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Os perigos do Facebook

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ESTUDOS DISCIPLINARES XI
EXAME I
Pergunta 1
(Enade 2011)
A definição de desenvolvimento sustentável mais usualmente utilizada é a que procura atender às necessidades atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras. O mundo assiste a um questionamento crescente de paradigmas estabelecidos na economia e também na cultura política. A crise ambiental no planeta, quando traduzida na mudança climática, é uma ameaça real ao pleno desenvolvimento das potencialidades dos países.
O Brasil está em uma posição privilegiada para enfrentar os enormes desafios que se acumulam. Abriga elementos fundamentais para o desenvolvimento: parte significativa da biodiversidade e da água doce existentes no planeta; grande extensão de terras cultiváveis; diversidade étnica e cultural e rica variedade de reservas naturais.
O campo do desenvolvimento sustentável pode ser conceitualmente dividido em três componentes: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica e sustentabilidade sociopolítica.
 
Nesse contexto, o desenvolvimento sustentável pressupõe:
Resposta correta
b. A redefinição de critérios e instrumentos de avaliação de custo-benefício que reflitam os efeitos socioeconômicos e os valores reais do consumo e da preservação.
Pergunta 2
 (Enade 2014 – com adaptações) Leia o texto a seguir:
Uma ideia e um aparelho simples devem, em breve, ajudar a salvar vidas de recém-nascidos. Idealizado pelo mecânico argentino Jorge Odón, o dispositivo que leva seu sobrenome desentala um bebê preso no canal vaginal, e, por mais inusitado que pareça, foi criado com base em técnica usada para remover rolhas de dentro de garrafas. O aparelho consiste em uma bolsa plástica inserida em uma proteção feita do mesmo material e que envolve a cabeça da criança. Estando o dispositivo devidamente posicionado, a bolsa é inflada para aderir à cabeça do bebê e ser puxada aos poucos, de forma a não o machucar. O método Odón deve substituir outros já arcaicos, como o de fórceps e o de tubos de sucção, os quais, se usados por mãos mal treinadas, podem comprometer a vida do bebê, o que, segundo especialistas, não deve acontecer com o novo equipamento.
Segundo o The New York Times, a ideia recebeu apoio da Organização Mundial de Saúde (OMS) e já foi até licenciada por uma empresa norte-americana de tecnologia médica. Não se sabe quando o equipamento começará a ser produzido nem o preço a ser cobrado, mas presume-se que ele não passará de 50 dólares, com redução do preço em países mais pobres.
Fonte: GUSMÃO, G. Aparelho deve facilitar partos em situações de emergência. Disponível em: http://exame.abril.com.br. Acesso em 18 nov. 2013 (com adaptações).
 
Com relação ao texto, avalie as afirmativas a seguir:
I- A utilização do método Odón poderá reduzir a taxa de mortalidade de crianças ao nascer, mesmo em países pobres.
II- Por ser uma variante dos tubos de sucção, o aparelho desenvolvido por Odón é resultado do aperfeiçoamento de equipamentos de parto.
III- Por seu uso simples, o dispositivo de Odón tem grande potencial de ser usado em diversos países.
IV- A possibilidade de, em países mais pobres, reduzir-se o preço do aparelho idealizado por Odón evidencia preocupação com a responsabilidade social.
 
É correto apenas o que se afirma em:
Resposta correta
d. I, III e IV.
Pergunta 3
Leia o texto a seguir:
 
Bem-vindos à maravilhosa e medonha Zuckernet
Os perigosos efeitos de conhecer o mundo através de uma única rede social
Bia Granja
 
