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OAB - Direito Civil - Aula 16 a 24

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OAB
Direito Civil
AULA 16
Classificaçao do negocio juridico
1. Quanto a manifestaçao
· Unilaterias, recepticios ou nao
· Bilaterias: tem direitos e deveres para ambas as partes. Sinalgma.
· Plurilaterais
2. Quanto às vantagens patrimoniais: 
· Gratuitos: só a diminuição patrimonial em um dos lados. 
· Onerosos
3. Quando aos efeitos (temporal)
· Inter vivo
· Causa mortis
4. Quanto a necessidade de solenidade
· Formais
· Informais
5. Quanto a independencia:
· Principais
· Acessorios (subordinação)
6. Quanto as condições especiais
· Impessoais 
· Personalissimos
7. Quanto ao momento de aperfeiçoamento
· Consensuais
· Reais (tradição)
Aula 17
Obrigações I
Introdução 
Direitos reais e obrigacionais
Direito reais estao previstos em lei e so podem ser criados atraves de lei. Sao mais fortes que os direitos obrigacionais. 
As principais diferenças:
Direitos obrigacionais: tutelam as relações em âmbito econômico; ensejam vínculo transitório apenas entre credor e devedor; o sujeito passivo pode ser determinado ou determinável; têm como objeto uma prestação de dar, fazer ou não fazer; são oponíveis apenas em relações pessoais diretas; possuem como fontes, o contrato, a lei, o ato unilateral e o ato ilícito; não conferem a faculdade de abandono; são tutelados pelos mecanismos e corolários de responsabilidade civil; são previstos em rol exparsos e exemplificativos;
Direitos reais: regem as coisas suscetíveis de apreensão pelos homens; ensejam vínculo perpétuo, decorrente dos modos de aquisição da propriedade; o sujeito passivo é a generalidade anônima dos sujeitos (indeterminado); têm como objeto coisa corpórea; são oponíveis erga omnes (contra todos); possuem como fontes os diversos modos de aquisição da propriedade; conferem faculdade de abandono (sujeito que não pode arcar com ônus de manutenção do bem); tutelados pelos interditos proibitórios; são previstos em rol taxativo no novo Código Civil (art. 1225).
Diferença entre direitos obrigacionais e direitos reais
O direito das coisas ou direitos reais regula uma relação vertical entre um sujeito e um objeto, apresenta como característica a tipicidade, ou seja, está previsto em lei.
O direito obrigacional, por sua vez implicará em uma relação horizontal, de parte a parte, ou seja, de pessoa a pessoa e não exige tipicidade.
	Direitos obrigacionais
	Direitos reais
	Incide sobre uma prestação
	Incide sobre coisa
	Cooperação de sujeito passivo
	Independe de cooperação
	Sujeito passivo determinado ou determinável
	Teoria realista[1] e teoria personalista[2]
	Caráter transitório
	Caráter perpétuo
	Ilimitado
	Limitado
	Efeito Inter partes
	Efeito “Erga Omnes”
 
OBS: Existem obrigações que geram efeitos reais como as obrigações “Propter Rem”, ou que consiste na obrigação que persegue a coisa onde quer que ela se encontre.
Ex.: Obrigação decorrente das taxas condominiais ou IPTU.
Fontes das Obrigações
A expressão fonte presta-se a indicar o fato jurídico que ensejou o vínculo jurídico obrigacional.
– Contrato: Considerado como a principal fonte obrigacional. Consiste no negócio jurídico bilateral ou plurilateral que cria, modifica ou extingue relações jurídicas patrimoniais, típicas ou atípicas.
– Atos unilaterais: Caracterizam-se como atos humanos lícitos em que uma declaração de vontade gera uma obrigação.
Ex.: Promessa de recompensa.
– Atos ilícitos e abuso do direito: São aqueles que causam danos a outrem ensejando o dever de indenizar (artigo 127, C.C.)
– Títulos de créditos: Compreende documento autônomo de natureza obrigacional privada com maior relevância para o direito empresarial. Sua disciplina encontra-se a partir do artigo 887, C.C.
– Lei: São duas as correntes a respeito da lei como fonte de obrigações. Vejamos;
Primeira corrente: Maria Helena Diniz e Washington de Barros Monteiro afirmam que a lei é a fonte primaria da obrigação, pois os vínculos obrigacionais são relações jurídicas.
Ex.: Alimentos.
Segunda corrente: Orlando Gomes e Fernando Noronha entendem que a lei sozinha não é fonte obrigacional, pois exige a presença de autonomia da vontade. A lei abstrata por si só não gera a obrigação, mas acompanhada de um fato jurídico passa a ser fonte obrigacional.
Ex.: Elaboração de um título de crédito que nunca surge sozinho.
No direito obrigacional (jus ad rem ) há uma relação jurídica de caráter transitório, estabelecida entre devedor e credor, cujo objeto consi ste numa prestação pessoal, econômica, positiva ou negativa, devida pelo primeiro ao segundo, sendo seu adimplemento garantido pelo patrimôni o do devedor. O objeto da prestação pode ser materi al ou imaterial, e, para ser válida, deve ser possível, determinável ou determinada, líci ta e aferível. 
Os sujei tos da relação podem ser capazes o u incapa zes, menores ou maiores, individuais ou coletivos , conhecidos ou não; vale salientar, entretanto, que o polo passivo – devedor – não pode ser inexistente. 
Há , quanto às fontes do direito obrigacional , duas teorias: a clássica e a moderna. 
Enquanto a primeira pontua a existência de fontes imediatas (lei ) e mediatas (atos jurídicos strictu sensu), a segunda entende como fonte a lei e a vontade, seja por ação ou omissão. E studa -se, pois, no direito das obrigações, as relações dos homens entre si.
 
São direitos reais (ius in re), à luz do art. 1.225 do Código Civil, a propriedade, a superfície , as servidões , o usuf ruto, o uso, a habi tação, o di reito do promitente comprador do imóvel, o penhor, a hi poteca, a anticrese e aconcessão de uso especial para fins de moradia. Aqui , estuda-se a relação dos homens com as coi sas, sempre movido por interesse econômico. 
Carlos Alberto Gonça lves, a fim de expor melhor a matéria, cita, em seu li vro Direito 
Civi l Brasileiro, as palavras de Lafayet te, segundo o qual: O direito real é o que afeta a coisa direta e imediatamente, sob todos ou sob ertos respeitos (sob todos os respeitos , se é o domínio; sob certos respeitos, se é um direito real desmembrado do domíni o, como a servidão), e a s egue em poder de quem quer que a d etenha. (GONÇAL VES, Carlos Alberto apud L AF AYETTE, 2012, p. 10) 
O mesmo autor pontua a exi stênci a de uma teoria uni tá ria reali sta, cujo objetivo é unificar os d rei tos reai s e obrigacionai s a p arti r do critério do patrimônio, considerando que ambos pertencem à realidade ampla do direito patrimonial. 
A unificação, conquanto, é dificultada pela heterogeneidade de princípi os norteadores, sendo a doutri na duali sta, para qual os direitos supracitados possuem qualidades próprias, mais adequada à realidade.
Os direitos obrigacionais diferem-se dos reai s quanto ao objeto, ao sujeito, à duração, à formação, e ao exercíci o . São diferentes no objeto porq ue os direitos obrigaci onais exi gem o cumpri mento de uma prestação, ao pa sso que os direitos reais incidem sobre uma coisa; no sujeito, porq ue ius in re permite a inexi stência do pólo ativo. 
