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Prévia do material em texto

1 
M-14-PM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Polícia Militar do Estado de São Paulo 
 
 
 
MANUAL BÁSICO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO 
 
DA 
 
POLÍCIA MILITAR 
 
 
 
3ª Edição 
 
Tiragem: exemplares 
 
1997 
 
 
Setor Gráfico do CSM/MInt 
 
 2 
 POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO 
 COMANDO GERAL 
 São Paulo, 15 de janeiro de 1997. 
 DESPACHO Nº DSist-000/322/97 
 
 
 O Comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo, nos 
termos dos Artigos 16 e 43 das I-1-PM, aprova, manda pôr em execução e 
autoriza a impressão do Manual Policiail Militar (M-14-PM) MANUAL 
BASICO DE POLICIAMENTO OSTENSIVO DA POLÍCIA MILITAR, deve 
entrar em vigor a contar de sua publicação em Bol G. Fica revogado o M-14-
PM Manual Basico de Policiamento Ostensivo, aprovado pelo Despacho nº 
Dsist-001/22/93 e publicado no Bol G. Nº 213/93, de 16Nov93. 
 
 
 
CLAUDIONOR LISBOA 
Cel PM - Cmt Geral 
 3 
QUADRO DISTRIBUIÇÃO-CARGA 
 
 1.Órgãos de Direção 
 a. Geral 
 Cmt G ........................................................................................ 01 
 S Cmt PM ................................................................................... 02 
 Gab Cmt G ................................................................................. 02 
 EM/PM (cada) ............................................................................ 02 
 Corregedoria PM ........................................................................ 10 
 b. Setorial 
 Diretorias (cada) ......................................................................... 03 
 
 2. Órgãos de Apoio 
 OPM de Apoio ao Ensino (cada) ................................................ 10 
 
 3. Órgãos Especiais de Apoio 
 a. AG ........................................................................................ 02 
 b. C Com Soc. ............................................................................ 02 
 c. Centros ................................................................................. 02 
 
 4. Órgãos de Execução 
 a. Grandes Comandos (cada(a)................................................. 02 
 b. CPA/M e CPA/I (cada(a) ........................................................ 03 
 c. Btl/M e I .................................................................................. 05 
 
 5. APM (cada) ............................................................................. 03 
 
 6. Consultoria Jurídica................................................................. 01 
 
 7. Reserva 
 a. Na Dsist ................................................................................. 05 
 
 8. Para Venda 
 a. No CSM/MInt .......................................................................... demais 
 b. Tiragem: ................................................................................ 10.000 
 
(*) observação: Os exemplares da distribuição carga deverão ser incluídos 
em carga nos termos do Artigo 57 da I-1-PM (Instruções para as Publica-
ções da Polícia Militar). 
 4 
ÍNDICE DOS ASSUNTOS 
 
 
 Capítulo l - Introdução .............................................................. 017 
 Artigo l - Finalidade ................................................................... 017 
 1-2. Objetivos .............................................................................. 017 
 Artigo II - Conceitos Básicos.................................................... 017 
 1-3. Constituição.......................................................................... 017 
 1-4. Polícia Militar ........................................................................ 018 
 1-5. Poder de polícia ................................................................... 018 
 1-6. Segurança pública................................................................ 018 
 1-7. Ordem pública...................................................................... 019 
 1-8. Preservação da ordem pública ............................................ 019 
 1-9. Policiamento ostensivo......................................................... 019 
 1-10. Polícia ostensiva ................................................................ 019 
 1-11. Defesa pública.................................................................... 020 
 1-12. Tática policial-militar........................................................... 020 
 1-13. Técnica policial-militar ........................................................ 020 
 1-14. Região ................................................................................ 020 
 1-15. Área.................................................................................... 020 
 1-16. Subárea.............................................................................. 020 
 1-17. Setor................................................................................... 020 
 1-18. Subsetor ............................................................................. 021 
 1-19. posto................................................................................... 021 
 1-20. Itinerário de patrulhamento ................................................ 021 
 1-21. Patrulhar............................................................................. 022 
 1-22. Local de risco ..................................................................... 022 
 1-23. Ocorrência policial-militar ................................................... 023 
 1-24. Ação policial-militar ............................................................ 023 
 1-25. Operação policial-militar..................................................... 023 
 1-26. Fração elementar ............................................................... 023 
 1-27. Fração constituída.............................................................. 023 
 1-28. Sistemas de policiamento .................................................. 023 
 Artigo III - Características e Princípios das Atividades Policiais 
 Militares ...................................................................................... 023 
 1-29. Características ................................................................... 023 
 1-30. Princípios............................................................................ 023 
 Artigo IV - Características do Policiamento Ostensivo ......... 024 
 1-31. Ação pública....................................................................... 024 
 1-32. Totalidade........................................................................... 024 
 1-33. Dinâmica ............................................................................ 024 
 1-34. Legalidade.......................................................................... 025 
 1-35. Ação de presença .............................................................. 025 
 Artigo V - Princípios de Policiamento Ostensivo ................... 025 
 5 
 1-36. Universalidade.................................................................... 025 
 1-37. Responsabilidade territorial................................................ 026 
 1-38. Continuidade ...................................................................... 026 
 1-39. Efetividade.......................................................................... 026 
 1-40. Aplicação............................................................................ 026 
 1-41. Isenção............................................................................... 027 
 1-42. Emprego lógico .................................................................. 027 
 1-43. Antecipação........................................................................ 027 
 1-44. Profundidade...................................................................... 028 
 1-45. Unidade de comando ......................................................... 028 
 1-46. Objetivo .............................................................................. 028 
 Artigo VI - Variáveis do Policiamento Ostensivo ...................028 
 1-47. Conceituação ..................................................................... 028 
 1-48. Tipos................................................................................... 028 
 1-49. Processos .......................................................................... 029 
 1-50. Modalidades ....................................................................... 029 
 1-51. Circunstâncias.................................................................... 029 
 1-52. Lugar .................................................................................. 030 
 1-53. Número .............................................................................. 030 
 1-54. Forma................................................................................. 030 
 1-55. Tempo ................................................................................ 030 
 Artigo VH - Procedimentos Básicos ........................................ 031 
 1-56. Conceituação ..................................................................... 031 
 1-57. Requisitos básicos ............................................................. 031 
 1-58. Formas de empenho em ocorrências ................................ 032 
 1-59. Prevalência do aspecto preventivo sobre o repressivo na atuação 
 da Polícia Militar .......................................................................... 036 
 
 CAPÍTULO 2 - Conhecimentos Básicos .................................. 037 
 Artigo I - Aspectos Legais ........................................................ 037 
 2-1. Crime.................................................................................... 037 
 2-2. Contravenção....................................................................... 037 
 2-3. Traço distintivo entre crime e contravenção ........................ 037 
 2-4. Crimes de ação pública e de ação privada .......................... 037 
 2-5. Exclusão da criminalidade ................................................... 038 
 Estado de necessidade ............................................................... 038 
 Legítima defesa........................................................................... 038 
 Estrito cumprimento do dever legal............................................. 039 
 Exercício regular de direito.......................................................... 039 
 2-6. Imunidades........................................................................... 039 
 Imunidades diplomáticas............................................................. 039 
 Imunidades parlamentares.......................................................... 040 
 Atitudes do PM em relação às imunidades ................................. 040 
 2-7. Prisão ................................................................................... 040 
 6 
 Prisão em flagrante delito............................................................ 040 
 Prisão emanada de ordem escrita de autoridade competente ... 040 
 Prisão de funcionário público ...................................................... 040 
 2-8.Fiança.................................................................................... 041 
 2-9.Violação de domicílio ............................................................ 041 
 2-10.Busca e apreensão ............................................................. 043 
 Busca domiciliar .......................................................................... 044 
 Busca pessoal ............................................................................. 045 
 Apreensão em território sujeito à jurisdição alheia...................... 045 
 2-11. Abuso de autoridade .......................................................... 045 
 Atentado à liberdade de locomoção............................................ 045 
 Atentado à inviolabilidade do domicílio ....................................... 045 
 Atentado ao sigilo da correspondência ....................................... 046 
 Atentado à liberdade de consciência e de crença e ao livre 
 exercício de culto religioso .......................................................... 046 
 Atentado à liberdade de associação e ao direito de reunião 
 Atentado contra a incolumidade pública...................................... 046 
 Conceito de autoridade ............................................................... 046 
 Sanções....................................................................................... 046 
 2-12. Violência arbitrária.............................................................. 047 
 2-13. Propina ............................................................................... 047 
 2-14. Corrupção........................................................................... 048 
 2-15. Concussão ......................................................................... 048 
 2-16. Resistência......................................................................... 048 
 2-17. Resistência à prisão........................................................... 048 
 2-18. Agressão ............................................................................ 048 
 2-19. Desobediência.................................................................... 049 
 2-20. Desacato ............................................................................ 049 
 2-21. Tentativa de fuga................................................................ 049 
 2-22. Porte de arma .................................................................... 049 
 Arma ........................................................................................ 049 
 Armas proibidas .......................................................................... 050 
 Armas regulamentares ................................................................ 050 
 Armas de defesa pessoal............................................................ 050 
 Armas de caça ou de tiro ao alvo................................................ 050 
 Restrições.................................................................................... 050 
 Cassação da licença ................................................................... 051 
 Isenção de licença....................................................................... 051 
 2-23. Uso de algema ................................................................... 051 
 Artigo 11 - Entorpecentes......................................................... 052 
 2-24. Conceito ............................................................................. 052 
 2-25. O uso de entorpecentes..................................................... 052 
 2-26. O comércio de entorpecentes............................................ 052 
 2-27. Caracterização, no aspecto penal, do crime de tráfico e uso de 
 7 
 entorpecentes.............................................................................. 052 
 2-28. Ação do PM em ocorrência de tráfico e uso de entorpecentes 053 
 2-29. Entorpecentes injetáveis .................................................... 054 
 2-30. Efeito das drogas ............................................................... 054 
 2-31. Drogas usadas com maior freqüência ............................... 054 
 Artigo III - Local de Crime ......................................................... 055 
 2-32. Conceito ............................................................................. 055 
 2-33. Preservação do local.......................................................... 055 
 2-34. Ação policial no local de crime........................................... 056 
 2-35. Testemunhas ..................................................................... 058 
 Artigo IV - Socorros de Urgência ............................................. 058 
 2.36. Conceito ............................................................................. 058 
 2-37. Aspecto essencial .............................................................. 058 
 2-38. Objetivo ..............................................................................059 
 2-39. Vítima consciente............................................................... 059 
 2-40. Utilização de meios disponíveis ......................................... 059 
 2-41. Procedimentos em casos de emergência.......................... 059 
 Feridas ........................................................................................ 059 
 Feridas no tórax........................................................................... 060 
 Feridas no abdômen ................................................................... 060 
 Feridas nos olhos ........................................................................ 060 
 Hemorragias externas nos braços ou pernas ............................. 061 
 Hemorragias difíceis de estancar - Torniquetes ......................... 062 
 Hemorragias no tronco ou na cabeça ......................................... 063 
 Hemorragia nasal ........................................................................ 064 
 Hemorragias internas .................................................................. 064 
 Estado de choque........................................................................ 064 
 Ameaça de desmaio.................................................................... 065 
 Desmaio ...................................................................................... 066 
 Convulsões.................................................................................. 066 
 Parada respiratória - respiração artificial..................................... 066 
 Parada cardíaca e respiratória .................................................... 068 
 Queimaduras............................................................................... 069 
 Insolações ................................................................................... 072 
 Choques elétricos........................................................................ 073 
 Fraturas ....................................................................................... 074 
 Luxações ou fraturas em articulações ........................................ 074 
 Envenenamentos......................................................................... 075 
 Picadas de animais peçonhentos: cobras, aranhas, escorpiões e 
mordidas de animais raivosos ........................................................... 076 
 Partos de urgência ...................................................................... 077 
 Afogamento ................................................................................. 080 
 2-42.Vítima inconsciente ............................................................. 081 
 2-43. Transporte de feridos ......................................................... 081 
 8 
 Transporte de traumatizados da coluna...................................... 082 
 Os vários meios de transporte .................................................... 082 
 Princípios gerais de transporte.................................................... 082 
 Transporte manual ...................................................................... 082 
 Retirada de pessoas e animais ................................................... 112 
 Capturas ...................................................................................... 112 
 Extermínio de insetos.................................................................. 113 
 2-56. Salvamento em altura ........................................................ 114 
 Conceito ...................................................................................... 114 
 Pessoas presas em elevador ...................................................... 114 
 Pessoas presas em locais elevados ........................................... 115 
 Retirada de objetos oferecendo perigo ....................................... 115 
 Tentativa de suicídio e captura de débil mental .......................... 115 
 2-57. Salvamento aquático.......................................................... 116 
 Inundação.................................................................................... 116 
 2-58. Salvamento em incêndio.................................................... 116 
 2-59. Acidentes de trânsito.......................................................... 117 
 Em caso de incêndio - procedimentos ........................................ 117 
 Em caso de salvamento - procedimentos ................................... 117 
 Artigo VII - Armamento.............................................................. 118 
 2-60. Revólver ............................................................................. 118 
 2-61. Conservação do armamento em uso................................. 119 
 2-62. Limpeza após o tiro ............................................................ 119 
 2-63. Regras de segurança......................................................... 120 
 2-64. Medidas de segurança no estande .................................... 120 
 Artigo VIII - Comunicações....................................................... 121 
 2-65. Definições........................................................................... 121 
 2-66. Normas para uso do microfone.......................................... 122 
 2-67. Código "Q".......................................................................... 122 
 2-68. Siglas mais usadas - código "Q" ........................................ 122 
 2-69. Alfabeto da ONU ................................................................ 123 
 2-70. Algarismos ......................................................................... 123 
 Artigo IX - Manutenção de Viaturas ......................................... 124 
 2-71. Generalidades.................................................................... 124 
 2-72. Reabastecimento ............................................................... 124 
 2-73. Verificação e recompletamento do óleo do cárter ............. 124 
 2-74. Recompletamento de água do sistema de arrefecimento . 124 
 2-75. Cuidados com os pneumáticos.......................................... 124 
 2-76. Cuidados com as baterias.................................................. 125 
 2-77. Reparos de emergência..................................................... 125 
 2-78. Conclusão .......................................................................... 125 
 
 CAPÍTULO 3 - Policiamento Ostensivo Geral......................... 127 
 Artigo I - Introdução .................................................................. 127 
 9 
 3-1. Conceito ............................................................................... 127 
 3-2. Missão .................................................................................. 127 
 3-3. Apresentação ....................................................................... 127 
 Análise dos fatores determinantes, componentes e condicionantes 128 
 3-4. Procedimentos gerais .......................................................... 129 
 Policiamento a pé ........................................................................ 129 
 Policiamento montado................................................................. 130 
 Policiamento motorizado ............................................................. 130 
 Policiamento com bicicletas ........................................................ 132 
 Policiamento em embarcação..................................................... 132 
 3-5 Posto ..................................................................................... 134 
 Ponto-base .................................................................................. 134 
 Cartão-programa ......................................................................... 134 
 Boletim de ocorrência.................................................................. 134 
 Procedimento no posto ............................................................... 134 
 Extensão do posto.......................................................................136 
 Condições individuais para o serviço .......................................... 136 
 3-6 Generalidades....................................................................... 137 
 Presença do PM.......................................................................... 137 
 "Onde e como atuar'.................................................................... 139 
 Relações com a comunidade...................................................... 139 
 Durante o patrulhamento............................................................. 139 
 Transporte de pessoas na viatura............................................... 140 
 Procedimento em caso de tiroteio............................................... 140 
 Artigo II - Técnicas Usuais........................................................ 142 
 3-7. Busca pessoal...................................................................... 142 
 Busca preliminar.......................................................................... 142 
 Busca minuciosa ......................................................................... 142 
 Procedimento do PM na busca preliminar .................................. 142 
 Procedimento em busca minuciosa ............................................ 143 
 Recomendações para quem faz busca pessoal ......................... 145 
 Busca pessoal em mulheres ....................................................... 145 
 3-8. Abordagem e vistoria ........................................................... 146 
 Veículos....................................................................................... 146 
 Edificações .................................................................................. 150 
 Pessoas a pé............................................................................... 154 
 Pessoas na multidão ................................................................... 155 
 Pessoas alienadas mentais......................................................... 155 
 Pessoas alcoolizadas .................................................................. 155 
 Pessoas drogadas....................................................................... 155 
 3-9. Cerco.................................................................................... 156 
 Cerco programado ...................................................................... 156 
 Cerco ocasional........................................................................... 156 
 Normas de procedimento durante o cerco.................................. 156 
 10 
 3-10. Bloqueio relâmpago ........................................................... 159 
 Disposição das viaturas............................................................... 160 
 Emprego dos PM no bloqueio ..................................................... 161 
 Da seleção................................................................................... 161 
 Da vistoria.................................................................................... 161 
 Do anotador................................................................................. 161 
 Da segurança .............................................................................. 161 
 3-11. Condução de preso............................................................ 161 
 Como algemar............................................................................. 161 
 Condução de menores ................................................................ 162 
 Condução de doentes ................................................................. 163 
 Condução de doentes mentais.................................................... 163' 
 Condução de ébrios .................................................................... 163 
 Entrega de presos ....................................................................... 163 
 3-12. Perseguição ....................................................................... 163 
 A pé ........................................................................................ 163 
 Atuação em tiroteio...................................................................... 163 
 Motorizada................................................................................... 164 
 3-13. Normas gerais para efetuar prisão..................................... 166 
 Considerações............................................................................. 166 
 Conduta do PM............................................................................ 167 
 Identidade.................................................................................... 168 
 3-14. Descrição ........................................................................... 168 
 3-15. Ocorrências envolvendo integrantes das Forças Armadas, 
Polícia Militar e Polícia Civil ............................................... 169 
 3-16. Ocorrências policiais em veículos de transporte coletivo 
(ônibus, trem e metrô)........................................................ 170 
 3-17. Ocorrências de queda de aeronave................................... 170 
 3-18. Providências policiais em crimes contra a pessoa e o 
patrimônio .......................................................................... 171 
 Homicídio..................................................................................... 171 
 Tentativa de homicídio ................................................................ 171 
 Suicídio e tentativa de suicídio .................................................... 172 
 Morte súbita................................................................................. 172 
 Agressão ..................................................................................... 172 
 Ameaça (crime de ação privada) ................................................ 172 
 Desinteligência ............................................................................ 172 
 Roubo e furto............................................................................... 172 
 Artigo 111 - Atividades Sociais e Políticas ............................. 173 
 3-19. Conceitos ........................................................................... 173 
 Guerrilha urbana.......................................................................... 173 
 Aglomeração ............................................................................... 173 
 Multidão ....................................................................................... 173 
 Turba ........................................................................................ 173 
 11 
 Manifestação ............................................................................... 173 
 Tumulto ....................................................................................... 173 
 Distúrbio interno ou civil .............................................................. 174 
 Calamidade pública ..................................................................... 174 
 Perturbação da ordem pública .................................................... 174 
 Terrorismo ................................................................................... 174 
 Sabotagem .................................................................................. 174 
 3-20. Ação do PM :...................................................................... 174 
 Coesão e espírito de equipe........................................................ 174 
 Local com explosivos .................................................................. 174 
 Vigilância de pontos vitais ........................................................... 175 
 3-2 1. Informação ........................................................................ 175 
 Artigo IV - Recintos Fechados de Freqüência Pública .......... 175 
 3-22. Prescrições gerais.............................................................. 175 
 Estabelecimentos de ensino ....................................................... 175Posto de saúde, pronto-socorro, hospital e similares ................. 177 
 Estações de embarque e desembarque de passageiros............ 177 
 Locais interditados....................................................................... 178 
 Casas de apostas na Loteria Esportiva e Loto............................ 179 
 Postos de gasolina ...................................................................... 179 
 Firmas comerciais ou industriais na denominada "Operação 
 pagamento" ................................................................................. 180 
 Estabelecimento de freqüência suspeita..................................... 180 
 Bancos e estabelecimentos financeiros ...................................... 182 
 Artigo V - Diversões Públicas .................................................. 182 
 3-23. Prescrições gerais.............................................................. 182 
 3-24. Policiamento em salões de baile........................................ 183 
 Artigo VI - Policiamento de Praças Desportivas .................... 184 
 3-25. Conceito de segurança de praça desportiva...................... 184 
 3-26. Efetivo a ser empregado .................................................... 185 
 3-27. Planejamento ..................................................................... 186 
 Dos contatos externos................................................................. 186 
 Relacionamento........................................................................... 186 
 Características próprias das praças desportivas ........................ 187 
 3-28. Da conduta do público........................................................ 187 
 Dos fatores psicológicos ............................................................. 187 
 Reações do público ..................................................................... 187 
 Dos fogos .................................................................................... 187 
 Armas de fogo e bebidas alcoólicas............................................ 188 
 Conseqüência da euforia............................................................. 188 
 3-29. Conduta do policiamento.................................................... 188 
 Locais a serem policiados ........................................................... 188 
 Prioridades a serem consideradas.............................................. 189 
 Controle do trânsito ..................................................................... 189 
 12 
 Nas bilheterias............................................................................. 190 
 Nos portões de acesso................................................................ 190 
 Diante da euforia da assistência ................................................. 190 
 Brigas e desordens...................................................................... 190 
 Diante de crimes e contravenções .............................................. 190 
 Nos bares .................................................................................... 190 
 No interior da área de jogo .......................................................... 190 
 Diante das invasões da área de jogo .......................................... 191 
 No controle de tumultos e distúrbios ........................................... 191 
 Em situações de pânico .............................................................. 191 
 Em apoio aos organizadores do espetáculo ............................... 192 
 Frente à ação delituosa dos guardadores de veículos................ 192 
 Escolta de árbitros, auxiliares, representantes e delegações. .... 192 
 3-30. Limitações à ação do policiamento .................................... 192 
 Tarefas administrativas próprias da organização do espetáculo 192 
 No uso de agentes químicos....................................................... 193 
 No uso de bombas de efeito moral ............................................. 193 
 3-31. Disposições gerais ............................................................. 193 
 Armas ........................................................................................ 193 
 Garrafas e objetos cortantes ....................................................... 193 
 Objetos e documentos encontrados............................................ 193 
 Menores de idade........................................................................ 193 
 Ocorrências especiais ................................................................. 193 
 Do armamento da tropa .............................................................. 193 
 Das comunicações ...................................................................... 193 
 Artigo VII - Defesa Civil ............................................................. 194 
 3-32. Considerações ................................................................... 194 
 3-33. Ação do PM........................................................................ 194 
 
 CAPÍTULO 4 - Policiamento de Guarda................................... 197 
 Artigo I - Introdução .................................................................. 197 
 4-1. Conceito ............................................................................... 197 
 4-2. Apresentação ....................................................................... 197 
 Artigo II - Guarda de Estabelecimentos Penais...................... 198 
 4-3. Condições gerais.................................................................. 198 
 Ocorrências típicas do serviço de guarda externa dos estabele- 
 cimentos penais .......................................................................... 200 
 Elementos fundamentais na segurança de estabelecimentos 
 penais ........................................................................................ 200 
 4-4. Deveres do PM..................................................................... 200 
 4-5. Responsabilidade penal ....................................................... 201 
 Artigo III - Escolta de Presos.................................................... 201 
 4-6. Normas gerais de escolta .................................................... 201 
 4-7. Recebimento do preso ......................................................... 202 
 13 
 4-8. Condução do preso.............................................................. 203 
 4-9. Apresentação e entrega do preso........................................ 204 
 4-10. Locomoção - meios e procedimentos ................................ 205 
 Por via férrea............................................................................... 205 
 Por viaturas ................................................................................. 205 
 Por ônibus ................................................................................... 205 
 Por avião ..................................................................................... 205 
 Por automóvel ............................................................................. 206 
 4-11. Utilização de sanitários ...................................................... 206 
 4-12. Escolta em velórios ............................................................ 206 
 4-13. Escolta em hospitais .......................................................... 207 
 4-14. Deveres dos componentes da escolta ............................... 208 
 Artigo IV - Guarda de Repartições Públicas ........................... 208 
 4-15. Condições gerais................................................................ 208 
 4-16. Métodos e dispositivos de segurança ................................ 209 
 4-17. Relacionamento com o público .......................................... 209 
 
 CAPÍTULO 5 - Policiamento de Trânsito ................................. 211 
 Artigo I - Introdução .................................................................. 211 
 5-1. Conceito ...............................................................................211 
 5-2. Apresentação ....................................................................... 211 
 5-3. Missão .................................................................................. 211 
 5.4. Abrangências........................................................................ 212 
 Artigo 11 - Regras Gerais de Execução .................................. 212 
 5-5. Policiamento preventivo ....................................................... 212 
 5-6. Princípio de legalidade ......................................................... 213 
 Legalidade das providências ....................................................... 213 
 Aplicação das penalidades.......................................................... 213 
 Dúvidas quanto à caracterização ................................................ 213 
 Infrações simultâneas ................................................................. 213 
 Infração e ilícito penal.................................................................. 213 
 5-7. Sinalização ........................................................................... 213 
 Artigo III - Procedimentos Gerais............................................. 214 
 5-8. Deveres do policial-militar .................................................... 214 
 Cumprimento das ordens ............................................................ 214 
 Conhecimento do posto de serviço ............................................. 214 
 Relacionamento com o público ................................................... 214 
 5-9. Policiamento a pé................................................................. 215 
 Posto de Controle de Trânsito (PCTran)..................................... 215 
 Posto de Fiscalização de Trânsito (PFTran) ............................... 217 
 5-10. Policiamento motorizado.................................................... 217 
 Em viaturas.................................................................................. 217 
 Em motocicletas .......................................................................... 218 
 Artigo IV - Procedimentos Particulares................................... 218 
 14 
 5-11. Em terminais de transporte ................................................ 218 
 5-12. Em eventos especiais ........................................................ 219 
 "Blitz" ........................................................................................ 219 
 Guinchamento ............................................................................. 219 
 Escoltas ....................................................................................... 219 
 Escolta de dignitários .................................................................. 219 
 Escoltas de competições desportivas ......................................... 220 
 Escoltas de cargas excepcionais ................................................ 221 
 Considerações gerais.................................................................. 222 
 Artigo V - Dos Fatores Adversos à Segurança e à Circulação222 
 5-13. Conceito e generalidades................................................... 222 
 S-14. Fatores adversos mais freqüentes .................................... 223 
 Sinalização incorreta, insuficiente ou defeituosa......................... 223 
 Obras ........................................................................................ 223 
 Cargas na pista ........................................................................... 223 
 Saliências na pista....................................................................... 224 
 Veículos quebrados..................................................................... 224 
 Veículos abandonados ................................................................ 224 
 Queda de fios .............................................................................. 224 
 Queda de árvores........................................................................ 225 
 Animais na pista .......................................................................... 225 
 Incêndios ..................................................................................... 225 
 Desabamentos ............................................................................ 225 
 Inundações .................................................................................. 225 
 Lama ........................................................................................ 225 
 Artigo VI - Técnicas Específicas .............................................. 225 
 5-15. Interceptação e abordagem de condutores ....................... 225 
 5-16. Fiscalização de veículos .................................................... 226 
 Critérios ....................................................................................... 226 
 Aspectos gerais da fiscalização .................................................. 227 
 Particularidades........................................................................... 227 
 5-17. Verificação de documentos................................................ 228 
 Critérios ....................................................................................... 228 
 Documentos obrigatórios ............................................................ 229 
 Verificação................................................................................... 230 
 Fotocópias ................................................................................... 231 
 5-18. Fiscalização da velocidade ................................................ 231 
 Cronometragem .......................................................................... 231 
 Controle de velocidade à distância.............................................. 232 
 Controle através de comboio de viatura...................................... 232 
 Radar ........................................................................................ 233 
 5-19. Fiscalização de condutores embriagados.......................... 233 
 Conceito ...................................................................................... 233 
 Métodos de controle de alcoolemia............................................. 233 
 15 
 Amparo legal ............................................................................... 233 
 Providências ................................................................................ 234 
 Recomendações básicas ............................................................ 234 
 Artigo VII - Da Aplicação de Penalidades................................ 235 
 5-20. Infração .............................................................................. 235 
 5-21. Penalidades........................................................................ 235 
 5-22. Da apreensão de documentos ........................................... 235 
 5-23. Da remoção do veículo ...................................................... 236 
 5-24. Da retenção do veículo ...................................................... 236 
 5-25. Da apreensão do veículo ................................................... 236 
 5-26. Impedimento ...................................................................... 236 
 5-27. Recibo e precauções ......................................................... 237 
 Artigo VIII - Atendimento dos Acidentes de Trânsito ............ 237 
 5-28. Procedimentos gerais . ...................................................... 237 
 5-29. Acidentes sem vítimas ....................................................... 238 
 5-30. Acidentes com vítimas ....................................................... 238 
 5-31. Acidentes com veículos oficiais ......................................... 240 
 5-32. Acidentes envolvendo composição ferroviária e metroviária. .240 
 5-33. Acidentes em recintos fechados de freqüência pública..... 240 
 Artigo IX - Aprestos ................................................................... 240 
 5-34. Utilização............................................................................240 
 Radiotransceptor ......................................................................... 240 
 Farolete ....................................................................................... 240 
 Sirene 241 
 Luz intermitente da viatura .......................................................... 241 
 Bafômetro.................................................................................... 241 
 Artigo X - Orientação de Trânsito ............................................ 241 
 5-35. Introdução .......................................................................... 241 
 5-36. Recomendações básicas ................................................... 242 
 
 CAPÍTULO 6 - Policiamento Florestal e de Mananciais......... 245 
 Artigo I - Introdução .................................................................. 245 
 6- 1. Conceito .............................................................................. 245 
 6-2. Apresentação ....................................................................... 245 
 6-3. Missões ................................................................................ 246 
 Artigo II - Peculiaridades do Emprego .................................... 246 
 6-4. Procedimentos gerais .......................................................... 246 
 6-5. Procedimentos particulares.................................................. 247 
 Patrulhamento a pé ..................................................................... 247 
 Patrulhamento montado .............................................................. 248 
 Patrulhamento motorizado .......................................................... 249 
 Patrulhamento aquático............................................................... 249 
 Patrulhamento aéreo................................................................... 250 
 Artigo III - Técnicas Particulares.............................................. 250 
 16 
6-6. Vistorias para queimadas........................................................... 250 
6-7. Abordagem em locais de desmate............................................. 250 
6-8. Abordagem em locais de queimadas......................................... 251 
6-9. Acampamentos de caçadores e pescadores............................. 252 
6-10. Indústria, comércio, consumo e transporte de produtos e/ou 
subprodutos florestais ............................................................. 253 
6-11. Campanhas educativas............................................................ 253 
 17 
CAPÍTULO - I 
INTRODUÇÃO 
 
1.0.- FINALIDADE 
 
1.1 - Este manual consolida, em documento básico, conceitos e normas es-
senciais à uniformidade de procedimentos na execução do policiamento os-
tensivo fardado. 
 
1.2 - Objetivos 
 a) Constituir fonte de consulta fundamental para o desenvolvimento do ensino, 
da instrução e o desempenho da atividade-fim da Corporação. 
 b) Estabelecer normas gerais, que não devem ser contrariadas, em desdobra-
mentos, nos manuais específicos de cada tipo de policiamento ostensivo fardado. 
 c) Estabelecer a integração de todas as estruturas dedicadas ao Policiamento 
Ostensivo, de forma a obter o funcionamento harmônico, pela fixação de uma dou-
trina de atuação na PMESP, facilitando, assim, a elaboração do planejamento, em 
seus escalões, visando atingir a eficiência, na execução da atividade-fim. 
 d) Padronizar procedimentos operacionais comuns aos diversos tipos de polici-
amento ostensivo fardado. 
 e) Harmonizar o entendimento de termos e expressões, normalmente usadas 
no trato dos assuntos relativos às missões policiais-militares. 
 f) Ressaltar o aspecto preventivo na execução das atividades policiais militares. 
 
 
2.0 - CONCEITOS BÁSICOS 
 
2.1 - Constituição: É o conjunto de normas, fixando a estrutura fundamental do 
Estado, determinando as funções e competência de seus órgãos principais, estabe-
lecendo os processos de designação dos governantes e declarando os direitos 
essenciais das pessoas e suas respectivas garantias. É a lei reguladora ou supre-
ma de um país. 
 
2.2 - Polícia Militar: É a Instituição Pública, organizada com base na hierarquia e 
disciplina, incumbida da preservação da ordem pública e da polícia ostensiva, nos 
respectivos Estados, Territórios e no Distrito Federal. 
 
2.3 - Poder de polícia: 
 a) O poder de polícia, um dos poderes administrativos, é a faculdade de que 
dispõe a administração pública para o controle dos direitos e liberdades das pesso-
as, naturais ou jurídicas, inspirado nos ideais do bem COMUM; 
 b) São atributos do poder de polícia: 
 1) Discricionariedade: compete ao policial aferir e valorar a atividade policiada, 
segundo critérios de conveniência, oportunidade e justiça, inclusive quanto à san-
ção de polícia a ser imposta, tudo nos limites da lei. 
 2) Auto-executoriedade: o ato de polícia independe de prévia aprovação ou 
autorização do Poder Judiciário para ser concretizado. 
 18 
 3) Coercibilidade: o ato de polícia é imperativo, admitindo-se o emprego de 
força para concretizá-lo. Entretanto, não pode descambar para o arbítrio, caracteri-
zado pela violência, pelo excesso. 
 c) São modos de atuar do poder de polícia: 
 1) Ordem de polícia: preceito pelo qual o Estado impõe limitação às pessoas, 
naturais ou jurídicas, para que não se faça aquilo que pode prejudicar o bem co-
mum ou não se deixe de fazer aquilo que poderia evitar prejuízo público. 
 2) Consentimento de polícia: controle prévio feito pelo Estado, compatibilizan-
do o interesse particular com o interesse público. Manifesta-se pela licença, vincu-
lada a um direito, ou pela autorização, discricionária e revogável a qualquer tempo. 
 3) Fiscalização de polícia: é a verificação, de ofício ou provocada, do cumpri-
mento das ordens e consentimentos de polícia. Tem dupla utilidade, a prevenção e 
a repressão das infrações. Quando a fiscalização de polícia é exercida em matéria 
de ordem pública, recebe a denominação de policiamento. 
 4) Sanção de Polícia: é a intervenção punitiva do Estado para reprimir a infra-
ção. Tratando-se de ofensa à ordem pública, é o constrangimento pessoal, direto e 
imediato, na justa medida para restabelecê-la. 
 
2.4 - Segurança pública 
 a) Estado antidelitual, de valor comunitário, que resulta da observância dos 
preceitos contidos na legislação penal, podendo resultar das ações policiais preven-
tivas ou repressivas ou ainda da simples ausência, mesmo que temporária, dos 
delitos. A segurança pública é aspecto da ordem pública e tem nesta seu objeto. 
 b) A comunidade tem direito e responsabilidade pela segurança pública, dela 
participando, quando adota meios de defesa, que visem a sua segurança física e, 
também, de seu patrimônio. 
 
2.5 - Ordem pública 
 a) Situação de tranqüilidade e normalidade que o Estado deve assegurar às 
instituições e a todos os membros da sociedade, consoante as normas jurídicas 
legalmente estabelecidas. A ordem pública existe quando estão garantidos os direi-
tos individuais, a estabilidade das instituições, o regular funcionamento dos serviços 
públicos e a moralidade pública, afastando-se os prejuízos à vida em sociedade, 
isto é, atos de violência, de que espécie for, contra as pessoas, bens ou o próprio 
Estado. 
 b) A ordem pública é, sempre, uma noção de valor nacional, composta pelos 
seguintes aspectos: 
 1) Tranqüilidade pública: clima de convivência pacífica e bem-estar social, 
onde reina a normalidade das coisas, isenta de sobressaltos ou aborrecimentos. É 
a paz pública na ruas. 
 2) Salubridade pública: situação em que se mostram favoráveis às condições 
de vida. 
 3) Segurança pública- vide conceito no item anterior. 
 
2.6 - Preservação da ordem pública: A preservação da ordem pública comporta 
duas fases: a primeira, em situação de normalidade, quando é assegurada median-
te ações preventivas com atitudes dissuasivas e a segunda, em situação de anor-
malidade, estando ofendida a ordem pública, quando deverá ser restabelecida 
medianteações repressivas imediatas, com atitudes de contenção. 
 19 
 
2.7 - Policiamento ostensivo: São ações de fiscalização de policia, sobre matéria 
de ordem pública, em cujo emprego o homem ou a fração de tropa sejam identifica-
dos de relance, quer pela farda, quer pelo equipamento, armamento ou viatura. 
 
2.8 - Polícia ostensiva 
 a) Denominação brasileira que evoluiu da expressão "policiamento ostensivo", 
ganhando dignidade constitucional com a Carta de 1988 e destinada a preservar a 
ordem pública, 
 b) A polícia ostensiva apresenta o seguinte perfil: 
 1) atua preventivamente para assegurar a ordem pública; 
 2) atua repressivamente para restabelecer a ordem pública. No tocante às 
infrações penais comuns, limita-se à repressão imediata, caracterizada no atendi-
mento da ocorrência, incluído o estado de flagrância; 
 3) compreende os quatro modos de atuar do poder de polícia; 
 4) possui investidura militar; 
 5) exerce as funções de força policial nos termos da lei; 
 6) exerce as funções de polícia judiciária militar estadual sobre seus compo-
nentes; 
 7) integra-se ao sistema de defesa territorial da Nação como força auxiliar e 
reserva do Exército. 
 
2.9 - Defesa pública: É o conjunto de atitudes, medidas e ações adotadas para 
garantir o cumprimento das leis de modo a evitar, impedir ou eliminar a prática de 
atos que perturbem a ordem pública. 
 
2.10 - Tática policial militar: É a arte de empregar a tropa em operações policiais-
militares que visam a assegurar ou restabelecer a ordem pública. 
 
2.11 - Técnica policial militar: É o conjunto de métodos e procedimentos usados 
para a execução eficiente das atividades policiais-militares nas ações e operações 
que visem à preservação da Ordem Pública. 
 
2.12 - Região: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de um Comando 
Regional de Polícia Militar (CR/PM), atualmente denominado CPA. 
 
2.13 - Área: É o espaço físico atribuído à responsabilidade de uma OPM, de esca-
lão Batalhão de Polícia Militar (BPM) ou Regimento de Polícia Montada (RPMont). 
 
2.14 - Subárea: É o espaço físico, fração de área, atribuído à responsabilidade de 
uma OPM, de escalão Companhia PM (Cia PM), ou Esquadrão de Polícia Montada 
(Esqd P Mont). 
 
2.15 - Setor: É o espaço físico, fração de subárea, atribuído à responsabilidade de 
um Pelotão PM (Pel PM). 
 
2.16 - Subsetor: É o espaço físico, fração de setor, atribuído à responsabilidade de 
um Grupo PM (Gp PM). 
 
 20 
2.17 - Posto 
 a) Módulo 
 1) É o espaço físico onde se presume que uma patrulha ou o PM isolado pos-
sa cumprir suas atribuições regulamentares e legais. 
 2) Para cada processo, modalidade e condição de carga de trabalho o posto é 
elaborado a um modulo, e havendo necessidade poderão vir tantos quantos forem 
necessários. 
 b) Ponto de estacionamento 
 1) É o local onde a patrulha deve permanecer estacionada desde que não 
esteja atendendo ocorrência policial ou em patrulhamento; 
 2) São eles: 
 - PEP: Ponto de Estacionamento Principal e, 
 - PES: Ponto de Estacionamento Secundário. 
 c) Ponto base 
 É o espaço físico que, por ser local de risco, exige a presença da patrulha, 
contínua ou temporariamente. 
 
2.18 - Itinerário de patrulhamento: É a sucessão de pontos, de passagem obriga-
tória, sujeitos à vigilância por um homem, uma dupla ou mesmo, maior número de 
PM. 
 a) Forças e Serviços de Apoio 
 1) São constituídas por órgãos e frações de alto grau de especialização, desti-
nando-se ao apoio, quando necessário, às demais forças; 
 2) São elas: 
 - Apoio aéreo; 
 - Serviços de informações; 
 - Serviços de subsistência; 
 - Serviços de transportes; 
 - Serviços de guarda interna; 
 - Serviços de assuntos internos; 
 - Serviços de escolta de presos; 
 - Serviços de bombeiros. 
 b) Forças Táticas 
 1) São destinadas, principalmente, a emprego, sem que haja vínculação à área 
a ser coberta por elas, em missões táticas e eventuais, existam ou não de forma 
permanente na Corporação; 
 2) Constituem reservas dos Comandos incumbindo-lhes a execução das se-
guintes missões: 
 - Policiamento de choque; 
 - Policiamento ostensivo geral; 
 - Patrulhamento tático; 
 - Policiamento de eventos. 
 c) Forças Táticas Especiais 
 1) Fração de ações táticas especiais: destina-se ao apoio às Forças de Patru-
lha em casos graves, sendo de estrutura permanente na Capital, podendo ser em-
pregada em todo o Estado; 
 2) Fração de operações especiais: destina-se à execução de missões especi-
ais em zonas rurais, particularmente montanhas e áreas florestais, visando buscas 
 21 
e capturas, sendo de estrutura permanente na Capital, podendo ser empregada em 
todo o Estado. 
 3) Fração de operações com cães: destina-se à execução de policiamento com 
auxílio de cães. 
 d) Forças de Patrulhas Territoriais 
 1) incumbe-lhes desenvolver o patrulhamento voltado para o policiamento 
ostensivo em seus processos e modalidades, sob comando único na área de res-
ponsabilidade; 
 2) são ligadas por organização e doutrina à responsabilidade territorial. 
 e) Forças de Patrulhas Especiais 
 1) são as que possuem competência especial em razão da matéria sobre a 
qual, atuam, desenvolvendo missões especializadas, juntamente com as Forças de 
Patrulhas Territoriais, no mesmo espaço físico, porém sob o comando de policia-
mento especializado. 
 2) São elas: 
 - Policiamento de trânsito urbano; 
 - Policiamento florestal e de mananciais; 
 - Policiamento de trânsito rodoviário; 
 - Policiamento de guarda. 
 f) Cartão Itinerário de Patrulhamento (CIP) 
 É a representação gráfica dos itinerários a serem percorridos durante o patru-
lhamento. 
 
2.19 - Patrulhar: É exercer atividade móvel de observação, de fiscalização, de 
proteção, de reconhecimento, ou, mesmo, de emprego de força. 
 
2.20 -Local de risco: É todo local que por suas características apresenta elevada 
probabilidade de risco para a ordem pública, especialmente, à íncolumidade das 
pessoas e do patrimônio. 
 
2.21 - Ocorrência policial-militar: É todo fato que exige intervenção policial-militar, 
por intermédio de ações ou operações. 
 
2.22 - Ação policial-militar: É o desempenho isolado de fração elementar ou cons-
tituída, com autonomia para cumprir missões rotineiras de Policiamento Ostensivo. 
 
2.23 - Operação policial-militar: É a conjugação de ações, executada por fração 
de tropa constituída, que exige planejamento específico. 
 
2.24 - Fração elementar: É o efetivo de até três PM para emprego coordenado. 
 
2.25 - Fração constituída: É o efetivo de tropa com, no mínimo, 1 Gp PM. 
 
2.26 - Sistemas de policiamento: 
 a) São constituídos pelas subestruturas de patrulhamento da PMESP, especifi-
cadas na forma adiante, que agem sobre área geográfica comum: 
 1) Forças de Patrulhas Territoriais (BPM e CPA da Capital e Interior); 
 2) Forças de Patrulhas Especiais; 
 3) Forças Táticas; 
 22 
 4) Forças e Serviços de Apoio. 
 
 
3.0 - CARACTERÍSTICAS E PRINCÍPIOS DAS ATIVIDADES POLICIAIS-
MILITARES 
 
3.1 - Características: São aspectos gerais de que se reveste a atividade policial-
militar, definindo-lhe o campo de atuação e as razões de seu desencadeamento. 
 
3.2 - Princípios: São os fundamentos que devem ser considerados no planejamen-
to e na execução das atividades policiais-militares, visando a eficácia operacional. 
 
 
4.0 - CARACTERÍSTICAS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO 
 
4.1 - Ação pública: O policiamento ostensivo é exercido, visando a preservar o 
interesse geral de segurança pública nas comunidades, resguardando o bem co-
mum em sua maior amplitude. Não se confunde com zeladoria - atividade de vigi-
lância particular de bens ou áreas -, nem com a segurança pessoal de indivíduos 
sob ameaça. A eventual atuação, nessas duas situações, poderá ocorrer por conta 
das excepcionalídades e não como regra de observância imperativa. 
 
4.2 - Totalidade: O Policiamento Ostensivo é uma atividade essencialmente dinâ-
mica, que tem origem na necessidade comum de segurança da comunidade,permi-
tindo-lhe viver em tranqüilidade pública. É desenvolvido sob os aspectos preventivo 
e repressivo, consoante seus elementos motivadores, assim considerados os atos 
que possam se contrapor ou se contraponham à Ordem Pública. Consolida-se por 
uma sucessão de iniciativas de planejamento e execução ou em razão de clamor 
público. Deve fazer frente a toda e qualquer ocorrência, quer por iniciativa própria, 
quer por solicitação, quer em razão de determinação. Em havendo envolvidos (pes-
soas, objetos), quando couber, serão encaminhados aos órgãos competentes, ou 
estes cientificados para providências, se não implicar em prejuízo para o início do 
atendimento. 
 
4.3 - Dinâmica 
 a) O desempenho do sistema de policiamento ostensivo será feito, com priori-
dade, no cumprimento e no aperfeiçoamento dos planos de rotina, com o fim de 
manter continuado o íntimo engajamento da tropa com sua circunscrição, para 
obter o conhecimento pormenorizado do terreno e dos hábitos da população, a fim 
de melhor servi-Ia. O esforço é feito para manutenção dos efetivos e dos meios na 
execução daqueles planos - que conterão o rol de prioridades - pela presença con-
tinuada, objetivando criar e manter na população a sensação de segurança que 
resulta na tranqüilidade pública, objetivo final da manutenção da ordem pública. As 
operações policiais-militares, destinadas a suprir exigências não atendidas pelo 
policiamento existente em determinados locais, poderão ser executadas esporadi-
camente, em caráter supletivo, por meio de saturação - concentração maciça de 
pessoal e material para fazer frente à inquietante situação temporária, sem prejuízo 
para o plano de policiamento. 
 23 
 b) Toda análise e trabalho de planejamento administrativo ou operacional de-
vem levar em conta objetivos globais, de forma que conheçamos o todo, para ter-
mos eficiência operacional e o máximo de aproveitamento. 
 c) O policiamento ostensivo não deve ser organizado de maneira rígida e imu-
tável. Terá de ser flexível para adaptar-se às situações anormais atendendo o cla-
mor da comunidade objetivando o pronto e pleno restabelecimento da ordem públi-
ca. 
 
4.5 - Legalidade 
 As atividades de policiamento ostensivo desenvolvem-se dentro dos limites que 
a lei estabelece. O exercício do poder de polícia é discricionário, mas não arbitrário. 
Seus parâmetros são a própria Lei, em especial os direitos e garantias fundamen-
tais previstos na Constituição Federal. 
 Há situações em que o policial-militar atua discricionariamente em defesa da 
moralidade pública e do bem comum, nesses casos seus limites continuam sendo 
as garantias constitucionais. 
 
4.6 - Ação de presença 
 a) É a manifestação que dá à comunidade a sensação de segurança, pela 
certeza de cobertura policial-militar. Ação de presença real consiste na presença 
física do policial-militar, agindo por dissuasão nos locais onde a probabilidade de 
ocorrência seja grande. 
 Ação de presença potencial é a capacidade de o policiamento ostensivo, num 
espaço de tempo mínimo (tempo de resposta), acorrer a local onde uma ocorrência 
policial-militar é iminente ou já se tenha verificado. 
 b) Entre outras são ações de policiamento ostensivo: 
 1) verificações localizadas de pessoas e/ou instalações; 
 2) patrulhamento a pé e motorizado; 
 3) investigações de campo; 
 4) pronto-socorrismo; 
 5) fiscalização das normas de trânsito; 
 6) colaboração no fluxo de trânsito local; 
 7) atendimento de acidente de trânsito; 
 8) segurança escolar; 
 9) prevenção de tumultos. 
 
5.0 - PRINCÍPIOS DE POLICIAMENTO OSTENSIVO 
 
5.1 - Universalidade 
 As atividades policiais-militares se desenvolvem para a preservação da ordem 
pública, tomada no seu sentido amplo. A natural, e às vezes imposta, tendência à 
especialização, não constitui óbice à preparação do policial-militar capaz de dar 
tratamento adequado aos diversos tipos de ocorrências. Ao PM, especialmente 
preparado para determinado tipo de policiamento, caberá a adoção de medidas, 
ainda que preliminares, em qualquer ocorrência policial-militar. O cometimento de 
tarefas policiais-militares específicas não desobriga o PM do atendimento de outras 
ocorrências, que presencie ou para o qual seja convocado. 
 Os atos de polícia ostensiva, exteriorização do poder de polícia, ocorrem sem-
pre nas formas preventiva ou repressiva, de polícia administrativa ou de polícia 
 24 
judiciária, independentemente da legislação específica que o policial-militar estiver 
aplicando. 
 
5.2 - Responsabilidade territorial: Os elementos em comando, com tropa desdo-
brada no terreno são responsáveis, perante o escalão imediatamente superior, pela 
preservação da ordem pública na circunscrição territorial que lhes estiver afeta, 
para execução do policiamento ostensivo. Como dever, compete-lhes a iniciativa de 
todas as providências legais e regulamentares, visando a ajustar os meios que a 
Corporação aloca ao cumprimento da missão naquele espaço territorial considera-
do. 
 
