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A História da Farmácia no Brasil

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A História da Farmácia no Brasil
O primeiro boticário no Brasil foi Diogo de Castro, trazido de Portugal por Thomé de Souza (governador geral nomeado pela coroa portuguesa). Sua vinda se deu a partir da observação pela coroa portuguesa, de que as pessoas no Brasil só tinham acesso ao medicamento quando expedições portuguesas, francesas ou espanholas apareciam com suas esquadras, e nestas havia algum cirurgião-barbeiro ou tripulante com uma botica portátil cheia de drogas e medicamentos.
Os jesuítas que vieram para o Brasil colocavam em seus colégios de catequização uma pessoa para cuidar dos doentes e outra para preparar os remédios. Quem mais se destacou foi José de Anchieta, jesuíta que pode ser considerado o primeiro boticário de Piratininga (São Paulo).
A partir de 1640 as boticas foram autorizadas a se transformar em comércio, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra. Esses boticários que obtinham sua carta de aprovação eram profissionais empíricos, às vezes analfabetos, possuindo apenas conhecimentos corriqueiros de medicamentos.
A passagem do nome de comércio de botica para farmácia surgiu com o Decreto 2055, de dezembro de 1857, onde ficaram estabelecidas as condições para que os farmacêuticos e os não habilitados tivessem licença para continuar a ter suas boticas no país.
Do ponto de vista da terapêutica, a grande inovação foi o aparecimento da farmácia química, que surgiu em oposição à tradicional, a galênica. O primeiro brasileiro fabricante industrial de extrato fluído foi o farmacêutico João Luiz Alves, no Rio de Janeiro.  
O ensino farmacêutico nos tempos do Brasil colonial não existia, o aprendizado dava-se na prática, nas boticas. Adquirida a experiência, os boticários se submetiam a exames perante os comissários do físico-mor do Reino para obtenção da "carta de examinação". Concorriam, assim, com os físicos e cirurgiões no exercício da medicina. Alguns, inclusive, chegaram a trocar de profissão, tornando-se cirurgiões-barbeiro.
Em 1809 foi criado dentro do curso médico, a primeira cadeira de matéria médica e farmácia ministrada pelo médico português José Maria Bomtempo. Somente a partir da reforma do ensino médico de 1832, foi fundado o curso farmacêutico, vinculado, contudo, às faculdades de medicina do Rio de Janeiro e da Bahia. Por esta reforma, ficou estabelecido que ninguém poderia "curar, ter botica, ou partejar", sem título conferido ou aprovado pelas citadas faculdades. 
No Brasil, o conceito de medicamento ainda não passa de uma mercadoria qualquer. As farmácias e drogarias (principalmente), transformaram-se em mercearias e estão mais sujeitas às regras de mercado que as regras sanitárias. Nelas comete-se a aviltante e irresponsável "empurroterapia", em que o balconista do estabelecimento oferece qualquer medicamento ao paciente, à revelia de prescrição médica e da dispensação do farmacêutico, atendendo exclusivamente aos apelos do negócio e do lucro.
O medicamento é um bem social e corresponderá ao farmacêutico continuar desenvolvendo seu trabalho em qualquer das etapas relacionadas com ele, desde a sua obtenção até sua dispensação e seguimento, assegurando à população o acesso a fármacos eficazes, seguros e de qualidade, independentemente do tipo de farmacoterapia empregada e do paciente que a recebe.
 A verdadeira vocação da farmácia é a de ser um estabelecimento prestador de serviços farmacêuticos e não mais um mero ponto de dispensação. Os serviços farmacêuticos orientados para atenção ao paciente, farmacovigilância e uso racional de medicamentos, oferecem melhoria na qualidade da saúde da população.
http://www.sbfc.org.br/
A HISTÓRIA DA FARMÁCIA
A origem das atividades relacionadas à farmácia se deu a partir do século X com as boticas, como eram conhecidas na época. Neste período, a medicina e a farmácia eram uma só profissão. Segundo os relatos históricos, as primeiras boticas surgiram na Espanha e na França, que inspiraram o modelo das farmácias atuais.
Naquele período, o boticário tinha a responsabilidade de conhecer e curar as doenças, mas para exercer a profissão devia cumprir uma série de requisitos e ter local e equipamentos adequados para a preparação e guarda dos medicamentos.
Com um grande surto de propagação da lepra leva Luís XIV, entre outras iniciativas na área da saúde pública, houve a necessidade de ampliar o número de farmácias hospitalares na França. Mais adiante, no século XVIII, a profissão farmacêutica separa-se da medicina e fica proibido ao médico ser proprietário de uma botica. Com isso, dá início na antiga Roma a separação daqueles que diagnosticavam a doença e dos que misturavam matérias para produzir porções de cura.
A história da farmácia no Brasil
No Brasil, o boticário surgiu no período colonial. Os medicamentos e outros produtos com fins terapêuticos podiam ser comprados nas boticas. Geralmente, o boticário manipulava e produzia o medicamento na frente do paciente, de acordo com a farmacopeia e a prescrição médica.
