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Prévia do material em texto

Planejamento Visual 
e Gráfico
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Antonio Lucio Rodrigues Assiz
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Luciene Oliveira da Costa Granadeiro
Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
• Artes Gráficas e sua Evolução: dos Processos 
Artesanais aos Digitais;
• Notícias para Ver;
• Planejamento Visual Gráfico nos Jornais Brasileiros 
– 4 Momentos;
• Análise Morfológica de Jornais.
• Compreender a evolução das artes gráfi cas no jornalismo e a importância da 
adequação do projeto visual gráfi co ao conteúdo e ao público;
• Conhecer os principais momentos da produção gráfi ca no jornalismo no Brasil;
• Desenvolver a criatividade e a visão jornalística no layout da página impressa.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Linguagem Jornalística 
e Planejamento Visual
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
Artes Gráficas e sua Evolução: 
dos Processos Artesanais aos Digitais
É muito bom pegar um jornal bonito, organizado, que apresente uma leveza no 
seu layout, não acha? Talvez você não tenha imaginado que para fazer um bom jor-
nal seja preciso entender de artes gráficas. Mas precisa! Fazer um bom jornal prevê 
o domínio do jornalismo, da linguagem e do suporte, saber distribuir na página título, 
texto, foto entre outros elementos para que tudo fique compreensível e fácil de ler. 
Todo o conhecimento desta unidade lhe ajudará a entender a relação entre conte-
údo e forma, um aprendizado necessário para produzir jornais e muitos outros pro-
dutos informativos impressos ou eletrônicos que tenham uma tela de visualização. Na 
TV, monitor de computador, tela de celular, em qualquer desses dispositivos há um 
conceito de um layout, um desenho com as informações disponíveis, seja o design 
do site, de uma vinheta, caracteres, gráficos, ou qualquer outro elemento visual.
Para compreender melhor o uso atual das técnicas de desenhar os espaços 
visuais de um jornal impresso, vamos propor um rápido percurso evolutivo rela-
cionando alguns momentos tecnológicos ao jornalismo. Dessa forma, você poderá 
entender melhor que o “fazer jornal” está diretamente dependente das transforma-
ções tecnológicas.
O jornalismo – como o conhecemos, ou seja, como um serviço de divulgar os 
acontecimentos do cotidiano, uma atividade realizada por profissionais (jornalis-
tas) – é uma função recente, ainda mais se comparado à história das artes gráfi-
cas. Segundo Lage (2001) e Marcondes (2002), podemos marcar o surgimento da 
profissão, com um papel bem definido de “cão de guarda” da sociedade, após a 
Revolução Francesa (final do século XVIII), mas ambos registram que bem antes, no 
início do século XVII, já começam surgir os primeiros periódicos na Europa. Para 
Marcondes, o período de quase 200 anos (início do século XVII – final do XVIII) é 
considerado a pré-história do jornalismo. 
Para entender melhor a evolução das artes gráficas, ainda é preciso citar Johnanes 
Guttenberg, o chamado “pai da imprensa”, o alemão que inventou a prensa de tipos 
móveis, mecanizando a produção de impressos e produzindo o primeiro exemplar 
da Bíblia em 1439. Para muitos, a invenção de Guttenberg foi a mais importante do 
segundo milênio, pois, além de colocar as bases para a Revolução Industrial, permitiu 
a divulgação do conhecimento em larga escala, beneficiando toda a humanidade. 
Como se vê, muitas inovações ocorreram nos processos de impressão de símbo-
los em superfícies que pudessem ser interpretados no futuro. Em relação aos tipos 
móveis – símbolos entalhados em madeira –, também há registros de que na China, 
no ano de 1040, houve experiências com o uso desse recurso de “carimbar” os 
ideogramas em superfícies. Se quisermos olhar ainda mais para trás, uns 30 mil 
anos, podemos visitar as pinturas rupestres, um registro de que nossos ancestrais 
criavam símbolos como representações do cotidiano. 
8
9
Como o nosso objetivo é entender as transformações no jornalismo, vamos nos 
ater aos avanços e impactos nessa atividade após o século XVII, quando surgem 
os primeiros jornais, ainda no período que decidimos chamar de Pré-história do 
Jornalismo. Segundo Marcondes (2002), nessa etapa do jornalismo (séculos XVII – 
XVIII), tudo era muito artesanal, produzido por um único profissional e a estrutura do 
jornal ainda era muito semelhante à estrutura do livro. O conteúdo dos jornais eram 
avisos de desastres, mortes, seres deformados, coisas espetaculares para a época. 
Após as transformações vividas na Europa, principalmente a Revolução France-
sa, surge o primeiro jornalismo (final do século XVIII até metade do século XIX), 
apoiado em uma prática ainda artesanal, mas com uma função mais clara em que 
a razão e reflexão são mais presentes. O jornal ainda era produzido com os tipos 
móveis montados manualmente na estrutura metálica que imprimiria (carimbava) 
as páginas. As tiragens ainda eram pequenas, mas estavam crescendo e a organi-
zação do jornal já era composta por profissionais com funções distintas.