“Outro dia, um jornalista deu a melhor definição que já ouvi sobre o Facebook: a rede social criada por Mark Zuckerberg é como um cachorro gigantesco correndo em sua direção no parque - você nunca sabe se ele vai arrancar sua cabeça com uma dentada ou te dar uma lambida carinhosa.
O Facebook é o amigo-inimigo; ruim com ele, pior sem ele. É também o centro da vida de 1,4 bilhão de pessoas no mundo e de 50% dos brasileiros. Desses, 67% informam-se prioritariamente por essa rede social. Ou seja, 30% dos brasileiros têm no Facebook sua fonte primária de notícias e informações.
Mas quase 100% deles não fazem ideia de que o Facebook edita o que eles veem em suas timelines; de que essa rede social tem um algoritmo escrito por um menino de 26 anos que define o que 1,4 bilhão de pessoas no mundo devem ler; e de que isso empobrece nossa visão de mundo e fere um princípio básico da internet, o de fornecer acesso à informação sem censura e sem filtro.
Você curte ser manipulado? Você acha legal ter sua visão de mundo determinada por terceiros? Você não se sente meio idiota sabendo que o conteúdo que você acha que está escolhendo consumir, na verdade, foi escolhido por outro alguém?
Os mais apocalípticos dizem que o Facebook é a verdadeira Deep Web, porque tudo o que está ali não é nem indexável nem buscável — pelo menos para nós. Os cientistas de dados da rede social têm acesso ao que 20% da população mundial curte, compartilha, comenta, consome, lê, se interessa, em quem vota, o que come, com quem se relaciona, o que compra, o que ama, o que odeia e tudo o mais que despejamos no Facebook diariamente.
Além de essa inteligência (capaz de prever resultados de eleições) ser vendida para marcas, governos e organizações, há notícias de que são realizados experimentos questionáveis com essa base de usuários. Um desses experimentos vazou para a mídia uma vez, quando eles manipularam as emoções de milhares de usuários só porque… podiam! Isso é o que sabemos, mas existem coisas acontecendo no backstage da nossa rede social favorita de que nem fazemos ideia e que nos afetam diretamente.
Com o objetivo de fazer a rede social ser cada vez mais relevante para os usuários (para que eles não saiam nunca de lá) e com a grande e autoproclamada missão de levar a internet para os dois terços da população mundial que não têm acesso a ela, o Facebook toma medidas extremamente centralizadoras e questionáveis.
O Internet.org, seu projeto ‘altruísta’ de levar internet gratuita a populações carentes, é uma delas. A pessoa não ganha acesso a toda a internet, ganha acesso ao Facebook e a mais uma pequena porção de outros sites. Ou seja, a medida que expande sua base de usuá­­rios (um dos grandes desafios da rede social no momento) acaba corroborando a visão que uma grande parcela de usuários da rede tem, de que o Facebook é TODA a internet.
A rede social tornou-se a primeira e principal experiência wébica que muita gente tem aqui no Brasil, e uma parcela enorme dos brasileiros conectados não co­­nhece nada na internet além do Facebook.
Inclusão digital é algo maravilhoso, mas conhecer o mundo através do olhar e das regras de uma única rede social, sem experimentar a verdadeira web, que é livre, colaborativa e criativa, é problemático.O Facebook não é a internet, é a Zuckernet — um cachorro gigante que corre na sua direção e que vai arrancar a sua cabeça… na base da dentada ou da lambida.”
Fonte: https://www.youpix.com.br/bem-vindos-%C3%A0-maravilhosa-e-medonha-zuckernet-3e27f304dc13. Acesso em 23 jun. 2015.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I- O texto enaltece a democratização de informações possibilitada pelo Facebook a mais de
1 bilhão de pessoas no mundo.
II- De acordo com a autora, o altruísmo de Zuckerberg faz com que sua missão seja disponibilizar a rede para a maior parte das pessoas no mundo, inclusive nas regiões carentes.
III- O texto critica a seleção e a divulgação de informações controladas pelo Facebook com fins comerciais, uma vez que a rede fornece dados a empresas e instituições.
IV- Segundo o texto, muitas pessoas não percebem que as informações que aparecem nas suas timelines
são determinadas por um algoritmo que define um recorte e uma visão de mundo.
 
Assinale a alternativa certa:
Resposta correta
a. III e IV estão corretas.
Pergunta 4
(Enade 2011) Leia o gráfico a seguir:
 
A educação é o Xis da questão
Fonte: http://ead.uepb.edu.br/noticias,82. Acesso em 24 ago. 2011.
 
