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DIREITO CIVIL II
AULA 4: OBRIGAÇÕES DE DAR COISA CERTA E 
INCERTA E DE RESTITUIR COISA CERTA
O professor deverá informar, que o aluno(a) deverá assistir a aula online, para a
próxima aula.
1. Conceito de obrigação de dar coisa certa;
2. Perda da coisa com e sem culpa nas obrigações de dar coisa certa;
3. Deterioração da coisa com e sem culpa nas obrigações de dar coisa certa;
4. Melhoramentos e acréscimos da coisa antes da tradição nas obrigações de dar
coisa certa;
5. Conceito de obrigação de restituir coisa certa;
6. Perda da coisa com e sem culpa nas obrigações de restituir coisa certa;
7. Conceito de obrigação de dar coisa incerta;
8. Perda da coisa nas obrigações de dar coisa incerta.
1.Conceito: Obrigação de dar coisa certa – “espécie de
obrigação positiva por meio da qual o devedor tem o dever de
entregar uma coisa (bem) ao credor”.
Dar: “pode significar entregar a posse ou a detenção de um bem,
restituir ou transferir a propriedade”.
Doutrina: 3 modalidades de obrigação de dar:
- apenas a transferência da posse ou da detenção,
- se refere à restituição de um bem que está em poder do devedor
- resulta na transferência da propriedade.
Exemplos Contratos de: Compra e Venda; Depósito; Locação.
Sistema brasileiro - obrigação de dar “o credor tem o direito que
exigir do devedor conduta voltada à entrega, restituição ou
transferência da posse ou propriedade do bem, mas, por si, não
gera direito real”.
Mera celebração de um contrato de compra e venda de um bem
móvel – “não faz do credor o proprietário da coisa, mas sim credor
do direito de exigir que o devedor transfira a coisa à sua
propriedade”.
Transferência da propriedade ocorre com a tradição no caso de
bens móveis. E, no de bens imóveis com o registro no Cartório de
Registro de Imóveis.
Transferência da propriedade ocorre com a tradição no caso de
bens móveis. E, no de bens imóveis com o registro no Cartório de
Registro de Imóveis.
Obrigação de dar: de dar coisa certa e de dar coisa incerta.
Obrigações de dar coisa certa também chamada de obrigação
específica.
Objeto da prestação é certo e determinado, individualizado,
apresenta peculiaridades próprias que o distingue dos demais do
mesmo gênero e espécie.
Ex.: obrigações envolvendo imóveis - contrato de locação, compra
e venda, comodato, doação e troca.
Obs.: Obrigações de pagar dinheiro ou obrigações pecuniárias ou
obrigações de pagar quantia certa - são espécies de obrigações
Art. 233, CC - princípio da acessoriedade ou princípio da
gravitação jurídica - estabelece que a obrigação de dar coisa certa
abrange os acessórios dela (frutos, produtos e benfeitorias).
Frutos – “utilidades renováveis, aqueles que a coisa principal
periodicamente produz, e cuja percepção não diminui a sua
substância”.
Classificação: frutos naturais (gerados pelo bem principal sem
necessidade da intervenção humana direta ex.: laranja e café),
industriais (decorrentes da atividade industrial humana ex.: bens
manufaturados) e civis (utilidades que a coisa frugífera
periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda ex.:
juros e aluguel). (Stolze, P.)
Produtos - utilidades não-renováveis, cuja percepção diminui a
substância da coisa principal.
Ex.: carvão mineral. (Stolze, P.).
Benfeitoria - "toda espécie de despesa ou obra (melhoramento)
realizada em um bem, com o objetivo de evitar sua deterioração
(benfeitoria necessária), aumentar seu uso (benfeitoria útil), ou
dar mais comodidade (benfeitoria voluptuária)" (Livro didático).
Se entre a celebração do negócio e a tradição o bem tiver
produzido frutos, quem terá direito a eles?
Até o momento da tradição, a coisa pertence ao devedor.
Portanto, os frutos colhidos até o momento da tradição são do
devedor.
