um T. S. de: 8 h. 4 m. + 12 h. = 20 h. 4 m. Pa;ra. ·e&te T. S. 
94 
• 
MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA 
!Coma ~veem, ·aada astro do sistema solar tern a sua coluna de 
rulgarisanos que situam a sua posi9ao em loogitude em cada dia do 
mes ao meio,..dia. Se o nascimento tiver ocoi'"rido an meio-dia Green-
wich, basta tomar not~a .de todas as .posi9.6es do-s astros do dia. Mas 
se oc.c)IITeu a outra hora, impoe>-se urn cakulo .elementar: a me:no~ 
que se utilize uma tabua de inte:r:po1a~o, procede-se a uma regra 
de .tres simpl~es .considerando as posi96es do meio-dia que precede 
e do mellio ... dia que segue o nascim·ento; a diferen9.·a entre estas duas 
posi9,oes constitui o mo:vimento quotidiano, o «pas.so» do astro. A ope-
ra9ao consiste :ean adicio.nar a posi9.ao do meio-dia precedente o 
a:van9,o do astr·o ·desde esse m·eio--dia 1ate ao movimento do nasci-
m·ento; e, .se ichamarmos a ~esta distancia horaria «intervalo :do nasci-
mento>>, olJ.temos a equa9ao: 
passo do astro X intervalo do nascimen.to 
24h. 
Vo1tando ao nosso exemp;lo': 22 de Novem1bro de 1890 as 3 rh. 
48 m. Devemos consideJ:"ar as posi9oes dos dias 21 e 22. 0 int·ervalo 
do nasdme.nto ~e, .de 21 ao meio ... dia a 22 as 3 h. 48 m., de 15 h. 48 m. 
Po1si9ao do Sol: 
dia 21 ao meio--dia 
dia 22 ao meio-dia 
Pas so. 
30° 10' 34" 
29° 9' 56" 
1° 0' 38" 
Sabendo qu.e o SoU percorre 1° 0' 38" ·em 24 h., efectua 2' 32'' 
em· I h.; temos pois a se:guinte posi9ao: 
Pos:i9ao di:a 21 ao meio-dia : 29° 9' 56" 
Avan9o em ·15 h. 37' 54" 
A~an9o e.m 48 ·m. 2' 
SOil natal 
Posi9ao da Lua: 
Passo do dia: 14° 2' 
Posi9ao di:a 21 ao ~mcio-dia : 
Avan9o em 15 h. 
AJv.ruwo em 48 ·m. 
29° 49' 50" .do Escorpiao 
25° 3' dos Peixes 
8° 46' 
27' 
Lua natal : 34<> 16' ou se:ja 
4° 16' do· Carneiro 
obtemos: MC 29° do Crapk:6.mio, XI 23° do Aquario, XII 2° do Camei!l"o, AS 
29" do Tooro, II 22° doo Gemeos e Ill 10° do Caxan.guejo. IstJo da -como res!Ul-
tados: MC 29° do Ca.rtrunguejo, XI 23° do Leao, XII 2° da Ba1&193-, AS 29° do 
Esco!Iipi:ao, II 22° do Sagi!tario, e Ill 10° do Capricornio. 
35 
ANDRtb BARBAULT 
Este ca:Icu;lo faz-se a vista a partir de Marte, ou pelo menos 
de Jupiter, uma vez que estes planetas avan9am poocos minutos. 
Podemos, de r:e.sto, limitar-nos a uma posi9ao aproxitnada opo·r arre-
dondamento do grau, o que dispensa qualquer ca:Iculo, sail¥o para 
a Lua, que se desloca rapidamente; no entanto, e preferivel a .pre-
cisao, tornando-s·e necessaria quando se procede as Dire·c9oes (vide 
esse capftuio). 
Acontece que os planetas recuam em vez de avan9ar no zodfaco; 
assim, a 13 de N<wevmbro de 1890, Venus esta estacionario e adapta 
a marcha retr6grada para ir de 18° 26' a 18° 06' do Sagitario -entre 
21 ao meio-dia e 2.2 .ao meio-dia; neste caso, acompanha-se o simbolq 
da ·letra R. 
Para o tema que estalbelecemos, registamos as posi~oes sucessi-
vas de: 
MercUrio .a 2° 39' Sagitario 
Venus a 18° 13' Sagitario R 
Marte a 1 !0 28' Aquario 
Jupiter a 6° 53' Aquario 
Saturno a 16° 03' Virgem 
Orano a 29°03' Baian~ 
Neptuno a 5° 34' G6meoo iR 
Uma tabela ·exterior infonna .. nos de que P.lutao, Ultimo plan·eta 
a ser descoberto, esta a 6° 58' Gemeos R. 
