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Um sonho chamado Brasil - Brasil colonial - Perguntas e Respostas

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“Um sonho chamado Brasil...”
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral chegou para tomar posse das terras que pertenciam a Portugal, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, fazia dois anos que Vasco da Gama alcançara as Índias, consolidando a rota portuguesa no Oriente com comércio de especiarias. Neste período, a Terra de Santa Cruz não oferecia grandes atrativos que valessem o alto investimento exigido em um processo de colonização. Apostar no comércio com as Índias era muito mais lucrativo que se dedicar à “Terra dos Papagaios”, onde supostamente não havia ouro e os nativos desconheciam a moeda. Assim, por mais de 30 anos, as terras portuguesas na América viveram um período de quase abandono, exceto pelas Expedições de Reconhecimento, pelas Expedições Guarda-Costas e pela construção de Feitorias em trechos do litoral. Sobre este período, conhecido historicamente como “Período Pré-Colonial”.
A exploração do pau-brasil (caesalpinia echinata – madeira encontrada numa larga faixa do litoral que hoje se estenderia do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte de cuja casca se extraia um corante vermelho utilizado para tingir tecidos, fabricar tinta de escrever, além de oferecer madeira de grande durabilidade para construção de mobiliário e embarcações) foi o primeiro empreendimento econômico e o primeiro monopólio do governo português na Terra de Santa Cruz, foi o primeiro escambo com os índios, foi o início da exploração e da devastação.
A introdução do sistema de Capitanias Hereditárias foi uma tentativa do governo português, após a ameaça real de perda de partes do território, de transferir os investimentos necessários à colonização do Brasil a particulares, no caso a nobreza de Portugal. Entretanto, por inúmeras razões, essa tentativa fracassou: desinteresse dos donatários, falta de recursos econômicos, falta de apoio da Coroa Portuguesa, grande extensão das terras, dificultando a defesa e a comunicação (o isolamento dificultou a ideia de unidade colonial), resistência indígena, ataques de corsários e invasões estrangeiras. Diante desse malogro, a Coroa Portuguesa implantou em 1548, o Governo Geral, na tentativa de centralizar o poder na colônia, com sede em Salvador, Bahia. Para o cargo de Governador- Geral eram escolhidos nobres fiéis ao Coroa, parentes de poderosos ou os que mantinham negócio com eles. Assim, foi se formando na colônia, redes de poder baseadas em parentesco, favores e interesses privados.
1- Enquanto o Governo Geral exercia o poder sobre toda a colônia, nas vilas e cidades, o poder local era exercido pelas Câmaras Municipais. Sobre elas responda:
a-) Quais as suas principais atribuições?
R: -Administravam o espaço urbano e o rural;
 -Realizavam obras públicas (estradas, pontes, calçadas);
 -Cuidavam da conservação das ruas, da limpeza e da arborização da cidade;
 -Cobravam impostos
 -Responsáveis pelo abastecimento de gêneros e cultivos de terra.
b-) Quem eram os “Homens Bons”?
R: As Câmaras eram instaladas nas sedes das vilas, eram compostas por 3 ou 4 vereadores. Conhecidos popularmente como “homens bons”, estes vereadores eram pessoas ricas e influentes (geralmente grandes proprietários de terras) da vila, ou seja, integrantes da elite colonial. Somente os integrantes desta elite colonial podiam ser eleitos para exercer o cargo de vereador. Escravos, judeus, estrangeiros, mulheres e degredados não podiam se tornar vereadores. 
Foi somente no século XVII que a denominação "homens bons" foi substituída por "vereador".
c-) Para ser vereador era necessário comprovar “pureza de sangue”, o que isso significava?
R:Para ser vereador era necessário comprovar “pureza de sangue”, o que isso significava?
Os proprietários de terras, tinham a obrigação da pureza de sangue, ou seja, a ausência, por algumas gerações, de ascendência judaica, moura ou africana.
2- O que foi a França Antártica?
R: A França Antártica pode ser entendida como a tentativa de colonização de parte da atual região do município do Rio de Janeiro — mais precisamente, a região e as proximidades da Baía de Guanabara — pelos Franceses, que instalaram-se, em 10 de novembro de 1555, na ilha de Serigipe (atual Ilha de Villegagnon), construindo ali uma fortificação que ficou conhecida como Forte Coligny.
A expedição responsável por alcançar a Baía de Guanabara foi comandada por Nicolas Durant de Villegagnon, que já havia explorado anteriormente a região de Cabo Frio e feito contato com os nativos tamoios. Neste contato, Villegagnon teve conhecimento da relação dos portugueses com os tupinambás, que na época habitavam a região do Rio de Janeiro. Esta relação não era nada amistosa, e o francês aproveitou para semear boas relações com as duas tribos.
Como os portugueses evitavam os tupinambás, os franceses escolheram a região, certamente para evitar conflitos com seus pares europeus. A ideia de Villegagnon era fundar uma colônia francesa no local, para aí sim construir um porto que funcionaria como entreposto comercial. Só que antes disso ele precisava convencer o rei da França que a empreitada daria certo.
3- O que foi a “Confederação dos Tamoios”? 
R: A "Confederação dos Tamoios" representou um conflito de resistência indígena majoritariamente dos Tupinambás (Tupiniquins, Aimorés e Temiminós), ocorrida entre os anos de 1554 e 1567, no período denominado de Brasil Colônia, nas áreas compreendidas entre o litoral norte paulista e sul fluminense (desde Bertioga a Cabo Frio). Foi o primeiro grande conflito dos índios no Brasil, os quais lutavam pela liberdade e ainda pelo território, o que reuniu inúmeros caciques resultando na morte de muitos portugueses, franceses, índios e a fuga de alguns.
4- O que foi a “União Ibérica”?
R: A União Ibérica, que ocorreu entre 1580 e 1640, foi a unificação das Coroas espanhola e portuguesa a partir da crise sucessória do trono português. Essa crise de sucessão decretou o fim da Dinastia de Avis e coroou o rei Filipe II, da Espanha, como rei tanto de Portugal quanto da Espanha.
5- Qual a importante conseqüência da União Ibérica que diz respeito ao território da colônia?
R: Uma das consequências diretas da União Ibérica foi a invasão holandesa no Nordeste. A Holanda possuía grande participação na produção do açúcar brasileiro por causa de sua relação amistosa com Portugal, todavia, a Espanha estava em guerra aberta contra a Holanda. Com o domínio espanhol estendido sobre o Brasil, os holandeses resolveram atacar o nordeste brasileiro para garantir seu controle sobre a produção e comercialização do açúcar.
6- O que foi a “Companhia das Índias Ocidentais” e qual o seu grande objetivo em relação ao Brasil? 
R: O que foi a “Companhia das Índias Ocidentais” e qual o seu grande objetivo em relação ao Brasil? 
A Companhia das Índias Ocidentais, DutchWest-IndischeCompagnie, foi uma empresa de comércio holandês, fundada em 1621, como objetivo de promover uma guerra econômica contra a Espanha e Portugal. O monopólio ibérico no comércio entre a Europa e Américas era um incômodo político e econômico e a empresa foi fundada pelos holandeses como maneira de promover negócios entre as colônias americanas e africanas.
Deteve durante o século XVII, o monopólio da navegação e do comercio com as Américas e a África Ocidental, chegando a conquistar parte do Brasil. O domínio temporário sobre parte do Brasil durou de 1630 a 1654, quando o país foi batizado de Nova Holanda.
7- Faça um breve histórico da invasão holandesa a Pernambuco em 1630:
R: Em fevereiro de 1630, navios e canhões holandeses entraram de novo em águas brasileiras, dessa vez para invadir Pernambuco, na época o maior produtor mundial de açúcar.
Os holandeses desembarcaram no litoral pernambucano e conquistaram Olinda e Recife com relativa facilidade. O então governador Matias de Albuquerque retirou-se para o interior com homens e armas e lá fundou o Arraial do Bom Jesus, um forte de onde deviam partir os ataques aos invasores.
Assim como a invasão da Bahia, os luso-brasileiros adotaram a guerra de emboscadas, impedindo os holandesesde penetrar nas terras onde estava a maioria dos engenhos. A resistência, no entanto, não conteve o avanço dos holandeses, que chegaram a receber apoio de moradores da região. Estes colaboravam com os holandeses esperando, com isso, livrar-se do domínio português.
Domingos Fernandes Calabar, um profundo conhecedor da região, foi um deles. Documentos portugueses dizem que ele forneceu informações importantes para os holandeses.
Durante os combates que se seguiram, os holandeses conseguiram várias vitórias, conquistando inclusive o Arraial do Bom Jesus. Diante disso, o líder da resistência luso-brasileira, Matias Albuquerque, mandou incendiar os canaviais à sua volta e retirou-se para Alagoas. Antes, porém, conseguiu prender Calabar e mandou executa-lo.
Segundo alguns historiadores Calabar foi executado por ter "traído os luso-brasileiros". Para outros, como Evaldo Cabral de Mello, a execução foi o que hoje se chama em linguagem policial de "queima de arquivo". Calabar sabia demais...
Nas terras dominadas pelos holandeses era comum ver plantações queimadas, gado morto, engenhos abandonados, escravos fugindo para um lugar que viria a ser conhecido como Quilombo dos Palmares. Os diretores da Companhia das Índias Ocidentais decidiram reconstruir os engenhos com o objetivo de voltar a ter lucro com o açúcar brasileiro. Para liderar esse projeto, enviaram ao Brasil em 1637 o conde João Maurício de Nassau-Siegen, com o título de governador-geral.