Frutos pendentes pertencem ao credor (art. 237, parágrafo
único, CC).
Frutos colhidos com antecipação deverão ser restituídos ao
credor (art. 1.214, parágrafo único, CC).
Se entre a celebração do negócio e a tradição, o bem houver sido
melhorado ou acrescido?
Regra: até o momento da tradição a coisa pertence ao dono. No caso
esta deve ser somada ao princípio da vedação do enriquecimento sem
causa: o devedor poderá exigir o aumento do preço proporcional à
valorização da coisa e, se o credor não concordar em pagar a
complementação, a obrigação pode ser resolvida.
Ex.: Benfeitorias, acessão por aluvião e avulsão (vide art. 1.250 e
1.251 do CC).
2. Perda da coisa com e sem culpa nas obrigações de dar
coisa certa. 3. Deterioração da coisa com e sem culpa nas
obrigações de dar coisa certa. 4. Melhoramentos e acréscimos
da coisa antes da tradição nas obrigações de dar coisa certa.
Perda - destruição ou inutilização completa do bem. Deterioração -
"danificação da coisa, afetando o seu valor econômico".
Obrigação de dar coisa certa - objeto da prestação não pode ser
substituído por outro. Obrigação deve ser resolvida.
Critérios para a responsabilidade pela perda e pela deterioração
da coisa: momento em que ocorreu a perda ou a deterioração, e a
culpa do devedor.
Momento em que ocorreu a perda ou a deterioração (se antes
ou depois da tradição) - se o devedor lucra com os frutos colhidos,
os melhoramentos e acrescidos, ele também assume os prejuízos
decorrentes da perda e da deterioração.
Devedor - dever de guarda e conservação da coisa até o
momento da tradição.
Princípio geral de Direito: a coisa perece para o seu dono (res
perit domino). Credor ainda não tem direito sobre a coisa (jus in
re), apenas o direito de vir a ter a coisa (jus ad rem), não
podendo, portanto, suportar a perda ou a deterioração.
ATIVIDADE: elabore dois quadros comparativos sobre a perda e
deterioração da coisa com culpa e sem culpa do devedor.
5. Conceito de obrigação de restituir coisa certa.
6. Perda da coisa com e sem culpa nas obrigações de restituir
coisa certa.
7. Conceito de obrigação de dar coisa incerta.
8. Perda da coisa nas obrigações de dar coisa incerta.
Coisa se perder ou perecer (prejuízo total) - duas situações
podem ocorrer (TARTUCE, 2019):
“a) se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição
(da entrega da coisa), ou pendente condição suspensiva (o
negócio encontra-se subordinado a um acontecimento futuro e
incerto: o casamento do devedor, por exemplo), fica resolvida a
obrigação para ambas as partes, suportando o prejuízo o
proprietário da coisa que ainda não a havia alienado (art. 234,
parte inicial, do CC/2002);
b) se a coisa se perder, por culpa do devedor, responderá este
pelo equivalente (valor da coisa), mais perdas e danos (art. 234,
parte final, do CC/2002). Neste caso, suportará a perda o
causador do dano, já que terá de indenizar a outra parte. Imagine
a hipótese de o devedor, por culpa ou dolo, haver destruído o bem
que devia restituir.”
Deterioração (prejuízo parcial), também duas hipóteses são
previstas em lei:
a) se a coisa se deteriora sem culpa do devedor, poderá o credor, a
seu critério, resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu
preço o valor que perdeu (art. 235 do CC/2002);
b) se a coisa se deteriora por culpa do devedor, poderá o credor
exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha,
com direito a reclamar, em um ou em outro caso, a indenização pelas
perdas e danos (art. 236 do CC/2002).
•Obrigações de restituir: consiste na devolução da coisa
recebida pelo devedor.
Ex.: depositário (devedor) - de restituir ao depositante (credor)
aquilo que recebeu para guardar e conservar.
Ex.: locatário e o comodatário - restituir ao locador e ao
comodante, respectivamente, a coisa recebida.