E habitual anotar tambem o eixo dos n6s da Lua (se· bem que 
a sua «influencia}> ainda seja um ponto de interroga9ao). 0 n6 lunar 
norte ou ascendent;e figura ao fundo ea direita da pagina das ·elfeme-
rides: a 22 de Novembro ·esta a 15° 18' dos ·Gemeos. 0 n6 lunar 
36 
su1 ou de-scendente fica no extre;.. 
mo oposto, a 15° 18' do Sagitario. 
Esta 1inha dos n6s lunares marca 
os dois pontos de inter&ec9ao da 
eclfptica (6rbita solar) e da 6rbita 
lunar. Quando uma [ua nov.a 
(~onjun9ao Sol-Lua) se produz 
nas rproximidades dos n6s !una-
res, ha urn eclipse do Sol; ha 
eclipse da Lua quando .e uma 
1lua cheia (oposi9ao So:I-Lua) que· 
se cp:roduz nas ·vizinhan9as destes 
n6~ · 
Calcula.das todas as posi90:es, 
basta situar .o pJaneta fazendo 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA. 
um tr~O' sdbre o ponto zodiacal correspondente a sua posi~ao, e 
assinalando o simbolo do astro mais a sua longitude. 
!Estao estabek~ddas e marcadas as Casas e os planetas, s6 faJta 
trayar os aspectos. 
Os aspootos 
A astrologia nao considera apenas os planetas nas suas posi~5es 
por sign.os e .por Casas, tamhern regista as interac~oos. destes planetas 
~entre eles e corn o Ascendente e o Meio-.. do-Ceu. Charna-se precisa-
mente aspectos as ,distancias angulares privHegiadas, contadas. em 
~ongitude na eclfptica, quando :estas distancias correspcmdem a dois 
planetas ou a urn planeta e um angulo. 
\Eis a 1-ista dos aspectos: 
DISTANCIA 
()0 
3(V> 
45° 
600 
90° 
120° 
135~ 
150° 
180° 
NOME 
Conjun9ao 
Serni-sextH 
Semiquadratura 
Sextil 
Quadratura ou quadrado 
Trigono 
Sesquiquadratura 
Quinconcio 
Oposi9ao 
3"1 
S1:M:BOLO 
d 
)l 
L 
* 0 
A 
Q 
"A 
e 
ANDRPJ BARBAULT 
!Estes aspectos nao tern todos 0 ~n~rno ·vrulor. Ha os prinlO['cliais, 
os aspectoo maiores, que sao, ;por ordern de unportanda decresoentel: 
a conjun<;ao, a opooi<;ao, o trigono, a quadratura e o ·SJextill. Os 
outros, chamados menores, tern urn valor se:cundaril(), rnas nao sao 
negli.genciaveis; nunca .devem ser esque:cidoo quamdo sao gemina:doo: 
assim, quando dais planetas formam uma quadratura, re um terceiro 
estiver a igual distancia dos dois primeiros, f.orrma •oom ·e:les duas. 
semiquadraturas au duas sesquiquadraturas; oo ainda, •es:tando d'ois 
planetas ·em ·oposi<;ao, um 1Je:rcdro pode formar sdmultaneamente: 
semiquadratura corn urn ·e se:squiquadratura >e()lffi o .autro. 
Certos aspe·ctos sao harmonicas (trigono, ·se:xti1, sem.i-sextil}, e 
tra<;arn-se na carta a cheio ou a azu 11; ·os ·ootros sao dissonantes 
(oposi<;ao, qu.adratura, semiqua:dratura e se·squ.iq-uadratura) e an.otam-
-S!e a tracejado ou a vernie:Iho. 