O primeiro boticário no Brasil foi Diogo de Castro, trazido de Portugal pelo governador geral, Thomé de Souza (nomeado pela coroa portuguesa). Com o tempo, a botica, onde o boticário pesquisava e manipulava fórmulas extemporâneas, originou dois novos tipos de estabelecimentos: Farmácia e Laboratório Industrial Farmacêutico.
A manipulação de medicamentos no Brasil confunde-se com a história da farmácia neste país, uma vez que foram os jesuítas que trataram de instituir as primeiras enfermarias e boticas em seus colégios. Nestas boticas, os jesuítas dispensavam drogas e medicamentos vindos do velho continente, bem como preparavam remédios com plantas medicinais nativas baseados nos conhecimentos dos velhos pajés. A transformação das boticas em farmácias não foi nada fácil. Até meados de 1886, os farmacêuticos e boticários, habilitados ou não, tinham pouca diferença no conceito da média da população e pelos legisladores da época, com poucos conhecimentos sobre a profissão farmacêutica.
Após a segunda guerra mundial, com o estabelecimento das primeiras indústrias farmacêuticas no Brasil, a manipulação de medicamentos foi perdendo terreno, restringindo-se aos ambientes hospitalares e a algumas poucas farmácias. A partir da década de 70, principalmente no Rio Grande do Sul, houve o ressurgimento das farmácias de manipulação como atividade restrita do profissional farmacêutico e, no limiar da passagem do século, aconteceu um crescimento vertiginoso desta atividade, com significativo aumento em todo o país do número de farmácias de manipulação, felizmente também acompanhado de crescimento técnico-científico dos farmacêuticos e a incorporação de modernas farmacotécnicas aplicadas arte e ofício de criar medicamentos individualizados, na dose certa, na forma farmacêutica mais apropriada.
Curiosidades
A botica mais importante dos jesuítas foi a da Bahia, sua importância a tornou um centro distribuidor de medicamentos para as demais boticas dos vários colégios de todo o país.
As boticas só foram autorizadas, como comércio, em 1640. A partir daí, se multiplicaram de norte a sul, dirigidas por boticários aprovados em Coimbra pelo físico-mor, ou por seu delegado comissário na capital do Brasil, Salvador.
Em 3 de outubro de 1832, foi criada a Faculdade de Medicina, com isso regulou-se o ensino de farmácia. A consolidação do ensino de farmácia, no entanto, só aconteceu em 1925, quando o curso passa a ser Faculdade de Farmácia, filiada, como as outras, à Universidade do Rio de Janeiro.
Primeira mulher que colou grau de farmacêutico, no período do império, foi Maria Luiza Torrezão de Seurville, nascida em Niteroi em 1865, diplomou-se pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro em 1888.
http://www.crfmg.org.br/externo/institucional/historia_historia.php
História da Farmácia no Brasil: parte I
            A botica foi uma das instituições ocidentais que aqui aportaram com os portugueses. O cirurgião-barbeiro, os jesuítas e o aprendiz de boticário, que chegaram aqui com os primeiros colonizadores, trouxeram as “caixas de botica”, umaarca de madeira que continha certa quantidade de drogas. Cada “entrada” ou “bandeira”, expedição militar ou científica, no caso dos viajantes naturalistas, os fazendeiros, senhores de engenho e também os médicos da tropa ou senado das câmaras municipais – todos as possuíam com um bom sortimento de remédios para socorros urgentes. 
	
	Caixa de Botica.
         
             Até princípios do Império, os barbeiros concorreram com as boticas no comércio de drogas, suas lojas venderam mezinhas (remédios caseiros), aplicaram, alugaram ou venderam sanguessugas, ou bichas, e manipularam receitas. Nos tempos coloniais existiram poucas boticas. Os jesuítas e os hospitais militares tinham as únicas com que muitas vilas e cidades podiam contar. Os boticários eram oriundos geralmente de famílias humildes e obtinham seus conhecimentos nas boticas tornando-se ajudantes e aprendizes de um encartado. Para a obtenção da Carta de examinação, que lhes possibilitaria o exercício do ofício, submetiam-se a um exame junto aos comissários do físico-mor do reino. 
            Em fins do século XVII, algumas boticas já tomavam a aparência das boticas do reino. Situadas nas principais ruas, ocupavam dois compartimentos. O boticário e sua família residiam nos fundos. Num cômodo ficavam as drogas expostas a venda. Sobre as prateleiras viam-se boiões de boa louça, e potes com decorações artísticas continham pomadas e ungüentos; frascos e jarros de vidro ou de estanho, etiquetados, guarneciam xaropes e soluções. No outro cômodo, estava o laboratório da botica.
               Mesa, potes, frascos, balança, medidas de peso, copos graduados, cálices, bastões de louça, almofarizes, alambiques, destiladores, cadinhos etc, e uma edição da Polianteia Medicinal de Curvo Semedo – essencial para preparar a mezinha (remédio caseiro) receitada por um físico ou cirurgião, ou padre, ou curandeiro.
