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HISTÓRIA DOS SURDOS

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HISTÓRIA DOS SURDOS
Ao pesquisarmos a trajetória da comunidade surda espalhada pelo mundo, verificamos o quanto os surdos sofreram segregação, perseguição, exclusão e em alguns lugares perderam o direito de viver. Simplesmente por serem diferentes da maioria (normal/ouvinte). Da mesma forma, na atualidade comunidades tidas como inferiores, foram e ainda são tratadas com desprezo, vivendo à margem da sociedade.  Ao analisarmos na atualidade os programas de inclusão social, implantados por Leis e Decretos, se observa certa lentidão em serem postos em prática, ora por má vontade, geralmente das políticas públicas, ora dos gestores educacionais. Sem citar o etnocentrismo incoerente vigente em nossa sociedade.  Apesar de estarmos em plena era da globalização, onde a determinação do cumprimento dos direitos humanos e uma vivência democrática estejam sacramentadas pela ONU, não se cumprem na totalidade em nosso dia a dia.
Somente a partir do século XVI é que surgem os primeiros educadores, preocupados em provar uma filosofia adequada e condizente, frente à natureza diferente da comunidade surda, de acordo com suas aspirações de liberdade em se comunicarem com sua língua materna e natural – a língua de sinais. 
Esta preocupação educacional de surdos deu lugar às aparições de numerosos professores que desenvolveram, simultaneamente, seus trabalhos com os sujeitos surdos e de maneira  independente, em diferentes  lugares  da Europa.  Havia professores que se miravam na tarefa de comprovar a veracidade da aprendizagem dos sujeitos surdos ao usar a língua de sinais e o alfabeto manual e em muitos lugares havia professores surdos.
Cada país, apresentavam maneiras diferentes de tratar um surdo, alguns citados no texto abaixo:
No antigo Egito as pessoas surdas, recebiam adoração similar aos deuses locais, e faziam a mediação entre os deuses e os Faraós, obtendo assim grande admiração, sendo temidos e respeitados.
Na nação hebreia, no Pentateuco, a Lei Hebraica faz referência aos surdos e cegos, sendo protegidos e tidos como cidadãos.  Já os chineses lançavam as crianças surdas ao mar. Os gauleses sacrificavam aos seus deuses Teutates. Na Grécia os surdos eram considerados como indivíduos incapazes. Aristóteles ensinava que os surdos por não terem linguagem, seriam incapazes de raciocinar. Em Esparta jogavam os recém-nascidos surdos do alto dos rochedos. Sêneca afirmava: “Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos afogamo-los, não devido ao ódio, mas a razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis”.          Os Romanos consideram os surdos imperfeitos, sem direito a cidadania. Não tinham o direito de celebrar contratos, elaborar testamentos e ate de possuir propriedades ou reclamar heranças. Exceto aos surdos que conseguiam falar.
Em Constantinopla os surdos eram tratados segundo os mesmos princípios dos Romanos. Embora realizando algumas tarefas, tais como: o serviço de corte, como pajens das mulheres, bobos da corte, serviços braçais. A Igreja da Idade Media, acreditava que os surdos não teriam salvação. Fato evidenciado por não proferirem os sacramentos.
Para chegar a nossa atualidade com recursos e disciplinas direcionadas aos surdos, a historia em si contou com a influência de pesquisadores tais como:
O primeiro registro que temos de um surdo sendo ensinado a falar ocorreu em 700 D.C através de John Beverley considerado o primeiro educador de surdos.
No Renascimento com o advento da “razão”, os deficientes conquistam alguns direitos. Ponce de Leon, monge beneditino nascido na Espanha (1520 – 1584), era o educador dos filhos surdos dos nobres.  Desenvolve o alfabeto manual. Funda em Madri a primeira Escola para Surdos. Ponce é considerado o “Pai da Educação dos Surdos”, ele constituiu uma escola para Surdos em seu próprio monastério. Utilizava, para educar seus alunos, um alfabeto bi-manual – utilizando ambas as mãos – e alguns sinais simples. No entanto, havia afirmações que dessa forma, com o alfabeto bi-manual o estudante aprendia a soletrar, letra por letra, qualquer palavra, mas não a se comunicar. Juan Pablo Bonet, utilizando o trabalho de Leon, escreveu sobre as maneiras de ensinar os surdos. Por meio do alfabeto manual, os ensinava a ler e a falar. Porem Bonet não permitia o uso da língua gestual, utilizando o método oral. 