£xiste outra categoria de aspe:cto:s que re~mlta do alfaSitam~e:nto 
do astro em ·re1a<;ao ao piano do .equadotr. \Es;te.s :aspeotos· em dedi-
na<;ao s:ao d'e dois tipns: os antices, sirn:e1:ria de urn ponto da eclfptka 
em rela<;ao ao eixo do:s so,lsmcio:s (00 do Carangue:ja- 0° do Ccupri-
c6rnio) e os contra-antices, simetria em rela<;[.o ao: eixo do~ equi-
n6do~ (0° do Carn·eil"'o- 0° d'a Balanc;a.). Assirn, um as:tro1 a· 15° dos 
Gemeos 'e ootro a 15° do Carangllle'jo formam um. antioe:; do m·e:smo' 
.m·odo, um ~astro a 25° do Leao e outro a 5° -do Esco,rpiao :(35° dum 
bdo e dootro dos 0° da Balan<;a) lformam urn cuntra-anHce. A116m 
disso, dais astros es:tao em paralelo quamdo tern a rn•e:SJma: de·clina<;a.o: 
de:screvem o me:srno ar.oo -em consequencia do movi:m·ento diurn-o. 
0 contraparalela ·e o .aspecto formado por dois ast.ro.~ d.a mes.ma 
deolina<;ao mas de' signos co:n.trarios: ·os areas diurnos . .de um sao~ 
iguais aos a:rcos nocturnos do ·outro e 'Vice-versa. Antices 'e para:l1elos 
sao ·equivalentes 'a conjun<;a·o; oontr·a-antice:s ·e contraparaleUos, equi-
valentes a opo:si<;ao. IEsta ~egunda categoria de asp-ecto-s:, ensinada 
pela tradic;ao, •e pooco utilizada nos noiSsoos dia~; no entanto, va[e 
a pena torna-la em conta 'Para a investigac;ao. 
Corn um pequooo treino, os aspectos IJ.eern-se corn urn t1ela:nce 
de olhos; a ~conjun<;ao e a oposi<;[o veerrn-se: imediatamente., e· ·dlepvessa 
se perce'bern as outros aspe:ctos que f.oomam poligonos: no dr:cu~o~: 
o triangulo, o quadrado e o hexagono. 
Finalmente, aceita-se urn oerto a:lavgarnento de varim; graus1 do 
~a:~e:cto. Esta zona de in[luencia que precede· ,e que •SJegue ·.o interrvalo 
te6rico do aspecto constitui a sua orbe. 0 seu valor nao esta de:ter"-
minado de maneira absoluta, pais ,e di:ffcH deterrninar .corn predsao 
. 38 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA 
o [imite a partir do qua1 o aspecto 
desaparece. De modo gera:l, pr-e-
conizamos pessoalm.ent,e as -se-
guintes orbes: 
10° para a conjun~ao 
9° para a oposi~ao 
go para o trigono 
6° para a quadratureb 
4° para o sexti~ 
2° para os aspe .. ctos menores 
1° para -o paralelo de declina~ao 
V oltando ao nosso tema exemplo, percehemos primeiro a:s quatro 
conjun~oes: U.rano-Asoendente (7° de orbe), Sol-Mercurin (3°), 
Marte-Jupiter (5°) e Neptuno-Plutao (1 °); depo~s as oposi~oes fo,r-
madas por um iado pelo Sol e por outro lado por Merclirio corn 
Neptuno ·e Plutao re,spectivamente. Os trigonos: Sol-MC, Lua-MC, 
Mercudo'"MC, Lua-So1, Lua-Mer:curio, JupHer /Marte-Neptuno/Plu-
tao. As quadraturas V'enus-Saturno ·e Drano-MC. Os s~extis Lua-
~Neptuno/Plutao, Lua-Jupiter ·e Mercu·do-Jupiter. Finaimente, os 
semiquadrados Satmrnn-MC e Saturno-Drano·. 
A rep·resenta~ do tema 
Exis,tem dilfierentes maneiras de reproduzir o tema. Os antigos 
adoptara1m o ·esquema quadrado, ·com-o mostra est·e tema de Richelieu 
tra~do poc Morin, no qua:l o ceu e representado no quadro terrestre 
das doze Casas de forma triangular. ·Os a•str6logos ingleses co·IlSier-
varam e~ta f6trmu1la que consiste em r.epartir os dados celestes por 
oompartim·entos fixos 'e iguais .das doze CCbSas, mas numa repre&en-
ta~ao circular. A ·carta :ao lado da rainha lsabel 11 de lnglaterra e 
um ex.eu:np}o dis:s1o. 
Finalmente, .a formula que plievaleceu e a que parte do circulo 
zodiacai em que se inscr-evem todas as posi~oes. M·esmo assim, ha 
certa~ variantes, umas colocando o zodiaco fora e dentro .das mar" 
ca~oes dos planetas e das Ca'Sta,s, o que esta ~em conformidade com 
a reai~dade astron6mica; outras - como n6s fazemos- .prerferindo 
colacar no ·exterioil' do .circulo zodiacal todas as posi~oes, a fim de 
mais faciim.ente as ·poder confrontar no interior, pelo tra~ado dos 
aspectos que mui•to cont·ribui pa·ra a desejada representa~ao s.intetica. 
