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1. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP, Brasil. 2. Faculdade de Medicina de Marília (FAMEMA), Marília, SP, Brasil. Trabalho realizado na Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP), São José do Rio Preto, SP. Brasil. Correspondência: Av. José Munia, 4850. Jardim do Sul. 15090-500 - São José do Rio Preto, SP, Brasil. dionei@cerebroecoluna.com.br RESUMO Objetivo: Analisar pacientes de um hospital terciário com trauma raquimedular que evoluíram com complicações clínicas intra-hospitalares, bem como as variáveis que podem interferir no prognóstico. Métodos: Estudo prospectivo de 321 pacientes vítimas de trauma raquimedular, que coletou dados sobre as seguintes variáveis: idade, sexo, etiologia do acidente, distribuição anatômica, estado neurológico, lesões associadas, complicações clínicas e mortalidade. Foram analisados apenas os pacientes que evoluíram com complicações. Resultados: Foram analisados 72 pacientes (85% do sexo masculino), com média de idade de 44,72 ± 19,19 anos. Esses indivíduos com trauma raquimedular evoluíram com complicações clínicas intra-hospitalares, sendo a maioria do sexo masculino e com idade superior a 50 anos, sendo a principal causa a queda acidental. Além disso, esses pacientes apresentaram maior tempo de permanência hospitalar e risco de evoluir para o óbito. A pneumonia foi a principal complicação clínica. Com relação às variáveis que podem interferir no prognóstico desses pacientes, observa-se que o trauma raquimedular no segmento cervical com quadro sindrômico de tetraplegia e o estado neu- rológico ASIA-A apresenta maior risco de desenvolver complicações clínicas, sendo a pneumonia a mais frequente, assim como maior risco de aumentar a mortalidade. Conclusão: As complicações clínicas secundárias ao trauma raquimedular são influenciadas por fatores demográficos, assim como por características relacionadas com a lesão, interferindo no aumento da mortalidade. Descritores: Traumatismos da medula espinal/complicações; Traumatismo da coluna vertebral; Mortalidade. AbStRAct Objective: To analyze individuals with spinal cord injury who developed secondary clinical complications, and the variables that can influence the prog- nosis. Methods: A prospective study of 321 patients with spinal cord injury. The variables were collected: age, sex, cause of the accident, anatomical distribution, neurological status, associated injuries, in-hospital complications, and mortality only in patients who developed complications. Results: A total of 72 patients were analyzed (85% male) with a mean age of 44.72 ± 19.19 years. The individuals with spinal cord injury who developed clinical complications were mostly male, over 50 years of age, and the main cause was accidental falls. These patients had longer hospitalization times and a higher risk of progressing to death. Pneumonia was the main clinical complication. With regard to the variables that can influence the prognosis of these patients, it was observed that spinal cord injury to the cervical segment with syndromic quadriplegia, and neurological status ASIA-A, have a higher risk of developing pneumonia, the most common complication, as well as increased mortality. Conclusion: Clinical complications secondary to spinal cord injury are influenced by demographic factors, as well as characteristics of the injury contributing to an increase in mortality. Keywords: Spinal cord injuries/complications; Spinal injuries; Mortality. RESUMEN Objetivo: Analizar los pacientes en un hospital de tercer nivel con lesión de la médula espinal que tuvieron complicaciones clínicas, así como las variables que pueden influir en el pronóstico. Métodos: Estudio prospectivo de 321 pacientes con lesiones de la médula espinal, que recopiló datos sobre las siguientes variables: edad, sexo, causa del accidente, distribución anatómica, estado neurológico, lesiones asociadas, complicaciones clínicas y mortalidad. Sólo se analizaron los pacientes que desarrollaron complicaciones. Resultados: Se analizaron 72 pacientes (85% varones) con una edad media de 44,72 ± 19,19 años. Aquellos individuos con lesión de la médula espinal progresaron con complicaciones clínicas intrahospi- talarias, en su mayoría varones y mayores de 50 años, siendo la caída accidental la principal causa. Además, estos pacientes tenían una estancia hospitalaria más prolongada y riesgo de progresar