8- Faça um breve histórico do governo de Maurício de Nassau em Pernambuco:
R: Para consolidar sua conquista, a Companhia das Índias Ocidentais nomeou como governador o conde João Maurício de Nassau, que atuou nos domínios holandeses de 1637 até 1644. Nassau logo percebeu que, para pacificar a região e melhor poder administrá-la, teria que estabelecer boas relações com seus moradores mais ilustres, os senhores de engenho. Para tal, proibiu a agiotagem praticada por agentes holandeses e conseguiu auxílio financeiro, na forma de crédito, para que reconstruíssem seus engenhos, destruídos nos cinco anos de combate. Diminuiu os tributos e ainda conseguiu a encampação das dívidas de alguns senhores, sustando, também, a penhora de seus bens. Além disso deu maior liberdade na venda de açúcar, cuja produção vinha se normalizando, e garantiu a liberdade religiosa aos cristãos. Esta medida gerou insatisfação entre os calvinistas (protestantes) holandeses.
Nassau também se preocupou com o embelezamento e a modernização de Recife, pavimentando ruas, drenando pântanos, construindo pontes e canais sobre os rios Capiberibe e Beberibe, transformando o pequeno vilarejo em moderno centro urbano. Trouxe também para Recife várias missões artísticas e científicas, procurando criar um ambiente cultural semelhante ao que se desfrutava na Europa.
9- Faça um breve histórico do papel dos Jesuítas e das Missões no Brasil colonial, destacando seus objetivos e as conseqüências de suas ações, especialmente para os nativos da terra:
R: Faça um breve histórico do papel dos Jesuítas e das Missões no Brasil colonial, destacando seus objetivos e as conseqüências de suas ações, especialmente para os nativos da terra:
Os jesuítas (padres missionários católicos) começaram a chegar ao Brasil por volta de meados do século XVI. Eram integrantes, principalmente, da Companhia de Jesus, que tinha metas principais difundir o catolicismo nas terras recém-descobertas (América e África) e fazer a catequização dos povos nativos (indígenas).
Para facilitar o processo de catequização dos índios no Brasil, os jesuítas organizaram aldeamentos, que também eram chamados de missões ou reduções.
Consequências principais
- Aceleração do processo de povoamento do interior do Brasil. Várias missões deram origem a vilas, que depois se transformaram em cidades.
- Milhares de índios perderam sua identidade religiosa e cultural, passando a ter o catolicismo como religião e o português como língua principal. Muitas vezes esse processo era feito de forma forçada
 - Colaborou para o processo de oficialização do catolicismo como religião oficial do Brasil.
- Fundação de colégios católicos como, por exemplo, o Colégio de São Paulo de Piratininga (fundado por José de Anchieta).
Ao se decidir pela colonização do Brasil, a Coroa Portuguesa tinha três desafios: escolher o produto que impulsionaria a economia, buscar capital para financiar a produção e conseguir mão-de-obra abundante para o trabalho. Extenuado o ciclo de exploração do pau-brasil, a cana-de-açúcar foi o produto escolhido por conta do solo, clima, experiência na produção nas Ilhas de Cabo Verde e da Madeira e o farto mercado consumidor de açúcar na Europa. O financiamento para instalação dos “Engenhos” foi obtido basicamente de empréstimos feitos por grandes comerciantes holandeses e “italianos”. A mão-de-obra utilizada foi escrava: indígenas e de “africanos”. África, como um conceito de unidade ou de continente, não existia entre seus habitantes até o século XV; eles se viam grupos pertencentes a aldeias, tribos, cidades-Estado e reinos. Não pertenciam a uma única etnia, não falavam a mesma língua, não partilhavam de uma cultura ou religiosidade única, embora alguns elementos estejam presentes em vários grupos. Também não se reconheciam como “negros”. Essa “denominação” lhes foi atribuída pelos europeus.
10- O plantio da cana e a produção de açúcar no Brasil baseou-se (na produção em grande escala) no modelo conhecido como “Plantation”. Explique as quatro bases desse modelo:
R: O plantio da cana e a produção de açúcar no Brasil baseou-se (na produção em grande escala) no modelo conhecido como “Plantation”. Explique as quatro bases desse modelo:
“Plantation” é o nome dado a um modelo de organização econômica em que se destacam quatro aspectos principais: latifúndio, monocultura, mão-de-obra escrava e produção voltada para o mercado externo.
-Latifúndio: é um termo originário da língua latina, combinação de "lātus" (significa amplo, espaçoso, extensivo) e fundus (fazenda), e que atualmente serve para se referir à propriedade rural de grande extensão, constituída em sua maioria de terras não cultivadas e/ou exploradas com técnicas de baixa produtividade.
-Monocultura: refere-se ao plantio de uma única cultura realizada, comumente, em latifúndios. Um grande exemplo de monocultura é o cultivo de soja.
-Mão de obra escrava: na época do Brasil Colônia, a mão de obra mais utilizada era a escrava, a princípio dos indígenas que habitavam o país e depois por negros vindos da África.
-Produção voltada para o mercado externo: é aquela para o qual as exportações se voltam, de modo que toda produção que é feita com o intuito de exportar é uma produção voltada para o mercado externo.
11- Durante longo período, a escravidão indígena conviveu com a de africanos na colônia, sendo predominante em áreas mais pobres. Nas áreas de grande produção, eram utilizados escravos africanos. Explique a razão econômica da predominância da escravização de africanos no Brasil:
R:A principal razão econômica da substituição da mão de obra indígena pela africana é está:
A habilidade dos africanos em funções como mestre de açúcar, purgador, ferreiro, caldeiro etc. Os portugueses já tinham se utilizado dos seus serviços nos engenhos da Ilha da Madeira e de Cabo Verde.
Alguns historiadores apontam também a alta lucratividade do tráfico de africanos. O tráfico atlântico dava lucros aos envolvidos no negócio, fossem eles traficantes europeus, chefes africanos, mercadores do Brasil ou reis de Portugal (que cobravam impostos sobre esse comércio). 
12- Por que não é correta a afirmação de que “africanos escravizam africanos” e em quais situações ocorria a “escravidão/servidão” na África antes da chegada dos europeus?
R: Os africanos não escravizavam africanos, nem se reconheciam então como africanos. Eles se viam como membros de uma aldeia, de um conjunto de aldeias, de um reino e de um grupo que falava a mesma língua, tinha os mesmos costumes e adorava os mesmos deuses. (...) Quando um chefe (...) entregavaa um navio europeu um grupo de cativos, não estava vendendo africanos nem negros, mas (...) uma gente que, por ser considerada por ele inimiga e bárbara, podia ser escravizada. (...) O comércio transatlântico (...) fazia parte de um processo de integração econômica do Atlântico, que envolvia a produção e a comercialização, em grande escala, de açúcar, algodão, tabaco, café e outros bens tropicais, um processo no qual a Europa entrava com o capital, as Américas com a terra e a África com o trabalho, isto é, com a mão de obra cativa. (Alberto da Costa e Silva. A África explicada aos meus filhos, 2008. Adaptado.)
o Autor desse texto Alberto da Costa e Silva elucida a complexidade do continente africano, que possuía reinos poderosos desde a antiguidade, bem como tribos de homens que habitavam as várias regiões do continente, desde o deserto, passando pela região subsaariana, até chegar ao sul. O tráfico moderno de escravos, então, obedecia a um esquema que começava no próprio continente africano e entremeava-se com outros continentes para além do Oceano Atlântico, diferenciando-se assim da escravidão do mundo antigo e medieval.
Portanto, ao caracterizar a escravidão na África e a venda de escravos por africanos para europeus nos séculos XVI a XIX, pode dizer que se diferencia a escravidão que havia na África da que existia na Europa ou nas colônias americanas, a partir da constatação da heterogeneidade do continente africano e dos povos que lá viviam.
13- Quais os principais locais de origem e etnias dos escravizados de África trazidos ao Brasil?
R: Boa parte vieram da Angola, Nigéria, Costa do Marfim e Moçambique. Os africanos trazidos para o Brasil, incluíam bantos, negôs e jejes, cujas as crenças religiosas deram origem as religiões afro-brasileiras.
14- Os europeus mudaram completamente a dinâmica das relações de escravidão/servidão na África. Explique como funcionava o escambo de pessoas que seriam escravizados:
R: Os negros trazidos para o Brasil pertenciam, principalmente, a dois grandes grupos étnicos: os sudaneses, originários da Nigéria, Daomé e Costa do Marfim, e os bantos, capturados no Congo, Angola e Moçambique. Estes foram desembarcados, em sua maioria, em Pernambuco, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Os sudaneses ficaram na Bahia. Calcula-se que entre 1550 e 1855 entraram nos portos brasileiros cerca de quatro milhões de africanos, na sua maioria jovens do sexo masculino.
Os navios negreiros que transportavam africanos até o Brasil eram chamados de tumbeiros, porque grande parte dos negros, amontoados nos porões, morria durante a viagem. O banzo (melancolia), causado pela saudade da sua terra e de sua gente, era outra causa que os levava à morte. Os sobreviventes eram desembarcados e vendidos nos principais portos da Colônia, como Salvador, Recife e Rio de Janeiro. Os escravos africanos eram, de forma geral, bastante explorados e maltratados e, em média, não aguentavam trabalhar mais do que dez anos.
15- A história das voltas em torno da “Árvore do Esquecimento” ilustra a condição de desumanização e perda da identidade dos “africanos”. Cite dois exemplos desse processo:
R: No trajeto do mercado ao porto, os cativos paravam em torno da “Árvore do Esquecimento”: os homens deviam passar nove vezes, e as mulheres, sete. Por que isso? Para que, no trajeto à América, esquecessem-se de sua terra, de suas origens, de sua história, de sua identidade. Cada volta representava a morte das memórias que cada um traz dentro de si desde o útero.
16- Elabore um breve descrição da viagem nos “Tumbeiros”/ “Navios Negreiros”:
R: A história dos navios negreiros é das mais comoventes. Homens, mulheres e crianças eram transportados amontoados em compartimentos minúsculos dos navios, escuros e sem nenhum cuidado com a higiene. Conviviam no mesmo local, a fome, a sede, as doenças, a sujeira, os agonizantes e os mortos.
