Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Departamento de Engenharia Engenharia de Petróleo e Gás Refino do Petróleo e do Gás Natural Processos de Conversão Professor: Raul Santos Salvador/BA MAIO/ 2020 Processos de Conversão Tipos de processos realizados nas refinarias •Craqueamento Catalítico •Hidrocraqueamento Catalítico •Alcoilação Catalítica •Reformação Catalítica •Craqueamento Térmico •Viscorredução •Coqueamento Retardado 4 6 PROCESSOS DE CONVERSÃO 5 PROCESSOS DE CONVERSÃO: Os processos de conversão são sempre de natureza química e visam transformar uma fração em outra(s), ou alterar profundamente a constituição molecular de uma dada fração, de forma a melhorar sua qualidade, valorizando-a. Isto pode ser conseguido através de reações de quebra, reagrupamento ou reestruturação molecular. 6 PROCESSOS DE CONVERSÃO: As reações específicas de cada processo são conseguidas por ação conjugada de temperatura e pressão sobre os cortes, sendo bastante freqüente também a presença de um agente promotor de reação, denominado catalisador. Conforme a presença ou ausência deste agente, pode-se classificar os processos de conversão em dois subgrupos: catalíticos ou não catalíticos. 7 PROCESSOS DE CONVERSÃO: É importante ressaltar que, devido às alterações químicas processadas, os produtos que saem desses processos, se misturados, não reconstituem a carga original. Processos de conversão são, em geral, de elevada rentabilidade, principalmente quando transformam frações de baixo valor comercial (gasóleos, resíduos) em outras de maiores valores (GLP, naftas, querosenes e diesel). PROCESSOS DE CONVERSÃO: De forma similar aos processos de separação, os de conversão apresentam, também como característica, elevado investimento para suas implantações, no entanto principalmente os processos de craqueamento térmico ou catalítico apresentam curto tempo de retorno do capital investido. Em alguns casos, o retorno do capital pode ocorrer em cerca de um ano apenas. 9 5 – Relação de Equipamentos e Quantidades PROCESSOS DE CONVERSÃO NÃO CATALÍTICO: -6.1 Craqueamento Térmico; -6.2 Viscorredução; -6.3 Coqueamento Retardo; PROCESSOS DE CONVERSÃO CATALÍTICO: -6.4 Craqueamento Catalítico; - 6.5 Hidrocraqueamento; -6.6 Alcoilação; -6.7 Reformação; CRAQUEAMENTO • Derivado do verbo em inglês to crack: quebrar, dividir. • O objetivo é aumentar a produção de Gasolina e GLP • As reações de craqueamento envolvem a ruptura apenas da ligação C-C das moléculas dos hidrocarbonetos. • As reações são endotérmicas, ou seja, necessitam de calor para que ocorram. • Em ambos os tipos de craqueamento a utilização de temperaturas relativamente altas é essencial. 6.0.1 Introdução Craqueamento - Trata-se de Pirólise de hidrocarboneto, de massa molecular alta,em ausência de ar, originando hidrocarbonetos de menor massa molecular. CRAQUEAMENTO • Craqueamento pode ser: • Térmico • Catalítico Craqueamento térmico- exige pressões e temperaturas altíssimas para a quebra da molécula. Craqueamento catalítico- é realizado com um catalisador. 6.1 Craqueamento Térmico 6.1.1 PROCESSOS TÉRMICOS Frações pesadas do petróleo são convertidas em produtos mais leves, por ação conjugada de T e P São Processos de Conversão Operações usuais: • Craqueamento Térmico • Viscorredução • Coqueamento Retardado • Craqueamento térmico, onde a temperatura atinge cerca de 500 oC a uma pressão de 9,5 atm. NOÇÕES • A velocidade de reação corresponde à freqüência com que se sucedem os choques, ao número de coques e à energia necessária para que a reação ocorra. • A freqüência de colisão depende de: • proximidade das moléculas: concentração e pressão; • tamanho das moléculas; • como se movimentam: peso e temperatura. • Outros fatores: • geometria da molécula; • energia fornecida ao meio reacional; • a orientação dos choques. 