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1 2 Reitor José Pio Martins Coordenadora do Curso de Enfermagem Kátia Renata Antunes Kochla Presidente da Comissão Executiva Luciane Favero Basegio Comissão Científica Adriana Francielli dos Santos Nascimento Ana Paola Geronasso Andressa Paliano Chayane Karla Lucena de Carvalho (Coordenadora) Gabriela Carneiro Gabriela Carvalho Ximendes Cardoso José Rodrigues Cabral Jr Luciane Favero Basegio (Professora orientadora) Mitsuy Luana dos Santos Kuriyama Shaieny Naiê Marcon Thalita Nely dos Santos Comissão de Infraestrutura Caroline Nascimento Xavier Julia Alves Grigoletto (Coordenadora) Keuri Chaves Ubatuba Lima Marly Bittencourt Gervásio Marton da Silva (Professora orientadora) 3 Mirella Heymoski Wille Rebeca Graciano Semely Blasques Viviane Bembem Comissão Social Ana Paula Vicente Pinto Ariane Stéphanie Silva Pereira Camila Soares de Oliveira Conforto Denise Faucz Kletemberg (Professora orientadora) Gabrielle Ribeiro da Silva Kleber Teixeira Bertão Renata de Oliveira Tavares (Coordenadora) Thiago Fernandes Comissão de Secretaria e Finanças Daniela Cordeiro de Souza Débora Noemi Bizetto Ramos Eloisa dos Santos Vaz Eloiza Gabriela Almeida de Souza Gabriele Mendes Campoi Giovanna Batista Leite Veloso (Professora Orientadora) Luana Gomes Policarpo Paula Hisae Damasceno Hinata (Coordenadora) 4 Apoio e colaboração ABEN-PR Hospital Nossa Senhora das Graças Universidade Positivo Monitores Sarah Zettel Lossano Rachel de Oliveira Mayume Sato Valéria Pereira Bruna Yuraki Nakagaki Felipe Mendes Barbosa Empresa colaboradora MC surgical Realização Acadêmicos da terceira série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo 5 SUMÁRIO TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO ORAL CARACTERIZAÇÃO DA FASCIÍTE NECROSANTE E OS RISCOS RELACIONADOS À SUA OCORRÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA..................10 FISSURA LABIOPALATAL: OS SENTIMENTOS DAS MÃES DE CRIANÇAS EM ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL..............................................................15 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE DEPENDENTE DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS.............................................................................19 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM BRONQUITE CRONICA COM ÊNFASE NA TAXONOMIA NANDA.....................24 INCOMPREENSÃO DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL COMO FATOR IATROGÊNICO......................................................................................................28 ESCALAS PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO........................33 CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS ÀS LESÕES CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL.......................................................................36 A TERAPÊUTICA ATRAVÉS DO GRUPO DE CONVÍVIO E SEUS BENEFÍCIOS PARA O DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.......................................................................................................41 RUÍDOS EM UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL: UM OLHAR DA ENFERMAGEM.....................................................................................................46 CUIDADOS DE ENFERMAGEM PARA PREVENÇÃO DO CÂNCER DE COLO UTERINO NA ATENÇÃO BÁSICA........................................................................50 OS DIFERENTES TIPOS DE VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER........................54 ESTUDO COMPARATIVO DAS CARACTERISTICAS HEMATOLOGICAS ENTRE ANEMIA FALCIFORME E MEGALOBLÁSTICA: UMA REVISÃO DE LITERATURA.........................................................................................................58 6 A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE NA SAÚDE DO ADOLESCENTE DE RISCO: SOB A ÓTICA DE FLORENCE..............................................................................62 SÍNDROME DE NICOLAU PÓS-EVENTO IATROGÊNICO: ESTUDO DE CASO.....................................................................................................................67 DIFICULDADE DO RELACIONAMENTO FAMILIAR COM INDIVÍDUOS QUE SOFREM DE TRANSTORNO AUTÍSTICO...........................................................71 CHOQUE SÉPTICO SECUNDÁRIO À PERITONITE BACTERIANA ESPONTÂNEA: RELATO DE CASO.....................................................................76 ERRO NA ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELA EQUIPE DE ENFERMAGEM.....................................................................................................80 VISITA DOMICILIAR COMO INSTRUMENTO DE BUSCA ATIVA PARA EXAMES PREVENTIVOS DA SAÚDE DA MULHER............................................................85 TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO PÔSTER A INFLUÊNCIA DO COMPORTAMENTO DOS PAIS NO DESENVOLVIMENTO DO SEU FILHO: RELATO DE EXPERIÊNCIA......................................................89 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE SUÍCIDA..............................94 EFICIÊNCIA DA VACINAÇÃO CONTRA HPV POR MEIO DA UTILIZAÇÃO DE VACINAÇÃO EXTRAMUROS EM UMA ESCOLA MUNICIPAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.......................................................................................................99 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM À PESSOA COM NEOPLASIA DE MAMA SEGUNDO O MODELO ADAPTATIVO DE CALLISTA ROY..............................104 IATROFARMACOGENIA EM IDOSOS................................................................108 A INFLUÊNCIA CULTURAL NA AMAMENTAÇÃO: UM RELATO E ANÁLISE SOB A ÓPTICA DA TEORIA TRANSCULTURAL DE MADELEINE LEININGER........113 A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DA DOENÇA ENXERTO CONTRA HOSPEDEIRO............................................117 O CONHECIMENTO DA SINDROME DE BURNOUT PARA AUXILIAR O CUIDADO DA ENFERMAGEM............................................................................121 7 COMPLICAÇÕES EM ACESSO VENOSO PERIFÉRICO..................................125 FATORES DE NÃO ADESÃO À IMUNIZAÇÃO INFANTIL.................................130 ANÁLISE DE UM PRONTO ATENDIMENTO INFANTIL SOB A ÓTICA DA TEORIA AMBIENTALISTA..................................................................................134 A IATROGENIZAÇÃO DA SAÚDE MENTAL E O PAPEL DA ENFERMAGEM NA MUDANÇA DESTE PARADIGMA.......................................................................139 CUIDADOS DE ENFERMAGEM AO PACIENE COM AVE ISQUÊMICO: ESTUDO DE CASO.............................................................................................................143 PAPILOMA VÍRUS HUMANO NA POPULAÇÃO FEMININA: UM ESTUDO DE CASO...................................................................................................................148 O USO DA CANNABIS E O DESENCADEAMENTO DA ESQUIZOFRENIA: SOB O OLHAR DA TEORIA DO RELACIONAMENTO INTERPESSSOAL DE HILDEGARD PEPLAU.........................................................................................151 ELABORAÇÃO DE UM PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR AO PACIENTE DEPRESSIVO GRAVE COM IDEAÇÃO SUICÍDA..............................................156 PERFIL DE PACIENTES INTERNADOS EM UM HOSPITAL PSIQUIATRICO DE CURITIBA............................................................................................................160 ASSISTÊNCIA AO PACIENTE VÍTIMA DE QUEIMADURAS NO TRATAMENTO DA CICATRIZ HIPERTRÓFICA...........................................................................164 A INFLUÊNCIA DO AMBIENTE E OS CUIDADOS DE ENFERMAGEM SOB A ÓTICA DE FLORENCE À UM USÚARIO DE DROGAS......................................169 COMPORTAMENTOS E ATITUDES DE PROFISSIONAIS DA SAÚDE QUE CARACTERIZAM A VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA.................................................173 AÇÕES DE ENFERMAGEM PARA ADAPTAÇÃO E O AUTOCUIDADO DE OSTOMIZADOS...................................................................................................177MODOS DE ADAPTAÇÃO PARA O CUIDADO DE ENFERMAGEM À PESSOA COM SÍNDROME CONSUMPTIVA.....................................................................181 DÉFICIT DO AUTOCUIDADO: TROMBOANGEÍTE OBLITERANTE BILATERAL..........................................................................................................185 8 A CRIAÇÃO DE UM GRUPO DE CONVÍVIO SOB A ÓPTICA DE PEPLAU PARA DIAGNOSTICADO COM TRANSTORNO MENTAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA.....................................................................................................188 HOSPITAL PSIQUIÁTRICO: UM AMBIENTE SOB A ÓTICA DA DAMA DA LÂMPADA FLORENCE NIGHTINGALE..............................................................193 POTENCIAL IATROGÊNICO NO CAMPO DA SAÚDE MENTAL.......................198 DIABETES MELLITUS TIPO 2: RECOMENDAÇÕES DA EQUIPE DE ENFERMAGEM PARA O USO CORRETO DE INSULINA.................................202 SÍFILIS NA GESTAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO.............................................207 DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE EM PÓS-OPERATÓRIO DE PROSTATECTOMIA......................................................................................211 PAPEL DA ENFERMAGEM FRENTE ÀS IATROGENIAS RELACIONADAS AO REPROCESSO DOS MATERIAIS PARA A PRÁTICA DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA................................................................................................215 TERMINALIDADE DA VIDA NO CONTEXTO DE UMA UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO...................................................................................................219 