“Art. 238, CC: Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta,
sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o
credor
a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos
até o dia da perda”.
Regra: coisa perece para o dono (credor) - suporta o prejuízo -
sem direito a indenização - na ausência de culpa do devedor.
Deterioração,recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a
indenização (art. 240 do CC/2002).
Nas obrigações de restituir qual a regra se a coisa se perde
ou deteriora por culpa do devedor?
Se a coisa se perde por culpa do devedor, que não poderá mais
restituí-la ao credor, deverá responder pelo equivalente (valor do
objeto), mais perdas e danos (art. 239 do CC/2002).
Se a coisa restituível apenas se deteriora, a solução da lei é no
sentido de se aplicar a mesma regra do art. 239 do CC -
imposição ao devedor de responder pelo equivalente (valor do
objeto) mais perdas e danos.
Código silente - credor de coisa restituível - deteriorada por culpa
do devedor – doutrina no sentido de que pode optar por ficar com
a coisa, no estado em que se encontra, com direito a reclamar a
indenização pelas perdas e danos correspondentes à
deterioração.
• Obrigação de dar Coisa Incerta “o objeto não é considerado em
sua individualidade, mas no gênero a que pertence... Por exemplo:
dez sacas de café, sem especificação da qualidade” nesse caso
“apenas o gênero e a quantidade, faltando determinar a QUALIDADE
para que a referida obrigação se convole em obrigação de dar coisa
certa e possa ser cumprida.” (TARTUCE).
- Denomina-se “concentração do débito” ou “concentração da
prestação devida” - atuação do devedor - escolhe pelo médio. (art.
244, CC).
“Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a
escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da
obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a
prestar a melhor.”
- Feita a escolha, aplicam-se as regras previstas para as obrigações
de dar coisa certa (art. 245, c/c os arts. 233 a 242 do CC/2002).
Caso concreto
Ana firmou com Pedro a obrigação de entregar três sacas de café
Conilon, que estavam armazenadas em seu galpão ao final do
mês de abril. Para tanto, Pedro adiantou a quantia de
R$10.000,00 (dez mil reais). Ocorre que antes do termo fixado,
uma chuva torrencial destruiu o galpão com as sacas destinadas
ao credor. Nesse caso, como Pedro poderá reaver o prejuízo
sofrido? Fundamente.
RESPOSTA:
Trata-se de obrigação de dar coisa certa em que houve a sua
perda em decorrência de caso fortuito ou força maior, acarretando
a devolução do equivalente sem o pagamento das perdas e
danos, conforme art. 234, CC. A obrigação é considerada de dar
coisa certa, pois as sacas já foram previamente determinadas no
momento da venda.
DIREITO CIVIL II
AULA 5: OBRIGAÇÕES DE FAZER E DE NÃO FAZER
O aluno(a) deverá assistir a aula online, para a próxima aula.
1. Conceito das obrigações de fazer e de não fazer;
2. Inadimplemento das obrigações de fazer fungíveis e
infungíveis;
3. Inadimplemento das obrigações de não fazer;
4. A autotutela nas obrigações de fazer e de não fazer.
Obrigações de fazer interessa ao credor a própria atividade do
devedor.
- Possibilidade ou não de o serviço ser prestado por terceiro, a
prestação do fato poderá ser fungível ou infungível.
Obrigação de fazer fungível quando não houver restrição
negocial no sentido de que o serviço seja realizado por outrem.
Ex.: Contrato a reparação do cano da cozinha com o encanador
Caio, nada impede que a execução do serviço seja feita pelo seu
colega Tício. (obrigação não foi pactuada em atenção à pessoa
do devedor).
O Código Civil admite a possibilidade execução por terceiro,
havendo recusa ou mora do devedor, nos termos do art. 249:
“Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre
ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo
recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor,
independentemente de autorização judicial, executar ou mandar
executar o fato, sendo depois ressarcido.”
• Obrigação infungível - estipulado que apenas o devedor indicado
no título da obrigação possa satisfazê-la - obrigações
personalíssimas (intuitu personae).