A expressão “o Xis da questão”, usada no título do infográfico, diz respeito:
Resposta correta	
b. Às oportunidades de melhoriasalarial que surgem à medida que aumenta o nível de escolaridade dos indivíduos.
Pergunta 5
Leia o texto e a charge a seguir:
 
Reclama pro bispo – Dráuzio Varella
 
“Os brasileiros não param de engordar. Estão acima do peso 51% dos adultos (eram 43%, em 2006). São classificados como obesos 17% (eram 11%, em 2006). O futuro não parece promissor: 1/3 das crianças de 5 a 9 anos tem excesso de peso. Assim, empataremos com os norte-americanos. Lá, 3 em cada 4 adultos carregam sobrepeso. Mais de 30% da população caem na faixa da obesidade.
Teoricamente, o problema da obesidade pode ser resumido numa equação singela: quem ingere mais calorias do que gasta, ganha peso; quem faz o oposto, emagrece.
Seria ridículo negar que a agitação e as comodidades da vida moderna, a publicidade, a disponibilidade e o baixo custo de alimentos altamente calóricos conspiram a favor da disseminação da epidemia, mas jogar em fatores ambientais a culpa pela gordura que você acumulou no abdômen não vai ajudá-lo a evitar as complicações da obesidade [...].
O corpo humano é uma máquina construída para o movimento. Se você precisa ou faz questão de passar o dia sentado, a liberdade à mesa fica comprometida.
Se no seu dia não sobra um minuto para fazer exercício, você está vivendo errado, está deixando de levar em consideração seu bem mais precioso: o corpo. Enquanto não dá um jeito nessa vida miserável, aumente a atividade física no local em que estiver: suba escada, fale ao telefone dando volta na mesa, alongue os caminhos a pé, abaixe e levante o tempo inteiro, não ande a passos de lesma. No começo, vão achar que você perdeu o juízo, mas o povo se acostuma.
Sejamos claros: a medicina não sabe tratar obesidade. Descontados os conselhos dietéticos ou as cirurgias bariátricas indicadas para os casos extremos, quase nada temos a oferecer. Se os médicos não dispõem da pílula mágica, a responsabilidade com o peso e a sobrevivência é individual. É cada um por si e Deus por ninguém, porque gula é um dos pecados capitais.”
Fonte: http://drauziovarella.com.br/obesidade/reclama-pro-bispo/. Acesso em: 05 ago. 2015 (com adaptações).
 
http://1.bp.blogspot.com/-bKyT9u-9eHs/T4xcJlcYsKI/AAAAAAAABN4/ieKopr_Gpb4/s400/charge_mn_14_04_2012.jpg
Fonte: acervo pessoal
 
Com base na leitura, analise as afirmativas e assinale a alternativa correta:
I- De acordo com o texto, apenas 25% dos adultos norte-americanos não apresentam excesso de peso.
II- A crítica da charge se direciona às informações falsas que circulam na internet e ao efeito que elas geram nas pessoas.
III- De acordo com o texto, a obesidade é provocada tanto por alimentação inadequada quanto por falta de atividade física.
IV- O título do texto indica a necessidade de que as instituições educacionais e religiosas adotem medidas para conscientizar as pessoas de que o cuidado com o corpo é importante.
V- A charge direciona seu foco para o problema da obesidade infantil, que, de acordo com o texto, já atinge mais de 30% de todas as crianças no Brasil.
Resposta correta
c. I e III.
Pergunta 6
(Enade 2011)
Exclusão digital é um conceito que diz respeito às extensas camadas sociais que ficaram à margem do fenômeno da sociedade da informação e da extensão das redes digitais. O problema da exclusão digital se apresenta como um dos maiores desafios dos dias de hoje, com implicações diretas e indiretas sobre os mais variados aspectos da sociedade contemporânea. Nessa nova sociedade, o conhecimento é essencial para aumentar a produtividade e a competição global. É fundamental para a invenção, para a inovação e para a geração de riqueza. As Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) proveem uma fundação para a construção e a aplicação do conhecimento nos setores públicos e privados. É nesse contexto que se aplica o termo exclusão digital, referente à falta de acesso às vantagens e aos benefícios trazidos por essas novas tecnologias, por motivos sociais, econômicos, políticos ou culturais.
 
Considerando as ideias do texto, avalie as afirmativas a seguir:
I- Um mapeamento da exclusão digital no Brasil permite aos gestores de políticas públicas escolherem o público-alvo de possíveis ações de inclusão digital.
II- O uso das TICs pode cumprir um papel social ao prover informações àqueles que tiveram esse direito negado ou negligenciado e, portanto, permitir maiores graus de mobilidade social e econômica.
III- O direito à informação se diferencia dos direitos sociais, uma vez que esses estão focados nas relações entre os indivíduos e, aquele, na relação entre o indivíduo e o conhecimento.
IV- O maior problema de acesso digital no Brasil está na deficitária tecnologia existente em território nacional, muito aquém da disponível na maior parte dos países do primeiro mundo.
 
