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F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Professor(a): Sérgio MatoS assunto: EStudo doS gaSES frente: QuíMica i 016.602 - 141924/19 AULAS 59 A 62 EAD – ITA/IME Resumo Teórico 1. TEORIA CINÉTICA DOS GASES A simples observação do comportamento dos três estados de agregação mais comuns – sólido, líquido e gasoso – permite diferenciá- los com relação a forma e volume: • Um sólido tem forma e volume definidos. • Um líquido possui volume definido, mas adapta-se à forma do recipiente que o contém. • Um gás também adquire a forma do recipiente e, além disso, ocupa todo o volume disponível. Apresenta grande compressibilidade e expansibilidade. A partir do estudo das propriedades dos gases, foi criado um modelo – a Teoria Cinética dos Gases – que procura explicar seu comportamento. Os postulados da Teoria Cinética dizem, em linhas gerais, que: 1º. As partículas gasosas (moléculas ou átomos) estão em contínuo movimento, separadas umas das outras por espaços muito grandes comparados aos tamanhos das mesmas. O tamanho das moléculas é desprezível em relação ao volume do recipiente. 2º. O movimento das partículas é completamente aleatório (em todas as direções e sentidos), de modo que as mesmas colidem entre si e contra as paredes do recipiente. Movimento browniano das partículas de um gás. 3º. Das colisões das partículas contra as paredes do recipiente resulta a pressão do gás. Manômetro O manômetro registra a pressão do gás. 4º. A energia cinética translacional média por molécula é diretamente proporcional à temperatura absoluta (medida em kelvins): E k Tc = 3 2 · Sendo: Ec = energia cinética média translacional por molécula, em joules (J) T = temperatura do gás, em kelvins (K) k = 1,38 × 10–23 J · K–1 (constante de Boltzmann) A energia cinética é proporcional ao quadrado da velocidade: E m vc = 1 2 2· A velocidade quadrática média por molécula pode ser determinada em função da temperatura do gás: 3 2 1 2 32k T m v v k T m ⋅ = ⋅ ⇒ = ⋅ ⋅ 5º. Todas as colisões ocorrem sem perda de energia cinética total (colisões perfeitamente elásticas): DE cTotal = 0 Antes 20 J 20 J 30 J 30 J Depois Uma colisão perfeitamente elástica. 2F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 016.602 - 141924/19 Um gás que satisfaz a esse modelo é denominado gás ideal ou gás perfeito. Por outro lado, gases que apresentam desvio em relação a esse modelo são chamados de gases reais. Dos postulados da Teoria Cinética concluímos que um gás ideal apresenta basicamente duas características fundamentais que o diferem de um gás real: • A partícula do gás ideal possui tamanho desprezível. • O gás ideal não possui forças intermoleculares. Para que o gás apresente tal comportamento é necessário que esteja suficientemente expandido, ou seja, submetido a: • Baixas pressões; • Temperaturas elevadas. 2. VARIÁVEIS DE ESTADO DE UM GÁS O estado de um gás é caracterizado pela medição de três variáveis: volume, pressão e temperatura. 