5.3 - Continuidade: O policiamento ostensivo é atividade essencial, de caráter 
absolutamente operacional, e será exercido diuturnamente. A satisfação das ne-
cessidades de segurança da comunidade compreende um nível tal de exigências, 
que deve encontrar resposta na estrutura organizacional, nas rotinas de serviço e 
na mentalidade do PM. 
 
5.4 - Efetividade: O aproveitamento dos recursos destinados à PMESP deverá se 
realizar de forma a otimizá-los. A busca da eficácia operacional realizar-se-á tendo 
em vista a eficiência e o constante aprimoramento da produtividade da Corporação. 
 
5.5 - Aplicação 
 (a) O policiamento ostensivo fardado, por ser uma atividade facilmente identifi-
cada pelo uniforme, exige atenção e atuação ativas de seus executantes, de forma 
a proporcionar o desestímulo ao cometimento de atos antisociais, pela atuação 
preventiva. A omissão, o desinteresse e a apatia são fatores geradores de descrédi-
to e desconfiança, por parte da comunidade, e revelam falta de preparo individual e 
de espírito de corpo. 
 (b) O policial-militar deve estar o mais próximo possível da comunidade onde 
serve, sabendo das opiniões, dos problemas, procurando conhecer a população 
com a qual está em contato. 
 
5.6 - Isenção: No exercício profissional, o policial-militar, através de condiciona-
mento psicológico, atuará sem demonstrar emoções ou concepções pessoais. Não 
deverá haver preconceitos quanto à profissão, nível social, religião, raça, condição 
econômica ou posição política das partes envolvidas. Ao PM cabe observar a igual-
dade do cidadão quanto ao gozo de seus direitos e cumprimento de seus deveres 
perante à lei, agindo sempre com imparcialidade e impessoalidade. 
 
5.7 - Emprego lógico 
 a) A disposição de meios, para execução do policiamento ostensivo, deve ser o 
resultado de julgamento criterioso das necessidades, escalonadas em prioridades 
de atendimento, de dosagem do efetivo e do material, compreendendo o uso racio-
nal do que está disponível, bem como de um conceito de operação bem claro e 
definido, consolidado em esquemas exeqüíveis. 
 b) Deverá a Polícia Militar distribuir seus recursos, de acordo com as necessi-
dades, fazendo com que a comunidade tenha um bom nível de serviços prestados, 
evitando-se o atendimento preferencial. 
 25 
 c) O policiamento ostensivo sendo empregado de forma integrada e coordena-
da sob um único Comando proporcionará o emprego racional de recursos humanos 
e materiais. 
 
5.8 - Antecipação 
 a) A fim de ser estabelecido e alcançado o espírito predominantemente preven-
tivo do policiamento ostensivo, devem ser adotadas providências táticas e técnicas, 
destinadas a minimizar a surpresa, fazendo face ao fenômeno da evolução da cri-
minalidade, caracterizando, em conseqüência, um clima de segurança na coletivi-
dade. 
 b) Para que haja sucesso na antecipação faz-se necessária a utilização de 
informações de natureza administrativa e criminal, pois com base nessas informa-
ções ocorrerá o planejamento adequado.5.9 - Profundidade: A cobertura de locais de risco não ocupados e (ou) o reforço a 
pessoal empenhado devem ser efetivados ordenadamente, seja pelo judicioso 
emprego da reserva, seja pelo remanejamento dos recursos imediatos, ou mesmo, 
se necessário, pelo progressivo e crescente apoio, que assegura o pleno exercício 
da atividade. A supervisão e a coordenação, realizadas por oficiais e graduados, 
também integram este princípio, à medida que corrigem distorções e elevam o 
moral do executante. 
 
5.10 - Unidade de comando: Em eventos específicos, que exijam emprego de 
diferentes unidades, a missão é melhor cumprida quando se designa um só co-
mandante para a operação, o que possibilita a unidade de esforço pela aplicação 
coordenada de todos os meios. 
 
5.11 - Objetivo: O objetivo do policiamento ostensivo é assegurar ou restabelecer a 
ordem pública. É alcançado por intermédio do desencadeamento de ações e ope-
rações, integradas ou isoladas, com aspectos particulares definidos. 
 
 
6.0 - VARIÁVEIS DO POLICIAMENTO OSTENSIVO 
 
6.1 - Conceituação: São os critérios (tipo, processo, modalidade, circunstância, 
lugar, tempo, número, forma), que identificam os aspectos principais da execução 
do policiamento ostensivo fardado. (Fig. I-I) 
 
6.2 - Tipos: São qualificadores das ações e operações de policiamento ostensivo: 
6.2.1 - Policiamento ostensivo geral: Tipo de policiamento ostensivo que visa a 
satisfazer as necessidades básicas de segurança, inerentes a qualquer comunida-
de ou a qualquer cidadão. 
6.2.2 - Policiamento de trânsito urbano ou rodoviário: Tipo específico de policiamen-
to ostensivo, executado em vias terrestres abertas à livre circulação, visando a 
disciplinar o público no cumprimento e respeito às regras e normas de trânsito, 
estabelecidas por órgão competente, de acordo com o Código Nacional de Trânsito 
e legislação pertinente. 
6.2.3 - Policiamento florestal e de mananciais: Tipo específico de policiamento os-
tensivo que visa a preservar a fauna, os recursos florestais, as extensões d'água e 
 26 
mananciais, contra a caça e a pesca ilegais, a derrubada indevida ou a poluição. 
Deve ser realizado em cooperação com órgãos competentes, federais ou estaduais. 
6.2.4 - Policiamento de guarda: Tipo específico de policiamento ostensivo que visa 
à guarda de aquartelamentos, à segurança externa de estabelecimentos penais e à 
segurança física das sedes dos poderes estaduais e outras repartições públicas de 
importância, assim como à escolta de presos fora dos estabelecimentos penais. 
 
6 3 - Processos: São caracterizados pelos meios de locomoção utilizados, que 
podem ser: 
 1) a pé; 
 2) motorizado,- 
 3) montado; 
 4) aéreo; 
 5) em embarcação: 
 6) em bicicleta. 
 
6.4 - Modalidades: São modos peculiares de execução do policiamento ostensivo: 
6.4.1 - Patrulhamento: É a atividade móvel de observação, fiscalização, reconheci-
mento, proteção ou, mesmo, de emprego de força. 
 a) Tendo em vista sua ampla utilidade a patrulha tem de ser o centro de aten-
ção, no desenvolvimento tecnológico da Polícia Militar, visando a que o usuário seja 
atendido no local onde se encontra. 
6.4.2 - Permanência: É a atividade predominantemente estática, executada pelo 
policial militar, isolado ou não, em local de risco ou posto fixo, dentro do módulo, 
preferencialmente contando com possibilidade de comunicação. 
6.4.3 - Diligência: É a atividade de busca e apreensão de objetos e (ou) busca e 
captura de pessoas em flagrante delito ou mediante mandado judicial. 
6.4.4 - Escolta: É a atividade de policiamento ostensivo destinada à custódia de 
pessoas ou bens, em deslocamento. 
 
6.5 - Circunstâncias: São condições que dizem respeito à freqüência com que se 
torna exigido o policiamento ostensivo. 
6.5.1 - Ordinário: É o emprego rotineiro de meios operacionais em obediência a um 
plano sistemático, que contém a escala de prioridades. 
6.5.2 - Extraordinário: É o emprego eventual e temporário de meios operacionais, 
face a acontecimento imprevisto, que exige manobra de recursos. 
6.5.3 - Especial: É o emprego temporário de meios operacionais, em eventos previ-
síveis que exijam esforço específico. 
 
6.6 - Lugar: É o espaço físico em que se emprega o Policiamento Ostensivo. 
6.6.1 - Urbano: É o policiamento executado nas áreas edificadas e de maior con-
centração populacional dos municípios. 
6.6.2 - Rural: É o policiamento executado em áreas que se caracterizam pela ocu-
pação extensiva, fora dos limites da área urbana municipal. 
 
6.7 - Número: É o efetivo empenhado em uma ação ou operação. 
 a) Fração elementar: 
 1 PM 
 2 PM 
 27 
 3 PM 
 b) Fração constituída: 
 Gp PM 
 Pel PM 
 Cia PM - Esqd 
 BPM - RPMont 
 
6.8 - Forma: É a disposição da tropa no terreno para execução do Policiamento 
Ostensivo. 
6.8.1 - Desdobramento: Constitui a distribuição das UOp no terreno, devidamente 
articuladas até o nível Gp PM, com limites de responsabilidades perfeitamente 
definidos. 
6.8.2 - Escalonamento: É o grau de responsabilidade dos sucessivos e distintos 
níveis da cadeia de comando, no seu espaço físico. 
 
6.9 - Tempo: É a duração de empenho diário do policial-militar no Policiamento 
Ostensivo. 
6.9.1 - Jornada: É o período de tempo, equivalente às 24 horas do dia, em que se 
desenvolvem as atividades de Policiamento Ostensivo. 
6.9.2 - Turno: É a fração da jornada com um período de tempo previamente deter-
minado. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
Fig. 1.1 - variáveis do policiamento ostensivo 
 
7.0 - PROCEDIMENTOS BÁSICOS 
 
7.1 - Conceituação: São Comportamentos padronizados, que proporcionam as 
condições básicas para o pleno exercício das funções policiais-militares, e, por isso, 
refletem o nível de qualificação profissional do homem e da corporação. Compre-
endem os requisitos básicos, as formas de empenho em ocorrências, os fundamen-
tos legais e as técnicas mais usuais. 
 
7.2 - Requisitos Básicos 
7.2.1 - Conhecimento da missão: O desempenho das funções de policiamento 
ostensivo impõe como condição essencial para eficiência operacional, o completo 
conhecimento da missão, que tem origem no prévio preparo técnico-profissional, 
decorre da qualificação geral e específica e se completa com o interesse do PM. 
7.2.2 - Conhecimento do local de atuação: Compreende o conhecimento de to-
dos os aspectos físicos do terreno, de interesse policial-militar, assegurando a fami-
liarização indispensável ao melhor desempenho operacional. 
7.2.3 - Acessibilidade: Deve ser facilitada à comunidade, o acesso aos serviços da 
Polícia Militar seja pelo telefone ou pelo local de estacionamento da patrulha. Tam-
bém devem ser amplamente divulgados os endereços das unidades policiais-
militares. 
7.2.4 - Relacionamento: Compreende o estabelecimento de contatos com os inte-
grantes da comunidade, proporcionando a familiarização com seus hábitos, costu-
mes e rotinas, de forma a assegurar o desejável nível de controle policial-militar, 
 28 
para detectar e eliminar as situações de risco, que alterem ou possam alterar o 
ambiente de tranqüilidade pública. 
7.2.5 - Postura e compostura: A atitude, compondo a apresentação pessoal e a 
correção de maneiras no encaminhamento de qualquer ocorrência, influi decisiva-
mente na confiabilidade do público em relação à Corporação e mantém elevado o 
posicionamento do PM, facilitando-lhe, em conseqüência, o desempenho operacio-
nal. 
7.2.6 - Comportamento na ocorrência: O caráter impessoal e imparcial da ação 
policial-militar revela a natureza eminentemente profissional da atuação, em qual-
quer ocorrência, e requer seja revestida de urbanidade, energia serena, brevidade 
compatível e, sobretudo, isenção. 
 
7.3 - Formas de empenho em ocorrências 
7.3.1 - Averiguação 
 a) Conceituação 
 É o empenho do PM, visando à constatação do grau de tranqüilidade desejável 
e (ou) à tomada de dados e exame de indícios, que poderão conduzir a providên-
cias subseqüentes. 
 b) Destaques 
 A averiguação normalmente se processa para esclarecimento de comporta-mento incomum ou inadequado e de alteração na disposição de objetos e instala-
ções. Merecem a atenção especial do policial-militar os seguintes eventos, dentre 
outros: 
 - pessoa encostada em carro, altas horas da noite; 
 - pessoa retirando-se furtivamente por ruas mal iluminadas; 
 - estabelecimentos comerciais às escuras, quando normalmente permane-
cem iluminados, ou vice-versa; 
 - aglomeração em torno de pessoa caída na via pública; 
 - veículos estacionados de maneira irregular ou abandonados; 
 - elementos em terrenos baldios; 
 - elementos rondando escolas, parques infantis etc. 
 
7.3.2 - Advertência 
 a) Conceituação 
 É o ato de interpelar o cidadão encontrado em conduta inconveniente, buscan-
do a mudança de sua atitude, a fim de evitar o cometimento de contravenção penal 
ou crime. 
 b) Destaques 
 1) Em sendo a prevenção das infrações a principal meta do policiamento os-
tensivo, o policial-militar intervirá, advertindo quem se encontre em atitude anti-
social, que possa ser sanada. Advertir não significa ameaçar ou proferir lição de 
educação moral. A advertência é, antes, uma interpelação feita pelo PM, para que 
alguém mude de atitude, e compreende apenas: 
 - dizer que aquilo que o indivíduo está fazendo poderá constituir-se em con-
travenção penal ou crime; 
 - solicitar que o advertido adote conduta conveniente. 
 2) Jamais o PM deverá dizer o que pode fazer, como por exemplo: posso 
prendê-lo por isso", ou "se eu quisesse, poderia prendê-lo". Se atacado, mudando o 
advertido seu comportamento, o caso será encerrado; mantendo-se intolerante o 
 29 
admoestado, o PM deverá conduzi-lo ao Distrito Policial respectivo. As advertências 
serão feitas em tom de voz compatível e atitudes profissionais e impessoais. De-
vemos considerar que ninguém recebe uma advertência sem argumentar, alegando 
sempre ter razão; a inabilidade do policial-militar poderá transformar uma simples 
advertência em ocorrência mais grave. Em tais tipos de contato, é importante a 
forma de interpelação, que poderá ser realizada da seguinte maneira: 
 - encaminhar-se ao cidadão com naturalidade, sem qualquer gesto ou atitude 
que denuncie exaltação de ânimo; 
 - manter a cabeça erguida e os membros eretos, refletindo atitude de firmeza; 
 - não empunhar talão de notificação, caneta ou bastão, antes da interpelação, 
pois isso demonstra uma conduta preconcebida da parte do policial-militar. 
 3) Lembrar sempre que firmeza, com serenidade, desencoraja reação. Nada 
poderá ser alegado contra sua conduta se a mesma for de cortesia e firmeza ao 
fazer cumprir a Lei. 
7.3.3 - Orientação 
 a) Conceituação: é o ato de prevenir a ocorrência de delitos através do esclare-
cimento ao cidadão, sobre as medidas de segurança que o mesmo deve tomar. 
 b) Destaques 
 1) Sendo o policial-militar o responsável pela segurança pública, deve ser o 
principal orientador da comunidade nesse mister. A orientação segura e precisa faz 
com que o cidadão sinta-se protegido, ou seja, um alvo de atenção por parte do 
PM, o que proporciona o desenvolvimento da confiança e do respeito ao serviço 
executado. A confiança e o respeito, por sua vez, trarão ao PM grandes benefícios 
na área das informações sobre delitos e pessoas, facilitando em muito o seu servi-
ço. 
 2) Os estabelecimentos comerciais de qualquer espécie, merecem atenção 
especial do PM, no sentido da orientação quanto às medidas de segurança que 
devem ser tomadas. Também o cidadão comum deve ser observado e orientado, 
sempre com correção de atitudes e cortesia sobre as maneiras pelas quais poderá 
prevenir ou dificultar o arrombamento de sua casa, o furto de sua bolsa, um "assal-
to", o roubo de seu automóvel etc. 
7.3.4 - Prisão 
 a) Conceituação 
 É o ato de privar da liberdade alguém encontrado em flagrante delito ou em 
virtude de mandado judicial. 
 b) Destaques 
 1) Flagrante delito 
 - Qualquer do povo poderá e as autoridades policiais e seus agentes deverão 
prender quem: 
 - está cometendo a infração penal; 
 - acaba de cometê-la; 
 - é perseguido pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, logo 
após cometer a infração penal, 
 - é encontrado, logo depois, com instrumentos, objetos ou papéis que façam 
presumir ser ele o autor da infração. 
 2) Mandado Judicial 
 - É a ordem escrita da autoridade competente (juiz de direito) determinando a: 
 - prisão preventiva; 
 - prisão em virtude de pronúncia; 
 30 
 - prisão por efeito de condenação. 
 - O mandado judicial deve: ser lavrado pelo escrivão e assinado pela autori-
dade que o expede; 
 - designar a pessoa, que deve ser presa, pelo seu nome, alcunha e sinais 
característicos; 
 - mencionar a infração penal que motivar a prisão; 
 - ser dirigido a quem tiver qualidade para dar-lhe execução. 
 c) Precauções 
 1) A prisão pode ser efetuada em qualquer dia e a qualquer hora, desde que 
respeitadas as restrições relativas à inviolabilidade do domicílio. 
 2) Para efetuar a prisão, é admissível que o policial-militar empregue força 
física moderada, sempre sem violência arbitrária ou abuso de poder, nos casos de: 
- resistência; 
- agressão; 
- tentativa de fuga. 
 3) É necessário, portanto, que o policial-militar, ao efetuar a prisão, adote cau-
telas apropriadas, não se excedendo no emprego de força, mesmo sendo provoca-
do. Prendendo alguém, o policial militar é responsável pela preservação da sua 
integridade física. A inexistência de testemunho não impedirá que uma prisão seja 
feita. Em havendo testemunhas, serão relacionadas, preferencialmente, as que 
presenciaram os fatos. 
 4) Diante de anormalidade ou irregularidade que não puder solucionar, a inter-
venção do policial-militar, quer solicitando a presença de seu superior, quer condu-
zindo o cidadão à delegacia, far-se-á, sempre, no sentido de resguardar o interesse 
social e evitar mal maior. Em havendo fundadas suspeitas de responsabilidade em 
crime ou contravenção, isto é, quando os elementos de convicção do PM forem 
suficientes e necessários para estabelecer nexo entre o suspeito e um fato ocorrido, 
não constitui constrangimento ilegal conduzir alguém ao Distrito Policial para escla-
recimento mais amplo dos fatos. 
 5) com o desenvolvimento do Sistema de Informações Policiais (SIPO), o poli-
cial-militar poderá de imediato, via rádio ou fone, consultar os antecedentes crimi-
nais do detido, especialmente sobre a existência ou não de mandado de prisão 
contra ele. Da mesma forma poderão ser consultados veículos e armas. Com tais 
providências reduz-se a condução de pessoas a Distritos Policiais, ao mínimo ne-
cessário. 
7.3.5 - Assistência 
 a) Conceituação 
 É todo auxílio essencial ao público, prestado pelo policial-militar de forma pre-
liminar, eventual e não compulsória. 
 b) Destaques 
 Existem órgãos públicos e particulares incumbidos e especializados em prestar 
assistências diversas. Contudo, há circunstancias que exigem imediato auxílio, a 
fim de evitar ou minimizar riscos e danos à comunidade; nestes casos, o PM pode 
acorrer por iniciativa própria ou atendendo a solicitações. A assistência é prestada 
no interesse da segurança e do bem-estar público e deve contribuir para realçar o 
conceito da Corporação junto ao público externo. Gestos de civilidade e elegância 
repercutem favoravelmente e devem ser praticados, embora não constituam um 
dever legal. 
7.3.6 - Autuação 
 31 
 a) Conceituação 
 É o registro escrito da participação do PM em ocorrência, retratando aspectos 
essenciais, para fins legais e estatísticos, normalmente feito em ficha, talão ou 
Boletim de Ocorrência da Polícia Militar (BO/PM), em se tratanto de infração penal, 
terá sempre em vista o êxito da persecução criminal, 
 b) Destaques 
 O PM, ao registrar particularidades de ocorrência atendida, deve primar pela 
imparcialidade, somente mencionando circunstâncias relevantes constatadas. Não 
deve, sob qualquer pretexto, transcrever as versões apresentadas pelas partes 
envolvidasou conclusões pessoais apressadas. 
 
7.4 - Prevalência do aspecto preventivo sobre o repressivo na atuação da Po-
licia Militar 
 
7.4.1 - Consideração fundamental 
 a) Embora a Corporação possa atuar, em determinadas circunstâncias, de 
maneira repressiva, a ação da Polícia Militar deve ser essencialmente preventiva, 
porque a presença constante e irrepreensível do PM tem, em termos concretos, 
maior influência no comportamento dos cidadãos do que o caráter intimidativo da 
própria lei. 
 b) Deve ser dado ênfase às ações preventivas, de modo que a patrulha fique 
liberada, para policiar o seu modulo, em pelo menos 90% de seu turno. Para que 
isso efetivamente ocorra há necessidade de adequar o modulo ao objetivo. 
7.4.2 - Aspectos relevantes 
 a) A atuação, em termos preventivos, da Polícia Militar, é importantíssima, 
porque a simples ação de presença ostensiva, hábil, atenta, apoiada sempre no 
exemplo e no espírito de justiça, constitui fator de desestímulo à prática de ilícitos 
penais e a melhor garantia da respeitabilidade da lei; 
 b) Em razão de a Polícia Militar atuar de maneira ostensiva, exercendo suas 
atribuições à vista de todos, utilizando uniforme que a identifica, o PM deve adotar, 
permanentemente, elevada conduta moral, quer no exercício funcional, quer na vida 
privada; 
 c) Na execução do policiamento ostensivo, o PM deve colocar-se, sempre, em 
condições de observar bem e, simultaneamente, ser facilmente visto, com o objeti-
vo de melhor atender, em caso de informações e auxílio ao público, desestimulan-
do, em decorrência, a prática de ações anti-sociais ou delituosas. 
 
 32 
CAPITULO II 
Conhecimentos Básicos 
 
1.0 - ASPECTOS LEGAIS 
 
1.1 - Crime: É toda a ação típica, antijurídica, culpável e punível, a que a lei comina 
pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulati-
vamente com a pena de multa. 
 
1.2 - Contravenção: É a infração penal a que a lei comina isoladamente pena de 
prisão simples, ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente. 
 
1.3 - Traço distintivo entre crime e contravenção 
 a) Das definições anteriores concluí-se que tanto o crime como a contravenção 
constituem violação da norma penal e que, segundo a lei brasileira, o traço que os 
distingue reside unicamente na cominação. Isto porque ambos - crime e contraven-
ção - não diferem no que diz respeito à natureza, mas, sim, relativamente à gravi-
dade. O crime é falta grave, da qual resulta sempre um dano para o cidadão, consi-
derado isoladamente, ou para a sociedade a que ele pertence. A contravenção é 
falta leve, em que existe somente expectativa de, através dela, chegar-se a um 
resultado danoso. 
 b) A punição dos atos contravencionais tem aspecto mais preventivo do que 
propriamente repressivo, de vez que, ao puni-lo, a lei visa, acima de tudo, a evitar 
mal maior. As penas cominadas às contravenções - prisão simples, ou muita - são 
mais leves do que as impostas aos crimes. 
 
1.4 - Crimes de ação pública e de ação privada 
 a) Como regra, a ação penal é pública. 
 b) Somente quando a lei expressamente declara, será privativa do ofendido. 
 c) Quando o crime for de ação privada, constará abaixo do Artigo ou Capítulo a 
expressão: "Só se procede mediante queixa". 
 d) Há ainda a chamada Ação Pública Condicionada, que dependerá de uma 
representação do ofendido e, em certos casos, de requisição do Ministro da Justiça. 
Nestes casos, também constará a expressão: ."Representação" ou "Requisição", 
abaixo do Artigo ou Capítulo. 
 e) Principais crimes de ação privada: 
 - Atentado ao pudor 
 - Calúnia 
 - Concorrência desleal 
 - Corrupção de menores 
 - Dano 
 - Difamação 
 - Esbulho possessório 
 - Estupro 
 - Injúria 
 - Rapto 
 - Sedução 
 f) Nos crimes de ação privada, o PM não pode forçar uma situação, que é priva-
tiva do ofendido; ele pode orientar a vítima a proceder a queixa ou a representação. 
 33 
Ex.: é comum o PM, ao atender a uma ocorrência de desavença entre marido e 
mulher, ao invés de orientar a parte queixosa, agir além do que a lei lhe permite e, 
ao final, acaba por responder em juízo, por violação de domicílio, lesões corporais 
etc. 
 
1.5 - Exclusão de criminalidade 
 a) Não há crime quando o agente pratica o fato: 
 1) em estado de necessidade; 
 2) em legítima defesa; 
 3) em estrito cumprimento do dever legal ou no exercício regular de direito. 
 b) Estado de necessidade - considera-se em estado de necessidade quem 
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem 
podia de outro modo evitar, direito próprio ou de outrem, cujo sacrifício, nas circuns-
tâncias, não era razoável exigir-se. Não pode alegar estado de necessidade quem 
tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
 c) Legítima defesa - entende-se em legítima defesa quem, usando moderada-
mente os meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito 
seu ou de outrem. São requisitos essenciais da legítima defesa: 
 1) Uso moderado de meios - trata-se da moderação da repulsa ao agressor. 
Permite o uso moderado de meios desde a simples defesa até a ofensiva violência, 
tudo dependendo da intensidade da agressão. Não se entende em legítima defesa 
o cidadão que, sendo agredido a bofetões, por uma pessoa fraca, desfecha-lhe um 
tiro de revólver. 
 2) Agressão injusta - é aquela sem prévia provocação da vítima, pois se esta a 
provocou, não fica caracterizada a agressão injusta. 
 3) Atualidade ou iminência da agressão - só podemos empregar os meios 
necessários para nos defender, quando a agressão está sendo praticada ou prestes 
a ocorrer; passada a atualidade já terá desaparecido o direito. 
 4) Direito a defender - este requisito abrange todo o interesse, juridicamente 
protegido, do agente que invoca a legítima defesa sua ou de terceiros. Normalmen-
te é a vida, a integridade física, a propriedade etc. 
 d) Estrito cumprimento do dever legal - é fazer exatamente aquilo que, por força 
de lei, estava obrigado a fazer. Ex.: num país em que haja pena de morte, o carras-
co que executa o sentenciado não comete crime, pois age no estrito cumprimento 
do dever legal. 
 e) Exercício regular de direito - é fazer aquilo que a lei permite que se faça. Ex.: 
o cirurgião que, com um bisturi, corta o abdômen de outra pessoa com a finalidade 
de operá-la, estará no exercício regular de direito, embora tenha praticado lesão 
corporal. 
 
1.6 - Imunidades 
 a) Imunidade significa inviolabilidade, isenção de certas pessoas em vista do 
cargo ou função que exercem. 
 b) Há dois tipos de imunidades: Diplomáticas ou Absolutas e Parlamentares ou 
Relativas. 
1.6.1 - Imunidades Diplomáticas (absolutas): 
 a) as Embaixadas (pessoas jurídicas) e os Embaixadores (pessoas físicas) 
gozam de imunidades absolutas; a Embaixada é uma extensão do território de uma 
Nação em outra; qualquer violação pode até mesmo acarretar conflito armado entre 
 34 
os países; os embaixadores não podem ser presos, nem mesmo em flagrante delito 
de crimes inafiançáveis; 
 b) gozam de imunidades diplomáticas: os soberanos, Chefes de Estado, os 
agentes diplomáticos, que podem ser Embaixadores, Ministros Plenipotenciários de 
Negócios, Legados, Núncios e lnternúncios; 
 c) o pessoal sem caráter oficial, pessoas da família dos diplomatas ou da famí-
lia dos funcionários e os empregados estrangeiros, no serviço doméstico, quando 
no exercício imediato da função; 
 d) a inviolabilidade atinge também a residência particular, oficial e bens dos 
diplomatas; 
 e) os condutores de veículos do Corpo Diplomático (CD), Corpo Consular (CC) 
e Organismos Internacionais (IO) não podem ser autuados, em talões de AIIP; ao 
cometerem infrações de trânsito, seus veículos não podem ser removidos, retidos 
ou apreendidos; 
 f) quando forem constatadas infrações de condutores de veículos citados, a 
irregularidade deverá ser objeto de comunicação, na qual conste todas as anota-
ções necessárias para uma autuação, bem como outras informações que foremjulgadas indispensáveis, a fim de que se proponha ao órgão de transito as provi-
dências cabíveis. 
 NOTA: Os Cônsules não gozam de imunidades diplomáticas, a menos que 
investidos de missões diplomáticas especiais.- 
1.6.2 - Imunidades Parlamentares (relativas) 
 a) São asseguradas aos Senadores e Deputados (Federais, em todo o território 
brasileiro, e Estaduais, no território do Estado). 
 b) Os parlamentares só podem ser presos em flagrante delito nos casos de 
crimes inafiançáveis. 
 c) Os Vereadores gozam de imunidade parlamentar nos casos de crime de 
opinião (injúria, difamação etc ... ) quando exercendo atividade parlamentar nos 
limites territoriais do seu município. 
1.6.3 - Os magistrados (Ministros dos Tribunais, Desembargadores e juizes) e os 
membros do Ministério Público (Procuradores da República, Procuradores de Justi-
ça e Promotores) só poderão ser autuados em flagrante delito nos casos de crime 
inafiançável. 
1.6.4 - Também não serão autuados em flagrante delito: 
 a) os candidatos, mesários e eleitores, durante as eleições; 
 b) o motorista, que mesmo tendo causado acidente, socorrer a vítima e não 
fugir. 
 c) Atitudes do PM em relação às Imunidades: 
 1) Respeitar as imunidades diplomáticas, que são absolutas, e parlamentares, 
que são relativas; 
 2) Reconsiderar imediatamente sua atitude, se por acaso ferir a inviolabilidade 
pessoal do diplomata ou parlamentar, por desconhecer sua identidade; 
 3) Em se tratando de flagrante delito, o policial militar deve: 
 (a) identificar o diplomata ou parlamentar, anotando-lhe o nome, função, en-
dereço e país que representa (ou mandato que exerce); 
 (b) arrolar testemunhas; 
 (c) comunicar o fato ao Distrito Policial da área, imediatamente; 
 (d) preencher o BO/PM. e comunicar o fato, através de parte circunstanciada. 
 
 35 
1.7 - Prisão 
 a) Ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fun-
damentada de autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão 
militar ou crime propriamente militar, definidos em lei. 
 b) Portanto temos quatro formas de prisão admitidas em nosso direito: 
 1) prisão em flagrante delito; 
 2) por ordem escrita de autoridade judiciária competente; 
 3) por transgressão militar - prisão administrativa disciplinar de 
militar; 
 4) por crime propriamente militar - prisão de militar decretada no curso de IPM. 
 c) Prisão em flagrante delito 
 1) diz a lei que qualquer pessoa do povo poderá prender e têm o direito, e a 
autoridade e seus agentes deverão e têm o dever de prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito. 
 2) considera-se em flagrante delito quem: 
 (a) está cometendo a infração penal (crime ou contravenção); 
 (b) acaba de cometê-la; 
 (c) perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
outra pessoa, em situação que faça presumir ser ele o autor da infração; e 
 (d) é encontrado, logo após, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele o autor da infração. 
 d) prisão emanada de ordem escrita de autoridade competente: 
 1) Por ordem do Juiz Criminal: 
 (a) prisão preventiva (art. 311 e seguintes do CPP); 
 (b) prisão em virtude de sentença condenatória (art. 393, do CPP); 
 (c) prisão em virtude de pronúncia (art. 408. § 1.", do CPP), 
 (d) prisão no caso de medida de segurança de exílio local (art. 771, 1. I, do 
CPP). 
 2) Prisão por ordem do Juiz Cível: 
 (a) prisão pelo não cumprimento de julgado ou acordo relativo a alimentos 
(art. 19 da Lei S.478/68); 
 (b) prisão de depositário infiel, em caso de dívidas de contrato de alienação 
fiduciária; 
 (c) prisão de falido (art. 13, VI, e 151, § 3.", da Lei de Falências); 
 (d) prisão contra depositário infiel; 
 (e) prisão do síndico (art. 69, § S. O, da Lei de Falências); 
 (f) prisão de trapaceiro e administradores de armazéns gerais; 
 (g) prisão por ordem de autoridade administrativa (prisão administrativa). 
 - é uma medida cautelar, de caráter interno da Administração. Está prevista 
no artigo 319 do CPP. 
 e) Prisão de Funcionário Público 
 1) Dentro da Repartição, o funcionário público pode ser preso em flagrante 
delito, devendo, contudo, ser apresentado ao respectivo chefe, antes de ser condu-
zido. 
 2) Fora do expediente, ele não goza de privilégios, recomendando-se, entre-
tanto, tratamento condizente com seu cargo. 
 
1.8 - Fiança 
 36 
 a) É a faculdade dada ao indiciado para permanecer em liberdade, quando 
autuado em flagrante, mediante o pagamento de determinada quantia. 
 b) A autoridade policial poderá conceder diretamente a fiança nos casos de 
infração punida com detenção ou prisão simples (art. 322 do Código de Processo 
Penal). 
 c) A fiança só poderá ser concedida pelo juiz nos casos de infração punida 
com reclusão (art. 322, § único, do CPP). 
 d) Nos crimes cuja pena de reclusão seja superior a 2 anos e nas contraven-
ções penais de vadiagem e mendicância não pode ser concedida a fiança. 
 e) O valor da fiança será arbitrado pela autoridade que a conceder no limites 
previstos nos CPP. 
 f) Se o réu é pobre, o juiz conceder-lhe-á liberdade provisória. 
 g) Cabe ressaltar que o acusado se livra solto independentemente de 
fiança, sendo posto em liberdade após lavrado o auto de prisão em flagrante, no 
caso de infração a que não for, isolada, cumulativa ou alternativamente, cominada 
pena privativa de liberdade e, também, quando a pena privativa de liberdade não 
exceder a três meses (art. 321 do CPP). 
 h) Em conseqüência, o PM não poderá sentir-se desprestigiado, caso um preso 
seja liberado, mesmo após ter sido surpreendido em flagrante delito, porquanto 
poderá tratar-se de fiança ou a exceção acima. 
 
1.9 - Violação de domicílio 
 a) A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem 
consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para 
prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. 
 b) Crime de violação de domicílio - entrar ou permanecer, clandestina ou astu-
ciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa 
alheia ou em suas dependências, 
 c) Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por funcionário públi-
co, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em 
lei ou com abuso de poder. 
 d) A expressão "casa" abrange: 
 1) qualquer compartimento habitado; 
 2) aposento ocupado de habitação coletiva; 
 3) compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou 
atividade. Ex.: interior do balcão de bar, escritórios comerciais, consultórios, etc. 
 e) A expressão "casa" não compreende: 
 1) hospedaria, estalagem, ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto 
aberta, salvo a restrição do nº 1.9 d. 2) anterior; 
 2) taverna, casas de jogos e outras do mesmo gênero; 
 3) museu, bar, cinema, loja e teatro não são protegidos. 
 OBS.: A proteção penal, convém lembrar, se estende às dependências do 
domicílio, como jardins, alpendres, garagens, quintais, pátios (art. 150 do Código 
Penal, parte final, caput). 
 f) Casos de entrada em casa alheia. 
 1) Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em sua 
dependência: 
 (a) durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar pri-
são ou outra diligência; - em caso de flagrante delito - estando o policial em perse-
 37 
guição do criminoso, a menos que a urgência não permita, explicará ao morador o 
motivo da perseguição e solicitará licença para entrar, a fim de prender o criminoso 
ou continuar em sua perseguição. Concedida a licença, o policial entrará sem ferir 
os preceitos da boa educação, empenhando-se em demonstrar respeito ao lar do 
cidadão. Se porventura o morador recusar conceder tal permissão, o policial convo-
cará duas testemunhas e, sendo dia, entrará à força na casa, arrombando as portas 
se preciso; se for noite, providenciará sejam guarnecidas todas as saídas, tornando 
a casa interditada até queamanheça, quando então efetuará a entrada na casa e a 
prisão do criminoso. 
 - em caso de mandado de prisão - dará conhecimento ao morador da ordem 
de prisão contida no mandado, e o intimará a entregar o réu. Se houver desobedi-
ência, o procedimento é igual ao do caso anterior. 
 - em caso de busca domiciliar - as buscas domiciliares são efetuadas durante 
o dia, salvo se o morador permitir que se realizem à noite. Antes de penetrarem na 
residência, os executores da diligência chamarão o morador ou quem suas vezes 
fizer; depois de se darem a conhecer ou de exibirem o mandado, intimá-lo-ão a 
franquear a entrada. Em caso de desobediência, sendo dia, arrombarão a porta e 
entrarão à força. 
 (b) A qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo prati-
cado ou na iminência de o ser; 
 (c) A iminência de crime autoriza o policial a entrar em casa alheia e, nesse 
caso, não são exigidas as formalidades legais, pois a que se visa é evitar o ato 
criminoso; entretanto, havendo tempo, deverá anunciar a sua entrada. 
 g) Resumo 
 1) É possível entrar à noite em casa alheia quando: 
 (a) o morador der o consentimento; 
 (b) no caso de flagrante delito, desastre ou para prestar socorro; 
 (c) em caso de legítima defesa ou estado de necessidade. 
 h) Conceito de Noite: deve-se obedecer à regra do Código de Processo Civil, 
que diz: “noite é o período que vai das 18:00 às 06:00 horas". 
 
1.10 - Busca e apreensão 
 a) A busca será domiciliar ou pessoal. 
 1) Busca domiciliar 
 (a) Proceder-se-á à busca domiciliar quando fundadas razões a autorizarem, 
para: 
 - prender criminosos, 
 - apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; - apreender 
instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; 
 - apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou 
destinados a fins delituosos; 
 - descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; 
 - apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, 
quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à 
elucidação do fato; 
 - apreender pessoas vítimas de crime; 
 - colher qualquer elemento de convicção. 
 (b) Necessidade de mandado 
 38 
 - ressalvados os casos de flagrante delito, desastre ou prestação de socorro, 
a busca domiciliar será sempre feita durante o dia e mediante mandado judicial. A 
dispensa do mandado só ocorrerá se o Juiz de Direito realizar a busca pessoalmen-
te. 
 - o pedido de mandado de busca domiciliar poderá ser feito pela própria Polí-
cia Militar, mediante ofício direto ao Juiz de Direito da área, fundamentando-se no 
documento as suspeitas existentes, o local e as pés soas envolvidas, mesmo que 
por prenome ou características físicas, destacando-se ainda o interesse na preser-
vação da ordem pública. O respectivo Termo de Busca e Apreensão será lavrado 
pela autoridade de polícia ostensiva que comandou a busca, sendo cópia enviada 
ao Juiz de Direito. As demais providências de polícia judiciária serão feitas através 
do Distrito Policial da área. 
 (c) Considerações gerais 
 - as buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador con-
sentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mos-
trarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em 
seguida, a abrir a porta. 
 - em caso de desobediência, será arrombada a porta, e forçada a entrada. 
 - recalcitrando o morador, será permitido o emprego de força contra as coisas 
existentes no interior da casa para o descobrimento do que se procura. 
 - proceder-se-á da mesma forma quando ausentes os moradores, devendo, 
neste caso, ser intimado a assistir à diligência qualquer vizinho, se houver e estiver 
presente. 
 - se é determinada a pessoa ou coisa que se vai procurar, o morador será 
intimado a mostrá-la. 
 - descoberta a pessoa ou coisa que se procura, será imediatamente apreen-
dida e posta sob custódia dos policiais. 
 - os executores do mandado deverão ser no mínimo dois. 
 - são exigidas duas testemunhas presenciais. 
 2) Busca pessoal 
 (a) É aquela levada a efeito na própria pessoa. A busca pessoal é feita não 
somente nas vestes ou nos objetos que a pessoa traga consigo (valises, pastas, 
etc.), como também imediatamente sobre o corpo, quer através de investigações 
oculares ou manuais, quer por meios mecânicos, ou até meios radioscópicos, já 
que ladras e ladrões preferem esconder pequenos objetos, pedras preciosas, ma-
conha, em qualquer esconso natural. 
 (b) Proceder-se-á a busca pessoal quando houver fundada suspeita de que 
alguém oculte consigo arma proibida ou objetos mencionados nos subitens do 1-10. 
a) 1) 6). 
 (c) Necessidade de mandado 
 - a busca pessoal independerá de mandado, no caso de prisão, ou quando 
houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de 
objetos ou papéis que constituam corpo de delito, ou quando a medida for determi-
nada no curso de busca domiciliar. 
 - como conseqüência, se os policiais, durante a realização de uma busca 
domiciliar, quiserem revistar pessoas que se encontrarem no interior do prédio ou 
compartimento onde se realiza a busca, não só poderão como deverão fazê-lo. 
 (d) Busca pessoal em mulher 
 - a busca pessoal em mulher será feita por outra mulher. 
 3) Apreensão em território sujeito a jurisdição alheia 
 39 
 Os policiais poderão penetrar no território de jurisdição alheia, ainda que de 
outro Estado, quando, para o fim de apreensão, forem no seguimento de pessoa ou 
coisa, devendo apresentar-se à competente autoridade local, antes da diligência ou 
após, conforme a urgência desta. 
 
1.11 - Abuso de autoridade: 
1.11.1 - Constitui abuso de autoridade qualquer: 
 a) Atentado à liberdade de locomoção 
 1) Toda pessoa tem o direito de locomover-se, transportando-se para onde 
desejar, sem limitações, ressalvados os casos expressos em lei ou por imperiosas 
necessidades ditadas pelo Estado; 
 2) Como exemplo típico poder-se-ia citar o "trottoir". A infratora só poderá ser 
presa caso esteja provocando escândalo, portando-se de modo inconveniente, 
devendo conseqüentemente ser autuada em flagrante delito. 
 b) Atentado à inviolabilidade do domicílio 
 Neste caso faz-se necessário atentar para o disposto nos subparágrafos 1-9, 
Violação de domicílio, e 1-10, Busca e apreensão. 
 c) Atentado ao sigilo da correspondência 
 Trata-se de garantia constitucional: "É inviolável o sigilo da correspondência e 
das comunicações telegráficas e telefônicas. 
 d) Atentado à liberdade de consciência e de crença e ao livre exercício de culto 
religioso 
 1) É plena a liberdade de consciência e fica assegurado aos crentes o exercí-
cio de cultos religiosos que não contrariem a ordem pública e os bons costumes. 
 2) Aquele que embaraça ou impede a liberdade religiosa de um indivíduo ataca 
um direito. 
 3) A liberdade de consciência consiste no direito que o indivíduo tem não só de 
se filiar à religião que entender, como o de não professar religião alguma. 
 4) A liberdade de consciência é ilimitada, enquanto a liberdade de culto está 
sujeita às restrições legais. 
 e) Atentado à liberdade de associação e atentado ao direito de reunião. 
 1) Tanto a liberdade de associação como o direito de reunião estão protegidos 
contra os abusos de autoridade desde que os seus fins sejam lícitos e não contrari-
em preceitos de ordem pública. 
 2) Em face do direito de reunião (CF, art. 5. O, XVI), cabe à polícia registrá-la 
previamente, de forma a evitar que uma reunião venha a frustrar outra marcada 
para o mesmo local e garanti-la mediante policiamento preventivo. 
 f) Ordenar ou executar medida privativa de liberdade individual, sem as formali-
dades legais ou com abuso de poder, 
 Neste caso faz-se necessário atentar para o disposto no subparágrafo 1-7, 
Prisão. 
 g) Ato lesivo da honra ou do patrimônio de pessoanatural ou jurídica, quando 
praticado com abuso ou desvio de poder ou sem competência legal. 
 1) Conceitos a destacar: 
 (a) honra - conjunto de predicados ou condições da pessoa, que lhe conferem 
consideração pessoal e estima própria. 
 (b) patrimônio - conjunto de bens que servem a todas as necessidades huma-
nas. 
 40 
 2) excesso de poder - ocorre quando a autoridade, embora competente, ultra-
passa os limites de sua atribuição ou se excede no uso de suas faculdades admi-
nistrativas. 
 h) Atentado contra a incolumidade pública 
 1) a violência abrange desde a mais grave, o homicídio, como a mais leve, as 
vias de fato. Pode, ainda, a violência ser real ou moral. O meio pode não ser físico, 
mas produz o mesmo resultado, como o hipnotismo, narcotização, emprego de 
gases, disparo de armas para o ar, etc. 
 2) nem toda a violência praticada pela autoridade deverá ser erigida como 
abuso de autoridade. 
 3) além das causas de exclusão de criminalidade, da antijuridícidade, o Código 
Penal estatui, de forma precisa: 
 - "Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistência a prisão em flagran-
te ou a determinada por autoridade competente, o executor e as pessoas que o 
auxiliarem poderão usar dos meios necessários para defender-se ou para vencer a 
resistência, do que tudo se lavrará auto subscrito também por duas testemunhas". 
Logo, é a violência legal a que a lei autoriza. A regra tem como finalidade assegurar 
a sua própria eficiência. 
 
1.11.2 - Conceito de autoridade 
 a) Considera-se autoridade, para os efeitos desta Lei, quem exerce cargo, 
emprego ou função pública, de natureza civil ou militar, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração. 
 b) Considerações 
 1) é o exercício da função pública o que caracteriza o funcionário público pe-
rante o direito penal. 
 2) é funcionário público aquele que exerce cargo público, ainda que a título de 
experiência e precário. 
 3) também são considerados funcionários públicos os serventuários de Justi-
ça, os guardas-noturnos, os comissários de menores, os vereadores, os funcioná-
rios de empresa particular incorporada ao Estado, os funcionários autárquicos. 
 4) para caracterizar o abuso de autoridade, o abuso há que ser praticado no 
exercício da função, por funcionário público. 
 c) Sanções 
 O abuso de autoridade sujeitará o seu autor a sanção penal e administrativa 
(perda do cargo). 
 
1.12 - Violência arbitrária 
 a) Praticar violência, no exercício de função ou a pretexto de exercé-la. 
 b) São elementos do delito: 
 1) A violência, ou seja, um ato de força, praticado sem necessidade contra as 
pessoas, pouco importando a sua maior ou menor gravidade 
 2) A qualidade de funcionário público: é preciso que as violências, sejam prati-
cadas no exercício da função ou a pretexto de exercê-la; 
 3) A ausência de motivo legítimo, o que se verifica quando for inútil ou desne-
cessária a violência empregada. Ex.: o indivíduo que, preso regularmente, por haver 
praticado um crime, é espancado. 
 
 41 
1.13 - Propina: É a gratificação indevida por serviços prestados e o policial-militar 
não tem o direito de aceitar dinheiro como gratificação por serviços prestados no 
desempenho da função, pois é pago pelo Estado. 
 
1.14 - Corrupção 
 a) Chamada, também, de suborno, a corrupção pode ser passiva ou ativa. 
 b) O funcionário público que solicita ou recebe vantagem indevida, em razão de 
sua função, comete corrupção passiva; quem lhe oferece ou promete essa vanta-
gem, comete a corrupção ativa. 
 c) O PM que recebe dinheiro para relaxar uma prisão, comete o crime de cor-
rupção passiva. 
 d) O PM, sendo tentado em oferta ou promessa de vantagem indevida, deverá 
dar voz de prisão ao inescrupuloso indivíduo e conduzi-lo ao Distrito Policial da 
área. 
 
1.15 - Concussão: Exigir, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda 
que fora da função ou antes de assumí-la, mas em razão dela, vantagem indevida. 
Não confundir a concussão com a corrupção. Na concussão há exigência. Na cor-
rupção passiva, há solicitação ou recebimento de vantagem indevida. 
 
1.16 - Resistência 
 a) Opor-se à execução de ato legal, mediante violência ou ameaça, a funcioná-
rio competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio. 
 b) Por violência se entende força física. 
 c) Por ameaça se entende a violência moral. 
 d) A vítima de crime de resistência pode ser só o funcionário (PM) como tam-
bém, a pessoa que o esteja auxiliando (a pedido do PM) voluntariamente. 
 e) A resistência passiva não constitui crime e se dá quando o preso se recusa a 
andar, agarrando-se a postes, portões etc. Ao PM cumpre retirá-lo do obstáculo 
(sem espancá-lo e sem arrastá-lo pela via pública), apresentando-o ao Distrito Poli-
cial da área, 
 
1.17 - Resistência à prisão: Se houver, ainda que por parte de terceiros, resistên-
cia à prisão em flagrante ou à determinada por autoridade judiciária competente, o 
executor e as pessoas que o auxiliarem poderão usar dos meios necessários para 
defender-se ou para vencer resistência, de que se lavrará auto subscrito, também, 
por duas testemunhas. 
 
1.18 - Agressão: O PM, ao ser agredido por qualquer indivíduo, empregará os 
meios necessários para se defender, repelindo a agressão injusta e, em seguida, 
adotará as providências legais complementares junto ao Distrito Policial respectivo. 
 
1.19 - Desobediência 
 a) Desobedecer a ordem legal de funcionário público. 
 1) Na desobediência, o agente limita-se a não cumprir a ordem legal dada por 
funcionário competente, sem entretanto molestá-lo física ou moralmente, 
 2) Se a ordem for ilegal, como na prisão arbitrária, por exemplo, não se confi-
gura o delito, isto é, a pessoa do povo que se opõe a uma prisão arbitrária, não 
comete o delito de desobediência nem de resistência. 
 42 
 
1.20. Desacato 
 a) "Desacatar funcionário público no exercício de função ou em razão dela". 
 b) Desacato é a ofensa ao prestígio da função na pessoa do seu titular, faltan-
do-lhe a consideração devida e a obediência funcional. Não deve, entretanto, ser 
considerada com esse efeito, a simples impolidez, a indelicadeza, reveladora da 
falta de educação, máxima, em se tratando de indivíduo ignorante, de condição 
social inferior. 
 c) Expressões de cólera, proferidas irrefletidamente no calor de uma discussão, 
não serão bastante para caracterizar o crime de desacato. Podem, conforme o 
caso, constituir injúrias, mas não desacato. 
 d) Para que o desacato se caracterize é necessária a vontade deliberada de 
ofender, de afrontar a autoridade de alguém. Há de ser praticado na presença de 
funcionário, isto é, face a face ou achando-se ele presente. 
 e) O delito em questão somente pode ocorrer quando o funcionário está no 
exercício da função ou quando em razão desta, pouco importando o local onde se 
encontre. 
 