Ex.: Show de determinado cantor.
• Consequências do descumprimento de uma obrigação de fazer:
- Prestação do fato torna-se impossível:
- sem culpa do devedor - resolve-se a obrigação, sem que haja
consequente obrigação de indenizar.
- com culpa do devedor - poderá ser condenado a indenizar a
outra parte pelo prejuízo causado.
• “Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem
culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele,
responderá por perdas e danos.”
•Obrigações de não fazer - tem por objeto uma prestação
negativa, um comportamento omissivo do devedor. (TARTUCE).
Ex.: Alguém se obriga a não construir acima de determinada altura.
Ex.: não divulgar conhecimento técnico para concorrente de seu ex
empregador.
Quais os efeitos decorrentes do descumprimento das
obrigações negativas?
- Inadimplemento resultou de evento estranho à vontade do
devedor, isto é, sem culpa sua, extingue-se a obrigação, sem
perdas e danos:
“Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem
culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se
obrigou a não praticar”.
Ex.: sujeito que se obrigou a não construir um muro em seu imóvel,
a fim de não prejudicar a vista panorâmica do vizinho, mas, em
razão de determinação do Poder Público, que modificou a estrutura
urbanística municipal, viu-se forçado a realizar a obra que se
comprometera a não realizar. Descumprimento fortuito (não
culposo) da obrigação de não fazer.
•Descumprimento voluntário da obrigação de não fazer - ato
imputável ao próprio devedor, que realizou voluntariamente, sem a
interferência coercitiva de fator exógeno, a conduta que se obrigara
a não realizar. Descumprimento culposo da obrigação de não fazer.
Ex.: Em razão de um desentendimento qualquer, o vizinho, por
espírito de vingança, resolva erguer o muro que não deveria
levantar.
“Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se
obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se
desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer
ou mandar desfazer, independentemente de autorização judicial,
sem prejuízo do ressarcimento devido”.
- Inadimplemento culposo, o credor, além das perdas e danos,
poderá lançar mão da tutela específica (assim como previsto para
as obrigações de fazer) podendo, inclusive, atuar pela própria
força, em caso de urgência, independentemente de autorização
judicial.
Caso concreto
Antônia é uma mulher de 40 anos, 1.85 de altura e 60 quilos.
Algumas pessoas de sua convivência e parentela comentam que
desde a adolescência Antônia possui forte semelhança física e
fisionômica com a apresentadora Xuxa. Fielmente alicerçada
nessa crença, Antônia procura um cirurgião plástico conceituado
que lhe afirma em consulta, poder realizar procedimento cirúrgico
plástico no corpo e face que lhe deixariam idêntica à
apresentadora, possibilitando que Antônia inclusive tire
proveito econômico da circunstância, posto poder atuar como
cover ou duble da própria Xuxa. Ante a afirmação, Antônia anui
com o contrato médico, paga o valor estabelecido e ao longo de
dezoito meses é submetida a várias internações e cirurgias. Ao
final o resultado é um fracasso. Antônia passa a ser motivo de
piadas e desprezo, que resulta em forte depressão. Em virtude de
todos os fatos expostos, Antônia decide processar o médico
alegando prejuízo.
Diante dos fatos, qual é a modalidade obrigacional realizada entre
médico e paciente, segundo o ordenamento jurídico brasileiro?
Resposta: Trata-se de obrigação de fazer e de resultado, segundo
a jurisprudência dominante.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!
DIREITO CIVIL II
AULA 6: OBRIGAÇÕES INDIVISÍVEIS, ALTERNATIVAS E 
FACULTATIVAS
Assistir à aula online SAVA ministrada pelo Prof. Dr. Guilherme
Calmon, cujo tema é - Solidariedade ativa e passiva.