Sem a menor preocupação com a condição dos negros, os responsáveis pelos navios negreiros amontoavam negros acorrentados como animais em seus porões que muitas vezes advinham de diferentes lugares do continente africano, causando o encontro de várias etnias e que por vezes eram também inimigas. Seus corpos eram marcados pelas correntes que os limitavam nos movimentos, as fezes e a urina eram feitas no mesmo local onde permaneciam. Os movimentos das caravelas faziam com que muitos passassem mal e vomitassem no mesmo local. Os alimentos simplesmente eram jogados nos compartimentos uma ou duas vezes por dia, cabendo aos próprios negros promover a divisa da alimentação. Como os integrantes do navio não tinham o hábito de entrar no porão, os mortos permaneciam ao lado dos vivos por muito tempo.
17- “Tratados como bichos, vendidos como coisas”, todas as ações contribuíam para a desumanização dos africanos, mas mesmo assim, havia resistência. Sobre essa afirmação, responda:
a-) Quais as estratégias usadas para dificultar a organização e resistência dos cativos?
R: Formar quilombos era uma das formas de resistir à escravidão. ... Quando as políticas de domínio de escravos não funcionavam, havia a resistência escrava. Algumas formas eram: formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e sequestros de senhores, paralisações, sabotagens e roubos.
b-) Quais as estratégias de resistência adotadas por eles?
R: Quando as políticas de domínio de escravos não funcionavam, havia a resistência escrava. Algumas formas eram: formação de quilombos, fugas ou suicídios, magia, assassinatos e sequestros de senhores, paralisações, sabotagens e roubos. Também havia a capoeira, que era considerada uma forma de resistência, diferente do fenômeno urbano do século 19. Os negros colocavam navalhas nas pontas dos pés e giravam para cortar o pescoço de policiais e autoridades
18- A lavoura canavieira foi o principal setor da economia colonial, mas houve outros ciclos econômicos no Brasil colonial. Apresente as principais características das atividades econômicas destacadas abaixo:
a-) Bandeirantismo e Sertanismo de Contrato (São Paulo):
R: No entanto, o bandeirantismo era um tipo de atividade promovida por particulares, em sua grande maioria, interessados na obtenção de escravos indígenas. As condições das viagens realizadas pelos bandeirantes eram extremamente precárias. Diferente das mais conhecidas representações que temos desse personagem histórico, os bandeirantes tinham poucos recursos para se manterem durante as longas viagens. Os grupos eram controlados por uma minoria de colonos brancos e poderiam ser formados por índios, mulheres e mestiços. Ao longo da viagem, os bandeirantes podiam ainda sofrer o ataque de animais ferozes ou de índios hostis.
O sertanismo de contrato foi uma atividade exercida pelos bandeirantes paulistas no período colonial. Surgido no século XVII, consistia na organização de expedições (bandeiras de contrato) lideradas por bandeirantes que partiam para o interior do Brasil para capturar negros foragidos e combater tribos indígenas rebeladas e quilombos. Estas bandeiras de contrato eram financiadas por autoridades coloniais, grandes fazendeiros e senhores de engenho, principalmente da região nordeste do Brasil. Além de pagamentos em espécie, muitos destes bandeirantes receberam lotes de terra como recompensa por suas atividades.
O Sertanismo de contrato surgiu no contexto da crise das bandeiras apresadoras de indígenas. Com a forte oposição da Igreja Católica ao aprisionamento, comercialização e escravidão de indígenas, muitos bandeirantes buscaram novas atividades.
O sertanismo de contrato foi importante no processo de povoamento e expansão da atividade pecuária no sertão nordestino.
b-) Tabaco (principal ocorrência nas atuais regiões da Bahia, Sergipe, Espírito Santo, Rio de Janeiro): 
R: Uma das plantas mais cultivadas no período das Américas, é usado pelos indígenas da América em determinados rituais, e logo se tornou um produto de grande aceitação no território colonial.
c-) Algodão (atuais regiões do Pará, Maranhão e Ceará): 
R:As principais atividades econômicas sãoa indústria (o trabalho de transformar alumínio e alumina, celulose, alimentícia, madeireira), os serviços, o extrativismo vegetal (babaçu), a agricultura (soja, mandioca, arroz, milho) e a pecuária. Possui um dos menores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, com 0,687 pontos.
d-) Pecuária (atual região sul):
R: Pecuária
Na Região Sul, a pecuária desenvolvida de forma extensiva e intensiva, com técnicas modernas, ocupa um importante papel para a economia da região.
A criação de gado bovino de corte, visa abastecer o mercado interno e à exportação. É desenvolvida, em grande escala, a produção de gado leiteiro, um dos melhores rebanhos do Brasil, beneficiando as indústrias de laticínios.
A região é uma das maiores produtoras e exportadoras de suínos e também frangos, com destaque para a cidade de Chapecó, em Santa Catarina, município considerado a capital da agroindústria, onde estão localizadas grandes unidades industriais processadoras e exportadoras de carne de suínos e aves.
Agricultura
A Região Sul desenvolvia a agricultura colonial, destinada ao mercado interno. Depois dos anos 70, visando a exportação, grandes mudanças foram surgindo: estradas asfaltadas, portos e equipamentos modernizados, expansão da eletrificação rural e os equipamentos de transportes ampliados.
A expansão da lavoura comercial de soja não impediu que a Região Sul continuasse a desenvolver outras agriculturas de grande importância: a erva mate, o trigo, o milho, o café, o arroz, o feijão, alho, cebola, tomate etc.
e-) Criação de muares (sertão nordestino):
R: Apesar das adversidades impostas pelo clima, a economia da sub-região do sertão do Nordeste está ligada diretamente à atividade agropecuária, desse modo, para um bom desenvolvimento da mesma é indispensável que o clima contribua oferecendo condicionantes para que ocorra um plantio e que todas as etapas.
f-) Exploração das “Drogas do Sertão” (região Amazônica)
R: Nos séculos XVI e XVII, a exploração da região amazônica acabou surgindo como uma solução para o papel econômico anteriormente desempenhado pelas especiarias indianas. Afinal, esse espaço do território colonial acabou se mostrando rico em frutas, sementes, raízes e outras plantas que tinham finalidades medicinais e culinárias. Cacau, cravo, guaraná, urucum, poaia e baunilha foram alguns dos produtos que ficaram conhecidos como as tais “drogas do sertão”.
Na maioria das vezes, a extração das drogas do sertão era feita pelas missões jesuítas que se localizavam no interior do território e aproveitavam da mão de obra indígena disponível. Paralelamente, os bandeirantes, em suas incursões pelo interior, também realizavam essa mesma atividade com o objetivo de vender esses produtos na região litorânea. De modo geral, a extração das drogas do sertão atendia demandas provenientes tanto do mercando interno como do mercado externo.
g-) Tropeirismo (São Paulo/Minas Gerais) 
R: Um dos marcos iniciais do tropeirismo foi quando a Coroa Portuguesa instalou, em 1695, na Vila de Taubaté, a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então, todo o ouro extraído das Minas Gerais deveria ser levado a esta Vila e, de lá, seguia para o porto de Parati, de onde era encaminhado para o reino via cidade do Rio de Janeiro.
Ao longo das rotas pelas quais se deslocavam, ajudaram a fazer brotar várias das atuais cidades do Brasil. As cidades de Taubaté, Sorocaba, Santana de Parnaíba e São Vicente em São Paulo, Viamão e Cruz Alta no Rio Grande do Sul e Castro no Paraná são algumas das pioneiras que se destacaram pela atividade de seus tropeiros.
Ainda hoje, tropeiros atuam em algumas regiões do Brasil, como os que transportam queijos e doces da região de Itamonte, em Minas Gerais, para Visconde de Mauá, no Rio de Janeiro. 
Os tropeiros transportavam uma grande variedade de mercadorias como açúcar mascavo, aguardente, vinagre, vinho, azeite, bacalhau, peixe seco, queijo, manteiga, biscoito,
passas, noz, farinha, gengibre, sabão, fruta seca, chouriço, salame, tecido, alfaias, marmelada, coco, carne seca, algodão, sal, vidro para janela etc. 
19- Quem foram Hans Staden e Jean de Léry e qual a importância destes homens para o resgate da história do Brasil colonial? 
R: Hans Staden foi um viajante e mercenário alemão que ficou conhecido por ter feito duas viagens ao Brasil no século XVI. Hans Staden nasceu na cidade de Homberg, na Alemanha, no ano de 1525. No ano de 1548, resolveu fazer uma viagem para a América. Seu relato ficou particularmente famoso por ter sido prisioneiro dos tupinambás, durante nove meses, e após ser libertado escreveu um relato que ficou famoso na Europa da Idade Moderna. 
Hans Staden, que veio ao Brasil à procura de riquezas, registrou suas experiências após retornar à Alemanha em um livro lançado em 1557. O livro de Hans Staden é conhecido como “Duas Viagens ao Brasil”, mas o nome original da obra de Hans Staden é “História Verídica e descrição de uma terra de selvagens, nus e cruéis comedores de seres humanos, situada no Novo Mundo da América, desconhecida antes e depois de Jesus Cristo nas terras de Hessen até os dois últimos anos, visto que Hans Staden, de Homberg, em Hessen, a conheceu por experiência própria, e que agora traz a público com essa impressão”. 
Jean de Léry. Missionário protestante francês nascido em 1534, em La Margelle, na região de Yonne, e falecido em 1613, em L'Isle, na Suíça. Durante a sua vida publicou duas obras sobre a sua estadia no Brasil e mais duas sobre Sancerre, em que descreve a história e cerco da cidade.
A obra de Léry sobre o Brasil tem como título original Narrativa de uma viagem feita à terra do Brasil, também dita América, contendo a navegação e coisas notáveis vistas no mar pelo autor: a conduta de Villegaignon naquele país, os estranhos costumes e modos de vida dos selvagens americanos; com um coóquio em sua língua e mais a descrição de muitos animais, plantas e demais coisas singulares desconhecidas aqui. Foi escrita 18 anos após a estada do autor no Brasil e publicada em 1578, obtendo enorme sucesso junto ao público europeu: rapidamente conheceu novas edições e foi traduzida para o holandês, o alemão e o latim.