A duração dos di reitos o brigacionais é transitória, extinguindo -se ora pelo adimplemento da obrigação , ora por ação judicial, e podem resultar da vontade das partes. Os direitos reai s, por outro lado, têm sua formação positivada e são perpétuos, salvo os casos previstos em lei. 
Por fim, quanto ao exercício, o jus ad rem exige a figura intermediária do devedor, enquanto os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa. Segundo Fabio Ulhoa, é possível, ainda distinguir os direitos obrigacionais dos reais a partir da natureza relativa do s primeiros e absoluta dos últimos.Em suas palavras: Como direito relativo, o obrigacional só é oponível ao outro sujeito da relação jurídica; já o direito real, por ser absoluto, como os direitos da personalidade, é oponível a qualquer um, mesm o que o titular não tenha com ele relação jurídica anterior. Os direitos reais são, em suma, oponíveis erga omnes. (COELHO , 2012, p. 32) 
Direitos Obrigacionais
O direito obrigacional ou pessoal consiste num vínculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação.
Constitui uma relação de pessoa a pessoa (direito relativo) e tem, como elementos:
O sujeito ativo.
O sujeito passivo.
E a prestação.
Tutelam as relações em âmbito econômico; ensejam vínculo transitório apenas entre credor e devedor; o sujeito passivo pode ser determinado ou determinável; têm como objeto uma prestação de dar, fazer ou não fazer; são oponíveis apenas em relações pessoais diretas; possuem como fontes, o contrato, a lei, o ato unilateral e o ato ilícito; não conferem a faculdade de abandono; são tutelados pelos mecanismos e corolários de responsabilidade civil; são previstos em rol exparsos e exemplificativos.
2. Direitos Reais
O direito real pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa. É a relação jurídica da pessoa na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é de sua propriedade. O direito real tem como elementos essenciais:
O sujeito ativo.
A coisa.
E a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio.
Regem as coisas suscetíveis de apreensão pelos homens; ensejam vínculo perpétuo, decorrente dos modos de aquisição da propriedade; o sujeito passivo é a generalidade anônima dos sujeitos (indeterminado); têm como objeto coisa corpórea; são oponíveis erga omnes (contra todos); possuem como fontes os diversos modos de aquisição da propriedade; conferem faculdade de abandono (sujeito que não pode arcar com ônus de manutenção do bem); tutelados pelos interditos proibitórios; são previstos em rol taxativo no Código Civil, abaixo in verbis:
Art. 1.225 do CC - São direitos reais:
I - a propriedade;
II - a superfície;
III - as servidões;
IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel;
VIII - o penhor;
IX - a hipoteca;
X - a anticrese;
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia;
XII - a concessão de direito real de uso;
XIII - os direitos oriundos da imissão provisória na posse, quando concedida à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou às suas entidades delegadas e respectiva cessão e promessa de cessão.
3. Principais Distinções
Direitos Reais – “ius in re”, é o direito do titular sobre a coisa, sendo ele imediato, exclusivo e contra todos.
Direitos Obrigacionais –“jus ad rem”, pode ser exercido contra pessoas. Segundo Carlos Roberto Gonçalves direito obrigacional:
“consiste num vínculo jurídico pelo qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa e tem, como elementos, o sujeito ativo, o sujeito passivo e a prestação” [1].
3.1. Quanto ao Objeto
Direitos Reais - Ao passo que estes incidem sobre uma coisa, via de regra é corpóreo, a exceção de propriedade intelectual.
Direitos Obrigacionais - Exigem o cumprimento de determinada prestação, em regra é incorpóreo.
3.2. Quanto ao Sujeito
Direitos Reais - É indeterminado. No direito real o devedor é indeterminado, figura que surgirá determinadamente quando alguém violar a obrigação de abster-se frente aos direitos reais do titular da coisa (sujeito atributivo – um só sujeito).
Direitos Obrigacionais - O sujeito passivo é determinado ou determinável (sujeito cooperativo – mínimo de dois sujeitos).
3.3. Quanto à Duração
Direitos Reais – São perpétuos/permanente, não se extinguindo pelo não uso, mas somente nos casos expressos em lei, exemplos: desapropriação, usucapião em favor de terceiro, etc.
Direitos Obrigacionais - São transitórios/temporários e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios (ação judicial, etc.)
3.4. Quanto à Formação
Direitos Reais – Só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta (numerus clausus - TAXATIVO).
Direitos Obrigacionais - Resultam da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos inominados (numerus apertus - EXEMPLIFICATIVO).
3.5. Quanto ao Exercício
Direitos Reais – São exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um sujeito passivo (IMEDIATO – não depende de um intermediário).
Direitos Obrigacionais - Exigem uma figura intermediária, que é o devedor (MEDIATO – depende da prestação de um intermediário).
3.6. Quanto à Ação
Direitos Reais – Pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa (ERGA OMNES / ABSOLUTO – oponível contra todos, inclusive com direito de sequela).
Direitos Obrigacionais - É dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo (INTER PARTES” / RELATIVO – ação pessoal afeta somente as partes pactuantes do contrato).
3.7. Quanto as Garantias
Direitos Reais – Recai sobre as coisas.
Direitos Obrigacionais – Recai sobre o patrimônio do devedor.
3.8. Quanto à Violação
Direitos Reais – É violado via AÇÃO. Exemplo: invadir propriedade alheia.
Direitos Obrigacionais – É violada por uma OMISSÃO. Exemplo: o não pagamento.
Conceito: obrigaçao é o vinculo entre o credor e o devedor acerca de uma prestação. 
· Sujeito: pj ou fisica
· Vinculo
· Prestação
Os sujeitos da obrigação podem ser divididos em:
a) sujeito ativo - é o credor, aquele que tem direito a uma prestação;
b) sujeito passivo - é o devedor, aquele que deve realizar a prestação.
Note-se que, pode haver pluralidade de sujeitos, sem que isso altere a natureza deles.
Quanto ao vínculo, trata-se da ligação entre credor e devedor, a qual faz com que este deva realizar a prestação em favor daquele. O vínculo pode ser a lei, um contrato, a relação de parentesco etc.
Por fim, a prestação será sempre uma conduta humana, a qual poderá ser de dar, fazer ou não fazer.
Elementos constitutivos
Subjetivo: partes – sujeito ativo x passivo
Objetivo: objeto direto da obrigaçao – prestação
Virtual ou espiritual: vinculo
Fontes do direito obrigacional: contratos, atos unilaterias e lei (pensão alimenaticia).
Atos unilaterais: promessa de recompensa (art. 854, CC); gestao de negocios (art. 861, CC- ausencia de acordo – necessidade); pagamento indevido (art. 876, CC: Enriquecimento e empobrecimento sem vinculo).; enriquecimento sem causa (art. 884, CC – restituição). 
Classificação das obrigações – aula 18
1. Quanto ao conteudo da prestação 
a) Obrigação de dar – entregar
a.1 coisa certa – arts. 233 a 242 CC
Perda da coisa antes da tradição e depois da tradição;
Com culpa ou sem culpa;
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor aperda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé.
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
a.2 coisa incerta – arts. 243 a 246, CC
Genero e quantidade;
Concentração;
Nao se fala em perda;
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
b) Obrigação de fazer
Arts. 246 a 249, CC – omissao
Prestação impossivel: com culpa ou sem culpa do devedor
Fungivel ou infungivel (personalissima)
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível.