A linguagem visível, na forma de alfabeto visual, foi publicada por Juan Pablo Bonet, em 1620, no livro Reducción de las letras y arte de enseñar a hablar a los mudos, este explicava como exercitar o educando para a emissão dos sons.”
John Bulwer médico inglês afirmava que a língua gestual deveria ser usada como o principal método na educação. O primeiro a desenvolver uma metodologia de comunicação com os surdos. Publicou vários livros, atestando o uso de gestos. No início do século XVI o médico italiano Gerolamo Cardano (1501 – 1576), Afirmava que a escrita poderia representar os sons da fala, ou ideias do pensamento, sendo assim, o surdo (mudez) não impedia o acesso ao conhecimento. Em seu tempo atuava de forma totalmente contraria aos médicos. Procurou desenvolver e estudar uma metodologia para a educação dos surdos. Em 1579, Rosselius escreveu Theasaurus, que seria um alfabeto manual italiano.
John Wallis (1616 – 1703) Após varias tentativas de oralização dos surdos, desistiu dessa metodologia e partiu para o ensino da escrita. Mas para tal façanha, utilizava os gestos na comunicação. Escreveu o livro Da Fala ou da Formação dos Sons da Fala (1698), sua publicação inaugurou os estudos do desenvolvimento oral, que alavancou a fonoaudiologia atual.
Konrah Amman era ardoroso defensor da leitura labial. Para ele os surdos que não falassem não eram considerados humanos. Amman não utilizava a língua gestual. Para o educador os gestos atrofiavam a mente dos surdos. Porem, em seu método de ensino concebia o uso dos gestos, para atingir a oralidade.
Charles Michel de L`Epée nascido em 1712, reconheceu que a língua gestual fazia parte da vida dos surdos. L`Epée contribui grandemente para a comunidade surda criando uma filosofia manualista  e oralista. Segundo GREMION, esta seria a primeira vez na história, onde a comunidade surda adquiriu o direito de se comunicarem na língua materna (língua de sinais). 
• Instituto Nacional de Surdos-Mudos em Paris. A primeira escola de surdos no mundo.
• Reconhecimento do surdo como ser humano.
• Reconhecimento da língua gestual como meio de comunicação.
•  Adoção do método de educação coletiva.
• Entendeu que ensinar um surdo a falar era perda de tempo. 
O método de L’Epée originou a palavra gestualismo, pois tal abordagem usava a língua de sinais. Conforme citação de Lacerda (1998, p. 7), para L’Epée : [...] a linguagem de sinais é concebida como a língua natural dos surdos e como veículo adequado para desenvolver o pensamento e sua comunicação. Para ele, o domínio de uma língua, oral ou gestual, é concebido como um instrumento para o sucesso de seus objetivos e não como um fim em si mesmo. Ele tinha clara a diferença entre linguagem e fala e a necessidade de um desenvolvimento pleno de linguagem para o desenvolvimento normal dos sujeitos.
Thomas Braidwood fundou uma escola para surdos, em Edimburgo. Essa foi a primeira escola da Europa que fazia a correção da fala.
Samuel Heinicke (1723 – 1790) criou as bases da filosofia do oralismo. Seu método de aprendizagem era ensinar os surdos a falar. Tal metodologia foi muito defendida no congresso de Milão em 1880.
Na Espanha Jacob Rodrigues Pereira (1715 – 1780) tendo uma irmã surda, inicia seus estudos sobre a surdez. Em 1744 na França da inicio a educação dos surdos.
Roch-Ambroise Cucurron Sicard (1742 – 1822), abade francês fundador da Escola de Surdos de Bordeus, em 1782. Ficou famoso pelo seu trabalho como educador dos surdos. Posteriormente se uniu a L'Epée no Instituto Nacional dos Surdos-Mudos em Paris,de 1800 até 1820.
O francês Auguste Bébian, um ouvinte, aprendeu a Língua de Sinais no Instituto de Surdos de Paris, logo após escreveu o livro Mimographia, em 1822, tido como a primeira tentativa de transcrição da língua de sinais.
Pierre Desloges nascido na França ficou surdo aos sete anos de idade devido à varíola. Defensor atuante da língua gestual. Também foi o primeiro escritor surdo. Em seu livro defendia que a língua gestual já existia, mesmo antes da criação das primeiras Escolas de Surdos. 
Jean Marc Itard (1774 – 1830), primeiro médico francês a interessar-se pela temática da surdez e deficiências auditivas. Usavam em suas pesquisas cargas elétricas, sangramentos, perfuração de tímpanos, entre outros. Após anos de pesquisas, concluiu que a língua gestual era o método ideal na educação de surdos. 