$9 
ANDR1!1 BARBAULT 
'0 renovador da astroJogia no com~o do nosso seculo, !Paul 
Choisnard, lan9ou a f6rmru.la do :tema invariavelmente orientado corn 
o ponto vernal a esquerda, o que tern c0t111o resultado a ceYloca9ao 
dos AS e do MC em tooos as sentidos. Se este prooe&s;o e o mails 
.apropriado p~ra efiectuar compara9oes· de temas e verilfica9oes esta-
iisticas, prejudica porem a figura origin~l e oopecilfica que ·e .um 
tema natal, o :quail deve ser posto «em pe» {corm o meridiano na 
vertical ·e o horizonte na horizontal, o AS a esquerda ·e o MC ao 
alto~ se quisermns dispor do maximo de condi9oes para !berm o 
decifr.ar. 
A repve&enta9ao esquem·atica do tema que utiHzamoiSl ·6 su\fi-
dente para o modo cormo o usamos. Resta dizer que os antigolS1 
tinham dado uma repre•senta9ao mat,ematica ·exacta do :tema utili-
zando o astrola1bio. Formula essa que foi reto.mada por D·. Nbroman 
corn o domfgrafo, que da uma 1~epreStenta9ao grafica do uema ttal 
como aqui se a:presenta o do ,ge:nera:l <de Gaune'. Este grMico, {75ta-
belecido par Jean du SoureJl, e ·uma p:r:ojec9aO esttereografica da ·e,s£e r:a 
ce1·este proj·ectada do p6lo do equador. CompOe-se ·essoocialm·ente de 
duas partes: a projec9ao da ecliptica e doS' s.ignos (a iracejado) e :a 
do siste·ma das Casas (neste caso para a latitude 51° no!fte). 0 movi-
mento diumo realiza-se pela rota~o da prancha edf.ptica sabre a 
prancha Casas. 0reaaizador conside:ra que cada .planeta sitruado em 
TEMA DE RICHELIEU TRA<;ADO 
PORMORIN 
40 
TEMA DE ·rsABEL II 
DE.INGLATERRA 
MANUAL PRA.TIOO DE ASTROLOGIA 
Domigrafo 
de Jean Niclot 51~ 
iongitude e ,em latitude emite onze Te:flexos situados de 30° em 30° 
de longitude e ·em latitude no p1ano definido. pela TeTra e o vector 
da ve1ocidade do plan eta 7 • 
7 D. NEROMAN, Tnaite d'Astrologie rationelle, ed. SouSI ~e Ciel, 1943. 
41 
CAPtTUI.JO II 
VERIFICA~oES E PROVAS 
Acahamos de ~travar oonhecimento ·coma cosmogTaifia e sabem·os 
o que e a carta do .oeu. Ate ago!la nenhuma ·contesta~ao. 0 «prQioo 
blema>> da as:trologia ·surge a partir do momento em que queremos 
interpretar a ca'J!ta: do ,ceu que irepr,esoot:a o nascimento de rum 
indivfduo. 
~urn es~crlipulo nos derem imediatamente: antes de nos 1anyarmos 
no en.sino de todo um 1oonhedmento oficialm·ente rejeitado, e indis-
pensavcl fundar a no&sa pretensao a interpreta~ao ·em atusa: que 
credito se deve dar a essa atitude e que :ptl}OiVas dbj-ectivas .podte, a 
astro1logta apresoo'tar a seu favor? 
A acreditar jus.tamente nas «op1nioes autorizadas», s6 tedacrnos 
de virar a ;pagina soib!'le a inuti'lidade da noosa ta>relfa. Bastam tres 
jui.zoo para noo dar uma proVra dis~o·: 
1) A Astronomische Gesellschaft (uma das principais soc]edades 
astroo6mioas do mrundo) aquando do seu ·congress:o de Bona ·em 
1949: <<Noo .nossos dias, as chamadas Astralogia, Cosmobiologia, etc., 
nao passam de um conjunto de supersti~oes, charlata:nism.o e 
comercio. » 
2) 0 Sr. Mar:ce~l BoU .que, ap6s ter dtado as influendas 
salares e lunares dassicas, ·cono1ui pere>mproriam·ent~: <<Nao existem 
outras irufluencias1• » 
3) 0 Sr. Paul Couderc, directo~r-adjunto do Observat6rio de 
Paris: <<1Dera:m o no.m.e de 'Marte •a urn ca1hau, e depois consideraram-
-no urn fazedor de guerr:as, e 'conf.ere um.a natureza marcial ;aos qu.e 
e·stao sujeitos a ·sua in:f.luencia. Mas, se ·esse. ca1hau se ohamar Jupiter, 
da urn a natureza jovial, etc. [ . .. ] Concluindo: o halan~o da astrOJoo 
logia dent]fica e igu&l a zero 2.» 