2.1. Volume (V) Nas unidades do Sistema Internacional (S.I.) o volume é medido em metros cúbicos (m3). Outras unidades: • 1dm3 = 10–3 m3 • 1cm3 = 10–6m3 • 1L = 1dm3 • 1mL = 10–3L = 1cm3 2.2. Pressão (P) É a razão entre a força exercida pelo gás e a área da superfície (parede do recipiente) contra a qual o gás se choca. A pressão de um gás é tanto maior quanto maior for o número de colisões, por unidade de tempo e unidade de superfície, do gás contra as paredes do recipiente que o contém. F → P F A = A pressão é dada pelo quociente entre a força e a área da superfície. Em unidades S.I. a pressão é medida em newton por metro quadrado (N/m2) ou pascal (Pa). 1Pa = 1N / m² Outras unidades: • 1 atm (1 atmosfera) = 1,01325 × 105 Pa • 1 atm = 760 mmHg = 76 cmHg • 1 dyn/cm2 = 1 b (1 bária) = 10–1 Pa • 1 bar = 106 dyn/cm2 • 1 torr = 1 mmHg A pressão atmosférica normal (ao nível do mar) foi medida pela primeira vez por Evangelista Torricelli, físico e matemático italiano, em 1643, determinando a altura de uma coluna de mercúrio em um tubo de vidro de extremidade fechada. Com o líquido em equilíbrio dentro e fora do tubo, a altura foi medida, obtendo-se 76 cm. A pressão de 1 atm corresponde, portanto, a 76 cmHg ou 760 mmHg. vácuo mercúrio (Hg) 76 cmpressão atmosférica Determinação da pressão atmosférica com barômetro de mercúrio. 2.3. Temperatura (T) É a medida do grau de agitação das partículas, sendo, portanto, diretamente proporcional à energia cinética média das mesmas. Em unidades S.I. a temperatura é dada em kelvin (K). Outra unidade usual é o grau celsius (ºC). T/K = t/ºC + 273,15 3. CONDIÇÕES NORMAIS DE TEMPERATURA E PRESSÃO A pressão exercida pelo ar atmosférico ao nível do mar, ou seja, 1 atm, foi escolhida como padrão. Assim, a pressão de 1 atm é chamada de pressão normal. A temperatura normal é fixada no ponto de fusão normal do gelo, ou seja, 0ºC (ou 273,15K). Desse modo, as condições normais (CNTP, CNPT, TPN ou CN) são: p = 1 atm e T = 273,15K. Nas mesmas condições de pressão e temperatura 1 mol de qualquer gás ocupa sempre o mesmo volume, o que é uma consequência da Hipótese de Avogadro: “Volumes iguais de gases quaisquer, nas mesmas condições de pressão e temperatura, encerram sempre o mesmo número de moléculas.” Um mol de gás ideal, em condições normais de temperatura e pressão (CNTP), ocupa sempre o volume de 22,4 litros. Recentemente a IUPAC alterou a pressão das condições normais para 1 bar. Para as condições normais p = 1 bar e T = 273,15K, o volume molar dos gases ideais é igual a 22,7 L/mol. 4. TRANSFORMAÇÕES GASOSAS Chamamos de transformação de estado de um gás a qualquer modificação que o gás sofre em suas variáveis de estado. 4.1. Transformação Isotérmica (Lei de Boyle e Mariotte) Observações experimentais realizadas pelo físico, químico e filósofo irlandês Robert Boyle (entre 1660 e 1662), e depois pelo físico e padre francês Edme Mariotte (em 1674), levaram à conclusão que: V P V K P P V K P V P V∝ ⇒ = ⇒ ⋅ = ⇒ ⋅ = ⋅ 1 1 1 1 1 2 2 hipérbole equilátera pressão (P) volume (V)V P P/2 2V 3 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo 4.2. Transformação Isobárica (Lei de Charles e Gay-Lussac) Os estudos independentes realizados pelos químicos franceses Jacques Alexandre César Charles (em 1787) e Joseph Louis Gay-Lussac (em 1802) mostraram que: “Mantendo-se a pressão constante, o volume ocupado por uma massa fixa de gás aumenta linearmente com a temperatura.” Para a temperatura medida em kelvins (temperatura absoluta), temos: V T V K T V T K V T V T ∝ ⇒ = ⋅ ⇒ = ⇒ =2 2 1 1 2 2 volume (V) Temperatura (T)T 2V V 2T 