Em 1821, publicou o livro Traité des maladies de l’oreille et de l’audition, no qual afirmava que o surdo poderia ser educado apenas pela fala.
Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do mundo.
Laurent Clerc surdo de origem francesa e educador acompanhou     Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde fundaram uma escola para surdos, em abril de 1817, a Escola de Harford.  Gallaudet instituiu a Língua Gestual Americana na escola. Usando o inglês escrito e o alfabeto manual em sua metodologia. Já em 1830 existiam nos EUA cerca de 30 Escolas para Surdos.
Edward Miner Gallaudet, filho de Thomas Gallaudet deu continuidade ao trabalho de seu pai. Conseguindo reconhecimento das autoridades americanas no estatuto do Instituto de Columbia a colégio. Esse colégio veio em 1857, a tornar-se Universidade Gallaudet. Onde por 40 anos a presidiu. (GOLDFELD, 1998).
Em fins de l830 ocorre uma grande mobilização da comunidade surda na França. Ferdnand Berthier, líder do movimento Surdo, escreve ao rei Luis Filipe pedindo que Bebian ex-diretor do Instituto Nacional de Surdos-Mudos fosse readmitido. Em face de ser defensor do método gestual. Nesse período existia uma ferrenha luta. Um pelo método oralista e outros pelo método gestualista. Nessa época quase todas as escolas da França usavam o método de Bebian na educação dos surdos.
Em 1834 um comitê de dez membros surdos sob a liderança de Berthier organizou um banquete em honra do abade de L`Epée. Com o tempo estes banquetes realizados anualmente, tornaram-se festivais de Língua Gestual.
Em 1838 foi fundada a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos. Sendo a primeira no mundo.
Antes do Congresso de l880 na Europa havia duas tendências distintas na educação dos surdos. O gestualismo ou método francês e o oralismo ou método alemão. Alexander Graham Bell (1847 - 1922), inventor do telefone e do aparelho audiométrico nos EUA era um ardente propagandista do método oralista e totalmente contrário à língua de sinais.
Em 1883 o padre Bonhomme, funda a Congregação das Irmãs de Nossa Senhora do Calvário, na França, inicia um trabalho cuidando de crianças pobres, deficientes, enfermos, idosos e posteriormente de pessoas surdas.
Em 1872 ocorre em Veneza um congresso decidindo o seguinte:
• O meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral;
• Se orientados os surdos leem os lábios e falam; 
• A língua oral tem vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística.  
O Congresso de Milão em 1880 no período de 06 a 11 de setembro, contou com a participação de 182 pessoas, sendo a maioria de ouvintes. Estiveram presentes os seguintes países: Alemanha, Bélgica, Canadá, Estados Unidos, França, Inglaterra, Itália, Suécia e Rússia.
Segundo Skliar (1997, p. 109), as resoluções adotadas durante o Congresso dividiram a história educacional da comunidade surda em dois períodos: 
Um período prévio, que vai desde meados do século XVIII até a primeira metade do século XIX, quando eram comuns as experiências educativas por intermédio da Língua de Sinais, e outro posterior, que vai de 1880, até nossos dias, de predomínio absoluto de uma única 'equação', segundo a qual a educação dos surdos se reduz à língua oral.
Foi um marco trágico para a comunidade surda no mundo inteiro. Um profundo retrocesso à educação dos surdos.   A comissão do congresso era unicamente de ouvintes. Os surdos não tiveram direito a defesa. Total manifestação de segregação e autoritarismo. Em face da imposição do método oralista, os surdos ficaram proibidos de se comunicarem através da gestualidade. Perdurando esse método do oralismo durante fins do século XIX e grande parte do século XX. 
O Congresso durou três dias e foram votadas oito resoluções. O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve se preferir à língua gestual;
1.         O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afeta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;
2.         Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;
3.         O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
4.         Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
5.         Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;
6.         A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;
7.         Com o objetivo de se implementar, com urgência, o método oralista, devia ser reunido às crianças surdas recém-admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
No Brasil no período imperial, com a chegada do educador francês Hernest Huet, (surdo congênito) em 1855 com apoio de D.Pedro II, funda no Rio de Janeiro em 1857 o Imperial Instituto dos Surdos-Mudos (Lei número 939, de 26 setembro de 1857) Através da Lei número 3198 de 06 de julho de 1957, temos a denominação de Instituto Nacional de Educação de Surdos. O interesse de D. Pedro II em fundar o Imperial Instituto de Surdos-Mudos, se deve ao fato segundo a escritora Reis que: “o professor Geraldo Cavalcanti de Albuquerque, discípulo do professor João Brasil Silvado, diretor do INSM em 1907, informou a ele em entrevista, que o interesse do imperador D. Pedro II em educação de surdos, viria do fato de ser a princesa Isabel, mãe de um filho surdo”, além de ser casada com o Conde D’Eu, parcialmente surdo. 