20- Desde a chegada dos portugueses foram realizadas incursões seguindo as antigas trilhas indígenas (Peabirus) ao interior da colônia em busca de metais preciosos, mas somente foram encontrados em grande quantidade no final do século XVII, pelos Bandeirantes paulistas, na atual região de Minas Gerais. A notícia da descoberta do ouro provocou intensa migração/imigração à região, gerando caos e inúmeros conflitos. Nesse contexto, comente em linhas gerais o que foi a “Guerra dos Emboabas”?
R: A Guerra dos Emboabas foi um confronto travado de 1707 a 1709, pelo direito de exploração das recém descobertas jazidas de ouro, na região das Minas Gerais, no Brasil.
O conflito contrapunha, de um lado, os desbravadores vicentinos, que haviam descoberto a região das minas e que por esta razão reclamavam à exclusividade de explorá-las; e de outro lado um grupo heterogêneo composto de portugueses e imigrantes das demais partes do Brasil – pejorativamente apelidados de “emboabas” pelos vicentinos –, todos atraídos à região pela febre do ouro.
Pelo fato de terem sido os primeiros a descobrir, os paulistas queriam ter mais direitos e benefícios sobre o ouro que haviam encontrado, uma vez que este, estava nas terras em que viviam.
Entretanto, os forasteiros pensavam e agiam diferentemente; estes, por sua vez, eram os chamados emboabas. Os emboabas formaram suas próprias comunidades, dentro da região que já era habitada pelos paulistas; neste mesmo local, eles permaneciam constantemente vigiando todos os passos dos paulistas. Os paulistas eram chefiados pelo bandeirante Manuel de Borba Gato; já o líder dos emboabas era o português Manuel Nunes Viana.
21- Para regulamentação da posse das minas (posse, pois a propriedade do subsolo era do governo português) e fiscalização da extração e comercialização do ouro, Portugalcriou a “Intendência das Minas”. Sobre esse tema, responda:
a-) O que eram as datas e quais as exigências para se participar de um leilão de datas?
R: Por lei as áreas de mineração pertenciam ao rei; este mandava dividir as áreas em lotes auríferos (as datas) e promovia a sua distribuição. O descobridor tinha direito a duas datas e, a Coroa, a uma, que, depois ia a leilão. As datas restantes eram distribuídas conforme o número de escravos; aquele que possuísse 12 escravos, ou mais, recebia uma data inteira; os demais recebiam lotes menores. 
b-) O que era o quinto real:
R: O Quinto era um imposto cobrado pela Coroa de Portugal e as Casas de Contratações sobre o ouro encontrado em suas colônias. Correspondia a 20% do metal extraído e sua forma de cobrança variou conforme a época e a Coroa Portuguesa era feita das primeiras doações das capitanias hereditárias por D. João III, em 1534. Mesmo antes do descobrimento de minas de ouro no Brasil, as "Ordenações do Reino" estabeleciam como direitos reais, entre outros, as minas de ouro e prata ou qualquer outro metal.
c-) O que era o Imposto de Passagem?
R: Sobre homens e animais em trânsito para as Minas.
d-) O que era o Imposto de Entrada?
R: Sobre mercadorias que entravam para as Minas. 
e-) O que eram as Casas de Fundição e por que foram criadas?
R: Casas de Fundição eram casas onde o ouro e prata eram extraído no Brasil, no período colonial, era fundido.As casas de fundição eram os mais antigos órgãos encarregados da arrecadação dos tributos sobre a mineração, pois dessa forma, o controle do ouro e da prata ficava mais fácil. A primeira Casa de Fundição foi estabelecida em São Paulo, por volta de 1580, para fundir o ouro extraído das minas do Jaraguá e de outras jazidas nos arredores da vila. As Casas de Fundição recolhiam o ouro extraído pelos mineiros, purificavam-no e o transformavam em barras, nas quais era aposto um cunho que a identificava como "ouro quintado", isto é, do qual já fora deduzido o tributo do "quinto". Era também expedido um certificado que deveria acompanhá-la daí em diante.Essa medida aumentou a insatisfação das pessoas, que já reclamavam dos altos preços dos alimentos, e acabou ocasionando a Revolta de Vila Rica, em 1720. As principais exigências dos rebeldes eram a redução dos preços dos alimentos e a anulação do decreto que criava as casas de fundição.
f-) Durante o ciclo do ouro surgiu a expressão “santo do pau oco”, em que contexto ela se aplica? 
R: Santo do pau oco é uma expressão popular utilizada no Brasil para designar pessoas dissimuladas, cuja origem mítica é derivada de aspectos históricos.
Santo do pau oco é uma expressão popular brasileira utilizada para designar um indivíduo de caráter duvidoso, com ações fraudulentas, uma pessoa mentirosa, falsa ou hipócrita.
Esta é uma expressão bastante típica e usada no Brasil há séculos, sendo que atualmente o seu sentido denota o nível de falsidade ou hipocrisia de alguém. Exemplo: "Não se iluda com a simpatia daquele rapaz, ele é um santo do pau oco".
Em seu sentido figurado, esta expressão também serve para indicar que determinada pessoa aparenta algo que não é, iludindo todos a sua volta.
22- Relacione a construção das estradas reais e a mudança da sede do governo (capital) na colônia:
R: Estrada Real ou Caminho Real[1] foi o nome dado em Portugal e em todo o Império Português aos principais caminhos construídos no país, regiões e colónias, cuja construção e manutenção eram responsabilidade da Coroa Portuguesa, diretamente ou através dos seus representantes locais.[2] Em Portugal, muitas dessas estradas passaram a ter a designação de Estrada Nacional após a Implantação da República, em 1910, enquanto outras, fora de uso corrente, mantiveram-se como percursos pedestres. Na Região Autónoma da Madeira várias dessas antigas vias constituem atualmente percursos recomendados para caminhadas. No Brasil Colónia a construção dessas estradas foi especialmente intensa e relacionada com a atividade minerária. O património histórico-cultural que representam é defendido pelo Projeto Estrada Real.
23- No início do século XVII, encontram-se grande quantidade de diamantes no Arraial do Tijuco, bacia do rio Jequitinhonha, nordeste de Minas Gerais. Essa descoberta promoveu o “fechamento” da região, uma série de medidas autoritárias e forte fiscalização da Coroa Portuguesa. É neste contexto que surge uma das personagens femininas, mais famosas da história do Brasil: Chica da Silva. Fale sobre ela:
R: Chica da Silva (1732-1796) foi uma escrava brasileira alforriada que ficou famosa pelo poder que exerceu no arraial do Tijuco, hoje a cidade mineira de Diamantina. Manteve uma relação de concubinato com o contratador de diamantes João Fernandes de Oliveira. 
Francisca da Silva nasceu no Arraial do Tijuco, atual cidade de Diamantina, Minas Gerais, na época em que o Brasil tornou-se grande produtor de diamantes. Filha do português, capitão das ordenanças, Antônio Caetano de Sá e da africana Maria da Costa, foi escrava de um proprietário de lavras, o sargento-mor Manoel Pires Sardinha, com quem teve um filho chamado Simão Pires Sardinha, alforriado pelo pai, recebeu seus bens em testamento.
Alforria e Luxo 
Com 22 anos, Chica da Silva foi comprada pelo rico desembargador João Fernandes de Oliveira, contratador de diamantes, que chegou ao Arraial do Tijuco, em 1753. Depois de alforriada, passou a viver com o contratador, mesmo sem matrimônio oficial. Chica da Silva passou a ser chamada oficialmente Francisca da Silva de Oliveira. O casal teve 13 filhos e todos receberam o sobrenome do pai e boa educação.
Chica da Silva, mulata, frívola, prepotente, impôs-se de tal forma, que o rico português atendia a todos os seus caprichos. O maior deles, como não conhecia o mar, pediu ao marido para construir um açude, onde lançou um navio com velas, mastros, igual às grandes embarcações.
Chica da Silva vivia em uma magnífica casa, construída nas encostas da serra de São Francisco, onde promovia bailes e representações. Era dona de vários escravos que cuidavam das tarefas domésticas de sua casa. Só ia à Igreja ricamente vestida e coberta de joias, seguida por doze acompanhantes. Consta que muitas pessoas se curvavam à sua passagem e lhe beijavam as mãos.
Fim da União
João Fernandes de Oliveira foi acusado de contrabandear diamantes, chegou a ser preso e perdeu parte de seus bens. Mesmo assim, possuía uma das maiores fortunas do Império Português. A união do casal que durava 15 anos, foi interrompida em 1770, quando João Fernandes retornou a Portugal, depois da morte de seu pai a fim de resolver questões de herança familiar, levando com ele os quatro filhos homens que teve com Chica da Silva. Lá, adquiriram educação superior e alcançaram cargos importantes na administração do reino.
Chica da Silva ficou no Brasil com as filhas e a posse das propriedades do marido, o que lhe permitiu continuar vivendo no luxo. Suas filhas estudaram prendas domésticas e música. Mesmo sem viver com João Fernandes pelo resto de sua vida, Chica da Silva conseguiu distinção social e respeito na sociedade elitista de Minas Gerais, no século XVIII.
Chica da Silva convivia com a elite branca local. Em seu testamento, doou parte de seus bens às irmandades religiosas do Carmo e de São Francisco, que eram exclusivas de brancos, e às das Mercês, exclusivas dos mestiços e a do Rosário dos Pretos, que eram reservadas aos negros.
Chica da Silva faleceu em Serro Frio, Minas Gerais, no dia 15 de fevereiro de 1796. Foi sepultada na irmandade religiosa de São Francisco de Assis, exclusiva dos brancos.
24- Apesar da imensa riqueza gerada pelo ouro a região das minas era um território de fome. Explique a contradição dessa frase:
R: Nos primeiros anos da mineração ninguém se preocupava em plantar ou criar animais. Todos se ocupavam apenas com o ouro e, por isso, nos primeiros anos do século XVIII, a região passou por três crises de fome; alimentos como a carne, o milho, a farinha, o sal ou bebidas eram raros e alcançavam preços exorbitantes. 