4.3. Transformação Isocórica (Lei de Charles) Pode-se deduzir das leis anteriores que: “Mantendo-se o volume constante, a pressão exercida por uma massa fixa de gás aumenta linearmente com a temperatura.” Para a temperatura medida em kelvins (temperatura absoluta), temos: P T P K T P T K P T P T ∝ ⇒ = ⋅ ⇒ = ⇒ =3 3 1 1 2 2 Pressão (P) Temperatura (T)T 2P P 2T 5. EQUAÇÃO GERAL DOS GASES IDEAIS Combinando as leis de Boyle, Charles e Gay-Lussac, obtemos uma equação geral válida para uma massa fixa de gás: P · V = K ⇒ P V T K ⋅ = V T K= 2 P T K= 3 K é constante para uma massa fixa de gás. Essa expressão pode ser escrita ainda na forma: PV T P V T 1 1 1 2 2 2 = 6. EQUAÇÃO DE ESTADO DO GÁS IDEAL (EQUAÇÃO DE CLAPEYRON) Vimos que a equação geral do gás ideal pode ser assim escrita: P T K · V = , onde K = constante A constante K é proporcional à quantidade de matéria (número de mols, n) do gás, ou seja: K = n · R R é a chamada constante universal dos gases. Desse modo, a equação acima pode ser escrita assim: PV T nR PV nRT= ⇒ = (Equação de Clapeyron) A equação acima foi deduzida pela primeira vez em 1834, pelo engenheiro e físico francês Benoit Paul Émile Clapeyron. Utilizando , sendo m = massa do gás; M = massamolar do gás, podemos escrever a equação de Clapeyron assim: PV m M RT= Se considerarmos que 1 mol de gás em CNTP (p = 1atm e T = 273K) ocupa 22,4L, poderemos determinar o valor da constante universal dos gases, R: R PV nT R atm L mol K R atm L mol K Mas atm = ⇒ = × × ⇒ = ⋅ ⋅ ⋅− − 1 22 4 1 273 0 082 1 1 1, , == = × ⇒ = × × ⇒ = ⋅ 760 1 01 10 760 22 4 1 273 62 3 5mmHg Pa R mmHg L mol K R mmHg L , , , ⋅⋅ ⋅ ⇒ = × × × × ⇒ = ⋅ − − − mol K R Pa m mol K R J mol 1 1 5 3 31 01 10 22 4 10 1 273 8 314 , , , −− −⋅ = 1 1 1 4 186 8 K Considerando que caloria igual a J temos R (cal) , , :é ,, , · · , 314 4 186 1 9871 1 1 1cal mol K R cal mol K− − − −⇒ = ⋅ ⋅ 7. DENSIDADE DOS GASES Por definição, a densidade ou massa específica de um gás é o quociente da massa pelo volume: d m V d M V = ⇒ = Sendo: M = massa molar; V = volume molar. Para um gás em CNTP, temos: d M L mol = ⋅ −22 4 1, (em CNTP) 4F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// Módulo de estudo 016.602 - 141924/19 9. MISTURAS GASOSAS 9.1. Equação Geral da Mistura Consideremos uma mistura formada por três gases, A, B e C: gás A P A , V A , T A , n A gás B P B , V B , T B , n B gás C P C , V C , T C , n C mistura dos gases A, B e C P, V, T, n Na mistura formada pelos três gases, a quantidade de matéria total (número de mols) é a soma das quantidades de matéria dos três gases que havia nos recipientes iniciais: n = n A + n B + n C Podemos aplicar a equação de Clapeyron para a mistura gasosa: PV = nRT De modo que P, V e T são referentes à mistura formada. Assim, podemos escrever: PV = (n A + n B + n C )RT (1) Aplicando a equação de Clapeyron para os gases antes de serem misturados, temos: P V n RT n P V RT P V n RT n P V RT P V n RT n P A A A A A A A A B B B B B B B B C C C C C C = ⇒ = = ⇒ = = ⇒ = VV RT C C Substituindo estes resultados na equação (1), temos: PV P V RT P V RT P V RT RTA A A B B B C C C = + + Passando T para o primeiro membro e multiplicando por R, obtemos: PV T P V T P V T P V T A A A B B B C C C = + + ( )2 Sendo: P, V e T as variáveis de estado da mistura formada; P A , V A , T A , P B , V B , T B , P C , V C e T C as variáveis de estado dos gases antes de misturados. 