É correto apenas o que se afirma em:
Resposta correta
a. I e II.
Pergunta 7
Leia o texto a seguir:
 
A complicada arte de ver – Rubem Alves
 
“Ela entrou, deitou-se no divã e disse: ‘Acho que estou ficando louca’. Eu fiquei em silêncio aguardando que ela me revelasse os sinais da sua loucura. ‘Um dos meus prazeres é cozinhar. Vou para a cozinha, corto as cebolas, os tomates, os pimentões - é uma alegria! Entretanto, faz uns dias, eu fui para a cozinha para fazer aquilo que já fizera centenas de vezes: cortar cebolas.
Ato banal sem surpresas. Mas, cortada a cebola, eu olhei para ela e tive um susto. Percebi que nunca havia visto uma cebola. Aqueles anéis perfeitamente ajustados, a luz se refletindo neles: tive a impressão de estar vendo a rosácea de um vitral de catedral gótica. De repente, a cebola, de objeto a ser comido, se transformou em obra de arte para ser vista! E o pior é que o mesmo aconteceu quando cortei os tomates, os pimentões... Agora, tudo o que vejo me causa espanto.’
Ela se calou, esperando o meu diagnóstico.
Eu me levantei, fui à estante de livros e de lá retirei as ‘Odes Elementales’, de Pablo Neruda. Procurei a ‘Ode à Cebola’ e lhe disse: ‘Essa perturbação ocular que a acometeu é comum entre os poetas. Veja o que Neruda disse de uma cebola igual àquela que lhe causou assombro: ‘Rosa de água com escamas de cristal’. Não, você não está louca. Você ganhou olhos de poeta... Os poetas ensinam a ver’.
Ver é complicado. Isso é estranho porque os olhos, de todos os órgãos dos sentidos, são os de mais fácil compreensão científica. A sua física é idêntica à física óptica de uma máquina fotográfica: o objeto do lado de fora aparece refletido do lado de dentro. Mas existe algo na visão que não pertence à física.
William Blake sabia disso e afirmou: ‘A árvore que o sábio vê não é a mesma árvore que o tolo vê’. Sei disso por experiência própria. Quando vejo os ipês floridos, sinto-me como Moisés diante da sarça ardente: ali está uma epifania do sagrado. Mas uma mulher que vivia perto da minha casa decretou a morte de um ipê que florescia à frente de sua casa porque ele sujava o chão, dava muito trabalho para a sua vassoura. Seus olhos não viam a beleza. Só viam o lixo.
Adélia Prado disse: ‘Deus de vez em quando me tira a poesia. Olho para uma pedra e vejo uma pedra’.
Drummond viu uma pedra e não viu uma pedra. A pedra que ele viu virou poema.
Há muitas pessoas de visão perfeita que nada veem. "Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. Não basta abrir a janela para ver os campos e os rios", escreveu Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa. O ato de ver não é coisa natural. Precisa ser aprendido. Nietzsche sabia disso e afirmou que a primeira tarefa da educação é ensinar a ver. O zen-budismo concorda, e toda a sua espiritualidade é uma busca da experiência chamada ‘satori’, a abertura do ‘terceiro olho’. Não sei se Cummings se inspirava no zen-budismo, mas o fato é que escreveu: ‘Agora os ouvidos dos meus ouvidos acordaram e agora os olhos dos meus olhos se abriram’.
Há um poema no Novo Testamento que relata a caminhada de dois discípulos na companhia de Jesus ressuscitado. Mas eles não o reconheciam. Reconheceram-no subitamente: ao partir do pão, ‘seus olhos se abriram’. Vinicius de Moraes adotao mesmo mote em ‘Operário em Construção’: ‘De forma que, certo dia, à mesa ao cortar o pão, o operário foi tomado de uma súbita emoção, ao constatar assombrado que tudo naquela mesa - garrafa, prato, facão - era ele quem fazia. Ele, um humilde operário, um operário em construção’.
A diferença se encontra no lugar onde os olhos são guardados. Se os olhos estão na caixa de ferramentas, eles são apenas ferramentas que usamos por sua função prática. Com eles vemos objetos, sinais luminosos, nomes de ruas - e ajustamos a nossa ação. O ver se subordina ao fazer. Isso é necessário. Mas é muito pobre. Os olhos não gozam... Mas, quando os olhos estão na caixa dos brinquedos, eles se transformam em órgãos de prazer: brincam com o que veem, olham pelo prazer de olhar, querem fazer amor com o mundo.
Os olhos que moram na caixa de ferramentas são os olhos dos adultos. Os olhos que moram na caixa dos brinquedos, das crianças. Para ter olhos brincalhões, é preciso ter as crianças por nossas mestras. Alberto Caeiro disse haver aprendido a arte de ver com um menininho, Jesus Cristo fugido do céu, tornado outra vez criança, eternamente: "A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a olhar para as coisas. Aponta-me todas as coisas que há nas flores. Mostra-me como as pedras são engraçadas quando a gente as tem na mão e olha devagar para elas".
Por isso - porque eu acho que a primeira função da educação é ensinar a ver - eu gostaria de sugerir que se criasse um novo tipo de professor, um professor que nada teria a ensinar, mas que se dedicaria a apontar os assombros que crescem nos desvãos da banalidade cotidiana. Como o Jesus menino do poema de Caeiro. Sua missão seria partejar ‘olhos vagabundos’.”
Fonte: http://www.releituras.com/i_airon_rubemalves.asp. Acesso em: 28 jul. 2015.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I- O tipo de professor sugerido pelo autor teria a função de reduzir o problema exposto por Alberto Caeiro quando afirma que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores”.
II- De acordo com o texto, a poesia causa perturbações e faz com que as pessoas não vejam a realidade tal qual ela é, como no caso de Drummond, que não viu a pedra.
III- De acordo com o texto, as crianças gostam de brincar com o que veem e o papel do educador é fazer com que elas não percam o foco e aprendam a usar os olhos como ferramentas de conhecimento.
IV- O autor propõe um novo modelo de educação, em que o professor consiga corrigir os desvios individuais da visão e revelar aos alunos a noção correta da realidade.
 