a la muerte. La neumonía fue la principal complicación clínica. En cuanto a las variables que pueden influir en el pronóstico de estos pacientes, se observa que la lesión de la médula espinal en el segmento cervical con cuadro sindrómico de tetraplejía y el estado neurológico ASIA-A aporta un mayor riesgo de desarrollar complicaciones clínicas, siendo la neumonía la más frecuente, así como mayor riesgo de aumento de la mortalidad. Conclusión: Las complicaciones clínicas secundarias a la lesión de la médula espinal se ven afectadas por factores demográficos, así como por las características relacionadas con la lesión, que influyen en el aumento de la mortalidad. Descriptores: Traumatismos de la médula espinal/complicaciones; Traumatismos vertebrales; Mortalidad. PREDITORES DE COMPLICAÇÕES CLÍNICAS EM PACIENTES COM TRAUMA RAQUIMEDULAR PREDICTORS OF CLINICAL COMPLICATIONS IN PATIENTS WITH SPINOMEDULLARY INJURY PREDICTORES DE COMPLICACIONES EN PACIENTES CON TRAUMA RAQUIMEDULAR Artigo originAl/originAl Article/Artículo originAl Dionei FreitAs De MorAis1, João siMão De Melo neto2, Antonio ronAlDo spotti1, WAlDir Antonio tognolA1 Recebido em 15/11/2013, aceito em 07/03/2014. INtRODUÇÃO Traumatismo raquimedular (TRM) é uma das principais causa de morbimortalidade, caracterizada por danos na medula espinal, que resulta em sequelas, permanente ou transitória, nas funções sensitiva, motora, e autônoma.1-4 Desta forma, requer maior conhecimento das complicações clínica secundárias, para que se possa intervir nestes pacientes, de forma eficaz, a fim de obter um melhor prognóstico. A alta incidência de complicações nestes pacientes vem sendo alvo http://dx.doi.org/10.1590/S1808-18512014130200404 Coluna/Columna. 2014; 13(2):139-42 140 de estudos5,6 principalmente pelo alto custo econômico do trata- mento e da taxa de mortalidade.7,8 Porém, os estudos são focados principalmente em complicações específicas,9-11 ou a longo prazo.12 O objetivo deste estudo foi analisar pacientes com TRM que evoluíram com complicações clínicas intra-hospitalar, e as variáveis que podem interferir no prognóstico, em um hospital terciário. MÉtODOS Estudo descritivo, prospectivo e randomizado, realizado no Hos- pital de Base de São José do Rio Preto (SP), Brasil, sendo centro de referência terciário da região noroeste do estado de São Paulo, Brasil, durante o período de janeiro de 2008 à junho de 2012. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de Rio Preto – FAMERP, sob o protocolo nº 4823/2009. Foi adotado como critério de inclusão possuir TRM com diag- nóstico médico, confirmado por exame de imagem. Foram excluí- dos os pacientes tratados somente na emergência e que receberam alta na sequência ou morreram durante admissão, ou ainda que não evoluíram com complicações na fase intra-hospilar. A amostra foi de 321 pacientes vítimas de TRM, acompanhados durante o período de internação e as variáveis analisadas foram catalogadas em banco de dados. As variáveis estudadas foram: idade, sexo, etiologia do acidente, distribuição anatômica, status neurológico, lesões associadas, complicações clínicas e mortali- dade. Foram analisadas apenas as variáveis de 72 pacientes que evoluíram com complicações clínicas intra-hospitalar. A distribuição anatômica do TRM foi caracterizada em cinco regiões anatômicas: Cervical alta (C0-C2), cervical baixa (C3-C7), torácica (T1-T10), transição tóraco-lombar (T11-L2) e lombo-sacra (L3-S1). O status neurológico foi avaliado de acordocom a esca- la da American Spine Injury Association (ASIA),1 sendo divididos em três grupos: ASIA-A (pacientes com déficit sensitivo e motor completo), ASIA-B/C/D (pacientes com déficit sensitivo e motor incompleto), e ASIA-E (pacientes sem déficit sensitivo e motor). Os dados foram analisados por meio de cálculos de estatística descritiva e inferencial. Os resultados foram expressos em média, des- vio padrão, frequências absoluta e relativa. Foram utilizados os testes: Mann-Whitney para comparar tempo médio de internação; e o risco relativo (RR) entre as variáveis com teste exato de Fisher´s. O nível de significância adotado foi p ≤ 0,05. A análise estatística foi realizada no programa Instat (versão 3.0; GraphPad, Inc., San Diego, CA, USA). RESULtADOS Dos 321 pacientes, 72 foram analisados, sendo 85% do sexo masculino. A média de idade dos pacientes com TRM foi 44,72 ± 19,19 anos. Os pacientes com mais de 50 anos de idade foram mais suscetíveis a