O primeiro boticário a trabalhar no Brasil foi contrato por Tomé de Sousa. Ele recebia 15 mil réis por ano para cuidar da caixa de botica. Fugindo da Inquisição, a maioria dos boticários eram cristãos-novos, de origem judaica, como Luis Antunes, que possuía uma botica em Recife, em frente ao Hospital da Misericórdia.
           Os cirurgiões, que formavam a maior parte dos profissionais de saúde, também atuavam como boticários. No século XVIII, como os boticários não tinham formação em química farmacêutica, os droguistas passaram a controlar o preparo e o comércio dos preparados químicos, como sais, tinturas, extratos e várias preparações de mercúrio. Dessa forma, os Vallabela, droguistas italianos radicados em Lisboa, enriqueceram enviando drogas para o Rio de Janeiro e Bahia.
            Uma importante fonte de renda para os boticários era o fornecimento para as naus de guerra e fragatas. A preparação das caixas de botica, bem sortidas para as tropas ou em socorro a capitanias com epidemias, podia render boa soma aos boticários. Em função da possibilidade de ganhos que o monopólio da fabricação e comércio de remédios lhes garantia, os boticários foram acusados de zelarem mais pelos próprios interesses que pela saúde dos seus semelhantes.
            Entre 1707 e 1749, 89 boticários prestaram exames no Brasil. Nas boticas jogava-se e conversava-se muito. Viajantes observaram que nos cafés e em certas boticas se reuniam, de portas cerradas, sociedades particulares para se entregarem apaixonadamente a jogos de cartas e de dados. No século XVIII, discussões políticas ou religiosas, além de simples confabulações, ocorriam nesses locais. Vários boticários eram membros da Sociedade Literária do Rio de Janeiro e usavam o espaço das suas boticas para reuniões em que se discutiam temas proibidos. Não havendo imprensa, as boticas tornavam-se um dos poucos espaços para a divulgação das idéias que viriam a ameaçar o próprio estatuto colonial, abrindo os caminhos que levariam à Independência.
A formação médica e farmacêutica
No Brasil, a Academia Imperial de Medicina (1829 – 1889) foi o principal fórum de debates sobre o ensino médico e a saúde pública imperial e a principal trincheira voltada a defender o modelo anátomo-clínico francês e as idéias higienistas. A formação médica no ambiente hospitalar se tornou fundamental.
No final do Império, as reformas do ensino médico levantaram a bandeira do ensino experimental. Nesse contexto, a fisiologia experimental e a patologia celular, que viriam a produzir da medicina de laboratório, medicina sem doentes, estavam se consolidando no horizonte da clínica.
A reforma do ensino em 1832 previa a criação do curso farmacêutico junto às faculdades de medicina do Império. As disciplinas a serem ministradas eram divididas em três anos. Para obter o título de farmacêutico, o aluno deveria praticar, pelo mesmo período de três anos, numa botica de um boticário diplomado.
Em 1838, Manoel Francisco Peixoto, farmacêutico diplomado pela Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro no ano anterior, em discurso pronunciado na Academia Imperial de Medicina, reclamava a respeito do esvaziamento do curso farmacêutico em contraste com o curso médico. Os farmacêuticos pertencentes a Academia Imperial de Medicina e às associações farmacêuticas que se formaram a partir de 1850 reivindicavam que as faculdade deveriam ter o monopólio da concessão de diplomas como forma de restringir o exercício da farmácia aos homens de ciência de formação acadêmica.
 
	
	Escola de Farmácia de Ouro Preto.
Além dos cursos farmacêuticos oferecidos pelas duas únicas faculdades de medicina no Império – a do Rio de Janeiro e da Bahia -, em 1839 foi criada pela Assembleia Legislativa Provincial de Minas Gerais, a Escola de Farmácia de Ouro Preto.            
A partir da promulgação da Primeira Constituição Republicana, 1891, que propôs um sistema educacional descentralizado, o ensino farmacêutico estendeu-se a outros estados.
Boticários ou farmacêuticos?
 Em 1875, o farmacêutico Manoel Hilário Pires Ferrão proferiu conferência intitulada “Da farmácia no Brasil e de sua importância: meios de promover a seu adiantamento e progresso”. Nessa ocasião, chamou a atenção para a distinção que deveria ser feita entre boticário e farmacêutico. Boticário podia ser qualquer um que resolvesse abrir uma botica e comercializar a retalho vários remédios sem ter direito para isso. Citava a França como exemplo a ser seguido, pois desde finais do século XVIII adotara o nome farmacêutico para designar aqueles que eram formados em cursos regulares de farmácia. Oficina ou laboratório farmacêutico substituía o termo botica. Acreditava que naquele país a farmácia mantinha “um paralelismo de dignidade e proficiência com a classe médica”. Pires Ferrão assinalava a importância da farmácia como estabelecimento que lidava com a saúde, e que por isso deveria ter um tratamento diferenciado de outras casas comerciais, no que se refere à cobrança de impostos e jurisdição. Nota-se assim, o desenvolvimento de uma elite farmacêutica ansiosa em equiparar-se aos médicos e diferenciar-se dos outros curadores e do estigma das velhas boticas.