E a eminente astr6logo justilficava assim esta conclusao: «·Acaso 
a astrol1ogia que se· diz cientirfica proip()e leis verificarveis? ~ acaso 
1 L'Ocultisme devant la Science, P . U. F. 
2 L'Astrologie, Que ooisMje?, 1951. 
MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA 
os sabios ·esH1o pronto~ para verifka ... las? ·Ha ·rnuito que uma Cornissao 
Cientffica Pennanente, .fundada pela Associa9ao Americana das Sacie-
dades Cientificas, se tern encarregado de estudar as leis astroJ6gicas 
que 1lhe prorp.O.ern. Ate a:gora os resultados 'fO'r.aa:n inteir.am·errte nega-
ti~oSJ: nenhuma -das influencias .alegadas pelos astr&logoo ditos serios 
se. vefilfica·. » 
Urn jufzo de~ta ·ordean s6 porle :aplicar-se a c·onstata9aO, positiva 
ou negativa, d·e urna correspondencia ent·re t,a,l indfcin cclestJe e tal 
facto ·humano, co,rr,e-spondencia ~es,s.a cuj.o .criterio v;ern a ser o de 
urna <dei de rela9a0:>>: urn interva!lo ·de tfrequencias, lei i•mpess•oai e 
reprodutiveJl, s.ern hip-6tese pre·concelbida. Trata-se de saber se tall 
.oon.figura9ao, co['res.porndente a ta:l tendencia humana, se encootra 
mais frequentemente nos ceus n.atais dos indivfdTUOO' que piOS:SIUem 
esta tendencia em comum do que nos ceus natais de quaisquer outras 
pes;soas. A -verifica.9ao deste <<!faotiQ: aSJtrql6gi·co~» vepousa po1s, ·ecrn 
principio, no .calculo da~ prolbwbHidades lbaseado. 1em ·estatisticas bem 
feitas, .caracterizadas pela imparcialidade· -da es:a01lha, a homogenei· 
dade dos casos e a multiplici.dade· ·do num~ero. 
A ne 1955, a parte .as tentativas imperfeitas -e incomple<tas. eJ.footua-
das por ... oertos astr6lo·gos oomo Paul Chaisnard, -o renorvadoc da 
as·tro}o,gia ·do OOiffi·~;o do llOSS'QI S:eculo, nao. •exis;tia nenhuma ·oibro de 
veri<Hca9ao genrl e sis:te:matica. Ma'S nesse ano, urn jo!V1em estudio~o 
pulblioava ·um pdmeiro !balan9o ·estatis:tico im.pre~Ssiornant,e. :Na sua 
Influence des Astres,· Etude critique et experimentale (Editions du 
Dauphin), o Sr. Michell ·GaUJquelin 'aprel51ellltava num.a primeira pa:rte 
uma -s10ma de ~resultados prejudiciaiSi as teses. astr01l6gioas, ·consistindo 
porem o original .da ohra. numa segunda parte que apr·e&entava 
1"{}Siulta.dos perturbadores. iEm critica nao menos hosti1 que Bo:ll •e 
Coudlerc, o .autor ·explicawa na sua introdu9ao: «T·e·mos de a::econhecer 
que estavamos ·sinoe:ram.ente persuadidos de qule este 'lilvro nao iria 
expor S'enao a critica da doutrina ast)}o16gica com.tida na primeira 
p.ar.te da obr:a. Mas no decursn dos no,s;s.oo. tr:abalhos:, depara:ram-
-se-illos r'esult:ado1s tao es.pa.nto-sos que o rigoif dentifico nos obrig-ou 
a prosseguir !e alargar experiencias ness.e sentido.>> 
Alguns a.n:o;s a:ntes acaibava d·e 'funda.r-se - C()!ffi a participa9ao 
dos Srs. Couderc ·e B011'1 - uma comissao dentifica ·euro.peia, ana-
loga a ·Com:hsao ame·ricana a.nter:iol·mente ci.tada: 0 Comite belga para 
a investiga9ao cientifica dos fen6menos reputadas paranormais. 