25-Estabeleça a relação entre o ciclo do ouro e a expressão do Barroco em Minas Gerais:
R: A capitania de Minas Gerais apresentou um grande crescimento cultural favorecido pela movimentação comercial, pelo enriquecimento com mineração e pela forte religiosidade dos trabalhadores das minas. Esses aspectos possibilitaram que a região vivesse o auge das artes no Brasil.
26- Quem foi Francisco Manuel Lisboa?
R: Aleijadinho (1730-1814) foi um escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto do Brasil colonial. Ele é considerado o maior representante do barroco mineiro, sendo conhecido por suas esculturas em pedra-sabão, entalhes em madeira, altares e igrejas. Antônio Francisco Lisboa, O Aleijadinho, nasceu na cidade mineira de Vila Rica, atual Ouro Preto. Há controvérsias sobre sua data de nascimento, mas a maioria dos pesquisadores dizem que ele nasceu em 29 de agosto de 1730. Filho do português Manuel Francisco Lisboa, mestre de carpintaria, que chegou a Minas Gerais em 1728, e de uma escrava chamada Isabel. Aleijadinho estudou as primeiras letras, latim e música com alguns padres de Vila Rica. Aprendeu a esculpir ainda criança, observando o trabalho de seu pai que esculpiu em madeira uma grande quantidade de imagens religiosas. Na segunda metade do século XVIII, graças ao ouro, surgiram as ricas construções em pedra e alvenaria. Foi nessa época, quando Minas Gerais liderava o movimento artístico da colônia, que Aleijadinho desenvolveu sua atividade de arquiteto e escultor. Foi difícil obter o reconhecimento de seu talento, pois na época, não se perdoava a condição de mestiço. Muitos de seus trabalhos foram feitos para confrarias e irmandades de brancos. Por conta de sua condição, não lhe foi permitido assinar nem sua obra nem os livros de registro de pagamentos. Quando sua fama, apesar de tudo, chegou a outras cidades e sua obra se encontrava em pleno esplendor, a doença o atacou. Lepra ou sífilis, não se sabe ao certo, deformou seus pés e mãos. Entretanto, mesmo doente, ele não abandonou sua arte. Assim, quando suas mãos se deformaram por completo, atou-as com uma correia de couro para segurar o cinzel, o martelo e a régua. Aleijadinho faleceu no dia 18 de novembro de 1814 em sua cidade natal. Seu corpo foi sepultado na Matriz de Antônio Dias, junto ao altar da Confraria de Nossa Senhora da Boa Morte.
Obras e características
A maior parte das obras de Aleijadinho tem como tema central a religiosidade. As imagens sacras que produziu se caracterizam pela cores, leveza, simplicidade e dinamismo. Grande parte de sua obra encontra-se nas cidades mineiras de Ouro Preto (antiga Vila Rica), Tiradentes, São João del Rei, Mariana, Sabará e Congonhas do Campo.
27- Os caminhos do ouro e dos diamantes: Por que o ouro de Minas Gerais foi parar nos bancos ingleses?
R: Com os vários acordos estabelecidos entre Portugal e a Inglaterra a partir de 1642 (Tratado de Paz e Comércio entre D. João IV e Carlos I de 1642, Tratado de Paz e Aliança de Westminster de 1654, Tratado de Paz e Amizade de 1661, Tratado de Methuen de 1703) foram concedidos grandes privilégios ao comércio e súbitos britânicos, bem como a liberdade do comércio para os ingleses no Brasil e na Índia. Alguns historiadores defendem a tese de que o ouro brasileiro ajudou assim Inglaterra a concentrar reservas que fizeram do sistema bancário inglês o principal centro financeiro da Europa.
28- Analise a sociedade colonial:
a-) Apresente os principais aspectos da “sociedade canavieira”:
R: Principais características da sociedade açucareira: 
-Sociedade composta basicamente por três grupos sociais: senhores de engenho (aristocracia), homens livres e escravos. 
-Sociedade patriarcal: poder concentrado nas mãos dos homens, principalmente, dos senhores de engenho que controlavam e determinavam a vida dos filhos, esposa e funcionários.
-Uso, nos trabalhos pesados do engenho de açúcar, de mão de obra escrava de origem africana. 
Os escravos eram comercializados como mercadorias e sofriam com as péssimas condições de vida oferecidas por seus proprietários. 
-Posição social determinada pela posse de terras, escravos e poder político. 
Senhores de engenho: Possuíam poder social, familiar, político e econômico. A casa-grande, habitação dos senhores de engenho e sua família, era o centro deste poder. Este grupo social tinha forte influência nas Câmaras Municipais, principal polo de poder político das cidades na época colonial. 
Homens livres: Eram em sua maioria funcionários assalariados do engenho (capatazes, por exemplo), proprietários de terras sem engenho, artesãos, agregados e funcionários públicos. 
Escravos: formavam a base dos trabalhadores nos engenhos de açúcar. Tinham como origem o continente africano, sendo comercializados no Brasil. Era o grupo mais numeroso da sociedade açucareira. Em função das péssimas condições em que viviam, dos castigos físicos e da ausência de liberdade, possuíam baixa expectativa de vida (no máximo até 35, 40 anos). Resistiram à escravidão através de revoltas e fugas para a formação dos quilombos.
b-) Apresente os principais aspectos da “sociedade mineradora”
R: Foi uma das características da sociedade de mineração no Brasil Colônia: 
a) rígida estratificação social, fundamentada na bipolarização entre senhores e escravos
b) substituição do trabalho escravo africano pela mão de obra dos emboabas 
c) formação de grupos médios urbanos 
d) integração dos negros à comunidade dos brancos através da miscigenação 
e) total imobilidade social 
As camadas médias: formadas por artesãos (carpinteiros, alfaiates, ourives), profissionais liberais (advogados, médicos), padres, garimpeiros, donos de vendas, roceiros e alguns artistas (entalhadores, músicos, pintores). 
Os homens livres pobres: em sua grande maioria eram mestiços e negros, aqueles que não tinham posição social definida. Eram chamados pelas autoridades de vadios, pois, perambulavam pelos arraiais pedindo esmola, comida, brigando nas vendas ou praticando pequenos furtos. Quando se precisava de pessoas para serviços pesados ou perigosos, esses homens eram procurados. Construíam ruas, estradas, presídios, faziam a segurança pessoal de ricos, combatiam indígenas e destruíam quilombos. 
Os escravizados: Não realizavam tarefas ligadas apenas à mineração. Transportavam mercadorias e pessoas, construíam estradas, casas, comercializavam pelas ruas e lavras.
c-) Quem eram os “desclassificados” da sociedade colonial?
R: Os "desclassificados do ouro" eram todos os trabalhadores muito pobres que trabalhavam nas minas de outras pessoas, não tendo possibilidade de conseguir ascensão social por meio da exploração do ouro, como fizeram os primeiros aventureiros das minas. Eles realizavam todo tipo de trabalho, inclusive os mais perigosos e insalubres, de modo que tanto garimpavam quanto prestavam serviços nas cidades, sendo uma "casta" mais baixa naquela sociedade.
29- Estabeleça as informações gerais, causas e desdobramentos dos principais conflitos e revoltas coloniais: 
a-) A destruição do Quilombo de Palmares:
R: O Quilombo dos Palmares surgiu no final do século XVI, no território da capitania de Pernambuco, mais precisamente em uma região em que hoje está localizado o estado de Alagoas. O quilombo foi formado por escravos que tinham fugido de engenhos da região de Pernambuco e que escolheram a região da Serra da Barriga, na zona da mata de Alagoas. O primeiro registro conhecido que faz menção ao Quilombo dos Palmares remonta a 1597, embora existam algumas teorias que sustentam que o quilombo já existia antes disso. Com o tempo, Palmares cresceu, tornou-se famoso, servindo de inspiração para outros escravos resistirem e fugirem. Teve cerca de 20 mil habitantes. Foi chamado de Quilombo dos Palmares, porque foi construído em uma região que possuía um grande número de palmeiras e essas árvores possuíam inúmeras utilidades, pois fornecia alimento aos quilombolas e suas folhas eram usadas para fazer o telhado dos casebres que eram construídos. Primeiramente, a vida no quilombo girava em torno daquestão da segurança, uma vez que portugueses representavam uma grande ameaça e frequentemente tentavam destruir Palmares. Assim, o quilombo foi construído em uma região que lhe garantisse uma segurança extra. A região que o Quilombo ficava era uma região de serra, bastante despovoada e com matas densas. Palmares era o resultado de uma junção de mocambos, pequenos assentamentos de escravos fugidos, que foram construídos na divisa de Alagoas e Pernambuco (mas na época, tudo fazia parte da mesma capitania). No caso de Palmares, os mocambos formavam uma confederação quilombola que se estendia por um território razoavelmente vasto. Alguns dos mocambos que formavam Palmares eram os seguintes:
 • Aqualtune;
 • Andalaquituche;
 • Subupira; 
 • Cerca Real do Macaco (ou apenas mocambo do Macaco). 
Esses eram alguns dos vários mocambos que formavam Palmares e de todos eles o mais importante era o mocambo Cerca Real do Macaco. Esse mocambo era o centro político de Palmares, local em que o rei do quilombo residia e que, por ser a capital, era o mais populoso e era formado por cerca de 6 mil habitantes. A capital de Palmares possuía uma segurança rigorosa e era cercado por três grandes paliçadas (muralhas de madeira) que possuía torres de vigilância que estavam sempre atentas para garantir a segurança do quilombo. Além disso, nos arredores da muralha, existiam dezenas de armadilhas, sobretudo, fossos com estacas escondidos por palha. O caminho que levava à entrada desse mocambo só era de conhecimento dos moradores de Palmares. A junção dos mocambos que formava Palmares era nomeada pelos quilombolas de Angola Janga (significa “pequena Angola”) o que demonstra a disposição dos quilombolas em formar um pequeno Estado africano no interior do continente americano. O quilombo possuía estrutura de poder, de administração e de trabalho próprios. Para garantir sua sobrevivência, mantinham contato frequente com pequenos colonos e pequenas aldeias da região, com o objetivo de realizar a troca de mercadorias. Por ser um símbolo de resistência para os escravos, Palmares incentivou, direta e indiretamente, a fuga e a rebelião de escravos na região e, por isso, era encarado como uma grande ameaça pelos colonizadores. 