A designação “boticário” continuou a ser usada pela população para se referir ao farmacêutico diplomado. Apesar da lei de 03 de outubro de 1832 estabelecer que ninguém poderia “curar, ter botica, ou patejar” sem título conferido ou aprovado pelas faculdades de medicina, muitos proprietários de boticas pagavam farmacêuticos diplomados para dar nome a seus estabelecimentos, prática que se estendeu até o século XX.
As boticas ou farmácias, mesmo nos centros urbanos da época, como Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Ouro Preto e Recife, acabavam funcionando como locais de assistência médica e farmacêutica, incluindo a prescrição e manipulação dos medicamentos e, provavelmente, a aplicação de procedimentos terapêuticos usuais na época, tais como sangrias, com o emprego de ventosas, lancetas ou sanguessugas, instrumentos que se encontravam à venda nas próprias farmácias.
Da matéria médica à farmacologia
O aparecimento das drogas industrializadasse deve à emergência da profissão farmacêutica. Ao combinar as habilidades e competências dos boticários, botânicos e químicos, ela permitiu o avanço do conhecimento sobre as drogas. Uma descoberta científica, a síntese em laboratório da uréia, em 1828, por Wöhler marcou ao mesmo tempo o crepúsculo do vitalismo e a historio da farmácia, pois abriu as portas para a síntese de substâncias orgânicas.
Justus Liebig (1803-73) lançou as bases da farmacodinâmica moderna ao descobrir as ações farmacológicas e químicas do organismo, sobretudo os fenômenos metabólicos. Medicamentos de uso comum passaram a ser investigados, principalmente na Alemanha, para se descobrir como atuavam nos tecidos. A colaboração entre químicos e fisiologistas tornou-se um procedimento básico para a demonstração de que os princípios ativos tinham os mesmos efeitos das drogas originais.
A farmácia oficinal e a arte de formular
	
		Criada por dom João VI em 1808, a Botica Real Militar atendia aos exércitos da Coroa 
(Fonte: Agência FIOCRUZ de Notícias)
No final do século XIX, as farmácias ainda mantinham boa parte do instrumental tecnológico herdado das boticas.
No decorrer do século XX, esses tradicionais estabelecimentos passariam por um longo processo de transformação, que acabaria por excluir do seu perfil as atividades artesanais de preparo de substâncias empregadas na arte de curar, confiando à sua responsabilidade a comercialização de medicamentos industrializados, agora utilizados pelas ciências da saúde. Esse processo se relacionou, principalmente, ao desenvolvimento da produção de medicamentos e às consequentes modificações nas suas formas de distribuição e comercialização ocorridas nas últimas décadas do século XIX.
O advento da microbiologia, as investidas da terapêutica no campo da química e o distanciamento do pensamento médico das concepções hipocráticas que atribuíam uma força curativa à natureza transformariam esse cenário, possibilitando o desenvolvimento de um grande número de novos medicamentos, cada vez mais eficazes na proteção e no combate a doenças específicas.
Panorama atual
Humanização. Essa é a direção que a sua bússola deverá apontar nessa trajetória. Fazer do farmacêutico um profissional de saúde dedicado e preocupado não só com a segurança e a dispensação dos medicamentos, mas também com a atenção e assistência ao paciente é um compromisso assumido e zelado por nós do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP).
Com esse novo direcionamento da profissão, desponta um modelo de farmácia diferente, ou seja, um estabelecimento que atua como posto avançado do atendimento à saúde pública, onde se potencializa o trabalho do farmacêutico.
Mais uma vez o farmacêutico aparece como um importante aliado na prevenção e orientação de enfermidades incidentes no Brasil e no mundo. Sendo o profissional mais acessível à população, ele tem a oportunidade de reforçar seu papel de agente de saúde.
É esse farmacêutico engajado e interessado pelas inovações relacio- nadas à profissão e preocupado em oferecer a adequada assistência farmacêutica ao usuário que a sociedade precisa.
Tomando por base essa premissa, desenvolvemos e aprimoramos a cada dia um trabalho voltado ao resgate da valorização do farmacêutico, colocando a assistência farmacêutica em primeiro lugar.
Trabalhamos para o engrandecimento da nossa profissão, para que sejamos respeitados e para que nossos escopos de atuação profissional sejam reconhecidos e preservados.
No século XIX, o farmacêutico, também chamado de Boticário, era considerado o Mestre na arte de desenvolver e manipular os medicamentos. Porém, as boticas ganhavam muitos outros significados que ultrapassavam a simples arte de manipular medicamentos. Pelas boticas passavam as decisões mais importantes referentes à vida política da cidade. Os boticários desenvolviam com a comunidade uma relação de confiança.