É correto o que se afirma somente em:
Resposta correta
a. I.
Pergunta 8
Leia a charge a seguir:
 
orlandelieducacao
Fonte: http://www.tiagoluchini.eu/2007/12/19/desigualdade-ii/. Acesso em 22 jun. 2015.
 
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I- A charge aponta os alunos que não estudam e depredam a escola como os responsáveis pela má qualidade do ensino brasileiro.
II- O pronome “eles” se refere aos políticos e o pronome “tu” se refere aos alunos displicentes.
III- A charge estabelece uma relação entre a má qualidade da educação brasileira e a escolha de políticos.
IV- Os elementos visuais da charge remetem ao universo da escola e a estrutura do texto simula uma aula de estudo dos verbos.
 
É correto o que se afirma apenas em:
Resposta INCORRETA	
X d. II, III e IV.
Pergunta 9
(Enade 2011) O mapa a seguir representa as áreas populacionais sem acesso ao saneamento básico.
 
Fonte: Philippe Rekacewicz (Le Monde Diplomatique). Organização Mundial da Saúde, 2006.
 
Considerando o mapa apresentado, analise as afirmativas que seguem:
I- A globalização é fenômeno que ocorre de maneira desigual entre os países e o progresso social independe dos avanços econômicos.
II- Existe relação direta entre o crescimento da ocupação humana e o maior acesso ao saneamento básico.
III- Brasil, Rússia, Índia e China, países pertencentes ao bloco dos emergentes, possuem percentual da população com acesso ao saneamento básico abaixo da média mundial.
IV- O maior acesso ao saneamento básico ocorre, em geral, em países desenvolvidos.
V- Para se analisar o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de um país, deve-se diagnosticar suas condições básicas de infraestrutura, seu PIB per capita, a saúde e a educação.
 