9.2. Pressões Parciais Pressão parcial de um gás numa mistura gasosa é a pressão que esse gás exerceria se estivesse sozinho ocupando o volume da mistura, na temperatura da mistura. A densidade de um gás pode ser determinada para quaisquer condições de pressão e temperatura, assim: PV m M RT P M m V RT= ⇒ ⋅ = Como m V d= , temos: P M d R T d PM RT ⋅ = ⋅ ⋅ ⇒ = Se quisermos calcular a densidade de um gás A em relação a um gás B, usamos a densidade relativa: d d d A B A B , = Para gases nas mesmas condições de temperatura e pressão, temos: d d d d PM RT PM RT d M M A B A B A B A B = ⇒ = ⇒ =, Sendo: d A,B = densidade do gás A em relação ao gás B; M A = massa molar do gás A; MB = massa molar do gás B. 8. DIFUSÃO E EFUSÃO GASOSA Difusão é a propriedade que os gases apresentam de misturarem-se espontaneamente, originando misturas homogêneas (soluções gasosas). Efusão é a passagem de um gás através um pequeno orifício ou de uma parede porosa. A efusão é, portanto, um caso particular da difusão. Considerando dois gases, A e B, na mesma temperatura, suas energias cinéticas médias translacionais por molécula são iguais: E E m v m v v v m m C C A A B B A B B A A B = ⇒ = ⇒ = 1 2 1 2 2 2· · Se multiplicarmos m A e m B por N A (número de Avogadro), teremos as massas molares, M A e M B : v v m N m N v v M M A B B A A A A B B A = ⇒ = · · Considerando que os dois gases estão nas mesmas condições de pressão e temperatura, podemos substituir M B /M A pela densidade relativa d B,A , M M d d d v v d d B A B A B A A B B A = = ⇒ =, Essa é a Lei de Graham, formulada em 1832, pelo químico escocês Thomas Graham. A lei estabelece o seguinte: “Nas mesmas condições de pressão e temperatura, as velocidades de efusão de dois gases são inversamente proporcionais às raízes quadradas de suas densidades ou de suas massas moleculares”. 5 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo Representando as pressões parciais dos gases A, B e C da nossa mistura por p A , p B e p C , podemos escrever a equação de Clapeyron para cada gás assim: p V n RT n p V RT p V n RT n p V RT p V n RT n p V RT A A A A B B B B C C C C = ⇒ = = ⇒ = = ⇒ = Substituindo esses resultados na equação (1), temos: PV p V RT p V RT p V RT RTA B C= + + Multiplicando por RT/V, obtemos: P = p A + p B + p C (3) Sendo: P a pressão da mistura formada; p A , p B e p C as pressões parciais dos gases na mistura. Esta é a Lei de Dalton das Pressões Parciais, elaborada em 1801, que estabelece o seguinte: “A soma das pressões parciais dos gases que compõem uma mistura é igual à pressão total da mistura.” Agora comparemos as equações de Clapeyron para a mistura e para o gás A, por exemplo: (para a mistura) (para o g ) PV nRT V RT n P n RT V RT n p A A A = ⇒ = = ⇒ =p VA ás A Igualando essas equações, temos: n P n p p P n n A A A A= ⇒ = Mas n A /n é a fração molar do gás A (x A ): n n x p P x p x PA A A A A A= ⇒ = ⇒ = ⋅ Conclui-se que a pressão parcial de um gás numa mistura é igual à sua fração molar multiplicada pela pressão total. Voltemos agora à Lei de Dalton das Pressões Parciais (equação 3). Se dividirmos aquela equação por p, teremos: P P p P p P p P A B C= + + Como a razão entre a pressão parcial e a pressão total é igual à fração molar, obtemos: x x xA B C+ + = 1 Isso significa que a soma das frações molares de todos os gases que compõem uma mistura é igual a 1. 