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
c) Diferença entre dar (entrega) e fazer (produção)
a obrigação de dar consiste numa prestação de coisa e a obrigação de fazer numa prestação de fato.
d) Obrigagação de nao fazer: abstenção. Art. 250 e 251, CC
Contrato de confidencialidade. 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido.
e) Inadimplemento? Paragrafo unico 249 – autotutela? Excesso: art. 187, CC
2. Quanto a presença de elementos obrigacionais: Numero de pessoas e quantidade de obrigações
a) Simples: obrigação minima.
b) Compostas
i. Objetivas: mais de uma prestação
· Cumulativas ou conjuntivas: “e”
Varias obrigações distintas. Naturezas diversas.
Nao presentes no C.C. Ex: locação. Lei 8246/91, arts. 22 e 23
Inadimplemento.
Lei 8246/91
Dos deveres do locador e do locatário
Art. 22. O locador é obrigado a:
I - entregar ao locatário o imóvel alugado em estado de servir ao uso a que se destina;
II - garantir, durante o tempo da locação, o uso pacífico do imóvel locado;
III - manter, durante a locação, a forma e o destino do imóvel;
IV - responder pelos vícios ou defeitos anteriores à locação;
V - fornecer ao locatário, caso este solicite, descrição minuciosa do estado do imóvel, quando de sua entrega, com expressa referência aos eventuais defeitos existentes;
VI - fornecer ao locatário recibo discriminado das importâncias por este pagas, vedada a quitação genérica;
VII - pagar as taxas de administração imobiliária, se houver, e de intermediações, nestas compreendidas as despesas necessárias à aferição da idoneidade do pretendente ou de seu fiador;
VIII - pagar os impostos e taxas, e ainda o prêmio de seguro complementar contra fogo, que incidam ou venham a incidir sobre o imóvel, salvo disposição expressa em contrário no contrato;
IX - exibir ao locatário, quando solicitado, os comprovantes relativos às parcelas que estejam sendo exigidas;
X - pagar as despesas extraordinárias de condomínio.
Parágrafo único. Por despesas extraordinárias de condomínio se entendem aquelas que não se refiram aos gastos rotineiros de manutenção do edifício, especialmente:
a) obras de reformas ou acréscimos que interessem à estrutura integral do imóvel;
b) pintura das fachadas, empenas, poços de aeração e iluminação, bem como das esquadrias externas;
c) obras destinadas a repor as condições de habitabilidade do edifício;
d) indenizações trabalhistas e previdenciárias pela dispensa de empregados, ocorridas em data anterior ao início da locação;
e) instalação de equipamento de segurança e de incêndio, de telefonia, de intercomunicação, de esporte e de lazer;
f) despesas de decoração e paisagismo nas partes de uso comum;
g) constituição de fundo de reserva.
Art. 23. O locatário é obrigado a:
I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato;
II - servir - se do imóvel para o uso convencionado ou presumido, compatível com a natureza deste e com o fim a que se destina, devendo tratá - lo com o mesmo cuidado como se fosse seu;
III - restituir o imóvel, finda a locação, no estado em que o recebeu, salvo as deteriorações decorrentes do seu uso normal;
IV - levar imediatamente ao conhecimento do locador o surgimento de qualquer dano ou defeito cuja reparação a este incumba, bem como as eventuais turbações de terceiros;
V - realizar a imediata reparação dos danos verificados no imóvel, ou nas suas instalações, provocadas por si, seus dependentes, familiares, visitantes ou prepostos;
VI - não modificar a forma interna ou externa do imóvel sem o consentimento prévio e por escrito do locador;
VII - entregar imediatamente ao locador os documentos de cobrança de tributos e encargos condominiais, bem como qualquer intimação, multa ou exigência de autoridade pública, ainda que dirigida a ele, locatário;
VIII - pagar as despesas de telefone e de consumo de força, luz e gás, água e esgoto;
IX - permitir a vistoria do imóvel pelo locador ou por seu mandatário, mediante combinação prévia de dia e hora, bem como admitir que seja o mesmo visitado e examinado por terceiros, na hipótese prevista no art. 27;
X - cumprir integralmente a convenção de condomínio e os regulamentos internos;
XI - pagar o prêmio do seguro de fiança;
XII - pagar as despesas ordinárias de condomínio.
§ 1º Por despesas ordinárias de condomínio se entendem as necessárias à administração respectiva, especialmente:
a) salários, encargos trabalhistas, contribuições previdenciárias e sociais dos empregados do condomínio;
b) consumo de água e esgoto, gás, luz e força das áreas de uso comum;
c) limpeza, conservação e pintura das instalações e dependências de uso comum;
d) manutenção e conservação das instalações e equipamentos hidráulicos, elétricos, mecânicos e de segurança, de uso     comum;
e) manutenção e conservação das instalações e equipamentos de uso comum destinados à prática de esportes e lazer;
f) manutenção e conservação de elevadores, porteiro eletrônico e antenas coletivas;
g) pequenos reparos nas dependências e instalações elétricas e hidráulicas de uso comum;
h) rateios de saldo devedor, salvo se referentes a período anterior ao início da locação;
i) reposição do fundo de reserva, totalou parcialmente utilizado no custeio ou complementação das despesas referidas nas alíneas anteriores, salvo se referentes a período anterior ao início da locação.
§ 2º O locatário fica obrigado ao pagamento das despesas referidas no parágrafo anterior, desde que comprovadas a previsão orçamentária e o rateio mensal, podendo exigir a qualquer tempo a comprovação das mesmas.
§ 3º No edifício constituído por unidades imobiliárias autônomas, de propriedade da mesma pessoa, os locatários ficam obrigados ao pagamento das despesas referidas no § 1º deste artigo, desde que comprovadas.
· Alternativas disjuntivas: “ou”
Fica a criterio do devedor escolher qual obrigação ele vai cumprir. 
Presente nos artigos 252 a 256 do Codigo civil
Inadimplemento.
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra. (obrigação em parte – identidade fisica da obrigação)
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período. (prestações periodicas)
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. (se nao houver acordo – juiz)
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. (obrigação feita por 3° - juiz)
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. (uma obrigação inexequivel – debito permanece – obrigação simples). 
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.(culpa ou nao do devedor e escola do devedor – valor da ultima + P e D). 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos. (Se concentração cabe ao credor: exige remanescente ou que se perdeu + perdas e danos.)
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação. (Se todas impossiveis sem culpa do devedor: nao ha consequencia. Pore, se estiver em mora ou contrato – responde.)
· Diferença entre obrigação alternativa e de dar coisa incerta
Composta; prestaçoes de naturezas diversas.
Simples; entrega de coisa determinavel. 
Uma obrigação é, em um sentido amplo, uma relação jurídica obrigacional (pessoal) entre um credor, titular do direito de crédito, e um devedor, incumbido do dever de prestar. A relação obrigacional é composta por três elementos fundamentais: subjetivo (credor e devedor), objetivo (prestação) e ideal (vínculo jurídico).
As obrigações alternativas e as facultativas fazem parte da classificação das obrigações no tocante ao elemento objetivo.
As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que têm como objeto duas ou mais prestações (objeto múltiplo), e o devedor exonera-se cumprindo apenas uma delas. A palavra-chave desta obrigação é a conjunção ou, e, como regra geral, a escolha da obrigação cabe ao devedor.
Já nas obrigações facultativas há um único objeto, e o devedor tem a faculdade de substituir a prestação devida por outra de natureza diversa, prevista subsidiariamente. Segundo Orlando Gomes, na obrigação facultativa o credor não pode exigir o cumprimento da prestação subsidiária, e, na mesma linha, caso haja impossibilidade de cumprimento da prestação devida, a obrigação é extinta, resolvendo-se em perdas e danos.
ii. Subjetiva: multiplicidade de sujeitos: solidarias
Numero de pessoas e quantidade de obrigações – compostas subjetivas – solidarias
Regras gerais:
Art. 264, CC – Conceito art; 266.