A chegada da linotipo (1884) marca uma grande transformação tecnológica 
com muitos impactos na sociedade e no jornalismo. A montagem manual dos tipos 
passa a ser realizada mecanicamente por uma máquina e milhares de profissionais 
são dispensados da atividade, o que gera grandes conflitos sociais. Mas o jornalis-
mo se beneficia dessa nova tecnologia com mais agilidade na produção de jornais, 
e inaugura a partir daí o Segundo Jornalismo (final do século XIX e início do sé-
culo XX), com explosão de tiragens, crescimento da redação e fundamentação de 
conceitos técnicos e teóricos como a neutralidade e o “furo” de reportagem. É o 
período definido por Marcondes como Época da Imprensa de Massa.
As linotipos vão “povoar” os jornais do mundo inteiro até por volta dos anos 
1980, mas, naquela época, outra transformação estava em curso desde o início 
do século XX e vai impactar muito o jornalismo: a fotografia. A técnica de “es-
crever com a luz” (foto + grafia) mudou a forma de fazer jornalismo, inserindo a 
fotografia, a representação icônica na narrativa das notícias. Nas artes gráficas, 
ou seja, a produção industrial do jornal impresso, esse impacto tambéminaugu-
rou novos processos com a fotocomposição, abandonando a principal herança de 
Guttemberg, a prensa de tipos móveis. 
De acordo com Marcondes (2002), o século XX marca o início do Terceiro Jor-
nalismo, com forte influência da imagem da fotografia, do cinema, da publicidade 
e relações públicas.
A chegada dos computadores no processo de produção do jornal marca novas 
transformações (na verdade, revoluções) no jornalismo. Com processos informatizados 
na redação e produção gráfica, os jornais impressos adotam o uso de cores e a fotogra-
fia em todas as páginas. Tratamento de fotos, uso de cor e intervenções artísticas no 
layout passam a ser realizadas no computador com profissionais da redação do jornal, 
agilizando o tempo de fechamento do jornal e impressão. Iniciado por volta de 1970 
(MARCONDES, 2002), o Quarto Jornalismo tem como referência a velocidade pro-
vocada inicialmente pela informatização da redação, seguida pela comunicação em 
rede, possibilitando captação, apuração, redação e publicação de conteúdos com muita 
9
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
agilidade. Também ocorre o barateamento da produção e a aproximação do produtor 
(repórter) com o leitor, agora também produtor de conteúdo.
As tecnologias de impressão de jornais também evoluíram na virada do milênio e a 
impressão digital é uma realidade possível. Embora grandes empresas jornalísticas ainda 
utilizem a impressão chamada Offset, analógica, principalmente devido às suas grandes 
tiragens e quantidade de páginas, sistemas de impressão digital em grandes formatos 
já estão disponíveis e com custos em queda, o que permitirá, em um breve intervalo 
de tempo, a impressão do exemplar personalizado do jornal do dia. Isso quer dizer que 
será possível ter um jornal com conteúdos específicos para cada perfil de leitor.
Notícias para Ver
É bastante comum ouvir que estamos vivendo a “Era da Imagem”, pois a ima-
gem tem conquistado uma atenção do público cada vez maior na atualidade, se-
guramente por causa da presença dos meios de comunicação de massa. Isso quer 
dizer que, atualmente, a apresentação visual dos produtos jornalísticos é um forte 
critério de escolha de consumo do público. Mas é verdade que, há muito tempo, 
já se percebeu que a forma de apresentação dos conteúdos na página do jornal é 
decisiva. Ter as notícias bem organizadas na página é importante para facilitar a 
leitura e compreensão e também para seduzir o leitor, que, lá no passado, já esco-
lhia na banca, o jornal mais atraente para ler.
O sucesso editorial de um jornal depende de conteúdo, notícias, análises, in-
formações presentes na edição e forma como estão apresentados para chamar a 
atenção, destacar aquilo que precisa ser lido primeiro do que o restante que pode 
ser observado em seguida, ou eventualmente deixado de lado. Técnicas de hierar-
quizar as notícias são fundamentais para o jornal, assim como manter harmonia 
estética em cada elemento informativo, seja uma foto, um título, legenda, linha 
fina, selo, chapéu, fio-data, ou qualquer outro elemento da página. 
A hierarquização do conteúdo orienta o leitor a compreender aquilo que para o edi-
tor do jornal (e para o leitor) é o mais relevante. Para o jornalismo, matérias que estão 
no topo das páginas são as mais importantes, e normalmente têm mais textos do que 
as outras distribuídas na página, têm fotos maiores e título também ocupando maior 
quantidade de colunas. Isso é hierarquizar, é distribuir na página as notícias respeitando 
uma referência de valor que aparecerá no tamanho da notícia e foto/gráfico. 
Ao desenhar uma página de jornal, o diagramador coloca os conteúdos nas áre-
as necessárias e os organiza para que eles não se misturem, sempre respeitando 
a hierarquia entre eles. O bom desenho de página mantém blocos de informações 
mais ou menos separados uns dos outros, por exemplo, uma notícia tem um texto 
com seu título, sua linha-fina, sua foto (às vezes não tem foto). Esse conjunto forma 
uma unidade informativa (a notícia) e por isso os seus elementos estão bem próxi-
mos. A outra notícia da página forma um outro bloco e os elementos estão próxi-
mos entre si e um pouco mais longe da notícia anterior. Essa é uma regra básica 
10
11
do design, segundo Willians (1995), a proximidade, ou seja, aproximar o que tem 
interdependência e distanciar o que é outra informação. Imagine como é impor-
tante essa regra para que o leitor não confunda o título de uma notícia com outra 
próxima, ou da página ao lado. Lembre-se de que sempre é mais seguro formar 
blocos com o título por cima “protegendo” todos os outros conteúdos da notícia.