1.21 - Tentativa de fuga 
 a) O PM empregará também a força física no caso de tentativa de fuga de pre-
so, a fim de evitar essa fuga. 
 b) O PM usará de um expediente qualquer, tomará um táxi etc., para capturar 
um preso que foge, mas nunca deverá atirar contra quem está desarmado e de 
costa. 
 
1.22 - Porte de arma 
 a) Trazer consigo arma fora de casa ou de dependência desta, sem autoriza-
ção, constitui a contravenção penal de porte ilegal de arma. 
 b) Arma - na designação geral de arma para os efeitos penais, enquadram-se 
tanto as destinadas à ofensa ou à defesa pessoal, como os instrumentos aciden-
talmente empregados na prática de crime. As armas para efeito de registro, autori-
zação e porte, são classificadas em: armas proibidas, armas regulamentares, ar-
mas de defesa pessoal, armas de caça ou de tiro ao alvo (esporte). 
 1) Armas proibidas 
 (a) as armas de canos ou coronhas desmontáveis em várias partes; 
 (b) as partes metálicas (tubos redutores) que possam ser empregadas em 
armas de importação permitida, aumentando-lhe grandemente o poder mortífero; 
 (c) as armas de ar comprimido (não compreendidas as de funcionamento pormola, até calibre de 6 mm); 
 (d) os silenciadores aplicáveis às armas de fogo e destinados a amortecer o 
estampido do tiro; 
 (e) as munições com artifício ou dispositivos visando a provocar explosão, 
incêndio etc. 
 (f) as armas brancas e secretas, exclusivamente utilizadas para a prática de 
crime e fim meramente ofensivo: punhais, facas e canivetes punhais (com lâmina 
de até 10 centímetros, inclusive); as bengalas, guardas-chuvas ou quaisquer outros 
objetos que contenham, em disfarce, espadas, estoques, punhais ou espingardas; 
soco inglês ou boxe; a caneta revólver; 
 (g) as setas, bombas e petardos; 
 43 
 (h) os facões em forma de punhais. 
 2) Armas regulamentares - são as armas de guerra, usadas pela Forças Ar-
madas e as armas destinadas ao serviço policial. 
 3) Armas de defesa pessoal - são aquelas, discriminadas a seguir, que podem 
ser registradas e licenciadas para porte: 
 (a) revólver (até calibre 38, inclusive); 
 (b) pistolas automáticas (tipo "parabellum" até calibre 6,35; as demais até 
calibre 7,65); 
 (c) garruchas (até calibre 380, inclusive). 
 4) armas de caça ou de tiro ao alvo (esporte) - também permitidas para regis-
tro e licenciamento, as armas de caça ou de tiro ao alvo são as seguintes: 
 (a) espingardas, rifles, carabinas e todas as armas dessa classe, não raiadas, 
quaisquer que sejam os sistemas, calibre e modelo; 
 (b) idem, raiadas, até calibre máximo de 11,17 mm, não podendo tais armas 
terem alça de mira com graduação superior a 200 metros, nem espaço que se pres-
te a uma ampliação de graduação. (Não estão incluídas as de pressão por mola, 
que atiram setas ou pequenos grãos de chumbo, usadas nos "stands" de tiro, até o 
calibre máximo de 6 mm). 
 (c) Restrições 
 1) Não podem possuir, adquirir, comprar, nem conduzir ou transportar armas e 
munições de qualquer espécie, sob pena de apreensão: 
 (a) os menores de 18 anos; 
 (b) os incapazes e inídôneos, a juízo da polícia; 
 (c) os já condenados, em sentença incorrível, por qualquer prática de violên-
cia física, ou os envolvidos em processo-crime, cujas decisões não hajam transita-
do em julgado; 
 (d) os que, por imprudência, imperícia ou negligência, houverem dado causa a 
qualquer infração penal, proveniente do mau emprego de arma de fogo. 
 2) Cassação de autorização 
 (a) A cassação da autorização verificar-se-á nos casos de: 
 - exibição desnecessária da arma; 
 - usar a arma como ameaça contra qualquer pessoa; 
 - demonstrar visivelmente que está armado; 
 - não cumprimento das instruções relativas ao porte de arma. 
 3) Isenção de autorização 
 (a) Podem andar armados, independente de autorização: - os oficiais das 
Forças Armadas, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar, uniformizados ou em trajes 
civis; 
 - as praças das mesmas Corporações, quando em serviço, ou mediante or-
dem dos respectivos comandantes; 
 - os policiais civis e federais, na conformidade de seus regulamentos; 
 - os vigilantes de empresas autorizadas a executar serviços de proteção e 
bens imóveis e móveis e transporte de valores, quando uniformizados, em serviço 
ou em trânsito da sede da empresa para o posto de serviço e vice-versa. 
 
1.23 - Uso de algema 
 a) O uso de algema no Estado de São Paulo é regulamentado pelo Decreto 
19.903/50, sendo permitido: 
 44 
 1) para conduzir os delinqüentes presos em flagrante delito, desde que ofere-
çam resistência ou tentem a fuga; 
 2) para conduzir os ébrios, os viciados e os turbulentos apanhados na pratica 
de infração e que devam ser postos em custódia, desde que seu estado de extrema 
exaltação torne indispensável o emprego de força; 
 3) para transportar de uma dependência para outra presos que, pela sua peri-
culosidade, possam tentar a fuga durante a diligência, ou tenham tentado ou ofere-
cido resistência, quando da prisão; 
 b) O abuso do uso da algema, por parte da autoridade ou de seus agentes, 
acarretará responsabilidade penal. As dependências policiais devem manter livro 
especial para registro das diligências em que tenham sido empregadas algemas, 
lavrando-se o termo respectivo. 
 c) Cautelas a adotar: 
 1) algemar sempre o detido com os braços para trás; 
 2) quando tiver que conduzir dois detidos, algemar sempre o pulso direito de 
um ao direito de outro. Desta forma, dificultará a reação deles, principalmente a de 
correr; 
 3) dar duas voltas na chave, evitando que a algema se abra; 
 4) não apertar demais a algema no pulso, pois poderá provocar escoriações ou 
inchaço, pela falta de circulação. Isso dará chance ao delinqüente de alegar agres-
são, e o exame de corpo de delito comprovará as lesões. 
 
 
2.0 - ENTORPECENTES 
 
2.1 - Conceito: São substâncias capazes de produzir alterações psíquicas seme-
lhantes às determinadas pela embriaguez, e cujo uso tem a propriedade de alterar 
gravemente a saúde, colocando em risco a integridade física, psíquica e a própria 
vida do dependente ou viciado. 
 
2.2 - O uso de entorpecentes: Em sendo adquirido o vício, dificílimo é abandoná-
lo. O indivíduo torna-se dependente, com personalidade fraca, caráter debilitado e 
sem forças para lutar contra essa forma de escravidão. Os dependentes tornam-se 
presas fáceis e eternas dos que os conduziram à desgraça, porque os traficantes 
jamais os abandonam. 
 
2.3 - O comércio de entorpecentes: O tráfico de entorpecentes é internacional, 
sendo que as drogas são guardadas nos chamados "paióis", de onde são levadas 
para os locais denominados pelos traficantes de "bocas de fumo". Daí vão para as 
esquinas, praças etc. O "passador" é o elemento de ligação entre os diferentes 
pontos e é o homem que negocia diretamente com o dependente. Quase sempre 
utiliza automóvel, o que dificulta a ação da polícia. 
 
2.4 - Caracterização, no aspecto penal, do crime de tráfico e uso de entorpe-
centes 
 a) Importar ou exportar, preparar, produzir, vender, expor à venda ou oferecer, 
ainda que gratuitamente, ter em depósito, transportar, trazer consigo, guardar, mi-
nistrar, ou entregar, de qualquer forma, a consumo, substância entorpecente, ou 
 45 
que determine dependência física ou psíquica, sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou regulamentar. 
 b) No mesmo crime incorre quem: 
 1) oferece, fornece, ainda que a título gratuito, transporta, traz consigo ou tem 
em depósito ou sob sua guarda, matérias-primas destinadas à preparação de en-
torpecentes ou de substâncias que determinem dependência física ou psíquica; 
 2) faz ou mantém o cultivo de plantas destinadas à preparação de entorpecen-
tes ou que determine dependência física ou psíquica; 
 3) traz consigo, para uso próprio, substância entorpecente ou que determine 
dependência física ou psíquica; 
 4) adquire substância entorpecente ou que determine dependência física ou 
psíquica, 
 5) prescreve (médico ou dentista) substância entorpecente, ou que determine 
dependência física ou psíquica, ou em dose evidentemente maior que a necessária 
ou com a infração do preceito legal ou regulamentar; 
 6) instiga ou induz alguém a usar entorpecentes ou substância que determine 
dependência física ou psíquica; 
 7) utiliza o local de quem tem propriedade, posse, administração ou vigilância, 
ou consente que outrem dele se utilize, ainda que a título gratuito, para uso ilegal 
de entorpecentes ou de substância que determine dependência física ou psíquica; 
 8) contribui de qualquer forma para incentivar ou difundir o uso de entorpecen-
te ou de substância que determine dependência física ou psíquica. 
 c) Infratores viciados 
 Ficam sujeitos a medidas de recuperação em estabelecimentos hospitalares, 
pelo tempo necessário à recuperação. 
 
2.5 - Ação do PM em ocorrência de tráfico e uso de entorpecentes 
 a) Genericamente, o PM deve: 
 1) averiguar, com cautelas e cuidados especiais, nos locais suspeitos de tráfi-
co e uso ilegal de substâncias entorpecentes; 
 2) prender quem faz comércio clandestino de entorpecentes, ou proporciona 
seu uso emdesacordo com a Lei, apreendendo a substância; 
 3) conduzir preso, ao Distrito Policial da área respectiva, o viciado, apreenden-
do a substância; 
 4) quando possível pesar em farmácia o entorpecente apreendido, fazendo 
constar a quantidade no BO/PM. 
 b) Aspectos relevantes 
 1) não fazer comentários nem fornecer quaisquer dados a órgãos de imprensa, 
relativos à ocorrência de tráfico ou uso de entorpecentes, eis que somente o juiz de 
Direito pode quebrar o sigilo em ocorrências dessa natureza; 
 2) esforçar-se, ao máximo, para arrolar testemunhas o que na prática, é difícil; 
 3) estar ciente de que o viciado poderá ser liberado na Unidade Policial da 
área, pelo Delegado de plantão, após a prestação da fiança. 
 
2.6 - Entorpecentes injetáveis 
 a) Observar os seguintes aspectos: 
 1) utensílios reveladores: saquinhos de celofane, em que geralmente vem o 
entorpecente; uma seringa de injeção ou um conta-gotas e uma agulha; uma colher 
 46 
ou tampa de garrafa (para dissolver o entorpecente); bolinhas de algodão (para 
filtrar a substância); 
 2) sinais de injeção crônicos; marcas como tatuagens pretas ou azuis, peque-
nas escaras ou cicatrizes compridas junto das veias, especialmente nos antebra-
ços, costas das mãos e nas solas dos pés; manchas de sangue nas roupas; 
 3) sintomas de alienação: agitação, nervosismo, bocejos e transpiração exces-
sivos, nariz escorrendo, olhos lacrimejantes, cacoetes, cãibras, vômitos e diarréia. 
 
2.7 - Efeito das drogas: O efeito de qualquer droga depende, basicamente, de 
potência, da quantidade tomada, da maneira e freqüência do uso. 
 
2.8 - Drogas usadas com maior freqüência 
 a) Maconha (fumada em cigarros, cachimbos e engolida com a comida). 
 Efeito: euforia, aceleração do pulso. Altas doses podem levar à redução de 
motivação, comportamento impulsivo, angústia, reações psicóticas. 
 b) Haxixe (fumado, comido), 
 Efeito: como a maconha, porém cerca de seis vezes mais forte. Tendência 
para alucinação depois de altas doses. 
 c) Cocaína (aspirada ou injetada). 
 Efeito: hiperatividade, atividades paranóicas, possíveis convulsões, 
 d) Heroína (aspirada, injetada por via subcutânea ou endovenosa). 
 Efeito: euforia, seguida de sonolência. Probabilidade de dependência física 
com sintomas dolorosos de falta e morte em caso de dose excessiva. 
 e) LSD (engolidas - cápsulas, líquidos, cubos de açúcar; injetadas). 
 Efeito: alucinações, hilariedade fora do comum, intensa angústia, diminuição 
da motivação normal, algumas reações psicóticas prolongadas. Repetições ocasio-
nais das alucinações mesmo sem tomar novas doses. 
 f) Anfetaminas, Metanfetaminas (engolidas - tabletes; aspiradas em cristais e 
injetadas). 
 Efeito: vivacidade e agressividade anormais, perda de apetite, atividades para-
nóicas, depressão aguda quando o efeito passa e rápido aumento de tolerância. 
 g) Barbitúricos (engolidos - tabletes ou cápsulas; injetados); 
 Efeito: indolência, discernimento imperfeito. Cria dependência. Perigo de morte 
por dose excessiva, especialmente em combinação com o álcool. 
 h) Tranqüilizantes (engolidos - cápsulas). 
 Efeito: sonolência, náuseas. Possível dependência física por doses excessivas 
durante um longo período de tempo com sintomas de falta, incluindo convulsões. 
 
3.0 - LOCAL DE CRIME 
 
3.1 - Conceito 
 a) Local de crime é todo o sítio onde tenha ocorrido um evento delituoso, que 
necessite ou exija providências da Polícia, devendo ser preservado pelo policial, que 
primeiro comparecer no local, lá permanecendo, até a sua liberação pela autoridade 
competente. 
 b) Classificação: 
 1) INTERNO é todo sítio que abranja ambiente fechado, estando a salvo de 
intempéries; 
 2) EXTERNO é todo sítio não coberto ou que esteja fora de habitações. 
 47 
 c) Subclassificação: 
 1) RELACIONADOS são dois ou mais sítios interligados que tenham relação 
com um mesmo evento delituoso. 
 2) ÁREA IMEDIATA é aquela onde ocorreu o evento delituoso. 
 3) ÁREA MEDIATA é aquela que cobre as adjacências ou cercanias, de onde 
ocorreu o evento delituoso. 
 
3.2 - Preservação do local de crime 
 a) A preservação do local de crime visa resguardar vestígios que poderão ser 
relacionados com o suspeito, com o instrumento de crime ou com a forma pela qual 
foi perpetrado o evento delituoso. 
 b) Em princípio, somente o perito criminal terá competência para recolher os 
vestígios, encontrados no local de crime, podendo, porém, por solicitação da autori-
dade competente, o policial-militar recolher no local, armas ou objetos relacionados 
com o evento delituoso. 
 1) O vestígio encontrado no local de crime deve ser preservado, protegido e 
resguardado. 
 2) Em locais externos, os vestígios deverão ser protegidos, por qual quer meio 
disponível, para que transeuntes ou a ação do tempo não os prejudiquem. 
 3) em locais internos, fecha-se o respectivo compartimento, impedindo, dessa 
forma, a entrada de quem não esteja devidamente autorizado. 
 4) na preservação do local de crime o policial-militar empregado deverá privar-
se em tecer comentários sobre o evento delituoso. 
 5) O PM, empenhado na preservação do local de crime, deve abster-se de 
comentar seu ponto de vista pessoal, mesmo que evidente, sobre o fato, sob pena 
de comprometer o trabalho policial; 
 6) O Delegado de Polícia da área respectiva deve ser acionado de imediato; 
 7) As primeiras providências, tomadas no local de crime, permitirão o sucesso 
ou o insucesso das investigações. 
 
3.3 - Ação policial no local de crime: 
 a) As primeiras providências, bem como o rápido e correto atendimento, em 
locais de crime, contribuirão, sobremaneira, para o sucesso da persecução criminal, 
além de agilizar a liberação de pessoas e/ou coisas podendo, assim, minimizar o 
sofrimento e a angústia das partes envolvidas. 
 1) A autoridade competente deverá ser cientificada, de imediato, sobre o even-
to delituoso. 
 2) O policial-militar, no local de crime, deverá isolá-lo, adequadamente, não 
permitindo a sua violação. Ato contínuo, deverá transmitir o evento delituoso, por 
intermédio de breve discrição, contendo: 
 (a) nome e RE do policial - militar responsável pela transmissão. 
 (b) natureza da ocorrência esclarecendo se é de autoria conhecida ou desco-
nhecida; 
 (c) a localização correta da ocorrência do evento delituoso; 
 (d) esclarecimentos sobre o tipo de local de crime, se é interno ou externo, 
público ou privado, de fácil ou difícil acesso. 
 3) Quando houver possibilidade em saber sobre as circunstâncias em que 
ocorreu o evento delituoso, o policial-militar deverá exigir prova de identidade das 
testemunhas arroladas. 
 48 
 4) A descrição do evento delituoso deverá sofrer a adequação necessária para 
a sua transmissão e, somente após, deverá ser elaborado o Boletim de Ocorrência 
da Polícia - Militar. 
 5) O local de crime sempre deverá ser guarnecido por um policial militar, de 
modo que, se houver necessidade de deslocamento da viatura, para eventual per-
seguição ou outra missão ligada ao evento delituoso, deverá ser acionada outra 
viatura. 
 b) Ação policial no local de crime contra a pessoa: 
 1) A vítima deverá ser socorrida, com prioridade, sobre as outras providências; 
 (a) o policial-militar deverá observar detalhes do local, onde ocorreu o evento 
delituoso, arrolando testemunhas e, conduzindo, juntamente com a vítima, o seu 
autor, para a lavratura do Auto de Prisão em Flagrante Delito, pela autoridade com-
petente. 
 (b) em sendo possível, o policial-militar, antes de socorrer a vítima, deverá 
marcar com giz, tinta, tijolo ou outro meio a exata posição em que ela foi encontra-
da; 
 (c) o policial-militar deverá certificar-se sobre o destino dado à vítima, quando 
essa for socorrida por terceiros, anotando seus dados, bem como de testemunhas 
para a confecção do Boletim de Ocorrência da Polícia Militar. 
 2) Em sendo vítima fatal: 
 (a) local de difícil acesso, acionar o Corpo de Bombeiros; 
 (b) não alterar a posição docadáver, ou seja: 
 - não revisar os bolsos das vestes; 
 - não recolher pertences; 
 - não mexer nos instrumentos do crime, especialmente em armas; 
 - não movê-lo de sua posição original; 
 - não tocar nos objetos que estão sob sua guarda; 
 - não se preocupar com a identificação do cadáver. 
 c) a constatação da realidade da morte deverá ser feita por autoridade compe-
tente. 
 d) observar a aparência pessoal da vítima, como: - vestes e cabelos em desali-
nho; 
 - peças de vestuário rasgadas; 
 - ferimentos externos; 
 - posição em relação ao solo. 
 e) Vestígios: Deverá ser feito no local do crime um exame minucioso sem, con-
tudo, tocar ou alterar a forma, os elementos materiais existentes. Assim são classi-
ficados: 
 1) vestígios, propriamente ditos: cadeiras e mesas fora do lugar, papéis, cigar-
ros, palitos de fósforo, tecidos, armas ou algum outro instrumento que possa ter 
sido utilizado naquele evento delituoso; 
 2) vestígios, em forma de marcas, que deformam suporte: os encontrados 
sobre areia, terra, barro, madeira, solo etc ... ; 
 3) vestígios, em forma de impressões, que não chegam a deformar suportes: 
rastros de tinta ou de qualquer outra substância, sinais pneumáticos em asfalto ou 
em via pavimentada, ou, ainda, as impressões digitais visíveis; 
 4) Manchas: substâncias incrustadas no solo ou em paredes, sobre imóveis e 
utensílios, mesmo em forma de crostas que somente os exames laboratoriais pos-
sam identificá-las. 
 49 
 5) outras substâncias como: restos de alimentos, bebidas, medicamentos, 
tóxicos, fezes, urina, terra, areia, cimento e outros de igual importância. 
 6) pêlos humanos ou de animais, caso possam ser diferenciados. 
 
3.5 - Testemunhas 
 a) Testemunha é a pessoa que comparece à presença da autoridade para dizer 
o que sabe a respeito de determinado fato. 
 Qualquer pessoa pode servir de testemunha, porém são classificadas conso-
ante suas individualizações em: 
 1) Numerárias - prestam compromisso, depondo sob a palavra de 
honra e a promessa de dizer a verdade; 
 2) Informantes - não depõem sob compromisso, entre elas se incluem os doen-
tes mentais e os menores de 14 anos; 
 3) Referidas - são as que, mencionadas nos depoimentos já prestados, são 
chamadas a depor sobre o que conhecem do fato; e 
 4) Instrumentárias - são as que assinam o auto de qualificação e de interroga-
tório dos indiciados, após ouvirem a leitura da peça. 
 b) Ação do policial-militar ao arrolar testemunhas: 
 1) Escolher, preferencialmente, pessoas aparentemente mais idôneas, capa-
zes, que saibam algo a respeito da ocorrência. 
 2) Anotar nome, através do documento de identidade exigido, número deste, 
residência e local de trabalho; 
 3) O PM não deve reter desnecessariamente as testemunhas, ressalvados os 
casos de prisão em flagrante delito; 
 
4.0 - SOCORROS DE URGÊNCIA 
 
4.1 - Conceito: São aqueles feitos no paciente, em caráter de urgência, visando a 
minimizar as conseqüências dos ferimentos, enquanto se aguarda a chegada da 
ambulância ou se adotam providências para o socorro específico. 
 
4.2 - Aspecto essencial: O essencial, no atendimento ao acidentado, é a manu-
tenção da tranqüilidade, transmitindo à vítima um sentimento de confiança que, por 
si só, às vezes, é suficiente para que se aguarde o socorro definitivo. 
 
4.3 - Objetivo: O objetivo fundamental dos primeiros socorros é evitar o agrava-
mento das lesões. Em conseqüência, o socorrísta deverá agir firmemente, porém 
com delicadeza, especialmente quando haja necessidade de transportar a vítima de 
um local para outro. 
 
4.4 - Vítima consciente: Durante toda a operação de socorro a vítima consciente, é 
interessante que se converse com a mesma, evitando-se o pânico e obtendo-se 
dados a seu respeito e de como ocorreu o acidente, com os quais pode-se avaliar 
seu estado, bem como a existência de dores que indiquem as lesões internas ou 
fraturas. 
 
4.5 - Utilização de meios disponíveis: Durante a operação de socorro, o PM deve-
rá, na medida do possível, utilizar-se dos meios de que dispõe à sua volta, solici-
 50 
tando-os em farmácias, bares ou outros estabelecimentos comerciais, de modo a 
aumentar a segurança do socorro prestado. 
 
4.6 - Procedimentos em casos de emergência 
 a) Feridas - recomendações gerais: 
 1) A idéia principal nestes casos é a de evitar uma contaminação maior do 
local ferido, o que se consegue com uma proteção do mesmo, com gaze, lenço ou 
qualquer pano limpo. 
 2) Nunca use materiais que possam aderir ao ferimento, como lenços de pa-
pel, algodão etc. e não procure remover corpos estranhos do ferimento; estes po-
dem estar evitando uma hemorragia externa e nem aplique qualquer medicamento 
local (Fig. 2-1 e 2-2). 
 3) Conduza a vítima, se necessário, à farmácia ou hospital mais próximo, para 
o tratamento adequado. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
 
Fig. 2-1 - Observe bem a ilustração para ver como a gaze é colocada sobre a ferida. 
Veja como o esparadrapo é fixado. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
 
Fig. 2-2 - Se no momento você não tiver gaze, use um lenço ou qualquer pedaço de 
pano limpo. Amarre-o no local ferido sem apertar. 
 
 b) Feridas no tórax 
 1) É preciso verificar se a ferida atingiu os pulmões 
 2) Quando se ouve o ar entrando, é porque a ferida atingiu os 
pulmões. 
 3) Neste caso, proceda da seguinte maneira: 
 (a) observe a respiração da vítima e espere momento em que terminar a expi-
ração (saída do ar); 
 (b) neste momento cubra a ferida firmemente com um pano limpo, compressa 
ou gaze; 
 (c) prenda o curativo com uma atadura ou com um cinto; 
 (d) não faça uma pressão forte demais sobre a ferida, para não 
prejudicar a respiração normal da vítima (Fig. 2-3). 
Erro! Vínculo não válido. 
 
 
 51 
Fig. 2-3 - Feridas no tórax 
 
 c) Feridas no abdômen 
 1) Uma ferida no abdômen pode ser perigosa, se houver uma evisceração (um 
órgão ou parte de um órgão saindo pela perfuração) ou se houver um órgão perfu-
rado, 
 2) Nestes casos, proceda da seguinte maneira: 
 (a) Coloque uma gaze molhada com água limpa sobre o ferimento, sem aper-
tar o local. 
 (b) Não faça mais nada. Não procure recolocar o órgão na sua posição nor-
mal. Só ao médico cabe tomar qualquer outra providência. 
 d) Feridas nos olhos 
 1) Procure lavar o olho ferido com água limpa. Vire de lado a cabeça da vítima 
para que a água possa escorrer melhor. 
 2) Não tente extrair o corpo estranho se ele estiver entranhado, para não ferir 
ainda mais o olho acidentado, 
 3) Cubra o olho ferido com urna gaze ou pano limpo. Prenda o curativo com 
duas tiras de esparadrapo. (Fig. 2-4). 
 Encaminhe a vítima ao médico. 
 4) Encaminhe a vítima ao médico 
 
 
 
Fig. 2-4 - Feridas nos olhos 
 
 e) Hemorragias externas nos braços ou nas pernas 
 1) Deite a vítima; 
 2) Levante o braço ferido ou a perna ferida; isto diminui o afluxo de 
sangue para o local ferido; 
 3) Coloque sobre a ferida uma gaze ou pano limpo dobrado; 
 4) Pressione o curativo sobre a ferida para o sangue parar de sair; 
 5) Coloque um pano ou uma atadura sobre o curativo e amarre o 
curativo em torno do braço ou perna feridos; 
 6) Não aperte com mais força, para não interromper a circulação normal do 
sangue; 
 7) Se a hemorragia não diminuir com essas providências, faça pressão com as 
duas mãos sobre a artéria próxima à ferida (na parte anterior do quadril ou na parte 
interna do braço). (Fig. 2-5). 
 52 
 
 
Fig. 2-5 - Pressão sobre as artérias nas hemorragias externas 
 
 8) Não retire o curativo; 
 9) Mantenha a vítima deitada, não deixe que ela se movimente; 
 10) Procure auxílio médico. 
 (a) Atenção: - Não se deve fazer pressão sobre a ferida nos seguintes casos: 
 - se houver um corpo estranho entranhado na ferida; 
 - se a ferida for muito extensa. 
 f) Hemorragias difíceis de estancar - torniquetes 
 1) Há hemorragias externas que exigem um tratamento especial; 
 2) São as hemorragias provocadas por amputaçõese as hemorragias muito 
fortes, que nenhum dos outros recursos tenha dado resultado. Nesses casos, é 
preciso fazer um torniquete. 
 3) Eis o procedimento a adotar: 
 (a) Use um pano de 5 cm de largura ou mais; 
 (b) O torniquete deve ser aplicado acima do ferimento, de preferência em dois 
lugares: a parte média do braço ou a parte média da coxa; 
 (c) Dê duas voltas com o pano na parte média do braço ou da coxa, conforme 
o membro que estiver machucado 
 (d) Dê um meio nó nas pontas do pano; 
 (e) Sobre o meio nó coloque um pedaço de pau, um lápis, urna caneta etc.; dê 
um nó completo, prendendo assim o objeto colocado sobre o meio nó; 
 (f) Aperte o torniquete, girando um pedaço de pau, até que a hemorragia es-
tanque. (Fig. 2-6). 
 
 
 
Fig. 2-6 - Torniquete 
 
 53 
 (g) Quando a hemorragia estancar, amarre as pontas do pano para trás; caso 
as pontas sejam meio curtas, coloque uma outra tira de pano sobre a primeira e 
amarre bem; 
 (h) Atenção: - Os seguintes materiais, muito duros ou muito estreitos, nunca 
devem ser usados para fazer um torniquete: 
 - arame; 
 - cordão; 
 - meias de seda; 
 - cordões de sapatos; 
 - correias; 
 - ataduras com menos de 5 cm de largura, 
 - cintos com menos de 1 cm de largura. 
 (i) Anote num papel a hora em que foi feito o torniquete; 
 (j) Prenda este papel na roupa da vítima. Se possível, coloque no papel tam-
bém o nome e o endereço da vítima (Fig. 2-7), 
 
 
 
Fig. 2-7 - No papel preso à roupa da vítima deve ser anotada a hora em que foi feito 
o torniquete e, se possível, o nome e endereço da vítima. 
 
 1) Atenção: - Providência Importantíssima 
 - Enquanto você aguarda a chegada do médico você deve afrouxar por alguns 
segundos o torniquete, a cada 15 minutos. Se isto não for feito, a vítima poderá 
perder a perna ou o braço. Se a hemorragia cessar, deixe o torniquete frouxo no 
lugar e só reapertar em caso de necessidade. 
 g) Hemorragias no tronco ou na cabeça 
 1) Procure deitar a vítima; 
 2) Coloque um apoio sob as suas costas e cabeça para que a cabeça e tronco 
fiquem mais altos que o resto do corpo; 
 3) Coloque sobre a ferida um curativo de gaze ou um pedaço de pano dobra-
do; 
 4) Pressione o curativo, segurando-o até notar que estancou a hemorragia; 
 5) Procure evitar que a vítima se movimente. 
 h) Hemorragia nasal 
 1) Ponha o paciente sentado com a cabeça voltada para trás e aperte-lhe a(s) 
narina(s) durante cinco minutos; 
 2) Coloque um pano molhado em água gelada sobre o rosto da vítima e deixe-
o por algum tempo, 
 3) Caso a hemorragia não ceda, coloque um tampão de gaze ou algodão úmi-
do por dentro da narina e, se possível, um saco de gelo sobre o nariz; 
 4) Evite deixar que a pessoa assoe o nariz e permaneça de cabeça baixa 
 54 
 5) Se tiver necessidade de remoção, esta deve ser feita na posição inicialmen-
te descrita. 
 i) Hemorragias internas 
 1) As hemorragias internas acontecem quando há o rompimento dos vasos 
dentro do corpo, sem que tenha havido o rompimento da pele, 
 2) Suspeita-se de hemorragia interna quando houver forte contusão do abdô-
men ou tórax e/ou a vítima apresentar os seguintes sinais: 
 (a) escoriações e/ou equimoses (manchas arroxeadas na pele do abdômen 
e/ou tórax); 
 (b) pulsações fracas e rápidas; 
 (c) pele fria, pálida e úmida (suor frio); 
 (d) inquietação; 
 (e) fraqueza; e 
 (f) sede. 
 3) Estes casos são graves, mas nada há que você possa fazer; 
 4) Não ministre líquido, mesmo que a vítima se queixe de sede 
intensa; 
 5) Procure imediatamente auxílio médico. 
 j) Estado de Choque 
 1) Estado de choque é uma condição que põe a vida em perigo, 
ocorrendo quando falta agudamente circulação de sangue para órgãos vitais (cére-
bro, coração, rim), por queda súbita de pressão arterial. A causa pode ser uma 
hemorragia interna, queimaduras ou ferimentos extensos, desidratação avançada, 
ataque cardíaco, reações alérgicas ou doenças outras graves desencadeantes. 
 2) Você reconhece o estado de choque pelos seguintes sinais: 
 (a) pulsações fracas e rápidas; 
 (b) pele fria e pálida; 
 (c) sensação de frio e fraqueza; 
 (d) testa suada e inquietação. 
 3) Para atender a uma vítima em estado de choque, você deve fazer o seguin-
te: 
 (a) não movimente a vítima, para não agravar a hemorragia; 
 (b) coloque a vítima deitada; 
 (c) levante as pernas da vítima, para que o sangue chegue com 
facilidade ao coração; 
 (d) cubra a vítima com um cobertor, para mantê-la aquecida; 
 (e) afrouxe as roupas; 
 (f) procure auxílio médico; 
 (g) atenção: - nunca dê nada para beber a uma vítima em estado de choque. 
 l) Ameaça de desmaio 
 1) Há casos em que a pessoa percebe que vai desmaiar. Os sintomas de uma 
ameaça de desmaio são: 
 (a) tontura; 
 (b) frio; 
 (c) corpo amolecido e sem forças. 
 2) Nestas condições, você pode evitar o desmaio, procedendo da 
seguinte maneira: 
 (a) sente a pessoa numa cadeira, com os braços para baixo e as 
pernas separadas; 
 55 
 (b) abaixe a cabeça da pessoa, colocando-a entre as duas pernas da mesma, 
com isto aumenta-se a quantidade de sangue que chega ao cérebro da pessoa e o 
desmaio é evitado. 
 (c) não deixe que a pessoa se levante imediatamente; deixe-a sentada por 
algum tempo (fig. 2-8). 
 
 
 
Fig. 2-8 - Ameaça de desmaio 
 
m) Desmaio 
1) Reconhecemos o desmaio pelos seguintes sinais: 
(a) inconsciência; 
(b) respiração fraca; 
(c) palidez. 
2) Para socorrer uma vítima de desmaio, proceda da seguinte maneira: 
(a) deite a vítima, coloque sua cabeça de lado; 
(b) procure desobstruir as vias respiratórias da vítima, retirando 
qualquer objeto que esteja impedindo a passagem de ar pela boca e pelo nariz da 
vítima; 
(c) afrouxe as roupas da vítima, pois as peças de roupas apertadas dificul-
tam a respiração e a circulação; 
(d) levante e apoie as pernas da vítima, para que a cabeça da mesma fi-
que mais baixa do que o resto do corpo; 
(e) se a vítima não se recuperar, apesar de todas essas providências, pro-
cure auxílio médico; 
(f) depois que a pessoa se recuperar, não deixe que ela se levante imedia-
tamente, ela deve ficar sentada por mais algum tempo, a fim de evitar que o esforço 
de levantar produza um novo desmaio. 
n) Convulsões 
1) As convulsões podem ser causadas por febre alta ou por uma enfermida-
de mais séria, como a epilepsia. 
2) Uma pessoa com convulsões apresenta os seguintes sinais: 
(a) inconsciência; 
 56 
(b) sacudidas e contrações violentas do corpo. 
3) Para proteger a vítima e impedir que ela se machuque, proceda da se-
guinte maneira: 
(a) deite a vítima no chão; 
(b) afaste tudo o que estiver ao redor da vítima e que possa machucá-la, 
como móveis, objetos, pedras etc.; 
(c) retire óculos, colares e outras coisas que possam quebrar ou machu-
car; 
(d) não impeça os movimentos da vítima. Proteja sua cabeça; 
(e) mantenha aberta a boca da vítima, para impedir que ela morda a lín-
gua; para isto, coloque um pano dobrado em sua boca, entre seus dentes. Se você 
não tiver um pano por perto, use outro objeto, mas escolha um objeto que não ve-
nha a machucar a vítima; 
(f) a pessoa que está com convulsões tem abundante salivação, mas não 
pode engolir a saliva, porque está inconsciente. Deite a cabeça da vítima de lado e 
segure-a nesta posição, para que a saliva possa escoar e não sufocar a vítima; 
(g) após a convulsão, a pessoa dorme profundamente. Não procure acor-
dar a pessoa; coloque-a na cama ou em algum lugar confortável e deixe-a dormir. 
o) Parada respiratória - Respiração artificial 
1) A parada respiratória pode ser devida à presença de algum elemento que 
esteja obstruindo as vias respiratórias. 
2) Antes de mais nada, verifique se existe algum elemento que impeça a 
passagem do ar pelas vias respiratórias da vítima e remova-o, se ele existir. Muitas 
vezes, com esta providência, a respiração se normaliza imediatamente. 
3) Se a parada respiratória persistir, tome asseguintes precauções iniciais: 
(a) verifique se a pessoa está sangrando ou vomitando. Nunca se deve a-
plicar respiração artificial a uma pessoa nestas condições. 
(b) retire as dentaduras, pontes ou aparelhos dentários removíveis e remo-
va as secreções que porventura existirem dentro da boca. 
4) Feito isso, você pode aplicar a respiração artificial. 
5) Proceda da seguinte maneira: 
(a) deite a vítima de costas, com os braços estendidos ao longo do corpo, 
(b) segure a cabeça da vítima, com uma das mãos colocadas sobre a testa 
e a outra embaixo do queixo; 
(c) incline a cabeça da vítima para trás; 
(d) apoie o pescoço da vítima com uma toalha e mantenha a boca da víti-
ma fechada; 
(e) encha os seus pulmões de ar e abra bem a boca da vítima (Fig. 2-9); 
(f) coloque a sua boca sobre a da vítima, sem deixar frestas pelas quais o 
ar possa escapar, e oclua as narinas com os dedos da mão que está sobre a testa; 
(g) sopre o ar para dentro da boca da vítima, com força suficiente para que 
ele possa chegar aos pulmões da mesma. Se soprar com muita força, o ar vai para 
o estômago, podendo provocar vômito ou parada cardíaca, pela dissensão aguda 
do mesmo (Fig. 2-10); 
(h) retire a sua boca e deixe que o ar que você soprou seja expulso natu-
ralmente dos pulmões da vítima (Fig. 2-11); 
(i) repita as etapas de (c) à (g). A operação completa, etapas de (c) à (g), 
deve ser realizada de 12 a 15 vezes por minuto, ou de 20 a 25 vezes por minuto 
para crianças e recém-nascidos, 
 57 
(j) não desista e não interrompa o processo caso a respiração não se nor-
malize imediatamente. Algumas vezes pode levar até 1 hora para que haja recupe-
ração; 
(I) quando for restabelecida a respiração normal, deite a vítima de lado, pa-
ra evitar que ela se sufoque; 
(m) em crianças muito pequenas, você pode aplicar a respiração Artificial 
da mesma forma, porém soprando o ar pelo nariz da vítima. A Respiração artificial 
pelo nariz também pode ser usada em adultos, caso a Respiração artificial pela 
boca não tenha produzido resultados, Observe bem a seqüência das ilustrações: 
 
 
 
Fig. 2-9 - Encha seus pulmões de ar. 
Abra bem a boca da vitrina. 
 
 
 
Fig. 2-10 - Coloque sua boca sobre a da vítima, sem deixar frestas para o ar esca-
par. Sopre então o ar para que ele chegue aos pulmões da vítima. 
 
 
 
Fig. 2-11 - Retire sua boca. Encha novamente seus pulmões de ar. Deixe que o ar 
que você soprou seja expulso naturalmente dos pulmões da vítima. Repita a opera-
ção completa. 
 
p) Parada cardíaca e respiratória 
 58 
1) Para socorrer uma vítima de parada cardíaca e respiratória, você deve 
usar dois recursos de primeiros socorros: a respiração artificial e a massagem car-
díaca externa. 
2) Para fazer a massagem cardíaca externa, proceda da seguinte maneira: 
(a) deite a vítima de costas, sobre uma superfície bem firme. De preferên-
cia, deite-a no chão; 
(b) ajoelhe-se ao lado da vítima. Coloque a palma de uma de suas mãos 
sobre a parte inferior do osso externo da vítima e a outra mão sobre a primeira. 
Mantenha seus braços esticados (fig. 2-12); 
(c) solte o peito da vítima; 
(d) pressione e solte várias vezes, com o maior intervalo possível entre ca-
da pressão, até que a vítima se recupere. 
3) A assistência deve ser prestada, preferivelmente por duas pessoas: uma 
das pessoas faz a massagem cardíaca, enquanto a outra aplica a respiração artifi-
cial (fig. 2-13). 
4) Para cada 5 compressões cardíacas devem ser feitas duas aplicações da 
respiração artificial. 
5) Atenção: Em crianças menores de 10 anos, as pressões devem ser feitas 
com uma das mãos, enquanto a outra apóia as costas. Nestes casos, as compres-
sões e respirações devem ser alternadas, de modo a completarem 100 compres-
sões e 20 respirações por minuto. 
6) É preciso ter muito cuidado quando a parada cardiorrespiratória for cau-
sada por acidentes ou quando a vítima for uma pessoa idosa. Em tais casos, um 
osso fraturado, ou que seja mais frágil, pode perfurar um pulmão e pôr em perigo a 
vida da vítima. 
 
 
 
Fig. 2-12 - Pressione o tórax da vítima, aproveitando a força do seu corpo. Enquan-
to isso, mantenha os braços bem esticados. 
 59 
 
 
Fig. 2-13 - A assistência deve ser prestada, preferivelmente por duas pessoas; uma 
das pessoas faz a massagem cardíaca, enquanto a outra aplica a respiração artifi-
cial. 
 
q) Queimaduras 
1) Classificamos as queimaduras, conforme sua gravidade e suas caracterís-
ticas, em queimaduras de 1º., 2.º e 3.º graus. 
2) Queimadura de 1º grau. 
(a) As queimaduras de 1º grau são mais leves. 
(b) Uma queimadura de 1º grau se caracteriza por: 
- pele avermelhada; 
- dor não muito forte no local queimado. 
(c) Uma queimadura de 1º grau somente é grave no caso em que a área 
queimada é muito extensa. 
3) Queimaduras de 1º grau pouco extensas. 
(a) Neste caso, proceda da seguinte maneira: 
- deixe correr água fria (de uma torneira, chuveiro etc.) sobre a queima-
dura, para aliviar a dor; 
- coloque sobre a região queimada um creme especial para queimadu-
ras ou azeite; 
- cubra as regiões queimadas com um curativo de gaze. 
4) Queimaduras de 1º grau muito extensas. 
(a) Estas queimaduras exigem um tratamento especial: - deite a vítima; 
- cubra a vítima com lençol limpo molhado em água fria; 
- leve a vítima imediatamente a um hospital. 
 60 
5) Queimaduras de 2º grau. 
(a) Uma queimadura de 2º grau se caracteriza por: 
 - pele avermelhada; 
 - dores no local queimado; 
 - formação de bolhas; 
(b) Às vezes, uma queimadura de 2º grau pode produzir estado de choque. 
(c) Para socorrer a vítima, proceda da seguinte maneira: 
- deixe correr água fria sobre a queimadura; 
- cubra as regiões queimadas com um curativo de gaze molhada; 
- não estoure as bolhas; 
- não use azeite, cremes ou pomadas; 
- faça a vítima ficar deitada, para prevenir o estado de choque; 
- procure auxílio médico. 
6) Queimaduras de 3º grau. 
(a) As queimaduras de 3º grau são as mais graves e apresentam sérios 
perigos para a vítima. 
(b) Uma queimadura de 3º grau se caracteriza por: - feridas profundas na 
pele, atingindo órgãos abaixo dela; - dores muito fortes. 
(c) Uma queimadura de 3º grau provoca quase sempre o estado de cho-
que. 
(d) Para socorrer a vítima, proceda da seguinte maneira: 
- mantenha a vítima deitada. Esta posição é indicada para tratar a quei-
madura e para evitar ou combater o estado de choque; 
- lave bem as mãos antes de tratar das queimaduras, para não provocar 
infecções; 
- corte as roupas que estão perto das regiões queimadas. Não descole a 
roupa que ficou sobre as queimaduras, para não aumentar as feridas; 
- cubra as feridas com um curativo grosso de gaze ou um pano limpo, 
molhado em água limpa. Não use outro material; 
- procure não arrebentar as bolhas nem tocar as feridas, para não pro-
vocar uma infecção; 
- procure auxílio médico. 
7) Queimaduras por fogo. 
(a) Se a queimadura for causada por fogo e as roupas da vítima 
estiverem se incendiando, é preciso apagar o fogo. Isto pode ser feito: - jogando 
água sobre as chamas: 
- usando o extintor de incêndio; (Cuidado! Não aponte o extintor para o 
rosto da vítima) (fig. 2-14); 
- enrolando a vítima num cobertor para abafar as chamas (fig. 2-15); 
- rolando a vítima no chão (fig. 2-16). 
 
 61 
 
Fig. 2-14 - Uso do extintor de incêndio nas queimaduras por fogo. 
 
 
Fig. 2-15 - Enrolando a vítima num cobertor para abafar as chamas - queimaduras 
por fogo. 
 
 
Fig. 2-16 - Rolando a vítima no chão nas queimaduras por fogo. 
 
8) Queimaduras por substâncias químicas: 
(a) retire todas as peças de roupas que estejam impregnadas da substân-
cia química que causou a queimadura; 
(b) lave demoradamente, com água fria, todas as feridas, para que não 
reste qualquer resíduo da substância química. Se a queimadura tiver atingido os 
olhos, aja da mesma maneira; 
(c) depois de lavar bem a ferida, coloque sobre ela um curativo grosso de 
gaze. 
9) Queimaduras no tórax, abdômen e costas: 
(a) jogueágua fria sobre as feridas para acalmar as dores; 
(b) remova a vítima para um hospital; 
 62 
(c) atenção: Estes casos são tão graves que a vítima deve ser removida, 
mesmo que esteja em estado de choque. 
r) Insolações 
1) Uma insolação pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: 
(a) tontura; 
(b) enjôo; 
(c) dor de cabeça; 
(d) pele seca e quente; 
(e) rosto avermelhado; 
(f) febre alta; 
(g) pulso rápido; 
(h) respiração difícil; 
(i) às vezes, inconsciência e convulsões. 
2) Em caso de insolação, proceda da seguinte maneira: 
(a) chame o médico com urgência; 
(b) enquanto aguarda a chegada do médico, coloque a vítima num lugar 
com sombra; 
(c) molhe o corpo da vítima com água fria; 
(d) deite a pessoa de costas, apoiando a cabeça e os ombros para que fi-
quem mais altos que o resto do corpo; 
(e) coloque sobre a cabeça da vítima, axilas e virilha, uma bolsa de gelo ou 
uma toalha com água gelada para baixar a febre. 
s) Choques elétricos 
1) Como proceder se a vítima ficar presa à corrente elétrica: 
(a) não toque na vítima sem antes desligar a corrente elétrica: 
(b) você pode desligar a corrente elétrica; 
- desligando a chave geral; 
- tirando os fusíveis; 
- tirando o plug da tomada. (fig. 2-17); 
(c) se não for possível desligar a corrente elétrica, procure afastar a vítima 
do condutor, usando uma vara de madeira ou um cabo de vassoura, bem secos 
(fig. 2-18); 
 (d) cuidado! Verifique se seus pés estão secos e se você não está pisando 
em chão molhado, para não levar você mesmo um choque elétrico. 
 
