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EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE METFORMINA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II - EM CONSTRUÇÃO

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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
FARMÁCIA GENERALISTA
NAILA NEVES DE JESUS
KELLE OLIVEIRA SILVA
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE METFORMINA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II
Vitória da Conquista - BA
2015.1
NAILA NEVES DE JESUS
KELLE OLIVEIRA SILVA
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE METFORMINA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Graduação em Farmácia da Faculdade Independente do Nordeste para obtenção do grau de Bacharela em Farmácia.
Orientadora: Prof.: MSc. Kelle Oliveira Silva
Vitória da Conquista - BA
2015.1
NÁILA NEVES DE JESUS
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE METFORMINA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II
Trabalho de conclusão de curso de Farmácia apresentado a Faculdade Independente do Nordeste - FAINOR, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharela.
Aprovado em __/__/__
Banca Examinadora
_______________________________________________________________
Prof. MSc. Kelle Oliveira Silva
Orientadora
______________________________________________________________
Prof.
2° Membro
______________________________________________________________
Prof. 
3° Membro
AGRADECIMENTOS
SUMÁRIO
EFEITOS ADVERSOS ASSOCIADOS AO USO DE METFORMINA EM PACIENTES PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO II
JESUS, N.N; SILVA, K.O.
RESUMO
ABSTRACT
1.0 INTRODUÇÃO 
O diabetes mellitus é uma síndrome heterogênea de distúrbios metabólicos nos quais os portadores são acometidos de hiperglicemia crônica, alteração na metabolização de nutrientes (carboidratos, lipídios e proteínas), devido a um defeito na secreção, produção, ação da insulina, ou ambos (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013). 
O diabetes mellitus pode ser classificado em dois tipos: o diabetes mellitus tipo I e o diabetes mellitus tipo II. O diabetes mellitus tipo I é considerado uma doença autoimune, ao passo que nesse tipo há uma destruição das células beta do pâncreas ocasionado pelo sistema imune do próprio portador. Essa autodestruição culmina numa deficiência absoluta de insulina, hormônio necessário para agir na diminuição dos volumes plasmáticos de glicose. No caso do diabetes mellitus tipo II, há uma espécie de defeito e/ou ação da insulina ou em termos simples resistência ao hormônio insulina causando a hiperglicemia (CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA, 2013).
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes em 2014, 387 milhões de pessoas no mundo tinham diabetes, sendo que 46,3% dos casos não foram diagnosticados. Na América Central e do Sul, 25 milhões de pessoas compreendidas na faixa etária de 20-79 anos foram diagnosticadas com diabetes com prevalência no continente de 8,1% e no Brasil cerca de 12 milhões de pessoas são portadoras de diabetes mellitus, estimando uma prevalência na população de 8,68% (INTERNACIONAL DIABETES FOUDATION, 2014). 
É uma patologia de grande preocupação governamental visto que é uma doença prevalente que atrai gastos exorbitantes aos cofres públicos (REIS et al., 2009), além de ser uma grande causa de mortalidade, hospitalizações e amputações de membros inferiores em função de suas complicações advindas da não-adesão ao tratamento ou diagnósticos tardios (NÓBREGA; BATISTA; MORAES, 2012). 
O diabetes mellitus tipo II, é o tipo de diabetes mais prevalente e seu tratamento envolve, sobretudo adoção de hábitos saudáveis, como prática regular de exercícios físicos, abstenção do fumo, dieta hipocalórica, além do uso dos hipoglicemiantes orais e em alguns casos, a insulina, como estratégia de tratamento farmacológico (FARHAT et al., 2007).
O tratamento farmacológico se dá pela utilização de hipoglicemiantes orais inseridos nas seguintes classes farmacológicas: Biguanidas (ex.:Metfomina), Sulfoniluréias (ex.:Glibenclamida), Tiazolidinedionas (ex.: Pioglitazona), Glinidas (ex.:Nateglinida), Inibidores da alfa-glicosidase (ex.:Acarbose), Análogos da GLP 1 (ex.:Exenatida), Inibidores da DPP IV (ex.:Vildagliptina), Amilinomiméticos (ex.:Pramintina) e Insulinas (WEINERT; CAMARGO; SILVEIRO, 2010).
A merformina é um medicamento que age inibindo a secreção de glicose hepática e aumenta a sensibilidade periférica da ação da insulina. Normalmente é o fármaco de primeira escolha em monoterapia, pois apresenta um risco reduzido de hipoglicemia. Embora diminua os eventos cardiovasculares, diminua o peso do paciente portador de diabetes mellitus tipo II, a metformina apresenta como efeitos adversos mais frequentes a intolerância gastrointestinal com a presença de diarreia, náuseas e gases, além de ser contraindicada para pacientes com insuficiência renal (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). 