Se o jornalismo é a arte de explicar os acontecimentos, é preciso ter um bom desenho das 
notícias para que se cumpra com brilhantismo essa tarefa, não acha?Ex
pl
or
O planejamento visual gráfico tem a função de criar o desenho do jornal, orien-
tando a distribuição dos conteúdos – notícias, análises, prestação de serviços – para 
construir um jornal bonito, sedutor (atraente) e fácil de ler e compreender as infor-
mações. É uma disciplina que exige muita criatividade, ousadia e clareza do papel 
do jornalismo e mostra como é possível somar na tarefa de bem informar o leitor.
O profissional responsável pelo planejamento visual gráfico do jornal –diagra-
mador, artista gráfico, produtor gráfico ou designer – cria padrões, referências 
estéticas, testa possibilidades e desenha um projeto gráfico com as regras esta-
belecidas por ele e aprovadas pelos responsáveis pelo jornal. A partir daí, o dia-
gramador desenha cada edição de acordo com as notícias do dia, mas mantendo 
regras permanentes como largura de coluna, tipo de letra, tamanho de títulos para 
os destaques etc. Dessa forma, o jornal apresenta uma solução gráfica para cada 
edição com as notícias do dia, sem perder a identidade visual tão necessária para 
ser reconhecido pelo leitor.
Na era de “notícias para ver” é fundamental ter jornais que apresentem belos 
desenhos em suas páginas formados por fotografias, blocos de textos, gráficos e 
áreas em branco, como se o jornal fosse um belo quadro produzido por um talen-
toso ou uma talentosa artista. Nesse caso, você.
Planejamento Visual Gráfi co nos 
Jornais Brasileiros – 4 Momentos
Os primeiros jornais eram produzidos artesanalmente, o que significava um pro-
cesso demorado e com poucos recursos tecnológicos. A grande novidade era ter 
a matriz sólida montada com os tipos móveis de Gutttenberg. A montagem das 
linhas de textos contendo as mensagens e notícias era uma operação básica muito 
limitada. Mesmo assim, é possível identificar um senso estético muito desenvolvido 
aplicado nas páginas do jornal daquela época, o que quer dizer que, quando nascia 
o jornal periódico, já existia um domínio de princípios de design. Diante disso, 
podemos deduzir que o avanço tecnológico era o resultado também de buscas de 
profissionais da época.
11
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
Páginas jornal Nieuwe Tijdinghen, em 1605. Disponível em: https://goo.gl/5y1Ljo
Ex
pl
or
Ainda sem títulos destacados e fotos, 
mas com textos que seguiam um alinha-
mento por toda a área da página, os pri-
meiros jornais demonstravam o conceito 
do design presente nos elementos como 
nome da publicação (logotipo), enfeites 
e adornos, arejamento e divisão equâni-
me de colunas, quase sempre separadas 
por um fio. Essas referências são identi-
ficadas entre os primeiros jornais, ainda 
no século XVII, como o pioneiro Nieuwe 
Tijdinghen, em 1605 (Antuérpia-Bélgi-
ca), o jornal francês (Gazette de France – 
exemplar de 26/12/1786), entre outros.
Em um extenso resumo histórico-cro-
nológico da imprensa no mundo, o jorna-
lista e escritor Francisco Canteiro (1992) 
relaciona os primeiros jornais impressos: 
• 1605: Aparece na Bélgica o pri-
meiro jornal com o título de Nieuwe 
Tyjdinghen, de circulação semanal;
• 1620: É construído o prelo holandês, por Wilhelm Janzson Blaew, que apre-
sentou muitas inovações emrelação àquele encomendado por Guttenberg ao 
torneiro Conrado Spaach, calcado nas prensas utilizadas na época para espre-
mer uvas. [...];
• 1622: Surgem os primeiros anúncios em publicações periódicas inglesas, nos 
Corantos, editados por Thomas Archer, o qual, quatro anos depois, publicou 
também o Mercurius Brittanicus;
• 1631: Aparece o primeiro jornal periódico da França chamado Gazette de 
France, editado por Theophraste Reanudot, considerado o criador da impren-
sa desse país. [...];
• 1642: D. João IV proíbe a publicação das chamadas gazetas gerais, em Por-
tugal, sob a alegação de noticiarem fatos nem sempre verdadeiros;
• 1643: Surge o primeiro jornal sueco denominado Gazeta Ordinária do Correio;
• 1644: Publica-se a Aeropagitica, de Milton, considerada a primeira defesa 
transcendente sobre a liberdade de Imprensa. [...];
• 1663: Também na Dinamarca surge o jornal denominado Gazeta Sema-
nal Europeia. [...];
Figura 1
Fonte: Wikimedia Commons
12
13
• 1702: Aparece o primeiro jornal diário inglês, o Daily Courant;
• 1703: Surge o primeiro jornal da Rússia, autorizado por Pedro “O Grande”, 
denominado Gazeta de Moscou. [...];
• 1725: William Bradford publica o primeiro jornal de Nova Iorque, o New 
York Gazette. [...]