 
Figas. 2-17 e 2-18 - Cuidados nos casos de choques elétricos. 
 63 
 
2) Como socorrer a vítima depois de afastá-la do condutor: 
(a) deite a vítima; 
(b) verifique se ela está respirando. Caso a vítima não esteja respirando, 
aplique a respiração artificial; 
(c) verifique se houve queimadura. Trate as queimaduras de acordo com o 
seu grau. 
3) Choque elétrico produzido por corrente de alta tensão: 
(a) se o choque elétrico for produzido por corrente de alta tensão (os gran-
des cabos elétricos que existem na rua), é impossível socorrer a vítima antes que 
tenha sido desligada a corrente, o que só pode ser feito na Central Elétrica; 
(b) em tais casos, você deve proceder da seguinte maneira: - procure um 
telefone e chame a Central Elétrica, a fim de desligar a corrente; 
- enquanto a corrente não for desligada, mantenha-se a uma distância 
mínima de 4 metros da vítima. Não deixe que ninguém se aproxime da vítima e 
tente socorrê-la. 
t) Fraturas 
1) As fraturas podem ser fechadas (quando não há rompimento da pele e 
expostas (quando a pela é perfurada pelo osso quebrado ou por algum objeto que 
tenha penetrado e causado a fratura. 
2) Fraturas fechadas: 
(a) só uma radiografia pode confirmar a existência de uma fratura, mas 
desde que haja suspeita, aja como se realmente existisse uma fratura; 
(b) não tente mover o local fraturado ou sob suspeita de fratura, pois isto 
poderia causar dores, feridas ou até o rompimento de veias e nervos; 
(c) imobilize imediatamente o local fraturado (fig. 2-19), 
(d) use duas talas de madeira, papelão etc., e amarre-as com tiras de pano 
em torno da fratura. 
(e) no caso de fratura do braço, as talas devem cobrir inclusive a mão para 
impedir o movimento do pulso. É preciso impedir o movimento de qualquer parte do 
membro fraturado; 
(f) faça uma tipóia para impedir os movimentos do cotovelo. Dobre um len-
ço em triângulo e prenda-o ao pescoço da vítima. Passe o braço por dentro do 
lenço; 
(g) no caso de fratura da perna, imobilize a mesma com duas talas, que 
devem atingir o joelho e o tornozelo, de modo a impedir qualquer movimento destas 
articulações; 
h) no caso de uma perna fraturada, não deixe que a vítima tente andar. Se 
for necessário transportá-la, use urna maca ou peça ajuda a alguém para carregá-
la; 
i) caso a fratura tenha provocado a deformação de um membro, tente reco-
locar o membro na posição normal antes de imobilizá-lo. Se encontrar resistência, 
não force, imobilize na posição encontrada. 
3) Fraturas expostas 
(a) Estanque a hemorragia; 
(b) Faça um curativo de gaze ou pano limpo sobre a ferida para evitar a 
penetração de poeira na mesma; 
(c) Evite movimentos do membro fraturado; se possível ponha o braço ou 
perna fraturados entre duas talas. 
(d) Procure imediatamente auxílio médico. 
 64 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2-19 - tipos de Imobilização 
 
4) Casos Especiais - fraturas de crânio, coluna, bacia e fêmur. 
(a) Não há nada que você possa fazer; 
(b) Não toque na vítima; 
(c) Providencie ambulância imediatamente; 
(d) No caso de a vítima se queixar de dor no pescoço ou nas costas e, 
principalmente, se referir alterações de sensibilidade (formigamento, insensibilidade 
e/ou dificuldade de movimentação dos braços e dedos das mãos, deve-se suspeitar 
de lesão instável na coluna cervical. Por outro lado, caso apresente esses mesmos 
sintomas nas pernas, suspeitar de lesão na coluna tóraco-lombar. 
(e) Se tiver que remover o paciente faça-o com técnica adequada (com o 
máximo cuidado, em maca dura, com a mínima movimentação da vítima), para 
evitar o agravamento da lesão da medula, que é irreversível. Luxações ou fraturas 
em articulações (ombro, cotovelo, pulso, joelho e tornozelo) 
(f) Imobilize o membro acidentado e conduza ao médico, 
u) Envenenamento 
1) Antes de mais nada, procure descobrir a causa do envenenamento. 
Se o envenenamento foi causado por um remédio ou por algum produto 
químico, procure o vidro ou a caixa onde ele se encontrava. Caso o envenenamento 
tenha sido causado por plantas ou comida, procure saber o que foi. 
 65 
2) Você deverá dizer ao médico que vai tratar da vítima: 
(a) o que causou o envenenamento; 
(b) há quanto tempo isto aconteceu; 
(c) a quantidade ingerida ou cheirada. 
3) Providências que você pode tomar, mesmo sem saber a causa do enve-
nenamento: 
(a) Faça a vítima beber vários litros de água ou leite. Isto vai diluir o vene-
no que está no estômago. 
(b) Esta recomendação não se aplica se a vítima estiver inconsciente, ou 
se a ingestão ocorreu há uma hora ou mais. 
- Você sabe que não se pode dar nada de beber a uma pessoa que está 
inconsciente. 
(c) Se a pessoa estiver consciente e tiver ingerido água ou leite, procure 
fazer a pessoa vomitar, para que elimine o veneno. 
(d) Você pode fazer a vítima vomitar, introduzindo uma colher ou o dedo na 
garganta da vítima. Faça isto com cuidado, para não machucar a vítima. 
(e) Atenção: - Não provoque vômito se a vítima estiver inconsciente, ou se 
o envenenamento for causado por gasolina, querosene, diluentes de tintas, ácidos 
ou soda cáustica. 
4) Procedimento se você souber a causa do envenenamento: 
(a) Envenenamento por ácidos 
- Faça a vítima beber uma destas coisas: 
- leite; 
- água com bicarbonato; 
- azeite de oliva, 
- clara de ovos. 
- Estes produtos ajudam a aliviar a irritação do aparelho digestivo. 
5) Envenenamento por soda cáustica 
(a) Faça a vítima beber uma solução de vinagre e suco de limão diluídos 
em água; 
(b) A seguir, dê leite, água, azeite ou clara de ovos. 
v) Picadas de animais peçonhentos: cobras, aranhas, escorpiões e mordidas 
de animais raivosos: 
1) É importante capturar o animal que picou a vítima, pois a identificação do 
animal facilita o tratamento. (É claro que a busca do animal e o atendimento à víti-
ma devem ser feito por duas pessoas). 
2) Em caso de picadas de cobras, se o atendimento for feito nos primeiros 
30 minutos após o acidente, o veneno ainda pode ser extraído. Isto pode ser feito 
por sangramento ou por sucção. 
3) Procure uma agulha, ou um alfinete ou mesmo um espinho e faça perfu-
rações não muito profundas em torno do local picado. 
4) Em seguida, esprema a área perfurada para que -sangre bastante. Desta 
forma, uma parte do veneno sairá junto com o sangue. 
5) Você também pode extrair o veneno fazendo sucção com a boca. 
Entretanto, você só pode fazer isto se não tiver nenhuma lesão na boca,como feridas, aftas ou úlceras. 
6) No caso de picada de aranha ou escorpião, não faça o sangramento. 
7) Em qualquer caso, a vítima deve ser removida imediatamente para um 
hospital ou uma farmácia onde possa receber auxílio. 
 66 
8) Não deixe que a vítima caminhe, principalmente se a picada foi nos mem-
bros inferiores. Sempre há algum meio de transportar a vítima. 
9) Nunca faça um torniquete nem faça cortes. Em determinados tipos de pi-
cadas, um torniquete pode ter conseqüências fatais, pois certos venenos causam 
gangrena e outras hemorragias. 
10) Aplique o soro polivalente imediatamente, se o tiver em mãos, de acordo 
com as instruções na bula, e em seguida encaminhe diretamente ao hospital (em 
São Paulo, Instituto Butantã). 
11) Mordidas de animais raivosos: 
(a) Qualquer animal pode contrair a raiva e se tornar um transmissor. To-
dos os animais que causaram mordedura devem ser mantidos em observação num 
período de pelo menos 10 dias. Mesmo vacinados, os animais podem às vezes 
contrair doença. 
(b) Todas as mordidas de animais devem ser vistas por um médico. 
(c) As vítimas devem ser levadas ao Instituto Pasteur ou outras institui-
ções, a fim de serem examinadas pelo especialista. 
x) Parto de Urgência 
1) O atendimento de urgência a um parto resume-se em ajudar a parturiente 
a amparar o bebê. Só o médico ou as parteiras podem tomar outras providências. 
2)Você pode fazer o seguinte: 
(a) Deite a parturiente. Se não houver uma cama ou um sofá por perto, 
deite-a no chão forrado com almofadas ou panos; 
(b) Faça a parturiente urinar e evacuar, antes que as dores do parto fiquem 
muito fortes e os intervalos entre elas fiquem muito curtos; 
(c) Quando o intervalo entre as dores for de 2 a 3 minutos, coloque a par-
turiente na posição correta para iniciar o parto; 
(d) Lave bem as suas mãos para amparar o bebê; 
(e) Cada vez que a parturiente sentir uma contração, faça com que ela 
prenda a respiração e faça força para expulsar o bebê; 
(f) Quando a cabeça aparecer, cubra o ânus da parturiente com um peda-
ço de gaze ou pano limpo; (Fig.2-20). 
 
 
 
Fig. 2-20 - Quando a cabeça aparecer, cubra o ânus da parturiente com gaze ou um 
pano limpo. 
 
(g) Enquanto a cabeça da criança for saindo, peça à parturiente que respi-
re em ritmo bem acelerado (respiração curta e rápida); 
(h) No momento em que a cabeça do bebê sair, ampare a cabeça para 
que a criança não se machuque (Fig. 2-21); 
 67 
(i) Depois de sair a cabeça do bebê, o resto do corpo vai sair com facilida-
de e rapidez. Não puxe o corpo da criança; você deve apenas ampará-lo (Fig. 2-
22). 
 
 
 
Fig. 2-21 - Não puxe o bebê. Espere o desenrolar do nascimento. Ao sair, a cabeça 
do bebê faz um pequeno giro. 
 
 
 
Fig. 2-22 - Neste momento começam a sair também os ombros e o resto do corpo. 
 
(j) Nos raros casos em que houver dificuldade de saída dos ombros: 
(k) Pegue a cabeça da criança em suas mãos e abaixe-a com muito cuida-
do para um ombro poder sair. Depois levante a cabeça do bebê um pouco para sair 
o outro ombro; 
(I) Após o nascimento, ajude a criança a respirar. Retire a secreção muco-
sa que se acumulou na boca e no nariz do bebê, com gaze ou com um pano bem 
limpo. Não use lenço de papel nem algodão; 
(m) Se a criança chorar, é sinal de que está respirando. Se a criança não 
chorar, segure-a firmemente pelas pernas, de cabeça para baixo. Isto permitirá a 
saída de qualquer líquido que esteja impedindo a respiração; 
(n) Dê alguns tapinhas bem delicados nas costas do bebê, para ajudar a 
respiração; 
(o) os bebês nascem cobertos por uma secreção mucosa (como uma 
“gosma"); 
(p) Você deve tirar toda esta secreção que se acumulou na boca e no nariz 
do bebê. Isto deve ser feito com gaze ou pano bem limpo; (Fig. 2-23). 
 
 68 
 
Fig. 2-23 - Retirar a secreção que cobre o bebê. 
 
(q) Se tudo isto não der certo, aplique a respiração artificial. Sopre suave-
mente. Lembre-se de que os pulmões do bebê são frágeis; 
(r) Amarre o cordão umbilical a mais ou menos quatro dedos de distancia 
do corpo do bebê. Use um barbante ou fita bem fina e limpa; 
(s) Faça dois outros nós no cordão, um pouco mais adiante; 
(t) Corte o cordão entre o 2. O e o 3. O nó; portanto, ficarão dois nós do la-
do da criança. O corte não causará dores à criança nem à mãe, (Fig. 2-24). 
 
 
Fig. 2-24 - Corte o cordão umbilical entre o 2.o e 3.0 nó 
 
(u) Coloque o bebê deitado de bruços, com a cabeça de lado, sobre a bar-
riga da mãe. Cubra-o para mantê-lo aquecido; 
(v) Agora, dê assistência à mãe. Não tente puxar o cordão umbilical. Ele 
sairá naturalmente junto com a placenta mais ou menos vinte minutos após o nas-
cimento; 
(w) Se após a saída da placenta, houver hemorragia forte, tampone a va-
gina com gaze, algodão ou panos limpos; 
(x) Comprima com as mãos a parte de cima da barriga da mãe e enfaixe 
firmemente; 
(y) Recomendações especiais: 
- se o médico não chegar até o final do parto, transporte a mãe e a cri-
ança para um hospital. Não deixe que a parturiente ande, leve-a deitada; 
- não deixe que a mãe amamente o bebê. O primeiro choro não é sinal 
de fome, é apenas vitalidade; 
- se ao invés da cabeça, o nascimento se iniciar por alguma outra parte 
do corpo (braços e pernas) não faça nada. Leve a mãe imediatamente para o hospi-
tal ou aguarde a chegada do médico. 
z) Afogamento. 
1) Antes de mais nada, é preciso retirar a vítima da água; 
2) Você deve agir rapidamente, mas sem precipitação. Verifique se existem 
correntezas; verifique também o tamanho e o peso da vítima, e se a vítima está 
consciente ou inconsciente; 
 69 
3) Se a vítima estiver consciente, é provável que ela esteja desesperada e 
em pânico. Você deve se atirar na água para salvá-la (desde que você mesmo 
saiba nadar, é claro ... ), mas deve evitar que a vítima, em desespero, se agarre a 
você; 
4) Procure colocar ao alcance da vítima alguma coisa em que ela possa se 
agarrar; barcos, pranchas, bóias, pedaços de pau, cordas etc.; 
5) Se a vítima estiver desacordada, você deve arrastá-la para a margem. 
Neste processo, mantenha o rosto da vítima fora da água; 
6) Uma vez alcançada a margem, se a vítima estiver consciente, bastará ge-
ralmente aquecê-la e tranqüilizá-la; 
7) Se a vítima do afogamento estiver inconsciente, é provável que ela esteja 
com frio, arroxeada e com a respiração suspensa. Neste caso, é preciso reanimá-
la; 
8) Coloque a vítima deitada de bruços, com a cabeça mais baixa do que o 
resto do corpo. O tórax e o abdômen da vítima devem estar calçados com o braço 
da vítima; 
9) Nesta posição comprimir e descomprimir a base do tórax com as mãos 
abertas, adotando-se a posição dita "posição montada"; 
10) Se você conseguir reanimar a vítima desta maneira, vire-a e aplique a 
respiração boca a boca; 
11) Assim que a vítima estiver melhor, providencie a sua remoção para o 
hospital. 
 
4.8 - Vítima inconsciente 
a) Diante de uma vítima inconsciente, procederemos da seguinte forma, na se-
qüência: 
1) Desobstruir as vias aéreas, retirando dentaduras, pontes móveis, secre-
ções e qualquer tipo de corpo estranho que esteja dificultando a respiração; 
2) Posicionar a cabeça de forma que fique estendida para trás, impedindo 
que a língua obstrua a garganta; 
3) Estancar eventuais hemorragias externas com o método adequado; 
4) Palpar o corpo todo, delicadamente, para verificar a existência de fraturas; 
5) No caso do paciente inconsciente não haverá referência da dor. Suspei-
tar-se-á, no caso, de fratura, se alguns dos seguintes sinais forem observados: 
(a) Posicionamento anômalo do membro; 
(b) Inchaço localizado no membro ou articulações; 
(c) Crepitação (como quando se esfregam os cabelos entre os dedos sua-
vemente, a palpação do foco da fratura. 
6) Imobilizar as fraturas conforme foi descrito anteriormente; 
7) Chamar o médico ou transporte especializado; 
8) Se não for possível atender ao item anterior, transportar o paciente pelo 
método da padiola, como descrito adiante nestemanual. 
 
4.9 - Transporte de feridos 
a) Quem presta primeiros socorros pode ver-se na necessidade de transportar 
um ferido ou uma pessoa atingida inesperadamente por enfermidade grave. 
b) É preciso pesar bem os prós e os contra do transporte de um ferido, Casos 
há em que a natureza da lesão torna imperioso o transporte, e outros em que pode 
 70 
haver dúvida. Se há médico próximo, ele decidirá se a lesão pode tratar-se em casa 
ou é necessário transportar o paciente para uma instituição médica. 
c) Sempre que possível, é melhor que o transporte seja realizado por pessoal 
especializado em ambulância de hospital, ou outras pessoas orientadas por um 
médico. Será preciso usar o bom senso para saber o que é melhor em cada caso. 
Dar-se-ão neste capítulo algumas noções acerca da maneira de levantar e 
transportar os feridos segundo as diversas facilidades existentes. Erguer ou 
transportar um traumatizado de maneira incorreta pode, em muitos casos, agravar a 
lesão. d) Para preparar o ferido para o transporte, deve-se fazer o que explicamos nos 
capítulos anteriores (exame do ferido, prevenção e tratamento do choque etc.). É 
óbvio que é preciso descobrir com urgência, pelo exame do paciente, se alguma 
lesão requer precauções especiais para o transporte. 
e) Transporte de traumatizados de coluna 
1) Se for imprescindível a remoção da vítima com suspeitas de fratura de co-
luna, tomar as seguintes precauções; 
(a) O transporte deve ser feito em maca ou padiola duras com a vítima em 
decúbito dorsal (de barriga para cima); 
(b) Os pacientes devem ser transferidos e manipulados com muito cuidado 
para se evitar flexão ou extensão excessiva de regiões da coluna com suspeita de 
lesão; 
(c) Evite movimentos de virar ou dobrar a coluna, principalmente no mo-
mento de se colocar na maca ou padiola; 
(d) No caso de coluna cervical traumatizada, ao transportar a vítima, colo-
que um calço de cada lado da cabeça para manté-la imóvel. 
f) Os vários meios de transporte 
O transporte pode ser manual (quando se transporta o ferido sem ajuda de 
aparelho algum), ou por meio de material especial ou improvisado (padiola, cadeira 
etc.), ou por meio de veículos, automóvel, ambulância, avião, helicóptero, carro etc. 
g) Princípios gerais de transporte 
1) Para maior proveito do paciente, deve tratar-se de transportá-lo na medida 
do possível deitado, de maneira ao mesmo tempo suave e rápida, sendo preferível, 
salvo em casos de extrema urgência, sacrificar a rapidez em favor da suavidade de 
movimentos, ainda que mais lentos. Conseguir ou improvisar uma padiola é melhor 
que o transporte manual 
2) Evitar a pressa indevida e os movimentos desatinados que ela provoca. 
Os movimentos serão suaves e lentos. Evitar, na medida do possível, movimentos 
bruscos e solavancos. 
3) Se há mais de uma pessoa, uma delas, a mais experiente, será quem di-
rige, e a outra ficará com o paciente e o atenderá até que seja posto em mãos do 
médico. 
4) Se a lesão é pequena e não incapacita o paciente, pode permitir-se-lhe 
que vá caminhando, se a distância é curta. 
5) Pode ir sentado, o paciente que tem lesões leves e não está inconsciente 
nem com o estado geral afetado. Quando há dificuldade de respirar, pode, se ne-
cessário colocá-lo semí-sentado. 
6) Em todos os demais casos é preferível que o transporte se faça deitado 
h) Transporte manual (Fig. 2-25) 
O método de levantamento e transporte de um ferido variará segundo o nú-
mero de pessoas que possam ajudar, a força, ou melhor ainda, a habilidade dos 
 71 
mesmos, o peso e a espécie de lesão do paciente. É preferível obter a ajuda de 3 
ou 4 pessoas para tornar o transporte o melhor possível. 
i) Levantamento e transporte do ferido, por uma pessoa 
1) Sempre que possível, tratar de conseguir que outra pessoa ajude a levan-
tar e transportar o ferido, pois assim se fará com menor esforço e com maior suavi-
dade para o paciente. As circunstâncias poderiam, no entanto, obrigar a quem pres-
ta primeiros socorros a atuar só. Em caso de fratura é preferível não tentá-lo, a fim 
de não agravar o estado do ferido ou não provocar-lhe sofrimentos. 
(a) Pessoa consciente: 
- colocar-se à esquerda do ferido, com o joelho esquerdo apoiado no so-
lo; 
- colocar o braço direito debaixo da parte superior do tórax e o esquerdo 
por baixo dos joelhos; 
- pedir ao ferido que se pegue com os braços ao pescoço de quem o le-
vanta; 
- por-se em pé e transportá-lo; 
- pode-se levar também nas costas, método este menos cansativo. 
(b) Pessoa inconsciente 
- Varia o procedimento para levantá-lo segundo esteja de costas ou de 
bruços. 
- Enfermo de Costas: 
- amarrar ambas as mãos com uma "gravata". Passar as mãos amarra-
das pelo pescoço de quem auxilia, e levantá-lo depois na forma descrita para a 
pessoa que esteja na posse dos sentidos. 
- Enfermo de bruços: 
- ajoelhar-se diante do caído, olhando para sua cabeça. Pôr os braços 
debaixo das axilas do acidentado e levantá-lo, até que esteja sobre seus joelhos. 
Pegá-lo pela cintura e levantá-lo, até que esteja em pé (ajudando com os joelhos). 
Pegar depois, com a mão esquerda, o punho do paciente, e agachar-se, jogando o 
paciente para cima do ombro e das costas. 
Com o braço direito, pegar o joelho direito do paciente e levantar-se. O 
paciente ficará sobre os ombros de quem o socorre. Este, com seu braço e mão 
direitos, o pega pelos membros inferior e superior direitos (ver fig 2-25). 
- O descrito acima é válido quando se tem absoluta certeza de que: 
- a vítima está respirando bem; 
- não há qualquer tipo de fratura; 
- não há mais ninguém por perto para ajudar. 
j) Como ajudar a caminhar um acidentado leve 
Pôr-se do lado do paciente, passar o braço são do mesmo sobre o ombro e suster-
lhe o punho com a mão. Se necessário, passar o outro braço pela cintura do enfer-
mo para ajudá-lo a suster-se e caminhar. 
l) Levantamento por duas pessoas (Fig. 2-26). 
1) Pessoa inconsciente ou que deve se movimentar pouco: 
2) Dois métodos são aplicáveis: 
 72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 73 
 
 
Fig. 2-25 - Transporte de feridos 
a) Pôr-se de joelhos, um de um lado e outro do outro e passar cada um 
uma das mãos debaixo do dorso e a outra por trás dos joelhos, segurando-as de-
baixo do paciente. Para levantar é mais prudente que um deles se levante primeiro, 
ficando agachado, e em seguida o outro. 
b) Outra maneira é a seguinte: porem-se ambos os socorristas do mesmo 
lado, ajoelhados, passando um deles um braço por trás da cintura e o outro por 
baixo da parte alta do dorso, e quem se encontra na extremidade das pernas e das 
coxas. Ao comando de quem dirige, por-se-ão em pé. 
c) O transporte poderá fazer-se na mesma forma em que está o ferido ao 
terminar de levantá-lo do chão, podendo utilizar-se qualquer dos procedimentos de 
transporte em padiola verdadeira ou improvisada, que mencionaremos a seguir. 
m) Transporte por duas pessoas 
1) Segundo o estado geral do paciente, este poderá ir a pé, ajudado por du-
as pessoas, sentado ou semideitado. 
 
 
 
 
 
Fig. 2-26 - Transporte por duas pessoas 
 
 74 
(a) A pé 
- Este método é semelhante ao já descrito para o caso de um único so-
corrista. Neste caso, haverá um de cada lado. Caminhar lentamente, marcando 
passo com o paciente. 
(b) Sentado 
- É semelhante este transporte ao brinquedo que as crianças chamam 
"cadeirinha". Forma-se um assento com três mãos ou com quatro. É aplicável a um 
paciente que não possa caminhar, mas sem tendência a desmaios, e que possa 
utilizar um dos braços ou ambos. Se puder usar ambos, fazer-lhe um assento com 
três mãos, para que o braço de um dos socorristas fique livre para suster o paciente 
do lado ferido. 
(c) Cadeira com quatro mãos 
- Cada um dos socorristas se ajoelha a um lado do paciente sentado, 
pede-se-lhe que ponha os braços sobre os ombros dos auxiliares. Passar a seguir 
os braços por baixo das coxas do paciente, pegando cada um seu próprio punho 
direito, e a seguir, coma mão direita pegar o punho esquerdo do outro auxiliar. 
Levantam-se juntos e caminham com "passo desencontrado", começando quem 
está à esquerda, com o pé esquerdo e quem está à direita, com o pé direito (Fig. 2-
27). 
 
 
 Fig. 2-27 Fig. 2-28 
 
Fig. 2-27 - Levantamento por duas 
Fig. 2-28 - Cadeira com três mãos. 
 
(d) Cadeira com três mãos 
- É semelhante à anterior, salvo em que as mãos se entrelaçarão na 
forma que mostra a gravura, ficando livre o braço de um dos socorristas para pas-
sá-lo debaixo dos ombros do paciente. (Fig. 2-28). 
(e) Cadeira com duas mãos 
- Pode-se levá-lo também sobre duas mãos entrelaçadas, que se pas-
sam por baixo das coxas. Passar, cada um, um braço pelas costas do paciente e 
pegar o ombro um do outro. O paciente passa os braços pelos ombros de ambos. 
(f) Enfermo sem sentidos (transporte semideitado). 
- Um dos socorristas se põe entre as pernas do acidentado (ou doente), 
pegando-lhe os membros inferiores por baixo dos joelhos, enquanto o outro passa 
os braços por baixo das axilas, cruzando as mãos por cima do peito do paciente. 
Levantam-se juntos e começam a marcha, um com o pé esquerdo e o outro com o 
 75 
direito, para evitar o excessivo balanço do paciente. O ajudante mais forte sustenta-
rá a cabeça e os ombros. Não se deve usar este modo de transporte se há fraturas 
ou luxações ou alguma lesão grave. 
 n) Levantamento e transporte com três pessoas 
 1) Na falta de padiola, este método é um bom substituto dela. Não se pode 
usar, entretanto, quando há fratura na coluna vertebral ou de membro inferior, a 
menos que esteja muito bem imobilizado, e unido ao são, o membro fraturado. 
 2) Se há um lado lesionado, pôr-se do outro. Os três estarão sobre o mesmo 
lado, o mais forte na altura dos quadris, que lhe segue em forças na altura dos 
ombros, e o menos forte na altura das pernas e pés. Cada um estará apoiando no 
solo o joelho que fica para a extremidade dos pés do ferido. 
 3) Quem está mais próximo da cabeça passará um braço por trás da nuca e 
dos ombros e o outro por trás da parte alta das costas. O do meio passará os bra-
ços por baixo dos quadris, e o terceiro por baixo dos joelhos e tornozelos. Levantá-
lo a seguir até colocá-lo sobre o joelho que não se apóia em terra e sustê-lo ali 
enquanto é melhor acomodado. Feito isto, os auxiliares se levantam. Colocá-lo de 
lado, com o peito contra o peito de quem está suportando a cabeça e o tórax. Ca-
minhar, marcando todos passos certos. (Fig. 2-29). 
o) Levantamento com seis pessoas 
Pode utilizar-se, para levantar um fraturado de coluna vertebral. Colocam-se 
três pessoas de um lado e três do outro e passam alternadamente as mãos por 
baixo do paciente, mantendo um joelho em terra. Levantam-se todos a um tempo, 
lentamente, tratando para que não se mova o lugar fraturado. 
p) Transporte em material especial ou improvisado 
1) Transporte em uma cadeira 
 
Fig. 2-29 - Padiola improvisada com cobertor 
 
É uma boa maneira de subir ou descer com um paciente por escadas. É 
conveniente que a cadeira tenha o encosto mais reto possível. O paciente será 
sentado na cadeira, sendo transportado com um ajudante em cada extremidade da 
mesma e um de cada lado, segundo a largura da escada. 
2) Padiolas improvisadas 
(a) Quando não se pode conseguir uma padiola, com um pouco de enge-
nho pode improvisar-se uma. Algumas das coisas que podem ser usadas, são: 
- uma tábua, porta, veneziana, escada, catre. São mais fáceis de trans-
portar as descritas a seguir. 
 76 
- com um cobertor - arranjar duas varas compridas e redondas e nelas 
enrolar as extremidades do cobertor, até que fique da largura de 60 centímetros. 
Fixar a parte enrolada com alfinetes de segurança, ou com cordas que se passarão 
por orifícios feitos no cobertor. Muito bom resultado dá o método que mostra a figu-
ra abaixo. Se não se conseguem varas, dobrar o cobertor várias vezes. Neste caso 
deve ser levado por três pessoas de cada lado, para impedir que afunde na parte 
média (Fig. 2-29). 
- com sacos - dois sacos fortes se atravessam por seus lados com duas 
varas. (Fig. 2-30). 
 
 
 
fig. 2-30 - Padiola improvisada com sacos 
 
- casaco e colete - pôr os casacos com as mangas viradas para dentro e 
abotoadas. Passar as varas pelas mangas. A parte que corresponde às costas será 
a que formará a face superior da padiola. Pode fazer-se também a padiola com um 
casaco e um colete, usando a parte correspondente a este para os membros inferi-
ores. 
3) Maneira de usar as padiolas improvisadas 
 Se usa uma tábua, porta, escada ou veneziana, pôr por cima cobertores, 
palha ou roupa, para que fique mais confortável. Nas outras, provar a padiola com 
uma pessoa sã, para ver se resiste ao peso. Ver, adiante, as instruções gerais para 
o transporte em padiola. 
4) Padiola propriamente dita 
a) Há muitos e variados modelos. Têm todas em comum o fato de serem 
leves, simples e desarmáveis. Uma forma muito comum utilizada em hospitais e 
sanatórios é a de ferro esmaltado ou niquelado, com lona. As pernas e as braçadei-
ras são dobráveis. 
b) A padiola tipo Furley é utilizada na Inglaterra e Estados Unidos. É do-
brável. 
5) Maneira de levar a padiola. 
a) Segundo o peso do paciente, o número de pessoas que podem ajudar e 
a distância a percorrer, a padiola poderá ser levada por duas ou quatro pessoas. 
Quando são quatro as pessoas, poderia cada urna delas pegar uma das braçadei-
ras (do lado de fora), ou podendo dois dos carregadores colocarem-se ao lado da 
padiola, pegando uma borda. 
b) Para evitar os solavancos que prejudiquem o paciente, prudente é se-
guir os conselhos seguintes: 
- ao levantar a padiola, fazê-lo simultaneamente em ambas as extremi-
dades e de maneira suave. 
- caminhar com passo desencontrado (começar a caminhar um com o 
pé direito e o outro com o esquerdo). Se são quatro os carregadores da padiola, 
começarem todos a caminhar com o pé que dá para a padiola. 
 77 
- quando o terreno é plano, levar o paciente com os pés para adiante. 
Quando for inclinado, tratar de manter a padiola horizontal. Se cansa levá-lo hori-
zontalmente, em caso de fratura de membro inferior, levar na forma habitual em 
subida e em descida com a cabeça para adiante, com o propósito de impedir que o 
peso do corpo comprima a fratura. No caso de um paciente que se sente bem, para 
manter a cabeça um pouco mais elevada que o corpo, levá-lo com a cabeça para 
adiante nas subidas e na forma habitual nas descidas. 
- se possível, evitar passar a padiola atravessando valos, paredões ou 
cercas de arame. 
q) Transporte em veículo 
1) Transporte em carroça 
É freqüente no campo ter que recorrer a este meio de transporte de feridos 
ou enfermos. Colocar a padiola verdadeira ou improvisada sobre um colchão ou 
utilizar como padiola um estrado de cama com o colchão por cima. Na falta de outra 
coisa, colocar palha e o colchão por cima. É conveniente que alguém vá atrás com 
o paciente para evitar que se mova com os solavancos da carroça, às vezes inevi-
táveis. A cabeça estará para diante. 
2) Transporte em caminhão 
(a) Far-se-á na mesma forma que em carroça. É mais conveniente que se-
ja um caminhão leve, pois tem molas mais suaves. Evitar as freadas bruscas. É 
preferível ir devagar. 
(b) Para levantar a padiola sobre uma carroça ou caminhão, é conveniente 
que haja pelo menos três pessoas. Depois de haver-se levantado a padiola até o 
nível do assoalho do caminhão, será mantida por duas pessoas, enquanto outra 
sobe para ajudar a pô-Ia dentro do veículo. Se há somente duas pessoas, apoiar 
uma extremidade da padiola sobre o assoalho e, enquanto uma pessoa sustém a 
extremidade livre, a outra sobe ao veículo. 
3) Transporte em automóvel 
(a) Se é um automóvel de duas portas, colocar a padiola com a parte que 
corresponde à cabeça sobre o assento traseiro, e a parte anterior da padiola sobre 
o dianteiro, dobrado. Se hádesnível, compensá-lo colocando sobre o assento mais 
baixo cobertores ou outra coisa para nivelar. Se custa colocar a padiola, pôr primei-
ro a padiola e em seguida o enfermo sobre ela. 
(b) Em um automóvel comum, ter-se-á que colocar o traumatizado sem 
padiola, deitado sobre o assento, com as pernas dobradas, para que possa ali ca-
ber. No lugar que corresponde à cabeça, pôr travesseiros, ou melhor ainda, para 
que atenda o paciente durante a viagem, alguma pessoa, sobre cujas pernas ele 
apoiará a cabeça e os ombros. Às vezes, o transporte poderá fazer-se em um rebo-
que. 
4) Transporte em ambulância 
É o meio ideal de transporte, pois está provido de padiola, lugar para colocar 
um ou dois pacientes e pessoal especializado para efetuar o transporte. 
r) Transporte por estrada de ferro 
 Em um trem comum pode ser necessário pôr paciente sobre uma padiola no 
vagão destinado ao transporte de mercadorias, se não há vagão-dormitório nem 
compartimento em que possa ficar deitado. Em caso de catástrofe ou de guerra 
costuma haver composições sanitárias especiais. 
s) Transporte em barcos 
 78 
 Onde há rios navegáveis, um dos métodos mais suaves de transporte é o 
fluvial. Tem ele o inconveniente de lentidão. Para o embarque e desembarque, 
aplicar-se-ão os mesmos princípios gerais que já explicamos anteriormente. 
t) Transporte por via aérea 
1) Está-se utilizando mais e mais para o transporte de feridos e enfermos 
graves, este meio que permite, em poucas horas, levar o paciente aos grandes 
centros do país. 
2) Um grande progresso constituem os helicópteros, que permitem atingir as 
zonas de outra maneira inacessíveis e isoladas, onde um avião comum não encon-
traria lugar para pouso e onde uma ambulância não teria estrada praticável. É de se 
esperar que multiplique o número destes aparelhos dedicados a tão humanitário 
propósito. 
 
5.0 - RELACIONAMENTO COM O PÚBLICO 
 
5.1 Fundamentos 
 a) Todo PM, de serviço ou não, é um agente de relações públicas da Corpora-
ção. 
b) Qualquer ato praticado é considerado como manifestação da instituição a 
que pertence. 
c) Além da vida profissional, sua vida particular tem que ser exemplar uma vez 
que o PM, normalmente, exerce liderança na comunidade. 
 
5.1 Virtude 
 a) Absoluto respeito pela vida humana, jamais usando seus conhecimentos, 
posto ou instrumentos que lhe são confiados pela sociedade, de forma arbitrária ou 
em situações não amparadas pela lei. 
 b) O PM não deverá, jamais, fazer comentários desairosos a seus superiores, 
pares ou subordinados. 
 c) A solidariedade não pode induzir o PM a ser conivente com a infração das 
leis em vigor, devendo agir segundo os preceitos regulamentares. 
d) Exercer as funções com dignidade e consciência, observando, na profissão 
ou fora dela, as normas prescritas neste manual, pautando seus atos pelos mais 
rígidos princípios morais, de modo a se fazer estimado e respeitado na Corporação 
ou na parcela da sociedade onde atuar ou conviver. 
e) Cultuar a instituição da família, em todos os seus aspectos, por ser a “célula 
mater" da sociedade, tendo em vista que o comportamento particular dos integran-
tes da Corporação refletirá sobre o posicionamento da Instituição, perante a opinião 
pública. 
f) Pautar a conduta de forma a apresentar-se para o serviço em perfeitas condi-
ções físicas, psíquicas e mentais, a fim de bem desempenhar as funções. 
 
5.2 Atitude e conduta do PM 
a) Manter atitude serena, postura erecta, não gesticulando exageradamente ao 
falar. A atitude do PM em serviço deve distinguir-se da do mero espectador ou pas-
sante. Deve demonstrar atitude profissional de quem sabe o que faz e está cônscio 
de estar fazendo. 
 79 
b) Evitar atitude de patrulha disciplinar ou de patrulha militar em zona ocupada, 
afetada, rígida, exageradamente marcial, pois isto o distanciará da população, ini-
bindo a aproximação daqueles que necessitem. 
c) Não fumar durante o atendimento ao público e atendimento de ocorrência e, 
fora disto, fazê-lo com discrição. Também não comer frutas ou lanches em vias 
públicas. Se tiver que tomar um lanche, fazê-lo em lugar sóbrio, de preferência ao 
fundo do estabelecimento. 
d) Ser sociável, evitando, entretanto, participar de "rodinhas". 
1) O patrulheiro deve integrar-se na vida do seu subsetor, especialmente, no 
caso de patrulhas de vias públicas. 
2) Deve conversar com motoristas de táxis, gerentes de bancos e de lojas, 
bem como com demais freqüentadores do subsetor, estabelecendo um relaciona-
mento que lhe permita a coleta constante de informações. 
3) Sua conversa, especialmente com mulheres, deve ser comedida, evitando 
a intimidade que possa tolher-lhe qualquer ação futura ou ser mal interpretado. 
4) Lembrar-se que toda informação tem sempre valor se analisada e somada 
a outras. Não deve o patrulheiro fazer segredo ou monopólio das informações que 
recebe, mas transmiti-las ao seu Comandante. Muitas informações que colha serão 
úteis aos seus colegas que trabalham em Outros horários de serviços. 
5) Muitas vezes a pessoa que está informando nem se apercebe do fato, 
portanto o patrulheiro deve ter tato para colher todos os informes possíveis, mas 
sem despertar-lhe suspeitas. 
6) Além das pessoas já citadas, são excelentes fontes de informações, pela 
atividade que exercem ou pelo tempo ocioso de que dispõem: 
(a) entregadores de leite, jornais, bebidas e outros; 
(b) pessoas que trabalham em bancas de jornais; 
(c) vendedores de bilhetes de loteria; 
(d) empregados de bares, bilhares; 
(e) aposentados; 
(f ) engraxates. 
e) No trato com o público, ser sempre cortês, principalmente no atendimento de 
ocorrências, jamais tomando partido, lembrando-se sempre que representa a lei e 
não deve transformar-se em parte da ocorrência. 
f) Evitar a permanência desnecessária dentro de estabelecimentos, entrando 
naqueles suspeitos ou incompatíveis apenas quando, para o desempenho de fun-
ções próprias de patrulheiro (vigilância, detenção ou averiguações). 
g) Quando abordado pelo rondante ou outro superior hierárquico, de qualquer 
posto ou graduação, apresentar-se correta e cortesmente, numa demonstração 
pública de disciplina consciente. Nada impressiona mais o público do que conhecer 
no "seu patrulheiro", um PM disciplinado. 
 
5.3 Ritual de abordagem 
a). Envolve cinco pontos fundamentais, a saber: 
1) Cumprimento 
(a) Compete ao PM "quebrar o gelo", cumprimentando o usuário: 
 - Bom dia, cidadão; 
 - Boa tarde, senhora; 
 - Boa noite, cavalheiro. 
(b) A seguir, o PM esclarece os motivos da abordagem. 
 80 
2) Tom de voz 
Adequado e moderado - não adianta "gritar" ou "falar grosso" para se fa-
zer ouvir, nem para impressionar e muito menos para reprimir. Uma frase aparen-
temente normal pode ser ofensiva, dependendo da tonalidade de voz empregada. 
Uma voz áspera machuca os ouvidos. Lembre-se: a maioria dos atritos são devidos 
unicamente a uma tonalidade de voz inadequada. 
3) Linguagem 
Falar com correção. Existe o chavão "fale a linguagem de seu interlocu-
tor", o qual até certo ponto é válido para nós, porém não nos é dado descer em 
demasia. O PM deve desenvolver uma linguagem dentro dos padrões da Polícia 
Militar; para isso precisa ler muito e com freqüência. 
4) Gestos 
Os gestos dizem bastante, até mais do que às vezes pretendemos dizer. 
É preciso cuidado com os gestos. Ao abordar um infrator, devemos eliminar as 
gesticulações. Há PM que têm o hábito de levar a mão ao coldre quando conver-
sam com as pessoas, gesto este que pode ser explorado maldosamente. Outros 
apontam com o dedo ao dar uma informação e podem atingir a face de alguém que 
esteja passando. Muitos outros gestos desagradáveis, os quais depõem contra a 
pessoa do PM, poderiam ser citados, porém o importante é corrigir-se desses ges-
tos. 
5) Atitude 
Deve ser condizente com a formação policial-militar. Atentar para a pos-
tura. Não se encostar na porta do veículo ou apoiar-se em suas laterais. Tomar uma 
posição elegante, capazde impressionar por si só. Estabeleça um paralelo mental 
entre a continência e a abordagem. Por exemplo, se o militar faz a continência 
parado, atentando apenas para o gesto e para a duração, o que acontece? - A 
saudação fica ridícula, sendo notório, a qualquer leigo, que algo está errado. Porém 
se toma a posição de sentido, atentando para a atitude, qualquer um percebe sua 
formação e respeito. Na abordagem ocorre a mesma coisa; pela atitude do PM, à 
primeira vista, o infrator já sabe com quem fala. É importante lembrar, ainda uma 
vez mais, que a primeira impressão é a que fica, que facilita ou que complica o 
relacionamento entre pessoas. Tome uma atitude que demonstre atuação e não 
medo. 
 
5.4 Procedimentos diversos 
a) Para com oficiais e praças da reserva ou reformados - Não só o respeito exi-
gido pelas normas regulamentaras, mas o apreço que merece quem, com galhardia 
e entusiasmo, nos legou um passado de glórias, do qual hoje nos orgulhamos. 
b) Para com oficiais e praças da ativa - Colaborar com todos, não só prestando 
serviços profissionais, bem como solidarizando-se em dificuldades particulares que 
estejam ao seu alcance minimizar. 
c) Com oficiais e praças das Forças Armadas - O relacionamento será sempre 
em termos corteses e de alta camaradagem. 
d) Com oficiais e praças das Polícias Militares de outros Estados e Territórios - 
O relacionamento será afável, devendo empenhar-se ao máximo, quando visitado, 
para demonstrar hospitalidade e respeito às co-irmãs. 
e) Com infratores - Aplicar a punição sem ódio, não considerando a infração 
cometida como desrespeito à pessoa do PM. 
 81 
f ) Com senhoras - O relacionamento será feito sempre em termos cavalheires-
cos. 
g) Com idosos e crianças - Além de tratamento carinhoso, por representarem a 
futura e passada geração, ambos receberão atendimento especial por parte do PM 
por serem extremamente vulneráveis aos perigos que a sociedade oferece. 
h) Com a imprensa - Não solicitar, provocar ou sugerir publicidade que importe 
promoção pessoal ("vedetismo") de seus merecimentos ou atividades profissionais. 
Quando solicitado pela imprensa, transmitir, apenas, dados gerais e concretos 
sobre a ocorrência, sem dar entrevista, não emitindo opinião pessoal, orientando, 
polidamente, para que procure o órgão responsável de sua Unidade ou da Corpora-
ção. 
i) Com membros das diversas carreiras da Polícia Civil - O relacionamento será 
feito em termos de respeito e de colaboração mútuos. 
j) Em caso de dificuldade no atendimento de ocorrência, por interferência de 
terceiros (integrantes da Corporação, da Polícia Civil, políticos e membros de outros 
órgãos públicos), solicitar a presença de seu Comandante imediato. 
 
5.5 Uso da viatura 
a) A viatura é mais visível do que o próprio PM que a conduz, portanto é alta-
mente representativa da Organização, devendo ser dirigida com total observância 
das regras de circulação de trânsito, servindo, em conseqüência, de exemplo aos 
demais usuários da via. 
b) A viatura, quando utilizada na ronda normal, nas vias de grande movimento, 
obedecerá a velocidade do trânsito, posicionando-se à direita da via para facilitar o 
estacionamento, quando se defrontar com problemas. Nas vias de pouco tráfego, o 
deslocamento será em velocidade reduzida, sem prejudicar os demais usuários, 
facilitando a observação dos patrulheiros. 
c) O uso da sirene e o equipamento da sinalização luminosa ("giroflex" ou "pis-
ca-pisca") será restrito aos deslocamentos de emergência ou sinalização. 
 
5.6 Atividades de representação 
a) Funeral 
1) Identificar os parentes próximos do falecido, apresentando condolências 
em seu próprio nome ou de quem esteja representando. 
2) Evitar as aglomerações, gestos ou quaisquer outros atos que 
chamem a atenção. Agir com discrição. 
b) Casamento - apresentar-se da melhor forma possível, fazendo uso modera-
do de bebidas alcoólicas. 
c) Solenidades religiosas - agir, com todo respeito e discrição; eis que o fato de 
estar fardado fará com que todos percebam sua presença. 
d) Filmagens - aja com naturalidade e, no caso de ser solicitado previamente 
para fazê-lo, instruir o interessado para que obtenha autorização dos escalões 
superiores. 
 
 
6.0 - PROCEDIMENTOS EM INCÊNDIO E SALVAMENTO 
 
6.1 Providências antes da chegada dos bombeiros 
a) Verificar e salvar vítimas; 
 82 
b) Combater o incêndio; 
c) Isolar o local; 
d) Levantar dados, sobre vítimas, o que está queimando, onde está o fo-
go,entradas e acessos, para preparar a chegada dos bombeiros. 
 
6.2 Providências após a chegada dos bombeiros 
a) Prestar informações ao "socorro de bombeiro"; 
b) Isolar a área, não permitindo a entrada de curiosos, imprensa e outros ele-
mentos, a não ser bombeiros; 
c) Só atuar em situações de combate a incêndio e salvamento, quando solicita-
do pelo CCB (oficial em comando da operação), procurando ater-se, principalmen-
te, às ações de policiamento, evitando saques, furtos, depredações, pungas etc.; 
d) Carrear ao posto de comando da operação, os integrantes da imprensa e au-
toridades que tentarem adentrar a área isolada; 
e) Deixar livres (automóveis e pessoas) as principais vias de acesso ao local 
sinistrado, à passagem de carros de bombeiro; 
f) Desviar o trânsito; 
g) Outras missões determinadas pelo seu chefe imediato ou na falta 
deste, pelo CCB. 
 
6.3 Como chamar o bombeiro 
a). Ao chamar o bombeiro, o PM deve fornecer os seguintes dados: 
1) nome; 
2) local da ocorrência (rua, av., pontos de referência); 
3) o que está ocorrendo (fogo, salvamento etc); 
4) número do telefone usado; 
5) no caso de orelhão, dar o código do mesmo, existente na parte inferior la-
teral; 
6) permanecer junto ao telefone (se não for orelhão) desligado, para O CCB 
confirmar a chamada; 
7) na confirmação, informar da gravidade da ocorrência. 
 
6.4 Prevenção e combate a incêndio 
1) Os elementos que compõem o fogo são quatro: combustível, comburente, 
calor e reação em cadeia. 
(a) Esse quarto elemento, também denominado transformação em cadeia, 
vai formar o quadrado ou tetraedro do fogo, substituindo o antigo triângulo do fogo 
(Fig. 2-31). 
(b) Para que haja fogo, necessitamos reunir o combustível, que atingindo 
seus pontos de fulgor e combustão, gera gases inflamáveis, os quais misturados 
com um comburente (geralmente o Oxigênio contido no ar), necessita apenas de 
uma fonte de calor (uma faísca elétrica, uma chama ou um superaquecimento) para 
inflamar e começar a reação em cadeia. 
 
 83 
 
 
Fig. 2-31 - O tetraedro ou quadrado do fogo, substituindo o antigo triângulo. 
 
2) Vejamos agora elemento por elemento, suas características e sua função 
no fenômeno químico do fogo: 
(a) Combustível é o elemento que alimenta o fogo e que serve de campo 
para sua propagação. 
- Onde houver combustível, o fogo caminhará por ele, aumentando ou 
diminuindo sua faixa de ação. 
- Os Combustíveis podem ser: sólidos, líquidos e gasosos, sendo ne-
cessário que os sólidos e líquidos sejam, primeiramente, transformados pela ação 
do calor em gases, a fim de se combinarem com o comburente e formar dessa 
maneira uma substância inflamável. 
(b) Comburente é o elemento ativador do fogo; ele dá vida às chamas. 
- O fogo, em ambiente rico de comburente (Oxigênio) terá suas chamas 
intensas, desprenderá mais luz e gerará maior quantidade de calor. 
- O comburente mais comum é o Oxigênio que está contido no ar atmos-
férico, numa porcentagem da ordem de 21%; portanto é o elemento do fogo que 
está contido em quase todos os ambientes. 
- Quando o Oxigênio está numa porcentagem abaixo de 13%, não have-
rá chama, somente brasa. 
- Sem o comburente não poderá haver fogo. 
(c) Calor é o elemento que dá início ao fogo; é ele que faz o fogo se pro-
pagar pelo combustível. 
- Como já dissemos em nossa definição de fogo, os materiais necessi-
tam, primeiramente, ser aquecidos até gerar gases que, combinando-se com um 
comburente (Oxigênio), formam uma mistura inflamável, a qual,submetida a uma 
temperatura maior, inflamar-se-á, gerando maior quantidade de calor que vai aque-
cendo novas partículas do combustível e, inflamando-as de uma forma contínua e 
progressiva, vai gerando maior calor. 
- Esse processo contínuo e progressivo é o que chamamos de "Reação 
em Cadeia". 
(d) Reação Em Cadeia: os combustíveis, após iniciarem a combustão, ge-
ram mais calor; esse calor provocará o desprendimento de mais gases ou vapores 
combustíveis, desenvolvendo uma transformação em cadeia ou reação em cadeia 
que, em resumo, é o produto de uma transformação gerando outra transformação. 
 84 
b). Métodos de Extinção do Fogo 
1) Partindo do princípio de que para haver fogo é necessário o combustível, 
o comburente e o calor, que formando o triângulo do fogo, ou agora modernamente 
o quadrado ou tetraedro do fogo, quando já se admite a reação em cadeia, para 
nós extinguirmos o fogo basta retirar um desses elementos. 
(a) Com a retirada de um dos elementos do fogo, temos os seguintes mé-
todos de extinção: retirada do material, abafamento, resfriamento e química. 
2) Extinção por retirada do material: quando retiramos o combustível, evita-
mos que o fogo seja alimentado e tenha um campo de propagação. 
 Exemplos: aceiro feito para apagar fogo em mato; quando fechamos o registro 
de gás, o fogo do queimador se apagará por falta de combustível. 
3) Extinção por retirada do comburente: quando retiramos o comburente 
chamamos método de extinção por abafamento, e consiste em evitar que o Oxigê-
nio contido no ar se misture com os gases gerados pelo combustível e forme uma 
mistura inflamável. Exemplo: Se colocarmos um copo emborcado de modo que o 
Oxigênio não penetre no seu interior e tivermos uma vela acesa dentro do copo, 
notaremos que, após alguns segundos, quando o fogo consumir todo o Oxigênio do 
interior do copo, o fogo apagar-se-á por falta de comburente. 
4) Extinção por retirada do calor: quando retiramos o calor do fogo, até que o 
combustível não gere mais gases ou vapores e se apague, dizemos que extingui-
mos o fogo pelo método de resfriamento. 
5) Extinção química: quando fazemos a interrupção da reação em cadeia. 
(a) Esse método consiste no seguinte: o combustível, sob a ação do calor, 
gera gases ou vapores que, ao se combinarem com o comburente, formam uma 
mistura inflamável. 
(b) Quando lançamos determinados agentes extintores ao fogo, suas mo-
léculas se desassociam pela ação do calor e combinam com a mistura inflamável 
(gás ou vapor mais comburente), formando outra mistura não inflamável. 
c) Propagação do fogo 
1) O fogo se propaga por contato direto da chama sobre os materiais com-
bustíveis ou pelo deslocamento de partículas incandescentes que se desprendem 
de outros materiais já em combustão e pela ação do calor. 
2) O calor é uma forma de energia produzida pela combustão, ou originada 
do atrito dos corpos. Ele se propaga por três processos de transmissão: 
(a) Condução: quando o calor se transmite de molécula a molécula ou de 
corpo a corpo. 
- Para que haja transmissão por condução ou contato, é necessário que 
os corpos estejam juntos. Exemplos: se colocarmos a ponta de uma barra de ferro 
sobre o fogo, após algum tempo podemos verificar que a outra ponta não exposta à 
ação do fogo estará aquecida. 
- Nesse caso, o calor se transmitiu de molécula a molécula até atingir a 
outra extremidade da barra de ferro. 
- Se colocarmos um fardo de algodão junto a uma chapa de ferro e, na 
outra face da chapa, a chama de maçarico, em breve notaremos que a parte do 
fardo de algodão encostada na barra de ferro estará também aquecida. (Fig. 2-32). 
 