ENSINAR O AUTOEXAME DAS MAMAS: A LUZ DA EVIDÊNCIA CIENTÍFICA.........................................................................................................222 DOENÇA RENAL CRÔNICA E ATENÇÃO PRIMÁRIA A SAÚDE......................225 O CUIDADO DE ENFERMAGEM A UM RECÉM-NASCIDO COM SÍNDROME DE DOWN: UM ESTUDO DE CASO.........................................................................230 A PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM FRENTE À VIOLENCIA OBSTÉTRICA...235 PAPEL DA ENFERMAGEM NO TRANSTORNO AUTÍSTICO............................239 CONTRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO FRENTE À VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA......................................................................................................242 SKIN TEARS: RELATO DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA....................246 ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM JUNTO A PACIENTES COM TRANSTORNO MENTAL EM UMA UNIDADE DE SAÚDE EM CURITIBA/PR: RELATO DE EXPERIÊNCIA.....................................................................................................250 9 FATORES DE ESTRESSE EM CUIDADORES DE IDOSOS INSTITUCIONALIZADOS....................................................................................254 ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM À CRIANÇA COM OSTEOGÊNESE IMPERFEITA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.................................................258 MOTIVOS ENVOLVIDOS NO PROCESSO DE INSTITUCIONALIZAÇÃO DO IDOSO..................................................................................................................263 NECESSIDADES BÀSICAS PARA O CUIDADO DA PESSOA SUBMETIDA A COLECISTECTOMIA...........................................................................................266 O PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM TENDO A PARTICIPAÇÃO DO ACADÊMICO COMO PROTAGONISTA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.......270 RELAÇÃO IMC E CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL EM PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO 2............................................................................274 A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA AS MULHERES COM TRANSTORNOS MENTAIS E A TEORIA DE PEPLAU COMO ESTRATÉGIA DE CUIDADO.......287 10 TRABALHOS DE APRESENTAÇÃO ORAL CARACTERIZAÇÃO DA FASCIÍTE NECROSANTE E OS RISCOS RELACIONADOS À SUA OCORRÊNCIA: REVISÃO INTEGRATIVA Andressa Paliano1, Chayane Karla Lucena de Carvalho¹, Gabriela Carvalho Ximendes Cardoso¹, Adriana do Rocio Vendrametto2 INTRODUÇÃO: A Fasciíte Necrosante (FN) foi referida por Hipócrates no séc. XV a.C., como uma consequência da erisipela. A terminologia FN foi utilizada primeiramente, por Wilson Ben, em 1952 e se mantém. No entanto entre leigos, a FN é conhecida como “gangrena galopante” e/ou “bactéria comedora de carne” (SOARES, 2013). A FN consiste em uma patologia infecciosa grave, reconhecida pela extensa necrose dos tecidos moles, tais como, tecido subcutâneo subjacente e fáscia muscular. Esta afecção em geral, é infrequente e de evolução rápida, caracterizada pelo acometimento necrotizante da fáscia superficial, trombose venosa de pequenos vasos e supuração, visto que a pele e o músculo subjacente são inicialmente resguardados (SOARES, 2013). Inicialmente a FN manifesta-se como uma área eritematosa, dolorosa e bem localizada, com acometimento rápido e a presença do significativo edema tecidual. Seguidamente ocorre a cianose e formação de flictenas com conteúdo de aspecto purulento ou sanguinolento. A área acometida torna-se demarcada, circundada por extremidade eritematosa com cobertura necrótica, consequentemente levando a perda da sensibilidade da pele que recobre a lesão, devido à destruição das fibras nervosas, tecido subcutâneo subjacente e interrupção do aporte nutricional tecidual. De início a pele é resguardada, mas, com a extensão do processo necrótico, torna-se estruturalmente e funcionalmente comprometida (COSTA et al., 2004). A classificação da FN se divide em três grupos gerais, os quais são especificados de acordo com o agente bacteriano causador (SOARES et al., 2008). A FN atinge o público infantil e adulto, prevalecendo na população adulta. Sua ocorrência é comum em associação a 1 Acadêmicas da 3ª série do curso de Enfermagem da Universidade Positivo, Curitiba-Pr. E-mails: andressapaliano@gmail.com; chaycarvalho7@gmail.com; gabriela.ximendes96@gmail.com. Contato Telefônico: (42) 9826-0186. 2 Enfermeira. Professora Adjunta do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail: avendrametto@hotmail.com. 11 fatores, como: senilidade, imunossupressão, diabetes mellitus, obesidade, trauma, doença vascular periférica, pulmonares, cardiopatias, renais, internações de longa permanência, entre outros fatores (COSTA et al., 2004). A FN pode acometer qualquer área do corpo, contudo é comum na parede abdominal, membros superiores e/ou inferiores e no períneo. Atualmente é escasso dados precisos quanto sua tangível incidência, em especial no Brasil (FERNANDES, 2011). JUSTIFICATIVA: Considerando a potencialidade mortal e agressiva que a FN pode ocasionar, o trabalho se faz necessário para o esclarecimento dos profissionais da enfermagem, com intuito de reconhecimento desta patologia, bem como, seus fatores predisponentes, viabilizando o bom preparo desses profissionais, afim de agilizar a assistência adequada, o desfecho satisfatório frente a sintomatologia da FN, assim como, prepará-los para realizar ações preventivas frente ao grupo de risco. A partir deste contexto, OBJETIVOU-SE analisar as produções científicas nacionais e internacionais referentes as características da FN, evidenciando os riscos relativos a sua ocorrência. METODOLOGIA: Para honrar o objetivo deste estudo, utilizou-se como procedimento metodológico a revisão integrativa de literatura, a qual possibilita uma busca ampliada de pesquisas, para análise e síntese, a fim de chegar à conclusão abrangente da temática abordada. Para a construção desse estudo foram adotadas as seguintes etapas: definição do tema; elaboração da questão norteadora; estabelecimentos de critérios de inclusão e exclusão de estudos; coleta de dados; categorização dos estudos; avaliação dos dados incluídos na revisão integrativa; análise e interpretação dos resultados; síntese do conhecimento e elaboração da revisão contemplando todas as fases da pesquisa (GANONG,1987). A partir da definição do tema Caracterização da FN e os riscos relacionados à sua ocorrência, elaborou-se a questão norteadora: Quais as características da FN e os fatores de riscos relacionados para sua ocorrência? Seguidamente, definiu-se como critério de inclusão: artigo completo, publicados eletronicamente, nos idiomas português e inglês, publicados entre os anos de 2010 a 2017, que retratem em suma as características relacionadas à FN e os riscos a ela relacionados. Como critérios de exclusão foram descartados artigos que não atendessem os critérios de inclusão, relativos ao período estabelecido e idioma de escolha, artigos incompletos e que não atendessem o objetivo da pesquisa. Para a busca dos artigos foram utilizadas as seguintes bases de dados: Base de Dados 12 de Enfermagem (BDENF), Sistema Online de Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE) e na biblioteca eletrônica Scientific Electronic Library Online (SciELO). A busca foi realizada pelo acesso online, no período de maio a julho do ano de 2017, para tanto foram utilizados as seguintes palavras-chaves: fasciíte necrosante and fatores de risco; fasciíte necrosante and infecções dos tecidos moles. Para a coleta de dados foi adotado uma planilha de análise, que permitiu ordenar os textos selecionados, identificar os autores e sua formação, ano de publicação, fonte de localização, revista de publicação, delineamento e características do estudo, resultados e discussão, considerações finais ou conclusões. Por tratar-se de uma revisão integrativa, este estudo dispensa o uso de termo de consentimento livre e esclarecido. RESULTADOS: Na busca dos dados utilizando as palavras-chaves: fasciíte necrosante and fatores de risco juntamente com a aplicação dos filtros de inclusão, foram encontrados cinquenta e sete (57) artigos, destes, somente quarenta e nove (49) estavam disponíveis. Dos artigos disponíveis, trinta e quatro (34) não atendiam a temática proposta na revisão, restando quinze (15) artigos para serem analisados. Destes, observou-se que quatorze (14) foram publicados por autores que vêm da formação de medicina e um (1) publicado por autores com formação de enfermagem. Quando utilizada, na pesquisa, as palavras-chaves: fasciíte necrosante and infecções dos tecidos moles juntamente com a aplicação dos filtros de inclusão, foram encontrados setenta e cinco (75) artigos, sendo que dez (10) não estavam disponíveis. Dos artigos disponíveis, cinquenta e cinco (55) não atendiam a temática proposta na revisão, totalizando sessenta e cinco (65) excluídos. Dos dez (10) artigos restantes, observou-se que nove (9) foram publicados por autores que vêm da formação de medicina e um (1) publicado por autores que vem da formação de radiologia. Das duas buscas obteve um total de vinte e cinco (25) artigos para serem analisados, a fim de compor as discussões e considerações da revisão. Quanto à fonte de localização dos artigos e o idioma, observou-se que todos os vinte e cinco (25) foram encontrados na plataforma MEDLINE no idioma inglês. Em relação ao ano de publicação, constatou-se que no período elencado para a análise, a produção foi bem distribuída entre todos os anos, totalizando dois (2) artigos publicados no ano de 2010, três (3) artigos