• 1808: Publica-se em Londres o [hoje considerado o primeiro] jornal brasileiro 
Correio Braziliense (ou “armazém literário”), dirigido por Hipólito José da 
Costa Pereira Furtado de Mendonça. Em 10 de setembro de 1808 publica-se 
a Gazeta do Rio de Janeiro, órgão de caráter oficial. [...] (CANTERO, 1992, 
p. 331.).
 
Figura 2
Fonte: geledes.org.br
Jornal Gazeta do Rio de Janeiro, em 1808. Disponível em: https://goo.gl/kosCfM 
Ex
pl
or
Mesmo com pouquíssimos recursos gráficos disponíveis, os jornais apresenta-
vam uma estética bastante atraente, o que revela muita dedicação e talento dos 
profissionais – os tipógrafos – no domínio das artes gráficas e do design. O tipos 
móveis realmente permitiram um grande avanço na produção dos impressos, foi 
a condição determinante para o surgimento dos jornais, mas ainda representavam 
um processo artesanal e bastante lento de composição dos textos na página.
13
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
As páginas dos jornais eram impressas a partir de uma matriz sólida (grande ca-
rimbo) com os tipos em alto-relevo que era construída pelos trabalhadores que atua-
vam nas tipografias e vendiam sua mão de obra para compor textos e páginas. Esses 
operários eram chamados de “caixistas” porque tinham a habilidade de selecionar 
os tipos das caixas e colocá-los no dispositivo formando as linhas compostas. Com 
o surgimento de novos jornais e o crescimento do setor, nascia a grande categoria 
profissional dos gráficos, abrangendo os caixistas, seus auxiliares e os tipógrafos. 
As tecnologias gráficas continuaram em processo de aprimoramento duran-
te mais de um século, quando, em meados do século XIX, surgem os primeiros 
sistemas de impressão por cilindros, chamados posteriormente de Offset, o que 
leva a uma melhora da qualidade gráfica do impresso. A partir de então, a matriz 
não “carimbava” a página em branco, mas um cilindro de borracha que, por sua 
vez, “carimbava” o papel. Mas a grande transformação surge no final do século 
XIX, por volta de 1884, quando o alemão radicado nos Estados Unidos Ottmar 
Mergenthaler apresentou ao mundo a máquina de composição Linotype – aquela 
que Thomas Edison considerou ser a “oitava maravilha do mundo”. A máquina 
mecanizava todo o sistema de seleção dos tipos móveis e criação das linhas e textos 
compostos. O processo que era desenvolvido por horas de trabalho manual passa-
va a ser realizado pela máquina, o que provocou um grande conflito social com o 
desaparecimento de uma função até então crucial para a produção de jornais e o 
desemprego em massa dos “compositores caixistas”, que precisaram se requalificar 
para atuar como “compositores linotipistas”, em menor quantidade, já que cada 
linotipo suprimia a atuação de 2 caixistas.
Assista ao filme From hot metal to cold type – Da composição a quente à fotocomposi-
ção a frio (filme em inglês). https://goo.gl/8dZUiYEx
pl
or
O grande impacto vivido nas artes gráficas com a mecanização da composição 
(linotipo) vai encontrar semelhança em dois outros momentos de inovação tecno-
lógica, a chegada dos computadores (sistemas de processamento eletrônico 1970 
a 1990) e a informatização (pós 1990).
O final do século XIX e o início do XX marcam o grande crescimento de impren-
sa, com processos mecanizados, impressoras rotativas com elevada capacidade 
de impressão, a industrialização em ritmo acelerado e consequente urbanização 
das sociedades. O jornalismo entrava na fase da “imprensa de massa” com as 
“tiragens-monstro” dos jornais. 
A produção de jornais avançava e estratégias de conquistar públicos impulsiona-
vam a busca por melhorar a qualidade de impressão e design. O processo de im-
pressão criado por Guttenberg já tinha sido aperfeiçoado, mas ainda deixava muito 
a desejar na qualidade final. O alinhamento dos caracteres, a quantidade de tinta 
no papel e as dificuldades para a variação e uso de outros recursos representavam 
uma barreira para um melhor jornal. Veja, na ilustração a seguir, uma ampliação 
14
15
de um texto do jornal Correio Braziliense, impresso com tipos móveis, em 1817, 
e observe as imperfeições:
Figura 3
Fonte: Wikimedia Commons
O jornalismo se beneficiou da agilidade conquistada com linotipos, o que per-
mitiu a redução do tempo entre o fechamento da notícia, a impressão e a leitura 
do jornal. Com mais velocidade no processo, os jornais conseguiram aumentar a 
quantidade de páginas e conteúdo, o que significou mais profissionais (jornalistas) 
atuando e maior presença no cotidiano das pessoas. Nas ilustrações abaixo, você 
poderá observar que os jornais estão em franca expansão, mas perceberá também 
a necessidade de melhorar as tecnologias e o layout dos jornais. Veja a primeira 
edição do jornal A Província de São Paulo, de 4 de janeiro de 1875 (alguns anos 
mais tarde, 1890, passará a O Estado de S. Paulo). 