 
 85 
 
fig. 2-32 - Transmissão de calor por Condução. 
 
(b) Convecção: quando o calor se transmite através de uma massa de ar 
aquecida que se desloca do local em chamas, levando para outros locais quantida-
de de calor suficiente para que os materiais combustíveis desses locais atinjam seu 
ponto de combustão, originando outro foco de fogo. Exemplo de transmissão do 
calor por convecção: o ar quente projetado pelo secador de cabelos. 
- Nesse caso, quando o ar é aspirado pela ventoinha do motor do seca-
dor, passa antes pelas resistências aquecidas projetando ar quente sobre os cabe-
los. 
- O mesmo acontece quando num incêndio localizado nos andares bai-
xos (ou porão) de um prédio, os gases aquecidos sobem pelas aberturas verticais 
e, atingindo combustíveis dos locais elevados do prédio, irão provocar outros focos 
de incêndios (Fig. 2-33). 
 
 
Fig. 2-33 - Transmissão do calor por Convecção. 
 86 
 
(c) Irradiação: quando o calor se transmite por ondas; nesse caso, o calor 
se transmite através do espaço, sem utilizar qualquer meio material. 
- Por comparação a estes últimos, se diz que o foco calorífico "irradia" 
calor, e o calor se manifesta então como sendo irradiado. 
- O calor irradiado se compara com a luz por todas as propriedades, 
com exceção de que a luz é vista a olho nu e o calor irradiado não é percebido pela 
vista. 
- Exemplo típico de transmissão do calor por irradiação é o caso do calor 
solar para o nosso planeta (Fig. 2-34). 
 
 
Fig. 2.34 - Transmissão do calor por Irradiação 
 
d) Classes de incêndio 
1) Quanto ao material que se queima, podemos dizer que há uma divisão 
clássica, onde encontramos três tipos de incêndio que são: "A", "B" e ,,c,,. 
(a) Classe "A": fogos em sólidos de maneira geral queimam em superfícies 
e profundidade. 
- Após a queima deixam resíduos e o efeito de "resfriamento" pela água 
ou soluções contendo água, é primordial para sua extinção. Exemplos: madeira, 
papel, tecidos etc. 
(b) Classe "B": fogos em líquidos combustíveis ou inflamáveis queimam 
somente em superfície, não deixam resíduos depois da queima e o efeito de "aba-
famento" e "rompimento da cadeia iônica" são essenciais para sua extinção. 
(c) Classe "C": fogos em materiais energizados (geralmente equipamentos 
elétricos) onde a extinção só pode ser realizada com agente extintor não condutor 
de eletricidade, para o operador não receber uma descarga elétrica. 
2) Atualmente, se admite uma quarta classe de incêndio, CLASSE em que 
os estudiosos do assunto ainda não chegaram a uma conclusão, pois enquanto 
alguns autores consideram como sendo fogo em metais pirofóricos, como magné-
sio, antimônio, etc, que necessitam de agentes extintores especiais, outros a consi-
deram como fogo em produtos químicos e, outros, ainda, incêndios especiais, tais 
como: veículos, aviões, material radioativo etc. 
e) Agentes extintores 
 87 
1) São todas as substâncias capazes de interromper uma combustão, quer 
por resfriamento, abafamento ou extinção química, utilizando, inclusive, simultane-
amente esses processos; os principais agentes extintores são: 
(a) Água: cuja ação de extinção é o resfriamento, podendo ser empregada 
tanto no estado líquido como no gasoso. 
- No estado líquido sob a forma de jato compacto, chuveiro e neblina. 
- Nas formas de jato compacto e chuveiro, sua ação de extinção é so-
mente o resfriamento. 
- Na forma de neblina, sua ação é de resfriamento e abafamento. 
- A água no estado gasoso é aplicada em forma de vapor. 
- A água é condutora de corrente elétrica. 
(b) Espuma: agente extintor cuja ação de extinção é de abafamen-
to(principal) e resfriamento (secundária); por utilizar razoável quantidade de água 
na sua formação, conduz corrente elétrica. 
- A espuma pode ser obtida através de uma reação química de sulfato 
de alumínio com bicarbonato de sódio e mais um agente estabilizador de espuma. 
- Esse tipo de espuma se chama espuma química. 
- Por um processo de batimento de uma mistura de água com um agen-
te espumante (extrato) e aspiração simultânea de ar atmosférico em um 
- No estado líquido sob a forma de jato compacto, chuveiro e neblina. 
- Nas formas de jato compacto e chuveiro, sua ação de esguicho pró-
prio, temos também a formação de espuma mecânica, que pode ser de baixa, mé-
dia e alta expansão. 
(c) Gases inertes: taiscomo o anidrido carbônico ou gás carbônico (C02), 
nitrogênio e hidrocarbonetos halogenados, não conduzem corrente elétrica, são 
incompatíveis, mais pesados que o ar e extinguem o fogo por abafamento ou rom-
pimento da cadeia iônica. 
(d) Pós químicos: tais como bicarbonato de sódio, sulfato de alumínio, gra-
fite, pós especiais próprios para o fogo em magnésio, sódio e potássio. 
- Estes pós químicos geralmente atuam por abafamento e rompimento 
da cadeia iônica e não são condutores de eletricidade. 
(e) Líquidos voláteis: são agentes extintores atualmente em desuso, devi-
do a problemas de toxidez, formação de gases venenosos e corrosão quando em 
seu emprego. 
- Os mais conhecidos são o tetracloreto de carbono, o brometo de metila 
e clorobromometano. 
- Entretanto, são ainda utilizados na aviação, devido ao pequeno peso e 
volume do aparelho extintor; atuam por abafamento (principal) e resfriamento (se-
cundário). 
(f) Outros agentes: Além dos elementos já citados, podemos considerar 
como agentes extintores, terra, areia, cal, talco etc. 
f). Tipos de extintores 
1) Os tipos de extintores mais conhecidos são: 
(a) Químicos: 
 - de espuma; e 
 - carga líquida. 
(b) Pressurizados: 
 - dióxido de carbono (C02); 
 - de pó químico seco; e 
 - de água; 
 88 
 - de líquidos vaporizantes (compostos halogenados); 
 - tetracloreto de carbono; 
 - brometo de metila; 
 - clorobromometana; e 
 - outros. 
g). Aplicações dos diversos tipos de extintores: 
1) Os extintores de espuma são indicados para extinguir princípios de incên-
dios da classe "A" (madeira, papéis, tecidos, algodão etc.) quando em pequenos 
focos e "B" (líquidos inflamáveis ou combustíveis, graxas e óleos). 
(a) Não devem ser usados em equipamentos elétricos energizados, metais 
pirofóricos incandescentes e incêndios em álcool, éteres, acetona e bissulfeto de 
carbono, estes últimos, por dissolverem a espuma. 
(b) Podem ser usados também em extinção de substâncias betuminosas 
(asfalto etc.). 
2) Os extintores de carga líquida são indicados unicamente para extinguir 
princípios de incêndios em combustíveis comuns (classe "A"), tais como: madeiras, 
papéis, tecidos etc., onde são necessárias as ações de resfriamento e umidificação; 
não são recomendados para as demais classes de incêndio. 
3) Os extintores de dióxido de carbono (C02) são indicados principalmente 
para incêndios em equipamentos elétricos (classe "C"), pelo fato de não serem 
condutores de eletricidade e em produtos líquidos (classe "B"). 
(a) Podem ser empregados também em equipamentos ou aparelhamentos 
de alto valor, nos quais os outros extintores possam causar estragos irreparáveis. 
(b) Entretanto, não são indicados para uso em equipamentos sensíveis às 
bruscas mudanças de temperatura. 
(c) São particularmente eficientes em incêndios, em numerosos líquidos in-
flamáveis, que dissolvem a espuma. 
(d) Devido à formação de uma nuvem de descarga, podem ser facilmente 
empregados nos incêndios em escapamento de gases. 
(e) Não são indicados em incêndios de materiais comuns (classe "A") por 
não possuírem efeito umidificante e não devem ser empregados em materiais livres 
ou soltos, devido a sua ação de sopro. 
(f) São particularmente indicados para extinção de incêndios em equipa-
mentos elétricos delicados e em centros de computação. 
4) Os extintores de pó químico seco são indicados para extinção de fogo em 
líquidos inflamáveis (classe "B") e em equipamentos elétricos energizados (classe 
"C"). 
(a) Podem ser empregados em incêndios superficiais classe "A", desde 
que se disponha de outros agentes extintores com ação umidificante para comple-
tar a extinção do fogo em profundidade. 
(b) Podem ser usados em incêndios, em graxas, óleos e em substâncias 
betuminosas (asfalto etc.). 
- Nestes últimos, por não causarem efeito de ebulição violenta sobre a 
superfície dos mesmos. 
(c) Não são recomendados para metais pirofóricos em geral, exceto se 
contiverem pó indicado para incêndios dessa classe. 
5) Os extintores de água são indicados para extinção de incêndios em mate-
riais comuns (classe "A"). 
 89 
Não devem ser usados nas demais classes, principalmente na classe "C", 
tendo em vista que poderão conduzir corrente elétrica, pondo em perigo a vida do 
operador. 
6) Os extintores de líquidos vaporizantes, de um modo geral, são recomen-
dados para extinção de pequenos focos em equipamentos elétricos, veículos a 
motor; são largamente utilizados para a proteção de motores de aeronaves, devido 
ao seu pequeno peso e volume. 
(a) Podem ser usados em princípios de incêndio em líquidos inflamáveis 
ou combustíveis comuns, mas não são recomendados, devido a sua limitada capa-
cidade extintora, quando comparados com outros tipos mais adequados para esses 
casos. 
(b) Também não são indicados para uso sobre equipamentos de 
precisão e sobre sistemas elétricos delicados, tendo em vista que os vapores pro-
duzidos podem danificar esse tipo de equipamento. 
h). Manejo dos diversos tipos de extintores 
1) O extintor de espuma funciona por inversão, isto é, necessita ser virado 
com fundo para cima, para que as soluções contidas em seu interior se misturem, 
dando início à reação. 
(a) Em caso de incêndio deve ser feito o seguinte: - conduza o extintor até 
o local das chamas, em pé, na vertical, seguro pela tampa tipo volante; 
- a seguir, com o esguicho fixo voltado para as chamas, inverta o apare-
lho com o auxílio da alça situada em sua base; e 
- dirija o jato para a base do fogo, movendo lentamente o aparelho para 
que todos os focos de fogo sejam atingidos (dirija o jato contra um anteparo, quan-
do se tratar de fogo em recipiente contendo líquido inflamável ou combustível). 
(b) Alguns extintores de espuma, de fabricação mais antiga, possuem 
mangueira com um esguicho que facilita alcançar os focos de fogo com maior segu-
rança. 
(c) O extintor de espuma é irreversível, pois após iniciada a reação não 
pode mais ser interrompida, devendo o extintor ser usado até o seu esgotamento 
total. 
2) O extintor de carga líquida tem manejo idêntico ao de espuma. 
3) O extintor de dióxido de carbono é manejado do seguinte modo: 
(a) conduza o extintor de C02 até o local das chamas, seguro pela alça de 
transporte; 
(b) coloque o aparelho no chão e retire a trava de segurança; 
(c) retire o difusor do suporte; 
(d) suspenda-o novamente pela alça e pressione o dispositivo de aciona-
mento, dirigindo o jato para a base do fogo, movimentando o difusor. 
4) O extintor de pó químico seco, funciona do seguinte modo: 
(a) Tipo pressão injetada: 
- conduza o extintor até o local das chamas, usando para isso a alça de 
transporte e observando a direção do vento que deverá lhe ser favorável para maior 
eficiência na extinção; 
- coloque o aparelho no chão e abra a válvula do cilindro de gás, para 
pressurizar o recipiente; 
- suspenda-o novamente pela alça e empunhe a pistola difusora; 
- acione o gatilho da pistola e dirija o jato para o fogo, movimentando a 
pistola para cobrir toda a área atingida. 
b) Tipo pressão interna: 
 90 
- conduza o extintor até o local das chamas pela alça ou cabo para 
transporte, observando a direção do vento; 
- coloque o extintor no chão e retire a trava de segurança; 
- suspenda-o novamente pela alça ou cabo e empunhe a pistola difuso-
ra; 
- acione o dispositivo de descarga e dirija o jato para o fogo, movimen-
tando a pistola para cobrir toda a área atingida. 
5) Extintores de água funcionam do seguinte modo: 
 a) Tipo pressão injetada, com dispositivo para descarga controlada: 
- conduza o extintor até o local das chamas, pela alça de transporte; 
- coloque o aparelho no chão e retire a trava de segurança; 
- suspenda-o novamente pela alça, empunhe a mangueira, acione o 
dispositivo de descarga e dirija o jato para a base do fogo. 
 b) Tipo de pressão injetada sem o dispositivo de descarga controlada: 
- conduza o extintor até o local das chamas, pela tampa tipovolante; 
- coloque o extintor no chão, retire a trava de segurança e acione o 
mecanismo de perfuração; 
- suspenda-o pela tampa tipo volante, dirigindo o jato para a base do 
fogo. 
c) Tipo pressão interna: 
- conduza o extintor até o local das chamas, através da alça de transpor-
te; 
- coloque o aparelho no chão, retire a trava de segurança e empunhe a 
mangueira; 
- acione o gatilho de descarga e dirija o jato para a base do fogo. 
d) Existem, ainda, em uso, extintores de água tipo bomba manual que funcio-
nam do seguinte modo: 
- levar o extintor até o local das chamas, pela alça de transporte; 
- colocar o extintor no chão, empunhar a mangueira e o cabo da bomba; 
- bombear para formar pressão, dirigindo o jato para a base das cha-
mas. 
 6) Os extintores de líquidos vaporizantes funcionam do seguinte 
modo: 
 a) Tipo pressurizado (pressão interna): 
- levar o extintor até o local do fogo, pela alça de transporte; 
- retirar a trava de segurança; 
- acionar o gatilho de descarga, dirigindo o jato para a base do fogo 
 
 b) Tipo bomba manual: 
- levar o extintor até o local do fogo; 
- destravar o cabo da bomba; 
- bombear para formar a pressão, dirigindo o jato para a base das cha-
mas 
i) Proteção contra incêndios em gases liqüefeitos de petróleo: 
1) O GLP (gás liqüefeito de petróleo) é um combustível composto de carbo-
no e hidrogênio. 
 a) É incolor e inodoro e para que possamos reconhecê-lo, quando 
ocorre vazamentos, é adicionado um produto químico que tem um odor penetrante 
e característico. 
 b) É muito volátil e se inflama com muita facilidade. 
 91 
 c) O GLP é constituído de uma mistura de hidrocarbonetos gasosos (butano e 
propano), os quais se liqüefazem à baixa pressão e são encontrados em botijões, 
cuja capacidade varia de I kg até grandes instalações de reservatórios fixos ou 
autotransportados. 
 d) Tem uma densidade aproximada de uma e meia mais pesada que o ar. 
 e) Esta propriedade faz com que o gás permaneça nos lugares baixos em ca-
sos de vazamentos e, em locais de difícil ventilação, o gás permanece acumulado, 
misturando-se com o ar ambiente, formando uma mistura explosiva ou inflamável, 
dependendo da proporção da mesma... 
 f) O maior número de ocorrências de vazamentos acontece nos botijões de 13 
kg que são encontrados mais facilmente nas residências. 
 g) O vazamento normalmente se dá na válvula de vedação, junto à manguei-
ra. 
2) Constatado o vazamento de gás, deverá ser isolado o local num raio mí-
nimo de 10 metros e ninguém deverá se aproximar, a não ser a guarnição de bom-
beiros, responsável pelo atendimento da ocorrência. 
 a) Em caso de fogo, o calor produzido acima da válvula queima o fuzível (ve-
dação), originando maior vazamento e, conseqüentemente, maior quantidade de 
gás em combustão. 
 b) Ao atender, no local onde houver um botijão de gás em chamas, deve o 
bombeiro proceder como segue: 
- não extinguir de imediato as chamas, para evitar o acúmulo de gás a 
não ser que haja muito risco de propagação; 
- verificar quais as possibilidades de retirada do botijão, sem extinguir as 
chamas, para um local ventilado e de preferência ao ar livre; 
- remover o botijão, com ou sem fogo, para local seguro, procurando, ao 
mesmo tempo, isolá-lo; 
- fazer uso do estancador de gás, imediatamente após extinguir o fogo; 
 - em caso de botijão vazando, sem danos e não havendo possibilidade 
de removê-lo para local ventilado, deve-se promover a ventilação do próprio ambi-
ente, abrindo-se portas e janelas e provocando aeração através de movimentos 
rotativos em toalhas ou panos; 
- se a concentração for muito forte, convém aplicar jato em neblina de 
baixa velocidade, pó químico seco, ou ainda, gás carbônico, objetivando desfazer 
as condições de explosividade da mistura gás-ar; 
- não permitir a entrada de pessoas nem mesmo de autoridades. propri-
etários ou usuários; 
- apenas deverão ter acesso os bombeiros que irão trabalhar, os, quais 
deverão estar protegidos com equipamentos de proteção individual; 
 - quando possível, desligar a chave de entrada de força elétrica ou pro-
videnciar para que o órgão competente desligue a luz pela parte externa do prédio: 
- a guarnição encarregada do serviço deve usar o estancador de gás 
sempre que isso seja possível; 
- cuidados a serem tomados no uso do estancador de gás: 
- extinguir as chamas do botijão antes de colocar o aparelho; 
- colocar a cúpula do aparelho bem em cima do regulador de pressão do 
botijão, fazendo com que a arruela de borracha toque o corpo do botijão na parte 
superior; 
 92 
- colocar os ganchos nos vãos entre o botijão e o colarinho, acionando 
depois o volante de rosca-sem-fim do aparelho, para dar aperto necessário até que 
o volante não mais gire à direita, com um simples aperto de mão: 
- não há necessidade de desatarraxar o regulador de pressão, pois a 
cúpula é bastante alta para permitir o seu emprego sem que haja necessidade de 
retirada do regulador; 
- nos casos de botijões que, por ventura, ainda são dotados com CLICK, 
antes de usar o aparelho estancador e vazamento, deve-se retirar o CLICK, fazen-
do-se uma pressão para baixo e girando-se para a esquerda; 
- manejar o aparelho estancador de vazamento com bastante cuidado, a 
fim de não permitir que partes do mesmo, como garras, batam sobre o corpo do 
botijão, para não surgir, pelo atrito, faíscas que poderão incendiar a mistura gás-ar, 
existente no ambiente; 
- transportar, com cuidado, o botijão de gás devidamente estancado. 
- aproxime-se do fogo ou do vazamento de gás a favor do vento; 
- caso necessário, interdite o local e leve o botijão para um ambiente li-
vre e, após, oriente o proprietário de como proceder para regularizar a substituição 
por outro, através da Cia. Distribuidora de Gás. 
j) Cuidados no combate ao fogo em matas 
1) A maioria dos incêndios em pequenas florestas ou mato pode ser comba-
tida por uma turma bem treinada de 2 a 5 homens, se o trabalho for iniciado no 
princípio do incêndio. 
 (a) Os incêndios de grandes proporções ou de elevada rapidez de propagação 
exigem maior número de homens e equipamentos, supervisão especializada e 
comunicações em larga escala. 
 (b) Os homens empenhados no combate devem ter sua atenção voltada para 
os problemas de segurança individual e coletiva, devendo observar as seguintes 
regras: 
- no transporte em caminhão aberto, viajar sentado e tomar cuidado com 
ramos de árvores; 
- cuidados ao manejar ferramentas cortantes; 
- machados e pás devem ser carregados ao lado do corpo e nunca no 
ombro; 
- não trabalhar acima dos seus limites, pois os excessos de fadiga colo-
cam em risco sua vida e a dos companheiros: 
- evitar chutar ou fazer com que pedras ou troncos rolem, pois poderão 
atingir pessoal que esteja trabalhando em plano inferior: 
- durante a noite usar farolete: 
- nunca ultrapassar o fogo ladeira acima, isto pode ser fatal; 
- caso se veja em perigo corra para os planos e, se possível, entre em 
uma parte resfriada, dentro da área queimada, pois é o lugar mais seguro; 
- se for necessário, corra pela margem do fogo, proteja a face com um 
pano molhado; 
- nunca se separe de sua turma e mantenha contato permanente com 
seu chefe; 
- sempre que for escalado para participar de combate a fogo em mato 
ou floresta, leve consigo cantil, farolete, corda, espia, facão e luvas, além do uni-
forme reforçado, capacete e botas, que protejam até os joelhos. 
l) Extinção de incêndios florestais 
 93 
1) Ao participar do combate ao fogo em floresta ou mato, primeiramente evi-
te que ele se propague, depois extinga-o completamente. 
 (a) Para remover ou cortar o fornecimento de combustível faça uma barreira 
na frente do fogo, separe o combustível com rastejo ou cave uma valeta (aceiro) até 
o solo firme, com pás, enxadas, arados, escavadeiras ou outro equipamento meca-
nizado. 
 (b) Para diminuir a oxidação, abafe ou bata nas chamas. 
 (c) Para reduzir a temperatura jogue água, terraou, ainda, separe o 
combustível inflamado. 
 (d) Misture o material inflamado com a sujeira ou areia e amasse-os depois. 
 (e) Caso um material combustível for coberto, como medida temporária, des-
cubra-o e depois extinga-o completamente, durante o rescaldo. 
 (f) Caso participar da leitura de aceiro, lembre-se que deve cavar até atingir o 
chão firme. 
 (g) Siga as ordens recebidas e transmita, com urgência, qualquer 
novidade de que venha a tomar conhecimento. 
 
6.5 Salvamento terrestre 
 a) Conceito 
1) Cornpreende-se por salvamento terrestre todas as operações de 
salvamento realizadas no solo. 
2) Estas ocorrências necessitam de completo conhecimento de equipamen-
tos e técnicas de atendimento. 
b) Desastre 
1) Em qualquer tipo de acidente seja ele ferroviário, rodoviário ou aeroviário, 
a principal preocupação é com a vítimas, e para atendê-la devem ser tomadas as 
seguintes providências: 
(a) cuidar primeiramente das vítimas; 
(b) Só retirar urna vítima dos escombros se houver perigo de incêndio ou 
se suspeitar que ela corre risco de vida. Caso contrário, deixá-la no local: os socor-
ristas saberão retirá-la de um modo mais eficiente; 
(c) caso a vítima apresente sinais de parada respiratória ou cardíaca, reti-
rá-la com cuidado dos escombros, e procurar reanimá-la, sem perda de tempo; 
(d) ter cuidado com a coluna vertebral do acidentado e nunca dobrar seu 
corpo; quando a vítima já estiver deitada, não tentar sentá-la ou colocá-la de pé; 
(e) deitar sempre os feridos com a cabeça de lado e não colocar nada sob 
sua cabeça. 
(f) nunca fazer respiração artificial comprimindo o tórax, pois pode haver 
fratura de costela. Caso a respiração artificial seja necessária, prefira o método 
boca-a-boca; 
(g) nunca dar água aos feridos: 
(h) procurar não transportar um ferido em carro pequeno, onde ele não 
possa ficar deitado; o corpo da vítima não deve viajar dobrado, no caso de ferimen-
tos graves; 
(i) em casos de hemorragia, estancá-la; havendo suspeita da existência de 
fraturas, imobilizar a região; 
(j) caso o socorrista esteja de carro, seu veículo deverá ficar pelo menos a 
100 metros do acidente, e no acostamento; 
 94 
(l) sinalizar o acidente (com triângulo de segurança, galhos árvores, lanter-
nas etc.), de modo a não dar origem a outros desastres; 
(m) se houver inicio de incêndio combatê-lo com os meios disponíveis; 
(n) afastar os curiosos; mas aceitar o auxílio de pessoas dispostas a aju-
dar. 
2) Os acidentes, de acordo com o seu tipo, apresentam algumas peculiarida-
des, que devem ser observadas para um bom atendimento da ocorrência: 
(a) Nos acidentes rodoviários, atentar para possível vazamento de com-
bustível, evitando incêndio. Para maior segurança, desligar os cabos da bateria do 
veículo. 
- A extinção de incêndio pode ser feita com extintores das viaturas poli-
ciais e de autos que passem pelo local. 
(b) Nos acidentes ferroviários, geralmente o principal problema é o número 
elevado de vítimas, devendo ser mobilizados todos os recursos disponíveis para o 
atendimento e transporte. 
- Toda remoção de pessoa com vida deve ser realizada com cautela. 
- Nos trens elétricos deve-se ainda tomar cuidados com a rede elétrica 
que deverá, o mais rapidamente possível, ser desligada. 
- Os curiosos devem ser afastados da área, a fim de evitar que saquea-
dores se aproveitem da situação. 
- Os homens do salvamento, quando intervêm em tais ocorrências, le-
vam sempre consigo equipamentos que lhes permitem o corte de chapas grossas e 
o deslocamento de elevados pesos para liberação das vítimas, além de materiais 
de primeiros socorros. 
(c) Nos acidentes aeroviários deve-se atentar para os perigos de explosão, 
devido à grande quantidade de combustível presente. A principal norma de ação, 
nestes casos, reside na rapidez em retirar as vítimas. 
- Os grandes aeroportos são dotados de pessoal especializado para rá-
pida evacuação dos aviões sinistrados. 
- Por ser grande o perigo de explosão, deve o socorrista preocupar-se 
também, com isolamento da área, evitando que qualquer causa externa provoque 
um incêndio. 
c) Desabamentos 
1) Os desabamentos caracterizam-se por quedas de estruturas construídas 
pelo homem (casas, armazéns etc.) ou de estruturas naturais (elevação de terra, 
morros etc.), por desequilíbrio de suas bases. 
2) Normalmente, a intervenção nestas ocorrências, é efetuada nas seguintes 
condições: 
(a) Início de desabamento: a edificação apresenta fissuras, trincas ou bre-
chas em suas paredes, o que exigirá uma análise do socorrista para calcular se 
haverá progressão ou não dos fenômenos. Isto se aplica também a pequenos 
deslizamentos. 
(b) Desabamento parcial: é quando parte da estrutura desabou; estando a 
outra parte em equilíbrio aparente, podendo desabar a qualquer momento. 
- nestes casos, o socorrista deverá fazer o escoramento das partes em 
equilíbrio ou derrubá-las, quando estiverem oferecendo riscos à vida ou à proprie-
dade; 
 95 
- É bom ter-se em mente que é de vital importância evitar em locais de 
desabamentos a presença de curiosos, pois as estruturas poderão vir abaixo, a 
qualquer momento, ocasionando soterramento com vítimas. 
(c) Desabamento total: a estrutura veio abaixo; neste caso, o socorrista 
deverá isolar o local e procurar ajudar no salvamento dos objetos que ainda não 
foram danificados. 
3) As ocorrências de desabamento exigem do homem conhecimentos bási-
cos de construção civil, para que sejam aplicados escoramentos com eficiência, ou 
na sua impossibilidade, executada a demolição sem riscos. 
d) Socorro de soterramento 
1) Compreende-se por socorro de soterramento as operações que envolvam 
a retirada de vítimas sob os escombros, resultantes de desabamentos, deslizamen-
tos ou desmoronamentos. 
2) Existe uma ordem de prioridade para atendimento destas ocorrências, 
que muito facilitará a ação do socorrista: 
(a) Salvamento imediato: o salvamento de vítimas deve ser imediato, 
quando sua localização é possível; nos deslizamentos em que dificilmente se terá 
esta chance, o socorrista deve lembrar-se de que cada segundo é importante para 
a retirada da vítima, pois ela, na maioria das vezes, está asfixiada, e se demorar 
para retirá-la, mesmo que não venha a falecer, poderá adquirir lesões cerebrais ou 
neurológicas irremediáveis; 
(b) Exploração: consiste em procurar possíveis locais em que as vítimas 
estejam soterradas, porém não localizadas, executando, após análise, a seleção 
dos escombros a serem removidos; 
(c) Remoção geral dos escombros: quando todos os outros métodos para 
localização e remoção de vítimas falharem, deve-se iniciar a remoção sistemática 
dos escombros, usando os meios disponíveis, tais como tratores, guinchos, esca-
vadeiras e outros apetrechos, tomando sempre o cuidado necessário para não 
causar danos maiores aos acidentados. 
3) Tendo em vista que a parte mais importante para as operações de salva-
mento de soterramento é, sem dúvida, a localização e retirada de vítimas, o policial 
militar poderá ajudar muito o Bombeiro de Salvamento, se até sua chegada tomar 
as providências seguintes: 
(a) localizar a vítima e iniciar o trabalho para sua remoção; 
(b) uma vez iniciada a remoção, procurar desobstruir as suas vias aéreas 
(nariz, boca) e o tórax, e iniciar, de imediato, a ressuscitação cardiopulmonar, caso 
necessário; 
(c) conforme for retirando os escombros ou a terra em caso de 
deslizamentos, deve escorar o local com os meios de fortuna (existem técnicas de 
escoramentos, mas isso demandará um estudo específico); o socorrista deve usar 
o bom senso, apoiando todas as partes que ameaçam ruir ou deslizar, ao mesmo 
tempo em que deve continuar o trabalho de liberação e, para tanto, deverá procurar 
o auxílio de outras pessoas. 
4) Outros cuidados a serem tomados são: 
(a) gases domésticos, provenientes de vazamentos de botijões ou de en-
canamentos, devem ser objeto de alerta ao socorrista; podem causar explosão ou 
incêndio; o botijãodeve ser retirado da área e o vazamento estancado; em qualquer 
caso não se deve fumar; 
 (b) eletricidade: entre escombros pode haver fios elétricos ligados, que pode-
rão causar lesões à vítima e ao socorrista; deve ser interrompida imediatamente a 
 96 
energia; sendo a libertação do soterrado importante, o socorrista deve tomar os 
cuidados necessários para não se converter também em vítima. 
e) Operações em poços e locais gasados 
1) Compreende-se por operações em poços ou locais gasados todos os tra-
balhos de salvamento executados em uma escavação manual, realizada para a 
captação de água (poço), ou lançamento de detritos, muito comum na zona periféri-
ca das cidades. 
2) Temos, nesses locais, como principal perigo, o metano, gás resultante da 
decomposição de substâncias orgânicas da própria terra ou produzido pelo homem 
no trabalho de escavação (fogo, explosivos etc.). 
3) Entende-se também como local gasado aquele em que podem 
surgir gases de outros tipos de emanação como caixas-d'água (gás proveniente do 
impermeabilizante usado), galerias (resultante da decomposição de detritos), po-
rões (resultantes da utilização de motores a explosão). 
4) Quando o policial militar for solicitado a atender uma ocorrência em que 
haja pessoas ou animais em poço, a primeira providência é verificar a presença ou 
não de gás; esta verificação poderá ser feita de diversas maneiras: se a vítima está 
consciente e falando, isso indica a inexistência de gases tóxicos; se suspeitar da 
existência de gás, deve o policial militar evitar entrar no local gasado, pois sem um 
aparelho autônomo para respirar ou ventilação adequada, o socorrísta se tornará 
mais uma vítima. 
5) O policial militar deve estar atento também à existência de água no poço e 
a sua profundidade. 
6) Deve ainda verificar as paredes do poço, pois se estiverem desabando 
poderá acabar soterrado juntamente com a vítima. 
7) Entretanto, sempre que adentrar um poço deve-se ter uma corda amarra-
da ao tronco; ela servirá para o próprio resgate em caso de acidente. 
8) Um outro modo de se executar o salvamento quando a vítima estiver 
consciente é jogar-lhe uma corda com laçada fixa e puxá-la para cima. 
9) Quando for chamado para intervir em uma ocorrência de vítimas em po-
ços, fossas ou galerias, deve o policial militar sempre solicitar a presença do Corpo 
de Bombeiros, que está aparelhado para atender a qualquer eventualidade dessa 
natureza, desde um sarilho, que é um duplicador de força projetado especialmente 
para operações em poço, até ressuscitador automático. 
10) Ocorre, com certa freqüência, a queda de animais de grande porte 
(cavalo, vaca etc.) em poço abandonado na periferia das cidades. 
11) Nesse caso, a intervenção do socorrista será somente para proporcionar 
mais ar (usando meios de fortuna, como fole, agitação de ramagens etc.) ao animal, 
que irá se auto-asfixiar pelo grande consumo de seus Pulmões; a retirada deve ser 
feita por guarnições do Corpo de Bombeiros. 
f) Retirada de pessoas e animais 
1) Não são tratadas, neste manual, as operações para retirada de pessoas e 
animais, com ou sem vida, quando se encontram em locais de difícil acesso e não 
podem ser retirados sem o concurso de equipamentos especiais e pessoal treinado. 
2) É comum, por exemplo, a retirada de criança presa em banheiros ou em 
cofres, de pessoa com o pé preso em escada rolante, de pessoa com parte do 
corpo presa em maquinário, de cachorro em valeta etc. 
3) Devido à grande variedade dessas ocorrências, não é possível estabele-
cer-se uma linha única de ação, porém nem sempre é fácil a libertação da vítima, 
exigindo iniciativa do socorrista em cada situação. 
 97 
4) Por causa dessa situação imprevisível é que os auto-salvamentos possu-
em grande variedade de equipamentos, para o bom desempenho das suas múlti-
plas finalidades. 
g) Capturas (pessoas e animais) 
1) Compreende-se por captura as operações realizadas para tolher a ação 
agressiva de pessoas desequilibradas e animais raivosos ou selvagens, que amea-
çam a população. 
2) Os animais de natureza selvagem, aprisionados em circos e zoológicos, 
poderão escapar, oferecendo perigo à população e obrigando a pronta intervenção 
do policial militar que tomou conhecimento da fuga. 
3) O melhor procedimento é alertar toda a área do perigo existente, procu-
rando solicitar apoio do pessoal especializado em captura. 
4) É necessário ressaltar o valor do exemplar selvagem, cuja vida só deve 
ser tirada em último recurso. 
5) Têm-se notado ultimamente inúmeros casos em que fogem, causando 
confusão à vizinhança, animais como macacos, papagaios, cobras, lagartos, cuja 
captura demanda simplesmente bom-senso com o emprego de qualquer meio im-
provisado, tais como cobertores, redes, panos etc. 
6) É comum a ocorrência em que loucos e desequilibrados mentais entram 
em fase de agressividade ou depressão suicida. 
7) A atitude do socorrista, em princípio, é persuadi-lo, porém, quando isso se 
mostrar inútil, deve-se usar a força física, tentando dominá-lo para o devido enca-
minhamento. 
8) Atentar, com especial carinho, para o caso do suicida que a qualquer 
momento pode tentar concretizar o seu intento. 
9) Nunca se deve deixar que a situação se revista de sensacionalismo, com 
numerosa assistência de curiosos, pois isso vai concorrer para encorajá-lo. 
10) No caso de animais raivosos, a captura do animal doméstico é a mais 
comum. Dentre eles há especial destaque para o cão e o gato, porquanto a raiva é 
suscetível de ser contraída por todos os animais de sangue quente, oferecendo 
perigo de vida inclusive ao homem. 
11) O comportamento do animal raivoso varia de acordo com sua natureza, 
mas em geral todos apresentam uma fase branda inicial, seguida de uma fase agu-
da. 
12) Provavelmente só se toma conhecimento da fase aguda quando o ani-
mal se torna agressivo e o policial-militar é chamado a intervir. 
13) De modo geral, o cão, na sua fase aguda, torna-se agressivo e apresen-
ta contração involuntária da parte posterior (quartos traseiros e cauda), e dos mús-
culos da boca (apresenta dentes semicerrados e boca com abundante salivação e 
rica em vírus). 
14) Ao contrário do que se pensa, o cão não repele a água, só não a bebe 
em virtude da contração da mandíbula, podendo às vezes lamber com dificuldade. 
15) A captura deve ser feita sem sacrificar o animal; não sendo isso possí-
vel, jamais matá-lo pela cabeça com destruição do crânio, pois a análise correta 
para a determinação da doença é a clínica (a análise química da parte do cérebro 
do animal apresenta variação percentual de erro). Caso haja dificuldade na captura 
do animal, procurar confiná-lo num quintal para facilitar o aprisionamento. 
16) As vítimas ou suspeitos de contato com o animal deverão ser 
orientados para acompanhar na referida análise, nas clínicas competentes (Postos 
de Saúde e Instituto Pasteur). Dependendo da localização do ferimento haverá 
 98 
urgência ou não do encaminhamento das vítimas, pois a gravidade está diretamen-
te ligada à proximidade do ferimento em relação à cabeça e coluna vertebral (espi-
nha). 
17) Ao contrário do cachorro, o gato aumenta sua agilidade, tornando-se ex-
tremamente perigoso e de difícil captura, convindo mantê-lo em ambiente fechado e 
solicitar pessoal habilitado para o aprisionamento. 
18) Em casos de outros animais raivosos cuja causa é de difícil identifica-
ção, o socorrista deve procurar confiná-los, eliminando a periculosidade e solicitan-
do pessoal especializado para sua captura. 
h) Extermínio de insetos 
1) O extermínio de insetos ocorre quando estes estão agressivos e oferecem 
perigo iminente à população ou pessoa isolada. 
2) O procedimento correto, nesses casos, varia de acordo com o inseto a ser 
exterminado. Entretanto, a estatística mostra que o maior número de ocorrências se 
refere às abelhas, do tipo africanizadas, e é necessário o conhecimento de algumas 
particularidades para o seu atendimento. O extermíniodas citadas abelhas deve ser 
realizado à noite e sem luz, quando se encontram mais calmas e com dificuldade 
visual, oferecendo ao socorrista maior eficácia no seu trabalho e menor risco à 
vizinhança. 
3) Quando tomar conhecimento do ataque agressivo de insetos durante o 
dia, o socorrista deve restringir sua ação em isolar a área e orientar as pessoas 
com relação a não provocar movimentos bruscos, ruídos estridentes, nem expor 
objetos de cores vivas que ativam o sistema nervoso dos insetos, aumentando sua 
agressividade. Preservar o local para o extermínio noturno. 
4) O agente usado pelo socorrista no extermínio, dependendo do local, pode 
ser fogo, inseticidas ou combustíveis derivados do petróleo. A época de maior inci-
dência de periculosidade é aquela que antecede a primavera, ou seja, na estiagem, 
em que há carência de alimentos na natureza. 
 
6.6 Salvamento em altura 
 a) Conceito 
1) Entende-se por salvamento em altura toda operação necessária à retirada 
de pessoas ou animais de locais elevados e de difícil acesso, em risco de vida ou, 
ainda, de objetos oferecendo perigo iminente, exigindo do socorrista preparo físico 
e psicológico, aliados ao conhecimento técnico do equipamento a ser empregado. 
2) As ocorrências que se enquadram neste capítulo são variadas e sempre 
de grande periculosidade. 
b) Pessoas presas em elevador 
1) O crescimento vertical das cidades, com o conseqüente arrojo arquitetôni-
co dos elevados edifícios, faz aumentar o número de ocorrências nos elevadores, 
por defeitos diversos, ocasionando o confinamento de pessoas em suas cabinas ou 
acidentes em que as vítimas permanecem parcialmente presas ou feridas. 
2) Muitas vezes os circunstantes desnecessariamente arrebentam as portas 
dos elevadores ou causam mais ferimentos nas vítimas ao tentarem movimentá-las 
ou libertar as pessoas presas. Na verdade, sempre é importante que, nessas emer-
gências, sejam chamados os técnicos da firma do elevador defeituoso ou guarni-
ções de salvamento do Corpo de Bombeiros, os quais possuem conhecimentos e 
equipamentos necessários à liberação das pessoas. No entanto, mesmo não co-
nhecendo o funcionamento mecânico e elétrico do elevador, o socorrísta poderá 
 99 
ajudar, principalmente nas ocorrências mais comuns desse tipo, em que as vítimas 
ficam retidas no interior da cabina, sem perigo iminente à integridade física, por 
falta de energia elétrica ou defeito do sistema. Basta, primeiramente, localizar o 
andar em que se encontra a cabina, acalmar as vítimas e desligar a eletricidade 
que dá movimento ao sistema. Posteriormente, utilizar a chave própria para abrir 
portas de pavimento, que deverá estar de posse do zelador ou porteiro dos prédios, 
destravar e depois puxar para abri-las. 
3) Existem situações em que as vítimas são retiradas pelas saídas de emer-
gência no teto ou paredes laterais de alguns elevadores; no primeiro caso, desligar 
a energia e abrir a porta do pavimento superior para retirar as pessoas; e no se-
gundo, deve-se emparelhar o outro elevador, desligar a energia do sistema e, fi-
nalmente, abrir as portas laterais de emergência,. 
c). Pessoas presas em locais elevados 
1) Pelos mais diversos motivos, as pessoas e animais são encontrados em 
situações de perigo nos locais elevados, de tal forma que precisam ser auxiliados 
para se evitar a queda, quase sempre exigindo do policial militar coragem e técnica 
no salvamento. 
2) Torna-se difícil, neste Manual, procurar explicar como agir em cada caso. 
Isoladamente, considerando a variedade e peculiaridade das ocorrências de forma 
geral, as maneiras de se efetuar os salvamentos são parecidas. 
3) São comuns os atendimentos das seguintes ocorrências: crianças presas 
em apartamentos e especialmente em banheiros, empregados que durante a lim-
peza de vidros ficam presos em janelas e sacadas, suspeita de pessoa morta em 
apartamento, pedreiro em perigo do lado externo do prédio de construção, pintores 
intoxicados durante a impermeabilização de caixas-d'água, animais e aves que 
sobem em sacadas, árvores, andaimes etc. e não podem descer sem ajuda, pes-
soas e animais, com ou sem vida, que caem sobre telhados, sacadas etc. 
4) Somente nos casos de muita urgência se justifica o arrombamento das 
portas. Geralmente, com a utilização de cordas, o policial militar deve descer do 
pavimento superior, entrando no apartamento pelas janelas ou áreas de serviço. 
5) Os problemas de perdas de chaves e defeitos nas fechaduras devem ser 
resolvidos por chaveiros, desde que não haja periculosidade. 
6) Nos trabalhos em altura, deve-se considerar que as quedas quase sem-
pre são fatais, portanto, proteger-se adequadamente, bem como a vítima, com o 
auxílio de amarrações, isto é, cordas, presilhas, redes etc. 
d) Retirada de objetos oferecendo perigo 
1) Qualquer objeto que se precipite de locais elevados poderá causar danos 
às casas, rede elétrica, automóveis, ao trânsito, e principalmente às pessoas, nas 
quais ferimentos graves e às vezes fatais poderão ocorrer. 
2) Portanto, sempre que o policial militar tomar conhecimento de que qual-
quer objeto possa estar oferecendo perigo iminente à população, deverá, imediata-
mente, isolar a área e procurar eliminar, de pronto, o perigo, Por meio de fixações 
provisórias ou mesmo forçando a queda do objeto. Nos casos mais graves, que 
exigem conhecimentos técnicos, treinamentos e equipamentos especiais, deverão 
ser acionados o Corpo de Bombeiros e/ou as firmas especializadas, após a ação de 
isolamento da área de queda. Essas ocorrências se tornam mais freqüentes nos 
dias chuvosos ou ventos fortes, quando telhas, placas, luminosos, árvores e andai-
mes devem ser retirados por oferecerem perigo iminente à população. 
e) Tentativa de suicídio e captura de débil mental 
 100 
1) Em princípio, deve-se lembrar que essas pessoas são doentes e, Portan-
to, há necessidade de tratá-las com carinho, apesar de que, inicialmente, elas pro-
vavelmente não aceitarão a aproximação do socorrista. 
2) Exige-se muito cuidado por parte daqueles que irão auxiliar no salvamen-
to, pois o débil mental é quase sempre perigoso e agressivo e o suicida facilmente 
se atira para a morte. 
3) Deve-se armar dispositivos de proteção, dependendo da altura, medida 
que por si só pode desestimular o suicida e fortalecer o ânimo daquele que está em 
situação difícil. A aproximação para o salvamento, no caso de suicida, deverá ser 
de surpresa. 
 
6.7 Salvamento aquático 
a) Inundação 
1) Nos dias chuvosos, as áreas mais baixas ficam alagadas, deixando pes-
soas ilhadas, ou residências com seus alicerces abalados, oferecendo perigo à vida 
e ao patrimônio, além de dificultar a movimentação de pessoas e veículos. 
2) Convém lembrar que, no atendimento, o socorrista pode ser surpreendido 
por buracos, bocas-de-lobo, bueiros, ou poços de visitas das galerias, abertos. 
Dependendo da situação, poderão ser verdadeiras armadilhas de sucção. 
3) A Polícia Militar sempre é chamada para atender esses casos de calami-
dade pública, devendo seus integrantes, com o auxílio de cordas e barcos, retirar 
pessoas ilhadas pelas águas, proteger materiais e desviar o trânsito na área. Nas 
ocorrências em que há ameaça de desabamento,, devem ser feitos escoramentos 
e, conforme o caso, aberturas em paredes, a fim de dar vazão à água represada. 
 
6.8 Salvamento em incêndio 
a) Nos incêndios em andares elevados, geralmente as pessoas ficam presas 
pelo fogo ou fumaça, desmaiadas ou em pânico, sem vias fáceis de saída, tornan-
do-se difícil e perigoso o salvamento. 
b) A colaboração da pessoa envolvida é de grande importância, portanto a in-
tervenção do socorrista deve ser feita de forma a inspirar confiança na vítima em 
pânico. 
c) Devem ser feitos esforços para que ela se acalme e tenha comportamento o 
mais racional possível. 
d) Quem estiver dentro de um prédio em chamas deverá adotar as seguintes 
regras de segurança para evitar intoxicação, queimaduras, contusões e até a pró-
priamorte: 
1) não subir, procurar sempre descer; 
2) nunca utilizar os elevadores para abandonar o prédio; 
3) impossibilitado de abandonar o prédio, procurar um local que 
tenha a menor quantidade possível de material combustível, geralmente:, banheiros 
amplos, e abrir as torneiras, molhar paredes e portas; não tirar roupas, mas sim 
molhá-las totalmente, assim como todo o corpo, inclusive sapatos e colocar papéis, 
bem molhados, nas frestas da porta para evitar penetração de fumaça; 
4) no caso de estar em outro compartimento, livrar-se de todo material de fá-
cil combustão existente dentro dele e próximo à porta do lado de fora; 
5) as pessoas devem abandonar o prédio pelas escadas, aos grupos e de 
mãos dadas; 
6) sair da frente de grupos em pânico, se não puder controlá-los; 
 101 
7) ao abandonar um compartimento, fechar a porta atrás de si, sem trancá-
la, para diminuir a ventilação que favorece a combustão; 
8) não tentar salvar objetos, o importante é a preservação da vida; 
9) para ultrapassar uma barreira com fogo, molhar todo o corpo, 
roupas e sapatos, encharcar uma cortina e enrolar-se nela, molhar um lenço e a-
marrá-lo, cobrindo a boca e nariz; atravessar o mais rápido que puder; 
10) ficar sempre em lugares contra o vento; 
11) evitar prender-se em salas ou elevadores onde exista pouco ar e muita 
fumaça; 
12) o ar quente e a fumaça são mais leves que o ar, portanto caminhar aga-
chado constitui providência acertada; 
13) nunca tirar as roupas que protegem o corpo, exceção feita às 
roupas de tecido de "nylon" ou similar; e 
14) não saltar do prédio, pois muitas pessoas morrem inútil e absolutamente 
antes de um socorro que, às vezes, chegará em poucos minutos. 
 