6.1.2 Craqueamento Térmico • O craqueamento térmico é o mais antigo dos processos de conversão, surgindo logo após o advento da destilação. Seu aparecimento data do início do século XX, tendo uma importância relevante até o início dos anos cinqüenta, quando entrou em obsolescência, deslocado pelo craqueamento catalítico. Craqueamento Térmico • Tem por finalidade quebrar moléculas presentes no gasóleo de vácuo ou no resíduo atmosférico, por meio de elevadas temperaturas e pressões, visando obter-se principalmente gasolina e GLP. Gera também, como subprodutos, gás combustível, óleo leve (diesel de craqueamento) e óleo residual, além da formação de coque. Craqueamento Térmico UNIDADE DE CRAQUEAMENTO TÉRMICO •gasóleo de vácuo .RAT Gasolina GLP gás combustível óleo leve (diesel de craqueamento) óleo residual Craqueamento Térmico • Este é o principal problema do processo, porque, como o coque não é removido continuamente dos equipamentos, acaba sendo acumulado, o que provoca entupimentos obrigando assim a freqüentes paradas para descoqueificação, reduzindo em muito o fator operacional. Craqueamento Térmico • O primeiro processo comercial de craqueamento térmico começou a operar em 1915. • A PETROBRAS teve uma unidade de craqueamento térmico instalada na RPBC, que craqueava, simultaneamente, resíduo atmosférico e nafta. Sua operação iniciou-se em 1955, sendo paralisada em 1971, quando entrou em operação o craqueamento catalítico. Suas instalações foram aproveitadas, sendo ela transformada em unidade de destilação atmosférica, constituindo-se hoje na U-N. Craqueamento Térmico • Grandes cadeias de hidrocarbonetos são aquecidas a altas temperaturas (e algumas vezes a altas pressões também) até que elas se quebrem (craqueiem). • Opera com pressões na faixa de 2.000 Kpa a 6.000 Kpa. • E temperaturas de 500º a 600ºC Craqueamento Térmico • A carga para o craqueamento térmico é normalmente resíduo atmosférico ou gasóleo. Não é comum utilizar-se resíduo de vácuo como carga, devido à baixa taxa de conversão em produtos comerciais. O processo inicia com a entrada da carga aquecida na coluna de fracionamento. No interior desta, o resíduo atmosférico (ou gasóleo) é diluído pelo refluxo interior, e a corrente resultante sai pelo fundo da torre, em direção aos fornos de craqueamento. Craqueamento Térmico • Dentro dos fornos, a carga é aquecida rapidamente, podendo a temperatura de saída ser superior a 550ºC, conforme a carga. À saída dos fornos, os produtos craqueados entram em um vaso de grande capacidade, conhecido como câmara de reação, onde permanecem de um a dois minutos, para que as reações se completem. Caso algum coque tenha se formado, ficará retido no interior deste vaso. Craqueamento Térmico • Os produtos efluentes da câmara de reação vão em seguida para um tambor de flash conhecido como câmara de expansão, onde os gases do craqueamento separam-se dos óleos residuais. Esses gases retornam à torre de fracionamento, para serem separados conforme suas temperaturas de ebulição. Pelo topo, saem vapores de nafta e gases leves, que, após serem resfriados, são separados em um tambor de acúmulo. Como retiradas laterais, pode-se ter os gasóleos leve e pesado, reciclados ou não aos fornos. Devido ao acúmulo de coque na câmara de reação, periodicamente a operação é suspensa para a descoqueificação de vaso e tubulações dos fornos. Relembrando : CRAQUEAMENTO TÉRMICO Gases Gasolina VA Óleo Leve Carga Óleo Combustível Residual FORNO CÂMARA DE REAÇÃO CÂMARA DE EXPANSÃO T~550ºC RAT Gasóleos 1942 - Pioneirismo O Início das Pesquisas... 