265: solidariedade nao se presume
266: elementos acidentais
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
· Solidariedade de natureza obrigacional diferente de aquiliana (extracontratual – 942, § único);
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os co-autores e as pessoas designadas no art. 932.
· Fiador e devedor – solidariedade? Art. 827, CC (subsidiario). Em regra geral o fiador NAO é devedor solidario. A solidariedade nao se presume, deve estar prevista contratualmente. A solidariedade so decorre da vontade e da lei. O fiador é devedor subsidiario. 
Art. 827. O fiador demandado pelo pagamento da dívida tem direito a exigir, até a contestação da lide, que sejam primeiro executados os bens do devedor.
Parágrafo único. O fiador que alegar o benefício de ordem, a que se refere este artigo, deve nomear bens do devedor, sitos no mesmo município, livres e desembargados, quantos bastem para solver o débito.
· Se previsto em contrato?
· Conjuntamento – so em relação ao banco. 
I. Obrigações solidarias ativas: multiplos credores
Art. 267 CC
Qualquer credo pode exigir a obrigação por INTEIRO
Pode ser legal (lei inquilinato ou convencioanl)
O devedor pagar qualquer dos credores antes da ação. 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. (FALECIMENTO DE UM DOS CREDORES – cessa solidariedade)
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade. (Se obrigação convertida em perdas e danos – subsiste)
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros. (Exceções pessoais)
Art. 274.  O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.                   (Redação dada pela Lei nº 13.105, de 2015)    (Vigência)
Julgamento contrario a um dos credores: nao aproveita aos demais, se for desfavoravel. Mas caso seja favoravel, aproveita a todos os outros credores.
Interrupção da prescrição aproveita aos demais. 
LEI No 8.245, DE 18  DE OUTUBRO DE 1991.
	
	Dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes.
 Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou.
Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem - se locatários ou sublocatários.
II. Obrigações solidarias Passivas: multiplos devedores
Numero de pessoas e quantidade de obrigações: compostas subjetivas – solidaria passiva.
O credor recebe obrigação de qualquerdevedor.
Pagamento parcial: todos obrigados.
Opção de demanda. Exemplo.
Faculdade do credor de cobrança – se judicial: renuncia a solidariedade?
276: morte de um devedor cessa a solidariedade entre herdeiros – resopnde por quinhao
Perdao da divida a um devedor: nao paroveita. 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes. (clausula ou condição mais gravosa nao atinge os demais)
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado. (impossibilidade da obrigação por culpa de um dos devedores)
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. (direito de regresso – sub-rogação)
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao insolvente.
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores, responderá este por toda ela para com aquele que pagar.
III. Obrigações solidarias mistas: multiplos credores e devedores. Se aplica as regras de solidarieade ativa e passiva.
c) Obrigações facultativas: unico objeto. Faculdade do devedor de substituir prestação por outra diversa.
Consequencia: impossibilidade de principal – extinção. 
Aula 22
So se houver obrigações compostas subjetivas
3. Classificação das obrigações quanto a divisibilidade
Só interessa se for uma obrigaçã composta subjetiva – pluralidade de devedores ou credores. 
a) Obrigações divisiveis: podem ser prestadas de forma fracionada.
Art. 257, CC. Presunção relativa de divisao em quotas iguais
b) Obrigações indivisiveis: nao admite fracionamento 
Art. 258, CC
Pode ser natural, legal, convencional.
Art 259, CC – Responsabilidde integral de cada um. 
Obrigação indivisivel com varios devedores: sub-rgação: 259, CC §1° quota parte.
· Art. 260, CC hipoteses: paga a todos; caução de ratificação. 
Se um credo recebe: 261, cc.
262, CC: Remissao por um dos credores. Remissao é perdao da divida.
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total.
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação, compensação ou confusão.
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
4. Classificação das obrigações quanto ao local do cumprimento
· Quesivel: cumprimento feito no local de residencia do devedor.
· Portavel: cumprimento feito no local de residencia do credor ou terceiro. 
Art. 327. Efetuar-se-á o pagamento no domicílio do devedor, salvo se as partes convencionarem diversamente, ou se o contrário resultar da lei, da natureza da obrigação ou das circunstâncias.
Parágrafo único. Designados dois ou mais lugares, cabe ao credor escolher entre eles.
Art. 328. Se o pagamento consistir na tradição de um imóvel, ou em prestações relativas a imóvel, far-se-á no lugar onde situado o bem.
Art. 329. Ocorrendo motivo grave para que se não efetue o pagamento no lugar determinado, poderá o devedor fazê-lo em outro, sem prejuízo para o credor.
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor relativamente ao previsto no contrato.
5. Classificação das obrigações quanto ao momento do cumprimento
· Instantanea: 311. CC – obrigação deve ser cumprida no momento em que se contrai. 
· Execução diferida: a obrigação é paga de um vez só mas tem um prazo para ser cumprida. Ex: cheque para 30 dias.
· Execução continuada. Ex: parcelamento. 
Obrigação propter rem
Conceito. Repersecutoria. Ex: condominiio
É uma obrigação real, que decorre da relação entre o devedor e a coisa. Difere das obrigações comuns especialmente pelos modos de transmissão. Propter rem significa “por causa da coisa”. Assim, se o direito de que se origina é transmitido, a obrigação o segue, seja qual for o título translativo. A transmissão é automática, independente da intenção específica do transmitente, e o adquirente do direito real não pode recusar-se a assumi-la. São exemplos da obrigação, que pode ser identificada em vários dispositivos esparsos do Código Civil, já que não a disciplinou isoladamente: a obrigação imposta ao condômino de concorrer para as despesas de conservação da coisa comum (artigo 1.315);  a do condômino, no condomínio em edificações, de não alterar a fachada do prédio (artigo 1.336, III);  a obrigação que tem o dono da coisa perdida de recompensar e indenizar o descobridor (artigo 1.234);  a dos donos de imóveis confinantes, de concorrerem para as despesas de construção e conservação de tapumes divisórios (artigo 1.297, § 1º) ou de demarcação entre os prédios (artigo 1.297);  a obrigação de dar caução pelo dano iminente (dano infecto) quando o prédio vizinho estiver ameaçado de ruína (artigo 1.280); e a obrigação de indenizar benfeitorias (artigo 1.219).
Obrigação natural.
Credor nao pode exigir prestação do devedor. 
As obrigações naturais são aquelas em que há débito, porém sem responsabilidade.Na obrigação natural, o direito de crédito, ainda que existente, não é exigível do devedor, pois é incapaz de gerar pretensão . As dívidas prescritas são exemplos de obrigações naturais. As obrigações naturais são um meio-termo (entre obrigação moral e obrigação civil) que não são inteiramente protegidas já que falta-lhe a exigibilidade o que enfraquece o vinculo jurídico.
RESUMO
As obrigações fazem parte da vida do homem na sociedade, e tão importante quanto elas é o seu adimplemento ou inadimplemento que gera consequências e que é regulado pelo Direito das Obrigações, cristalizado no Código Civil de 2002. O presente artigo tem o objetivo de dispor sobre o Direito das Obrigações, especificamente as obrigações de dar, fazer e não fazer.
1. OBRIGAÇÃO DE DAR
A obrigação de dar é uma obrigação positiva, que consiste na prestação, na entrega de uma coisa, ”seja para lhe transferir a propriedade, seja para lhe ceder a posse, seja para restituí-la”. (GOMES, 2007, p.47)
Nesta obrigação, o devedor se vincula ao credor, ao estar obrigado a lhe entregar uma coisa, como em um contrato de compra e venda.