O Instituto segue a proposta educacional de Huet contendo em seu currículo as disciplinas: Língua Portuguesa, Aritmética, Geografia, História do Brasil, Escrituração Mercantil, Linguagem Articulada, Doutrina Cristã e Leitura sobre os Lábios. Posteriormente a data de fundação foi mudada conforme informação no site da INES (Instituto Nacional de Educação de Surdos). 
Até o ano de 1908 era considerada a data de fundação do Instituto o dia 1º de Janeiro de 1856. A mudança deu-se através do artigo 7º do decreto nº. 6.892 de 19 de março de 1908, que transferiu a data de fundação para a da promulgação da Lei 939 de 26 de setembro de 1857 que em seu artigo 16, inciso 10, consta que o Império passa a subvencionar o Instituto. Antes desse decreto os alunos eram subvencionados por entidades particulares ou públicas e até mesmo pelo Imperador.
Segundo Rocha (s.d.) no período da inauguração do Instituto houve várias mudanças de nomenclatura:1856 a 1857 – Collégio Nacional para Surdos-Mudos, 1857 a 1858 – Instituto Imperial para Surdos-Mudos, 1858 a 1865 – Imperial Instituto para Surdos-Mudos, 1865 a 1874 – Imperial Instituto dos Surdos-Mudos, 1874 a 1890 – Instituto dos Surdos- Mudos, 1890 a 1957 – Instituto Nacional de Surdos Mudos e de 1957 até os dias de hoje chamado de Instituto Nacional de Educação de Surdos (INES).
Desse modo o ensino da língua de sinais por Huet teve grande influência francesa, país originário de Huet. Durante muito tempo, surdos de todo o Brasil e países vizinhos, concorriam para o Rio de Janeiro devido a ser a única escola referência para educação, profissionalização e socialização.
O INES, atualmente, oferece turmas para crianças de 0 a 3 anos de idade, Ensino Fundamental, Ensino Médio e Ensino Superior através do Curso Bilíngue de Pedagogia.
No ano de 1875 um ex-aluno do Instituto, Flausino José da Gama publica o livro Iconografia dos Sinais dos Surdos, no intuito de divulgar o modo de comunicação da comunidade surda no Brasil. 
Em 1915 a comunidade surda da um passo importantíssimo no espaço político, criando a Word Federation of the Deaf (W.F. D).
Funda-se no Brasil a Associação Brasileira de Surdos, movimento de conscientização pelo direito do ensino para os surdos em língua de sinais. Isso nos anos de 1923 a 1929.
Um grande passo na educação dos surdos foi iniciado pelo governo Dutra (1946 – 1950). Aprovando um regimento, ao qual determinou o uso de metodologias dos Estados Unidos e um maior atendimento aos surdos.
No ano de 1951 no mês de junho temos a regulamentação do ensino do Curso Normal de Formação de Professores para Surdos-Mudos, o mesmo fora determinado pelo então presidente Eurico Gaspar Dutra e assinado pelo Ministro da Educação e Saúde, Clemente Mariano. O Decreto tinha o objetivo de alfabetização da comunidade surda em todo o território nacional.
(...) que as atividades do INSM deverão se irradiar por todo o território nacional, a fim de dar cumprimento ao que se preceitua o item V do art. 1 decreto número 26974, de 28 de julho de 1949, precitado, isto é, promover em todo o país a alfabetização dos surdos-mudos e orientar, tecnicamente, esse trabalho, colaborando com os estabelecimentos congêneres, estaduais ou locais (Brasil, instituto nacional de Surdos-Mudos, 1951). 