• Alimentação do Quilombo dos Palmares A sobrevivência do quilombo decorria da agricultura, e os principais itens produzidos em Palmares eram mandioca (usada para produzir farinha), feijão, batata, milho e melaço (produzido do cultivo da cana-de-açúcar). A coleta também era importante para os quilombolas que consumiam palmito e outras frutas extraídas de árvores da região. 
• Dois líderes do Quilombo dos Palmares Os registros que os historiadores possuem fazem menção a dois grandes líderes do quilombo. Os únicos líderes de Palmares que conhecemos foram Ganga Zumba e Zumbi. O primeiro morreu em condições misteriosas (supostamente por envenenamento) e acredita-se que foi líder de Palmares de 1645 a 1678. Zumbi foi eleito chefe do quilombo e permaneceu como tal de 1678 a 1695 – quando foi morto pelos portugueses. Leia mais: Entenda a inspiração em Zumbi para a criação do Dia da Consciência Negra no Brasil Destruição de Palmares A história de Palmares ficou marcada pela resistência e luta contra os colonizadores. No período da invasão holandesa no Nordeste (1630-1654), o quilombo registrou um crescimento expressivo, resultado da desorganização dos europeus na região que reduzia a busca por escravos fugidos e reduzia os níveis de vigilância, facilitando fugas. De toda forma, ao longo de todo o século XVII, os habitantes de Palmares tinham de lutar para sobreviver. Inúmeras expedições de colonizadores foram realizadas visando à destruição do quilombo, sendo a primeira delas registrada em 1602. Os holandeses também organizaram expedições para acabar com Palmares, mas fracassaram. Os portugueses, por sua vez, foram os grandes adversários dos quilombolas em Palmares. As expedições dos portugueses contra Palmares concentraram-se depois que os portugueses conseguiram expulsar os holandeses de Pernambuco. Da década de 1650 em diante, os portugueses realizaram dezenas de expedições contra Palmares. No ano de 1678, Ganga Zumba, até então rei de Palmares, recebeu uma oferta de paz enviada pelo governador da capitania de Pernambuco, d. Pedro de Almeida. Depois Ganga Zumba foi a Recife negociar os termos da oferta de paz com o próprio governador da capitania e os termos estipulados foram os seguintes: 
• Os nascidos em Palmares seriam considerados livres;
• Todos aqueles que aceitassem o acordo seriam retirados da serra e receberiam terras para viver; 
• Não poderiam abrigar novos escravos fugidos; 
• Os que garantissem sua liberdade seriam considerados vassalos da Coroa. 
A proposta de paz foi aceita por Ganga Zumba, mas causou divisão no quilombo, porque não contemplava os escravos fugidos – esses deveriam ser entregues às autoridades coloniais e encaminhados para seus antigos donos. Essa divisão resultou na morte de Ganga Zumba e o novo líder que assumiu – Zumbi – rechaçou a possibilidade de acordo e optou pela luta. Houve uma nova fase de lutas, até que entre 1692 e 1694, o bandeirante Domingos Jorge Velho liderou uma expedição após ter seus termos (que não eram poucos) aceitos pelas autoridades de Pernambuco. A tropa de Domingos Jorge Velho era composta por milhares de homens e possuía até mesmo canhões (levados para lá somente em 1694). Considera-se o fim de Palmares o ano de 1694, mas a resistência quilombola na região seguiu pelos anos seguintes. O próprio Zumbi resistiu até 1695, quando foi emboscado e morto pelos portugueses. As tropas de portugueses permaneceram na região até meados do século XVIII para impedir que o quilombo ressurgisse.
b-) A destruição dos “Sete Povos das Missões”
R: Os Sete Povos das Missões A região de Sete Povos das Missões resultou da estratégia do governo espanhol para a colonização da região do Rio da Prata, na América Espanhola. Ruínas em São Miguel Arcanjo. Foto: Governo do Rio Grande do Sul.
Localização 
As regiões eram formadas por São Francisco Borja, fundada em 1682, São Nicolau (1687) e São Luiz Gonzaga (1687). Eram integradas, ainda, por: São Miguel Arcanjo (1687), São Lourenço Mártir (1690), São João Batista (1697) e Santo Ângelo Custódio (1707).
As missões, também chamadas de reduções, foram fundadas e organizadas por padres da Companhia de Jesus. As 30 reduções ocupavam os atuais territórios de Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai. Em tais missões havia índios de diversas etnias, mas a maioria era guarani. 
Os índios guarani foram os primeiros a sentir o impacto do europeu com a chegada dos padres jesuítas espanhóis em 1626. 
Os jesuítas chegaram à região com o objetivo de catequizar e "civilizar" sob a autoridade espanhola. A permanência, contudo, era conflituosa. Durante século XVII, eram comuns as batalhas travadas entre bandeirantes e indígenas. 
Os conflitos eram marcados pela destruição das missões e pelos primeiros êxodos dos guarani. Nos períodos de paz, os indígenas retornavam ao local de origem com o apoio dos jesuítas. 
Entre os desafios dos padres jesuítas estavam os de convencer os índios de que precisavam ser sedentários e monogâmicos. Os guarani são nômades e poligâmicos. Além disso, são politeístas. 
Alguns grupos ainda praticavam o canibalismo em cerimônias fúnebres até o início da colonização. As missões sofreram sucessivos ataques, principalmente pelos mercadores de escravos. Como estratégia para livrar os índios, em 1818, os jesuítas propuseram que os indígenas se tornassem vassalos do rei. 
Os índios também recebiam treinamento militar. A estratégia foi aplicada porque a área não estava demarcada de maneira clara e foi alvo de disputa entre as coroas portuguesa e espanhola. 
Havia dois tipos de missões. As missões orientais estavam nos territórios a leste do rio Uruguai, na região que hoje é fronteira com o Brasil. As missões ocidentais estavam na região que hoje é ocupada pela Argentina, nas margens do rios Paraná e Paraguai. 
No auge, a região de Sete Povosdas Missões comportou 30 mil pessoas. Todos eram indígenas, mas os padres espanhóis os administradores. 
Tratado de Madri 
A permanência das missões esteve no centro de sucessivas disputas territoriais entre Portugal e Espanha. 
Os conflitos começaram em 1680 e perduraram até 1750, quando foi assinado o Tratado de Madri. O acordo redefinia a posse do território. Previa que a Espanha deveria entregar a região de Sete Povos das Missões. 
Portugal entregaria a área da província de Sacramento, na Argentina.
Saiba mais sobre o Tratado de Madri. 
Guerra Guaranítica 
Os indígenas foram contrários aos termos do tratado e não aceitaram sair do território. Em 1754, quando Portugal foi tomar posse do regiao, contou com o auxílio do exército espanhol para fazer cumprir as determinações do acordo. Na luta contra os indígenas, 20 mil indígenas morreram. 
Tratado de Santo Ildefonso 
O Tratado de Santo Ildefonso foi assinado em 1º de outubro de 1777 entre Portugal e Espanha como forma de revalidar o Tratado de Madri. 
A assinatura do acordo encerrava a disputa dos dois países pela colônia de Sacramento. Pelo acordo, os espanhóis mantinham a colônia e a região dos Sete Povos das Missões. Eles devolveram aos portugueses Santa Catarina e reconheceram a soberania lusa sobre a margem esquerda do rio da Prata. 
c-) A Revolta de Beckman:
R: A Revolta de Beckman foi uma rebelião nativista ocorrida na cidade de São Luís (estado do Maranhão) em 1684. 
Causas principais 
Grande insatisfação dos comerciantes, proprietários rurais e população em geral com a Companhia de Comércio do Maranhão, instituída pela coroa portuguesa em 1682. 
Os comerciantes reclamavam do monopólio da Companhia. 
Os proprietários rurais contestavam os preços pelos quais a Companhia pagava por seus produtos. 
Já grande parte da população maranhense estava insatisfeita com a baixa qualidade e altos preços cobrados pelos produtos manufaturados comercializados pela Companhia na região. Outros produtos como trigo, bacalhau e vinho chegavam à região em quantidade insuficiente, demoravam para chegar e ainda vinham em péssimas condições para o consumo. 
Havia também o problema de falta de mão de obra escrava na região. Os escravos fornecidos pela Companhia eram insuficientes para as necessidades dos proprietários rurais. Uma solução seria a escravização de indígenas, porém os jesuítas eram contrários. 
Objetivo principal: 
Finalizar as atividades da Companhia de Comércio do Maranhão, para acabar com o monopólio. 
Como ocorreu:
Na noite de 24 de fevereiro de 1684, os irmãos Manuel e Tomás Beckman, dois proprietários rurais da região, com o apoio de comerciantes, invadiram e saquearam um depósito da Companhia de Comércio do Maranhão. Os revoltosos também expulsaram os jesuítas da região e tiraram do poder o governador. 
Reação de Portugal 
A corte portuguesa enviou ao Maranhão um novo governador para acabar com a revolta e colocar ordem na região. Os revoltosos foram presos e julgados. Os irmãos Beckman e Jorge Sampaio foram condenados a forca. 
Conclusão 
A Revolta de Beckman foi mais um movimento nativista que mostra os conflitos de interesses entre os colonos e a metrópole. Foi uma revolta que mostrou os problemas de mão de obra e abastecimento na região do Maranhão. As ações da coroa portuguesa, que claramente favoreciam Portugal e prejudicava os interesses dos brasileiros, foram, muitas vezes, motivos de reações violentas dos colonos. Geralmente eram reprimidas com violência, pois a coroa não abria mão da ordem e obediência em sua principal colônia.
d-) Guerra dos Mascates:
R: A Guerra dos Mascates ocorreu no ano de 1710 em Pernambuco e, aparentemente, foi um conflito entre senhores de engenho de Olinda e comerciantes do Recife. Estes últimos, denominados "mascates", eram, em sua maioria, portugueses. 