Independentemente da posição social, toda a população utilizava os serviços das farmácias e boticas. Considerando que em muitas cidades só existia uma única farmácia para toda a região, reforça-se a idéia da importância, em termos de referência, daquele estabelecimento e do seu boticário/farmacêutico, para os habitantes. Além disso, ele acabava por desenvolver uma relação de intimidade com a comunidade, auxiliava e amparava nos momentos de dor física, ouvia os sintomas, os problemas e as queixas dos que o procuravam, era pessoa que prestava os primeiros socorros, que providenciava os primeiros cuidados.
A Farmácia no século X (aproximadamente a partir da década de 1930) passa por significativas alterações com o advento da indústria e o paulatino desaparecimento das farmácias de manipulação. O farmacêutico desloca-se conseqüentemente, da farmácia para o laboratório industrial, especialmente pelo fato da formação acadêmica se aliar às mudanças que estavam amplos do que os do comércio tradicional, não se demorou a perceber o potencial deste espaço, descaracterizando a farmácia enquanto estabelecimento de saúde e criando a identidade de um estabelecimento comercial, muitas vezes não apenas de medicamentos, mas também de outros produtos não relacionados com a saúde (alheios ao ramo farmacêutico).
Em 1997, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um documento denominado “The role of the pharmacist in the health care system” (“O papel do farmacêutico no sistema de atenção à saúde”), em que se destacaram sete qualidades que o farmacêutico deve apresentar. Foi então chamado de “farmacêutico sete estrelas”. Este profissional deve ser:
Ocorrendo no mercado. Não havia mais espaço para a arte individual do boticário; o profissional deveria estar preparado para o laboratório industrial. Destaca-se aqui a interação da farmácia com a pesquisa e a indústria química. A farmácia estará definitivamente associada à pesquisa de novos medicamentos.
Neste sentido, não apenas os estudos e pesquisas na área química e bioquímica, mas na área da saúde de um modo geral foram incorporados gradualmente na formação do farmacêutico.
A farmácia como estabelecimento de venda de medicamentos, nos séculos X/XI, está atrelada a esse movimento da indústria farmacêutica, como por exemplo, a introdução de novos produtos, novas descobertas nas áreas médica e farmacêutica, a rapidez e a facilidade no transporte e na distribuição de mercadorias e a produção em larga escala.
Todo esse processo leva também ao aumento da presença de clientes nas farmácias e, aproveitando-se dos seus horários especiais de funcionamento, mais
Prestador de serviços farmacêuticos em uma equipe de saúde; Capaz de tomar decisões; Comunicador; Líder; Gerente; Atualizado permanentemente; Educador.
Desde então, os órgãos envolvidos (Conselho Federal de Farmácia, Conselhos Regionais de Farmácia, Ministério da Saúde, Organização Pan-Americana da Saúde, Federação Nacional dos Farmacêuticos e Ministério da Educação), realizam conferências, seminários e oficinas, com o objetivo de discutir o contexto da prática farmacêutica no Brasil.
Esse processo de discussão buscou identificar os principais aspectos que a caracterizam, investigando a realidade e os mecanismos de transformação. Um dos itens identificados foi:
• Prática profissional desconectada das políticas de saúde e de medicamentos, com priorização das atividades administrativas em detrimento da educação em saúde e da orientação sobre o uso de medicamentos.
No Brasil, segundo os dados publicados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas, os medicamentos ocupam a primeira posição entre os três principais agentes causadores de intoxicações em seres humanos.
Farmácia no Brasil ocorreu com a Reforma Rocha Vaz / Decreto 16.782-A, de 13 de janeiro de 1925. Essa reforma foi provocada pela necessidade do mercado brasileiro por oferecer especialização aos farmacêuticos que atuavam em laboratórios de produção de medicamentos e em laboratórios de Análises Clínicas, pois era fato que, após a Primeira Guerra Mundial, havia ocorrido uma grande evolução tecnológica na produção de medicamentos,diagnóstico e tratamento de doenças. O currículo das Ciências Farmacêuticas, portanto, precisava dar conta do en-
Latina. Tal curso surgiu autônomo e independente dos cursos médicos. Após a Proclamação da República, em 1889, houve o início e o incentivo para a criação da indústria farmacêutica nacional, e conseqüentemente a criação de novos cursos de farmácia no país, para atender ao novo mercado que se abria: o de medicamentos industrializados.
Em 1901, com o Decreto 3.092, denominado Decreto Epitácio Pessoa, o currículo de Farmácia passou pela sua primeira reforma no século X. Esse decreto reduziu o currículo em duas séries, sendo realizado em dois anos. Na primeira série, as disciplinas ministradas eram: Química Médica, História Natural Médica, Matéria Médica e Farmacologia. Na segunda série, as disciplinas a serem ministradas eram: Matéria Médica e Farmacologia. Esse currículo delimitou as atribuições e o âmbito do profissional, e direcionou o farmacêutico para a área de manipulação e produção de medicamentos.
Devido à ampliação do campo profissional do farmacêutico, com a incorporação das análises clínicas, toxicológicas e bromatológicas em suas atribuições profissionais, em sino dessas novas tecnologias aos profissionais.