Durante a gestão de Ana Rimoli de Faria Dória (1951 a 1961), no INES a concepção oralista prevalecia. Dória sendo também professora do curso Normal do INES, até o ano de 1957, escreveu em seu livro Compêndios de Educação da Criança Surda – Muda o trecho no prefácio: 
“A criança surda necessita de ser compreendida, querida, amada. Não é mais um pária que, pela ignorância dos que não são surdos, ficou atirada à margem, sem direito de ser criança, como as demais. Se chegarem até elas os recursos da técnica, da “arte” de ensinar-lhe a falar e compreender o que os outros falam por certo a inteligência se desenvolverá e o progresso que fizer estará na razão direta do esforço de seu professor (...). Nada é impossível, há caminhos que conduzem a todas as coisas. Que Deus inspire e abençoe todos aqueles que se dispuserem a essa árdua, mas compensadora tarefa!”, o oralismo demandava um período enorme para a criança falar. 
Durante três décadas houve muitas tentativas de mudanças.
Em 1970 a senhora Ivete Vasconcelos, educadora de surdos visita a Universidade Gallaudet. Com seu retorno ao Brasil, implanta a filosofia da Comunicação Total. Dez anos após, com os estudos sobre a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS surge uma nova filosofia: O Bilingüismo. 
Somente em 1971, por ocasião do Congresso Mundial de Surdos, em Paris, devido aos estudos e pesquisas desenvolvidos nos EUA sobre a Comunicação Total, é que a língua de sinais passa a ser valorizada. Uma abordagem educacional recém-surgida que permitia o uso dos sinais.
No ano de 1975 ocorreu o Congresso em Washington. Todos foram unânimes que durante 100 anos a comunidade surda fora dominada pelo Oralismo. A mesma     acarretou um enorme prejuízo, pois de nada serviu tal abordagem, tanto na educação como no desenvolvimento social dos surdos. O resultado do encontro foi determinante para uma nova era na condução e desenvolvimento educacional dos surdos.  Surgindo a filosofia Bilingue.
Os autores acima salientam a importância dos estudos de Danielle Bouvet, publicados em Paris, no ano de 1981, relatando as pesquisas realizadas na Suécia e Dinamarca acerca do bilinguismo na educação dos surdos. Fato que contribuiu grandemente na comunidade surda, pois resgatava o uso da língua de sinais.
No ano de 1977, surge a Feneida. Federação Nacional de Educação e Integração dos Deficientes Auditivos. Passando em 1987 a denominar-se Feneis (Federação Nacional e Educação e Integração dos Surdos). 
Finalmente em 20 de abril de 2002 temos a regulamentação da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, pela Lei número 10.436.
Analisando o desenrolar da longa história da comunidade surda durante os séculos e a origem da exclusão podem ser contadas a partir de diversos recortes da história da humanidade. Na literatura mundial, os registros são os mais variados e vão desde o sacrifício até a escravização de surdos, considerados inferiores. Em outras sociedades, os surdos ficavam restritos a seus lares, por vergonha da família, tal situação perdura em algumas casas até hoje. Infelizmente são poucos os educadores com olhares diferenciados, que aceitam e acolhem o que parece ser desprezível e insignificante. Em nosso presente século os paradigmas excludentes, possam ser eliminados, da mente de uma sociedade civilizada e democrática. Para reflexão um pensamento do saudosista educador Paulo Freire: “Se discrimino o menino ou a menina pobre, a menina ou o menino rico, o menino índio, a menina rica; se discrimino a mulher, a camponesa, a operária, não posso evidentemente escutá-las e se não as escuto, não posso falar com eles, mas a eles, de cima para baixo. Sobretudo, me proíbo entendê-los. Se me sinto superior ao diferente, não importa quem seja, recuso-me escutá-lo ou escutá-la. O diferente não é o outro a merecer respeito é um isto ou aquilo, destratável ou desprezível.”
                
Trabalho de LIBRAS
Trabalhos:
· A história dos surdos no mundo e no Brasil.
· Surdos são um grupo com uma cultura diferente da cultura ouvintes.
Professor: Gustavo
Curso: LIBRAS
Professor: Gustavo
Aluna: Fernanda Ferreira Velloso
Juiz de Fora, setembro de 2018.
SURDOS SÃO UM GRUPO COM UMA CULTURA DIFERENTE DA CULTURA OUVINTES.
 É comum que a cultura seja associada a fazeres e hábitos elitizados, por exemplo, ir ao museu, ler livros, ouvir música clássica, apreciar balé. A cultura é pensada a partir do senso comum, está muito associada ao estudo e a educação. Do mesmo pode se afirmar que na linguagem cotidiana dizemos que um homem frequenta boas escolas, leu bons livros e possui modos refinados é pessoa de cultura. A cultura sendo vista meramente como algo refinado se restringe a uma classe e menospreza as demais, colocando o conceito de cultura como uma totalidade, abrangendo a humanidade, seus diferentes povos e a multiplicidade dos grupos humanos. Desse modo a cultura não é algo limitado que pode ser associado a um só grupo, ela faz parte de todos os povos independente da crença, hábitos, atitudes e nível social.