9.3. Volumes Parciais Volume parcial de um gás numa mistura gasosa é o volume que o gás ocuparia se estivesse sozinho exercendo a pressão da mistura, na temperatura da mistura. Representando os volumes parciais dos gases A, B e C da nossa mistura por v A , v B e v C , podemos escrever a equação de Clapeyron para cada gás assim: Pv n RT n Pv RT Pv n RT n Pv RT Pv n RT n Pv RT A A A A B B B B C C C C = ⇒ = = ⇒ = = ⇒ = Substituindo esses resultados na equação (1), temos: PV Pv RT Pv RT Pv RT RTA B C= + + Cancelando RT e P, obtemos: V v v vA B C= + + Sendo: V o volume da mistura formada; v A , v B e v C os volumes parciais dos gases na mistura. Esta é a Lei de Amagat, formulada em 1880 pelo físico francês Émile-Hilaire Amagat, que estabelece o seguinte: “A soma dos volumes parciais dos gases que compõem uma mistura é igual ao volume total da mistura.” Agora comparemos as equações de Clapeyron para a mistura e para o gás A, por exemplo: PV nRT para a mistura para o P RT n V PV n RT P RT n v A A A A = = ( ) = ⇒ = g s Aá( ) Igualando essas equações, temos: n V n v v V n n A A A A= ⇒ = Mas, como nA/n é a fração molar do gás A (xA), temos que: v V x v x VA A A A= ⇒ = ⋅ Assim, podemos dizer que o volume parcial de um gás numa mistura é igual à sua fração molar multiplicada pelo volume total. 6 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo 10. GASES COLETADOS SOBRE ÁGUA Uma técnica usada em laboratório quando se quer preparar um gás através de uma reação química e coletá-lo em um recipiente, de modo a medir seu volume e sua pressão, consiste em borbulhar o gás em um tubo contendo água, como mostra a figura: Se o nível da água é o mesmo dentro e fora do tubo coletor, temos: p p p p p pgÆs vapor atm gÆs atm vapor+ = ⇒ = − Se o nível da água dentro do tubo estiver a uma altura h acima do nível externo, devemos considerar a pressão da coluna de líquido: p p p pgÆs vapor liq atm+ + = Sendo pliq a pressão da coluna líquida (pressãohidrostática), a qual é dada por: p d g hliq = ⋅ ⋅ Sendo: d = densidade do líquido; g = aceleração da gravidade; h = altura da coluna líquida. PRESSÃO DE VAPOR DA ÁGUA EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA Temp. (ºC) Pressão (kPa) Temp. (ºC) Pressão (kPa) Temp. (ºC) Pressão (kPa) Temp. (ºC) Pressão (kPa) Temp. (ºC) Pressão (kPa) Temp. (ºC) Pressão (kPa) 0 0,61 9 1,15 18 2,07 27 3,56 40 7,37 85 57,81 1 0,65 10 1,23 19 2,20 28 3,77 45 9,59 90 70,10 2 0,71 11 1,31 20 2,33 29 4,00 50 13,33 95 84,54 3 0,76 12 1,40 21 2,49 30 4,24 55 15,73 96 87,67 4 0,81 13 1,49 22 2,64 31 4,49 60 19,92 97 90,94 5 0,87 14 1,60 23 2,81 32 4,76 65 25,00 98 94,30 6 0,93 15 1,71 24 2,97 33 5,03 70 31,16 99 97,75 7 1,00 16 1,81 25 3,17 34 5,32 75 38,54 100 101,32 8 1,07 17 1,93 26 3,36 35 5,63 80 47,34 101 105,00 7 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo 11. UMIDADE RELATIVA DO AR Quando qualquer gás puro ou mistura gasosa entra em contato com um líquido, o gás retira vapor do líquido. Se for mantido o contato por tempo suficiente, será atingido o equilíbrio, quando a pressão parcial do vapor na mistura gasosa será igual à pressão máxima de vapor do líquido à temperatura