1.Diferença entre solidariedade e indivisibilidade (Informativo 481,
STJ);
2. Conceitolegal das obrigações divisíveis e indivisíveis;
3. Obrigação indivisível: pluralidade de devedores e
responsabilidade;
4. Obrigação indivisível: pluralidade de credores e responsabilidade;
5. Perda da coisa em obrigação indivisível;
6. Conceito legal das obrigações alternativas;
7. Perda das prestações em obrigação alternativa;
8. Conceito de obrigação facultativa.
•Obrigações podem ser:
-simples, quando há apenas uma única prestação, um credor e um
devedor
-compostas (também chamadas de complexas, múltiplas ou
plúrimas) quando há pluralidade de prestações (pluralidade
objetiva), de credores e/ou devedores (pluralidade subjetiva).
-Obrigação Composta Conjuntiva ou cumulativa - o devedor
somente de desonera se executar todas as prestações.
Conjuntivas usam o conectivo e.
Ex.: Oficina obrigação de balancear e alinhar os pneus, e trocar as
pastilhas de freio e fazer os reparos no câmbio.
-Se todos os serviços não forem executados, a oficina não terá
cumprido sua obrigação.
-Obrigação alternativa ou disjuntiva - no mesmo vínculo, o
sujeito passivo está obrigado a mais de uma prestação, devendo
executar apenas uma delas.
Disjuntivas por usam o conectivo ou.
Ex.: Construtora, interessada em construir um prédio no local,
adquire o terreno de Aureliano comprometendo-se a: ou pagar o
valor do imóvel, ou entregar a Aureliano o apartamento situado na
cobertura uma vez concluída a construção do prédio.
Construtora pode pagar o valor em dinheiro ou entregar a
cobertura do prédio a Aureliano. Ela se desonerará se cumprir uma
ou outra prestação. Obrigação alternativa (disjuntiva).
- Obrigação alternativa - unidade de vínculo e pluralidade de
prestações.
- Prestações - independentes, autônomas e excludentes entre si.
- Escolhida uma das prestações, as demais não poderão mais ser
exigidas pelo credor, nem invocadas pelo devedor.
-Obs.: Obrigações alternativas não se confundem com as
genéricas (de dar coisa incerta), eis que nestas a indeterminação
(sempre relativa e temporária) diz respeito ao objeto da prestação
(a própria coisa, definida pelo gênero e pela quantidade), sem que
ocorra pluralidade de prestações.
- Possibilidade de combinação das prestações nas obrigações
alternativas: no mesmo vínculo pode haver uma prestação de dar
coisa certa e uma prestação pecuniária (ex.: obrigação da
construtora dar a cobertura ou o valor em dinheiro); duas
prestações de fazer (ex.: obrigação em que um artista se
compromete a pintar um quadro ou fazer uma escultura).
- Obrigações Divisíveis e Indivisíveis:
•Obrigação divisível: é aquela que pode ser cumprida de forma
fracionada, ou seja, em partes. (TARTUCE).
•Obrigação indivisível: é aquela que não admite fracionamento
quanto ao cumprimento. (TARTUCE).
• Ex.: 3 devedores obrigação divisível de entregar 120 sacas de
soja a um único credor - divisão igualitária - cada devedor deverá
entregar 40 sacas.
• Indivisibilidade pode ser: natural (decorrente da natureza da
prestação), legal (decorrente de imposição da norma jurídica) ou
convencional (pela vontade das partes da relação obrigacional).
• Obs.: Maioria das vezes, a indivisibilidade é econômica, pois a
deterioração da coisa ou tarefa pode gerar a sua desvalorização.
• Ex.: Obrigação que tem como objeto um diamante de 50 quilates,
cuja divisão em pequenas pedras terá um valor bem inferior ao
da pedra inteira.
• Obrigações de dar e fazer podem ser divisíveis ou indivisíveis.
• Por sua natureza infungível e personalíssima, as obrigações de
não fazer são quase sempre indivisíveis.
• Na obrigação indivisível - dois ou mais devedores - presunção
relativa (iuris tantum) todos os sujeitos passivos da obrigação são
responsáveis pela dívida de forma integral (art. 259 do CC).