A cultura pode ser considerada, portanto, como amplo conjunto de conceitos, de símbolos de valores e atitudes que modelam uma sociedade. Ou seja, a cultura engloba o que pensamos, fazemos e temos enquanto membros de um grupo social. Entretanto numa mesma população há diferentes grupos sociais, com hábitos, atitudes e valores múltiplos. Podendo ocorrer discriminação em virtude das diferenças. Como exemplo duas pessoas que nasceram no mesmo país, moram na mesma cidade, vivem no mesmo bairro e estudam na mesma instituição, podem em diversos momentos divergir. Do mesmo modo ocorre entre a cultura surda e a ouvinte, pois a forma de comunicação entre essas culturas são diferentes, gerando umembate injusto, pois a maioria ouvinte acaba se sobressaindo na cultura geral.
Vejamos o exemplo de uma ouvinte que se sente estranha diante de uma festa para surdos, vendo que a forma de comunicação era tão diferente, que acabou constrangida por não compreender a língua de sinais. Esse exemplo demonstra o que ocorre frequentemente com os surdos mediante a comunicação com os ouvintes, pois os ouvintes em sua maioria desconhecem as necessidades dos surdos e ao mesmo tempo atribuem a essa cultura um “defeito” algo que precisa ser reparado, ao comparar o nascimento de crianças entre surdos e ouvintes .
Tal discriminação e preconceito da sociedade chega em alguns casos ao ponto de afirmarem que o nascimento de uma criança surda é uma catástrofe porque estão acostumados com o padrão “normalizador” para interagir à vida social e também desconhecem o “mundo dos surdos”. Por outro lado, na maioria das vezes, o povo surdo acolhe o nascimento de cada criança surda como uma dádiva preciosa e não agem como os pais ouvintes que sofrem exageradamente o desapontamento inicial de gerarem seus filhos surdos, isto é evidenciado nas várias gerações de famílias com todos os membros surdos da família. 
O termo “cultura” possui significados variados, dentro de seu conceito geral, portanto na área da surdez, a palavra cultura representa para os surdos uma afirmação de sua identidade, nesse sentido a forma de se comunicar está imbuída de uma especificidade – a língua de sinais, onde se centraliza o seu espaço linguístico. Acaba que, a língua de sinais torna-se uma marca subjetiva. A Cultura surda possui suas especificidades como qualquer outra cultura. A esse respeito utiliza o conceito de “artefatos”, que não se refere apenas a materialismos culturais, mas aquilo que na cultura constitui produções do sujeito que tem seu próprio modo de ser, ver, entender e transformar o mundo. Um dos artefatos é a questão visual, para os surdos a experiência visual faz parte de sua cultura, a percepção visual amplia e favorece a interação com o mundo a sua volta. Como são pessoas extremante visuais, o ambiente faz diferença, dependendo da situação em que se encontram, não são favoráveis a lugares escuros.
 Levar um surdo em um ambiente escuro sem nenhuma iluminação é uma forma de desrespeito ou uma agressão contra eles porque são pessoas visuais. Pois como o sujeito surdo não possui a audição consequentemente há a ausência do som. Por isso que as percepções visuais se tornam bastante amplas, faz uma ligação com as expressões faciais e corporais.
 Outros tipos de artefatos encontrados na cultura surda como: cultural familiar, cultural linguístico, literatura surda, vida social e esportiva entre outros. Os artefatos ao mesmo tempo em que são fixos, podem se alterar dependendo da circunstância, cultura ou tempo histórico. Fazendo uma relação da identidade surda com a concepção de identidade, a considerando algo em constante mobilidade e que é definida historicamente e não biologicamente. O sujeito assume identidades diferentes em diferentes momentos, identidades que não são unificadas ao redor de um “eu” coerente. Dentro de um nós há identidades contraditórias, empurrando em diferentes direções de tal modo que nossas identificações estão sendo continuamente deslocadas.