6.9 Acidentes de trânsito 
a) Em caso de incêndio - Procedimentos 
1) Desligar o cabo da bateria; 
2) Verificar vazamentos,- 
3) Utilizar os extintores disponíveis; 
4) Isolar a área; 
5) Se houver vazamento, cobrir os locais com areia, terra ou qualquer tipo de 
pó ou espuma; 
6) Se houver fogo em motor, procurar extingui-lo com extintores de pó; 
7) Se houver fogo em estofamento, extinguir com água. 
b) Em caso de salvamento - Procedimentos 
1) Para cada situação haverá um modo diferente de operações de 
salvamento. 
2) Evitar quebrar o pára-brisa, procurando retirar a vítima sempre pelas por-
tas normais do veículo. 
3) Verificar se a vítima não se encontra presa nas ferragens; caso esteja, 
procurar soltá-la. 
4) Atentar para os cuidados no tocante aos preceitos e primeiro socorros nos 
casos de vítimas de fraturas, hemorragias, desmaios e maneira de transportá-las. 
5) Para o transporte, procurar utilizar ambulância; caso não haja utilizar au-
tomóveis que passam pelo local (antes de solicitar o transporte peça os documen-
tos do motorista, para evitar a negação). De preferência escolher veículos onde a 
vítima possa ser transportada com conforto, ocupa dos apenas pelo condutor, que 
não transportem senhoras ou crianças, par evitar traumas. 
 102 
7.0 - ARMAMENTO 
 
7.1 Revólver 
 a) Para conservar um revólver de modo que permaneça sempre e condições de 
uso, devem ser observadas as seguintes particularidades: 
1) Evitar o acionamento do gatilho "a seco", ou seja, sem que a arma esteja 
devidamente municiada, para não causar a ovalização do orifício de passagem do 
percussor. 
2) Quando houver necessidade absoluta de se acionar o gatilho seco", deve-
se sempre municiar o revólver com estojos vazios. 
3) O encaixe do tambor na armação do revólver deve ser feito suavemente, 
conduzindo-o com a mão, de modo a não provocar choque bruscos. 
4) Para a limpeza do cano, introduzir a vareta pela boca amparando-a com a 
mão, de modo a evitar o contato da haste da vareta com a parte interna do cano, e 
não provocar avarias das raias e conseqüente te descalibramento da arma. 
b) Para inspeção de um revólver, além de verificar a aparência geral suavidade 
de funcionamento, deficiência ou perda dos parafusos da armação, observar os 
seguintes itens: 
1) Examinar o funcionamento do cão, fazendo pressão sobre ele, com a ar-
ma segura e apoiada sobre uma superfície firme, para verificar se percussor aflora 
no orifício de passagem. 
2) Examinar se a folga entre o tambor e o cano está dentro do 
padrões, ou seja, de 0,15mm a 1,25mm 
3) Verificar o estado das placas do punho, quanto a fendas o afrouxamento 
do parafuso. 
4) Verificar se a massa de mira está com rebarba ou amassamento. 
5) Engatilhar vagarosamente, verificando se o ressalto do retém do tambor 
está encaixando perfeitamente no seu alojamento (situado no tambor). Caso não 
haja um perfeito encaixe, ocorre desalinhamento entre câmara e o cano, o fato 
exige imediata manutenção corretiva (3. O escalão). 
6) Verificar se há ferrugem onde o gatilho penetra na armação, fato que 
revela também ferrugem nas peças internas. 
7) Verificar se há corrosão na parte interna do cano e sinais de intumesci-
mento do mesmo. 
 
7.2 Conservação do armamento em uso 
a) Ao ser retirado o armamento da reserva para a instrução ou serviço, deve-se 
proceder da seguinte maneira: 
1) Retirar com um pedaço de pano o óleo de sua parte externa e do cano. 
2) Manter as partes móveis cobertas com leve camada de óleo lubrificante 
(de preferência óleo leve para armamento), para assegurar seu bom funcionamen-
to. 
3) Antes de devolver o armamento à reserva, devem-se ter os seguintes cui-
dados: 
(a) Limpar e secar todas as peças, 
(b) Lubrificar as peças. A melhor maneira de aplicar lubrificante é por meio 
de pano limpo, que após ter sido embebido no óleo é esfregado nas superfícies 
metálicas. O óleo em excesso é nocivo, pois favorece o acumulo de sujidade, que 
poderá prejudicar o funcionamento da arma. 
 103 
4) O lubrificante indicado para o armamento utilizado diariamente é o óleo 
leve para armamento (OLA). 
5) O responsável pela reserva deve obrigatoriamente observar a correção 
dessa manutenção. 
6) Nunca usar lixa, esponja de aço ou similares para limpeza. 
7) Estas atividades correspondem ao 1º escalão, e devem ser executadas 
pelo usuário do armamento. 
 
7.3 Limpeza após o tiro 
a) Todo cuidado é indispensável para a limpeza das armas que realizarem o ti-
ro, a fim de prolongar-lhes a vida e para que estejam sempre em perfeitas condi-
ções de emprego. A falta dessa manutenção ocasiona sérios danos ao armamento. 
Tão cedo quanto possível, ainda no mesmo dia do tiro, o armamento deve ser limpo 
a fim de evitar a ação dos resíduos de pólvora. Para tanto: 
1) Desmontar a arma dentro do Escalão permitido. 
2) Empregar a escova de limpeza embebida em querosene e presa à vareta, 
procedendo do seguinte modo: 
(a) Introduzir a vareta no sentido da câmara para a boca (quando for Pos-
sível) e nunca inverter o sentido do movimento antes que a escova aflore totalmente 
o cano. Fazer o movimento repetidas vezes. 
(b) Secar o cano, introduzindo um pano limpo com a vareta, até que saia 
completamente limpo. 
(c) Lubrificar o cano com OLA. 
(d) As escovas de pêlo podem ser utilizadas para lubrificação dos canos. 
3) As demais peças de metal do armamento devem ser limpas da seguinte 
maneira: 
(a) Introduzir as peças numa vasilha contendo querosene. 
(b) Esfregar com uma escova de pêlo as partes afetadas pelos 
resíduos de pólvora. 
(c) Repetir a operação, usando querosene limpo. 
(d) Secar convenientemente as peças e, em seguida, lubrificá-las com 
OLA. 
4) A operação de limpeza prevista no artigo anterior deve ser repetida duran-
te três dias consecutivos. 
Se no fim do terceiro dia ainda restarem sinais de resíduos, repetir a limpeza 
diariamente até que a arma fique completamente limpa. 
5) Nos dias subseqüentes ao tiro, deve-se passar no interior do cano um pe-
daço de pano preso à vareta de limpeza, até que ele saia completamente limpo. 
 
7.4 Regras de segurança 
a) Nunca aponte uma arma para alguém, carregada ou não, a menos que pen-
se em atirar. 
b) Nunca pergunte se uma arma está carregada. Veja por si mesmo, sem colo-
car o dedono gatilho e com a arma apontada numa direção segura. 
c) Nunca pratique tiro "em seco", salvo se em algum lugar próprio e após rigo-
rosa inspeção na arma. 
d) Enquanto estiver no estande, sempre transporte o revólver com o tambor 
aberto. 
 104 
e) Quando estiver com um grupo de atiradores em treinamento, tenha sempre 
alguém encarregado da disciplina no estande. 
f ) Use somente as cargas normais para as quais a arma tenha sido construída 
e veja se há obstrução no cano. 
g) Mantenha a arma limpa. 
h) Nunca deixe a arma carregada onde alguém possa pegá-la. 
i ) Atire somente em alvos próprios. 
 
7.5 Medidas de segurança no estande 
a) Durante o exercício de tiro, fica terminantemente proibido: 
1) grito de qualquer natureza, mesmo com o objetivo de estabelecer comuni-
cação entre a posição dos atiradores e dos mercadores; 
2) conversas ou comentários em torno dos atiradores; 
3) circulação de homens entre os abrigos e a posição dos atiradores sem ser 
objeto de serviço; 
4) movimento de pessoas nas proximidades dos atiradores; 
5) sinais sem ordem do Oficial de Tiro; 
6) manter a arma com a culatra fechada e com o cobre-mira na 
turma de tiro; qualquer arma que passe de um a outro atirador, estando carregada, 
deve ser acompanhada do aviso: "está carregada". 
7) abandonar a arma carregada; 
8) manter o percussor armado após haver terminado o seu exercício de tiro; 
9) executar exercício de pontaria no estande, na ocasião em que se fazem 
os tiros; 
10) apontar a arma ou manobrar o mecanismo da culatra fora do lugar de-
signado para atirar; 
11) carregar ou municiar a arma fora do lugar onde se atira; 
12) manter a arma carregada fora do momento de tiro; 
13) estabelecer comunicações por meio de homens, sem que elas se façam 
por caminhos abrigados; 
14) manter a arma destravada se o tiro for suspenso, mesmo momentanea-
mente. 
 IMPORTANTE: Se durante o tiro houver uma falha, o atirador deve esperar 
alguns segundos antes de abrir o tambor para evitar o perigo de, acidente devido a 
um retardo de deflagração. Aberto o tambor, retira-se o cartucho, substituindo-o. 
 
8.0 - COMUNICAÇÕES 
 
8.1 Definições 
a) As definições, conceituações e competições dos meios de comunicação da 
Polícia Militar têm por objetivo a sua padronização, emprego adequado do material 
e a instrução respectiva. 
b) Com a finalidade de estabelecer procedimento uniforme na Corporação, ado-
tam-se as seguintes definições, na exploração das comunicações operacionais: 
1) Centro de Comunicações: é o órgão responsável pelo recebimento, 
transmissão e entrega das mensagem de um Posto de Comando (P(C). 
2) Rede-rádio: é o conjunto de estações ou aparelhos rádios, trabalhando na 
mesma freqüência. 
3) "Handie-Talkie" (pronuncia-se "hendtólqui" ou simplesmente 
 105 
"H.T."): equipamento rádio transceptor portátil, que pode ser conduzido por um só 
homem e opera mesmo em movimento. 
4) PBX: central telefônica destinada a processar chamadas de telefone atra-
vés de um comutador. 
5) PAX: central telefônica destinada a comutar chamadas de telefone entre 
ramais, automaticamente. Não pode receber chamadas externas. 
6) PABX: central telefônica destinada a comutar chamadas de telefone entre 
ramais, automaticamente, admitindo ligações para fora sem auxílio do operador. 
7) Telex: máquina teleimpressora usada na recepção e transmissão de men-
sagens escritas, através de uma central funcionando em rede. 
 
8.2 Normas para uso do microfone 
O tipo de microfone usado na PM é o "Push to talk", ou seja, aperte para falar; 
quando apertada a tecla do microfone, liga o transmissor e permanece desligado o 
receptor. O operador deverá manter o microfone distante dos lábios aproximada-
mente de 1 (um) a 3 (três) centímetros. Manter a velocidade da voz a um nível 
constante de conversação. Somente usar a rede-rádio para assuntos de serviço 
 
8.3 Código "Q" 
O código "Q" visa à simplificação das mensagens e ao mínimo consumo possí-
vel do equipamento. Visa também poupar o funcionamento do repetidores nas re-
des que operam as 24 horas do dia. 
 106 
8.4 Siglas mais usadas - código "Q" 
QAP - Escuta, escutar 
QAR - Autorização para abandonar a escuta (QAR-20) 
QRA - Prefixo da estação 
QRG - Influência exata 
QRI - Tonalidade dos sinais: 
1-Bom; 2-Variável; 3-Mau 
QRK - Legibilidade dos sinais: 
1-Ilegível; 2-Legível com intermitência; 3-Legível com dificuldade; 
4-Legível; 5-Perfeitamente legível 
QSA - Intensidade dos sinais: 
1-Apenas perceptível: 2-Muito fraca; 3-Um tanto fraca; 4-Boa; 
5-Ótima, 
QRM - Interferência de outra estação 
QRN - Interferência estática 
QRO - Aumentar potência 
QRP - Diminuir potência 
QRQ - Mais depressa 
QRS - Mais devagar 
QRT - Parar 
TKS - Grato, obrigado 
NIL - Nada, nenhuma 
QRV - Pronto para receber 
QRX - Espere 
QRZ - Quem me chama? 
QSB - Seus sinais estão sumindo 
QSD - Manipulação defeituosa 
QSJ - Dinheiro 
QSL - Confirmação, compreendido 
QSO - Contato entre duas estações 
QSP - Retransmissão gratuita 
QSY - Mudar para outra freqüência 
QTA - Cancelar mensagem, última forma 
QTC - Telegrama, mensagem 
QTH - Endereço 
QTR - Hora exata 
QTI - Rumo verdadeiro 
QTJ - Velocidade do veículo 
QTU - Horário de funcionamento 
QUA - Notícias 
QUB - Informar sua visibilidade 
QRU - Tens algo para mim? 
TNX - Grato, obrigado 
 107 
8.5 Alfabeto da ONU 
A - Alfa I - Juliet S - Sierra 
B - Bravo K - Kilo T - Tango 
C - Charlie L - Lima U - Uniform 
D - Delta M - Mike (maique) V - Victor 
E - Echo (éco) N - November W - Whiskey 
F - Forkstrot O - Oscar X - x-ray (éksrei) 
G - Golf P - Papa Y - Yankee 
H - Hotel Q - Quebec Z - Zulu 
I - India R - Romeo 
 
8.6 Algarismos 
 a Quando transmitir algarismos, deve-se pronunciá-los sempre precedidos das 
palavras "algarismos ou números", da seguinte forma: 
 
 0 - ze-ro 3 - três 6 - meia-dú-zia 
 1 - uno 4 - qua-tro 7 - se-te 
 2 - do-is 5 - cin-co 8 - oi-to 
 9 - no-ve 
 
 
9.0 - MANUTENÇÃO DE VIATURAS 
 
9.1 Generalidades 
 A manutenção de primeiro escalão é unia operação diária executada pelo moto-
rista, auxiliado pela guarnição da viatura, e compreende as inspeções, o reabaste-
cimento, a lubrificação, os reapertos, a limpeza, os cuidados com as ferramentas, 
equipamentos, pneus, baterias e acessórios. 
 
9.2 Reabastecimento 
a) É a verificação ou recompletamento do combustível. 
1) No reabastecimento deve-se: 
(a) evitar derramar o combustível; 
(b) não abastecer a viatura próximo a fogo e não fumar durante a realiza-
ção do abastecimento. 
 
9.3 Verificação e recompletamento do óleo do carter 
a) Deve-se: 
1) colocar a viatura em lugar plano; 
2) retirar a vareta medidora e limpá-la com pano limpo; 
3) recolocar a vareta, verificando o nível do óleo; 
4) não colocar óleo demasiado no carter (ver a marca de mínimo e 
máximo); 
5) limpar o óleo derramado. 
 108 
9.4 Recompletamento de água do sistema de arrefecimento 
a) Deve-se: 
1) verificar o nível de água no radiador, que é normal quando atinge o tubo 
ladrão; 
2) reabastecer sempre com o motor frio ou se estiver quente ir colocando 
água aos poucos: 
3) usar sempre que possível água limpa, de preferência potável. 
 
9.5 Cuidados com os pneumáticos 
a) O motorista deve verificar constantemente a pressão dos pneus quando es-
tes estiverem frios e completar-lhes o enchimento sempre que preciso. 
b) O motorista deve estar sempre atento a desgastes excessivos ou anormais 
dos pneumáticos e que quase sempre podem ser atribuídos a enchimento insufici-
ente ou excessivas partidas bruscas, uso impróprio de freios, desalinhamento das 
rodas ou excesso ou má distribuição da carga. 
 
9.6 Cuidados com as baterias 
a) verificar diariamente o nível da solução, que deve cobrir as placas internas. 
b) conservar limpos e ajustados os cabos da bateria, que poderão ser untados 
com uma camada protetora de graxa fina. 
c) conservar a bateria limpa e firmemente presa ao seu suporte. 
 
9.7Reparos de emergência 
a) Ao fazer reparações, o motorista não deve forçar peça, nem praticar o reparo 
sem que esteja seguro do motivo da avaria. E, na primeira oportunidade, deve in-
formar o seu chefe imediato, a fim de que o trabalho possa ser revisto por um me-
cânico. 
b) São os seguintes os reparos de emergência que poderão ser executados pe-
lo motorista: trocar, limpar e instalar velas de ignição, apertar as porcas, vedar com 
fita adesiva os vazamentos dos condutores de óleo, cobrir com fita isolante cabos 
elétricos notadamente avariados, substituir rodas, substituir lâmpadas queimadas 
etc. 
 
9.8 Conclusão 
a) Para o bom êxito da manutenção de primeiro escalão é necessário que a a-
tenção do motorista seja completa e sistemática compreendendo não somente a 
direção das viaturas, mas também a execução correta da manutenção preventiva 
de sua alçada. 
 Não se esqueça: a responsabilidade pela manutenção de primeiro escalão é 
do motorista da viatura, auxiliado pela respectiva guarnição. 
 
 109 
CAPITULO III 
Policiamento Ostensivo Geral 
 
1.0 Introdução 
 
1.1 Conceito 
 Tipo de Policiamento objetivando satisfazer as necessidades basilares 
de segurança pública, inerentes à comunidade ou a qualquer cidadão. 
 
1.2 Missão 
 Atuar sistemática e permanentemente na preservação do patrimônio 
público e privado e da integridade do indivíduo, a fim de garantir o cumpri-
mento dos dispositivos legais, que regulam a vida da comunidade. 
 
1.3 Apresentação 
a) O policiamento ostensivo geral, em sua maior intensidade, se mani-
festa pelo emprego das frações elementares e/ou constituídas em um pos-
to, a fim de realizar observação, reconhecimento ou proteção. Em sua es-
sência, a soma de postos articulares constituirão o mosaico que retrata a 
área onde atua a maior fração constituída. 
b) Fundamentalmente apresenta-se pela combinação de: 
1) Processo: 
(a) a pé; 
(b) a cavalo; 
(c) em bicicleta; 
(d) em embarcação; 
(e) motorizado 
(1) automóvel 
(2) motocicleta. 
2) Modalidade: 
(a) patrulhamento; 
(b) permanência; 
(c) escolta; 
(d) diligência. 
3) Circunstância: 
(a) ordinária; 
(b) extraordinária; 
(c) especial. 
4) Lugar: 
(a) urbano; 
(b) rural. 
5) Duração: 
(a) turno; 
(b) jornada. 
 110 
6) Número: 
(a) fração elementar; 
(b) fração constituída. 
c) A análise dos fatores determinantes, componentes e condicionantes, 
propiciará a escolha das variáveis que conduzirão à eficácia operacional. 
1) Fatores determinantes: tipicidade, gravidade e incidência de ocor-
rências policiais-militares, presumíveis ou existentes. 
2) Fatores componentes: custos, espaços a serem cobertos; mobili-
dade; possibilidade de contato direto, objetivando conhecimento do local de 
atuação e relacionamento, autonomia, facilidade de fiscalização e controle, 
flexibilidade, proteção ao PM. 
3) Fatores condicionantes: local de atuação; características físicas e 
psicossociais, clima, dia da semana, horário, disponibilidade de recursos. 
d) O exame comparativo dos fatores componentes permite elaborar a 
seguinte tabela: 
 
 Obs.: 
 Mx - máximo 
 Gr - grande 
 Md - médio 
 Pe - pequeno 
 Mn - mínimo 
 
 a pé a cavalo Auto-
móvel 
Moto-
cicleta 
Bicicleta 
Custo Mn Md Mx Gr Pe 
Espaços a serem cobertos Mn Md Mx Gr Pe 
Mobilidade Mn Md Mx Gr Pe 
Conhecimento Local Mx Gr Mn Pe Md 
Relacionamento Mx Md Mn Pe Gr 
Autonomia Mn Md Gr Gr Pe 
Fiscalização Mn Md Gr Gr Pe 
Flexibilidade Mx Md Mn Pe Gr 
Proteção ao PM Mn Gr Mx Md Pe 
 
e) O processo em embarcação não foi comparado na presente tabela, 
em virtude da alternativa do emprego se restringir apenas às vias aquáteis. 
f) Nenhuma variável em si, pode ser tomada como a melhor indicação 
ou a mais eficaz, já que o pleno rendimento operacional será obtido pela 
associação de processos, modalidades, número e duração. 
 
1.4 Procedimentos gerais 
a) Policiamento a pé. 
 111 
1) Nas áreas urbanas, é empregado em postos situados: em zonas 
residenciais de elevada densidade demográfica ou de maciça concentração 
vertical; em zonas de concentração comercial; em logradouros públicos, 
particularmente onde o trânsito de veículos é proibido e predomina a circu-
lação de pedestres; na cobertura a divertimentos públicos e eventos especi-
ais. 
2) Em áreas rurais, normalmente o emprego se restringe à perma-
nência, em face de sua limitação de mobilidade, ou à cobertura a eventos 
especiais. 
3) Em qualquer lugar, realiza escolta e diligência. 
4) À noite, não é recomendável a utilização do PM isolado, sendo o 
efetivo mínimo indicado para o posto de 2 (dois) PM, por propiciar apoio 
mútuo e maior flexibilidade operacional. 
5) Em determinadas formas de empenho, seu rendimento será au-
mentado quando suplementado pelo processo motorizado, dada a capaci-
dade adicional de transporte de pessoas e material. 
6) A utilização de rádio transceptor aumenta consideravelmente a efi-
ciência do processo. 
7) O turno de seis horas se apresenta como o mais indicado para o 
policiamento a pé. 
8) A patrulha a pé deve ser distribuída ao longo da via pública, em 
seus dois lados, de forma que um policial militar não perca o outro de vista, 
facilitando o apoio mútuo. 
9) O Policiamento a pé tem de ser dinâmico procedendo a identifica-
ção e a busca pessoal em suspeitos. 
10) À patrulha é vedado: 
- entrar e/ou permanecer em estabelecimentos comerciais, exceto 
no cumprimento de missão; 
- reunir-se junto à viatura, ou mesmo na via pública, exceto sob 
Comando; 
11) A patrulha deverá portar: 
 - papeleta de ronda; 
 - formulários para relatar ocorrências; 
 Esse material deverá ser entregue na sede da Cia PM, ao término do 
quarto de serviço, onde serão comunicadas as novidades havidas durante o 
serviço. 
b) Policiamento montado. 
1) Nas áreas urbanas, é empregado em postos situados: em logra-
douros públicos de considerável extensão; em zonas residenciais suburba-
nas, de ocupação horizontal; em zonas de difícil acesso a veículos e em que 
não é recomendável o processo a pé; em apoio ao policiamento a pé; em 
divertimentos públicos e eventos especiais. 
 112 
2) Em áreas rurais, é empregado em pequenas povoações interiora-
nas, guarnecendo postos de grande extensão e em estradas vicinais, que 
unem propriedades rurais. 
3) Em qualquer lugar executa diligência e, excepcionalmente, efetua 
escolta. 
4) A fração elementar é constituída por 3 (três) PM, sendo que, no a-
tendimento de ocorrências, 2 (dois) atuam e o terceiro é o guarda-cavalos. 
5) Sua presença desencoraja o cometimento de infração, pois é visí-
vel à distância e tem poder intimidativo pelo impacto que causa. Por sua 
natureza, é de alto valor repressivo. Apresenta a vantagem de manobrar em 
qualquer terreno. 
6) Em determinadas formas de empenho, terá seu rendimento au-
mentado quando suplementado pelo processo motorizado. 
7) A utilização de rádio transceptor aumenta consideravelmente a 
eficiência do processo. 
8) Desloca-se do aquartelamento ao posto, pelos próprios meios. 
Quando a distância for superior a 6km, é conveniente que o deslocamento 
de homens e animais seja efetuado em veículos, para evitar o desgaste 
físico fora do posto. 
9) Recomenda-se que os patrulheiros no posto realizem deslocamen-
tos montados por tempo de 50 minutos, em média, intercalando com per-
manência apeado, no PB, por 10 minutos, o que deve constar do roteiro do 
cartão-programa. Esse procedimento beneficiará tanto o cavaleiro com seu 
cavalo, aquele para manter postura correta e este para ser aliviado de so-
brecarga contínua. 
10) O PM empregado no policiamento montado rural deve ser, prefe-
rentemente oriundo daquele meio, afeito aos usos e costumes do homem 
do campo, o que contribuirá para maior eficiência de sua ação. 
c) Policiamento motorizado. 
1) É empregado em áreas urbanas e rurais: 
(a) realizando patrulhamento e permanência em zonas comerciais 
residenciais e em logradouros públicos; 
(b) suplementando os demais processos, em face de sua autono-
mia; 
(c) cobrindo locais de riscoque estejam a descoberto; 
(d) atuando em eventos especiais; 
(e) realizando escoltas e diligências. 
2) O policiamento motorizado, quando empregar viaturas de 4 (qua-
tro) rodas equipadas com rádio, ligadas a um Centro de Comunicações par 
fins de controle e acionamento, recebe o nome particular de radiopatrulha 
(RP). 
3) Denomina-se guarnição (Gu) a fração que atua no processo de po-
liciamento motorizado, composta, no mínimo, de 2 (dois) patrulheiros, sendo 
um deles o motorista. 
 113 
4) São consideradas também RP as viaturas com reforço de guarni-
ção, armamento e equipamento, empregadas em ações de força, que po-
dem receber denominações como PATAMO, PTM etc. 
5) O planejamento da articulação dos postos da RP é da competência 
da fração constituída com responsabilidade operacional na área, nos mol-
des do policiamento a pé (cartão-programa). 
6) A experiência recomenda, para o radiopatrulhamento, turno de ser-
viço não superior a 8 (oito) horas. 
7) Para que a viatura apresente aspecto inquestionável de que se en-
contra em serviço de policiamento, é necessário que observe rigorosamente 
o binômio "baixa velocidade e atitude expectante da guarnição". 
8) Tanto para trafegar como para estacionar, não estando engajada 
em atendimentos de emergência, a Vtr de RP deverá obedecer às regras de 
trânsito. 
9) A sirene, sendo um sinal sonoro regulamentar de trânsito, para que 
seja obtida prioridade de trânsito, deve ser utilizada em casos de emergên-
cia, dado que a vulgarização do recurso leva ao descrédito e, conseqüente-
mente, à desmoralização. 
10) Ao parar nos pontos-base, a Vtr deverá estacionar em local em 
que seja facilmente avistada e de fácil saída para mais de uma direção. No 
PB, a guarnição deve desembarcar, pois a exibição dos patrulheiros aumen-
ta a ação de presença. À noite, este procedimento evita que a guarnição 
seja vencida pelo sono. 
11) A comunicação é importante componente das operações por as-
segurar rapidez e mobilidade no emprego dos meios disponíveis. Seu uso 
adequado pressupõe exploração judiciosa e racional, baseada em conjunto 
de regras que disciplinam o tráfego de mensagens. Assim, a disciplina da 
rede é fator vital para a utilização do equipamento, sem que se desgaste 
prematuramente e sem causar congestionamento no tráfego de mensa-
gens. Nesse sentido, o patrulheiro só justificadamente chamará a central de 
comunicações, que o atenderá com presteza. As mensagens são operacio-
nais, portanto, profissionais e não pessoais, devendo ser precisas e curtas, 
sem prejuízo da clareza. É recomendável a adoção de códigos que facilitem 
o tráfego de mensagens e, particularmente, a codificação de ocorrências. 
12) Atribuições do patrulheiro: 
Os patrulheiros terão as seguintes atribuições e procedimentos: 
(a) As viaturas terão, via de regra, guarnição de dois homens, e em 
locais predeterminados pela Norma de Dimensionamento, ou selecionados 
Pelos Comandantes, poderão ser guarnecidas. por um único patrulheiro. 
(b) os patrulheiros, quando em dupla, conforme sua função n mo-
mento, terão as funções determinadas do seguinte modo: 
n.º 1 - encarregado da viatura; 
n.º 2 - encarregado do relatório. 
 114 
(c) O Comandante da Patrulha será o patrulheiro de maior posto o 
mais antigo. 
(d) O encarregado da viatura é o responsável pela conferência do 
material. 
(e) O encarregado do relatório é o responsável pela elaboração do 
Relatórios de Ocorrências e condução de detidos. 
d) Policiamento com bicicletas. 
1) O emprego de bicicletas no policiamento ostensivo obedece à 
mesmas prescrições para o policiamento a pé. 
2) Atua em postos de maior extensão, normalmente em terreno pou-
co acidentados. 
3) A fração elementar é constituída de 2 (dois) PM, no mínimo. 
4) É desaconselhável seu emprego em condições climáticas adversa 
(chuva, granizo, canícula etc.) e à noite. 
e) Policiamento em embarcação 
1) É empregado: 
(a) em vias aquáticas e tem as missões previstas para o policiamen-
to a pé; 
(b) no espaço físico atribuído à sua responsabilidade, coopera com 
Policiamento Florestal e de Mananciais, preservando a fauna, a flora e a 
extensões d'água; 
(c) na disciplina e balizamento das extensões d'água, quando utiliza 
das como balneário; 
(d) na complementação de ações e operações de terra; 
(e) no apoio à população ribeirinha, em calamidades públicas o 
emergências. 
2) As embarcações devem satisfazer necessidades de segurança, es-
tabilidade, velocidade em deslocamentos e manobras, abordar ou atracar 
sob as mais variadas condições. Toda embarcação policial-militar deverá se 
inscrita na capitania, delegacia ou agência da Marinha do Brasil, de acordo 
com o regulamento para o tráfego marítimo e deverá sofrer inspeção anual 
pela autoridade naval, para a verificação das condições de segurança exigi-
das. 
3) A guarnição embarcada será constituída de 3 patrulheiros que 
também exercerão atribuições de marinheiros, assim distribuídos: 
(a) Arrais - cabe aos arrais dirigir e manobrar a embarcação. Deve 
possuir a Carta de Habilitação correspondente, fornecia pela Marinha do 
Brasil, após preenchidas as formalidades legais; 
(b) Condutor - cabe ao condutor zelar pela manutenção do motor o 
motores da embarcação, bem como eixos, mancais e hélices da mantendo-
a abastecida e lubrificada, em condições de uso; 
(c) Marinheiro - cabe ao marinheiro auxiliar o arrais nas manobras 
da embarcação e estar em condições de substituí-lo. É o responsável pela 
limpeza, conservação e manutenção da mesma. 
 115 
4) A embarcação deve ser equipada com rádio, bússola, binóculo, 
âncora, choque-sonda, remo, cabo, coletes salva-vidas, extintor de incêndio, 
apito ou sirene e material de pronto-socorro. 
5) Na observação continuada, a patrulha detectará fatos passíveis de 
averiguação ocorridos no seu serviço, tomando as providências cabíveis e 
informando ao escalão imediatamente superior, se julgado conveniente. 
 116 
6) Cooperando com a proteção à ecologia, a guarnição: 
(a) fará levantamento de animais mortos (espécie e quantidade), ve-
rificando as possíveis causas, pela análise de indícios (armadilha, tiro, en-
venenamento etc.). Especial atenção será dada às espécies em extinção; 
(b) os locais habitualmente freqüentados por caçadores e pescado-
res devem ser constantemente inspecionados, identificados seus usuários e 
examinados os equipamentos e as peças abatidas e/ou capturadas. Tomar 
as providências cabíveis ao constatar que a legislação federal ou estadual 
está sendo infringida; 
(c) deverá evitar e coibir as derrubadas, queimadas e outros danos 
causados pela ação humana e contrários à legislação vigente; 
(d) observará indícios de poluição em mananciais hídricos, tais co-
mo manchas, cheiro e coloração da água, peixes mortos e outros sintomas. 
A normalidade e sua possível origem devem ser comunicadas ao escalão 
superior, com brevidade. 
7) A patrulha deve manter-se sempre em condições de realizar ações 
de emergência, pois uma ação rápida pode salvar vidas e bens e evitar fe-
rimentos e pânico, por ocasião de incêndios, enchentes, explosões, desmo-
ronamentos, quedas de pontes, vendavais e naufrágios, A ação adequada 
no salvamento de vidas, na evacuação de ilhados, na prestação de primei-
ros socorros e na proteção dos bens em localidades evacuadas, sujeitas à 
ação de aproveitadores e saqueadores, são as primeiras providências a 
serem tomadas. 
8) O policiamento de balneários é feito com a finalidade de: 
(a) patrulhar as áreas demarcadas para o local de banho; 
(b) encaminhar à autoridade competente os banhistas que tenham 
ultrapassado a área demarcada, pondo em risco a própria vida e os que 
apresentarem sintomas de embriaguez, uso de entorpecentes ou euforizan-
tes; 
(c) prestar socorro imediato em caso de afogamento, aplicando os 
primeiros socorros e removendo a vítima para local adequado; 
(d) auxiliar, nas buscas iniciais, para a localização de pessoas afo-
gadas; 
(e) efetuar a prisão de infratores, nos casosde condução perigosa 
de embarcação que ponha em risco a segurança de banhistas e encami-
nhá-los à autoridade competente. 
9) A guarnição deverá prestar auxílio às comunidades e ao público lo-
calizado às margens das vias aquáticas, realizando o transporte de doentes 
e feridos, de médicos, de parteiras e outros considerados de urgência. 
10) A patrulha desembarcada atuará como faz o processo a pé. Junto 
à embarcação, fundeada ou atracada, deverá permanecer um patrulheiro 
em condições de manter a escuta permanente de rádio e a guarda do mate-
rial e equipamento. 
 117 
1.5 Posto 
a) É constituído por um ou vários pontos-base (PB), interligados por iti-
nerários. Havendo vários pontos-base, a fração que atuar no posto obede-
cerá a um cartão-programa. A numeração dos PB de um posto é feita sobre 
a planta da cidade, de sul para norte e de oeste para leste. 
1) Ponto-base 
(a) Espaço físico limitado que exige presença real, contínua ou tem-
porária, por ser local de risco. 
(b) Deve possuir iluminação suficiente para que, à noite, a fração 
seja facilmente localizada. 
(c) Quando o processo utilizado for o motorizado, deve ser instalado 
de maneira a permitir deslocamento imediato em duas direções, pelo me-
nos. 
2) Cartão-Programa de Patrulhamento (CPP) 
(a) É a representação gráfica do(s) módulo(s) atribuído(s) ao posto, 
indicando a localização do(s) PE e/ou PB, os itinerários a percorrer e os 
horários a serem observados. 
(b) O cumprimento do horário do cartão-programa obriga o PM a es-
tar, por determinado espaço de tempo, em certos locais, porém não o dis-
pensa do atendimento a eventuais ocorrências, no posto, fora do itinerário. 
(c) Engajando-se em ocorrências que o impeça de cumprir o roteiro 
e horários previstos, o PM fará o registro do fato no Boletim de Ocorrência, 
assim justificando o não cumprimento do programa. 
3) Boletim de Ocorrência da Polícia-Militar (BO/PM) 
(a) É o documento que se destina ao registro de ocorrências, pelo 
PM empenhado em policiamento ostensivo. 
b) Procedimento no posto 
1) Compreende 3 (três) formas de ação: 
(a) atendimento a chamados do público; 
(b) inspeção de locais específicos, para verificar o grau de normali-
dade; 
(c) intervenção, em cumprimento a determinação ou por iniciativa 
própria. 
2) No posto, o PM faz observação e toma providências em face da 
existência de fato anormal, assim considerado aquele que, no mínimo, exige 
averiguação por se tratar de comportamento a atitudes não usuais. 
3) Parada ou em marcha adotará sempre uma atitude inequívoca de 
quem está e de forma a ser notado por um maior número de pessoas. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3 - cartão-programa 
 
4) No interesse do policiamento, o PM deve familiarizar-se com a lo-
calização de prédios públicos, farmácias, hospitais, hotéis, residências de 
 118 
autoridades policiais e judiciárias, de médicos, casas de diversões, casas 
comerciais e outros. É conveniente, ainda, conhecer porteiros, zeladores de 
edifícios, vigias de garagens, funcionários de postos de gasolina, garçons, 
motoristas de táxi, vigias particulares noturnos, bem como outras pessoas 
que, trabalhando à noite, constituirão excelentes fontes de informes. É re-
comendável que o policial-militar seja designado para o mesmo posto e no 
mesmo horário, por período de tempo considerável, pois isto lhe permitirá 
um pleno conhecimento do espaço físico em que atua e dos hábitos da co-
munidade ali radicada. 
5) É no posto que se cristaliza a essência da atuação das frações 
empenhadas no policiamento ostensivo, procedendo a averiguações, adver-
tindo, efetuando prisões, lavrando autuações e prestando assistência. Nes-
sas tarefas é que se firma a capacidade operacional da OPM. Portanto, a 
fração elementar ou constituída, orgânica ou reforçada, que atuar no posto, 
deve ser auto-suficiente no desempenho das ações e/ou operações acima 
referidos. 
c) Extensão do posto 
A extensão do posto, com mais de um PB, varia em função do pro-
cesso a ser adotado e deve proporcionar a possibilidade de ser percorrido 
entre 3 e 5 vezes, pela fração, num turno. Esses limites se justificam por-
que, aquém do mínimo (3), o posto pode estar sendo escassamente policia-
do e, além do máximo (5), densamente policiado, em detrimento de outros 
espaços a serem cobertos. O tempo de permanência em pontos-base não 
deve comprometer o patrulhamento em um posto, isto é, o PB não tem prio-
ridade em relação ao itinerário. Para delimitação dos postos, devem ser 
considerados o índice de ocorrência (quantidade) e a incidência (horário, 
local, tipo). Estes fatores determinam, também, a prioridade de cobertura. 
d) Condições individuais para o serviço: 
1) O PM deverá assumir seu posto com o uniforme impecável e apre-
sentação pessoal apurada. 
2) Deverá cumprir os requisitos básicos: 
(a) conhecimento da missão; 
(b) conhecimento do local de atuação; 
(c) postura e compostura; 
(d) comportamento da ocorrência. 
3) Buscará inteirar-se, com seu antecessor ou membros da comuni-
dade, de fatos anormais havidos ou existentes no posto que irá assumir, 
dando continuidade a providências iniciadas e/ou avaliando reflexos em 
seus serviços. 
4) Após o turno, o policial-militar retomará à sua sede, onde fará a en-
trega do material e da documentação de policiamento. Esta prática objetiva 
a supervisão e o controle, permitindo avaliação imediata de seu desempe-
nho e eventuais reajustes em planejamentos. 
e) Rendição 
 119 
1) Deverá a tropa ser dividida em duas partes, de forma que, sempre, 
a metade das patrulhas esteja em operação, não havendo, dessa forma, 
solução de continuidade no policiamento ostensivo. 
2) Deverá, também, no ato da rendição verificar o estado da viatura, 
bem como seu material. 
3) O Comandante da Patrulha é o de maior posto ou graduação sen-
do responsável: 
- pela conferência do material e o estado geral da viatura; 
- pelo preenchimento de relatórios e a condução de detidos; 
4) Normalmente a patrulha será composta por dois policiais-militares 
podendo, todavia, ser guarnecida por um, havendo necessidade; 
5) Antes de colocar o policial-militar no policiamento a pé, deverá ser 
verificado se não há outro processo de policiamento possível e que produza 
melhor resultado. 
f) Instrução 
1) O responsável pela rendição deverá instruir a tropa, sobre as nor-
mas e ordens em vigor, comentando ocorrências do serviço anterior, abor-
dando falhas e acertos, orientando sobre o melhor procedimento em cada 
caso. 
2) Deverá, ainda, fiscalizar, de forma geral, a apresentação pessoal 
do policial-militar, bem como o equipamento, o armamento e a munição. 
3) Verificar se o policial-militar tem os seguintes requisitos básicos: 
- conhecimento da missão e do local de atuação; 
- postura e compostura; 
- conhecimento de procedimento em ocorrência. 
 
1.6 Generalidades 
a) A principal preocupação do PM na execução de policiamento ostensi-
vo geral, deve ser "0 QUE VER" e "ONDE E COMO ATUAR", percebendo a 
diferença entre o cidadão honesto e o delinqüente, empregando adequada-
mente os meios disponíveis atuantes dentro da Lei, granjeando respeito e a 
confiança da população, tornando-se, em conseqüência, parte integrante e 
atuante da sociedade, responsável pela sua segurança. 
b) Presença do PM - deve ser um elemento desencorajador àquele ou 
àqueles que tenham em mente a perpetração de ilícito penal ou mesmo de 
um ato anti-social. Esta ação inibidora será resultante de sua atitude, de sua 
maneira de agir, de seu aspecto pessoal. O PM deve ser observador e estar 
atento a tudo que ocorre a seu redor, percebendo a diferença de comporta-
mento de indivíduos e eventuais mudanças de procedimentos das pessoas, 
características típicas de que ali há algo para ser verificado. 
1) Exemplos de situações que merecem verificação: 
(a) Indivíduos que, ao ver o PM, alteram o comportamento, disfar-
çando, ou mudando de rumo, ou largando algum objeto, ou saindo correndo, 
 120 
ou demonstrando,de alguma forma, preocupação com a chegada do PM 
(pode ser um delinqüente). 
(b) Pessoas aflitas ou nervosas sem motivo aparente ou adultos se-
gurando crianças que choram, pedindo o pai ou a mãe (pode ser seqüestro). 
Crianças pequenas vagando em lugares públicos ou ermos, podem estar 
perdidas. 
(c) Indivíduo cansado, suado por correr, sujo de lama ou sangue 
(pode estar fugindo da policia ou de local de crime). 
(d) Indivíduo parado ou veículo parado muito tempo, próximo a es-
tabelecimento de ensino (pode ser um traficante). Vendedores ambulantes 
(carrinhos de pipocas, sorvete etc.) também devem ser objeto de atenção. 
(e) Indivíduos carregando sacos ou objetos (eletrodomésticos, pica-
reta, pé-de-cabra, macaco de automóvel) pode ser "arrombador" que já agiu 
ou vai agir. Indivíduo com saco nas costas vendendo amendoim nas praias, 
em atitude suspeita, junto a objetos deixados por banhistas (pode ser "rato 
de praia”. 
(f) Indivíduo com odor característico de tóxico (pode ser viciado ou 
traficante). 
(g) Indivíduo parado muito tempo nas proximidades de estabeleci-
mento comercial ou bancário (pode estar esperando a hora de agir). 
(h) Indivíduo agachado, dentro ou ao lado do veículo parado ou es-
tacionado (pode estar se escondendo, fazendo ligação direta ou roubando 
toca-fitas etc.). 
(i) Grupo de pessoas paradas em local ermo ou mal-iluminado ou 
de má freqüência (podem ser viciados, traficantes ou delinqüentes). 
(i) Indivíduo ou veículo que passa várias vezes pelo mesmo local 
(pode ser delinqüente esperando a hora de agir). 
(k) Indivíduo ou veículo que foge à aproximação do PM (pode ser 
um delinqüente em fuga). 
(I) Estabelecimento comercial com a porta semi-fechada (pode es-
tar havendo um ilícito penal no seu interior). 
(m) janelas ou portas abertas em residências ou estabelecimento 
comercial, especialmente no período noturno (pode haver delinqüente no 
seu interior). 
(n) Ocupantes de um veículo cujas aparências estão em desacordo 
com o tipo de veículo (podem ser marginais em carro roubado). 
(o) Veículo que passa em alta velocidade, com ocupantes apavora-
dos ou empunhando armas (podem estar fugindo da polícia ou de local de 
crime). 
(p) Carro estacionado, com motorista no volante ou outras pessoas 
dentro, parado há muito tempo no mesmo local (podem ser delinqüentes, 
esperando a hora de agir). 
 121 
(q) Veículo parado, mal-estacionado, luzes acesas, portas abertas, 
chaves no contato (pode ser carro roubado ou ocupado por delinqüentes em 
fuga ou cometendo ilícito penal por perto). 
(r) Veículo em movimento que procure chamar a atenção do PM a-
través de sinais, como luz, buzina, freadas etc. (alguém pode estar preci-
sando de ajuda). 
(s) Ruídos que quebram a rotina como gritos, explosão, disparos de 
arma de fogo etc. (alguém pode estar precisando de ajuda). 
(t) Veículo velho com placa nova, veículo com placa dianteira dife-
rente da traseira, veículo com lataria amassada ou vidros estilhaçados, veí-
culo com marcas de bala na lataria (pode ser carro roubado). 
(u) Indivíduo estranho, muito atencioso e carinhoso com crianças 
nas ruas (pode ser um tarado). 
2) Em qualquer situação suspeita, em princípio, o PM só deve atuar 
se estiver como superioridade numérica ou de poder de fogo. Não preen-
chendo essas duas condições, deverá solicitar reforço. 
c) "Onde e como atuar" 
1) Em princípio, não sair de sua área de atribuições e de atuação. 
Preocupar-se em cumprir o seu papel. Auxiliar seus companheiros, quando 
solicitado. Trabalhar em conjunto. Ninguém obtém resultados satisfatórios 
sozinho. 
2) Conhecer a fundo a área de atuação (rotina, moradores, comerci-
antes, vias de acesso, locais de má freqüência, delinqüentes e seus pontos 
de reunião etc.). 
3) Fazer um bom relacionamento com a comunidade que lhe prestará 
informações e lhe dará ajuda em caso de necessidade. 
4) Não se envolver emocionalmente na ocorrência, não tomando par-
tido, permanecendo sereno sem sofrer influência ou pressões das partes ou 
terceiros, mesmo diante de fatos extremamente chocantes. 
d) Relações com a comunidade 
1) Auxiliar crianças, pessoas idosas, deficientes físicos a atravessa-
rem as ruas, parando a viatura para isso, se necessário. 
2) Prestar informações solicitadas pelas pessoas. Ser atencioso. Não 
conversar como se estivesse falando com delinqüentes. Recorrer a colegas 
ou mesmo a civis, se for preciso, para solucionar o problema. 
3) Auxiliar pessoas em dificuldades em locais ermos, mal-iluminados 
ou em horários impróprios (Ex.: veículo com família dentro, com pneu fura-
do ou problemas mecânicos). 
4) Socorrer pessoas acidentadas ou vítimas de mal súbito. 
e) Durante o patrulhamento 
1) Encontrando alguma situação considerada suspeita, não titubear e 
verificá-la, observando os princípios de segurança individual. 
2) Não observar rotina no trajeto de patrulhamento. 
3) Com viatura, respeite rigorosamente todas as regras de trânsito. 
 122 
4) Adequar a velocidade da viatura ao local, de forma a poder 
perceber tudo o que ocorre em seu redor, sem interromper o fluxo de tráfe-
go. 
5) Quem dirige a viatura é, além de motorista, um integrante da guar-
nição também atento para perceber situações suspeitas e entrar imediata-
mente em ação. 
6) Desconfiar, em princípio, de informações recebidas por terceiros. 
Identificar o informante e verificar a veracidade da informação antes de agir, 
evitando possíveis "armadilhas" ou o cometimento de injustiças. 
7) Em locais de freqüência pública (inclusive de parada para alimen-
tação e cafezinho), coloque-se sempre próximo e de costas para uma pare-
de, com ampla visão sobre a entrada e o interior do local. 
8) Em estacionando a viatura, prever, sempre, um PM da guarnição 
para fazer a segurança dos demais, ficando fora da viatura, próximo e de 
costas para a parede, atento ao movimento das proximidades (pessoas e 
veículos) e atento ao rádio. 
9) Só conduzir ao DP indivíduos presos em flagrante ou sobre quem 
haja fundadas suspeitas de ter praticado ilícito penal. "A falta de documen-
tos não constitui ilícito penal e o indivíduo pode conseguir, no local, provar 
ser um cidadão honesto e trabalhador". 
f) Transporte de pessoas na viatura 
1)Em princípio, todos os suspeitos devem sofrer, antes de entrar na 
viatura, busca pessoal. As vítimas e as testemunhas, dependendo das cir-
cunstâncias, poderão, também, ser submetidas a essa busca. 
2) O transporte de delinqüentes ou indivíduos perigosos deve ser feito 
no guarda-preso da viatura, algemados de forma conveniente. 
g) Ocorrências em que não se caracterize o ilícito penal - Oriente as par-
tes, conforme o caso, a agir judicialmente ou a recorrer a assistentes soci-
ais. 
h) Procedimento individual em caso de tiroteio: 
1) Manter a calma. Não entrar em pânico. 
2) Utilizar os abrigos disponíveis no momento; diminuir a silhueta 
(fig 3-1) 
3) Tomar todas as cautelas para não ferir companheiros ou terceiros; 
cuidado com fogo cruzado. 
4) Contar o número de disparos feitos. 
5) Cessada a ação do delinqüente, cessar a reação. 
6) Em caso de rendição ou indivíduo ferido, procurar ter total visão 
dele, antes de desarmá-lo e socorrê-lo (cuidado com simulação de ferimen-
tos por parte do delinqüente). 
 123 
Erro! Vínculo não válido. 
 
 fig. 3-1 - Utilização de Abrigos para proteção 
 
i) Socorro de suspeitos ou de delinqüentes 
1) Fazer busca preliminar no ferido, rapidamente, com o objetivo de 
preservar a segurança da guarnição. 
2) No caso específico de delinqüentes, algemar os que estiverem 
conscientes. 
3) O socorro, em princípio, deve ser feito na viatura, mantendo-se a 
guarnição atenta aos feridos durante o deslocamento, evitando possíveis 
surpresas; no socorro, a viatura deve ter pelo menos dois PM. 
4) Caso o socorro seja feito por terceiros, cuidar para que estejam em 
número superior ao de feridos; anotar os dados do veículo e do condutor 
para constar do histórico do Talão. Em caso de recusa e na impossibilidadede detê-los, anotar, se possível, dados pessoais ou do veículo, para posteri-
ores providências. 
5) Todos esses procedimentos não devem retardar, mais que o ne-
cessário, o socorro. 
6) No PS, exercer vigilância para que o ferido não fuja. 
 