Note que a massa de texto é extremamente pesada para os dias de hoje, mas 
representava um layout moderno para a época. Mesmo assim, havia o tratamento 
mais destacado no logotipo e em algumas áreas específicas da página. Na página 
de anúncios publicitários (Figura 5, na edição do mesmo dia, página 4), havia um 
maior cuidado com o design do conteúdo.
Figura 4 – Primeira edição do jornal A Província de São Paulo
Fonte: Acervo Estadão
Figura 5 – Página de anúncios publicitários
Fonte: Acervo Estadão
15
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
Ainda longe do ideal, o layout acima já apresenta o uso de tipos diferenciados, 
molduras e outros recursos para tornar a página e seu conteúdo mais atraente. 
Veja outros dois exemplos do Jornal Gazeta de Notícias, de 1888. 
Figura 6 – Edições do Gazeta de Notícias
Fonte: unifal-mg.edu.br
Com muitas notícias diariamente, os jornais não conseguiam produzir layouts 
sofisticados e recorriam para as notícias sequenciais em colunas (esquerda). Ape-
nas em edições especiais (direita), havia um maior cuidado com os destaques. Isso 
demonstra que os profissionais tinham domínio das técnicas de planejamento visual 
gráfico e design como alinhamento, contraste visual, hierarquia, entre outras, mas 
havia uma grande dificuldade de aplicá-las no cotidiano.
Os jornais brasileiros seguiram durante a primeira metade do século XX por 
um estilo conservador, muito carregado de textos, linhas (fios) separando colunas, 
com pouca exploração do design, até a década de 1950, quando os jornais Diário 
Carioca, Última Hora e Jornal do Brasil mudam radicalmente a história e realizam 
uma verdadeira revolução em termos de design e conteúdo dos jornais. Os motivos 
que levaram os três jornais citados a conquistarem o protagonismo de um novo 
planejamento visual foram diversos, mas não podemos desprezar a chegada da 
televisãocomo um fator que os obrigou a pensar uma comunicação que valorizasse 
mais a imagem. 
Cronologicamente, a primeira novidade veio em maio de 1950, quando o Diário 
Carioca (DC) faz uma profunda renovação editorial muito importante para o jornalis-
mo. Sob o comando de Dantom Jobim, o DC foi o pioneiro a introduzir no Brasil as 
técnicas de lead e sublead, acabou com as longas aberturas de texto totalmente des-
necessárias, adotou regras de redação mais populares e menos eruditas, propondo, 
16
17
por exemplo, escrever “fulano mora na rua x”, em vez de “mora à rua x”, entre 
outras mudanças. 
No ano seguinte, em 12 de junho de 1951, começa a circular o famoso Última 
Hora (UH) do jornalista Samuel Wainer. O UH nascia com um design moderno, 
assinado pelo artista gráfico argentino Andrés Guevara, com títulos e manchetes 
bem destacados, fotos e uso sofisticado das técnicas de contraste visual, arejamen-
to, entre outras. Era uma publicação nova, alinhada ao governo de Getúlio Vargas 
e que, no auge, chegaria a publicar mais de 300 mil exemplares diários. No dia em 
que Getúlio suicidou-se, o jornal tirou 700 mil exemplares. 
Figura 7 – Diário Carioca, 30 de maio de 1950
Fonte: Acervo Estadão
Figura 8 – Jornal Última Hora – 24 de agosto de 1954
Fonte: Acervo Estadão
Se o Diário Carioca era um jornal regional, ainda que a sede do governo estives-
se no Rio de Janeiro, ele não tinha pretensões de circular em todo o território na-
cional, o Última Hora estava nascendo e, portanto, ainda não era tão influente no 
cenário nacional. Nesse sentido, as inovações apresentadas por esses jornais tive-
ram um grande impacto no jornalismo, mas a maior revolução seria sentida quando 
o tradicional Jornal do Brasil resolveu fazer a sua reforma gráfica e editorial.
A reforma visual-gráfica do prestigiado Jornal do Brasil, realizada no final da 
década de 1950, prolongou-se por cerca de quatro anos e serviu de diretriz para 
muitos outros veículos brasileiros. O novo projeto visual-gráfico foi idealizado pelo 
artista plástico Amílcar de Castro, que desenhou um jornal mais organizado, areja-
do e fácil de ler. Na época, o JB ainda sofria de um certo caos na distribuição dos 
conteúdos com publicidade confundindo-se com jornalismo, excesso de elementos 
visuais entre outros problemas. A reforma coloca o JB como pioneiro em planejar 
17
UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
a edição antecipadamente, inclusive em seu aspecto visual. Reduziu o espaço da 
publicidade (principalmente na capa) e organizou o conteúdo noticioso em blocos. 