A obrigação de dar, por si só, confere tão somente ao credor mero direito pessoal, e não real, visto que o credor só adquirirá o domínio pela tradição da coisa pelo devedor.(DINIZ, 1998, p.80)
1.2 Formas de prestação das obrigações de dar:
1.2.1. Transcrição
É o modo de prestação de bens imóveis.
“Art. 1.227, CC: Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressamente neste Código.”
1.2.2 Tradição
Modo de entrega de bem móveis.
“Art. 1226, CC: Os direitos reais sobre coisas móveis, quando constituídos ou transmitidos, por atos entre vivos, só se adquirem com a tradição.”
1.3.. Obrigação de restituir
A obrigação de restituir envolve uma devolução, como por exemplo, a devolução de um imóvel quando acaba o contrato de locação e o locador precisa devolvê-lo ao locatário.
A obrigação de restituir envolve o locatário, o mandatário, o comodatário e o mutuário.
1.4. Obrigação de dar coisa certa
É a obrigação que se trata de uma coisa determinada, específica.
Ocorre o adimplemento da obrigação quando o devedor entrega a coisa específica, que foi acordada com o credor.
1.4.1. Os acessórios e a obrigação de dar coisa certa
Os acessórios são os frutos, produtos, benfeitorias ou pertenças e sempre seguem o bem principal, a não ser que esteja disposto o contrário no contrato ou dependa das circunstâncias do caso.
“Art. 233, CC: A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.”
Acréscimos ou melhoramentos incidentes sobre a coisa antes de sua tradição.
A) Cômodos: São melhoramentos, vantagens produzidas pela coisa.
B) Frutos: É um bem acessório que o bem principal periodicamente produz.
“Art. 237, CC: parágrafo único: Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os pendentes.”
1.5. Perda ou deterioração da coisa certa
A) Perda
Antes do cumprimento da obrigação o objeto da prestação pode se perder.
, Se a perda ocorre sem culpa do debitor, antes da tradição, ou de verificada a condição suspensiva, extinguem –se as obrigações para ambas as partes”.(NADER, 2010, p. 67)
Se a perda for caracterizada por culpa do devedor o mesmo ficará obrigado a entregar o equivalente mais perdas e danos.
“Art. 234, CC: Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas às partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente mais perdas e danos.”
B) Deterioração
A deterioração é uma danificação do bem, sem tirar seu valor pleno.
Pode ocorrer com culpa ou sem culpa do devedor.
“Art. 235, CC: Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço ou valor que perdeu.”
“Art. 236, CC:Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou outro caso, indenização das perdas e danos”.
1.6. Obrigação de dar coisa incerta
A definição do objeto a ser entregue é básica, referente apenas ao gênero e quantidade.
“Art. 243, CC: A coisa incerta será indicada, ao menos pelo gênero e pela quantidade.”
A) Concentração
É a escolha do objeto. Ex: pesagem.
B) Qualidade média
Se tratando de coisa incerta, o devedor não é obrigado a dar a melhor, mas também não poderá dar a coisa pior. O sensato é optar pela qualidade média.
“Art. 244, CC: Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.”
1.7. Transformação da obrigação de dar coisa incerta em obrigação de da coisa certa
A partir do momento em que o devedor escolhe a coisa incerta, ela se torna certa e deve ser notificada ao credor.
“Art. 245, CC: Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.”
1.8. Perda ou deterioração de coisa incerta.
“Art. 246, CC: Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.”
2. OBRIGAÇÃO DE FAZER
É uma atividade, um serviço que vincula o devedor ao credor.
A atividade pode ser física ou material como lavar um automóvel ou fazer um vaso de barro. Pode também configurar uma outra modalidade, como no caso da renúncia de uma herança.
Diferença entre a obrigação de dar e obrigação de fazer: a obrigação de dar consiste numa prestação de coisa e a obrigação de fazer numa prestação de fato.
2.1 Espécies de obrigação de fazer
A) Infungíveis (intuitu personae)
A pessoa do devedor é essencial para o cumprimento da obrigação, não pode ser substituída por outra.
Essa obrigação é de caráter personalíssimo.
B) Fungíveis:
Essa obrigação pode ser realizada pelo credor ou por terceiro, pois não possui caráter personalíssimo.
2.2. Inadimplemento da obrigação de fazer
Ocorre quando a obrigação não é cumprida e pode ocorrer das seguintes maneiras:
2.2.1 Impossibilidades de realizar a prestação
A) Sem culpa do devedor: Resolve-se a obrigação.
B) Com culpa do devedor: Responderá com perdas e danos.
“Art. 248, CC: Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolverse-á a obrigação; se por culpa dele responderá por perdas e danos.”
2.2.2 Inadimplemento voluntário da obrigação de fazer.
A obrigação não foi cumprida, mas há a possibilidade de cumpri-la.
A) Obrigação de fazer infungível
“Art. 247, CC: Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível.”
C) Obrigação de fazer fungível
Em caso de descumprimento da obrigação de fazer infungível, a obrigação poderá ser cumprida por terceiro, e o credor pode exigir que o devedor arque com os gastos ou perdas e danos.
“Art. 249, CC: Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre o credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.”
2.3. Manifesta urgência
A urgência se caracteriza quando a mora ou a inadimplência trouxer riscos para o credor, que se vê forçado pela premência de tempo a realizar o serviço ou solicitá-lo a outro profissional, (NADER, 2010, p.98).
“Art. 249, CC: parágrafo único: Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”
3. OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER
É uma prestação negativa, é o vínculo jurídico entre o credor e o devedor, pelo qual o devedor se compromete a não executar determinado ato, que podia livremente praticar, se não estivesse obrigado em relação ao credor ou terceiro.
3.1. Inadimplemento da obrigação de não fazer
Ocorre quando o devedor não se abstem do que se obrigou anão fazer.
3.2. Impossibilidade da abstenção do fato sem culpa do devedor
A obrigação se extingue.
“Art. 250, CC:Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.”
3.3. Inexecução culposa do devedor
O credor pode exigir que o devedor desfaça o ato, mais perdas e danos.
“Art. 251, CC: Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer a sua custas, ressarcindo o culpado perdas e danos”.
3.4. Urgência no desfazimento
“Art. 249, CC, parágrafo único: Ema caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.”
CONCLUSÃO
O Direito das Obrigações tem relevante importância, pois muita das relações humanas tem conteúdo obrigacional, como no âmbito econômico. Um exemplo é o contrato de compra e venda.
As obrigações de dar, fazer e não fazer se caracterizam por serem positivas (dar e fazer) e negativas (não fazer), ou seja, resultam de uma atitude humana, ou da abstenção dela.
O objeto dessas obrigações pode ser específico ou não e o adimplemento ou inadimplemento dessas obrigações trazem consequências que variam de acordo com a existência ou ausência de culpa do devedor.
As obrigações devem ser cumpridas da melhor maneira possível, de acordo com o que foi acordado, como preceitua o princípio contratual pacta sunt servanda.
1- CONCEITO DE OBRIGAÇÃO
Conceituar obrigação é uma tarefa que tem sido feita ao longo de milênios de civilização. Chegou-se ao ponto de acreditar que a obrigação era um direito que se tinha sobre o outro. A preocupação com as obrigações remonta a lei das XII tabuas (que deram origem ao direito romano). Ao decorrer do tempo , o conceito de obrigação sofreu inúmeras transformações principalmente quanto à consequência do seu inadimplemento (antes quem devia poderia ser feito escravo, ter pedaço da pele cortado e até mesmo morto). Essa ideia está superada desde a Lex Poetelia Papiria– 326 a.c).