 
2.0 Técnicas Usuais 
 
 
2.1 Busca pessoal 
a) Divide-se, quanto à atuação do PM, em busca preliminar e busca 
minuciosa. 
b) Busca preliminar é a realizada em situações de rotina quando não há 
fundadas suspeitas sobre a pessoa a ser verificada, mas em razão do local 
e da hora de atuação. Ex.: local público de má freqüência, local de alta inci-
dência criminal, entrada de pessoal em campo de futebol e bailes populares. 
c) Busca minuciosa é aquela realizada em pessoas altamente suspeitas 
ou em delinqüentes. 
d) Procedimento do PM na busca preliminar: (Fig. 3-2). 
1) Antes de iniciar a busca, evitar que o indivíduo fique de posse de 
quaisquer objetos (blusa, sacola, bolsa, pacote, guarda-chuva, jornal etc.). 
2) Colocar o revistado em pé, com a frente voltada para uma parede 
(na falta, utilizar a lateral da viatura) e as costas para si. 
3) Se não houver parede, veículo próximo ou qualquer superfície ver-
tical no local de busca preliminar (campo aberto) deve o policial obrigar o 
suspeito a deitar de frente ao solo com os braços esticados e para a frente. 
4) Proceder ao porte de arma por trás do revistado, mantendo sempre 
uma perna atrás da outra (perna direita à frente, bem flexionada, a perna 
 124 
esquerda atrás, levemente flexionada), mantendo o pé direito próximo e 
paralelo ao pé esquerdo do revistado, ao verificar a sua metade esquerda; 
quando da verificação da metade direita, manter o pé esquerdo próximo e 
paralelo ao pé direito do revistado. 
5) Em caso de reação, desequilibrar o revistado, deslocando-lhe a 
perna com o pé. 
6) Durante a busca, observar a seguinte seqüência: 
(a) tirar a cobertura (gorro, chapéu etc.) do revistado. Examiná-lo; 
(b) apalpar a garganta, o peito e a cintura, em toda volta; 
(c) apalpar ao longo das costas, desde a área dos ombros até a 
cintura e daí até a axila direita. A mesma coisa na axila esquerda; 
(d) apalpar firmemente ao longo de cada braço, até os dedos, sem-
pre apertando; 
(e) apalpar a região pubiana e as nádegas; 
(f) esvaziar todos os bolsos da roupa; 
(g) examinar as partes interna e externa de cada perna até o calca-
nhar. 
7) Verificar se não há cheiro de tóxicos nas mãos ou picadas nos bra-
ços. 
8) Verificar todos os objetos e volumes em poder do revistado, inclu-
sive cigarros, fósforos etc. 
9) Nada encontrando de ilegal, agradecer a colaboração, liberando o 
indivíduo. 
10) Na busca preliminar em campo de futebol, o rigor fica vinculado a 
circunstâncias momentâneas. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-2 - Particularidades da busca pessoal 
 125 
e) Procedimento em busca minuciosa: (Fig. 3-3 e 3-4). 
1) Deverá ser feita, sempre que possível, na presença de, no mínimo, 
uma testemunha e em local isolado do público. 
2) Adotar os procedimentos da busca preliminar e mais: 
(a) tirar toda a roupa e os sapatos do revistado. Se estiver com ata-
duras ou gesso, verificar se são falsos; 
(b) verificar todo o corpo do revistado, inclusive orifícios externos. 
indagar da procedência de cicatrizes e tatuagens. Se tiver cabelos muito 
grandes ou espessos, passar um pente; 
(c) verificar a roupa do revistado: 
- cobertura: parte interna e externa; 
- sobretudo ou paletó: colarinho, lapelas, bolsos, costuras, re-
mendos, botões e outros ornamentos; 
- colete: forro, costuras e botões; 
- cinto: bolsos, interiores falsos, fivela; 
 
Erro! Vínculo não válido. Erro! Vínculo não válido. 
Erro! Vínculo não válido. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
Erro! Vínculo não válido. 
 
figs.3-3 e 3-4 - Particularidades da busca pessoal 
 
- camisa: colarinho, punho, bolsos (verdadeiros e/ou falsos); 
- gravata: forro e nó; 
- calças: costuras, bolsos (verdadeiros ou falsos), cinturas e bar-
ras; 
- sapatos: parte interna e externa (saltos). 
f) Recomendações para quem faz busca pessoal; (fig. 3-5). 
1) É recomendável que a busca pessoal seja feita por dois PM fican-
do um com o encargo da busca propriamente dita e o outro com a respon-
sabilidade pela segurança do companheiro. O PM que faz a segurança deve 
ficar atrás do suspeito e do lado contrário do seu companheiro, mantendo-
se atento ao revistado. 
2) A busca pessoal deve ser feita com toda aplicação, visando a a-
preender armas ou objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos 
de ilícito penal, que possam incriminar o indivíduo. 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-5 - Particularidades de busca pessoal 
 
g) Busca pessoal em mulheres 
 126 
1) Em princípio, deve ser realizada por policiais femininas, observan-
do-se as normas preconizadas para busca pessoal em homens, no tocante 
à segurança. 
2) Quando feita por PM do sexo masculino, a busca preliminar deve 
iniciar-se pelo pedido gentil à mulher para que entregue a sua bolsa (sacola, 
embrulho etc.), a fim de ser verificada quanto à existência de armas Ou 
objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos de ilícito penal, que 
venham a incriminar a pessoa. Sempre que possível, essa verificação deve-
rá ser feita em presença de testemunhas. 
3) Nada encontrando de ilegal, agradecer a colaboração, desculpan-
do-se pelo incômodo. 
4) Em caso de mulheres delinqüentes ou em que haja necessidade 
de ser procedida revista mais minuciosa, não havendo policiais femininas no 
local, a busca pessoal não deverá ser feita, conduzindo-se a mulher com 
toda a segurança até o DP, onde poderá ser melhor revistada (fig. 3-4). 
 
2.2 Abordagem e vistoria 
a) Veículos - A abordagem e a vistoria em ocupantes de veículos é uma 
das mais perigosas ações do PM. Em princípio, não devem ser feitas por 
homem isolado, nem por PM em inferioridade numérica em relação aos 
ocupantes do veículo. Nessas hipóteses, solicitar reforço e, enquanto não 
chegar, acompanhar discretamente o veículo suspeito, comunicando a sua 
posição continuadamente. Antes de ser efetuada a abordagem, elaborar um 
plano de ação, prevendo precauções a ser tomadas e a atuação de cada 
PM. 
1) Procedimentos 
(a) Local ermo - é o que oferece melhores condições de atuação do 
PM, pois evita as desvantagens que possa ter devido às distrações de uma 
rua movimentada, além de diminuir o risco da presença de terceiros em 
caso de reação e tiroteio. Sempre que possível, deve-se procurar parar o 
veículo suspeito em ruas relativamente calmas ou em locais ermos. 
(b) Locais com tráfego intenso - é importante a adoção de cautela, 
para evitar: colisões com outros veículos, atropelamentos e risco à vida de 
terceiros. A ação deve ser a mais rápida possível e as armas só poderão 
ser usadas em legítima defesa. É preferível permitir a fuga momentânea a 
atingir inocentes. 
(c) Local com movimentação de pedestres - deve ser evitado em fa-
ce da possibilidade de colocar em risco a integridade física de terceiros, 
caso haja reação ou inabilidade dos motoristas. Além disso, haverá a natu-
ral aglomeração de curiosos. Em tais situações, não havendo outra alterna-
tiva, alertar os transeuntes, afastando-os através de palavras e gestos. Du-
rante a vistoria, impedir a presença de curiosos e não descuidar da segu-
rança dos PM; tais locais oferecem maior facilidade para arrolar testemu-
 127 
nhas. Nesses casos, também, é preferível permitir a fuga momentânea a 
atingir inocentes. 
(d) Posição da viatura - a viatura deve ser parada a aproximada-
mente dois metros atrás do veículo e um metro e meio à sua esquerda. 
Nunca estacionar a viatura defronte ou ao lado do veículo suspeito. Avisar, 
via rádio, sobre a abordagem e vistoria. O pisca-pisca permanece ligado, 
alertando os demais veículos em trânsito. 
(e) Atuação da guarnição de RP (dois homens): 
- Parados, o veículo e a RP, o motorista coloca-se do lado de fora 
da mesma, atrás da porta esquerda que estará aberta. O motor da viatura 
devepermanecer ligado. De onde está, o motorista pode observar os ocu-
pantes do veículo e dar segurança ao encarregado. 
- O encarregado, colocado atrás da porta direita da viatura, orde-
na aos ocupantes do veículo que desliguem o carro e, após, mantenham as 
mãos em posição visível, atrás da cabeça ou nas portas do veículo. 
- Em seguida, o encarregado desloca-se em direção ao pára-lama 
direito traseiro do veículo, de onde pode observar os seus ocupantes pela 
retaguarda e fica fora do campo de visão oferecido pelo espelho retrovisor 
(manter a arma na mão, sem engatilhá-la). 
- o motorista desloca-se para junto do pára-lama traseiro esquer-
do do veículo (manter a arma na mão sem engatilhá-la). 
- O encarregado, com a segurança dada pelo motorista, manda 
que os ocupantes abram a porta direita do veículo e, por ela, desçam deva-
gar, com as mãos entrelaçadas em cima da cabeça. 
- com os ocupantes fora do veículo, o encarregado verificará o 
seu interior, vendo se não há ninguém de tocaia ou amarrado, ou algum 
objeto facilmente visível que levante fundada suspeita de serem delinqüen-
tes (revólveres sobre bancos, tóxicos, jóias, muito dinheiro esparramado 
etc.), quando então adotará um dos sinais convencionados que se verá 
adiante. 
- Nada constatando, adotam-se os procedimentos de busca pes-
soal nos suspeitos. 
- Proceder revista minuciosa no interior do veículo, buscando ar-
mas, tóxicos ou produtos de ilícitos penais. Essa revista é feita pelo encar-
regado, enquanto o motorista permanece vigiando os suspeitos. Em princí-
pio, o proprietário do auto deve acompanhar a vistoria, tomando-se os cui-
dados necessários para que não possa arrebatar a arma do encarregado ou 
fugir. 
- Caso não tenha sido feito durante a eventual perseguição, verifi-
car se o carro é roubado ou se não está envolvido em nenhuma ocorrência 
Se o lacre estiver violado, conferir o número do chassis com o documento 
do carro. 
- Durante toda a atuação de abordagem e vistoria, o rádio deve 
estar ligado em condições de ser ouvido. 
 128 
- Se tudo estiver em ordem (veículo e ocupante), agradecer a co-
laboração e desculpar-se pelo incômodo. 
- À noite, acrescentar os seguintes cuidados: 
- Os faróis da viatura devem ser utilizados para cegar os ocupan-
tes do auto suspeito e aumentar a visibilidade do PM 
- que os ocupantes do veículo suspeito acendam as luzes inter-
nas; 
- a lanterna de pilhas ou "spotlight" deve ser mantida ao lado e 
não à frente do corpo do PM, e o seu foco deve ser dirigido aos olhos do 
suspeito, para ofuscá-lo; 
- não cruzar na frente do farol da viatura. 
- Nunca encostar no veículo suspeito para falar com seus ocupan-
tes ou determinar-lhes que desçam, nem abrir a porta do veículo suspeito 
para que os seus ocupantes desçam (Fig. 3-6). 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-6 - Particularidades da abordagem de veículos 
 
(f) Atuação de guarnição de PTM ou ROTA (quatro homens). 
 - As variações ocorrem no posicionamento e na função dos 
integrantes da guarnição. 
- Os procedimentos são semelhantes: 
- parada do veículo e da viatura; 
- ordens para desligar o veículo e manter as mãos em posição vi-
sível; 
- abertura da porta do veículo e descida do mesmo; 
- verificação, no interior do veículo, de outras pessoas ou objeto 
comprometedores. 
- busca pessoal; 
- verificação da existência de valores no veículo; 
- revista minuciosa no veículo, se for o caso (fig. 3-7); 
- rádio ligado; 
- verificação se o veículo é roubado; 
- liberação. 
- cuidados adicionais à noite; 
- nunca encostar no veículo suspeito para falar com seus ocupan-
tes ou determinar-lhes que desçam, nem abrir a porta do veículo suspeito 
para que desçam. 
- Em guarnições com quatro homens, as funções ficam assim dis-
tribuídas: 
- motorista - segurança da viatura, segurança dos demais e escu-
ta do rádio; 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-7 - Revista minuciosa do veiculo 
 
 129 
- encarregado - orienta e fiscaliza a operação; cobre a ação do 
auxiliar 2; 
- auxiliar um - faz a segurança do lado esquerdo do veículo; 
- auxiliar dois - faz a busca pessoal e a vistoria no veículo (fig. 
3-8). 
g) Sinais convencionados 
- Toda guarnição deve ter uma série de sinais convencionados, 
para utilização quando necessário. Esses sinais objetivam a comunicação 
entre os PMs, sem que terceiros entendam o que se passa. Os sinais de-
vem ser simples. Ex.: piscar, tossir, pigarrear, palavra-chave etc. Numa 
situação de abordagem e vistoria de veículos, eles serão úteis para indicar a 
descoberta de alguma anormalidade ou transmitir necessidade de redobrar 
as precauções para evitar fuga ou, ainda, para selecionar quem deve mere-
cer mais atenção na busca pessoal. 
 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-8 - Abordagem de veículo por PTM ou ROTA. 
 
h) Procedimentos suplementares (quando necessário): 
- Descoberto algo incriminador no veículo, deve-se mandar que 
os ocupantes se deitem no chão, onde serão algemados e, após, submeti-
dos a uma revista minuciosa. Evitar que conversem entre si, impedindo, 
assim, o acerto de declarações". 
- Os indivíduos deverão deitar-se de barriga no chão, com as 
mãos sobre a cabeça. 
- Arrolar testemunhas para a apreensão de objetos, armas, valo-
res etc. 
b) Edificações 
1) Não esquecer da fiel observância das prescrições legais, relativas 
à inviolabilidade do domicílio. 
2) Edificações ocupadas: 
(a) Se os ocupantes forem delinqüentes, principalmente homens 
armados, procede-se, normalmente, como no cerco, com todas as cautelas 
próprias da técnica do cerco. 
(b) A dificuldade será realmente muito grande se entre os ocupantes 
da edificação estiverem pessoas enfermas, idosas e crianças. 
(c) Nessas hipóteses, os PM deverão empregar os meios possíveis 
para que tais pessoas se retirem; em seguida, realizar a abordagem. 
(d) Se a edificação estiver ocupada por pessoas que não oferecem 
perigo aos PM ou não são delinqüentes, o procedimento será cortês. 
(e) De qualquer forma, tais abordagens não deverão ocorrer com as 
guarnições em inferioridade numérica ou de poder de fogo. 
(f) Se os PM forem até a edificação para fazer a abordagem, em fa-
ce de denúncia do detido, será necessária muita atenção, pois poderão 
 130 
estar sendo atraídos para uma tocaia ou até mesmo para a própria residên-
cia do detido que passará a gritar pelos familiares pedindo ajuda e fazendo 
acusações contra os PM. 
3) Edificações desocupadas. 
(a) Em princípio, o procedimento é como se o local estivesse ocu-
pado, isto é, com cuidado para não ser surpreendido por alguém que esteja 
escondido, adotando-se técnica análoga à prevista para edificações ocupa-
das. 
(b) Em se tratando de edificação desocupada, existe a possibilidade 
de que esteja em estado de abandono, oferecendo perigo aos PMs, pois 
poderá haver vigas e paredes prestes a desabar, escadas quebradas, asso-
alho solto etc. 
4) Edificações com reféns: 
(a) Colher informações no local e transmiti-Ias via rádio, para provi-
dências decorrentes. 
(b) Cercar o local, impedindo a evasão dos criminosos. 
(c) Em havendo possibilidade de tiros, com risco à integridade de 
terceiros, as guarnições não deverão tentar a invasão do local ou arrebatar 
o seqüestrado antes da chegada de oficial (fig. 3-9). 
(d) A aproximação e a chegada ao local, quando em perseguição, 
deverão obedecer aos seguintes preceitos: 
- A aproximação deve ser feita de modo a evitar que seja notada, 
para obter a vantagem do elemento surpresa. Se possível, deve aproximar 
por uma rua paralela ou por local que não ofereça campo de vista. 
- A viatura deve estacionar um pouco antes do local, evitando ser 
prematuramente vista, e seu estacionamento deve ser o mais seguro possí-
vel, diante das circunstâncias. 
- As chaves não devem ficar no contato da viatura, para evitar que 
sejam utilizadas em possível fuga. 
- Devem ser evitados os ruídos, decorrentes do rádio, batidas de 
porta da viatura, sirene etc. 
- Devido à gravidade da ocorrência será fundamentalganhar tem-
po, o supervisar e o Cmt. do Pelotão serão acionados para o local. 
(e) A viatura designada para cobrir a frente do prédio tem duas res-
ponsabilidades imediatas: 
- determinar se há vítimas e se necessitam de assistência médica 
urgente. Se for o caso, providenciar o socorro médico urgente, ainda que o 
delinqüente possa fugir; e 
- comunicar ao controle as informações específicas e necessárias 
para dirigir e orientar o reforço necessário. 
(f) O PM não deve oferecer-se como refém, pois aumentará o 
poder dos delinqüentes. 
(g) Se for noite os faróis da viaturas devem ser usados para iluminar 
a edificação. 
 131 
h) Se for feito uso de gás lacrimogênio para forçar a saída dos mar-
ginais observar a posição do vento e cuidado ao aproximar-se de janelas, 
portas e corredores. 
i) Outras viaturas devem ser designadas, se necessário, para cobrir 
os flancos e os fundos do prédio, a fim de não permitir a fuga. 
j) Antes da ordem do oficial, as guarnições não devem responder a 
tiros dados pelos homiziados, mantendo-se abrigadas e com vistas ao local. 
Erro! Vínculo não válido.Fig. 3-9 - Cerco a sequestradores 
 132 
1) O comandante da operação é o único que dará ordens para a en-
trada na edificação e emprego de armas em último caso. Todos os PM que 
estiverem na operação devem ter em mente que um tiro pode causar a mor-
te de reféns ou de outro policial, 
m) Para o sucesso da operação é fundamental a calma, o tempo estará 
a nosso favor e o prestígio da Corporação depende desse sucesso. (figura 
n.º 3-9). 
ATENÇÃO: O GRPAe (Grupamento de Radiopatrulhamento Aéreo) 
sendo acionado para o local, dará melhores condições para o cerco e per-
seguição em caso de fuga além de ser de extrema valia no caso de socorro 
urgente de vítimas que possam estar em estado grave." 
Depois que o local estiver cercado o tempo passa a ser o elemento mais 
importante. Os patrulheiros no local não devem ser precipitados colocando 
em risco a vida dos reféns. 
A prisão dos delinqüentes deve ser negociada dando-lhes garantias de 
vida pela liberdade dos reféns, isso deverá ser testemunhado, fato que aju-
da a credibilidade dos marginais. 
Os policiais não devem provocar uma ação do marginal sobre os reféns, 
coisa que poderá acontecer se perceberem que não haverá condições de 
prisão ou fuga. 
Não menospreze o grau de periculosidade ou desespero dos marginais. 
n) No caso dos criminosos tentarem a fuga, utilizando os reféns como 
escudo, os PM devem: 
- Permitir a fuga, sem atirar. 
- Informar de imediato à Central, fornecendo os seguintes dados: 
- direção em que é tentada a fuga; 
- se a fuga está sendo processada a pé ou em veículo; 
- no caso de ser em veículo, informar a chapa, a marca e a cor; 
- a quantidade e as características das pessoas tomadas como 
reféns: 
- a descrição dos seqüestradores; e 
- procurar seguí-los à distância. 
o) Em sendo determinado, pela Central, cerco à área para interceptar a 
fuga, os PM devem atentar para: 
- Procurar informações junto a proprietários de bares, lojas e ou-
tros comerciantes que possam ter visto os delinqüentes em fuga. 
- Linhas de transportes coletivos, que circulam nas vizinhanças, 
poderão ser excelentes vias de fuga. 
- Bares, lojas, postos de gasolina, supermercados, pontos de ôni-
bus, etc., tendo o cuidado de incluir os sanitários desses locais para vistori-
ar. 
p) Para evitar conflito de Comando local a Corporação criou o GATE 
(Grupo de Ações Táticas Especiais), que com pessoal mais preparado e 
 133 
melhor equipado será acionado para o cerco, assumindo o controle da situ-
ação, na seqüência da missão iniciada pelos patrulheiros. 
O GATE existe para facilitar a atuação profissional e são policiais como 
os demais, de uma mesma Corporação. 
Coletes a prova de balas, atiradores especializados, rnegafones, armas e 
equipamentos são úteis para uma ação policial dessa natureza, e o GATE 
as possui. 
5) Edificações com débeis mentais no seu interior: 
(a) Atuar consciente de que o débil mental não é um delinqüente, 
mas, ao revés, um doente, que necessita de cuidados médicos. 
(b) Suas atitudes são imprevisíveis, podendo passar de um estado 
de calma à violência ou vice-versa, o que exige prudência e cuidados espe-
ciais de segurança. 
(c) Antes de entrar em contato com o demente, o PM deve fazer al-
gumas perguntas a alguém que o conheça, como, por exemplo, um parente 
ou amigo, objetivando ter idéia do comportamento do demente. Assim, in-
dagará se o débil mental é violento ou não; se está ou não armado e, em 
caso positivo, qual o tipo de arma; se recebe bem os PM; enfim, procurar 
saber tudo sobre o grau de periculosidade do alienado mental. 
(d) Antes de fazer a abordagem, os PM deverão procurar a prote-
ção, empregando cautelas necessárias e manter o diálogo com o demente 
na tentativa de inspirar confiança. 
(e) Lembrar-se, antes de agir, de que a Corporação dispõe de mei-
os necessários para resolver tais situações. Ter calma e acionar os meios. 
(f) Se as circunstâncias exigem imediata entrada na edificação, não 
esquecer de arrolar testemunhas e obter autorização do morador ou res-
ponsável. 
(g) Utilizar, se for o caso, camisa de força ou meios de fortuna que a 
substituam (cobertores, japonas etc.), para conter o demente. 
(h) Lembrar que a criatividade, a improvisação e o bom diálogo são 
úteis na abordagem de débeis mentais. 
c).Pessoas a pé - A abordagem e a revista pessoal (porte de arma ou 
vistoria) podem ocorrer nos seguintes casos: 
1) Durante o patrulhamento de rotina, quando os PM tentam averiguar 
suspeitos e detectar pormenores, que possam indicar alguma anormalidade 
ou em locais notoriamente suspeitos. 
2) Quando o indivíduo avistado for um suspeito, procurado pela Polí-
cia, para esclarecimento de ilícito penal. 
3) Quando o indivíduo porta objetos que possam ser produtos de cri-
me. 
d) Pessoas isoladas, a pé: 
1) A abordagem deve ser processada com atenção e cautela, vigian-
do todos os movimentos do suspeito, pois poderá sacar uma arma, procurar 
desfazer-se de tóxico, jogando-os fora ou até mesmo colocando-os na boca. 
 134 
2) Em seguida, o PM ordena que coloque as mãos sobre a cabeça e 
realiza a busca pessoal preliminar. 
3) Se o indivíduo estiver indevidamente armado, portar tóxico ou pro-
duto de crime, o PM deve algemá-lo, fazendo, a seguir, a busca minuciosa, 
providenciando, ato contínuo, para que seja encaminhado à Unidade Policial 
da área, arrolando testemunhas, sempre que possível. 
e) Pessoas na multidão 
1) A primeira providência será afastar ou retirar o indivíduo do meio 
da multidão para, em seguida, revistá-lo. 
2) Constitui erro crasso a abordagem e a revista de pessoa suspeita 
no meio da multidão, eis que a reação do público poderá ser contrária ao 
PM, podendo ocorrer tentativa de desarmá-lo ou de agredi-lo. 
3) Se o PM precisar usar a arma, não poderá fazê-lo com segurança, 
correndo o risco de atingir os circunstantes e, dessa forma, fazer vítimas 
inocentes. 
f) Pessoas alienadas mentais 
1) As providências serão as mesmas indicadas nas ocorrências com 
débeis mentais em edificações, devendo o PM adotar medidas de seguran-
ça, visando a não ser surpreendido com a eventual reação do débil mental. 
2) Possíveis gritos e ofensas, despertando a atenção de transeuntes, 
não deverão perturbar a ação do PM, que deverá com calma e tranqüilida-
de, tentar resolver a situação. 
3) Não esquecer de arrolar testemunhas e relacionar tudo o que per-
tencer ao demente, tais como objetos de valor, dinheiro, jóias, relógios etc., 
para, em seguida, encaminhá-los à Unidade Hospitalar própria, mais próxi-
ma. 
g) Pessoas alcoolizadas 
1) Se o indivíduo estiver em coma alcoólica portanto inconsciente e, 
em conseqüência, sem capacidade para se manter em pé, não deverá ser 
conduzido à Unidade Policial da área, mas sim ao PS. 
2) No PS, relacionar os pertences e valores do alcoolizado, arrolando 
testemunhas, para evitar queixas e eventuais acusações posteriores.3) Se o bêbado estiver ferido, após ser medicado, pode ser conduzido 
à Unidade Policial da área, para providência,. complementares. 
4) Se o bêbado ficar internado ou em observação no PS, haverá ne-
cessidade de transmitir os dados à Unidade Policial da área. 
5) Não levar em conta as prováveis ofensas do bêbado, pois tal com-
portamento é comum, uma vez que o indivíduo não está sóbrio e, portanto, 
não tem plena noção do que faz e nem do ridículo a que se expõe. 
h) Pessoas drogadas: 
1) O PM deverá abordá-las com atenção e cautela para não sofrer 
qualquer reação. 
2) Efetuar a busca pessoal. 
 135 
 (a) se houver drogas a serem apreendidas, fazê-lo, preferencial-
mente, na presença de testemunhas; 
 (b) não esquecer que, pelo fato de estar drogado, o indivíduo po-
derá estar violento e reagir sem medir as conseqüências dos seus atos, 
pondo em risco a integridade do PM. 
 
2.3 Cerco 
a) Podemos considerar, para fins policiais, duas modalidades de cercos, 
a saber: cerco programado e cerco ocasional. 
1) Cerco programado: aquele para que, anteriormente à ação, é exe-
cutado um trabalho planejado de levantamento de dados do local a sofrer o 
cerco e das medidas a serem adotadas em cada situação específica que 
surgir. Para o levantamento de dados, deve-se levar em consideração os 
seguintes fatores: 
(a) situação do terreno; 
(b) vias de acesso ao local; 
(c) vias de retraimento ou fuga do local; 
(d) probabilidade de reação dos delinqüentes; 
(e) grau de periculosidade dos delinqüentes; 
(f) possibilidades de riscos de vida aos moradores das cercanias do 
cerco; 
(g) possibilidade do surgimento de reféns. 
2) Cerco ocasional: aquele que se torna imperioso durante uma ação 
policial rotineira, quando delinqüentes se homiziam em edificações, ou se 
escondem em matagais. 
b) Normas de procedimento durante o cerco, que deve ser, preferenci-
almente, comandado por oficial. 
1) É necessário que seja traçado um plano específico, de forma sim-
ples, contendo os dados completos sobre o local ou sobre a edificação que 
será cercada e as informações adicionais existentes. 
2) Número de viaturas ou de PM em quantidade suficiente, sem ex-
cessos. 
3) Todos os PM, participantes do "cerco", deverão ter perfeito conhe-
cimento dos objetivos da missão e das atribuições de cada um para evitar a 
indecisão no momento de "cerco". 
4) Para a aproximação do local, deverá merecer consideração espe-
cial o elemento surpresa. 
5) As viaturas devem estacionar à distância, salvo se o local permitir a 
chegada das viaturas sem que, com isso, os elementos fujam. 
6) Os PM não deverão esquecer de pôr em prática técnicas como: 
progredir no terreno, aproveitando os abrigos e cobertas, sempre protegi-
dos, levando em conta: Onde vou?, Quando vou? e Por que vou? 
7) Nas proximidades, deverá haver um número maior de PM para a 
prisão de eventuais fugitivos da edificação visada ou edificações vizinhas. 
 136 
8) Após as providências iniciais, os PM deverão ser distribuídos de 
forma a fazer um semicírculo em torno da edificação cercada, vigiando to-
das as saídas, com o cuidado para não ocorrer fogo cruzado. 
9) Procedido o cerco, determina-se aos delinqüentes que acendam as 
luzes (se for noite) e saiam com as mãos sobre a cabeça, após o que, serão 
algemados, se for o caso, e revistados; a edificação será cuidadosamente 
revistada (inclusive observando-se frestas de paredes, portas e janelas) 
com vistas à existência de outros delinqüentes em seu interior. Para essa 
revista, o PM deve abrir rapidamente a porta, tomando uma posição junto à 
parede interna que lhe dê visão ampla do ambiente e o torne um alvo difícil. 
Em se tratando de edificação térrea, o PM deverá tomar cuidados especiais 
com o teto, mormente se este for de madeira, sobre o qual os delinqüentes 
poderão ocultar-se. 
10) Se a ordem não for acatada, os PM farão uso do armamento 
químico, tais como bombas fumígenas e de gás lacrimogênio, o que forço-
samente obrigará os marginais a deixarem o interior da edificação. 
(a) É preciso muita atenção quando da saída dos indivíduos, pois 
poderão tentar abrir caminho à bala; daí a importância do emprego, por 
parte dos PM, dos cuidados individuais, relativos à progressão no terreno, 
aproveitamento de cobertas e abrigos e proteção individual. 
11) Em seguida, o local será totalmente vasculhado, quando, então, 
os PM farão as buscas, visando a encontrar objetos furtados ou roubados, 
armas e tóxicos. 
12) Para a entrada na edificação, evitar desvantagem numérica ou de 
poder de fogo. 
13) A lanterna deve ser usada afastada do corpo, somente o neces-
sário, e com facho de luz intermitente (fig. 3-10). 
 137 
 
 Fig. 3-10 - Uso da lanterna em buscas 
 138 
14) Os PM não devem atuar separadamente para evitar serem sur-
preendidos isolados pelos delinqüentes, ou atirar um contra o outro e para 
fins de auxílio mútuo em caso de necessidade (fig. 3-11). 
Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-11 - Ação conjunta para detenção de delin-
qüentes 
 
15) O revólver, sem estar engatilhado, deve ser conduzido à mão (fig. 
3-12) 
16) Erros que não podem ser concebido em operação “cerco”. 
(a) falta de planejamento básico; 
(b) descoordenação; 
(c) falta de comando único; 
(d) excesso de meios e homens no local; 
(e) deixar de cientificar a Central de Operações; 
(f) falta de definição concernente à distribuição de cada PM; 
Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-12 - Condução do revólver em perseguição 
 
(g) falta de cautela, inobservando os princípios de segurança e não 
aproveitando a utilização do terreno para se proteger (fig. 3-13); 
(h) desejo de resolver a ocorrência rapidamente, não aguardando 
os reforços indispensáveis; 
(i) agir antes de contar, no local, com material e armamento quími-
co. 
 139 
2.4 Bloqueio relâmpago 
 a) Para esse tipo de ação, deve-se efetuar um planejamento, providen-
ciando-se o material necessário (lanternas, pinchos, cordas etc.) e esco-
lhendo-se local adequado para a realização do bloqueio. Nesta operação, 
devem ser empregadas quatro viaturas, no mínimo, comandadas por um 
oficial, observadas as seguintes diretrizes: 
 
Erro! Vínculo não válido. Fig. 3-13 - Cautela para se proteger 
 
1) O local escolhido deverá ser, em princípio, onde os motoristas dos 
autos particulares não tenham visão das viaturas, a mais de duzentos me-
tros, a fim de evitar que delinqüentes, ocupando um veículo, utilizem vias 
secundárias para a fuga. 
2) Disposição das viaturas: 
(a) uma viatura deverá ficar afastada cem metros antes do bloqueio, 
com os PM embarcados, a fim de evitar possíveis fugas, e estar em condi-
ções de executar perseguição; 
(b) uma viatura deverá ficar a cem metros após o bloqueio, para im-
pedir a passagem de veículos que desobedeçam à ordem de parada ou 
tentem evadir-se; 
(c) no bloqueio propriamente dito, devem permanecer duas viaturas, 
em direções opostas, somente com os motoristas embarcados. 
3) Emprego dos PM no bloqueio: 
(a) Os PM desembarcados devem efetuar as seguintes missões: 
um oficial responsável pela operação; 
- um Sgt. comandante da guarnição, que auxiliará o oficial; dois 
PM para a segurança; 
- um PM selecionador de veículos; 
- um PM anotador; 
- dois PM para execução das vistorias. 
b) Da seleção 
O(s) selecionador(es), dependendo das mãos de direção, deve(m) 
escolher, corretamente, os autos para vistoria, devendo preocupar-se com 
aqueles realmente suspeitos, que são facilmente observados pelas caracte-
rísticas das pessoas que os ocupam. A ordem de parada será transmitida 
por meio de sinal de lanterna, para que o auto estacione. 
c) Da vistoria 
Os PM que efetuam a vistoria devem verificar todas as partes do au-
to, com vistas a objetos furtados, armas, entorpecentes ou qualquer material 
que indique suspeita de ação delituosa. 
d) Do anotador 
O PM encarregado dessa missão deve verificar toda a documentação 
e anotar, em folha apropriada, os dados relativos ao auto e ao seu condutor. 
e) Dasegurança 
 140 
Os PM que efetuarem a segurança devem estar atentos a todos os 
autos e, principalmente, aos PM desembarcados que efetuam seleção, vis-
toria e anotação, a fim de evitar surpresa por parte de delinqüentes que 
estacionam o auto na barreira e o abandonam, fazendo uso de armas contra 
a tropa. 
 
2.5 Condução de preso 
a) Em princípio, todo preso será submetido à busca pessoal, por mais 
pacífico que aparente ser. Quanto à utilização de algemas, somente ocorre-
rá para detidos que ofereçam perigo à segurança do PM ou possibilidade de 
fuga, conforme legislação específica citada no parágrafo 2-23 deste Manual. 
Na falta de algemas, aproveitar os meios de fortuna, como o cassetete ou a 
cinta do próprio preso. Evitar brutalidade ou violências desnecessárias. 
b) O transporte do preso deverá ser feito em viaturas e, enquanto esta 
não chega, o preso deve ser mantido sob severa vigilância, de preferência 
em local isolado e longe do público. Nenhum preso deve ser subestimado, 
em termos de capacidade de reação. 
c) Como algemar: 
1) Algemar sempre o preso com as mãos para trás. 
2) Partir da posição de busca pessoal: 
(a) colocar a arma no coldre e segurar as algemas com a mão 
direita: 
(b) mantendo-se afastado do preso, mandá-lo abaixar a mão direita, 
colocando-a nas costas, com a palma da mão voltada para cima e os dedos 
esticados; 
(c) aplicar a algema no pulso direito, mantendo-a voltada para fora 
com a parte que tem o buraco da fechadura. Deve aplicar a algema firme-
mente no pulso, mas não apertá-la a ponto de se tornar demasiado descon-
fortável, ou causar ferimentos; 
(d) utilizar o fecho duplo da algema; 
(e) continuar segurando com a mão direita o punho direito algema-
do. Segurar o preso pela roupa no meio das costas, com a mão esquerda; 
(f) mandar o preso abaixar a mão esquerda, colocando-a nas cos-
tas, com a palma da mão para cima e os dedos esticados; 
(g) utilizar o fecho duplo; 
(h) colocar a algema na mão esquerda do preso usando a mão 
esquerda, enquanto a mão direita segura firmemente as algemas; 
(i) mandar o preso erguer-se, mantendo-se afastado dele; 
(j) conduzir o preso sempre do lado oposto à arma, para evitar que 
ele possa apoderar-se dela; 
(l) verificar sempre durante a locomoção do preso as condições da 
algema e do algemado. 
3) Retirada das algemas: 
(a) feita por um PM, enquanto outro dá cobertura; 
 141 
(b) permanecer atento para eventual ataque do preso; 
(c) não relaxar a vigilância; 
(d) só remover as algemas após o preso estar em local seguro; 
(e) para algemar dois ou mais presos, proceder conforme a (Fig. 3-
14). 
Erro! Vínculo não válido. Erro! Vínculo não válido. 
 
 Fig. 3-14 - Algemando dois ou três presos. 
 
d) Condução de menores 
Em princípio, serão conduzidos em viaturas específicas para tal fim. 
Casos excepcionais, serão transportados na boléia da viatura. 
e) Condução de doentes 
Em princípio, através de viaturas apropriadas. Em casos excepcionais 
serão transportados na viatura. Quando se tratar de doença infecto-
contagiosa, após o transporte, a guarnição e a viatura deverão ser desinfe-
tadas. 
f) Condução de doentes mentais 
Em princípio, serão conduzidos por viatura apropriada. Em casos ex-
cepcionais, os agitados, agressivos, serão conduzidos no "guarda-preso" e 
os presumivelmente inofensivos na boléia, adotadas precauções especiais. 
g) Condução de ébrios 
Serão transportados em viaturas, adotando-se medidas similares às 
previstas para débeis mentais. 
h) Entrega de preso 
Na entrega do preso a quem de direito, entregar o que dele foi retira-
do, por medida de segurança, durante a busca pessoal. É recomendável 
pedir recibo dos objetos entregues, bem como atestado do estado físico do 
preso. 
 
2.6 Perseguição - Lembrar sempre que fugir não é crime 
a) A pé 
1) O PM que persegue a pé deve correr o máximo, mantendo, 
somente se necessário, a arma na mão, sem engatilhá-la e com o dedo fora 
do gatilho para evitar disparos acidentais. Nunca atire primeiro, só em legí-
tima defesa própria ou de terceiros. 
2) A cada esquina, dobrá-la com cautela para evitar surpresas. 
3) Ao aproximar-se do fugitivo, procurar desequilibrá-lo, mantendo-o, 
após, deitado de barriga no chão, com as mãos na cabeça. Algemá-lo e 
submetê-lo à busca pessoal. 
4) Com viatura, os PM devem dividir-se, ficando metade na viatura 
para fazer o cerco e a outra metade perseguindo a pé. Ter sempre em men-
te a necessidade de evitar inferioridade numérica e de poder de fogo. 
 142 
5) Enquanto a viatura é deslocada para o cerco, o rádio é utilizado pa-
ra pedir reforço, se imprescindível. 
6) Após a perseguição, refaça o trajeto de fuga em busca de objetos 
ou armas atiradas fora pelo fugitivo, fazendo-se acompanhar de testemu-
nha. 
7) Caso o fugitivo se esconda sob vegetação densa, ou qualquer local 
cuja visibilidade seja limitada, o PM nunca deverá, isoladamente, fazer uso 
de lanterna na tentativa de localizá-lo sozinho. Providenciará rapidamente 
para que a região seja cercada, onde então se fará um "pente fino". 
8) Atuação em tiroteio 
(a) É uma situação delicada. A primeira preocupação deve ser a de 
não ferir inocentes, sendo preferível permitir a fuga momentânea, adiando a 
abordagem para o local propício. Procure afastar curiosos. 
(b) Caso seja atingido o indivíduo, chegar até ele com cautela, de-
sarmá-lo, fazer a busca preliminar se estiver desacordado, e algemá-lo se 
estiver consciente. Socorrê-lo imediatamente. 
(c) Caso seja atingido um PM, manter a calma e então, logo que 
possível, prestar-lhe socorro. Nesse caso, é preferível deixar o fugitivo eva-
dir-se, pois a vida do PM ferido depende da calma e prudência de seus co-
legas de farda. 
(d) Arrolar testemunhas visuais do ocorrido, sempre que possível. 
b) Motorizada 
1) O principal fator para o sucesso da perseguição consiste na ação 
imediata. Qualquer tempo perdido para iniciá-la poderá levá-la ao fracasso. 
Esse imedíatismo pode implicar o desrespeito de algumas normas de trânsi-
to, porém, com toda cautela para evitar acidentes, que podem, inclusive, 
envolver terceiros inocentes. É preferível permitir a fuga momentânea. 
2) Caso já não tenha certeza, verificar, pelo rádio, se não é carro rou-
bado ou envolvido em alguma ocorrência. 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-15 - Perseguição motorizada sem riscos 
 
3) Passar as características do veículo e de seus ocupantes, via rá-
dio, para que outras viaturas possam fazer o cerco. 
4) Informar os locais por onde se desenvolve a perseguição e a dire-
ção tomada pelo veículo perseguido. 
5) Procurar manter o veículo sempre à vista, permanecendo atento à 
ação de outros veículos. 
6) Não ler o velocímetro da viatura durante a perseguição. 
7) Tomar cuidado nos cruzamentos e vias de trânsito intenso. 
8) Ao iniciar a perseguição, acionar todos os sistemas de alerta (sire-
ne, pisca-pisca, faróis) da viatura. Isso ajudará a abrir caminho e indicará 
aos ocupantes do veículo perseguido que devem parar. 
 143 
9) Durante a perseguição, é fundamental que as mensagens por rádio 
sejam transmitidas com voz firme e clara, sem pânico ou afobação, permi-
tindo o entendimento e o reforço imediato. Para tanto, o PM deverá pedir 
prioridade de comunicações. 
10) Procurar manter a viatura na mesma bitola do veículo perseguido. 
Da perícia do motorista depende o sucesso da perseguição. 
Erro! Vínculo não válido. 
Fig. 3-16 - perseguição motorizada sem riscos 
 
11) Quando o veículo perseguido parar, adotar os procedimentos pre-
vistos em Abordagem e Vistoria. 
12) A perseguição motorizada não deve ser feita por motociclistas, 
que se limitam a seguir o auto. Pedir reforço e ir transmitindo, pelo rádio, no 
trajeto seguido (Fig 3-15) e (Fig. 3-16). 
13) Atuação em tiroteio 
(a) É uma situação delicada. A primeira preocupação deve ser a 
de não ferir inocentes, sendo preferível permitir a fuga momentânea, adian-
do a abordagem para local propício. 
(b) A viatura deve ser colocadaem bitola à esquerda do veículo 
perseguido, diminuindo-lhe o campo de tiro e aumentando o campo de tiro 
da guarnição. (Figs. 3-17 e 3-18.) 
 
Erro! Vínculo não válido. 
Fig. 3-17 - Perseguição motorizada 
 
(c) Grande importância tem o motorista nestas situações, pois a 
manobra afoita ou o posicionamento errado podem colocar em risco a vida 
dos PM. 
(d) Não atirar primeiro, somente fazê-lo em legítima defesa, certifi-
cando-se, antes, de que não há reféns no veículo perseguido. 
(e) Atentar também para a possibilidade de o proprietário do veículo 
estar dentro do porta-malas do mesmo. 
 
2.7 Normas gerais para efetuar prisão 
a) Considerações 
1) Entre as mais perigosas atribuições do PM está o ato de efetuar 
prisão. 
2) Nestas circunstâncias, o PM não deve esquecer que está lidando 
com seres humanos, não descuidando também do fator surpresa, em face 
das múltiplas reações do indivíduo, variáveis em cada caso, na iminência de 
perder a liberdade. 
3) Ao prender, o PM só terá êxito se estiver efetivamente bem instruí-
do e observar, rigorosamente, diretrizes essenciais, comprovadas e indis-
pensáveis ao exercício da missão. 
 144 
4) Em se adotando procedimentos corretos, o PM elimina ou reduz os 
perigos da ação e, em decorrência, evita conseqüências danosas para tran-
seuntes e curiosos. 
Erro! Vínculo não válido. 
 Fig. 3-18 - Atuação em tiroteio 
 
5) O PM deverá estar atento para o fato de que só existem dois tipos 
legais de prisão: em flagrante delito e por mandado judicial. 
b Conduta do PM 
1) O PM deve ter confiança em si mesmo, transmitindo essa circuns-
tância ao indivíduo, por intermédio da maneira firme de agir e do tom de 
voz. 
2) O tom de voz firme e calmo fará com que o delinqüente acate a au-
toridade do PM mais do que qualquer outra atitude. Nunca se justifica o uso 
de palavras grosseiras ou pornográficas que, muitas vezes, denotam a falta 
de confiança do PM ou uma dissimulação do seu nervosismo. 
3) A ação rápida e decisiva e o elemento surpresa poderão ser muito 
proveitosos. A surpresa terá o efeito de paralisar o suspeito, limitando sua 
possibilidade de decidir pela fuga e aumentando, em conseqüência, o tempo 
à disposição do PM. 
4) Em princípio e sempre que possível, a prisão ou detenção deve ser 
feita com superioridade numérica. 
5) Somente aceitar colaboração de civis para efetuar prisão ou deten-
ção, se esses não colocarem em risco a integridade do PM ou a do detido. 
6) Evitar que civis se aproximem do detido, pois esses poderão tentar 
alguma coisa contra ele (ferir, agredir etc.) ou para tentar libertá-lo. 
c) Identidade 
1) É o conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa ou coi-
sa. 
2) São documentos de identidade: 
(a) Carteira de Identidade; 
(b) Título de Eleitor; 
(c) Carteira de Trabalho; 
(d) Certificado de Reservista; 
(e) Certificado de Alistamento Militar; 
(f) Cédula de Identidade Militar,- 
(g) Carteira de Identidade Profissional (advogado, engenheiro, mé-
dico, dentista etc.); e 
(h) Passaporte. 
3) Não constitui crime nem contravenção alguém deixar de portar do-
cumento de identidade, já que a contravenção se caracteriza pela recusa de 
fornecer dados sobre a própria identidade, o que evidentemente não é a 
mesma coisa que não ter consigo documentos: 
4) O PM exigirá prova de identidade pessoal nos seguintes casos: 
 145 
(a) Reconhecimento - quando precisa reconhecer um cidadão. 
(b) Suspeita - quando o indivíduo parecer suspeito, por fundadas ra-
zões, de autoria ou co-autoria de crime ou contravenção. 
(c) Infração - quando o indivíduo comete uma infração penal. 
5) Caberá ao PM o ônus de, colher provas ou confirmar, se entender 
como falsos, os dados fornecidos por pessoas sobre a própria identidade. 
 
2.8 Descrição 
a) Essa técnica visa despertar no policial militar a preocupação com 
pormenores. É importante, no cumprimento da missão rotineira e no enca-
minhamento de solução em eventos inusitados, permitindo-lhe realizar re-
conhecimentos de pessoas, de veículos, de objetos e transmitir as informa-
ções respectivas. 
b) Ao descrever pessoas ou solicitar a descrição, deverá atentar para: 
1) aspectos físicos: estrutura, peso, tez, cabelo, bigode, barba, olhos, 
orelhas, nariz, boca, ventre; 
2) modo de andar e trajar; 
3) peculiaridades tais como cicatrizes, amputações, deformações, 
dicção, tatuagens etc.; 
4) peças do vestuário; 
c) Ao descrever veículo ou solicitar a descrição atentar para: 
1) tipo: passageiro, carga, misto; 
2) marca: a designada pelo fabricante nacional ou, quando estrangei-
ra desconhecida, comparada com similar nacional; 
3) cor: genérica, como o azul, verde, branco, e não designadas pelo 
fabricante como gelo, caramelo etc.; 
4) tipo de carroceria, como caminhonete, ônibus, cupê-, 
5) placa: Estado, alfanumérica, cor; 
6) particularidades apresentadas pelo veículo descrito. 
d) Em se tratando de objetos: 
1) forma: arredondada, triangular, outras; 
2) tamanho: grande, médio, pequeno; 
3) natureza: ferramenta, jóia, móvel, outras; 
4) peso aproximado; 
5) particularidades: pintado, embrulhado, outras. 
6) Toda cautela deve ser tomada nos casos em que o suspeito se 
recuse a ficar na posição de abordagem, pois o PM fará uma revista em 
situação normal. 
7) A busca pessoal deve ser feita com toda aplicação, visando apre-
ender armas ou objetos que possam ser usados contra o PM ou objetos de 
ilícito penal, que possam incriminar o indivíduo. 
 
2.9 Ocorrências envolvendo integrantes das Forças Armadas, Polícia 
Militar e Polícia Civil 
 146 
a) No atendimento de ocorrências em que, pelo fardamento ou pela i-
dentidade, se venha a conhecer a qualidade dos envolvidos como integran-
tes das FFAA e Polícias Militar e Civil, de pronto, adotar-se-á o seguinte 
procedimento: 
1) Se for superior hierárquico, prestar os sinais de respeito regula-
mentares e comunicar, diretamente ou através da Central de Operações, ao 
Cmt imediato. 
2) Se for subordinado, acionar o Comando Militar - o órgão policial a 
que pertença o envolvido. 
b) Deve ser evitado o transporte de tais envolvidos em xadrez da Vtr, o 
uso de algema ou o emprego de força física, entretanto, em sendo absolu-
tamente necessário o uso desses meios, deve-se precatar contra futuras 
medidas disciplinares ou penais, arrolando, de pronto, testemunhas que 
possam posteriormente justificar essa conduta. 
 147 
2.10 Ocorrências policiais em veículos de transporte coletivo (ônibus, 
trem e metrô) 
a) Ao constatar ou ser solicitado para atender ocorrência policial em veí-
culo de transporte coletivo, o PM deve: 
1) socorrer as vítimas; 
2) identificados os autores do delito, efetuar a prisão em flagrante, 
conduzindo-os à Unidade Policial da área, solicitando à vítima que o acom-
panhe; 
3) quando os autores do delito não forem identificados, porém, houver 
suspeitas, conduzi-los à Unidade Policial da área, juntamente com à vítima; 
4) arrolar testemunhas; 
5) elaborar boletim de ocorrência. 
b) Nos trens e metrôs, onde os agentes de segurança são reconhecidos 
por Legislação Federal, como agentes de autoridade policial, o PM deve agir 
em perfeita harmonia com eles, solicitando apoio ou os apoiando em suas 
ações. 
c) As ocorrências policiais devem ser atendidas no próprio local ou no 
próximo ponto de parada ou estações, sem desviar os coletivos de seus 
itinerários normais ou retardar as viagens. 
 
2.11 Ocorrências com aeronaves 
a) Na hipótese de pouso ocasional em rodovia, a aeronave deverá ser 
retida para averiguação de sua documentação e da do piloto, devendo ser 
registrada a ocorrência pela Polícia Militar e Polícia Civil. 
 A Polícia Militar deve comunicar o fato ao SERAC - 4, Serviço Regional 
de Aviação Civil - 4, telefone (011) 240-2333, rede Telex Ministério da Aero-
náutica ZVU-24436, Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Ae-
ronáuticos. 
b) Na hipótese de aeronave acidentada fora de aeródromo, deverá ser 
prestado imediato socorro às vítimas e registrada a ocorrênciapela Polícia 
Militar e Civil; 
1) a Polícia Militar deverá imediatamente comunicar o fato ao Serviço 
Regional de Aviação Civil - 4, do Ministério da Aeronáutica; 
2) a Polícia Militar providenciará a proteção e salvaguarda do local do 
acidente, bem como dos destroços e dos vestígios do aparelho sinistrado, 
até a chegada do pessoal credenciado para a competente investigação; 
3) o material recolhido e sob guarda, como pertences de tripulantes e 
os destroços da aeronave, deverá ser protegido e entregue com as cautelas 
necessárias para as pessoas legalmente autorizadas. 
c) Na hipótese de pouso fora de aeródromo, sem que se tenha caracte-
rizado acidente ou incidente aeronáutico, o fato deverá ser comunicado pela 
Polícia Militar ao Serviço Regional de Aviação Civil - 4, para fins de apura-
ção de infração às normas de tráfego aéreo, conforme estabelece o Código 
Brasileiro de Aeronáutica, registrando-se a ocorrência pela Polícia Militar; 
 148 
1) as aeronaves ultraleves não podem sobrevoar áreas densamente 
povoadas, sendo a altura mínima para as demais áreas igual a 100 metros 
no período do dia, compreendido entre o nascer e o pôr do sol; 
2) as ocorrências envolvendo aeronaves ultraleves deverão ser co-
municadas pela Polícia Militar imediatamente ao Serviço Regional de Avia-
ção Civil - 4, do Ministério da Aeronáutica; 
3) a presente norma aplica-se no que couber às atividades e ocorrên-
cias envolvendo helicópteros. 
d) os órgãos policiais estaduais deverão aplicar no que couber a legisla-
ção pertinente, particularmente o artigo 35 da Lei das Contravenções Penais 
- abuso na prática da aviação. 
 