É correto apenas o que se afirma em:
Resposta correta
e. IV e V.
Pergunta 10
Leia o texto e a charge a seguir:
 
Corrupção no Brasil: das colônias a todas as esferas da política e do mercado
 
O Brasil sofre com a corrupção desde antes de ganhar este nome. Junto com as caravelas, chegou e se desenvolveu também a prática que ajuda a manter o status da elite e as amarras do povo, sempre à mercê dos mais diversos esquemas, em uma herança corruptora passada de geração a geração. Talvez o país nunca tenha a real dimensão dos crimes praticados, que garantiriam manchetes muito mais arrepiantes do que as que costumam escandalizar a sociedade brasileira. E as relações promíscuas não se limitam ao poder público, na esfera privada também é comum. O Jornal do Brasil levanta alguns casos para ilustrar a quincentenária pilhagem do bem público.
Apesar de não ser de exclusividade do Brasil, a corrupção teve um desenrolar específico nestas terras. Como a Corte precisava convencer pessoas a trabalharem em um desconhecido Brasil, oferecia privilégios em funções desempenhadas sem vigilância e definição de papéis, para garantir a ocupação das terras e a criação de instituições. Práticas de corrupção passaram a permear diversos níveis do funcionalismo público, passando do governador, dos tabeliães e dos oficiais de justiça para chegar até os cargos mais baixos da Câmara - funcionários que tinham a prática de favorecer ou prejudicar comerciantes, sob pagamento de propina, por exemplo, indicam documentos históricos. Vide também o tráfico de escravos africanos, que era visto sem maiores problemas apesar de denúncias de autoridades internacionais.
A corrupção se tornava frequente até nos locais em que a Coroa prestava maior atenção, como no litoral do país, mas em locais menos notados, como Minas Gerais e Goiás, devido à distância e às dificuldades de transporte, as coisas aconteciam de forma ainda pior. A Coroa, inclusive, estimulava que os fidalgos fizessem o que quisessem para mandar e garantir a posse de territórios.
A corrupção eleitoral e a relacionada a obras públicas surgiram logo com a proclamação da Independência, em 1822. Visconde de Mauá, por exemplo, que fundou a indústria naval brasileira em 1846, ao construir estaleiros da Companhia Ponta da Areia, em Niterói, recebeu licença para a exploração de cabo submarino e a transferiu a uma companhia inglesa da qual se tornou diretor. Projetos de grande porte para o país recém-liberto do império se tornavam fonte de dinheiro fácil para grupos oligárquicos.
Mais à frente, com a proclamação da República em 1889, veio a Política dos Governadores, a influência dos coronéis e o voto de cabresto. Acabava o "voto censitário", que definia renda mínima para qualificar o eleitor, mas vinham outras formas de controlar quem poderia chegar ao poder. Entre 1894 e 1930, o país teve o governo de presidentes civis ligados ao setor agrário, que controlavam as eleições mantendo-se no poder de maneira alternada.
O professor e autor de livros didáticos de história Roberto Catelli Jr., no artigo A República do Voto, relata que, como o voto não era obrigatório nem secreto, o coronel oferecia dinheiro, roupas e chapéus para que os eleitores comparecessem às urnas, e os capangas verificavam o preenchimento da cédula. Ao apurar os votos, eleitores eram inventados e atas com resultados eram adulteradas. Havia a Comissão de Verificação de Poderes, para criar argumentos para não empossar candidatos da oposição (degola) e diplomar representantes da oligarquia.
Muitos outros casos foram surgindo ao longo do século seguinte, como o caso de corrupção eleitoral que levou Getúlio Vargas ao seu primeiro ciclo de poder e os casos de corrupção e desvio de verbas na construção de Brasília no governo JK. Da ditadura,também não faltam histórias.
Fonte: http://www.jb.com.br/pais/noticias/2014/12/14/corrupcao-no-brasil-das-colonias-a-todas-as-esferas-da-politica-e-do-mercado/. Acesso em 14 ago. 2015 (com adaptações).
 
Fonte: acervo pessoal
 
Com base na leitura, analise as afirmativas:
I- Segundo a charge, a compra de votos só acontece com indivíduos mais pobres, que não têm bens materiais e cedem ao suborno de políticos.
II- O fim do voto censitário no Brasil tornou as eleições um processo igualitário e democrático, sem brechas para irregularidades.
III- O texto defende a ideia de que a corrupção sempre esteve presente no setor público do Brasil, mas a participação do setor privado é recente.
IV- De acordo com o texto, a histórica imbricação entre o público e o privado no Brasil é a origem dos esquemas de corrupção.
 
É correto o que se afirma apenas em:
Resposta correta
d. IV.

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