 Existe uma identidade surda, ela se configura de diferentes modos, a primeira doutora surda do país, assegura que, “As identidades surdas são multifacetadas, fragmentadas, em constantes mudanças; jamais se encontra uma identidade mestre, um foco. Os surdos passam a serem surdos através da experiência visual, de adquirir certo jeito de ser surdo”. A identidade surda se revela múltipla porque não existe somente uma cultura, em cada região há uma peculiaridade que revela o modo de ser das pessoas. No caso do Intérprete de Língua de Sinais e do professor, torna-se fundamental aproximar-se de cada contexto para perceber a identidade de cada grupo e de cada aluno. A pesquisadora surda declara que a cultura surda tem o seu jeito de compreender o mundo a sua volta com sua percepção visual, essa pratica auxilia na definição das identidades surdas. Isso torna ampla a língua, as crenças, os costumes e os hábitos da comunidade surda.
 O conceito geral leva a entender que os surdos têm a sua cultura própria. Existe uma luta por parte da comunidade surda para que sua cultura seja incluída, no contexto social e que muitos surdos só descobrem sua cultura tardiamente, na fase adulta, a maioria deles são filhos de pais ouvintes que dificultam o processo de descoberta de sua identidade. O que confirma o quanto os ouvintes precisam conhecer e valorizar a cultura surda, pois além de impedirem que os surdos se reconheçam e convivam entre si, também creem que seu modo de interagir com o mundo ocorra da mesma forma que os ouvintes. A desvalorização da cultura surda está endossada pela própria legislação, pois somente em 2002 houve o reconhecimento da LIBRAS como uma língua, através da lei nº 10.436/24 de abril de 2002. E apenas em 2005 é lançado o decreto 5.626 de 22 de dezembro que cria normas para inserção da LIBRAS no contexto educacional e na sociedade. Em virtude do atraso da lei os surdos eram vistos pela sociedade como “deficientes e incapazes” para atuarem no meio social. Em decorrência da lei de 2002 percebeu-se que muitos surdos iniciaram seu processo de escolarização, embora tardiamente, porém a lei os amparou oferecendo profissionais capacitados para mediar a comunicação no contexto escolar. 
Após o reconhecimento da LIBRAS como língua é que iniciaram os cursos de capacitação para os profissionais da educação, inclusão da disciplina de LIBRAS nos cursos de licenciatura e acompanhamento do intérprete nas escolas públicas para os surdos. Mas, além disso, houve o reconhecimento de uma cultura e identidade surda, proporcionado tardiamente a partir de 2002, porém atualmente percebe-se um crescimento constante de pesquisadores, professores, intérpretes atuando nesta área de conhecimento. Isso revela o quanto os surdos estão sendo valorizados e respeitados a partir da sua cultura e identidade.
 As situações humilhantes e constrangedoras há que muitos surdos se submetem, relatados anteriormente evidenciam o quanto os ouvintes desconhecem o mundo dos surdos. Porém, diversas ações têm contribuído para o desenvolvimento da interação entre surdos e ouvintes. A Lei nº 7.853/89 no artigo 1º assegura a interação social das pessoas com deficiência, mas a sociedade não está preparada para o cumprimento da lei. 
A escola tem sido um espaço extremamente importante nesse processo, a partir do momento em que os surdos começaram a frequentar as escolas regulares. Com a regulamentação da Lei 10.436 e do Decreto 5.626, oficialmente os intérpretes adentram o espaço escolar, facilitando assim, a interação entre surdos e ouvintes. A tendência é que haja mais ouvintes de diferentes áreas do conhecimento interessados por LIBRAS, assim cria-se uma ponte entre surdos e ouvintes. Facilitando a interação dos surdos na sociedade. Ao escrever sobre diferenças e preconceitos no ambiente escolar, utiliza a metáfora da ponte movediça com o castelo para explicar a interação entre as pessoas. A ponte movediça possibilita o trânsito entre a cidade e o castelo. É possível associar o surdo ao castelo e os ouvintes as pontes movediças, desse modo os ouvintes utilizam a ponte movediça para chegar até os surdos, a ponte é um instrumento que liga os ouvintes aos surdos fazendo essa interação entre eles, mas atravessar essa ponte é uma escolha, depende do interesse de cada pessoa. 
Outra situação que vem ganhando destaque é a inclusão e a interação dos surdos no mercado de trabalho, por intermédio da Lei nº 8.213/91 que garante uma porcentagem de vagas para pessoas com deficiência, nas empresas que possuem acima de 100 funcionários. Os surdos são prioritários nas escolhas porque as empresas precisam cumprir a legislação. A inclusão das pessoas surdas nas empresas faz com que haja alteração da rotina. Para que os funcionáriossurdos interajam com os ouvintes no ambiente de trabalho, as empresas devem oferecer um curso de capacitação de LIBRAS para os funcionários, nesse momento cria-se uma ponte que vai quebrar a barreira da comunicação. Desse modo, há uma interação não somente no campo linguístico, pois os ouvintes convivem com a cultura surda.