2.12 Providências policiais em crimes contra a pessoa e o patrimônio. 
a) Homicídio 
1) preservar o local e diligenciar para a possível prisão do homicida 
(caso de autoria conhecida); 
2) arrolar testemunhas; 
3) transmitir os dados ao DP. Nesses casos, geralmente o delegado 
comparece ao local; encaminhar ao DP as pessoas suspeitas, se houver; 
4) as demais providências (peritos, carro de cadáver, especializada 
de homicídios) são tomadas pelo delegado, devendo o PM anotar os prefi-
xos e os nomes dos encarregados das viaturas de apoio; 
5) em princípio, a ocorrência só estará encerrada após a saída do 
carro de cadáver. 
b) Tentativa de homicídio 
1) socorrer a vítima; 
2) preservar o local e diligenciar para a possível prisão do agressor 
(autoria conhecida); 
3) arrolar testemunhas; 
4) transmitir dados ao DP, junto com a papeleta do PS, se a vítima 
permanecer internada; encaminhar, se houver, suspeito ao DP; 
5) a peritagem cabe ao delegado; 
6) em princípio a ocorrência só estará encerrada após a saída dos 
peritos (anotar prefixo e nome do encarregado da viatura). 
c) Suicídio e tentativa de suicídio 
1) socorrer a vítima, se possível (tentativa de suicídio); 
2) preservar o local; 
3) arrolar testemunhas e encaminhar, ao DP, suspeitos de indução, 
instigação ou auxílio à tentativa de suicídio; 
4) encaminhar dados ao DP, junto com a papeleta do PS, se a vítima 
permanecer internada (tentativa de suicídio); 
5) as demais providências (peritos, carro de cadáver) são tomadas 
pelo delegado, que geralmente comparece ao local; 
 149 
6) em princípio, a ocorrência só estará encerrada após a saída do 
carro de cadáver (suicídio) ou dos peritos (tentativa). Anotar os prefixos e os 
nomes dos encarregados das viaturas de apoio. 
d) Morte súbita 
1) preservar o local; 
2) arrolar testemunhas; 
3) transmitir os dados ao DP. Geralmente, o delegado comparece ao 
local; 
4) as demais providências (peritos, carro de cadáver) são tomadas 
pelo delegado, devendo ser anotados prefixos e nome de encarregados das 
viaturas de apoio; 
5) em princípio, a ocorrência se encerra com a saída do carro de ca-
dáver; 
e) Agressão 
1) socorrer a vítima. Se terceiros o tiverem feito, passar no PS para 
apanhar a papeleta e ver o estado da vítima. Anotar os dados dos que so-
correram a vítima; 
2) arrolar testemunhas, nome da vítima e do agressor (se conhecido 
ou detido); 
3) encaminhar dados ao DP, conduzindo, se possível, a vítima, o a-
gressor e o objeto utilizado; 
4) encerrar a ocorrência. 
f) Ameaça (crime de ação privada) 
1) conduzir dados, testemunhas e vítimas ao DP; 
2) encerrar a ocorrência. 
g).Desinteligência 
1) em princípio, tentar resolver o caso; 
2) não conseguindo, tomar as mesmas medidas previstas em "Amea-
ça". 
h) Roubo e furto 
1) socorrer a vítima, quando houver. Neste caso, pegar a papeleta do 
PS para entregar ao DP. Se o socorro foi efetuado por terceiros, além da 
papeleta do PS, o PM providenciará os dados dos que socorreram a vítima; 
2) preservar o local, fazendo-se acompanhar de testemunhas, para 
adentrá-lo; 
3) arrolar testemunhas do ilícito penal; 
4) transmitir os demais dados e conduzir, se houver, o autor do crime 
à Unidade Policial da área; 
5) outras providências (peritos) ficarão a cargo do delegado, devendo 
ser anotados o prefixo e o nome do encarregado da viatura de apoio; 
6) em princípio, a ocorrência será encerrada após a saída dos peritos. 
 150 
3.0 Atividades Sociais e Políticas 
 
3.1 Conceitos 
a) Guerrilha urbana 
É a forma de operação ou de luta que obedece a princípios definidos 
e a processos empíricos ou circunstanciais, empreendida por forças irregu-
lares em centros urbanos. 
b) Aglomeração 
Grande número de pessoas temporariamente reunidas. Geralmente, 
os membros de uma aglomeração pensam e agem como elementos isola-
dos e não organizados. A aglomeração poderá resultar da reunião acidental 
e transitória de pessoas, tal como acontece na área comercial de uma cida-
de em seu horário de trabalho ou nas estações ferroviárias em determina-
dos instantes. 
c) Multidão 
Aglomeração psicologicamente unificada por interesse comum. A 
formação da multidão caracteriza-se pelo aparecimento do pronome "nós" 
entre os membros de uma aglomeração; assim, quando um membro de 
uma aglomeração afirma: "nós estamos aqui para cultura,... ”..... “nós es-
tamos aqui para prestar solidariedade..." ou "nós estamos aqui para protes-
tar...”, podemos também afirmar que a multidão está constituída e não se 
trata mais de uma aglomeração. 
d) Turba 
 Multidão em desordem. Reunião de pessoas que, sob o estímulo de in-
tensa excitação ou agitação, perdem o senso da razão, o respeito à lei e 
passam a obedecer indivíduos que tomam a iniciativa de chefiar ações des-
tinadas. A turba pode fazer tumultos e distúrbios. 
e) Manifestação 
Demonstração, por pessoas reunidas, de sentimento hostil ou simpá-
tico a determinada autoridade ou a alguma condição ou movimento político, 
econômico ou social. 
f) Tumulto 
Desrespeito à ordem, levado a efeito por várias pessoas, em apoio a 
um desígnio comum de realizar certo empreendimento, por meio de ação 
planejada contra quem a elas se possa opor. (O desrespeito à ordem é uma 
perturbação da mesma por meio de ações ilegais, traduzidas numa 
demonstração de natureza violenta ou turbulenta.) 
g) Distúrbio interno ou civil 
 Inquietação ou tensão civil, que toma forma de manifestação. Situação 
que surge dentro do País, decorrente de atos de violência ou desordem, que 
é prejudicial à manutenção da lei e da ordem. Poderá provir da ação de uma 
turba ou originar-se de um tumulto. 
h) Calamidade Pública 
 151 
Desastres de grandes proporções ou sinistros. Resulta da manifesta-
ção de fenômenos naturais em grau excessivo e inconsolável, como inun-
dações, incêndios em florestas, terremotos, tufões, furacões; de acidentes, 
como explosões, colisão de navios, trens etc. ou da disseminação de subs-
tâncias letais, que poderão ser de natureza química, radioativa ou bacterio-
lógica. 
i) Perturbação da ordem pública 
 Em sentido amplo, são todos os tipos de ações que comprometam, pre-
judiquem ou perturbem a organização social, pondo em risco as pessoas, 
as atividades e os bens privados ou públicos. 
j) Terrorismo 
Os atos de terrorismo caracterizam-se por atentados e destruições,e 
a seqüência desses atos visa conduzir a população a um estado de des-
crença em relação às possibilidades de repressão por parte das autoridades 
legais. 
l) Sabotagem 
 São ações passivas ou ativas, diretas ou indiretas, de maneira sub-
reptícia, que visam perturbar, causar dano ou destruir objetos de ordem 
material. 
 
3.2 Ação do PM 
a) O PM deve ter sempre em mente que a coesão e o espírito de equipe 
são fatores que lhe proporcionarão inteiro sucesso. Neste caso, o PM isola-
do, a pé ou motorizado, não deve intervir, quer no contato direto, quer na 
dispersão, uma vez que pode ser envolvido pela massa, ser espancado, ter 
seu armamento subtraído, podendo redundar até no uso desse armamento, 
agravando a situação, que pode chegar até sua morte. O PM deve exercer 
ação de observação à distância, fora da área do distúrbio e da linha de evo-
lução dos manifestantes, mantendo o Centro de Operações informado sobre 
o desenvolvimento dos acontecimentos. Com a chegada das forças da re-
pressão, o PM pode engajar-se no apoio às tropas de choque. 
b) O PM, tomando conhecimento de que, em determinado local, existe 
uma bomba explosiva ou qualquer outro tipo de explosivo, deverá: 
- lembrar-se que as bombas explosivas podem acondicionar-se 
de diversas formas: pacotes, embrulhos de jornal, maletas, caixas etc.; 
- lembrar-se que o seu funcionamento pode se dar sob pressão, 
compressão, energia elétrica, desequilíbrio em mecanismos de relógios 
(bomba-relógio); 
- jamais tocar no recipiente que contém a bomba; 
- interditar o local; 
- afastar as pessoas; 
- evitar pânico; 
- comunicar ao Centro de Operações, para que seja enviada ao 
local equipe especializada; 
 152 
- não abrir portas nem acender luzes; 
- em aeroportos e rodoviárias, prestar atenção em maletas que 
parecem estar abandonadas e em posição de desequilíbrio. 
c) Deverá o PM, em caso de sabotagem, exercer especial vigilância em 
pontos vitais, como reservatórios d'água, estações de força, torres de co-
municações, gasômetros etc. 
 
3.3 Informação 
a) Tendo em vista a preservação da ordem pública, é dever de todo PM 
informar aos seus superiores imediatos o que souber sobre a organização 
de movimentos sociais e políticos. 
b) Para alimentação do Sistema de Informações Policiais (SIPO) é im-
portante que o policial militar informe, por via administrativa, os seguintes 
dados: 
1) pessoas: nome, qualificação completa, data-hora-local e natureza 
da ocorrência, Distrito Policial, número de BO/PM e BO etc.; 
2) armas e objetos envolvidos em infração penal: descrição, marca, 
número, calibre etc.; 
3) veículos envolvidos em infração penal: descrição, placa, chassi 
etc.; 
4) "Modus operandi" criminoso: forma de atuação criminosa com to-
das as suas características. 
 
 
4.0 RECINTOS FECHADOS DE FREQÜÊNCIA PÚBLICA 
 
4.1 Prescrições gerais 
a) Estabelecimento de Ensino 
1) Proceder a travessia de alunos, sempre que o local exigir, procu-
rando educá-los quanto ao modo correto de atravessar a via. 
2) Não permitir aglomerações nas imediações do estabelecimento, 
durante o período das aulas, impedindo: 
(a) batucadas, cantarias e algazarras; 
(b) uso inadequado de buzinas; 
(c) competições, demonstrações, correrias com automóveis e moto-
cicletas; 
(d) a presença de "galãs motorizados", que visam corromper estu-
dantes, 
(e) indivíduos que ficam no interior dos veículos ouvindo música em 
tom muito alto, prejudicando as aulas; 
(f) elementos que ficam na parte externa observando as alunas, du-
rante as aulas de educação física. 
. 
 153 
3) Manter um bom relacionamento, em clima de mútuo respeito entre 
a PM e a direção do estabelecimento, inclusive com os demais funcionários. 
4) Não se imiscuir nos assuntos administrativos e nem executar fun-
ções de competência dos funcionários da escola, a não ser em casos de 
emergência. 
5) Garantir a integridade física dos professores e alunos e preservar o 
patrimônio da escola. 
6) Atender às solicitações da direção do estabelecimento, nos casos 
de garantir a sua autoridade para retirar indesejáveis ou prestar socorro a 
alunos. 
7) Não agir por iniciativa própria quanto à disciplina dos alunos no in-
terior da escola, somente o fazendo por solicitação da diretoria. 
8) Evitar afastar-se do estabelecimento para acompanhar aluno até a 
residência, exceto em caso de doença ou para garantir-lhe a integridade. 
9) Em estabelecimento onde estudem crianças, ter especial cuidado 
com a presença de anormais (pederastas, ativos ou passivos, tarados, lés-
bicas etc.). 
10) Reprimir, em qualquer tipo de estabelecimento de ensino, a pre-
sença de traficantes de drogas. 
11) Conhecer perfeitamente a localização dos extintores de incêndio 
da escola, para utilização em caso de necessidade. 
12) Conhecer as saídas possíveis, para utilização em caso de neces-
sidade de evacuação rápida do prédio. 
13) Tratar com cortesia e educação, tendo especial carinho para com 
os alunos e seus pais, cativando-lhes a simpatia para com a Polícia Militar. 
14) Dar sempre bons exemplos, pois os alunos, encontrando-se em 
fase de formação, assimilam os procedimentos dos adultos. 
15) Orientar o estacionamento de veículos que comparecem nos ho-
rários de troca de período, evitando congestionamento de trânsito e propici-
ando segurança aos pedestres (estacionamento sobre as calçadas, desres-
peito às faixas de segurança, abandono de veículo em frente a guias rebai-
xadas etc.). 
16) Em casos de veículos suspeitos, condutores aparentando não ser 
habilitados, veículos com escapamento irregular, não havendo possibilidade 
de identificação e verificação, comunicar o fato, a fim de que possam ser 
acionados os órgãos responsáveis pela fiscalização do trânsito, através da 
cor e marca do veículo e identificação de placas. 
b) Posto de Saúde, Pronto-Socorro, Hospital e similares 
1) Conhecer perfeitamente o sistema de funcionamento da repartição, 
particularmente os casos médicos atendidos, para poder prestar informa-
ções seguras, evitando desperdício de tempo pelos usuários. 
2) Manter, sempre que necessário, os clientes em fila, evitando-se a 
obstrução dos corredores. 
 154 
3) Ter cuidado especial com os exploradores da fé alheia, que fre-
qüentam esses locais, oferecendo-se para "quebrar galho", preencher pa-
péis, obter atestados de óbito etc. 
4) Não permitir o estacionamento de veículos atravancando o local de 
desembarque de doentes, o estacionamento de ambulâncias e viaturas que 
podem chegar a qualquer momento, com urgência. 
5) Ao tomar conhecimento de ocorrências com vítimas de agressão, 
homicídio, suicídio, acidentes de trânsito, se houver no local um investigador 
de polícia de plantão, comunicar-lhe o ocorrido para as providências especí-
ficas da Polícia Judiciária. 
6) Ter em mente, principalmente em se tratando de Pronto-Socorro, 
que o local é de desespero, onde chegam feridos de todos os tipos, acom-
panhados de amigos ou parentes, os quais exigem o rápido atendimento, 
nem sempre possível, em face de atenção a outros pacientes que estão 
sendo medicados, surgindo então, reclamações quanto à demora do aten-
dimento. Em conseqüência, há necessidade de se proteger a integridade 
física dos médicos, enfermeiros, demais funcionários e os bens materiais. 
7) Prestar auxílio para conter ébrios, desordeiros e dementes. 
8) Dedicar atenção para delinqüente que esteja sendo atendido, im-
pedindo-o de fugir e solicitando, em tempo hábil, escolta para, após medi-
cado e liberado, conduzi-lo à Unidade Policial da área 
9) Evitar o envolvimento em assuntos internos da organização, não se 
promiscuir com funcionários e não perambular pelas dependências internas, 
exceto em situações excepcionais, caso haja interesse para o serviço. 
c) Estações de embarque e desembarque de passageiros 
1) Conhecer a localização dos guichês, das várias plataformas e dos 
locais de embarque e desembarque e, se possível, os horários para bem 
informar ao público. 
2) Ter cuidado com ospunguistas, "trombadinhas" e vigaristas, que 
se aproveitam dos incautos, com os "agenciadores" de motoristas de táxis 
etc., que selecionam e induzem passageiros para serem logrados nas corri-
das. 
3) Organizar filas, evitando dessa forma alcançarem o leito carroçável 
e impedirem o trânsito de pedestres pelo passeio. 
4) Onde existir o costume, fiscalizar para que primeiro subam nos ve-
ículos, os passageiros da fila dos que viajam sentados, depois a dos que 
viajam em pé. 
5) Não permitir que vendedores ambulantes dificultem o acesso aos 
veículos e o trânsito de passageiros. 
6) Não permitir que os veículos saiam com a porta aberta ou com 
passageiros dependurados para fora. 
7) Procurar solucionar, de maneira pacífica, as desinteligências entre 
os passageiros e entre estes e os cobradores e motoristas. 
 155 
8) Atender as solicitações do chefe da estação, para a manutenção 
da ordem pública. 
9) Não permitir que os passageiros transitem pelo leito carroçável. 
10) Manter a ordem para evitar atropelos. 
11) Ter cuidado especial com menores que estejam desacompanha-
dos, pois poderão estar fugindo de casa. Comunicar o fato ao Juizado. 
12) Se suspeitar de algum indivíduo, proceder a abordagem, com se-
gurança, e realizar o porte de armas. Existe a possibilidade de alguém ter 
cometido um crime e estar tentando viajar para fugir. 
d) Locais interditados 
1) Ao assumir o serviço, inteirar-se com seu antecessor de todas as 
ordens particulares referentes ao serviço e ao local. 
2) Verificar se existe alguém, devidamente autorizado, fazendo o le-
vantamento do material ali guardado. 
3) Tomar conhecimento da relação e conferir o material existente; na 
impossibilidade de fiscalizar e conferir o material, comunicar o fato por escri-
to, justificando as dificuldades. 
4) Ver se as entradas estão lacradas. 
5) Observar o estado do lacre. 
6) Não permitir a entrada no local de pessoas que não estejam devi-
damente autorizadas pela autoridade competente. 
7) Não permitir a retirada de qualquer objeto do local interditado sem 
a ordem da autoridade competente; quando houver tal autorização, após 
identificar a pessoa, exigir-lhe um comprovante da retirada do material. 
8) Não permitir a entrada de estranhos e, quando tiver que entrar, em 
casos de suspeita, fazer-se acompanhar de testemunhas. 
9) Constatando que o material guardado corre risco de deterioração 
ou dano, seja por iminente ruína do prédio ou goteiras etc., comunicar ao 
seu Cmt para que seja notificada a autoridade que interditou o local. 
10) Evitar informações a terceiros sobre o local interditado, quais os 
valores guardados, sua disposição etc.; quando solicitado, limitar-se a in-
formar quem é a autoridade responsável. 
11) Não se afastar do posto, exceto para o atendimento de ocorrên-
cias urgentes e, nesse caso, comunicar imediatamente ao seu Cmt para 
que providencie substituição. 
12) Se por qualquer motivo a rendição não comparecer ou atrasar-se, 
não deverá abandonar o posto. Comunicará o fato ao rondante ou ao seu 
Cmt, que tomará as providências. 
13) Lembrar-se de que, principalmente nos casos de interdições judi-
ciais, a responsabilidade é grande, visto envolver a proteção de valores, 
podendo, em diversas circunstâncias, acarretar responsabilidade civil e pe-
nal ao PM. 
e) Casas de apostas na Loteria Esportiva e "Loto" 
 156 
1) Manter-se onde possa ser facilmente visto, desestimulando, em fa-
ce da ação de presença, a prática de ilícitos penais. 
2) Ter em mente suas responsabilidades e a periculosidade da mis-
são. 
3) Estar atento às pessoas que estão ao seu redor, principalmente 
aquelas que estão à sua retaguarda, quando isso for inevitável. 
4) Não se deixar levar por assuntos atinentes a jogos realizados no 
local do serviço. 
5) Estar atento a veículos ocupados por pessoas suspeitas que esta-
cionam próximos ao local, ou que já estejam estacionados. 
6) Procurar saber a localização do telefone mais próximo, para utiliza-
ção caso haja necessidade. 
7) Não fugir da sua missão, participando de serviços exclusivos da 
casa de jogo, possivelmente solicitados por gerente ou proprietário. 
8) Evitar tumulto no interior da casa lotérica. 
9) Evitar qualquer tipo de conversas que possam desviar sua atenção 
da missão desempenhada. 
10) Ter em mente a forma de poder abrigar-se, utilizando-se de por-
tas, balcão ou qualquer outro obstáculo, no caso de haver necessidade de 
reprimir a tentativa de roubo. 
11) Não se descuidar da arma, evitando que pessoas fiquem junto ao 
coldre. 
f) Postos de gasolina 
1)Ter em mente a facilidade de ação de marginais, por ser um local 
de livre acesso, de grande movimentação e pelo uso de veículos. 
2) Colocar-se em local isolado e de boa cobertura, evitando, assim, 
que as pessoas transitem ao seu redor e, principalmente, a sua retaguarda, 
porém deve ser facilmente visto, desencorajando delinqüentes, pela eficien-
te e perfeita prevenção. 
3) Ter boa visibilidade dos pontos críticos, como local de serviço dos 
frentistas, localização da caixa, cofre, etc. 
4) Não exercer atividades próprias da firma, facilitando, assim, a ação 
de delinqüentes e se omitindo no desempenho da missão específica. 
5) Evitar tumulto no local, principalmente no horário de fechamento do 
posto. 
6) Inteirar-se dos meios de comunicação existentes no local, para e-
ventual pedido de reforço. 
7) Estar atento em relação a veículos ocupados por pessoas suspeita 
que se aproximem do local, principalmente no encerramento dos serviços, 
8) Obter, junto à Central de Comunicações, antes de iniciar o serviço, 
a relação dos "Caráter Geral" mais recentes e ficar atento, pois poderá che-
gar, a qualquer momento, veículo ocupado por "assaltantes". 
 157 
9) Manter-se atento ao serviço, não se distraindo em conversas, e 
não esquecer-se de que, nas sextas-feiras à noite, devido ao grande movi-
mento, a possibilidade de roubos é maior. 
 g) Empresas comerciais ou industriais na denominada "Operação 
Pagamento". 
 1) Ter em mente a relevância da missão, em face da grande quantia de 
dinheiro existente no local, constituindo atrativo para os delinqüentes. 
 2) Identificar as pessoas que realmente receberão o pagamento; isto 
poderá ser feito entrando em contato com o tesoureiro da firma. 
 3) Verificar os acessos de pessoas ao local (entradas e saídas). 
 4) Ter ampla visão do local, procurando o melhor ponto estratégico para 
se posicionar. 
 5) Não se descuidar da retaguarda. 
 6) Verificar quais poderão ser os obstáculos para sua proteção no caso 
de roubo e tiroteio. 
 7) Estabelecer, mentalmente, seqüência de procedimentos para agir no 
caso de tentativa de roubo (plano de ação). 
 8) Procurar saber a localização do telefone mais próximo, para eventual 
solicitação de apoio ou reforço. 
 9) Evitar tumulto no interior da firma, sem envolver-se em assuntos 
administrativos da empresa. 
 10) Atentar para pessoas e veículos suspeitos, próximos ao local. 
 11) Se houver necessidade de abordar algum veículo ou elemento sus-
peito, deverá fazê-lo com total segurança e com cobertura. 
 12) Não se afastar do local, exceto se for substituído. 
 13) Se for consultado para efetuar escoltas de numerário ou alterar 
procedimento do pagamento, comunicar imediatamente o fato a seus supe-
riores, solicitando orientação a respeito. 
 14) Tomar cuidado para não ser ludibriado por ocorrências ou alarmes 
falsos nas imediações, pois podem ter o objetivo de afastar o PM do local. 
 15) Contatar com alguém do estabelecimento para ligar pedindo reforço 
em casos de emergência ou impedimento por parte do PM. 
 h) Estabelecimento de freqüência suspeita (Fig. 3-19). 
 1) No caso de suspeita relativa a estabelecimento comercial, por qual-
quer integrante de uma guarnição de partrulhamento motorizado, a viatura 
deve parar e, mediante ordem do Cmt da guarnição, seus integrantes de-
vem descer rapidamente, a fim de causar impacto aos elementos, dentro do 
estabelecimento. 
 
Erro!Vínculo não válido. Fig. 3-19 - Buscas em estabelecimentos suspeitos 
 
 2) O Cmt deve ordenar para que o som da vitrola seja baixado, os ta-
cos de bilhar sejam colocados sobre a mesa e que todos se coloquem con-
 158 
tra a parede, com os braços bem acima da cabeça e pernas afastadas, a 
fim de se proceder à busca pessoal preliminar. 
 3) Um PM deve efetuar a segurança dos componentes e companheiros 
dentro do estabelecimento, com vistas a possíveis reações. 
 4) Dois PMs devem proceder à busca pessoal preliminar. 
 5) O motorista deve permanecer fora e ao lado da viatura, junto à porta, 
ouvindo o rádio e dando cobertura aos companheiros. 
 6) Elementos suspeitos deverão ser conduzidos à Unidade Policial da 
área. 
 7) Durante a revista é necessário, também, verificar sobre o balcão, 
junto às vitrines, atrás das caixas vazias de bebidas, dentro do banheiro, 
dentro da caixa d'água de descarga; eis que poderá haver, nesses locais, 
armas ou tóxicos escondidos. 
 8)A ação deve ser rápida e eficiente. 
 9) Devem ser evitados diálogos desnecessários entre os PM e os 
fregueses. 
 10) O PM não deve fazer provocações, que podem resultar em respos-
tas desagradáveis e conseqüências imprevisíveis. 
 11) Realizar a missão sem arbitrariedades e violências. 
 12) A reação da guarnição deve ser firme, enérgica, porém com o má-
ximo de respeito ao ser humano. 
 13) Não se distraia. 
 14) O PM não deve efetuar ação fumando ou comendo. 
 15) Ao iniciar a ação, cumprimenta-se, pede-se licença e ao se retirar, 
despede-se, agradece e explica rapidamente a missão, obtendo, dessa 
forma, a simpatia popular. 
 i) Bancos e estabelecimentos financeiros - Nas imediações desses lo-
cais, cabe ao PM: 
 1) Intensificar a vigilância, visando dar maior proteção e segurança aos 
funcionários, clientes e bens. 
 2) Dispensar maior atenção aos estabelecimentos localizados em zo-
nas afastadas e ruas de pouca pavimentação. 
 3) Identificar, com cautela e com superioridade numérica, ocupantes de 
veículos suspeitos estacionados aos citados estabelecimentos. 
 
 
5.0 DIVERSÕES PÚBLICAS 
 
5.1 Prescrições gerais 
 a) Tratar com prudência e delicadeza o público em geral. 
 b).Conservar-se nos postos ou locais que lhe forem designados, comu-
nicando aos responsáveis, quando for o caso, os riscos decorrentes do ex-
cesso de lotação. 
 159 
 c).Não penetrar na platéia, camarotes e outros locais destinados ao 
público, salvo em caso de perturbação da ordem ou por determinação do 
comandante do policiamento no local. 
 d) Vigiar para que as filas não causem embaraços ao trânsito. 
 e) Não favorecer a quem quer que seja para chegar à bilheteria, antes 
de chegar a sua vez, fazendo entrar na fila aqueles que quiserem se anteci-
par. 
 f) Verificar, ao assumir o serviço, as ordens existentes. 
 g) Procurar saber se a iluminação está funcionando perfeitamente. 
 h) Verificar as portas de saída, não permitindo que as mesmas fiquem 
trançadas à chave, nem que objetos ou móveis obstruam as passagens. 
 i) Verificar onde se encontram os extintores de incêndio. 
 j).Verificar onde se localiza o quadro de força (eletricidade, chave geral). 
 k) Ver onde se localiza o telefone para eventual uso no caso de precisar 
de reforço. 
 l) Encaminhar ao gerente do estabelecimento, os objetos achados que 
lhe forem entregues. 
 m) Encaminhar ao DP os detidos que forem encontrados cometendo 
crime ou contravenção. 
 n) Não permitir o ingresso, no local, de pessoas ébrias ou elementos 
que estejam armados. 
 o) Nenhum espectador pode ser introduzido no recinto, antes da abertu-
ra das bilheterias. 
 p) Ninguém pode entrar a não ser pelos lugares apropriados, auxiliando, 
quando solicitado, o Comissário de Menores, no exercício das funções es-
pecíficas. 
 q) Não permitir que perturbem os artistas durante a apresentação, salvo 
o direito de aplaudir ou reprovar, não admitindo ainda, em hipótese alguma, 
que os espectadores lancem objetos e que molestem as pessoas. 
 r) Não permitir tumulto, gritarias, assobios ou outros quaisquer atos que 
perturbem o espetáculo. 
 s) Compelir os espectadores no sentido de que ocupem os lugares que 
lhes forem indicados. 
 t) Evitar qualquer tipo de pânico. 
 u) Cientificar-se do local em que poderão ser prestados socorros médi-
cos às pessoas que forem acometidas de algum mal súbito, ou vítimas de 
acidentes. 
 v) Não abandonar o local de serviço, antes do término da diversão e só 
fazê-lo quando não mais houver público. 
 w) Durante a execução do serviço, manter a compostura regulamentar, 
não fumando, não se encostando às paredes, bem como não se distraindo 
com coisas estranhas ao serviço. 
 x) Solicitar apoio quando, nas proximidades do local do evento, estive-
rem agindo "guardadores de carros". 
 160 
 y) Solicitar apoio quando a ação dos cambistas conturbar a formação de 
filas e acesso às bilheterias. 
 
5.2 Policiamento em salões de baile 
 a) Proceder à inspeção do salão, verificando o funcionamento das saí-
das de emergência, localização de extintores e demais medidas e materiais 
de combate ao fogo. 
 b) Entender-se com a diretoria do salão, certificando-se do tipo de baile, 
se é para associados ou com venda de convites ou entradas, a fim de verifi-
car e se certificar da necessidade de proceder à busca pessoal preliminar. 
 c) Quando o baile for com cobrança de ingressos, orientar as filas nas 
respectivas bilheterias. 
 d) Evitar que menores de idade ingiram bebidas alcoólicas. 
 e) Estar atento para combater o tráfico e o uso de drogas. 
 f) Não permitir que ingressem na pista de danças carregando copos ou 
garrafas, especialmente em salões lotados. 
 g) Toda vez que notar comportamento impróprio de freqüentadores, 
acionar, primeiramente, a diretoria do clube ou comissão organizadora do 
baile, para que tome as providências iniciais, agindo depois, se não atendi-
do. 
 h) Procurar solucionar as desinteligências da forma mais amigável pos-
sível, evitando detenções; se necessário, fazer o infrator se retirar do salão. 
 i) Solicitar à diretoria para retirar do salão aqueles que se excederem na 
ingestão de bebidas alcoólicas. 
 j) Evitar o excesso de lotação no salão, pois gerará confusão e desor-
dem. 
 l) Estar sempre atento, especialmente em bailes carnavalescos com 
salões lotados, a fim de evitar alarmes falsos e o pânico em caso de aciden-
tes. 
 m) Em caso de início de pânico, procurar acalmar os presentes, liberan-
do todas as saídas e orientando a evacuação ordeira do salão. 
 n) Não se distrair conversando com mulheres freqüentadoras do salão; 
é malvisto pelo público o PM que, logo à saída do baile, faz-se acompanhar 
por alguma freqüentadora. 
 o) Não se descuidar da arma colocada no coldre. 
 p).Não ingerir bebida alcoólica e, tendo que lanchar, procurar fazê-lo em 
local reservado. 
 q) Não relaxar quanto ao uniforme e à postura; não ficar descoberto. 
 r).Não dançar. 
 s).Não deverá, em hipótese alguma, aceitar dinheiro do responsável 
pelo baile, nem qualquer outra forma de presente, a título de agradecimento. 
 t).É terminantemente proibido ao componente da Polícia Militar, traba-
lhar em salões de baile sem estar escalado para tal. 
 
 161 
 
6.0 POLICIAMENTO DE PRAÇAS DESPORTIVAS 
 
6.1 Conceito de segurança de praça desportiva 
 a) A segurança das praças desportivas é compreendida: 
1) pela arquitetura; 
2) pela respectiva administração; 
3) pelos promotores do evento; 
4) pelas autoridades competentes, dentro de suas respectivas atribui-
ções; e 
5) pela ação do policiamento. 
b) Da arquitetura das praças desportivas 
A arquitetura de um estádio é apoiada no Código de Edificações, que 
especifica inclusive as normas técnicas quanto à sua segurança; sua fiscali-
zação está, conforme disposições legais, a cargo do órgão público munici-
pal. 
c) Da administração das praças desportivas 
1) Constitui competência natural da administração das praças despor-
tivas: 
(a) providenciar reformas e consertos das instalações; 
(b) atuar junto ao serviço debares e restaurantes, a fim de que dis-
posições legais sejam obedecidas; 
(c) fiscalizar o ingresso, a circulação e a localização física dos es-
pectadores; e 
(d) empenhar todos os esforços, no sentido de garantir a integridade 
física dos espectadores, com vistas a incêndios, desmoronamentos e outros 
eventos catastróficos. 
d) Dos promotores dos eventos desportivos 
Aos promotores dos eventos desportivos compete naturalmente a 
realização do espetáculo e a fiscalização de quem deva ou possa dele parti-
cipar. 
e) Da Polícia Militar 
À Polícia Militar compete a preservação da ordem pública e o policia-
mento ostensivo sobre o evento. 
 162 
6.2 Efetivo a ser empregado 
a) Determinação dos efetivos 
1) O cálculo do efetivo a ser empregado no policiamento em praças despor-
tivas sofre a ação de inúmeras variáveis, algumas abaixo enumeradas: 
(a) natureza da disputa a ser realizada; 
(b) tipo de público específico quanto à quantidade e nível social; 
(c) características do estádio; 
(d) momento psicológico; 
(e) interesse de terceiros; 
(f) local; 
(g) atenção dada pela Imprensa ao evento; 
(h) condições climáticas e atmosféricas; 
(i) cobertura irradiada e/ou televisionada ou não, simultaneamente com a 
disputa; 
(j) policiamento somente interno ao estádio; e 
(I) policiamento externo ao estádio, englobando, inclusive, problemas de 
trânsito, o que já se integra a um outro sistema. 
b) Reforço 
1) Sempre que forem necessários, devem ser solicitados, com antecedência, 
reforços como: 
(a) bombeiros; 
(b) cavalaria; 
(c) policiais com cães; 
(d) policiais femininas,- 
(e) trânsito; 
(f) intérpretes; 
(g) policiamento motorizado e a pé para as imediações; 
(h) policiamento reservado; e 
(i) outros reforços julgados úteis. 
c) Efetivos de mais de uma OPM 
No caso em que efetivos de duas ou mais OPM forem trabalhar juntos, deve 
haver comando da missão-tarefa unificado, de modo a se estruturar linhas de ação 
e em se definir responsabilidades. 
 
6.3 Planejamento 
a) Dos contatos externos 
1) As OPM ou suas frações, empenhadas no policiamento em praças des-
portivas, podem realizar tal modalidade de serviço eventual ou constantemente, por 
força das circunstâncias; de qualquer forma, todos os contatos com a autoridade 
responsável pelo evento desportivo devem ser realizados oficialmente e com a 
antecedência necessária; e 
2) A par do contato oficial citado no parágrafo anterior, devem ser realizados 
contatos possíveis com os responsáveis pelo acontecimento, bem como devem ser 
feitos um ou mais reconhecimentos do local. 
b) Relacionamento 
1) A OPM empenhada no policiamento em praças desportivas, no todo ou 
em parte, deve, de acordo com sua estrutura e organização, manter relacionamento 
com: 
(a) a imprensa especializada; 
 163 
(b) as diretorias dos clubes; 
(c) as torcidas uniformizadas ou organizadas; 
(d) autoridades civis, militares e desportivas vinculadas ao evento despor-
tivo; 
(e) a administração do estádio; 
(f) os patrocinadores e promotores do evento; 
(g) comerciantes ligados ao evento, se for o caso; e 
(h) terceiros, ligados ao evento, desde que, por sua posição, possam influir 
no êxito da operação. 
c) Características próprias das praças desportivas 
1) Cada estádio tem características próprias e requer um planejamento es-
pecífico, com vistas a: 
(a) setores e postos, quer nos jogos considerados "pequenos", "médios", 
"grandes" e "clássicos"; 
(b) planos de evacuação e hospitalização, com as respectivas vias de a-
cesso; 
(c) estudo minucioso de suas dependências; 
(d) estacionamento de veículos e viaturas; 
(e) horários de chegada e saída das delegações e da arbitragem; 
(f) horários de abertura das bilheterias e dos portões de acesso ao público; 
(g) planos de ações com as respectivas alternativas, referentes a ativida-
des, como controle de tumultos e de pânico e operações especiais; e 
(h) peculiaridades do estádio. 
 
6.4 Da conduta do público 
a) Dos fatores psicológicos 
1) O espectador, quando envolvido numa massa, geralmente deixa de racio-
cinar e agir como indivíduo isolado, passando a reagir na proporção em que a 
mesma reage, uma vez que sofre influência de fatores psicológicos, COMO: 
(a) número; 
(b) sugestão; 
(c) contágio; 
(d) anonimato; 
(e) expansão de emoções reprimidas; e 
(f) imitação. 
b) Reações do público 
1) Os fatores psicológicos levam os espectadores a reagir agressiva e até 
violentamente a estímulos muitas vezes insignificantes; tal comportamento coletivo 
e contagiante revela-se por: 
(a) provocações verbais; 
(b) impropérios; 
(c) arremesso de objetos, como copos e garrafas; 
(d) tiros de fogos, como rojões; 
(e) arremesso de sacos plásticos, contendo água ou outra substância; e 
(f) tiros de armas de fogo. 
c) Dos fogos 
1) Fogos são proibidos, nos termos da legislação vigente, de serem utiliza-
dos em locais de aglomeração, todavia, apesar das revistas individuais, os fogos 
são introduzidos, clandestinamente, no interior dos estádios: 
 164 
(a) em bolsas de mulheres; 
(b) sob as vestes de homens, mulheres e crianças; 
(c) enrolados em mastros de bandeiras ou no interior dos mastros,, 
(d) no interior de sacolas, cestas e geladeiras de isopor dos vendedores 
ambulantes; 
(e) por cordas; 
(f) por entradas restritas às delegações, autoridades, imprensa e funcioná-
rios dos estádios, dentro de pertences pessoais; 
(g) mediante processos que se antecipara à realização da partida e à che-
gada do policiamento; 
(h) no interior de tambores e instrumentos semelhantes; e 
(i) de outras maneiras, conforme a imaginação de cada um. 
d) Armas de fogo e bebidas alcoólicas 
Com relação à introdução de bebidas alcoólicas e armas de fogo no interior 
de, estádios, os sistemas são os mesmos do parágrafo anterior. 
e) Conseqüências da euforia 
1) Todo o clima de euforia normalmente existente, mais a influência dos fato-
res psicológicos, agravado pelo consumo de bebidas alcoólicas, acontecimentos 
palpitantes e pseudoimagem de agressões e perigos, podem gerar: 
(a) brigas simples; 
(b) desordens; 
(c) invasões de campo; 
(d) tumultos; 
(e) distúrbios; 
(f) agressões a tiros; e 
(g) pânico, 
 
6.5 Conduta do policiamento 
a) Locais a serem policiados 
1) Locais de estacionamento (quando isto não for da competência da OPM 
de trânsito ou de outra, com tal missão) de: 
(a) viaturas da tropa,- 
(b) veículos oficiais; 
(c) veículos das delegações; 
(d) veículos especiais (Imprensa e serviços essenciais); e 
(e) veículos do grande público que aflui ao estádio, inclusive de torcidas vi-
sitantes. 
2) Bilheterias, 
3) Postos de arrecadação. 
4) Escolta de numerários, se houver solicitação por funcionários 
competentes. 
5) Catracas e locais de entrada do público. 
6) Locais de acesso da Imprensa e de autoridades. 
7) Embocaduras e corredores. 
8) Tribunas. 
9) Vestiários de árbitros e de atletas. 
10) Cabines de som e da Imprensa escrita, falada e televisada. 
11) Casas de força e geradores. 
12) Torres de som e de iluminação. 
 165 
13) Bares. 
14) Posto de Comando. 
15) Escolta de árbitros. 
16) Postos de comunicações. 
17) Arquibancadas. 
18) Local de disputa. 
19) Locais de aglomeração, que permitam a ação de punguistas, trombadi-
nhas", assaltantes e outros. 
20) Outros locais necessários, característicos de estádio. 
b) Prioridades a serem consideradas 
1) Antes de iniciar o jogo: 
(a) Prioridade 1 - trânsito (a cargo do Pol. Trânsito). 
(b) Prioridade 2 - bilheterias. 
(c) Prioridade 3 - portões. 
(d) Prioridade 4 - assistência. 
(e) Prioridade 5 - área destinada ao jogo. 
(f) Prioridade 6 - bares. 
2) Durante o desenrolar do jogo: 
(a) Prioridade I - assistência. 
(b) Prioridade 2 - área destinada ao jogo. 
(c) Prioridade 3 - bares. 
(d) Prioridade 4 - portões. 
(e) Prioridade 5 - bilheterias. 
3) No intervalo do jogo: 
(a) Prioridade I - bares. 
(b) Prioridade 2 - assistência. 
(c) Prioridade 3 - área destinada ao jogo. 
4) Ao final do jogo: 
(a) Prioridade I - trânsito. 
(b) Prioridade2 - vestiários. 
(c) Prioridade 3 - assistência. 
(d) Prioridade 4 - portões de saída. 
c) Controle do trânsito 
Observar o contido no Capítulo V deste Manual. 
d) Nas bilheterias 
1) Nas bilheterias haverá permanente vigilância, assegurando que as pesso-
as comprem ingressos obedecendo à ordem de chegada. 
2) Reprimir a ação dos cambistas. 
3) Prevenir a ação de "assaltantes", quanto ao produto de arrecadação. 
 e) Nos portões de acesso 
1) Nos portões de acesso, o PM colocar-se-á na parte interna dos mesmos, 
junto aos porteiros, com a missão de: 
(a) efetuar buscas ligeiras nos assistentes, a fim de impedir a entrada de 
armas de fogo, armas brancas, fogos de artifícios ou similares e outros objetos que 
poderão ser utilizados como arma; e 
(b) apoiar em força o trabalho dos porteiros. 
f) Diante da euforia da assistência 
Na exaltação própria do assistente ou no simples desvio de sua conduta, 
que não configurem a conduta inconveniente, a atuação do policial-militar far-se-á, 
 166 
predominantemente, através da advertência, não cabendo a retirada do infrator do 
estádio. Há casos em que a mudança compulsória de um exaltado para outro local 
dentro do estádio supera dificuldades eventuais e evita outras conseqüências. 
g) Brigas e desordens 
As brigas simples e as desordens são resolvidas retirando-se os responsá-
veis do local, podendo neste serem deixados policiais-militares para garantir o res-
tabelecimento da ordem, enquanto se fizer necessário. 
h) Diante de crimes e contravenções 
Será preso em flagrante na forma da Lei, e conduzido imediatamente ao Dis-
trito Policial mais próximo, todo aquele que cometer crime ou contravenção, inclusi-
ve a deflagração de foguetes ou quaisquer outros artefatos explosivos. 
i) Nos bares 
Nos locais em que for proibida a venda de bebida em recipiente de vidro ou 
lata, considerando que é mais fácil exercer controle sobre poucos locais de venda 
do que sobre milhares de compradores, os elementos de serviço prenderão, na 
forma da Lei, os vendedores que, após advertidos, persistam na entrega daqueles 
recipientes aos compradores. 
j) No interior da área do jogo 
1) O policiamento não deve se preocupar com a condução da partida em si, 
o que é atribuição da Justiça Desportiva. 
2) Deve ser deixada para os funcionários do órgão competente a determina-
ção de quem, da Imprensa, pode ter acesso ao interior do campo. 
3) Apoio em força aos porteiros dos túneis, sem entretanto interferir no con-
trole ou na seleção de pessoas quanto à qualidade, para o acesso. 
4) Apoio em força às decisões do representante da federação ou liga e auto-
ridades administrativas, competentes que são para sanar qualquer desvio de con-
duta, contrário às regras convencionais para o espetáculo, que não constituam caso 
policial. 
5) A tropa ou sua fração só ultrapassará as linhas que delimitam o local de 
realização da peleja, quando: 
(a) a arbitragem solicitar; 
(b) a arbitragem estiver em sério risco; 
(c) houver quebra do princípio de legalidade, como brigas envolvendo jo-
gadores, torcida e Imprensa; e 
(d) houver invasão do campo. 
6) A proteção física do juiz e auxiliares contra agressões, através de escolta, 
executada por fração para isso designada. 
7) Caso a tropa seja utilizada como meio de prevenção e dissuasão de inva-
são do campo, deve: 
(a) ser disposta com a frente voltada para o público; 
(b) não desviar sua atenção para a peleja, principalmente quando o público 
começa a se manifestar, pois estando este eufórico e o PM com a cabeça voltada 
para o centro do campo, pode ocorrer de espectadores aproveitarem a oportunida-
de para saltar no interior do campo ou arremessar objetos no PM; 
(c) não agredir fisicamente os torcedores, devendo conduzi-los para fora 
do campo, utilizando os conhecidos meios de condução de adversário; 
(d) manter sempre a atitude correta e marcial; e 
(e) agir durante todo o tempo enquadradamente, sem rompimento da ca-
deia de comando. 
l) Diante das invasões da área de jogo 
 167 
1) As invasões de campo em massa são resolvidas empregando-se a tropa 
em linha, a qual empurrará os invasores para um local designado, normalmente 
para uma via de saída. 
(a) Nos estádios não se corre nem se permite correr. 
(b) Movimentos de tropa em velocidade atraem a atenção do público po-
dem conduzir a correrias e até a pânico. 
m) No controle de tumultos e distúrbios 
O controle de tumultos e distúrbios no interior de praças desportivas deve 
ser planejado com antecedência e por locais, de modo que a ação física da tropa 
aproveite a arquitetura existente, uma vez que a peculiaridade dessas ações no 
interior de estádios é justamente a limitação do uso de agentes químicos e de bom-
bas de efeito moral, sendo que estas últimas não podem ser utilizadas. 
n) Em situações de pânico 
1) O pânico deve ter suas causas previstas quando isto for possível, de mo-
do a se evitar a sua ocorrência; se entretanto ocorrer devem ser abertas todas as 
vias de acesso a tempo, para permitir a vazão da massa e acionar-se, rapidamente, 
os meios de Defesa Civil para evacuação e hospitalização. 
2) Além das causas já citadas podem resultar em pânico: 
(a) explosões acidentais ou não; 
(b) descidas de aeronave no interior de praças desportivas; 
(c) abalos na estrutura do estádio; 
(d) fenômenos atmosféricos; 
(e) desabamentos; 
(f) acidentes coletivos, 
(g) incêndios; e 
(h) falsos alarmes. 
o) Em apoio aos organizadores do espetáculo 
1) O elemento do serviço de policiamento em estádio prestará apoio em for-
ça, para manter a autoridade administrativa dos organizadores do espetáculo, des-
de que: 
(a) o objeto da exigência já esteja estabelecido nas regras de organização 
do espetáculo; 
(b) a ação direta e pessoal dos organizadores não seja bastante por si só; 
(c) os elementos de organização do espetáculo estejam presentes para 
assumir a responsabilidade do ato apoiado. 
p) Frente à ação delituosa dos guardadores de veículos 
1) Não será permitida, nas áreas públicas externas, a atuação de elementos 
que, a título de guardar veículos, venham a exigir dinheiro dos proprietários e em 
caso de recusa de pagamento danificar referidos veículos. 
Devem ser detidos e encaminhados ao Distrito Policial da área 
q) Escolta de árbitro, auxiliares, representantes e delegações 
1) Ao término da disputa, a arbitragem, as delegações e outros julgados por 
bem devem receber a proteção policial-militar, na conformidade da evolução dos 
acontecimentos e das necessidades. 
2) A proteção policial militar, de que trata o parágrafo anterior, será encerra-
da quando o responsável pelo grupo protegido se sentir em local seguro e dispen-
sar sua escolta expressamente. 
 
6.6 Limitações à ação do policiamento 
 168 
a) Tarefas administrativas próprias da organização do espetáculo: 
1) Nas missões de policiamento ostensivo não se incluem as tarefas admi-
nistrativas próprias da organização do espetáculo, motivo porque não serão assu-
midos os encargos de: 
(a) silenciar bandas, cornetas, ou qualquer outro instrumento sonoro; 
(b) impedir a entrada furtiva de elementos por sobre as barreiras perime-
trais que, por inadequação de construtura, não constituam obstáculo razoável a 
esse acesso; 
(c) organizar estacionamentos de veículos em áreas internas; 
(d) impedir a passagem de elementos de um local para outro, dentro do 
estádio; 
(e) reprimir qualquer atitude ou manifestação de assistente, que não cons-
titua crime ou contravenção penal. 
b) No uso de agentes químicos 
A limitação do uso de agentes químicos dentro das praças desportivas, ou 
mesmo sua proibição, é devido ao fato de as mesmas não possuírem vias de aces-
so fáceis para escoamento das massas, como ocorre em locais abertos como ruas, 
avenidas ou praças. 
c) No uso de bombas de efeito moral 
Pelas razões do parágrafo anterior, bombas do tipo "efeito moral" não po-
dem ser utilizadas, em hipótese alguma, dentro de estádios, mesmo porque resul-
tam em pânico. 
 169 
6.7

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