do sistema. Nesta situação, o gás está saturado com o vapor. Podemos dizer ainda que a mistura se encontra em seu ponto de orvalho, temperatura na qual se pode iniciar a condensação do vapor. A umidade relativa do ar mede a concentração do vapor de água em mistura com o ar atmosférico. UR p p v v . . %= × 100 Sendo: • p v = pressão parcial do vapor d’água no ar atmosférico • p v = pressão máxima de vapor da água pura na mesma temperatura Se a temperatura aumenta, a pressão de vapor da água pura também aumenta, o que faz a umidade relativa do ar diminuir. Quando a umidade relativa é muito baixa (< 30%), a evaporação da água da superfície do corpo é rápida e acentuada, havendo ressecamento das mucosas bucais e nasais. Por outro lado, umidades relativas elevadas (> 80%) provocam a sensação desagradável de excesso de suor na pele. Se uma massa de ar quente é subitamente resfriada, a pressão de vapor da água pura diminui e a umidade relativa aumenta. Quando a umidade relativa do ar chega a 100%, a água líquida condensa. Esse é o princípio de formação das nuvens, que são constituídas de minúsculas gotas de água líquida. 12. GASES REAIS 12.1. Considerações Gerais Todos os gases reais desviam-se ligeiramente da lei dos gases ideais (pV = nRT). Tais desvios crescem a baixas temperaturas e altas pressões, quando as partículas do gás estão relativamente próximas umas das outras. Dois fatores devem ser considerados na análise de um gás real: 1º. O volume próprio das partículas do gás (o tamanho das partículas não é desprezível). 2º. As forças atrativas entre as partículas. A temperatura e a pressão influem no comportamento do gás, que se desvia mais do ideal a: • Altas pressões; • Temperaturas baixas. 12.2. Efeito da Temperatura Com a diminuição da temperatura, as partículas do gás se movem mais lentamente, aumentando o efeito das forças atrativas. Isso faz com que a “pressão efetiva” sobre as moléculas seja maior que a pressão medida. Desse modo, o volume observado, Vobs, é menor que o calculado pela lei dos gases ideais, Videal. Quanto mais próximo do ponto de ebulição, maior é o desvio em relação à lei dos gases ideais. 12.3. Efeito da Pressão Com o aumento da pressão, o volume diminui e as moléculas se aproximam, de modo a se atraírem cada vez mais fortemente, o que faz o volume medido se tornar menor que o volume ideal. Quanto menor o volume do sistema, tanto mais significativo se torna o tamanho da partícula de gás. Com a diminuição da temperatura, as partículas do gás se movem mais lentamente, aumentando também o efeito das forças atrativas. V obs /V ideal D CA 1,00 0,75 0 100 150 350 p/atm B CH 4 a 25 ºC Efeito da pressão sobre o volume de um gás real. Vobs é o volume observado (medido). • Ponto A: V obs = V ideal (pressão nula). • Trecho AB: V obs < V ideal e V obs / V ideal diminuindo ⇒ efeito das atrações intermoleculares. • Trecho BC: V obs < V ideal e V obs / V ideal aumentando ⇒ o volume das moléculas já contribui para o V obs . • Ponto C: V obs = V ideal ⇒ o efeito do volume molecular é equivalente ao das forças atrativas. • Trecho CD: V obs > V ideal ⇒ o efeito do volume molecular predomina. Conclusões: 1º. A baixas pressões, perto de 1 atm, V obs ⇒ V ideal . 2º. A pressões intermediárias, V obs < V ideal . 3º. A pressões extremas, V obs > V ideal . 