Antes da ocupação holandesa, Recife era um povoado sem maior expressão. O principal núcleo urbano era Olinda, ao qual Recife encontrava-se subordinado. 
Porém, depois da expulsão dos holandeses Recife tornou-se um centro comercial, graças ao seu porto excelente, e recebeu um grande afluxo de comerciantes portugueses. 
Olinda era uma cidade tradicionalmente dominada pelos senhores de engenho. O desenvolvimento de Recife, cidade controlada pelos comerciantes, testemunhava o crescimento do comércio, cuja importância a atividade produtiva agroindustrial açucareira, à qual se dedicavam os senhores de engenho olindenses. 
A desigualdade econômica e a crise açucareira: motivos fundamentais da Guerra dos Mascates. 
O orgulho desses senhores havia colocado em crise a produção açucareira do nordeste. Mas ainda eram poderosos, visto que, controlavam a Câmara Municipal de Olinda. 
À medida que Recife cresceu em importância, os mercadores começaram a reivindicar a sua autonomia político-administrativa, procurando libertar-se de Olinda e da autoridade de sua Câmara Municipal. A reivindicação dos recifenses foi principalmente atendida em 1703, com a conquista do direito de representação na Câmara de Olinda. Entretanto, o forte controle exercido pelos senhores sobre a Câmara tornou esse direito, na prática, letra morta. 
A grande vitória dos recifenses ocorreu com a criação de sua Câmara Municipal em 1709, que libertava, definitivamente, os comerciantes da autoridade política olindense. Inconformados, os senhores de engenho de Olinda, utilizando vários pretextos, como a demarcação dos limites entre os dois municípios, por exemplo, resolveram fazer uso da força para sabotar as pretensões dos recifenses. Depois de muita luta, que contou com a intervenção das autoridades coloniais, finalmente em 1711 a nomeação de um novo governante que teve como principal missão estabelecer um ponto final ao conflito. 
O escolhido para essa tarefa foi Félix José de Mendonça, que apoiou os mascates portugueses e estipulou a prisão de todos os latifundiários olindenses envolvidos com a guerra. Além disso, visando evitar futuros conflitos, o novo governador de Pernambuco decidiu transferir semestralmente a administração para cada uma das cidades. Dessa maneira, não haveria razões para que uma cidade fosse politicamente favorecida por Félix José, desta forma, Recife foi equiparada a Olinda e assim terminou a Guerra dos Mascates. 
Em 1714, o rei D. João V, resolveu anistiar todos os envolvidos nessa disputa, manteve as prerrogativas político- administrativas de Recife e promoveu a cidade ao posto de capital do Pernambuco.
e-) A Rebelião de Felipe dos Santos:
R: A História da revolta de Felipe dos Santos ou de Vila Rica, líder, causas, objetivos, ideais e o fim da revolta.
Introdução (o que foi) 
Também conhecida como Revolta de Vila Rica, este movimento nativista ocorreu no ano de 1720, na região das Minas Gerais, durante o período do Ciclo do Ouro. 
Contexto histórico 
A região de Minas Gerais produzia muito ouro no século XVIII. A coroa portuguesa aumentou muito a cobrança de impostos na região. O quinto, por exemplo, era cobrado sobre todo outro extraído (20% ficavam com Portugal). Esta cobrança ocorria nas Casas de Fundição. Era proibida a circulação de ouro em pó ou em pepitas. Quem fosse pego desrespeitando as leis portuguesas era preso e recebia uma grave punição (degredo para a África era a principal). 
Principais causas da Revolta de Felipe dos Santos 
A insatisfação popular era geral nas regiões auríferas em função dos impostos, punições e da fiscalização portuguesa. Além do povo, comerciantes e proprietários de minas de ouro, que pagavam taxas e impostos, também estavam insatisfeitos com tudo que ocorria na colônia.
O líder e suas ideias 
Felipe dos Santos Freire era um rico fazendeiro e tropeiro (dono de tropas de mulas para transporte de mercadorias). Com seus discursos e ideias atraiu a atenção das camadas mais populares e da classe média urbana de Vila Rica. Defendia o fim das Casas de Fundição e a diminuição da fiscalização metropolitana. 
Como foi a revolta (resumo) 
A revolta durou quase um mês. Os revoltosos pegaram em armas e chegaram a ocupar Vila Rica. Diante da situaçãotensa, o governador da região, Conde de Assumar, chamou os revoltosos para negociar, solicitando que abandonassem as armas. Após acalmar e fazer promessas aos revoltosos, o conde ordenou às tropas para que invadissem a vila. Os líderes foram presos e suas casas incendiadas. Felipe dos Santos, considerado líder, foi julgado e condenado à morte por enforcamento. 
Consequências principais 
Após a revolta, a coroa portuguesa aumentou ainda mais a fiscalização na região das minas, visando combater a evasão fiscal e o contrabando de ouro. Para aumentar o controle sobre a região, foi criada a capitania de Minas Gerais. Por seu caráter nativista e de protesto contra a política metropolitana, muitos historiadores consideram este movimento como um embrião da Inconfidência Mineira.
f-) A Inconfidência Mineira:
R: Foi um movimento de caráter separatista que ocorreu na província de Minas Gerais em 1789. O movimento foi descoberto antes do dia marcado para a eclosão por conta de uma delação. 
Causas 
A queda da produção de ouro que passou a ocorrer a partir de 1760, se agravava a cada ano, acentuando a pobreza da população. 
Mesmo com a diminuição da extração do ouro, o sistema e o valor de cobrança dos quintos devidos à coroa, mantinha-se o mesmo. 
Quando o ouro entregue não perfazia 100 arrobas (cerca de 1500 kg) anuais, era decretada a derrama. Esta consistia em cobrar da população, pela força das armas, a quantidade que faltava. 
Apesar de ter sido decretada somente uma vez, sempre pairava a ameaça que a derrama poderia se tornar realidade e isso assustava tanto os exploradores de ouro como a população. 
O custo de vida em toda a região ficava cada vez mais alto, pois tudo era comprado a prazo e com ouro. Desta maneira, os funcionários que detinham o monopólio do metal começaram a se endividar. 
Com isso, deixaram de fazer pagamentos aos comerciantes, agricultores e traficantes de escravos que também foram arrastados para a crise. 
Igualmente, o Alvará de 1785, agravou a situação. Esta lei determinava o fechamento de manufaturas locais, obrigando a população a consumir apenas produtos importados e de alto preço. 
Também as ideias do Iluminismo que apregoavam temas de liberdade para os povos e questionar a ordem política vigente circulavam apesar da censura. Estas ideias foram trazidas por estudantes brasileiros que tinham realizado cursos superiores na Europa. 
Não se pode esquecer, do conhecimento da Independência dos Estados Unidos, cujos colonos, revoltados contra o sistema fiscal de sua metrópole, tinham se libertado da Inglaterra. Isto animou a elite mineradora a conspirar contra a metrópole. 
Os Inconfidentes: líderes da Inconfidência Mineira 
Os líderes da Inconfidência juram sobre a bandeira do movimento. 
Os inconfidentes eram, em sua maioria, grandes proprietários ou mineradores, padres e letrados, como Cláudio Manuel da Costa. 
Oriundo de família enriquecida na mineração, havia estudado em Coimbra e foi alto funcionário da administração colonial. Por sua parte, Alvarenga Peixoto era minerador e latifundiário. 
Tomás Antônio Gonzaga, escritor e poeta, depois de estudos jurídicos na Europa, tornou-se ouvidor (juiz) em Vila Rica. 
Francisco de Paula Freire, tenente coronel e comandante do Regimento dos Dragões, tropa militar de Minas Gerais, estava hierarquicamente logo abaixo do governador. 
Joaquim José da Silva Xavier, chamado de Tiradentes, era filho de um pequeno fazendeiro. Dotado de grandes habilidades, ganhou a vida como militar, dentista, tropeiro e comerciante. 
Foi o mais popular entre os conspiradores. Embora não tenha sido o idealizador do movimento, teve papel importante na propagação das ideias revolucionárias junto ao povo. 
Objetivos 
Os Inconfidentes tinham uma série de propostas para a capitania de Minas Gerais como:
• Romper com Portugal e adotar um regime republicano (a capital seria São João del Rei); 
• Criar indústrias; 
• Fundar uma universidade em Vila Rica;
• Acabar com o monopólio comercial português;
• Adotar o serviço militar obrigatório. 
A bandeira do novo país seria um pavilhão que conteria a frase latina Libertas quae sera tamen (Liberdade ainda que tardia). Mais tarde, um desenho semelhante e o lema seriam a base para a criação da bandeira do Estado de Minas Gerais. 
Bandeira da Inconfidência Mineira com as cores da Revolução Francesa e um índio rompendo grilhões A revolta deveria ter início no dia do derrama, que o governo programara para 1788 e acabou suspendendo quando soube da conjuração.
Os planos dos inconfidentes foram frustrados porque três participantes da conspiração procuraram o governador, Visconde de Barbacena, para delatar o movimento. 
Foram eles: o coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago e o mestre de campo (militar) Inácio Correia Pamplona. 
Tiradentes, que viajava para o Rio de Janeiro com o objetivo de adquirir armas, foi preso naquela cidade, no dia 10 de maio de 1789. 
Após três anos sendo processado, todos os participantes foram perdoados ou condenados ao degredo. Somente Tiradentes foi condenado à morte e executado no dia 21 de abril de 1792, no campo de São Domingos, no Rio de Janeiro. Após o cumprimento da sentença, o corpo foi esquartejado e ficou exposto à execração pública. 
e-) A Conjuração Baiana:
R: A Conjuração Baiana ou Revolta dos Alfaiates foi um movimento ocorrido em Salvador/BA com o intuito de proclamar a independência desta província. 
Também foi influenciada pelo Iluminismo e seus membros foram delatados ao governador que prendeu os participantes antes dos planos serem postos em prática. 