complicações associadas ao TRM no período intra-hospitalar. (Figura 1) As principais causas de TRM que evoluíram com complicações foram, em ordem de prevalência, queda acidental (31,9%), acidente automobilístico (29,2%) e com motocicleta (18%), esportes (6,9%), mergulho (6,9%) ferimento por arma de fogo (4,3%), e outras (2,8%). Com relação à distribuição anatômica houve 76 segmentos lesionados, sendo que quatro pacientes apresentaram duas regiões afetadas. As lesões atingiram sucessivamente as regiões: cervical inferior (43,5%), transição tóraco-lombar (23,7%), torácica (19,7%), cervical alta (9,2%) e lombo-sacra (3,9%). Ocorreram 142 lesões vertebrais, sendo que 44,4% dos pacientes apresentaram duas lesões, 12,5% apresentaram três, 5,6% apresenta- ram quatro, e 2,8% apresentaram cinco lesões, os demais pacientes (n=25; 34,7%) apresentaram apenas uma lesão. As vértebras mais lesionadas foram C6, C5, C4, C3 e T12, respectivamente. (Figura 2) Em relação ao quadro sindrômico na admissão dos pacientes foram encontrados, por ordem de prevalência, tetraplegia (31,94%), paraplegia (19,44%), dorsalgia (15,28%), paraparesia (11,11%), cer- vicalgia (11,11%), tetraparesia (5,56%), cervicalgia com parestesia (2,78%), e coma (2,78%). Ocorreram 117 complicações clínicas entre os 72 pacientes, sendo que 25 pacientes apresentaram duas, e 10 apresentaram três complicações. A mais prevalente foi a pneumonia em 41,7% dos pacientes, seguida por infecção do trato urinário (25%), atelectasia (8,3%), choque hipovolêmico (6,9%) e sepse (6,9%). (Tabela 1) Trinta e dois pacientes apresentaram algum tipo de lesão as- sociada. Destes, 53,1% dos pacientes apresentaram uma lesão, 28,1% apresentaram duas, e 18,8% apresentaram três lesões associadas. A mais frequente foi TCE em 18,06% dos pacientes, seguida por trauma de tórax (13,89%). (Tabela 1) O tempo médio de internação (22,13 ± 23,11 dias) dos pacien- tes com complicações foi significativamente (p<0.0001) maior do que os demais (7±8,15 dias). Logo, o status neurológico ASIA-A foi o mais prevalente entre os pacientes com TRM que tiveram complicações durante a fase intra-hospitalar, (Figura 3) sendo que destes 25% evoluíram com óbito. Figura 1. Distribuição dos pacientes por faixa etária. Figura 2. Distribuição das 142 lesões por segmentos vertebrais. C1 - 0.7% C2 - 4.2% C3 - 7% C4 - 7.7% C5 - 14.1% C6 - 15.5% C7 - 5.6% T1 - 0.7% T3 - 0.7% T4 - 2.8% T5 - 2.1% T6 - 3.5% T7 - 2.8% T8 - 2.1% T9 - 4.9% T10 - 2.8% T11 - 5.6% T12 - 7% L1 - 4.2% L2 - 2.8% L3 - 1.4% L4 - 0.7% L5 - 0.7% Cervical alta Cervical inferior Torácica Transição tóracolombar Lombo-sacral >60 51-60 41-50 31-40 21-30 0-20 Id ad e (a no s) Pacientes 0 5 10 15 20 Coluna/Columna. 2014; 13(2):139-42 141 PREDITORES DE COMPLICAÇÕES CLÍNICAS EM PACIENTES COM TRAUMA RAQUIMEDULAR Pacientes com mais de 50 anos apresentaram 1,47 mais risco de ter complicação clínica (p=0,045). Homens possuíram 2,16 mais riscos (p=0,004) que mulheres, e pacientes com TRM que sofreram trauma de tórax possuíram duas vezes mais risco (p=0,041) de desenvolver complicações, que indivíduos com TCE. Indivíduos com status neurológico ASIA-A apresentaram 4,93 mais risco de desenvolver complicações que os com ASIA-E. Além disso, pa- cientes com complicações clínicas tiveram 3,947 mais risco de mortalidade (p<0,0001). O desenvolvimento da complicação clínica pneumonia teve o risco aumentado em: lesões na região cervical inferior (RR=2,14; p<0,0001); em indivíduos com lesão associada de trauma de tórax (RR=4,39; p=0,006); quadro sindrômico de tetraplegia (RR=13,77; p<0,0001); e no status neurológico ASIA-A (RR=8,94; p<0,0001). Logo, pacientes com PNM associada ao TRM apresentaram 9,77 mais risco de ir a óbito (p<0,0001). Tabela 1. Distribuição das complicações e lesões associadas entre os 72 pacientes. Frequência absoluta (n=72) Frequência relativa (%) Complicação (n=117) Atelectasia 06 8,33 Choque hipovolêmico 05 6,94 Escara 03 4,17 Hemotórax 03 4,17 Infecção de ferida operatória 03 4,17 Infecção do trato urinário 18 25,00 Insuficiência respiratória 04 5,55 Instabilidade tardia 04 5,55 Pneumonia 30 41,67 Sepse 05 6,94 Outros* 36 50,00 Lesão associada (n=53) Couro cabeludo 03 4,17 Fratura de bacia 03 4,17 Fratura de clavícula 03 4,17 Fratura de arcos costais 04 5,55 Fratura de MMII 04 5,55 Fratura de MMSS 03 4,17 Traumatismo craniencefálico 13 18,06 Trauma de face 04 5,55 Trauma de tórax 10 13,89 Outros* 06 8,33 * Representam diagnósticos