Padronizou títulos e textos com uma única família de fontes, a Bodoni, retirou os 
fios entre as colunas, dando mais arejamento ao conteúdo e abriu espaço para 
fotos. Castro introduziu o diagrama para servir de base aos layouts das páginas, 
assim, desenhando antecipadamente, já se sabia a quantidade necessária de tex-
tos para cada página. Em entrevista aos pesquisadores Daniel Trench e André 
Stolarski, publicada na revista eletrônica Novos Estudos do CEBRAP, o artista 
Amílcar de Castro explica a trajetória vivida no período de reformulação gráfica do 
JB. Segundo Trench e Stolarski (2007): 
A reforma também se empenha em simplificar formalmente as informa-
ções visuais do jornal. Os fios verticais, elementos fundamentais para a di-
visão de colunas no antigo JB, são dispensados. No novo diagrama, com 
um espaço maior entre as colunas, a divisão é dada pelo espaço branco, 
livre de impressão. O recurso é ainda fundamental para outra questão-
-chave da reforma: a redução na densidade da mancha gráfica. “Tudo 
que não era essencial à leitura, tirava pra clarear um pouco o jornal, pra 
dar mais força à matéria escrita”, diz Amilcar. (TRENCH e STOLARSKI, 
2007, online)
Figura 9 – Jornal Última Hora – 24 de agosto de 1954
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O próximo salto tecnológico ocorreu após duas décadas, com o advento da 
fotografia e o uso de recursos de “escrever com a luz” – a “fotocomposição” – 
tecnologia que chegou ao mercado no final dos anos 1970 e início de 1980. 
A composição que era realizada com os tipos metálicos, na linotipo, também era 
chamada de composição “a quente” porque, após selecionar os tipos metálicos 
que compunham a linha, uma quantidade de metal aquecido em estado líquido 
era derramada sobre os tipos resfriando e solidificando-se rapidamente, criando 
uma união das letras (tipos) que formavam a linha de texto composto. Para rea-
lizar o processo, a linotipo mantinha uma pequena caldeira com metal aquecido 
em estado líquido e isso tornava o ambiente de trabalho quente e bastante insalu-
bre, já que gases eram emitidos no aquecimento dos metais. Como contraponto, 
a fotocomposição (tecnologia que estava chegando) foi chamada de composição 
“a frio”.
A fotocomposição foi possível quando se desenvolveu o papel fotossensível, ou 
“papel fotográfico”, tintas e emulsões sensíveis à luz que funcionavam como cama-
das fixadas em acetatos, ou chapas de metal que podiam ser removidas somente 
após exposição à luz. O texto passou a ser composto em um equipamento compu-
tadorizado (figura abaixo) que emite um feixe de luz que passa por uma chapa com 
o desenho da letra perfurado, sensibilizando o papel fotográfico de acordo com 
o molde (letra). Após passar pela fotocompositora, o texto adquiria o formato da 
fonte (tipo) e largura da coluna escolhida pelo operador. 
Figura 10
É claro que a fotocomposição e outras tecnologias baseadas na fotografia ajuda-
ram muito na produção dos jornais. A partir daí, o uso de fotografias foi popula-
rizado e também o uso das cores e os jornais passaram a ser bem mais atraentes. 
Veja as capas a seguir:
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UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
Figura 11 – O Estado de S.Paulo, de 9 de março de 1986, e Jornal da Tarde, 
de 7 de abril de 1976. Ambos jornais do mesmo grupo
Como se vê, a qualidade dos jornais melhorou muito com o uso da fotocom-
posição. Os processos de impressão também foram modernizados com o uso de 
matrizes flexíveis – uma evolução nos sistemas de impressão indireta por cilindros 
chamada de Offset. 
Com o uso da fotografia, foi possível dominar a projeção de imagens em preto e 
branco e coloridas e a consequente separação de cor em cores básicas. Estava de-
senvolvida a tecnologia de impressão em quatro cores (na verdade 3 cores básicas, 
pigmentos: ciano, magenta e amarelo – mais o preto como auxiliar, pois, a rigor, 
o preto é não cor). Veja a figura abaixo em que uma foto colorida passa por filtros 
de cor e tem a separação em 3 cores básicas mais o preto. A partir da separação 
de cores, a impressora na gráfica recompõe a imagem colorida (foto), imprimindo 
as cores básicas que criarão o efeito visual de uma fotografia colorida. Para o leitor, 
a página do jornal com a foto impressa colorida fica em boa qualidade (Figura 11), 
mas se o leitor aproximar uma lupa (lente) da foto impressa perceberá os pontos 
de cada cor básica impressos no papel.
Os anos 1980 marcam oficialmente a chegada das cores aos jornais diários. 
Se você pesquisar, verá que bem antes alguns jornais usaram cor em suas páginas, 
mas era um uso esporádico e como cor especial, ou seja, o uso de uma tinta espe-
cífica no tom desejado e não a partir da decomposição da cor e a recomposição 
na impressora a partir de 3 cores básicas mais o preto. No início, os jornais se 
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entusiasmaram com a nova tecnologia e houve um certo exagero, caracterizando 
um período chamado por estudiosos de “edições araras”. Com o tempo, houve 
um uso mais cuidadoso das cores e diversos jornais como, por exemplo, a Folha 
de S.Paulo, que reduziu por várias vezes sua paleta de cores com o argumento de 
que, ao usar menos oferta de cores, o jornal ficaria com uma aparência de mais 
colorido. Pode parecer estranho, mas faz todo o sentido usar menos cores e ape-
nas em alguns elementos do jornal, pois isso impacta mais o leitor. Além disso, o 
uso específico de determinada cor atribui um sentido de cor sinalizadora, ou seja,visto que o jornal sempre utiliza a cor azul em contorno de um texto opinativo, o 
leitor entenderá que onde aparecer o contorno azul trata-se de uma opinião sobre 
o assunto tratado.