1942 CRAQUEAMENTO CATALÍTICO – Conceito: ÓLEOS VEGETAIS + Catalisador AQUECIMENTO HIDROCARBONETOS Craqueamento • REALIZA-SE CRAQUEAMENTO TÉRMICO OU PIRÓLISE, E DE MANEIRA ANÁLOGA AO CRAQUEAMENTO DE FRAÇÕES DESTILADAS DE PETRÓLEO, O PROCESSO PROVOCA A QUEBRA DE MOLÉCULAS DERIVADAS (ÉSTERES DE ETILA E METILA) DOS ÁCIDOS GRAXOS OU DOS PRÓPRIOS ÓLEOS VEGETAIS E ANIMAIS BRUTOS (NUMA ALTERNATIVA À ROTA DE TRANSESTERIFICAÇÃO, POR AQUECIMENTOA ALTAS TEMPERATURAS (SUPERIORES A 450°C) NA AUSÊNCIA DE AR OU OXIGÊNIO, FORMANDO UMA MISTURA DE COMPOSTOS QUÍMICOS COM PROPRIEDADES MUITO SEMELHANTES ÀS DO DIESEL DE PETRÓLEO, E POR ISSO, SENDO CHAMADO BIO-ÓLEO, UM COMBUSTÍVEL QUE POSSA SER UTILIZADO EM QUALQUER MOTOR DIESEL. O BIODIESEL DERIVADO DE ÓLEOS VEGETAIS APRESENTA ALGUMAS PROPRIEDADES, COMO A VISCOSIDADE, FORA DOS PADRÕES ESTABELECIDOS PELAS AGÊNCIAS REGULADORAS DE COMBUSTÍVEIS, E NECESSITA SER TRATADO PARA ATENDER AOS PADRÕES DA ANP. Craqueamento • POR EXEMPLO, A VISCOSIDADE DO BIODIESEL DERIVADO POR TRANSESTERIFICAÇÃO DE ÓLEO DE MAMONA É SUPERIOR À VISCOSIDADE DO ÓLEO DE SOJA. PORTANTO, COMO TEM SIDO FEITO EM DIVERSOS PAÍSES, O BIODIESEL SÓ PODE SER USADO EM MOTORES DE CICLO DIESEL QUANDO ADICIONADO AO DIESEL DE PETRÓLEO ATÉ UM LIMITE DE 20% EM VOLUME, A CHAMADA MISTURA B20. DIFERENTEMENTE DO CRAQUEAMENTO DE FRAÇÕES DE PETRÓLEO, O CRAQUEAMENTO DE ÁCIDOS GRAXOS LEVA À FORMAÇÃO DE MOLÉCULAS DE HIDROCARBONETOS DE DIFERENTES TAMANHOS E DE GÁS CARBÔNICO (CO2) E ÁGUA (H2O), DEVIDO A PRESENÇA DO GRUPO CARBOXILA NOS ÁCIDOS GRAXOS. EM ALGUMAS SITUAÇÕES ESSE PROCESSO TAMBÉM É AUXILIADO POR CATALISADORES ( CRAQUEAMENTO CATALÍTICO) PARA A QUEBRA DAS LIGAÇÕES QUÍMICAS, DE MODO A GERAR MOLÉCULAS AINDA MENORES. Craqueamento • O ÓLEO VEGETAL OU SEBOS SÃO COLOCADOS EM UM CRAQUEADOR DE AÇO INOXIDÁVEL, SENDO SUBMETIDOS A ALTA TEMPERATURA, NA PRESENÇA OU NÃO DE CATALISADORES. NESTE CRAQUEADOR, ADEQUADO A PRODUÇÕES DE PEQUENA ESCALA, CONTRARIAMENTE À TRNSESTERIFICAÇÃO DIRETA, OCORRE ROMPIMENTO DAS MOÉCULAS DE ÁCIDOS GRAXOS E A LIBERAÇÃO DA GLICERINA (GLICEROL, QUE ANTERIORMENTE, FORMAVA COM OS ÁCIDOS GRAXOS ÍNTEGROS OS TRIGLICERÍDEOS, OS LIPÍDEOS. O CUSTO DE REFINO DO GLICEROL NESTE PROCESSO É, PROPORCIONALMENTE, MAIOR QUE NAS PLANTAS DE GRANDE DIMENSÃO, APRESENTANDO IRREGULARIDADE DA PRODUÇÃO PELA PRÓPRIA DIFICULDADE DE SE OBTER REGULARIDADE DE COMPOSIÇÃO DAS MATÉRIS PRIMAS, E CONSEQUENTEMENTE, DIFICULDADE DE CONTROLE DO PROCESSO QUÍMICO. APÓS O CRAQUEAMENTO, A MISTURA DE HIDROCARBONETOS E ALGUNS SUBPRODUTOS E RESÍDUOS É ENTÃO SEPARADA POR PROCESSO DE DESTILAÇÃO À PRESSÃO ATMOSFÉRICA. Craqueamento • AS TEMPERATURAS DE CRAQUEAMENTO E RENDIMENTO (%) POR FAIXA DE TEMPERATURA DE CORTE ( OC) NA DESTILAÇÃO DA MISTURA DE HIDROCARBONETOS OBTIDOS DURANTE O CRAQUEAMENTO DE ÓLEOS VEGETAIS SÃO AS SEGUINTES: ÓLEO TEMPERATURA DE CRAQUEAMENT O (°C) <80 80 A 140 140 A 200 >200 SOJA 350 A 400 10 15 15 60 SAIS SOJA 300 A 320 15 10 15 60 DENDÊ 330 A 380 7 9 9 75 MAMONA 350 A 400 10 10 20 60 Craqueamento • A FRAÇÃO (MISTURA DE HIDROCARBONETOS) QUE DESTILA EM TEMPERATURAS SUPERIORES A 200 OC APRESENTA PROPRIEDADES FÍSICO-QUÍMICAS SEMELHANTES ÀS DO DIESEL DE PETRÓLEO, INDICANDO QUE O COMBUSTÍVEL OBTIDO ATRAVÉS DE CRAQUEAMENTO TÉRMICO DE ÓLEOS VEGETAIS PODE SER UMA ALTERNATIVA VIÁVEL EM SUBSTITUIÇÃO AO PETRÓLEO. Craqueamento • DETERMINADOS PROCESSOS EM DESENVOLVIMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DE CRAQUEAMENTO DE ÓLEOS DE ORIGEM BIOLÓGICA COMPREENDEM PROCESSO DE CRAQUEAMENTO