12.4. Equação de van der Waals Em 1873 o químico holandês Johannes Diederik van der Waals publicou a equação que leva seu nome e que considera as forças atrativas intermoleculares e o volume próprio das moléculas. A Equação de van der Waals tem a forma: p a n V V n b n R T+ ⋅ − ⋅( ) = ⋅ ⋅ 2 2 Sendo: p = pressão medida V = volume do recipiente n = número de mols R = constante universal dos gases T = temperatura absoluta a e b = constantes próprias de cada gás As constantes a e b são funções da natureza do gás. Exemplos: Gás a, L2 · atm · mol–2 b, L · mol–1 H2 0,244 0,027 O2 1,360 0,032 N2 1,390 0,039 CH4 2,253 0,043 CO2 3,592 0,043 H2O 5,464 0,030 8 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo Exercícios 01. (ProfSM) Um volume de 50 litros de oxigênio, inicialmente a 720 mmHg e 300K, é comprimido isotermicamente até 25 litros. Em seguida o gás é aquecido isobaricamente até 600K, para finalmente ser resfriado isocoricamente até a pressão ser reduzida a 25% da anterior. Quais os valores de pressão, volume e temperatura finais? 02. (ProfSM) 3,2g de hidrogênio estão presentes em um recipiente provido de uma tampa, a 2 atm e 40ºC. Que massa de gás deve ser retirada do recipiente para que a pressão se reduza a 0,8 atm, mantendo-se constantes o volume e a temperatura? 03. (ProfSM) Um recipiente de volume variável contém 1 mol de um gás a 125ºC e 1 atm. Qual dos gases na lista abaixo apresenta, nas condições especificadas, comportamento mais próximo de um gás ideal? Justifique. O2 H 2 O NH 3 SO 2 Cl 2 04. (ProfSM) Em uma câmara de explosão injetaram-se 15 mols de propano gasoso e 400 mols de ar. Por meio de uma faísca elétrica, promoveu-se a reação de combustão: C 3 H 8(g) + 5O 2(g) → 3CO 2(g) + 4H 2 O (g) Sabendo que o ar utilizado era composto por 80% de N 2 e 20% de O 2 em volume calcule a elevação molar devido à reação dos gases contidos na câmara de explosão (número de mols final ÷ número de mols inicial). 05. (ProfSM) Considere três recipientes separados por tubulações de volume desprezível, providas de torneiras inicialmente fechadas, conforme a figura a seguir: 1 2 I II 3 O recipiente 2 é nove vezes maior que o recipiente 1 e o recipiente 3 é nove vezes maior que o recipiente 2. No instante inicial, o recipiente 2 contém um gás à pressão de 1atm, enquanto os outros dois recipientes estão sob vácuo. Primeiramente, abre-se a torneira I, espera-se o equilíbrio e fecha-se novamente. Em seguida, abre- se a torneira II e espera-se o equilíbrio para finalmente fechá-la. Admitindo que a temperatura se mantenha sempre constante, qual dos recipientes conterá o maior número de moléculas de gás no estado final? 06. (ProfSM) Certo hidrocarboneto contendo 82,76% de carbono em massa possui densidade de 2,36g/dm3 a 760torr e 27ºC. Pede-se: A) A massa molecular do hidrocarboneto. B) A fórmula molecular. C) A densidade do hidrocarboneto em relação ao ar, composto por 80% de nitrogênio e 20% de oxigênio em volume. 07. (ProfSM) O tempo de efusão de determinado óxido gasoso é 4,8 vezes maior que o tempo do hidrogênio, consideradas amostras de mesmo volume e as mesmas condições de temperatura e pressão. Sabendo que o óxido gasoso possui 69,6% de oxigênio em massa, determine sua fórmula molecular.08. (ProfSM) 44,8L de O 2 medidos em CNTP são misturados com 10L de H 2 medidos a 2 atm e 127ºC. Os gases são acondicionados em um recipiente de 50L a 27ºC. Calcule, admitindo que não haja reação: A) a pressão da mistura B) as pressões parciais dos gases C) os volumes parciais dos gases. 