em um ou dois pacientes para cada complicação ou lesão associada. Amostra; A; 37; 51% Coma persistente; 3% Amostra; B; 4; 6% Amostra; C; 8; 11% Amostra; D; 2; 3% Amostra; E; 19; 26% Figura 3. Distribuição dos pacientes conforme status neurológico, classificados por meio da escala de ASIA. DIScUSSÃO Este estudo buscou analisar pacientes com TRM que evoluíram com complicações no período de internação e as variáveis que interferiam no prognóstico. Observou-se que homens têm mais risco de desenvolver complicação, assim como indivíduos acima de 50 anos de idade, e que sofrem queda acidental, além disso, existe aumento no tempo de internação e no risco de óbito nestes indivíduos. Ainda, a pneumonia foi a principal complicação sendo influenciada por diversas variáveis, aumentando em quase 10 vezes o risco de óbito. Os homens apresentaram mais risco de desenvolver complica- ções clínicas. Não foram encontradas pesquisas que justifique o resultado encontrado, porém uma possível explicação é o fato do TRM ser mais prevalente neste sexo, conforme vários estudos.13-17 Foram encontrados na literatura estudos em indivíduos com TRM que demonstram que a idade aumenta o risco de complicações18 e que esta associada ao risco de queda acidental.19 Os resultados deste estudo confirmam os dados anteriormente demonstrados. Desta forma, a idade é um fator determinante para o prognóstico nestes pacientes. Pacientes com TRM que apresentaram complicações tiveram aumento do tempo de permanência hospitalar. De acordo com Santos et al.6 as principais complicações são infecções do trato respiratório, como a pneumonia. As complicações respiratórias estão associadas ao aumento do tempo de internação, de custo financeiro hospitalar,7 e mortalidade,8 assim, têm sido foco de vários estudos.20-23 Desta forma, pode-se intervir de forma direta nesta principal complicação, a fim de melhorar o prognóstico destes pacientes. Berneu et al.24 encontraram que a fisioterapia intensiva e o desmame ventilatório precoce, reduzem signifi- cativamente o tempo de internação e os custos hospitalares nestes pacientes. O risco de desenvolver pneumonia foi maior em indivíduos com lesão cervical, trauma de tórax, quadro sindrômico de tetra- plegia, e status neurológico ASIA-A, além disso, estes pacientes apresentaram maior risco de mortalidade. DeVivo et al.25 encon- traram que a pneumonia é a principalcausa de óbito nestes indi- víduos, além disso há relato na literatura26 que esta complicação é independente do uso de ventilação mecânica. A pneumonia pode ser secundariamente causada pela paralisação do diafrag- ma (inervação C3-C5), além de uma redução da funcionalidade de outros músculos acessórios, alterando a função pulmonar. Ainda, um possível desequilíbrio no sistema nervoso autônomo, secundário ao TRM, pode hipertrofiar as vias aéreas e resultar em hipersecreção pulmonar.27 De acordo com Kawu et al.28, os fatores de risco associados com mortalidade após TRM são idade, escala de coma de Glasgow inferior a nove, lesão na coluna cervical, e lesão neurológica com- pleta, deste modo, corroborando com os resultados encontrados neste estudo. cONcLUSÃO Pacientes vítimas de TRM que evoluíram com complicações clínicas são na maioria do sexo masculino, com idade maior que 50 anos, e a principal causa foi queda acidental. Além disso, apre- sentaram maior tempo de internação hospitalar e risco de óbito. A pneumonia foi a principal complicação clínica e foi relacionada com envolvimento do segmento cervical, quadro sindrômico de tetraple- gia, e status neurológico ASIA-A, assim aumentando a mortalidade. Conclui-se que as complicações clínicas secundárias ao TRM são influenciadas por fatores demográficos, assim como por caracte- rísticas relacionadas ao nível e a gravidade da lesão neurológica, influenciando na sobrevida dos pacientes. Todos os autores declaram não haver nenhum potencial conflito de interesses referente a este artigo. Coluna/Columna. 2014; 13(2):139-42 142 REFERÊNcIAS 1. Ditunno JF, Young W, Donovan WH, Creasey G. The international standards booklet for neurological and functional classification of spinal cord injury. American Spinal Injury Association. Paraplegia. 1994;32(2):70-80. 2. Waters RL, Adkins RH, Yakura JS. Definition of complete spinal cord injury. Paraplegia. 1991;29(9):573-81. 3. Moore AJ, Newell DW, editors. Neurosurgery principles and practice. 5th ed. 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