Por isso, vemos que ambas revoltas têm o mesmo contexto histórico e possuem objetivos semelhantes. 
O que foi 
Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a Conjuração Baiana foi uma revolta social de caráter popular, que ocorreu na Bahia em 1798. Recebeu uma importante influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa. Além de ser emancipacionista, defendeu importantes mudanças sociais e políticas na sociedade. 
Causas principais 
Insatisfação popular com o elevado preço cobrado pelos produtos essenciais, entre eles os alimentos. Além disso, muitas pessoas reclamavam da carência de determinados alimentos. 
Forte insatisfação com o domínio de Portugal sobre o Brasil. O ideal de independência estava presente em vários setores da sociedade baiana. 
Objetivos principais 
Defendiam a emancipação política do Brasil, ou seja, o fim do pacto colonial com Portugal.
Defendiam a implantação da República.
Queriam liberdade comercial no mercado interno e também no comércio exterior. 
Desejavam liberdade e igualdade entre as pessoas. Portanto, eram amplamente favoráveis à abolição dos privilégios sociais e da escravidão. 
Reivindicavam aumento de salários para os soldados. 
Líderes da revolta 
Um dos principais líderes foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata. 
Outra importante liderança, que atuou muito na divulgação das ideias do movimento, foi o soldado Luís Gonzaga das Virgens.
Também tiveram grande participação no movimento: os alfaiates Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento. 
Quem participou
O movimento contou com a participação de pessoas pobres, letrados, padres, pequenos comerciantes, alguns soldados, escravos e ex-escravos. 
A Revolta
A revolta estava marcada, porém um dos integrantes do movimento, o ferreiro José da Veiga, delatou o movimento para o governador, relatando o dia e a hora em que aconteceria. 
O governo baiano organizou as forças militares para acabar com o movimento, antes que a revolta ocorresse. Vários revoltosos foram presos. Muitos foram expulsos do Brasil, porém quatro foram executados na Praça da Piedade em Salvador.
30- Na história do Brasil, dependendo do tempo, contexto e discurso, eventos e personagens, tornam-se “heróis” ou “vilões”. Dois exemplos são clássicos são os Bandeirantes e Tiradentes. Sobre esse tema, responda:
a-) Quem realmente os Bandeirantes e de que camada social a maioria era oriunda?
R: os bandeirantes eramhomens, principalmente paulistas, que entre os séculos XVI e XVII atuaram na captura de escravos fugitivos, aprisionamento de indígenas e outras tarefas relacionadas. Atuaram também na procura de pedras e metais preciosos pelo interior do Brasil. 
Andavam sempre armados e usavam a violência na captura de índios e escravos fugitivos
Os bandeirantes foram responsáveis pelo desbravamento do território brasileiro. Expandiram o território brasileiro para além das fronteiras determinadas pelo Tratado de Tordesilhas. Viviam em péssimas condições.
b-) Em que momento da história eles passam a ser retratados como heróis e por quê?
R: Foram considerados heróis pois nos caminhos por onde passavam os bandeirantes eram fundadas vilas que com o tempo cresciam ao receber novos moradores em busca de novas terras. Estes moradores, longe das facilidades das vilas mais antigas, atraíam mascates e tropeiros, aqueles comerciantes nômades que também ajudavam a aumentar o comércio interno da colônia, formando assim uma espécie de ciclo populacional que ajudava no aumento destas pequenas vilas. 
Em uma de suas explorações foi a primeira descoberta de ouro nas proximidades do Rio das Velhas, local onde hoje estão as cidades mineiras de Caeté e Sabará. Pouco tempo depois, outras regiões próximas formaram um dos maiores centros de exploração de ouro no Brasil.
c-) Como Tiradentes era visto na historiografia até o século XIX?
R: Ele foi um herói da época, teve diversos trabalhos, entre eles de minerador e tropeiro. Tiradentes também foi alferes, fazendo parte do regimento militar dos Dragões de Minas Gerais. 
Junto com vários integrantes da aristocracia mineira, entre eles poetas e advogados, começou a fazer parte do movimento dos inconfidentes mineiros, cujo objetivo principal era conquistar a Independência do Brasil. 
Dizem que Tiradentes era um excelente comunicador e orador. Sua capacidade de organização e liderança fez com que fosse o escolhido para liderar a Inconfidência Mineira. Em 1789, após ser delatado por Joaquim Silvério dos Reis, o movimento foi descoberto e interrompido pelas tropas oficiais. Os inconfidentes foram julgados em 1792. Alguns filhos da aristocracia ganharam penas mais brandas. Para a coroa portuguesa ele era um criminoso.
d-) Em que momento da história ele passa a ser retratados como heróis e por quê?
R: Lutou pela independência do Brasil, num período em que nosso país sofria o domínio e a exploração de Portugal. O Brasil não tinha uma constituição, direitos de desenvolver indústrias em seu território e o povo sofria com os altos impostos cobrados pela metrópole.
e-) Que relação existe entre as perguntas acima e a imagem abaixo:
R: Que relação existe entre as perguntas acima e a imagem abaixo: A imagem está se referindo aos Bandeirantes, podemos ver as vestimentas e as armas que eram usada para amedrontar os índios para mata-los e conseguir assim conquistar o território indígena.
f-) Que relação existe entre as perguntas acima e a imagem abaixo:
R: Que relação existe entre as perguntas acima e a imagem abaixo: A imagem é uma pintura de Tiradentes esquartejado com uma cruz do lado nessa imagem podemos perceber que está sendo comparado com Jesus mostrando na imagem que o Tiradentes é como um herói. 
Parte 02: Análise de Filmes
Filme: A missão
1- Qual o contexto histórico do filme? (Ano ou século, local, evento histórico a que faz referência)
R: Título Do Filme: A Missão (The Mission, ING 1986)
Direção: Roland Joffé
Elenco: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min., Flashstar
O filme se passa mais ou menos no século XVIII, na América do Sul e mostra um mercenário mercador de escravos indígenas que arrependido de suas ações, realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis. O contexto histórico do filme é o período das missões jesuíticas ao longo dos séculos XVI e XVIII. Surgidas no século XIII, com as ordens mendicantes, esse trabalho de evangelização e catequese, desenvolveu-se principalmente nos séculos XV e XVI, no contexto da expansão marítima européia.Apesar do objetivo de difusão da fé e conversão dos habitantes do Novo Mundo, as missões se tornaram instrumento do colonialismo, onde a Igreja apoiava politicamente os Estados e estes se responsabilizavam pelo envio e manutenção dos missionários, pela construção de igrejas, além da proteção aos cristãos.
Através do filme, pode-se perceber que os missionários possuíam um olhar diferente para com os indígenas, os respeitavam, os compreendiam e até absorviam determinados elementos desta cultura, mesmo que a primeira vista os costumes alheios parecessem estranhos. Este longa também, põe em cheque a postura do alto clero, que por questões temporais, apoiou o colonialismo através da escravidão em um processo onde os representantes das coroas portuguesa e espanhola jogavam a Igreja contra a parede.
Um filme é um reflexo do que se seguiu por muito tempo, não só na América recém-descoberta, bem como no continente africano e parte do continente asiático, o desrespeito a alteridade de culturas diferentes da centro-européia.
2- Identifique as principais características das personagens:
a-) Padre Gabriel:
R: Homem bom, religioso, líder e humilde.
b-) Rodrigo Mendoza:
R: Homem nervoso, frio e orgulhoso. No fundo tinha um coração bom, e virou um homem de fé.
c-) Cardeal Altamirano (emissário de Roma):
3- Identifique um elemento positivo e um negativo das Missões em relação aos Guaranis:
R: Elementos negativo: Podemos ver no filme a discriminação que os índios sofriam dos colonizadores que os tratavam como meros “animais selvagens”; a escravidão que foi imposta a uma enorme quantidade deles; a luta pelo controle de terras indígenas colonizadas; a Igreja que praticamente os abandonou quando viu que estava perdendo o controle (leia-se poder) na região, e simplesmente deixou acontecer os massacres; e, claro, os jesuítas que acabaram se voltando contra os colonizadores e contra a própria Igreja, na busca pela proteção dos índios e de suas terras.
Elementos positivo: O Padre usa a música para se mostrar aos índios como um “igual” e assim eles passam a confiar em alguém de fora por causa dessa música. E em outras cenas, o inverso é feito. Gabriel muitas vezes para tentar mostrar ao “povo civilizado” (tanto os colonizadores, como o representante da Igreja) que os índios não são “animais” como eram taxados, ele novamente usa a música. Numa dessas cenas, ele coloca em frente de uma platéia um pequeno índio cantando, e logo se vê como algumas pessoas ficam maravilhadas ao ouvir um índio cantando de tal forma. São cenas como essa que o filme mostra a música como sendo uma linguagem universal que ultrapassa barreiras culturais, de linguagens, de idiomas e dialetos. A trilha sonora é um dos alicerces d’A Missão.
4 - Escolha uma cena do filme que tenha despertado sua atenção (máximo de 8 minutos ), salve em pendrive para que seja exibida para a sala e explique as razões que levaram o grupo a escolhê-la: (Importante conversar com os demais grupos da sala para que a mesma cena não seja escolhida por mais de um grupo, caso não haja consenso, recorram ao sorteio)
Filme: Amistad
1- Qual o contexto histórico do filme? (Ano em que se passa, local, evento histórico a que faz referência)
Amistad. EUA, 1997, 154 minutos. Direção: Steven Spielberg. Elenco: Morgan Freeman, Anthony Hopkins, Djimon Hounson, Matthew McConaughey. Contexto histórico: a disputa ideológica entre o norte capitalista e o sul agrário escravista em meados do século XIX, alguns anos antes da Guerra Civil (1861-1865). Os estados do norte defendiam o final da escravidão por questões econômicas e não humanitárias. O norte era capitalista, industrializado e voltado para o mercado interno, necessitava de consumidores. Os escravos, por não receberem salários, não consumiam “nem uma agulha” durante toda a sua vida. A escravidão era um entrave para a implantação do capitalismo

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