Desde a criação dos Cursos de Farmácia no Brasil, a educação farmacêutica cuidou da formação do farmacêutico sem qualquer adjetivo, habilitando-o para o exercício das Ciências Farmacêuticas em sua plenitude.
Por volta de 1930, iniciou-se a reestruturação do ensino farmacêutico com as adaptações curriculares ao desempenho das suas funções na área industrial (medicamentos e alimentos) e na área de exames clínico-laboratoriais.
A consolidação da especialização técnica pelo farmacêutico na área de Indústria Farmacêutica e Análises Clínicas fez com que, em 1962, o Conselho Federal de Educação (CFE) criasse o primeiro currículo mínimo de Farmácia no Brasil. Esse currículo criou a habilitação para o profissional nas modalidades Indústria e Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas.
A partir da Reforma Universitária de 1968 (Lei 5.540, de 28 de novembro de 1968), que reformulou a estrutura do ensino universitário no Brasil, em 04 de abril de 1969 o
CFE homologou a resolução número 4/68, que fixava o eixo mínimo de conteúdo e duração dos Cursos de Farmácia no Brasil, criando as modalidades de farmacêutico, farmacêutico industrial e farmacêutico bioquímico, e obrigava a realização de estágios supervisionados. Em termos legais, a homologação veio a afirmar:
O Conselho Federal de Educação, na forma de que dispõe o Artigo 26 da Lei 5.540, de 28 de novembro de 1968, e tendo em vista o Parecer 287/69, que a este se incorpora, homologado, pelo Senhor Ministro da Educação e Cultura, resolve: Artigo 1o - O Currículo mínimo do Curso de Farmácia compreenderá: a) ciclo préprofissional, único (comum às diversas modalidades de Farmacêutico); b) ciclo profissional, ainda único, levando a formação de “farmacêutico” e habi-
litando acesso ao ciclo seguinte; c) segundo ciclo profissional diversificado, conduzindo pela seleção oportuna de disciplinas próprias à formação do “Farmacêutico Industrial” e do “Farmacêutico – Bioquímico”, a partir do “Farmacêutico”. Filho, Presidente. (CFE, Resolução nº 4, 1968).
Analisando o que foi exposto acima, verificou-se que nos primeiros 170 anos de ensino farmacêutico no Brasil (1832 – 2002), têm sido uma constante as tentativas de alteração e uniformização curriculares, culminando com os currículos mínimos de 1962, de efêmera duração, o de 1969, ao qual este ensino estava submetido até poucos anos atrás (Santos, 1999) e o atual currículo generalista, de 2002.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino de Graduação em Farmácia (Resolução CNE/ CES nº 02, 19/02/2002), definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de farmacêuticos, para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Farmácia das Instituições do Sistema de Ensino Superior.
Essa nova Diretriz Curricular tem como perfil do formando egresso/profissional o farmacêutico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Capacitado ao exercício de atividades referentes aos fármacos e aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas, e ao controle, produção e análise de alimentos, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade.
Diante das considerações históricas e da aplicação das Novas Diretrizes Curriculares, algumas reflexões sobre o Ensino Farmacêutico no Brasil ainda se fazem necessárias, tendo como objetivos a salvaguarda da saúde pública e a promoção da saúde.
2.3. Histórico do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo
As décadas de 1960 e 1970 registraram o surgimento de dois grandes marcos da história do farmacêutico. O primeiro deles foi a criação, em 1960 (Lei Federal nº 3.820), do Conselho Federal de Farmácia (CFF) e dos Conselhos Regionais de Farmácia (CRF’s). Dentre eles o Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, criado pela Resolução nº 02 do CFF, no dia 05 de Julho de 1961, porém sua primeira Diretoria tomou posse no dia 1º de Setembro daquele mesmo ano.
A função de um conselho profissional é sinalizar caminhos éticos, técnicos e legais a seus inscritos, ao mesmo tempo em que garante à sociedade que determinada profissão está sendo exercida por profissionais capacitados, ou seja, atua prioritariamente em defesa da população.
O segundo marco veio na década seguinte, em 1973, quando foi promulgada a Lei Federal nº 5.991, que exige a presença do farmacêutico durante todo o período de funcionamento dos estabelecimentos do ramo.
No Estado de São Paulo, na década de 90, iniciou-se um grande movimento para resgatar o papel do farmacêutico enquanto profissional de saúde e, sobretudo, o direito do usuário de medicamentos de obter a orientação sobre seu uso. A realidade não podia continuar daquela forma, a sociedade dizendo que o farmacêutico era o único profissional que se formava já aposentado, porque “emprestava” seu nome para regularizar a situação de farmácias muitas vezes irregulares, e ele nem sequer sabia dos inúmeros problemas que lá existiam porque em grande parte não se dava ao trabalho de ir ao estabelecimento para receber o salário, o recebia através de depósitos em conta. Um salário muito pequeno, apenas um complemento para a atividade que efetivamente exercia na indústria, no laboratório, no hospital ou em outro local, porém bastante oneroso para quem o contratava e para a sociedade que não tinha a garantia da prestação dos serviços farmacêuticos.