Este trabalho possui como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre a farmacoterapia da metformina e seus principais efeitos adversos, encontrados em pacientes portadores de diabetes tipo II.
2. METODOLOGIA 
 
Para a confecção do artigo foi adotada a metodologia de revisão bibliográfica, com busca de artigos científicos, teses, dissertações, diretrizes e manuais. 
Através da pesquisa bibliográfica o autor, ao possuir contato com as obras publicadas a respeito do assunto escolhido, está apto a realizar uma analise crítica e comparar as informações coletadas durante pesquisa, contribuindo positivamente com determinada área de conhecimento (MARCONI; LAKATOS, 2008).
Foi realizado o levantamento bibliográfico de artigos científicos, teses, dissertações, manuais e diretrizes do ano de 1998 a 2014 através da pesquisa nas bases de dados eletrônicas: Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scientific Eletronic Library Online (SCIELO), Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), (BIREME) e Google Acadêmico. Durante a pesquisa, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: diabetes mellitus, farmacoterapia, metformina, efeitos adversos. 
Após a coleta e análise de dados, dos X artigos, manuais e diretrizes lidos e analisados, X foram selecionados para compor a revisão obedecendo ao critério de informações atuais e relevantes acerca do tema. 
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 DIABETES MELLITUS: CONCEITO E EPIDEMIOLOGIA
O diabetes mellitus é uma doença metabólica não transmissível considerada uma epidemia mundial, sobretudo por causa da tendência dos estilos de vida pouco saudáveis adotados pelos seres humanos, o envelhecimento da população e a urbanização crescente cuja característica principal é o nível glicêmico elevado em função de distúrbios na ação ou secreção da insulina ou da combinação dos dois defeitos, promovendo desordem no metabolismo, sobretudo, dos carboidratos e proteínas (WEINERT, CAMARGO, SILVEIRO. 2010). 
No Brasil, a prevalência do diabetes mellitus aumentou na população acima de 18 anos de 5,3 % para 5,6% durante o período de 2006 a 2011, sendo que os casos de diabetes aumentam de acordo com o avançar da idade da população: 21,6% dos brasileiros acima de 65 anos de idade referiram serem portadores da doença. O gênero que apresenta mais casos de diabetes é o feminino com 6,0% dos casos em relação à proporção do gênero masculino que foi de 5,2% em 2011, embora tenha sido observado aumento de casos em homens. Ao analisar por unidade federativa, a capital que possui o maior numero de indivíduos com diabetes foi Fortaleza com 7,3% das ocorrências (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
Quanto à mortalidade observa-se que no mundo, 44% das mortes ocasionadas pelo diabetes mellitus atingem pessoas com menos de 60 anos (INTERNACIONAL DIABETES FOUNDATION, 2013). No Brasil, de acordo com o DATASUS (2014), a taxa de mortalidade específica por 100 mil habitantes demonstram aumento substancial relacionado ao avanço da idade da população, ao passo que do total de 54.857 óbitos por diabetes mellitus, 43.932 compreende a faixa etária de 60 anos ou mais.O diabetes mellitus consiste em um grande problema de saúde pública que acomete 7,6% da população adulta e traz 39 milhões de gastos ao governo por ano, considerando apenas as internações hospitalares em função da patologia. Nos Estados Unidos, se tratando dos gastos totais com a doença podem chegar até U$ 132 bilhões ao ano (CORRER et.al., 2009) 
A incidência do diabetes mellitus está associada aos mais variados fatores, dentre eles: sedentarismo, obesidade, tabagismo e mudanças nos hábitos de alimentação da população que passou a consumir mais produtos industrializados (GUIDONI et al., 2009).
O diabetes mellitus apresenta-se vários tipos, dentre eles o tipo 1 , tipo 2, diabetes gestacional e outros tipos específicos de diabetes, como o diabetes insipidus (ROSENDO; FREITAS, 2014). 
O cenário epidemiológico da diabetes é bastante preocupante, ao passo que apenas nos países compreendidos na América Central e do Sul a prevalência do diabetes mellitus foi estimada em 26,4 milhões de pessoas portadoras, com projeção de aumento para 40 milhões em 2030 (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013).
3.1.1 DIABETES MELLITUS TIPO II 
O diabetes mellitus tipo II constitui 90 a 95% dos casos na qual ocorre uma resistência ao hormônio insulina e consequentemente por uma deficiência do mesmo que se intensifica no decorrer da doença. A grande problemática em torno do diabetes mellitus tipo II é o fato de ela ser uma patologia com complicações agudas e crônicas relevantes que comprometem o individuo portador da patologia, podendo leva-lo a óbito (COELHO; AMARAL, 2012).