publicados no ano de 2011, quatro (4) artigos publicados no ano de 2012, três (3) artigos publicados no ano de 2013, sete (7) artigos publicados no ano de 2014 e 13 seis (6) artigos publicados no ano de 2015. Quanto à área de atuação, predominou a medicina. No que diz respeito a metodologia usada nas publicações, constatou- se que em onze (11) eram estudos retrospectivo de coorte, em cinco (5) publicações foram usada a abordagem de relato de caso, em duas (2) publicações utilizaram revisões sistemáticas da literatura, duas (2) publicações eram estudos de caso, uma (1) publicação era um ensaio pictórico, uma (1) publicação era um estudo com abordagem de série de casos, uma (1) publicação era um estudo prospectivo experimental, uma (1) publicação era um estudo de prevalência e uma (1) publicação era uma abordagem metodológica dupla, sendo estudo retrospectivo de coorte e revisão sistemática. Totalizando assim vinte e cinco (25) publicações analisadas. DISCUSSÕES: Os autores analisados consideram que a FN é uma grave infecção dos tecidos moles, de instalação rápida, que causa necrose extensiva do tecido subcutâneo e da fáscia. Relacionado ao principal fator de risco, evidencia o Diabetes Mellitus, pois provoca cicatrização cutânea prejudicada e imunossupressão. A FN gera impactos significativos aos pacientes, principalmente pelo seu tratamento que requer a administração de antibioticoterapias de amplo espectro e por vezes intervenções cirúrgicas, que acarretam um período longo de internação, bem como, alto risco de mortalidade e o alto custo com a terapêutica (COSTA et al., 2004). CONSIDERAÇÕES FINAIS: Analisando as publicações encontradas, observou a escassez de publicações brasileiras e nas demais áreas da saúde, que não, a medicina. Tendo o profissional da enfermagem um papel essencial tanto no auxílio da caracterização diagnóstica, quanto ao longo de todo o desfecho desta patologia, percebe-se a necessidade de encorajar a produção de conhecimento científico na área, com intuito de capacitá-los para serem atuantes na prevenção da FN, em especial nos grupos de riscos, a fim de que estejam preparados para proceder durante toda a terapêutica. DESCRITORES: Fasciíte Necrosante; Enfermagem; Conhecimento. REFERÊNCIAS 14 COSTA, I. M. C. et al. Fasciíte necrosante: revisão com enforque nos aspectos dermatológicos. 2004. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/abd/v79n2/20068.pdf>. Acesso: em 11/07/2017. FERNANDES, B. M. Fasciíte necrotizante: Aspectos Clínico-Epidemiológicos. 2011. Disponível em <http://semiologiamedica.blogspot.com.br/2011/02/fasciite- necrotizante.html>. Acesso: em 11/07/2017. GANONG, L. Integrative reviews of nursing research. Research in Nursing & Health. Hoboken, v. 10, n. 1, p. 1-11, Mar. 1987. SOARES, F. G.; PESSANHA, A. L. P.; LEMOS, L. V. de B. Fasciíte Necrotizante em paciente diabético. 2013. Disponível em <http://www.fmc.br/revista/V8N1P28- 32.pdf>. Acesso: em 11/07/2017. SOARES, T. H. et al. Diagnóstico e tratamento da Fasciíte Necrosante (FN): relato de dois casos. 2008. Disponível em <http://www.hiperbaricasantarosa.com.br/arquivos/diagnostico_faiscete_necrosant e.pdf>. Acesso: em 11/07/2017. FISSURA LABIOPALATAL: OS SENTIMENTOS DAS MÃES DE CRIANÇAS EM ACOMPANHAMENTO AMBULATORIAL 15 Daiane Venancio da Silva1, Fernanda Beatriz Gazzola¹, Juliana Victoria Alves Carneiro Mocelin¹, Nayara Ribeiro¹, Luciane Favero Basegio2 INTRODUÇÃO: As fissuras labiopalatais são anomalias congênitas caracterizadas por espaço anormal do palato, alvéolo e/ou lábio, envolvendo estruturas da face como nariz, boca, gengiva e dentes. Dentre as anormalidades craniofaciais mais comuns estão as fissuras do lábio superior e do palato (MOORE; PERSAUD, 2008). O nascimento de uma criança com essa malformação facial é algo que pode criar diferentes sentimentos e reações nas mães. A etiologia das malformações faciais ainda é desconhecida, todavia, existem evidências que fatores genéticos e ambientais atuam em associação na origem das fendas labiopalatais como o aparecimento de doenças durante a gravidez como sífilis e rubéola. A fissura labial, labiopalatina ou palatina podem ser causadas pelo consumo materno de drogas como: anticonvulsivantes; corticoides; antibióticos; antifúngicos e anti-inflamatórios, além da prática de tabagismo e consumo de bebidas alcóolicas. As malformações orais estão vinculadas a diversas situações de saúde e de bem-estar das crianças afetadas, gerando grande impacto na saúde e na integração social, pois proporcionamalterações na sucção/deglutição, respiração, fonação, audição e estética (BRASIL, 2014). O comportamento da mãe frente ao diagnóstico de fissuras labiopalatal pré ou pós-parto, ao obter o recebimento da notícia da patologia do filho está relacionada a falta de conhecimento da mesma, o que pode acarretar culpa, a negação da condição da criança (BERBERIAN; et al, 2012). A assistência de enfermagem da atenção à saúde deve ser oferecida desde o pré- natal, nascimento, permanecendo durante o pré e pós tratamento cirúrgico por meio do acolhimento as mães, identificando e reconhecendo a malformação desde o primeiro contato. O enfermeiro tem como função exercer um papel de extrema importância no acompanhamento da criança, orientando as mães, na promoção e adesão ao tratamento, dando suporte e prevenindo consequências traumáticas das hospitalizações criando uma relação de respeito, preocupação e envolvimento. 1 Acadêmicas da 4ª série de Graduação de Enfermagem da Universidade Positivo: dai.venancio12@hotmail.com, fernandabgazzola@hotmail.com, juh.moccelin@gmail.com, n.ribeiroo@hotmail.com (41) 998351315. 2 Professora da Universidade Positivo, Doutora em Enfermagem pela UFPR, Mestre em Enfermagem - UFPR, Especialista em Enfermagem Neonatal - SOBEP, Especialista em Enfermagem Pediátrica - PUC-PR, lucianefavero@yahoo.com.br. mailto:dai.venancio12@hotmail.com mailto:fernandabgazzola@hotmail.com mailto:juh.moccelin@gmail.com mailto:n.ribeiroo@hotmail.com mailto:lucianefavero@yahoo.com.br 16 (SILVA, et al, 2013). JUSTIFICATIVA: A razão que nos levou a estudar esse assunto se deu devido ao nosso primeiro contato com crianças portadoras de fissura labiopalatal no setor de pediatria de um Hospital Escola, onde nos interessamos e resolvemos nos aprofundar mais sobre o assunto referente aos sentimentos das mães de crianças com esse agravo de saúde. OBJETIVOS: identificar os sentimentos das mães de crianças com fissura labiopalatal em atendimento ambulatorial. MÉTODO: pesquisa qualitativa descritiva-exploratória realizada em um serviço de referência para o atendimento ao fissurado labiopalatal no município de Curitiba-PR. Foram realizadas entrevistas com dez mães de crianças com fissuras labiopalatais contendo três questões abertas que abordaram em qual momento a mãe recebeu o diagnóstico ou a informação de que a criança apresentava uma malformação oral; como foi para ela receber essa notícia, qual foi sua reação ao ver a criança pela primeira vez e que sentimentos estavam envolvidos nesse momento. Os dados foram analisados mediante técnica de análise temática. Estudo aprovado junto ao Comitê de Ética e Pesquisa da instituição sede do estudo na data de 26 de agosto de 2016 sob o parecer: 1.697.685. RESULTADOS: Todas as participantes eram do sexo feminino, mães com idade entre 19 a 56 anos. Três delas não completaram o ensino fundamental, duas concluíram o ensino fundamental, quatro possuíam o ensino médio completo e uma cursou pós-graduação. Os sentimentos identificados nas entrevistas foram: a culpa de ter feito algo errado que levou a essa malformação, a negação de não querer lidar com a situação atual em que a criança se encontra e a aceitação ao reconhecer que a malformação do filho possui tratamento e esse advém de um local acessível e de referência no cuidado a crianças fissuradas. Foram encontradas diferentes reações vivenciadas pelas mães que geraram os sentimentos citados, sendo eles, negativos e positivos. A gestação é um acontecimento que proporciona uma expectativa muito grande frente às adversidades de problemas que podem levar a uma má formação e, os sentimentos encontrados geraram diferentes reações vivenciadas por cada mãe, sendo eles, negativos e positivos. As mães que viram a malformação da criança no primeiro contato logo após o nascimento tiveram relatos semelhantes quanto à culpa e negação, por não saberem da patologia, contudo, no sentimento de aceitação houve diferenças nas falas. CONCLUSÕES: Frente ao contato primário com a 17 criança com fissura labiopalatal, a mãe pode apresentar impacto emocional e psicológico. Isso é perceptível nos relatos, visto que, as mães sentem dificuldade em entender que não há um único motivo causador da malformação. Elas tentam encontrar uma causa específica para o problema, afim de esconder o sentimento de culpa ou negação. Esses sentimentos geralmente são adquiridos pré ou pós gestação pela falta de conhecimento e informação, simultâneo ao fato de existirem poucos serviços de referência com profissionais capacitados para o atendimento a esses pacientes. A equipe de saúde deve ser cautelosa ao comunicar a mãe a respeito do diagnóstico, pois elas podem não estão preparadas para receber todas as informações, necessitando de tempo para compreender o que está acontecendo. Destaca-se a importância da comunicação entre a mãe e profissionais da saúde, uma vez que dúvidas surgem logo após o nascimento, e essas estão normalmente relacionadas aos cuidados que devem ser prestados ao bebê, principalmente acerca da alimentação por consequência da fissura de lábio e/ou palato. A comunicação é relevante, pois é através dela que o profissional vai identificar os sentimentos das mães, sejam eles positivos ou negativos e poder atuar sobre eles. IMPLICAÇÕES PARA ENFERMAGEM: O enfermeiro deve fornecer atendimento integral desde o acompanhamento no pré-natal até o desenvolvimento da criança que se dá através das consultas de puericultura. Nos casos de hospitalização o profissional também deve demonstrar conhecimento teórico-científico e técnico para orientar e auxiliar as mães diante da condição e necessidades especiais de cuidado que a criança necessita, além de encaminhar ao serviço de referência ambulatorial para seguimento do tratamento. DESCRITORES: Fenda Labial; Mães; Sentimentos. REFERÊNCIAS BERBERIAN, A.P; et al. Fissuras orofaciais: aspectos relacionados ao diagnóstico. Distúrb Comun, v. 24, n. 1, p. 11-20, 2012. BRASIL. Ministério da Saúde. Fissura Labiopalatal, 2014. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/898- sas-raiz/daet-raiz/media-e-alta-complexidade/l3-media-e-alta-complexidade/ 12826-duvidas-frequentes-fissura-labiopalatal. Acesso em: 06 de agosto de 2017. MOORE, K.L; PERSAUD, T.V.N. Embriologia clínica. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, p. 181-196, 2008. http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/898-sas-raiz/daet-raiz/media-e-alta-complexidade/l3-media-e-alta-complexidade/ http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/898-sas-raiz/daet-raiz/media-e-alta-complexidade/l3-media-e-alta-complexidade/ 18 SILVA, C.M; et al. A escola na promoção da saúde de crianças com fissura labiopalatal. Texto Contexto-Enferm, v. 22, n. 4, p.1041-8, 2013. A ASSITÊNCIA DE ENFERMAGEM À GESTANTE DEPENDENTE DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS 19 Kwanna Fiuza de Toledo1, Thiago Miguel Vodonis¹, Luiz Claudio Sobrinho do Nascimento2, Adriano Yoshio Shimbo3 INTRODUÇÃO: Embora a gestação seja considerada um período de bem-estar emocional, para muitas mulheres, a gravidez e a maternidade são momentos de maior vulnerabilidade e estão sujeitas a possíveis riscos de distúrbios, isso se deve aos níveis hormonais (estrógeno e progesterona) aumentados, fazendo com que a mulher seja exposta ao desenvolvimento de perturbações emocionais (ALMEIDA, 2010). Alguns transtornos durante a gestação podem estar relacionados às complicações obstétricas, pré-natal inadequado e podem influenciar negativamente no crescimento e desenvolvimento infantil (KASSADA, WAIDMAN, MIASSO, MARCON, 2014). As preocupações provenientes da própria gestação como a saúde da criança, mudançano estilo de vida, questionamento quanto a capacidade de ser mãe e a condição financeira, são questões que por si já aumentam o nível de ansiedade, quando falamos de gravidez indesejada ou inesperada os níveis de estresse são mais exacerbados ainda (ALMEIDA, 2010). Segundo Esteves (2012) a gravidez não é um fator de proteção para doença mental, pois existem diversos fatores para o desenvolvimento dessa patologia quando associados à gestação. Devido uma falsa crença de que a gravidez é um período de completo bem-estar, a saúde mental da gestante por muito tempo foi negligenciada, acreditando que os problemas psiquiátricos surgiriam somente no puerpério, entretanto, atualmente dados epidemiológicos apontam prevalências comum tanto no período gestacional como pós-parto sendo de 10 a 15% das mulheres suscetíveis (KASSADA, WAIDMAN, MIASSO, MARCON, 2014). O período entre gravidez e puerpério é a fase de maior incidência de transtornos psíquicos, porém o período gestacional não é único motivo do aparecimento de doenças psiquiátricas, existem outros fatores de riscos que podem estar associados ao aumento das taxas de transtornos como: 1 Acadêmicos da 2ª série de enfermagem da UP – Curitiba – Paraná – Brasil. Contato: kwanna_toledo@hotmail.com (041) 99272-0988 / thiagomiguelvodonis@hotmail.com (041) 99692- 4580. 2 Graduado em enfermagem (UFRJ – 1998), graduado em administração hospitalar pela (FESP - 2008), especialização "lato sensu" em Gestão de Serviços de Saúde (2004), professor do curso de enfermagem UP- PR e coordenador da Central de Leitos Psiquiátricos da Secretaria Municipal de Saúde da Prefeitura Municipal de Curitiba 3 Graduado em enfermagem (PUC - 2004), professor do curso de enfermagem na UP-PR, Mestre em Enfermagem (UFPR – 2008), especialista em Terapia Intensiva (PUCP – 2005) e enfermeiro de serviço de atendimento móvel de urgência. 20 doença psiquiátrica na família ou previamente diagnosticada, vivenciar maus tratos na infância, ser mãe solteira ou falta de ligação entre o casal, ter mais de 3 filhos, abortos anteriores, idade inferior a 20 anos, baixo grau de escolaridade, suporte social insuficiente, vítima de violência doméstica ou ser sensível ao uso de anticoncepcionais orais, quando estes fatores apresentam-se associados a gestação as chances de desenvolvimento de distúrbios são maiores (ALMEIDA, 2010). Gestantes que fazem uso de álcool durante a gravidez proporcionam ao feto risco de lesões orgânicas e neurológicas acarretando a síndrome alcoólica fetal (SAF), uma das maiores causas de retardo mental no ocidente, ou até mesmo aborto, já o tabagismo acarreta baixo peso ao nascer, além de ser o principal responsável pelo aumento da mortalidade fetal e neonatal é também autor de abortos espontâneos e má formação fetal, as drogas ilícitas (cocaína, maconha, merla e crack) são altamente danosas tanto a gestante quanto ao feto, trazendo sérios agravos à saúde física e psicossocial, podendo acarretar em aborto, prematuridade, baixo peso ao nascer e diminuição do perímetro cefálico (ROCHA, et al., 2016). JUSTIFICATIVA: Considerando os riscos ao qual estão expostas as gestantes usuárias de substâncias psicoativas e a vulnerabilidade psicossocial, além das estatísticas negativas em relação à mortalidade e complicações ao feto, faz se necessário o estudo da relação que se estabelece entre o enfermeiro no cuidado destas gestantes. OBJETIVO: Descrever os cuidados de enfermagem a gestante dependente de substâncias psicoativas. METODOLOGIA: Estudo descritivo, tipo relato de caso, realizado em um hospital psiquiátrico na cidade de Curitiba (PR), por acadêmicos de enfermagem do 2º ano da Universidade Positivo no mês de maio de 2017, durante estágio supervisionado da disciplina de saúde mental. Os dados foram coletados por meio de prontuário e entrevista com a paciente durante a internação. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e pesquisa, por tratar-se de metodologia pedagógica da disciplina que não será publicado na íntegra. RESULTADO: A.P.W, 35 anos, casada, segundo grau completo, do lar, espírita, residente no CIC – Curitiba, com o esposo e 2 filhos (menino 17 anos e menina 12 anos), grávida do terceiro filho, 36 semanas, principal renda da família provém do esposo (eletricista), possuem casa própria. Internamento por medida compulsória devido ao uso de substâncias psicoativas e duas tentativas de suicídio. Iniciou na adolescência o uso das substâncias, após 21 um estupro e morte do pai, paciente relata ter parado de usar as drogas ilícitas quando descobriu sua primeira gestação, há 18 anos, porém atualmente devido a problemas financeiros e brigas com seu esposo, foge de casa para fazer uso de crack e realiza autoagressão. Esteve internada por 2 vezes, ambas decorrente de tentativa de suicídio, uma internação em março/2017 por 5 dias e outra em abril/2017 também por 5 dias, onde foi transferida para o hospital dia de uma clínica psiquiátrica para acompanhamento, mas não aderiu ao tratamento alegando não ter condições financeiras para o transporte. Fez também acompanhamento no CAPS por duas vezes mas descontinuou a terapêutica, dizendo que iria ficar com sua mãe em Brasília. Paciente apresenta as seguintes comorbidades: Hipotireoidismo, arritmia cardíaca, Diabetes Millitus e hipertensão gestacional. Alérgica a dipirona e diclofenaco. Além das medicações associadas as comorbidades, faz uso de haloperidol e levomepromazina. Exame do Estado mental: 18/05/2017 – Consciente, orientada autopsíquica e alopsíquica, pensamento com forma, curso e conteúdo, pensamento adequado, com insight preservado; 19/05/2017 - D2: Chorosa, consciente e orientada autopsíquica e alopsíquica, pensamentos com forma, curso e conteúdo, pensamento adequado, com insight preservado, labilidade afetiva, autocuidado preservado, devido a tristeza não quis se alimentar, relatou ansiedade pela alta, pois sua filha está sentindo sua falta. DISCUSSÃO: O pré-natal constitui um momento oportuno para rastrear sinais e sintomas de transtornos mentais, cabe ao enfermeiro em suas consultas de enfermagem identifica-los, realizar orientações e quando necessário encaminhar para a psiquiatria (KASSADA, WAIDMAN, MIASSO, MARCON, 2014). Trazer o reconhecimento o risco de gestantes desenvolverem doenças mentais para a realidade do dia a dia na assistência à saúde da gestante, colaborar para o planejamento de uma assistência visando o desenvolvimento de intervenções (ALMEIDA, 2010). Cabe a enfermagem identificar os sinais do uso de substâncias psicoativas, principalmente quando não é relato pela mulher, sendo assim possível que as intervenções sejam realizadas e consequentemente os riscos de complicações neonatais e maternais sejam reduzidos, uma vez que o uso dessas substâncias sejam elas lícitas ou ilícitas, trazem danos severos a saúde da mulher e a vida do feto (ROCHA, et al., 2016). Quanto aos cuidados da enfermagem cabe identificar os sintomas precocemente quanto ao uso dessas substâncias e realizar 22 tratamento imediato. Registrar os potenciais de riscos para a gestante e feto, discutindo isso com a mulher e a família; mantê-la na comunidade tanto quanto possível e auxiliá-la no acesso ao sistema de atendimento de saúde mental; usar de linguagem clara para que isso não sirva de barreira ou empecilho no tratamento; prestar serviço sem discriminação quanto a raça, situação social ou doença; promover o auto cuidado; incentivar o comprometimento com o tratamento; aprimorar a comunicação usando a informação escrita no nível apropriado de leitura para a cliente; focar nos resultados esperados; realizar escuta ativa; clarificar e validar a comunicação (ORSHAN, 2010). CONCLUSÃO: A participação da enfermagem no cuidado é de extrema importância, pois através da assistênciaprestada a gestante, durante todo o pré-natal é possível identificar sinais e sintomas de mulheres em potencial de risco, auxiliando no reconhecimento, orientação, intervenção e adesão ao tratamento, buscando terapias alternativas seja na Unidade de Saúde, CAPS, hospital dia ou quando necessário hospital psiquiátrico, esse atendimento não pode ser voltado apenas a grávida, mas deve ser extensivo aos seus familiares, a fim de que o tratamento seja eficaz, garantindo o melhor estado de saúde para a gestante e principalmente ao recém-nascido, pois o uso de substâncias psicoativas podem interferir no desenvolvimento do feto. CONTRIBUIÇÕES/ IMPLICAÇÕES PARA SAÚDE: A enfermagem juntamente com a equipe multidisciplinar deve buscar o trabalho interdisciplinar, pois podem propor um plano terapêutico e através do acompanhamento irão verificar os resultados e quando necessário readequá-lo. DESCRITORES: Dependência química; Saúde Mental; Cuidados de Enfermagem. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. S. Transtornos mentais em uma amostra de gestantes da rede de atenção básica de saúde no Sul do Brasil. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 28, n. 2, p.385-393, Fev 2012. Disponível em: <http://www.scielosp.org/pdf/csp/v28n2/17.pdf>. Acesso em 24 jun. de 2017. ESTEVES, M. M. B. S. S. Doença mental na gravidez. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina) Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, Universidade do Porto, Portugal. Disponível em: < https://sigarra.up.pt/reitoria/pt/pub_geral.show_file?pi_gdoc_id=594454>. Acesso em 23 de jun. de 2017. 23 KASSADA, D. S.; WAIDMAN, M. A. P.; MIASSO, A. I.; MARCON, S. S. Prevalência de transtornos mentais e fatores associados em gestantes. Revista Acta Paulista Enfermagem, São Paulo, v.28, n. 6, p. 495-502, 2015. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103- 21002015000600495&lang=pt>. Acesso em 24 jun. de 2017. OSHAN, S. A. Enfermagem na saúde das mulheres, das mães e dos recém- nascidos. In: GARY, F. Editora Artmed. Rio grande do Sul. Cap. 5. 213-227. ROCHA, P. C. et al. Prevalência e fatores associados ao uso de drogas ilícitas em gestantes da coorte BRISA. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v.32, n.1, p.1-13, Jan 2016. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 311X2016000100707>. Acesso em 20 Jul. de 2017. SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM BRONQUITE CRÔNICA COM ÊNFASE NA TAXONOMIA NANDA 24 Alisan Torres Moraes de Freitas1, André Alexandre Jacewicz da Luz1, Gabriele Mendes Campoi¹, Kelly Vaz Torres¹, Luana Gomes Policarpo¹, Adriano Shimbo2 INTRODUÇÃO: A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é um termo usado para descrever os pacientes que tem bronquite crônica ou enfisema, que são evidenciados pela diminuição do volume expirado, através de provas de função pulmonar. A bronquite crônica é caracterizada de forma clínica como a presença de uma tosse produtiva, sem uma causa visível, num período de dois anos, ocorrendo durante mais da metade do tempo. A bronquite crônica é uma doença de tabagistas, pois 90% dos casos acontecem em fumantes. A frequência dessa doença em não fumantes é menor que 5% e maior que 25% em fumantes de longa data. As doenças respiratórias são as principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo. Considerando a população com 18 anos ou mais, a prevalência de morbidade revelou-se 22% superior nas mulheres, em relação aos homens, mesmo após ajuste por idade. Também é mais frequente em moradores de áreas urbanas com poluição do ar e trabalhadores expostos a inalantes tóxicos nas indústrias. Em relação à morfologia da bronquite crônica ocorre um aumento do aparelho secretor de muco. Existem duas células responsáveis por revestir as glândulas de muco: as células mucosas (são mais comuns) pálidas e as células serosas. A bronquite crônica é definida pela hiperplasia e hipertrofia das células mucosas e as células serosas e mucosas sofrem um aumento da proporção entre as duas. Por isso ocorre um aumento no tamanho das glândulas. O índice de Reid mede o aumento do tamanho das células mucosas, o valor normal é igual ou inferior a 0,4; na bronquite crônica o valor é maior que 0,5. A bronquite crônica pode estar acompanhada de enfisema ou não. Normalmente, os pacientes com bronquite, na maioria das vezes crônica tem tosse produtiva por vários anos. JUSTIFICATIVA: Diante disso, justifica-se a realização deste trabalho a aplicação da Sistematização da Assistência de Enfermagem ao paciente portador de bronquite crônica, para um atendimento de enfermagem mais individualizado. OBJETIVO: Identificar os 1Acadêmicos da 3º série do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo, alisan_moraes@hotmail.com; (41) 9.9592-4552 ale_jacewics@hotmail.com; gaabicampoi@gmail.com; kellytdvt@outlook.com; luanapolicarpolgp@hotmail.com; 2 Mestre em Enfermagem. Enfermeiro Especialista em Terapia Intensiva. Docente do Curso de Enfermagem da Universidade Positivo. adriano.shimbo@hotmail.com mailto:alisan_moraes@hotmail.com mailto:ale_jacewics@hotmail.com mailto:gaabicampoi@gmail.com mailto:kellytdvt@outlook.com mailto:luanapolicarpolgp@hotmail.com mailto:adriano.shimbo@hotmail.com 25 principais cuidados de enfermagem ao paciente portador de bronquite crônica, com ênfase nos diagnósticos da NANDA. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo descritivo, tipo estudo de caso, realizado no mês de Março de 2017, durante as aulas práticas da disciplina de UTI/ UE, em uma Unidade de Pronto Atendimento na cidade de Curitiba-PR, com atendimento do Sistema Único de Saúde, que atende pacientes clínicos, sendo composto por três setores de atendimento, separados pelas cores verde (esta casos menos graves), amarelo e vermelho (sendo os dois últimos para graves e mais graves, respectivamente), sendo esses os campos de estágio do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. Os dados foram coletados com o auxílio de um instrumento próprio, elaborado pelo corpo docente do curso (Ficha de Investigação Admissional de Enfermagem) que contemplava histórico e descrição detalhada do exame físico. Os resultados foram organizados em: histórico, exame físico, levantamento de problemas e discussão. O trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade Positivo, por se tratar de um trabalho acadêmico, utilizando metodologia pedagógica própria da disciplina. RESULTADOS: Histórico: A participante escolhida foi do sexo feminino, 69 anos, casada, três filhos, natural de Campo Largo-PR e aposentada. Deu entrada na UPA do Campo Comprido por exacerbação de quadro de bronquite crônica. Essa chamou a atenção das acadêmicas do terceiro ano de Enfermagem da Universidade Positivo para elaboração do estudo, por se tratar de uma idosa com histórico de múltiplas internações e por estar submetida ao setor amarelo, já que está paciente não apresentava sinais além de dispneia por esforços e tosse produtiva. APA, mora com o marido em casa própria e possui água encanada e luz elétrica. Admitida apresentando dispneia e tosse produtiva há mais de dez dias, foi levada pela filha até a UPA, pois, a paciente tem histórico de bronquite crônica há mais de dez anos. Tabagista por mais de cinco anos, relata fumar meia cartela de cigarro por dia, (interrompeu o uso do cigarro quando apresentou dispneia), nega etilismo e alergia a medicamentos e alimentos. Paciente responsiva e conhecedora da sua patologia, mas não realiza corretamente tratamento em casa, principalmente pelo não ter abandonado o fumo. Exame Físico: T: 35,6 ºC, FR: 20 rpm, FC: 75 bpm, PA:100 x70mmHg, saturação: 91%, dor: não relata dor. Glasgow 15, pupilas isocóricas e fotoreagentes, uso de máscara de névoa 2 l/m. Ausculta cardíaca com bulhas26 normofonéticas, ritmo regular e sem sopro. Ausculta pulmonar ápice bilateral e base bilateral com sibilos, mantendo saturação de 91%. Abdome flácido e globoso, ruídos hidroaéreos presentes nos quadrantes. AVP em MSD. MMII sem alterações. Diurese presente e evacuação ausente no período. Levantamento de Problemas: tosse produtiva, tabagista, dispneia. DIAGNÓSTICOS: Risco de integridade da pele prejudicada relacionada a extremos de idade; Ventilação espontânea prejudicada relacionada à fadiga da musculatura respiratória evidenciada por saturação arterial de oxigênio (SaO2) diminuída; Desobstrução ineficaz das vias aéreas relacionada a tabagismo evidenciada por dispneia; Risco de mucosa oral prejudicada relacionado a tabagismo; Falta de adesão relacionada motivação insuficiente evidenciada por exacerbação de sintomas; Proteção ineficaz relacionada a extremo de idade evidenciada por tosse. INTERVENÇÕES: Hidratar a pele com creme tópico uma vez ao dia; Observar alterações na pele; Monitorar frequência, ritmo, profundidade e esforços na respiração; Registrar mudanças na SaO2; Palpar em busca de expansão torácica igual; Monitorar a ocorrência de dispneia; Orientar sobre prejuízos a saúde causada pelo tabagismo; Fornecer suporte para paciente se quiser abandonar abuso de tabaco; Avaliar e monitorar as membranas mucosas quanto à hidratação, cor e textura; Instituir protocolo de higiene oral; Informar sobre importância da adesão ao tratamento; Orientar sobre problemas causados pela falta de adesão; Educar sobre mudanças de habito de vida; Monitorar padrão respiratório; Monitorar saturação de O2. CONCLUSÃO: Através da elaboração deste estudo podemos identificar quão importante é a classificação correta de um paciente no momento de sua internação no setor, pois através dessa seleção a equipe pode elaborar o seu papel com maior coerência. E uma paciente com sinais leves de bronquite crônica não se encaixa adequadamente no setor de UTI, porém os cuidados prestados há essa cliente se torna mais integral, por se tratar de um setor que implica estar em total vigilância ao doente. CONTRIBUIÇÕES/IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE: As contribuições que esse trabalho nos proporcionou, foi que a seleção correta do paciente no momento de sua adesão ao serviço de saúde é o princípio dos cuidados. E através dos diagnósticos elaborados com o referencial de Nanda o paciente com bronquite crônica pode receber um cuidado mais globalizado com suas necessidades. 