Essa aberração não podia continuar, era preciso dar um basta. Foi quando um grupo de farmacêuticos que estava num processo constante de discussão sobre o problema se reuniu e conseguiu assumir a direção do CRF-SP, através de uma eleição direta por toda a categoria farmacêutica.
A Diretoria e o Plenário passaram então a ser coordenados por farmacêuticos, voluntários e pessoas dispostas a transformar o panorama da assistência farmacêutica no Estado de São Paulo, que era de aproximadamente cinco por cento de profissionais presentes, para os atuais oitenta e seis por cento, considerando farmácias e drogarias que possuem farmacêutico responsável técnico.
Com a modernização e ampliação da estrutura do Conselho, com os farmacêuticos fiscais contratados por processo seletivo e com a aquisição de uma frota de veículos para as ações de fiscalização, a atividade profissional passou a ser cada vez mais verificada em todas as áreas de atuação do farmacêutico. Das farmácias “de manipulação” e drogarias, a ação ampliou-se para as farmácias hospitalares, indústrias e distribuidoras de medicamentos e correlatos, laboratórios de Análises Clínicas, laboratórios de equivalência farmacêutica,transportadoras de medicamentos e todos os demais locais onde existam medicamentos e/ou seja necessária a atuação de um farmacêutico.
Esse importante e incansável trabalho está sempre em constante aprimoramento. Além da presença do profissional, verificam-se as condições em que suas atividades são desenvolvidas e, para isso, a contribuição dos farmacêuticos que atuam voluntariamente nas Comissões Assessoras, Comissões de Ética, Diretorias Regionais e Plenária do CRF-SP, é de grande valia, pois auxiliam com seu conhecimento e vivência nas diversas áreas, promovendo treinamentos e sugerindo melhorias nos procedimentos adotados.
O Estado de São Paulo possui o maior Conselho de Farmácia do país, com aproximadamente 35 mil farmacêuticos inscritos e cerca de 2 mil estabelecimentos, contando com a colaboração de aproximadamente duzentos funcionários e mais de 500 voluntários nos vários departamentos que o compõem. São trinta e um farmacêuticos fiscais produzindo em média 5 mil inspeções por mês, atingindo um patamar anual em torno de 60 mil fiscalizações em todo o Estado e um índice de assistência farmacêutica de 85,4%.
Em 2003, foram implantadas ações de orientação aos profissionais em todo o Estado, sobre irregularidades detectadas no estabelecimento sob sua responsabilidade técnica, evitando desta forma prejuízos à saúde do usuário de medicamentos e a instauração de Processos Éticos Disciplinares. O departamento também tem como atribuição esclarecer dúvidas sobre questões técnicas e legais.
Em 2006 as ações de orientação foram ampliadas e descentralizadas, com a participação da equipe de fiscais nesta atividade e a realização de palestras sobre a responsabilidade do farmacêutico frente às legislações vigentes. Essas ações resultaram, inclusive, em diminuição de 12% no número de processos éticos instaurados.
Em continuidade ao aprimoramento de seu trabalho, o CRF-SP busca ainda estabelecer parcerias com outros órgãos, como as Vigilâncias Sanitárias, Ministério Público e outros Conselhos e Entidades de Saúde, de forma a cumprir seu papel em defesa da saúde pública e estar sempre ao lado do colega farmacêutico no desempenho de suas atividades profissionais, contribuindo inclusive para sua reciclagem e aprimoramento por meio dos inúmeros cursos, seminários e congressos promovidos.
Nessa busca constante para que o farmacêutico atue e volte a ser reconhecido pela própria população como um profissional de saúde, e a Farmácia um estabelecimento de Saúde, o CRF-SP desenvolveu algumas estratégias de atuação:
• Programa Farmácias Notificadora O CRF-SP estabeleceu uma parceria pioneira com o Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo (CVS-SP) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para implantação do Projeto de Farmacovigilância denominado Farmácias Notificadoras. Com esse projeto, o farmacêutico incorporou mais uma importante função no seu dia-adia nas farmácias e drogarias: detectar eventuais efeitos adversos e outros problemas associados a medicamentos.
Dessa forma, torna-se cada vez mais um profissional que contri- bui para o uso racional de medicamentos e com as políticas de saúde, evitando inclusive sobrecarga no sistema público (hospitais e unidades básicas).
• Relação de Produtos não relacionados à Saúde (alheios)
Para o CRF-SP, a venda de produtos alheios à saúde, além de ser uma infração sanitária, fere os princípios éticos da profissão e não contribui para a imagem da farmácia como um estabelecimento de promoção e recuperação da saúde.