 
Figura 11
Antes que o século XX terminasse, uma nova revolução impactou a produção 
dos jornais. A chegada dos computadores nas redações ocorreu junto com a oferta 
de softwares de DTP (Desktop Publishing), editoração eletrônica, e isso provocou 
grandes mudanças entre os profissionais empenhados no desenho dos jornais. 
Antes desse momento, existia o profissional que desenhava o layout e o que rea-
lizava a composição de acordo com o solicitado. Havia uma certa separação entre 
profissionais da redação (jornalistas, diagramadores etc.) e os da indústria gráfica. 
Com a editoração eletrônica, o jornalista acompanha o diagramador que monta a 
página na própria redação e tem uma visão imediata no monitor do computador. 
Isso facilita o fechamento da edição, dimensionamento de fotos, quantidade de tex-
tos e todos os elementos que estarão na página do jornal. Após aprovado o layout, 
o diagramador, ou o próprio jornalista, executa no computador as rotinas para ex-
portar o arquivo para a indústria gráfica. Isso exigiu um novo perfil de profissionais 
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UNIDADE Linguagem Jornalística e Planejamento Visual
de planejamento visual gráfico e permitiu o uso de recursos mais criativos para as 
páginas dos jornais. Veja alguns layouts de capas mais atuais:
 
Figura 12
As inovações tecnológicas não param e certamente, quando você acessar este 
material, outras novidades estarão disponíveis no universo da produção do jornal 
impresso. Há ainda uma nova tecnologia já em uso e que, em breve, deverá ser a 
principal modalidade de impressão de jornais, que é a impressão totalmente digital. 
Já existem no mercado, em gráficas de alta tecnologia, impressoras de grandes for-
matos (o que permite imprimir jornais standard) que não usam as matrizes (chapas) 
para cada uma das cores básicas. O arquivo é enviado digitalmente à impressora e 
a folha é impressa em poucos segundos. Algumas dessas impressoras podem até 
trabalhar com papel em bobina, como as conhecidas rotativas. Atualmente, essas 
impressoras digitais são utilizadas para impressões personalizadas, podendo ser 
cada exemplar diferente em partes, ou no todo. Porém, para grandes tiragens do 
mesmo original, ainda perdem em custo para as tradicionais impressoras rotativas. 
No entanto, seguindo a tendência atual, em breve terão custos até mais baratos do 
que a impressão tradicional, e aí elas vão “reinar” no mercado. 
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Análise Morfológica de Jornais
Em primeiro lugar, é preciso esclarecer o que é e qual é a importância desse tipo 
de análise. Veja, os meios de comunicação de massa, jornais impressos, rádio, TV, 
cinema foram surgindo e despertaram preocupações de estudar seus efeitos – os 
processos de produção de informação, os veículos e o impacto de sua comunicação 
no público – de forma mais ampla e com critérios aceitos pela comunidade cien-
tífica. Dessa forma, a análise morfológica dos jornais diz respeito a um estudo da 
forma como as notícias estão desenhadas no jornal e por isso será útil para a 
reflexão de Planejamento Visual Gráfico em Jornalismo.
Esses estudos começaram a ser desenvolvidos assim que os cursos de Comuni-
cação e Jornalismo foram se estabelecendo no país, por volta da metade do século 
XX. Um dos maiores pesquisadores da área foi o professor José Marques de Melo 
(1972), que, em seus estudos de Jornalismo Comparado, formulou os métodos e 
critérios que vamos utilizar a seguir.
O recurso de pesquisar a forma dos 
jornais é sempre útil para ter uma com-
preensão objetiva sobre o desenho de 
um jornal e sair da opinião subjetiva de 
afirmar que o jornal é bonito ou feio, 
referência que podem variar de acordo 
com o observador. Ao analisar o dese-
nho da capa de um determinado jor-
nal, vamos descobrir quanto de texto 
está ocupando a área (capa), quanto 
de fotos, títulos e outros elementos 
que compõem a página. 
Vamos analisar um único dia de um 
jornal, mas o ideal é levantar os dados 
de, no mínimo, uma semana de jornal 
para ter uma média de ocupação dos 
espaços. Outro método muito rico é 
levantar os mesmos índices em dois 
jornais distintos e, assim, comparar 
os dados, o que caracteriza o méto-
do de análise comparada, muito útil 
e respeitado entre os pesquisadores.
Antes de iniciar a análise, observe a 
capa do jornal Folha de S.Paulo, do dia Figura 13
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25 de julho de 2016 (abaixo), e faça uma avaliação pessoal. O que você acha dos es-
paços ocupados com textos, título, fotos, logotipo e publicidade?