Apesar de evoluções, alguns doutrinadores concordam que o direito obrigacional é um dos ramos menos suscetível às transformações da sociedades (mais estável – o que não o torna imutável). Bebe da fonte do direito romano e por isso é impregnado de brocardos.
Durante muito tempo, acreditou-se que a obrigação era o vínculo jurídico que confere ao credor o direito de exigir do devedor o cumprimento de determinada prestação.( conceito estático de obrigação)- Hoje entende-se que tal visão é reducionista pois contrato não é só papel. Com o advento da CF/88 e CC/2002 passou a se levar em conta o ponto de vista sociológico e princípios como da solidariedade, boa fé objetiva e função social dos contratos).
HOJE, encara-se a obrigação muito mais como um PROCESSO DINÂMICO e COMPLEXO(ambos tem direitos e deveres). UM CONJUNTO DE ATOS E FATOS QUE SE DIRIGEM A UMA FINALIDADE: O ADIMPLEMENTO. Tao importante quanto o que está escrito, é o comportamento dos envolvidos na satisfação das prestações devidas ao devedor. A boa-fé objetiva deve ser praticada por ambas as partes: credor e devedor. Gravitam em torno da obrigação principal (adimplemento) uma serie de deveres anexos como o agir com lealdade, ética, dever de informação,... Os deveres anexos não precisam estar expressos no contrato.
Deve-se destacar que a obrigação enquanto RELAÇÃO JURÍDICA COMPLEXA E DINÂMICA desenvolve-se para atingir o adimplemento ou seja o interesse do credor.
A obrigação pode ser conceituada como uma relação jurídica complexa, transitória, por meio do qual o credor pode exigir determinada conduta do devedor, que responde com seu patrimônio pelo adimplemento da obrigação.
Desse conceito retira-se as principais características da obrigação:
a) Relação complexa
b) transitória
c) caráter patrimonial
d) eficácia relativa
2- PRINCÍPIOS NORTEADORES DAS OBRIGAÇÕES
2.1- Principio da autonomia privada
É a Liberdade das pessoas de criarem regras aplicáveis ao seu negócio/ a suas obrigações. Poder de livre-acordo entre as partes. Poder de auto-regulamentação dos próprios interesses. É obvio que há limitação através de normas cogentes. Não se pode contrariar o ordenamento jurídico. Mas se pode fazer tudo que não está proibido em lei ou que não vá contra os princípios gerais do direito.
2.2 Principio da Boa fé objetiva e boa fé subjetiva
Ate o inicio do sex XX a boa fé era analisada apenas no seu aspecto subjetivo, ou seja, no psicológico dos agentes, na intenção de não causar dano ao outro. A boa-fé subjetiva, enquanto estado psicológico, emerge da teoria da aparência, quer dizer, agia de boa-fé aquele que acreditava que estava agindo conforme o Direito.
Na Alemanha, anos mais tarde, a teoria da aparência cedeu espaço à teoria da confiança, o “estar” de boa-fé é separado do “agir” de boa-fé. Passou valer a boa fé objetiva diretamente ligada a solidariedade social (princípio da solidariedade está inserido no art. 3º, III, CF/88, que determina que um dos objetivos da República Federativa do Brasil é constituir uma sociedade livre, justa e solidária.) Pela cláusula geral da boa-fé objetiva, foi criado o padrão social do bom negociante, indivíduo no qual pode ser depositada confiança por apresentar conduta correta, leal e proba, cooperando sempre com a satisfação da obrigação.
A boa-fé objetiva ganhou espaço na legislação pátria quando da elaboração do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, que trouxe às relações obrigacionais consumeiristas o apelo da solidariedade e colaboração entre fornecedor e consumidor. A partir de então, a jurisprudência passou a movimentar-se, ainda que timidamente, no sentido da aplicabilidade do princípio também nas relações obrigacionais não consumeristas. Em 2002, finalmente, o princípio da boa-fé objetiva foi positivado no art. 422, do Código Civil.
2.3 Principio da função social do contrato
A função social é como uma forma limitadora da autonomia privada, impedindo que tal autonomia esteja em confronto com o interesse social. É uma forma de intervenção estatal na confecção e interpretação dos instrumentos contratuais, para que esses tenham além da função de promover os interesses dos contratantes, importância para toda a sociedade. Historicamente, o direito contratual permitia uma expansão muito grande da vontade das partes, fazendo com que estes possam enquadrar o contrato dentro de suas próprias concepções. Sendo assim, cada um impunha sua vontade de forma exasperada e não se limitavam a outras normas.A liberdade contratual tem origem iluminista e liberal, pensamentos fielmente reproduzidos no Código Civil de 1912. Com a entrada em vigor do Código Civil de 2002 esta tão ampla liberdade contratual foi devidamente regulamentada e freada pelos princípios constitucionais.
A função social do Contrato encontra fundamento na CF/88, no princípio da solidariedade e na afirmação do valor social da livre iniciativa, cabendo ao Código Civil, enquanto legislação infraconstitucional consolidar a funcionalização do contrato de forma a não causar efeitos negativos no contexto social e garantir a sua aplicabilidade a todo e qualquer tipo de contrato.
A boa fé objetiva é fonte de deveres. Nesse sentido, a relação jurídica obrigacional, além dos deveres de prestação e contraprestação, apresenta deveres anexos (também chamados de laterais ou deveres de conduta) que surgem não da vontade das partes, mas do padrão de conduta estabelecido pela boa-fé.
2.4 Princípio da Responsabilidade patrimonial
A obrigação é uma relação jurídica complexa cuja finalidade é a satisfação do credor. Caso o devedor não cumpra o seu dever de prestação, sofrerá as consequências impostas pela legislação. No âmbito obrigacional, essas consequências têm caráter patrimonial: o patrimônio do devedor responderá pelos prejuízos sofridos pelo credor (art. 391, CC9), tanto de ordem patrimonial quanto extrapatrimonial. Subentende-se que o devedor só responde com seu Patrimônio. A única prisão civil permitida no Brasil é a prisãopor alimentos.
2.5 Principio da Relatividade das obrigações
Diz-se que a obrigação é relativa porque ela vincula somente os sujeitos envolvidos na relação. O credor de uma obrigação apenas pode exigir o dever de prestação de seu devedor Como qualquer princípio, a relatividade das obrigações também apresenta exceções.
3- ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DA OBRIGAÇÃO
O Próprio conceito de obrigação facilita a identificação: os sujeitos são o credor e o devedor, o objeto é a prestação e vínculo de atributividade é o vínculo jurídico, o elo que une credor e devedor. Vejamos cada um deles.
1º elemento-O elemento subjetivo- da obrigação são as pessoas, naturais e/ou jurídicas, envolvidas na relação: credor (accipiens) e devedor (solvens). O credor titulariza o direito subjetivo de crédito e o devedor, o dever jurídico que, na obrigação, é chamado de débito ou dívida. O sujeito pode ainda ser substituído por outro ao longo do desenvolvimento da relação obrigacional .A ideia de sujeitos da relação remete à noção de partes (CENTROS DE INTERESSE). Em toda relação obrigacional existe uma parte credora e uma parte devedora; não raro há pluralidade tanto de credores quanto de devedores.