• Fracionamento de Medicamentos
O CRF-SP criou um Grupo de Trabalho para discutir o Fracionamento e elaborar um projeto, com o intuito de divulgar e conscientizar, incentivar e esclarecer ao profissional Farmacêutico a importância de aderir ao fracionamento e o conceito da racionalidade do medicamento. E também estimular a efetiva implantação nos estabelecimentos farmacêuticos localizados no Estado de São Paulo.
• Campanhas de Educação em Saúde
Projeto que mobiliza os profissionais e estabelecimentos na orientação dos usuários sobre sintomas e fatores de risco e prevenção de algumas doenças. Temas já abordados: Diabetes, DST/AIDS, Hipertensão Arterial, Câncer de Pele, Asma, Obesidade e Dengue.
Desde 2001, de acordo com a Lei 10.687/0, o CRF-SP realiza a Semana de Assistência Farmacêutica (SAF) nos estabelecimentos oficiais de ensino fundamental e médio do Estado de São Paulo. Uma das finalidades da semana é mostrar aos estudantes e à população que a Assistência Farmacêutica é um direito fundamental, despertando a sociedade para a atuação do farmacêutico, e contribuindo na formação dos alunos com importantes informações de temas de relevância para a saúde pública.
• Núcleo de Educação Permanente (NEP)
Este departamento foi criado pelo CRF-SP em agosto de 2006 com o objetivo de promover a atualização do Farmacêutico, buscando sua valorização e integração com as necessidades vigentes da prática profissional.
Assim, o farmacêutico, como qualquer outro profissional, para atingir a excelência, deve deter ótimo conhecimento técnico, estar em constante atualização e atuar em concordância com os preceitos legais e éticos vigentes.
O rumo das farmácias brasileiras
Com classe C e mais idosos, elas crescem. Clientes pedem agora conveniência: itens de beleza, higiene e até serviços bancários tem de estar disponíveis a eles
O setor farmacêutico é atualmente um dos mais pujantes do mundo. No Brasil, a situação não é diferente. Há uma evolução vigorosa desde 2008 e possibilidade real de o setor dobrar de tamanho até 2017.
Uma estimativa da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) aponta que o Brasil caminha para ser, ainda em 2015, o quinto maior mercado mundial -hoje, é o sétimo. Para isso, é necessário planejar o futuro.
O mercado brasileiro de medicamentos movimentou, em vendas, R$ 24 bilhões em 2008, passando para R$ 43,9 milhões no ano passado, uma evolução de 82,91%.
As grandes redes associadas à Abrafarma também cresceram acima da média nos últimos cinco anos. Em 2011, a evolução foi de 21%. Em 2012, as vendas avançam com o mesmo vigor e estão 20,85% acima do ano passado.
Esse forte crescimento tem sido influenciado por vários fatores:
- Expansão econômica brasileira, com estabilidade nos principais índices, como inflação e PIB;
- Aumento do emprego formal;
- Melhoria na distribuição de renda e ascensão social;
- Envelhecimento da população;
- Queda de patentes;
- Migração de volumes do institucional para o varejo pelo programa Aqui tem Farmácia Popular.
Há ainda a inovação, criando novos formatos de lojas que atendem às características de cada região.
Para o setor, os próximos anos são extremamente promissores. A expansão da classe C criou um segmento responsável por 42% do movimento de vendas no setor.
A perspectiva de aumento no volume de negócios nos anima. Em 2017, devem ser comercializadas 135 bilhões de unidades de doses, impulsionando o faturamento do mercado brasileiro para R$ 87 bilhões.
Para garantir o crescimento, o grande desafio é explorar melhor os pontos de vendas, principalmente as categorias de higiene e beleza.
Os executivos devem prestar atenção nas necessidades dos clientes, considerando que a maioria opta por farmácias e drogarias que, além da assistência farmacêutica, funcionam 24 horas, entregam em domicílio e oferecem serviços ambulatoriais.
Além disso, 75% dos consumidores percebem a farmácia como um local de conveniência e oferta de serviços de utilidade pública, até mesmo de correspondência bancária -realidade muito comum em pequenas cidades do interior.
Também precisamos cuidar do entorno do negócio. Uma das iniciativas é aprofundar a discussão para a desoneração dos impostos sobre medicamentos. É inconcebível que incida sobre bens essenciais uma carga tributária de 36%, enquanto diamantes, linguiças e cavalos puro-sangue contribuem com módicas alíquotas de até 7% ou simplesmente são isentos de impostos.
O mercado farmacêutico se expande a passos largos e agora passa a conviver com fusões e aquisições,consequência da atividade econômica nacional e, mais do que isso, fruto de uma estratégia certeira do segmento. Com demanda maior, grandes redes buscam formas de se capitalizar e ampliar sua visibilidade.
As recentes fusões deixam claro que o setor está em amadurecimento e enxerga a sua grande importância para a economia brasileira.
A evolução deverá estar sustentada em três pilares: viabilidade econômica, capacidade de operação e marcos legais claros. Mas, acima de tudo, precisamos avançar na eficiência da cadeia, unindo os representantes do setor de todo o Brasil.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/opiniao/55466-o-rumo-das-farmacias-brasileiras.shtml

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