0 Sr. Gau.qudin trans,mitiu portanto esses re·sulta.dos a posteriori, 
ibas,tante ins6litos, ao·s int·er·essadOIS, com o -olbj•ectirvo. de· DSI subm.eter 
ao .con.troJ.e prom·e1tido em princfpio:. Nao ·olbte-ria resposta do Sr. CoiU-
:derc, vari:as v~ezes interpe:lado, e que. ·era no entanto um dos: prin~ 
cipais inte:m~ss.ados pe'la sua re1pu:ta9.ao de crfHoo -olficiaJ da astr:ol'ogi:a:. 
Do Sr. Boll, •em contr<(Vpa.rtid'a, reoebeu um~a ·correspondencia. extensa 
ANDR'EJ BARBAULT 
mas .curta em ideias, resumindo-se substancia1mente: o senhor ~ctes.­
cobriu uma pretensa :influencia de Jupi.ter nos deputadOIS franceses; 
descabrira uma pretensa influencia de Sa1turno nos rdeputados he1gas, 
uma pretensa influencia de Mar-re nos deputados alemaes ... e sair-
-se-a disso inrvocando o <<temperamento nacional» ... Enfim, a mais 
bela r~posta vinha directamente do «Comi.te be:lg.a», do especia~ista 
da casa, Sr. Sylvain Arend, astron{)lffio tdo ·Oooervat6rio de Bruxelas: 
«Os astr6nomo·s estudaram o prob'lema a priori; para e~es, os des:.:. 
tinoo humanos dependem de !factores hum·anos e nao astrais.» 'I'ais 
reac~5es tao negativas, que retardam a twolu~o do conhecimento, 
explicam por que razao ainda naa se fez a verdade SJoibre a astTologia, 
mass nao ·impediram que se faga a [uz. 
·Uma Tecusa tao sist·ematica 3 s6 podia incitar o Sr. Gauquelin 
-~ cuja posi~o 'fica arctuaimente ta meio caminho ·entre os adversarios 
e os pa:r.tidarios da astrologia- a k mais 'longe. Tendo praticannente 
esgotado os dicionados tbiografico•s dos medicos, militares, despor-
tistas ... franceses, dedioou-se a identicas ·estatfsticas nos paises eur()!-
peus onde tinha acesso aos registos dvis, chegando :a reunir 25 000 
datas de nascim!ea:1tos.! Foi o resultado dessa sondagem que nos camu-
nioou na .sua no!Via ob1a: Les Hommes et les As.tres, ool. «La Toor 
Saint-Jacques,», ·ed. ·Denoel. 
Os graficoo que tendes a vista ·reproduzerrn a .repar:ti~ao dos 
pJanetas no movim-ento diurno: 
a) Posi~o de M..arte: em 
3142 militares {mareohaiis, gene-
rams, a:lmirantes, ofi'Oia.is). 
Nascente 
b) Posigao de Sattu:mo em 
3 305 sa bios (!8!cacJemicoo das 
cierrciaiS! e da mtedicina). 
3 A unica critica posiJtiva a este t1'abalho veio db Sr. J1erun PO!Ite, adminis-
trad'Ol' do In..c;ttituto Naoional de Estatimicas e ta:gregad<:> do C. N. R. S. 0 n. o 4 d'e 
La Tour Saint-Jacques consagmadln a astrologra tra.z a lume a sua .polemica. 
Em 'OO.IlSC~Q.uencia~ diesta feounda dllscussao, o Sr. Gauquetin poo'e drlss1pM todas 
as in'OOIItezas quan.to a manipu1a~o oompLex:a dos metodoo estaltfMiiCC>s, de taJ1 
mxJdo que s;e .tomaram tod.tas as ;precau!;6es nesse terreno. 
MANUAL PRATIOO DE ASTROLOGIA 
c) Posicao de JUpitetr em 
993 pdlftiloos (chefe's' de futado, 
mini:stTos, deputados). 
100 
d) POS'i~o de M.a:rre em 
1485 campe6es despomvos. 
e) Posi~ao de Jupiter em 
1270 actores (ve.detas). 
0 que impre:ssiooa em todas estas "~staMsticas e a ooncentra~ao

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