2º elemento -Elemento objetivo-O objeto da obrigação é a prestação, ou seja, a conduta humana exigível do devedor. os direitos obrigacionais são direitos pessoais e, por isso, incidem sobre condutas humanas, não sobre os bens.A doutrina costuma classificar o objeto da obrigação em objeto imediato e mediato:
– Objeto imediato ou direto: é a prestação, a conduta à qual está vinculado o devedor (dar, fazer ou não fazer).
– Quando se pergunta: dar, fazer ou não fazer o que? A resposta a essa pergunta indicará o objeto mediato ou indireto: é o bem da vida objeto da prestação
O elemento da prestação deve ser lícito, possível , determinável e suscetível de avaliação patrimonial.
3º elemento - Elemento abstrato- elemento imaterial, também chamado de virtual ou espiritual, é o vínculo jurídico, que consiste no liame que liga credor e devedor, sujeitando o devedor a realizar determinada conduta em benefício do credor, sob pena de responsabilidade daquele.
Sobre o vínculo obrigacional, a doutrina aponta a existência de duas teorias:
a) a teoria unitária ou monista
b) a teoria dualista ou binária.
ADOTOU-SE NO BRASIL A TEORIA DUALISTA DAS OBRIGAÇÕES- (origem alemã) – a relação obrigacional baseia-se em dois conceitos:
-Débito – débito consiste no dever de prestar propriamente dito. Debitum (latim), Schuld (alemão);
-Responsabilidade – obligatio (latim), Haftung (alemão); responsabilidade corresponde à consequência patrimonial do descumprimento da prestação.
OBRIGAÇÃO = DEBITO + RESPONSABILIDADE
Aula 23
Teoria do pagamento
Extinção da obrigação – modo natural: pagamento
Elementos subjetivos
· Solvens – devedor
Em regra o solven é o devedor mas pode ser terceiro interessado: sub-rogação legal. A sub-rogação é uma forma de pagamento indireto.
Terceiro nao interessado: em nome proprio – reembolso;
Em conta do devedor: doação.
Art. 304. Qualquer interessado na extinção da dívida pode pagá-la, usando, se o credor se opuser, dos meios conducentes à exoneração do devedor.
Parágrafo único. Igual direito cabe ao terceiro não interessado, se o fizer em nome e à conta do devedor, salvo oposição deste.
Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor.
Parágrafo único. Se pagar antes de vencida a dívida, só terá direito ao reembolso no vencimento.
Art. 306. O pagamento feito por terceiro, com desconhecimento ou oposição do devedor, não obriga a reembolsar aquele que pagou, se o devedor tinha meios para ilidir a ação.
Art. 307. Só terá eficácia o pagamento que importar transmissão da propriedade, quando feito por quem possa alienar o objeto em que ele consistiu.
Parágrafo único. Se se der em pagamento coisa fungível, não se poderá mais reclamar do credor que, de boa-fé, a recebeu e consumiu, ainda que o solvente não tivesse o direito de aliená-la.
· Accipiens – credor ou representante
Art. 309: credor putativo – pagamento valido.
Art. 310: quem paga mal, paga 2 vezes. Cabe repetição de indebito.
Art. 308. O pagamento deve ser feito ao credor ou a quem de direito o represente, sob pena de só valer depois de por ele ratificado, ou tanto quanto reverter em seu proveito.
Art. 309. O pagamento feito de boa-fé ao credor putativo é válido, ainda provado depois que não era credor.
Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu.
Art. 311. Considera-se autorizado a receber o pagamento o portador da quitação, salvo se as circunstâncias contrariarem a presunção daí resultante.
Art. 312. Se o devedor pagar ao credor, apesar de intimado da penhora feita sobre o crédito, ou da impugnação a ele oposta por terceiros, o pagamento não valerá contra estes, que poderão constranger o devedor a pagar de novo, ficando-lhe ressalvado o regresso contra o credor.
Objeto e a prova do pagamento
Objeto: prestaçao (art. 313, CC); ART. 314 (principio da identidade fisica da obrigaçao, porem art. 916 CPC; ART. 315 (reais) e art. 317 (revisao), CC.
Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
Art. 314. Ainda que a obrigação tenha por objeto prestação divisível, não pode o credor ser obrigado a receber, nem o devedor a pagar, por partes, se assim não se ajustou.
Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
Art. 316. É lícito convencionar o aumento progressivo de prestações sucessivas.
Art. 317. Quando, por motivos imprevisíveis, sobrevier desproporção manifesta entre o valor da prestação devida e o do momento de sua execução, poderá o juiz corrigi-lo, a pedido da parte, de modo que assegure, quanto possível, o valor real da prestação.
Art. 318. São nulas as convenções de pagamento em ouro ou em moeda estrangeira, bem como para compensar a diferença entre o valor desta e o da moeda nacional, excetuados os casos previstos na legislação especial.
Art. 319. O devedor que paga tem direito a quitação regular, e pode reter o pagamento, enquanto não lhe seja dada.
Art. 320. A quitação, que sempre poderá ser dada por instrumento particular, designará o valor e a espécie da dívida quitada, o nome do devedor, ou quem por este pagou, o tempo e o lugar do pagamento, com a assinatura do credor, ou do seu representante.
Parágrafo único. Ainda sem os requisitos estabelecidos neste artigo valerá a quitação, se de seus termos ou das circunstâncias resultar haver sido paga a dívida.
Art. 321. Nos débitos, cuja quitação consista na devolução do título, perdido este, poderá o devedor exigir, retendo o pagamento, declaração do credor que inutilize o título desaparecido.
Art. 322. Quando o pagamento for em quotas periódicas, a quitação da última estabelece, até prova em contrário, a presunção de estarem solvidas as anteriores.
Art. 323. Sendo a quitação do capital sem reserva dos juros, estes presumem-se pagos.
Art. 324. A entrega do título ao devedor firma a presunção do pagamento.
Parágrafo único. Ficará sem efeito a quitação assim operada se o credor provar, em sessenta dias, a falta do pagamento.
Art. 325. Presumem-se a cargo do devedor as despesas com o pagamento e a quitação; se ocorrer aumento por fato do credor, suportará este a despesa acrescida.
Art. 326. Se o pagamento se houver de fazer por medida, ou peso, entender-se-á, no silêncio das partes, que aceitaram os do lugar da execução.
Prova do pagamento - Art. 319 a 326
· Recibo
· Pagamento sucesso
Lugar do pagamento
· Quesivel ou portavel
· Se dois ou mias legares: credor
· 329: função social do contrato
Tempo do pagamento
· Lembrar: instantanea, execução diferida, execução continuada, condicionada, a temro
· Vencimento antecipado: art. 333, CC, rol exemplificativo
· Por convençãodas partes: confissao de divida
Pagamento indireto – aula 24
Extinção da obrigação – modo natural é o pagamento, mas existem outras formas.
1. Consignação em pagamento. 
Norma hibrida: prevista no cc e cpc
Art. 334 e ss do CC + 539 cpc
Objetivo: hipoteses de cabimento: Art. 335, CC.
Do Pagamento em Consignação
Art. 334. Considera-se pagamento, e extingue a obrigação, o depósito judicial ou em estabelecimento bancário da coisa devida, nos casos e forma legais.
Art. 335. A consignação tem lugar:
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto ou de acesso perigoso ou difícil;
IV - se ocorrer dúvida sobre quem deva legitimamente receber o objeto do pagamento;
V - se pender litígio sobre o objeto do pagamento.
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 337. O depósito requerer-se-á no lugar do pagamento, cessando, tanto que se efetue, para o depositante, os juros da dívida e os riscos, salvo se for julgado improcedente.