TERMOCATALÍTICO, INCLUINDO O USO DE DOIS OU MAIS REATORES DE CRAQUEAMENTO CATALÍTICO FLUIDO, FCC, OCUPANDO UM COM GASÓLEO PESADO OU RESÍDUO EM CONDIÇÕES CONVENCIONAIS, COMO NA INDUSTRIA DE PETRÓLEO, ENQUANTO QUE PELO MENOS UM DOS OUTROS REATORES PROCESSAM ÓLEOS VEGETAIS EM CONDIÇÕES ADEQUADAS À PRODUÇÃO DE ÓLEO DIESEL BIO-ÓLEO. DENTRE ESTES PROCESSO UTILIZA-SE EM ALGUNS O MESMO CATALISADOR UTILIZADO NO PROCESSO DE FCC. TAIS PROCESSOS TRANSFORMAM MATÉRIAS-PRIMAS COM ALTO VALOR CALÓRICO EM HIDROCARBONETOS COMBUSTÍVEIS E APRESENTAM EXCELENTE EFICIÊNCIA PARA A OBTENÇÃO DE PRODUTOS COM ALTA PUREZA E NÃO APRESENTAM A FORMAÇÃO DE GLICERINA COMO SUBPRODUTO TÍPICO DO PROCESSO DE TRANSESTERIFICAÇÂO. O ÓLEO DIESEL PRODUZIDO ATRAVÉS DESTES PROCESSOS TEM QUALIDADE SUPERIOR, APRESENTA NÚMERO DE CETANO MAIOR DO QUE 40, POIS AS REAÇÕES DE CRAQUEAMENTO OCORREM A TEMPERATURAS BAIXAS E OS PRODUTOS OBTIDOS SÃO MENOS OXIDADOS, E PORTANTO SÃO MAIS PUROS, DO QUE AQUELES OBTIDOS ATRAVÉS DA TECNOLOGIA CONVENCIONAL NÃO CATALÍTICA. • A Viscorredução é uma operação semelhante ao craqueamento térmico, porém realizada sob condições mais brandas. A finalidade principal não é produzir frações leves, mas sim diminuir a viscosidade do óleo residual e, dessa maneira, evitar que frações intermediárias sejam a ele adicionadas para o acerto desta propriedade. 6.2 VISCORREDUÇÃO VISCORREDUÇÃO • Dependendo da natureza da carga (cru reduzido ou resíduo de vácuo), tem-se a formação de gases leves, nafta e gasóleos. O produto residual da viscorredução, com uma alta porcentagem de hidrocarbonetos aromáticos polinucleados, é conhecido como alcatrão de petróleo. Devido às condições de operação não serem por demais severas, a formação de coque não é tão substancial quanto no craqueamento térmico. • O processo tem início com o aquecimento gradual da carga, aproveitando as correntes quentes que deixam a unidade. A seguir, o fluxo penetra no forno de viscorredução, onde sua temperatura pode atingir 480ºC. A pressão de trabalho oscila entre 13 e 35 kg/cm2. A passagem na fornalha é rápida, em escoamento turbulento, de modo a reduzir a formação de coque. • O produto efluente, após deixar os fornos, recebe uma corrente de gasóleo pesado, para que sua temperatura seja reduzida (“quench”). A mistura resultante, com uma temperatura mais baixa, penetra na torre de fracionamento. • Na região de entrada de carga, ocorre um “flash”, e as frações leves e intermediárias são vaporizadas. O produto residual, com sua viscosidade diminuída, acumula-se no fundo da torre e é continuamente retirado (alcatrão de viscorredução). Essa corrente é incorporada à produção de óleo combustível da refinaria. • Gasóleos pesados e leves são retirados lateralmente na fracionadora e, conforme o esquema de refino, podem ter duas finalidades: carga para craqueamento térmico ou catalítico, se estas unidades existirem, ou incorporação ao “pool” de óleo combustível. Pelo topo da fracionadora, saem as frações mais leves, gases e nafta não estabilizada, que são separadas no tambor de acúmulo de topo. Gases Gasolina VA Gasóleo p/FCC FORNO T~480ºC Resíduo de Viscorredução (quench) V Tanque Decantador • A viscorredução teve sua fase de importância entre os anos trinta e cinqüenta,quando também foi atingida pelo advento do craqueamento catalítico e da destilação a vácuo • Atualmente, é um processo considerado totalmente obsoleto, em face do seu alto custo operacional e de sua baixa rentabilidade Não há, no país, nenhuma unidade em operação,embora uma tenha sido instalada nos primórdios da RPBC , sendo transformada e adaptada para operar como destilação atmosférica.
Compartilhar