3.1.1.1 FISIOPATOLOGIA DO DIABETES MELLITUS TIPO II
Segundo Ferreira et.al. (2013), o mecanismo fisiopatológico do diabetes mellitus tipo II funciona basicamente de uma intricada relação entre defeitos na ação e secreção de insulina no qual o principal pivô é a resistência insulínica. A dessensibilização dos tecidos sensíveis à insulina de captarem a glicose através do estimulo do hormônio vem de um defeito intracelular pós- receptor da insulina A fosforilação de resíduos de tirosina dos receptores de insulina é bloqueada impedindo a ativação da proteína transportadora de glicose tendo como consequência a dificuldade da absorção de glicose nas células. 
A não absorção de insulina promove a hiperglicemia que estimula a secreção de maior quantidade do hormônio insulina, criando uma espécie de hiperinsulinemia compensatória que funciona durante um tempo, mantendo a glicemia normal. Entretanto, após o rompimento desse equilíbrio, aparecem alterações metabólicas significantes como a hiperglicemia, a deposição de gordura localizada no abdômen, além do aumento da pressão arterial, aumento dos níveis séricos de triglicerídeos e diminuição dos valores de HDL (High Density Lipoprotein) colesterol (FERREIRA et.al., 2013). A resistência insulínica também contribui pra formação de placas de ateroma e surgimento de lesões e disfunções no endotélio dos vasos sanguíneos (ARSA et al.,2009).
3.2 TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO DIABETES MELLITUS TIPO II: USO DA METFORMINA
O tratamento para o controle da glicemia realizado com diversas classes terapêuticas de hipoglicemiantes orais como sulfonilúreias (glibenclamida, a glicazida e a glimepirida), inibidores da alfa-glicosidases, representados pela acarbose; as tiazolidinadionas, sendo seu principal representante a pioglitazona e as biguanidas apresentando como seu principal representante a metformina, um dos medicamentos mais utilizados na prática clinica de controle glicêmico (LASERI; SOUZA, 2007; ASSOCIAÇÂO BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA, 2004; NATHAN, 2002).
A metformina é um medicamento de escolha no inicio do diabetes mellitus tipo II, pois apresenta como características, discreta hiperglicemia, obesidade e insulinoresistência. Também é recomendado para pacientes com perfil pré-diabético, sobretudo em indivíduos obesos com faixa etária inferior a 65 anos (ZANDONÁ; OLIVEIRA, 2012; SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2014). 
Apresenta como principal efeito farmacológico a redução da gliconeogênese hepática, além de promover a diminuição da absorção da glicose pelo trato gastrointestinal, melhorar a sensibilidade do tecido muscular e adiposo a insulina e de reduzir os níveis de ácidos graxos livres através da ativação da proteína quinase ativada por adenosina monofostafo (AMPK), cuja função consiste na regulação do metabolismo e controla tanto o gasto de energia como o apetite (ROVARIS et.al, 2010).
Analisando a farmacocinética da metformina, tem valores de pKa (constante de dissociação ácida) de 2,8 a 11,5 , o que lhe confere caráter hidrofílico em pH (potencial hidrogeniônico) fisiológico. Entretanto, tem baixa afinidade lipídica, podendo dificultar o transporte por difusão passiva entre as membranas e de se ligar as proteínas do plasma. É rapidamente absorvida, e possui um tempo de meia-vida entre 1,5 a 3 horas, não é metabolizada e, portanto não interfere com a atividade de outros medicamentos que sejam administrados concomitantemente com a metformina. Tem sua excreção pela urina na forma ativa após 5 horas. (ALMEIDA, 2014). 
Os efeitos adversos mais comuns relacionados ao uso de metformina são: diarreia, gases e vômitos, frequentes em cerca de 10 a 30% dos pacientes portadores de diabetes mellitus tipo II. Tais efeitos podem ser minimizados com a correção e ajuste de dose por aumentar gradativamente a posologia e por recomendar o paciente a ingerir o medicamento com a alimentação (RAMOS et.al., 2014; BERNARDO et.al., 2011). 
Além do desconforto gastrointestinal, a redução de absorção de vitaminas do complexo B, principalmente o ácido fólico, que leva a desordens hematológicas, é uma das alterações raras decorrentes do uso de metformina (COSTA et.al., 2007). 
 
4. CONCLUSÃO
5. REFERÊNCIAS

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