27 DESCRITORES: Cuidados de Enfermagem; Bronquite crônica; Doença Crônica. REFERÊNCIAS RUBIN, Emanuel. Rubin patologia: bases clinicopatológicas da medicina. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. NANDA, Internacional. Diagnósticos de enfermagem: definições e classificação 2015-2017. Porto Alegre: Artmed, 2015. INCOMPREENSÃO DA COMUNICAÇÃO NÃO-VERBAL COMO FATOR IATROGÊNICO 28 Drielly Zanatta1, Ana Lazzari¹, Diego Dias¹, Gabriela Machado¹, Mônica Teixeira¹, Marly B. G. Marton da Silva2 INTRODUÇÃO: A comunicação é a ação de transmitir uma mensagem e eventualmente receber outra mensagem como resposta, estabelecendo uma relação entre os indivíduos possibilitando a interação de princípios, ideologias, conhecimentos, diálogos e sentimentos. Cada um desses fatores somados ao contexto biopsicossocial no meio em que está inserido resultará em um determinado comportamento como resposta (PEREIRA; PUGINALL, 2017). Segundo Paes (2017) o contexto da rotina hospitalar está focado na execução rápida e eficaz dos serviços prestados, contribuindo para que o serviço se torne mecanizado e o profissional deixe de ter uma visão holística voltada para a semiologia dos sentidos, expressões e emoções do paciente. Freitas (2014) refere que a repercussão de impasses causados pela comunicação não-verbal é relativamente mais impactante que a comunicação verbal, podendo tornar frágil o vinculo de confiança entre o enfermeiro e o paciente. Segundo Broca (2012) estudos demonstram que 55% dos sentimentos são expressos por meio da comunicação não-verbal; 38% pela voz e, somente 7% são representados por palavras. Freitas (2014) corrobora que tais percentuais confirmam que há maior possibilidade de criação de um vínculo de confiança através da comunicação não- verbal em relação à verbal, uma vez que certas respostas fisiológicas são reflexos naturais manifestados pelo corpo e não podem ser dissimulados, tornando uma forma de instrumento de avaliação mais fidedigna. A compreensão dos sinais transmitidos pelos sentidos do paciente, segundo Araújo (2007), poderá ser interpretada como fator iatrogênico ou instrumento terapêutico dependendo do ponto de vista do profissional. Desse modo, a verificação do emprego da comunicação não-verbal em sua prática diária torna-se benéfica ao paciente, diminuindo o risco de iatrogenias, além de proporcionar ao profissional a oportunidade de aperfeiçoamento de sua percepção. O termo “cuidar” se insere no 1 Alunos do 1º ano do Curso de Graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. dri.foz@hotmiail.com aninha.karol.lazz@hotmail.com; diegoviniciosdias97@gmail.com; gabriela.machado.correa@hotmail.com; monica_teixeira@hotmail.com - Fone: (41) 99903-8063. 2 Enfermeira, Professora do curso de graduação e pós graduação em Enfermagem da Universidade Positivo, Mestre em Enfermagem pela UFPR, marlymarton@hotmail.com mailto:dri.foz@hotmiail.com mailto:Aninha.karol.lazz@hotmail.com mailto:Diegoviniciosdias97@gmail.com mailto:Gabriela.machado.correa@hotmail.com mailto:Monica_teixeira@hotmail.com mailto:marlymarton@hotmail.com 29 núcleo da profissão enfermagem, isso faz com que a locução do relacionamento interpessoal seja a resposta entre o cuidado efetivo ou não (FORMOZO, 2012). Para Morais (2009), a compreensão da comunicação terapêutica relacionada à linguagem não-verbal favorece o desempenho de cuidado mais adequado e humanizado. Desse modo, identificar os princípios que constituem a metodologia da comunicação e o que intervém favorável e desfavoravelmente visando sua efetividade e atingindo o objetivo esperado por ambos os interlocutores, de modo que se tenha uma relação concreta e firme entre os profissionais, contribuirá para que se possa prestar uma assistência humanizada, reduzindo chances de iatrogenias decorrentes da negligencia relacionada aos diversos tipos de comunicação, principalmente a não-verbal. JUSTIFICATIVA: As iatrogenias representam um efeito de consentir no sofrimento físico e emocional dos pacientes, além disso, podem prolongar a hospitalização dificultando a recuperação do paciente e aumentando o risco para o desenvolvimento de outras complicações, ocasionando prejuízos nas atividades da vida diária, em vista disso, as iatrogenias requerem completa atenção proveniente da equipe multiprofissional no quesito de prevenir o seu aparecimento ou favorecer o seu tratamento, sendo necessária a investigação da comunicação não-verbal como possível fator de iatrogenia. OBJETIVO: Verificar se a incompreensão da comunicação não-verbal resulta em iatrogenias. METODOLOGIA: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica em artigos da literatura cientifica da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS-BIREME) pelo acesso de bases eletrônicas de dados LILACS (Literatura Latino-americana em Ciências de Saúde), PUBMED (National Center for BiotechnologyInformation) e Scielo. Foram utilizados os seguintes critérios de inclusão: artigos científicos publicados em periódicos nacionais, que abordassem os assuntos iatrogenia, comunicação não-verbal e relacionamento interpessoal, indexados, publicados no período de 2007 a 2017. Tal busca selecionou18 artigos, que após leitura refinada dos mesmos e seguindo os critérios de inclusão resultou em seis artigos. Este trabalho não foi submetido ao Comitê de Ética por se tratar de um estudo realizado durante a atividade curricular do curso de graduação em enfermagem da Universidade Positivo, não será publicado na íntegra e manter-se-á anonimato do paciente. RELATO DE CASO: O fato aconteceu em um hospital no município de São Paulo. Paciente N.S., sexo masculino, 32 anos, trabalhador da construção civil, deu 30 entrada no PA do Hospital com politraumatismo por agressão. Sofreu fraturas em MIE, MSE, mandíbula e nariz. Passou por duas cirurgias e teve a face imobilizada com gesso por 28 dias. Recebia cuidados das equipes de enfermagem, que relatavam ser um paciente rebelde e agitado, sem perceberem que ele manifestava suas dores e sofrimentos através de gritos e gemidos. Certo dia uma enfermeira, nova no setor, se aproximou do paciente para lhe prestar cuidados e percebeu um odor fétido vindo do rosto dele. Examinando-o, percebeu que o gesso pegava abaixo da mandíbula e constatou que, provavelmente, ele era agitado e gritava porque sentia fortes dores. A enfermeira solicitou que a equipe de ortopedia avaliasse o quadro clínico e o gesso foi retirado do seu rosto, perceberam que o tecido encontrava-se necrosado e com miíase, neste momento a agitação e os gemidos do paciente foram compreendidos. RESULTADOS E DISCUSSÃO:O entendimento da comunicação não-verbal é extremamente relevante, pois sua compreensão simplifica o trabalho do profissional e propicia uma assistência mais humanizada, proporcionando qualidade de vida aos pacientes, além de evitar iatrogenias.Os comportamentos de expressões não verbaissão observáveis e, algumas vezes, audiveis, tais como toque, proximidade, contato visual, gemidos e gritos (Freitas, 2014).A comunicação entre pacientes, profissionais e gestores constitui fator de suma importância acerca do processo do cuidado e do ralacionamento interpessoal. Visando uma efetiva relação entre as partes citadas, faz-se necessário o estreitamento dos laços de variados tipos de comunicação favorecendo a compreensão da realidade do profissional e do paciente (BROCA, 2012). Para garantir sua satisfação no atendimento de enfermagem é necessario compreender o processo de comunicação não-verbal muito além do que somente a linguagem do corpo.Bax (2012) refere que as expressões se dispõem sob as formas cinésica (movimentos), tacêsica (toque), proxêmica (intimidade), paraverbal (sons sem uso das palavras) e o silêncio caracterizado pela ausência de som emitido pela pessoa. Além disso, Bax (2012) afirma a relevância de interpretar o que se sucede com o paciente, fundamentando suas dúvidas, angústia, aflição e medos reconhecidos pelos indícios não verbais, uma vez que não verbaliza, contudo expressa nas reações corporais ao longo dos cuidados. Araújo et al.(2007) referem que comunicação é prejudicadaà medida que os profissioanaisadotam comportamento rotineiro e mecanizados. A comunicação interpessoal somente se 31 torna terapêutica quando ajuda, promove e dá oportunidade ao paciente de ser atendido dentro das suas necessidades. CONCLUSÃO: Dispor-se de uma atitude compreensiva para com o paciente necessitado de ajuda é um dos primeiros passos para a criação de um vínculo bem estabelecido entre o paciente e enfermeiro, possibilitando melhor interação na prática do cuidado. Segundo Broca (2015) a comunicação não verbal é indispensável na construção desse elo entre os lados. Atentar-se às formas não verbais de expressões advindas do paciente é excelente recurso técnico para desenvolvimento da relação interpessoal. Constantemente procedimentos realizados acontecem de forma mecanizada e rotineira, tornando cada vez mais comum o fato de muitos profissionais não saberem como iniciar algum tipo de comunicação com o paciente e como mantê-la de forma criativa e adequada, principalmente quando a comunicação ocorre de forma não-verbal, favorecendo a negligência das formas expressivas procedente do paciente podendo resultar em iatrogenias. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE: O cuidado efetivo do ponto de vista técnico constitui uma esfera fundamental da assistência ao paciente, mas não é completa do ponto de vista ideal sem a complementação do aspecto empático, que representa o respeito e a consideração à pessoa assistida. Os recursos de comunicação e interação necessitam investigar alternativas terapêuticas que respaldam os pacientes e impossibilite a realização de práticas de descuidado que possam levar a negligência de informações. A busca pode ser conduzida no seguimento da efetivação de tecnologias referentes às variadas formas de relacionamentos e comunicação que propiciem o elo entre os indivíduos e a mais adequada conduta do processo terapêutico, com proteção da dignidade humana. DESCRITORES: Iatrogenia; comunicação não-verbal; relacionamento interpessoal. REFERÊNCIAS ARAÚJO, M.M.T.; SILVA, M.J.P.; PUGINA, A.C.G. A Comunicação não verbal enquanto fator iatrogênico. Rev. Esc. Enf. USP. São Paulo, v.41, n.3, 419-25. 2007. BAX, C. et al. EXPRESSÃO NÃO VERBAL DO PACIENTE NO CUIDADO: percepção do enfermeiro em unidade cardiointensiva.Esc Anna Nery (impr.) out - dez; v16, n4, p.728-33, 2012. 32 BROCA, P. V.; FERREIRA, M. A. Equipe de enfermagem e comunicação: contribuições para o cuidado de enfermagem. RevBrasEnferm. v.65 n1, p. 97- 103, 2012. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n1/14.pdf FORMOZO, G. A.; OLIVEIRA, D .C.; COSTA, T.; GOMES, A. M. T. As relações interpessoais no cuidado em saúde: uma aproximação ao problema. RevEnfer UERJ. V.12, n.1, p.:124-7. 2012.http://www.facenf.uerj.br/v20n1/v20n1a21.pdf FREITAS, Q.F.F.et al.Comunicação não verbal entre enfermeiros e idosos à luz da proxêmica.RevBrasEnferm. nov-dez; vol. 67. n 6, p.928-35, 2014 MORAIS, G. S.N.; COSTA, S. F. G.; FONTES, W. D.; CARNEIRO, A. D. Comunicação como instrumento básico no cuidar humanizado em enfermagem ao paciente hospitalizado.Acta Paul Enf. V. 22, n 3, p.:323-7, 2013. ESCALAS PARA A PREVENÇÃO DE LESÕES POR PRESSÃO http://www.scielo.br/pdf/reben/v65n1/14.pdf http://www.facenf.uerj.br/v20n1/v20n1a21.pdf 33 Davi Augusto Trauer Linhares Cirino dos Santos1, Diego Costa Passos1, Jennifer Veiga Vilela1, Mayara Silva de Oliveira1, Nathalin Eduarda Sant’Ana Dias1, Stephanie Yara Santos da Silva1, Denise Faucz Kletemberg2 INTRODUÇÃO: Estudos demonstram que no Brasil, a incidência de lesão tecidual por pressão (LTP) é dimensionada entre 19,1% a 39,8%, independente dos ambientes de cuidado, sendo que as taxas internacionais indicam variações entre 10,2% a 26,7% (STUQUE et al, 2017). A lesão por pressão era anteriormente chamada de úlcera por pressão, mas a partir de abril de 2016 o National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) anunciou a mudança na terminologia para Lesão por Pressão (LP). Definida como um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente sobre uma proeminência óssea, ou relacionada ao uso de dispositivo médico ou a outro artefato. É reconhecida como um evento adverso, se ocorrer após a admissão do indivíduo no serviço de saúde, e como uma das cinco causas mais comuns de danos aos pacientes. (VASCONCELOS,2017). Visando a melhoria da atenção aos pacientes em risco para o desenvolvimento da lesão por pressão e, consequentemente reduzir a sua ocorrência, pesquisadores criaram as escalas de risco. JUSTIFICATIVA: A ausência de conhecimento e a não utilização das escalas de avaliação para lesão por pressão podem influenciar diretamente na qualidade de vida e no processo de reabilitação dos pacientes. Deste modo as escalas precisam ser implementadas na prática assistencial do enfermeiro, melhorando assim a qualidade da assistência,possibilitando também a condução de pesquisas cientificas. OBJETIVO: Identificar as escalas para avaliação da lesão por pressão, descritas na literatura brasileira. METODOLOGIA: Revisão bibliográfica realizada durante o mês de agosto de 2017, por meio de pesquisa eletrônica, consultando-se o banco de dados da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), nas bases Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF) e Sistema Online de 1Acadêmicos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo – Curitiba –Brasil. Contato: (41) 99221-0050, wolf.trauer@gmail.com, diego_costa_passos@hotmail.com, veigajenni@gmail.com, natahalineduarda@gmail.com, stephenie_yara@hotmail.com,mayarasilva_01@live.com 2Doutora em Enfermagem. Professora do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Positivo. Líder do Núcleo de Estudos Cuidado e Ensino em Saúde (NECES). denisekle@yahoo.com.br mailto:veigajenni@gmail.com 34 Busca e Análise de Literatura Médica (MEDLINE). Foi utilizado o cruzamento dos descritores Lesão por Pressão and Escalas. Os critérios de inclusão foram publicações no período de 2012 a 2017, no idioma português e inglês. A exclusão dos artigos seguiu os seguintes critérios: complicações da lesão por pressão, custos financeiros e estudos de incidência da lesão por pressão. RESULTADOS: Foram encontradas 3 escalas para avaliação da lesão por pressão. Historicamente a primeira a ser criada foi a escala de Norton, que apontava o risco por meio de escores, inicialmente avaliava cinco fatores de risco: condição física, estado mental, atividade, mobilidade e incontinência. Foi ampliada em 1973, acrescentando nutrição e retirando condição física (ROCHA et al, 2016). Outra escala de risco é a de Waterlow amplamente usada no Reino Unido, abrangendo um maior número de fatores que a escala anterior ao avaliar a propensão ao desenvolvimento da LP por meio dos indicadores: Índice de Massa Corporal (IMC), sexo/idade, continência urinária, tipo de pele, mobilidade, apetite, má nutrição tecidual, déficit neurológico, cirurgias de grande porte, trauma e medicação. A escala atribui a pontuação a cada uma das variáveis, 10-14 (risco), 15-19 (alto risco) e ≥ 20 (risco altíssimo) (MORAIS; TOLENTINO, 2017). Adaptada e validada no Brasil, a escala de Braden (EB) se encontra amparada na fisiopatologia da lesão por pressão e permite a avaliação de aspectos importantes para a sua formação ao aferir o risco de desenvolvimento das LP. Composta por seis parâmetros e pelas subescalas: percepção sensorial, umidade, atividade, mobilidade, nutrição, fricção e cisalhamento. Cada uma das subescalas tem uma pontuação que vai de 1 a 4, com exceção do domínio “fricção e cisalhamento”. Que resulta numa somatória final entre 6 e 23 pontos, que significam: risco baixo (15-18), risco moderado (13-14), risco elevado (10-12) e risco muito elevado (≤ 9). (MORAIS; TOLENTINO, 2017). DISCUSSÃO: A aplicação das escalas para a prevenção da lesão por pressão, auxilia o enfermeiro a avaliar os riscos, formular diagnósticos de enfermagem e determinar o melhor e mais eficiente plano de cuidados levando em consideração as particularidades de cada paciente. No entanto, para que as escalas sejam adequadamente utilizadas é indispensável o conhecimento técnico da escala por toda a equipe de enfermagem, do contrário pode ser mal interpretada, muitas vezes não surtindo efeito. Em estudo comparativo das escalas de Norton, Braden e Waterlow concluiu- se que a escala de Waterlow apresenta maior sensibilidade para a definição dos 35 diagnósticos e cuidados, e que adaptada para a língua portuguesa é uma ferramenta de alta confiabilidade em predizer o risco de desenvolver lesões por pressão. No entanto a “escala preditora mais popular no Brasil é a escala de Braden (PAULA; BACARIN, 2017). CONCLUSÃO: A lesão por pressão é um problema grave e recorrente enfrentado diariamente pelos profissionais da saúde, mais especificamente a equipe de enfermagem, cabendo ao enfermeiro conhecer os protocolos e metodologias para garantir uma boa assistência de enfermagem. Das três escalas encontradas, a mais utilizada no Brasil é a escala de Braden, por ser a com a melhor tradução e que melhor se adapta a realidade dos hospitais brasileiros. CONTRIBUIÇÕES PARA A SAÚDE: Neste cenário, as escalas de prevenção de lesão por pressão podem evitar inúmeros agravos e incômodos no tratamento dos pacientes, principalmente os mais críticos, como das UTIs, oncológicos e de idade avançada. DESCRITORES: Lesão por Pressão; Escalas; Enfermagem. REFERÊNCIA MORAIS, Thiago A. S.; TOLENTINO, Karine P. Análise da propensão a úlcera de pressão em indivíduos hospitalizados. Rev. Unimontes Científica, Montes Claros. v. 19, n. 1, 2017, p 25-32. PAULA, Betania Rafael de; BACARIN, Viviane Pereira. Escala de Braden versus Waterlow desafios e aplicabilidade. Rev. Olhar Científico, Ariquemes. v. 03, n. 01, 2017. p. 301-323. ROCHA, Sheila C. G.; OSELAME, Gleidson B.; MELLO, Marcia G. S.; NEVES, Eduardo B. Comparação das escalas de avaliação de risco de lesão por pressão. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 2016, v. 18, n. 4, p 143-151. STUQUE, Alyne G. et al. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Rev. Rene, São Paulo, v.18, n. 2,2017, p 272-82. VASCONCELOS, Josilene M. B.; CALIRI, Maria H. L. Ações de enfermagem antes e após um protocolo de prevenção de lesões por pressão em terapia intensiva. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, Rio de Janeiro, 2017, v. 21, p 1-9. CAUSAS E CUIDADOS DE ENFERMAGEM RELACIONADOS ÀS LESÕES CUTÂNEAS EM RECÉM-NASCIDOS HOSPITALIZADOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAL 36 Madalena Rosenente1, Thalita Jennifer Veiga¹, Thatyane Vanessa Turatto¹, Thays Emanuelle Saskoski¹, Vaniele de Oliveira Rodrigues¹, Luciane Favero Basegio² INTRODUÇÃO: Considerada o maior órgão do corpo humano, a pele se apresenta como principal fator de proteção do organismo já que exerce funções contra traumas, absorção e excreção de líquidos, regulação térmica, barreira contra a invasão de microrganismos, detecção de estímulos sensoriais, etc. Após o nascimento a pele do bebê representa 13% da superfície corporal (SCHAEFER; NAIDOM; NEVES, 2016), ou seja, qualquer tipo de alteração neste órgão pode levar a problemas secundários que podem influenciar tanto no seu desenvolvimento, quanto no tempo de sua permanência no serviço hospitalar. Devido à prematuridade e/ou apresentação de determinados problemas de saúde, muitos recém-nascidos acabam aumentando sua estadia em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais, local onde há frequente uso de diversos dispositivos e realização de inúmeros procedimentos (ANTUNES et al., 2010) que são imprescindíveis para a sobrevivência do bebê, mas que podem culminar com lesões de pele. Além disso, tecnologias como monitores, sensores, tubos e cateteres podem provocar rompimento cutâneo, fator capaz de agravar ainda mais a condição clínica desses bebês. Essas alterações que acometem a pele dos neonatos, quando não tratadas de forma correta podem originar lesões como flebites, hematomas, escoriações e até mesmo úlceras. Assim, cabe principalmente à enfermagem, profissão do cuidado, a criação de estratégias para evitar que fatores externos interfiram de modo a prejudicar a evolução clínica e prolongamento do processo de internação dos recém-nascidos na UTIN. Para isso, o enfermeiro deve conhecer as características da pele, saber avaliar, prevenir e tratar as mais diversas lesões cutâneas em seus diferentes níveis (FONTENELE; PAGLIUCA; CARDOSO, 2012). Questão Norteadora: Quais as causas e os principais cuidados de Enfermagem relacionados às lesões de pele em RNs internados em UTIN? OBJETIVOS: Descrever as causas e cuidados de Enfermagemrelacionados às lesões de pele que acometem os RNs hospitalizados em UTIN descritas na 1 Bacharelandos do curso de Enfermagem da Universidade Positivo. E-mail autor correspondente: madarosenente@hotmail.com ² Doutora em Enfermagem. Especialista em Enfermagem Pediátrica e Neonatal. Profª da Universidade Positivo. E-mail lucianefavero@yahoo.com.br mailto:madarosenente@hotmail.com mailto:lucianefavero@yahoo.com.br 37 literatura brasileira. METODOLOGIA: Pesquisa do tipo revisão de literatura realizada por meio da obtenção de artigos científicos publicados em periódicos da área. Os artigos foram selecionados através de buscas nas bases de dados nacionais da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e da Scientific Electronic Library Online (SciELO). Para a seleção dos textos foram utilizados os cruzamentos e buscas isoladas dos descritores: iatrogenia, lesão, pele, prevenção, terapia intensiva, cuidado de enfermagem e recém-nascido. Os seguintes critérios de inclusão delimitados foram: artigos na íntegra disponíveis de forma online; gratuitos; em português (BR); datados entre o período de janeiro de 2007 até agosto de 2017; resultantes da busca isolada ou do cruzamento dos descritores. Os critérios de exclusão foram: artigos de acesso bloqueado; com temas divergentes da proposta; e em outros idiomas que não o português originário do Brasil. A partir da junção dos descritores na base de dados da SciELO obteve-se 1080 textos. Destes, 1075 foram excluídos após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, e leitura do título e resumo para verificar coerência com a temática em estudo. Mediante cruzamento dos descritores prevenção, lesão, pele e recém-nascido (filtro: títulos) na BVS, surgiu um único resultado, o qual também foi utilizado, pois atendeu a todos os critérios preestabelecidos. No final, foram utilizados seis artigos para o estudo em questão. RESULTADOS: A partir da leitura na íntegra dos textos, encontrou-se uma categoria central denominada “Lesões de pele no RN hospitalizado em UTIN” e quatro subcategorias (apresentadas a seguir com sublinhado para melhor identificação) com nove componentes/elementos que as alimentam. O emprego de fitas/adesivos para a fixação de aparelhos de monitorização, e de tubos e cateteres é um grande vilão para lesões cutâneas neonatais. A utilização indiscriminada e inadequada de fitas, como o esparadrapo por exemplo, pode culminar em ferimentos extensos e portas de entrada para micro-organismos. A punção venosa também pode levar a lesões de pele, seja devido ao fato de também utilizar fitas adesivas, mas, principalmente, se houver extravasamento de soluções intravenosas. Além dessas, outra tecnologia que possui grande representatividade para a formação de lesões cutâneas é o uso do Continuous Positive Airway Pressure (CPAP nasal), que quando utilizado por tempo prolongado e sem os devidos cuidados, poderá ocasionar lesão no septo nasal do RN. Para prevenir este tipo de problema, há possibilidade do uso de curativos 38 protetores como os de hidrocoloides como anteparo de outras fitas adesivas secundárias. Além disso, a utilização de fitas menos agressivas a pele frágil do RN e de soluções apropriadas para sua retirada, podem amenizar o surgimento ou extensão dessas lesões. Nas UTI Neonatais, outra condição que está estreitamente relacionada à formação de lesões epidérmicas, como as assaduras e dermatites, é a higiene corporal. O uso contínuo e excessivo de antibióticos, os quais podem causar aumento da frequência de eliminação intestinal e alteração do pH das fezes, associado a troca de fraldas, principalmente se essas não forem realizadas com frequência, poderá gerar possíveis danos teciduais. Mesmo a rotina de banho, a qual está na maioria das vezes relacionada a resultados positivos, quando efetuada precocemente (antes de seis horas de vida), rotineiramente (diariamente), principalmente nos RNs prematuros e/ou agregado ao uso de substâncias comuns, como o sabão, por exemplo, pode ser nociva a pele frágil do bebê, tornando-se outro aspecto agravante para a integridade da epiderme. Considera-se ainda, a importância da equipe de enfermagem em atentar-se ao fato de que a utilização de substâncias irritantes como o álcool sobre a pele e de sabões/sabonetes de forma contínua e/ou ininterrupta, podem produzir diversos danos ao tecido cutâneo do RN prematuro. A utilização de soluções menos agressivas como a clorexidine alcoólica/aquosa, ou de apenas a água para o banho, pode contribuir significativamente para a diminuição desse tipo de lesão. O extravasamento cutâneo de soluções endovenosas, o qual pode ser evitado por fixação adequada, monitoramento constante e indicação específica do tipo do acesso venoso a terapêutica medicamentosa implementada, poderá desenvolver quadros de flebite química. Outra condição que merece atenção é a mudança de decúbito, já que esta quando não realizada em intervalos de tempo regulares é capaz de ocasionar lesões por pressão. Para evitar possíveis danos, a troca de posições e o uso de colchões de água ou de pele de carneiro sintética sob o corpo do RN acabam sendo as melhores opções. DISCUSSÃO: Compreende-se que o neonato ao longo de sua internação pode ter sua integridade cutânea prejudicada por diversos motivos, e compete, principalmente, a enfermagem a execução de cuidados para que estes problemas possam ser amenizados. Diversas ações podem ser realizadas como medidas de prevenção. Sobre a utilização de adesivos, estes devem ser mantidos pelo menos por 24 horas, exceto quando há necessidade de refixação por motivos 39 de validade ou desprendimento, e sua retirada deve ser feita com óleos minerais. Para as punções venosas, recomenda-se cautela na hora do procedimento, além de fazer com que o primeiro acesso vascular seja o umbilical, possibilitando coletas de sangue por meio deste (MARTINS; VILLALOBOS, 2009). Empregar o uso de hidrocolóide para a proteção da mucosa quando utilizado o CPAP nasal, torna-se uma maneira efetiva para prevenir possíveis danos no septo do neonato (ANTUNES et al., 2010). Sabe-se que em uma UTIN, manter a pele do RN seca e higienizada é algo imprescindível, por isso tem de existir uma rotina para a troca de fraldas e observação do profissional em relação à marca da fralda e cremes de barreira utilizados, e suas possíveis reações (ARAÚJO et al., 2012). Ainda sobre a higiene do neonato, o banho pode acabar sendo prejudicial à sua pele, mas isso pode ser evitado se este não for realizado com frequência. Higienizando apenas a região intima ou partes que apresentam sujidade com água e sabão (MARTINS; TAPIA, 2009). Para finalizar os cuidados com a pele do RN, é importante lembrar de que o uso de soluções irritantes, como o álcool, deve ser evitado com objetivo de proporcionar a preservação cutânea, e a mudança de decúbito/utilização de hidrocolóide em proeminências ósseas a fim de evitar lesões por pressão (SCHAEFER et al 2016). CONCLUSÃO: Através do estudo foi possível identificar as principais causas e cuidados a respeito de lesões de pele em RN hospitalizados na UTIN, e a importância da compreensão dos conhecimentos apresentados por parte dos profissionais da saúde, principalmente da equipe de enfermagem. IMPLICAÇÕES PARA A ENFERMAGEM: A equipe de Enfermagem possui papel primordial tanto no cuidado com a pele lesada, como na prevenção do surgimento de novas lesões cutâneas. O conhecimento científico aliado à comunicação intra e interdisciplinar, a troca de experiência com os pares, a criatividade e a sensibilidade devem permear o processo de cuidar do neonato hospitalizado em UTIN. DESCRITORES: Iatrogenia; Pele; Cuidado de Enfermagem. REFERÊNCIAS ANTUNES. J., et. al. Tecnologia Coadjuvante no Tratamento do Recém-nato Prematuro. Enfermeria global.
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