Vamos ver o que descobrimos com um levantamento de dados e posterior análise 
morfológica. Acompanhe o método para levantamento dos dados:
A primeira coisa a fazer é definir o objetivo do uso do método, no caso: O nos-
so objetivo é descobrir qual o espaço na capa do jornal acima está dedicado, em 
comparação percentual, para textos, títulos, fotos, logotipo e publicidade. 
Se nosso interesse é avaliar a distribuição dos elementos no espaço, precisamos 
saber qual a área ocupada pelos elementos. Para descobrir esta resposta, devemos 
fazer o seguinte: 
1. Calcular a área total da capa do jornal. Não utilizaremos a referência lar-
gura x altura para este cálculo e sim altura x colunas. O resultado será 
sempre dado em centímetros por coluna. Foi assim que se convencionou 
trabalhar a área ocupada do jornal, seja para o jornalismo, ou para a pu-
blicidade. Deve-se medir a altura da coluna em toda a área impressa e mul-
tiplicar pela quantidade de colunas, no caso, 6 colunas x 52 cm de altura. 
A área disponível é 52 cm x 6 colunas, ou seja, 312 cm/col (centímetros 
por coluna).
Figura 14
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2. Agora é necessário medir cada tipo de elemento separadamente. Primeiro, 
os textos (cm/col), seguido por título, fotos, logotipo e publicidade. Vamos lá:
Figura 15 – Textos = 48 cm/col | Títulos = 67 cm/col
Figura 16 – Foto = 78 cm/col | Logotipo = 67 cm/col
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Figura 17 – Publicidade = 78 cm/col
Figura 18
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Com os dados objetivos do levantamento, é possível fazer algumas considerações: 
• Em primeiro lugar, há uma distribuição dos elementos mais ou menos equilibra-
da, ou seja, cada elemento ocupa de 11% a 25% de área disponível da página;
• Os textos, que costumam pesar mais no desenho por ter letras menores (corpo 
menor), ocupam apenas 15%;
• As fotos dominam 25% do espaço, ou seja, ¼ da área disponível;
• As áreas em branco, sem nenhum elemento impresso, são importantes para 
arejar a página, e representam 11% da área.
Com essa simples análise, podemos concluir que essa edição tem uma distri-
buição equilibrada dos elementos, coerente com a importância que as imagens 
têm na atualidade (1/4 do espaço), e tem um arejamento necessário para a capa 
não ficar muito “pesada”. Embora utilize adequadamente os elementos, podemos 
considerar um estilo conservador de desenho, com várias chamadas de assuntos 
internos. Para desenvolver um layout mais ousado será necessário aumentar a área 
em branco, reduzir textos e títulos (quantidade de destaques na capa) e aumentar a 
escala (tamanho) das fotos.
Assim, encerramos esta unidade deixando um convite para que você desenvol-
va análises de jornais regionais e experimente pensar em outras possibilidades de 
desenhos dos jornais. Será um caminho muito rico e criativo para você seguir. Até 
a próxima! 
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Vídeos
Documentários sobre design para você assistir no seu tempo livre
Documentários sobre design.
https://goo.gl/sddF85
 Filmes
From Hot Metal to Cold Type - 1965
Da composição a quente à composição a frio (fotocomposição) (em inglês).
https://goo.gl/8dZUiY
Featured films in the collectionFilmes sobre impressão, indústria gráfica e jornais.
https://goo.gl/3qjGSA
 Leitura
Cadernos de Tipografia
Caderno sobre a história dos processos gráficos.
https://goo.gl/TPWRJ9
A notícia e o diagrama: entrevista inédita com Amilcar de Castro
Entrevista com o artista Amilcar de Castro sobre a Reforma Gráfica do Jornal do Brasil 
– Revista na base Scielo.
https://goo.gl/3e84iT
Arquivo Público do Estado de São Paulo
Acervo do Jornal Última Hora.
https://goo.gl/LSpKms
Diário Carioca
Sobre o Jornal Diário Carioca - Biblioteca Nacional Digital.
https://goo.gl/byyrs1
Diario Carioca (RJ) - 1928 a 1929
Todo o acervo do Jornal Diário Carioca.
https://goo.gl/bDVXjm
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Referências
CANTERO, F. Dicionário técnico da indústria gráfica – Inglês/Português. São 
Paulo: Penhense Ltda., 1992. 362p.
LAGE, N. A Reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. Rio 
de Janeiro: Record, 2001. 189p.
MARCONDES FILHO, C. Comunicação e jornalismo:  a saga dos cães perdi-
dos. 2. ed. São Paulo: Hacker, 2002. 167 p.
MELO, J. M. Estudos de Jornalismo Comparado. São Paulo: Pioneira, 1972. 264p.
WILLIAMS, R. Design para quem não é designer: noções básicas de planeja-
mento visual. 7. ed. São Paulo: Callis, 1995. 144 p. (e-book)
Sites visitados
História da Tipografia. Disponível em <http://tipografos.net/cadernos/cader-
nos-2.pdf>. Acessado em: 20/06/2018.
Revista Eletrônica Novos Estudos Cebrap, no 78, julho de 2007. Disponível em: 
<http://ref.scielo.org/37jdqy>. Acessado em: junho de 2018.
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Outros materiais