 Quando ocorre a interatividade entre os dois grupos não há barreiras, há um grande empenho para conhecer, valorizar e respeitar a cultura surda. Cria-se um laço de comunicação, a comunidade surda dispõe-se a ajudar e interagir com os ouvintes, a entender não só sua língua como também todo trajeto de sua história. Assim, assimilam o quão é importante essa interação com a sociedade. Os surdos vêm lutando há anos para eliminar a barreira da comunicação usando a LIBRAS e tentar incluir na sociedade todas as suas atividades, independente da cultura, língua ou outra especificidade. 
 A inclusão precisa começar pela conscientização das pessoas, pois é a partir dela que se criam pontes. Para tanto, este trabalho gera momentos de estudo, reflexões e trocas de experiências. As mudanças devem ocorrer além da sala de aula, todo o espaço escolar precisa sofrer mudanças, como na hora do intervalo, na ida ao banheiro, na entrada e saída da escola, para que os alunos incluídos possam ser vistos como indivíduos repletos de potencial, merecendo um ambiente em que possam desenvolver suas aprendizagens e interações, dessa forma toda comunidade escolar está rompendo com o bloqueio de comunicação entre surdos e ouvintes, criando uma consonância entre as duas comunidades. 
A inclusão das crianças surdas no contexto escolar têm preocupado muitos professores tanto no que se refere ao aprendizado quanto na interação dessas crianças. Um exemplo são os livros didáticos, esses não são adaptados para as crianças surdas. O auxílio do intérprete na sala de aula facilita a mediação, mas os materiais didáticos podem ser elaborados pensando nas necessidades dos surdos. Atualmente é possível encontrar alguns materiais adaptados em língua de sinais, esse trabalho foi realizado com a ajuda de alguns intérpretes, no artigo Literatura Surda, alguns dos materiais existentes em Libras são os que traduzem os textos clássicos da literatura universal e/ou brasileira para a Libras, há também obras para jovens e adultos das literaturas de língua portuguesa, esses materiais foram adaptados para LIBRAS, com tecnologia para atender a comunidade surda, isso viabiliza o acesso às várias informações dentro e fora do contexto escolar, facilitando o conhecimento que antes era destinado somente aos ouvintes. 
 A interação estimula e provoca a junção de surdos e ouvintes, que corresponde com o resultado da comunicação em LIBRAS que se estabelece entre eles, é uma ponte movediça que foi e está sendo construída com um trabalho árduo pela comunidade surda.
 Com esse estudo das diferenças entre as culturas surda e ouvintes e possível observar o tamanho do desconhecimento da cultura surda principalmente pelos ouvintes ocasionando uma limitação na atuação do surdo na sociedade, desse modo o espaço escolar pode contribuir na valorização e importância da cultura surda na sociedade. A relação entre surdos e ouvintes no ambiente escolar, de um modo geral ainda é restrita, apesar dos esforços, vê-se que o conhecimento da LIBRAS por parte de professores ouvintes ainda é escasso. Assim é possível afirmar que a cultura surda permanece sendo negada, havendo uma intenção permanente de sobreposição por parte da cultura ouvinte, isso se mostra tanto na comunicação quanto no modo de como se referir aos surdos. Os surdos são pessoas que tem os mesmos direitos, os mesmos sentimentos, os mesmos receios, os mesmos sonhos, assim como todos, não há motivos para serem subestimados ou isolados da sociedade. A quebra da barreira entre surdos e ouvintes trará benefícios diversos, pois a interação entre essas comunidades ampliará o conhecimento de mundo. 
É passada a hora de estabelecer mudanças, as identidades são móveis, se deslocam, então a visão sobre a comunidade surda precisa urgente de mudanças, de novos padrões. A cultura surda vem conquistando seu espaço a cada dia, uma vez que seus membros sejam eles ouvintes ou não têm se organizado de maneira a comunicar para a sociedade que suas necessidades devem ser atendidas e suas peculiaridades devem ser respeitadas, pois não é a quantidade, mas sim a qualidade das pessoas que estão comprometidas com a comunidade que irá fazer diferença. Os novos padrões dependem prioritariamente da comunidade ouvinte, pois os surdos há muito tempo lutam por um espaço, por valorização e compreensão. A ponte movediça está construída, porém a interação de fato só se consolidará quando os ouvintes se dispuserem a passá-la.

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