09. (ProfSM) O pentóxido de dinitrogênio sofre decomposição de acordo com a equação 2N 2 O 5(g) → 4NO 2(g) + O 2(g) . Se 10 mols de N 2 O 5 sofrerem decomposição total em um recipiente de 200 litros mantido a 127ºC, qual será a pressão final atingida pelo sistema? 10. (ProfSM) Em um reator de volume constante são introduzidos 200 mols de uma mistura gasosa contendo 5% de etano e 95% de ar, em volume. A reação ocorre formando gás carbônico e vapor d’água de modo que a pressão e a temperatura finais no reator são 2 atm e 300ºC. Calcule as pressões parciais dos gases remanescentes ao final da reação, considerando ainda que a composição volumétrica do ar é: 80% de nitrogênio e 20% de oxigênio. 11. (ProfSM) Em um reator indeformável com capacidade para 8200 L são introduzidos 400 mols de uma mistura gasosa contendo 10% de amônia e o restante de ar, em volume. Promove-se a reação entre a amônia e o oxigênio, formando-se vapor d’água e NO 2 gasoso. Sabendo que a temperatura do reator é mantida em 127ºC, calcule a pressão ao término da reação. Composição volumétrica do ar: 80% de nitrogênio, 20% de oxigênio. 12. (ProfSM) Uma amostra de carbureto pesando 2,0 g foi tratada com água em excesso produzindo acetileno segundo a equação química: CaC 2 + 2H 2 O → Ca(OH) 2 + C 2 H 2 O acetileno obtido foi recolhido sobre água a 20ºC e 730 mmHg de pressão atmosférica, até que o nível da água na proveta estivesse 5 cm acima do nível externo. Sabendo que o volume disponível na proveta era de 420 mL determine a porcentagem em massa de CaC 2 no carbureto utilizado. 13. (ProfSM) Em um dia quente e ensolarado em Fortaleza a temperatura chega a 35ºC e a pressão parcial do vapor d’água no ar atmosférico a 3,0 kPa, sendo a pressão atmosférica de 101 kPa. A pressão de vapor da água a 35ºC é de 5,63 kPa. Dado: Massa molar da água = 18 g/mol; Massa molar média do ar seco = 28,9 g/mol. A) Qual a umidade relativa do ar nessas condições? B) Qual a massa de ar seco contido em 1 litro de ar nessas condições? 14. (ProfSM) Calcule a pressão de um mol de H 2 em um recipiente de 225 cm3 a 0ºC usando: A) A lei dos gases ideais. B) A equação de van der Waals. 15. (ProfSM) Usando a equação de van der Waals, estime, com uma precisão de duas casas decimais, o volume ocupado por 1 mol de CO 2 a 298K e 10 atm. 9 F B O N L I N E . C O M . B R ////////////////// 016.602 - 141924/19 Módulo de estudo Resoluções 01 02 03 04 05 * * * * * 06 07 08 09 10 * * * * * 11 12 13 14 15 * * * * * 01. 360mmHg, 50L e 150K. 02. 1,92 g. 03. O 2 , o gás com a menor massa molar dentre os gases apolares. 04. 1,036 05. Recipiente 3 06. A) 58u; B) C 4 H 10 ; C) 2,01. 07. NO 2 08. A) 1,284 atm; B) 0,984 atm O 2 e 0,300 atm H 2 ; 38,3 L O 2 e 11,7 L H 2 . 09. 4,1 atm 10. 0,03 atm de O 2 , 0,20 atm de CO 2 , 0,29 atm de H 2 O e 1,48 atm de N 2 11. 1,56 atm 12. 52%. 13. A) 53,3%; B) 1,11 kg. 14. A) 99,67 atm; B) 108,44 atm. 15. 2,34L. Supervisor/Diretor: Sampaio – Autor: Sérgio Matos Dig.: Rodrigo EPL – Rev.: Kelly Moura
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