Art. 338. Enquanto o credor não declarar que aceita o depósito, ou não o impugnar, poderá o devedor requerer o levantamento, pagando as respectivas despesas, e subsistindo a obrigação para todas as conseqüências de direito.
Art. 339. Julgado procedente o depósito, o devedor já não poderá levantá-lo, embora o credor consinta, senão de acordo com os outros devedores e fiadores.
Art. 340. O credor que, depois de contestar a lide ou aceitar o depósito, aquiescer no levantamento, perderá a preferência e a garantia que lhe competiam com respeito à coisa consignada, ficando para logo desobrigados os co-devedores e fiadores que não tenham anuído.
Art. 341. Se a coisa devida for imóvel ou corpo certo que deva ser entregue no mesmo lugar onde está, poderá o devedor citar o credor para vir ou mandar recebê-la, sob pena de ser depositada.
Art. 342. Se a escolha da coisa indeterminada competir ao credor, será ele citado para esse fim, sob cominação de perder o direito e de ser depositada a coisa que o devedor escolher; feita a escolha pelo devedor, proceder-se-á como no artigo antecedente.
Art. 343. As despesas com o depósito, quando julgado procedente, correrão à conta do credor, e, no caso contrário, à conta do devedor.
Art. 344. O devedor de obrigação litigiosa exonerar-se-á mediante consignação, mas, se pagar a qualquer dos pretendidos credores, tendo conhecimento do litígio, assumirá o risco do pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir, poderá qualquer deles requerer a consignação.
2. Imputação ao pagamento 
Art. 352: conceito
Requisitos: credor e devedor 02 ou mais debitos da mesma natureza.
Quem escolhe: devedor
Se nao o fizer, credo, se nao o fizer: juiz – imputação legal (art. 354 e 355)
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação, esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa.
3. Sub-rogação – arts 346 a 351, CC
É uma forma de substituição e nao de extinção. Nao ha nova divida.
Pode ser legal (art. 346) ou convencional (art. 347).
Art. 346. A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor:
I - do credor que paga a dívida do devedor comum;
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
Art. 347. A sub-rogação é convencional:
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Art. 348. Na hipótese do inciso I do artigo antecedente, vigorará o disposto quanto à cessão do crédito.
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Art. 350. Na sub-rogação legal o sub-rogado não poderá exercer os direitos e as ações do credor, senão até à soma que tiver desembolsado para desobrigar o devedor.
Art. 351. O credor originário, só em parte reembolsado, terá preferência ao sub-rogado, na cobrança da dívida restante, se os bens do devedor não chegarem para saldar inteiramente o que a um e outro dever.
4. Dação em pagamento
Arts. 356 a 359 do C.C
· Consentimento do credor de recebimento de coisa diversa
· Requisitos: Obrigação previsa; acordo posterior; aceitação do credor; 
· extinção da obrigaçao
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Art. 357. Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda.
Art. 358. Se for título de crédito a coisa dada em pagamento, a transferência importará em cessão.
Art. 359. Se o credor for evicto da coisa recebida em pagamento, restabelecer-se-á a obrigação primitiva, ficando sem efeito a quitação dada, ressalvados os direitos de terceiros.
5. Novação
Arts. 360 a 367 
· Nova divida -ver hipoteses – art. 360
· Pode ser total ou parcial.
· Essencial: obrigaçao anterior, nova obrigação e a vontade de inovar.
A vontade de inovar pode ser expressa ou tacita (exemplo: aceita os cheques e devolve duplicatas).
· Novação subjetiva passiva: art. 363
Classificação da novação
· Objetiva ou real: art. 360, I
· Subjetiva ou pessoal
Subjetiva ativa: art. 360, III
Requistos: consentimento do devedor, do antigo credor e anuencia do novo credor.
Subjetiva passiva: art. 360, II – se novo devedor nao paga? Por expromissao: art. 362 – sem anuencia do devedor; por delegação: indicação do devedor.
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor quite com este.
Art. 361. Não havendo ânimo de novar, expresso ou tácito mas inequívoco, a segunda obrigação confirma simplesmente a primeira.
Art. 362. A novação por substituição do devedor pode ser efetuada independentemente de consentimento deste.
Art. 363. Se o novo devedor for insolvente, não tem o credor, que o aceitou, ação regressiva contra o primeiro, salvo se este obteve por má-fé a substituição.
Art. 364. A novação extingue os acessórios e garantias da dívida, sempre que não houver estipulação em contrário. Não aproveitará, contudo, ao credor ressalvar o penhor, a hipoteca ou a anticrese, se os bens dados em garantia pertencerem a terceiro que não foi parte na novação.
Art. 365. Operada a novação entre o credor e um dos devedores solidários, somente sobre os bens do que contrair a nova obrigação subsistem as preferênciase garantias do crédito novado. Os outros devedores solidários ficam por esse fato exonerados.
Art. 366. Importa exoneração do fiador a novação feita sem seu consenso com o devedor principal.
Art. 367. Salvo as obrigações simplesmente anuláveis, não podem ser objeto de novação obrigações nulas ou extintas.
DIREITOS OBRIGACIONAIS OU PESSOAIS E DIREITOS REAIS
DIREITOS OBRIGACIONAIS:
direito obrigacional ou pessoal consiste num vínculo jurídico pela qual o sujeito ativo pode exigir do sujeito passivo determinada prestação. Constitui uma relação de pessoa a pessoa (direito relativo) e tem, como elementos:
i)   o sujeito ativo;
ii)  o sujeito passivo; 
iii)  e a prestação;
        DIREITOS REAIS:
        O direito real pode ser definido como o poder jurídico, direto e imediato, do titular sobre a coisa. É a relação jurídica da pessoa na posse, uso e gozo de uma coisa, corpórea ou incorpórea, que é de sua propriedade. O direito real tem como elementos essenciais: 
i)    o sujeito ativo;
ii)   a coisa; 
iii) e a relação ou poder do sujeito ativo sobre a coisa, chamado domínio;
PRINCIPAIS DISTINÇÕES ENTRE DIREITOS OBRIGACIONAIS E DIREITOS REAIS:
 Os direitos obrigacionais (jus ad rem) diferem, em linhas gerais, dos reais (ius in re):
a) quanto ao objeto - porque exigem o cumprimento de determinada prestação, ao passo que estes incidem sobre uma coisa;
b)   quanto ao sujeito - porque o no direito obrigacional, o sujeito passivo é determinado ou determinável, enquanto nos direitos reais é indeterminado (são todas as pessoas do universo, que devem abster-se de molestar o titular). No direito real o devedor é indeterminado, figura que surgirá determinadamente quando alguém violar a obrigação de abster-se frente aos direitos reais do titular da coisa;
c) quanto à duração - porque nos direitos obrigacionais são transitórios e se extinguem pelo cumprimento ou por outros meios (ação judicial, etc.), enquanto os direitos reais são perpétuos, não se extinguindo pelo não uso, mas somente nos casos expressos em lei (desapropriação, usucapião em favor de terceiro etc.);
d)  quanto à formação - pois podem resultar da vontade das partes, sendo ilimitado o número de contratos inominados (numerus apertus), ao passo que os direitos reais só podem ser criados pela lei, sendo seu número limitado e regulado por esta (numerus clausus);
e) quanto ao exercício - porque exigem uma figura intermediária, que é o devedor, enquanto os direitos reais são exercidos diretamente sobre a coisa, sem necessidade da existência de um sujeito passivo;
f) quanto à ação - que é dirigida somente contra quem figura na relação jurídica como sujeito passivo (ação pessoal), ao passo que a ação real pode ser exercida contra quem quer que detenha a coisa.

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