• Diferença entre obrigação indivisível e a obrigação solidária
passiva é que a primeira tem a sua origem na natureza da coisa,
tarefa ou negócio, enquanto a segunda surge em decorrência de
previsão em lei ou contrato (art. 265 do CC).
- Obrigações Divisíveis: “as obrigações de fazer serão divisíveis,
se as prestações forem determinadas por quantidade ou duração
de trabalho. As de não fazer são divisíveis, quando o ato cuja
abstenção se prometeu pode ser executado por partes [...] São
indivisíveis: as obrigações de dar coisas certas infungíveis; as de
fazer, cujas prestações não tiverem por objeto fatos determinados
por quantidade ou duração de tempo;
e as de não fazer, quando o fato, cuja abstenção se prometeu, não
pode ser executado por partes.” (Livro didático).
Vide a classificação de Rosa Nery e Nelson Nery.
Obrigações Facultativas:
As duas formas de obrigações compostas (alternativa e conjuntiva)
não se confundem com a obrigação facultativa, que possui
somente uma prestação, acompanhada por uma faculdade a ser
cumprida pelo devedor de acordo com a sua opção ou
conveniência.
O credor não pode exigir essa faculdade, não havendo dever
quanto à mesma, a obrigação facultativa constitui uma forma de
obrigação simples (GOMES, Orlando. Obrigações..., 1997, p. 76).
Obrigação facultativa não está prevista no Código Civil.
Profa. Maria Helena Diniz dá um exemplo dessa obrigação in
facultate solutionis: “se alguém, por contrato, se obrigar a entregar
50 sacas de café, dispondo que, se lhe convier, poderá substituí-
las por R$ 20.000,00, ficando assim com o direito de pagar ao
credor coisa diversa do objeto do débito” (DINIZ, Maria Helena.C
urso..., 2002, p. 124).
Jurisprudência mineira: “Contrato de arrendamento rural – Forma
de pagamento – Percentual sobre o valor do produto colhido –
Descaracterização para parceria rural – Inocorrência. ‘No
arrendamento, a remuneração do contrato é sempre estabelecida
em dinheiro, equivalente ao aluguel da locação em geral. O fato
de o aluguel ser fixado em dinheiro, contudo, não impede que o
cumprimento da obrigação seja substituído por quantidade de
frutos cujo preço corrente no mercado local, nunca inferior ao
preço mínimo oficial, equivalha ao aluguel, à época da liquidação’
(Artigo 18, do Regulamento). ‘Trata-se de obrigação facultativa,
pois o devedor pode optar por substituir seu objeto quando do
pagamento’ (Sílvio de Salvo Venosa. Direito Civil, 3. ed. São
Paulo: Ed. Atlas, 2003. p. 360). Apelação não provida” (TJMG,
Acórdão 1.0118.05.003165-7/001, Canápolis, 10.ª Câmara Cível,
Rel. Des. Pereira da Silva, j. 26.06.2007, DJMG 13.07.2007).
O credor não pode exigir que o devedor escolha uma ou outra
prestação, sendo uma faculdade exclusiva deste.
Consequência - havendo impossibilidade de cumprimento da
prestação, sem culpa do devedor, a obrigação se resolve, sem
perdas e danos.
Se houver fato imputável ao devedor, o credor poderá exigir o
equivalente da obrigação, mais perdas e danos.
Maria Helena Diniz e Flávio Tartuce defendem a aplicação, por
analogia, do art. 234, segunda parte, do CC, à obrigação
facultativa.
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder,
sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição
suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a
perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente e mais perdas e danos.
Caso concreto Se Amanda, Bruno e Carla adquiriram,
conjuntamente, um veículo, obrigando-se a pagar R$ 9.000,00, não
havendo estipulação contratual em sentido contrário, qual será a
responsabilidade de cada um dos sujeitos pelo pagamento do valor
da dívida?
RESPOSTA: Apenas pelo valor de R$ 3.000,00, apesar de terem
adquirido conjuntamente, uma vez tratar-se de obrigação divisível
em relação ao valor, já que solidariedade não se presume,
resultando da lei ou da vontade das partes.
OBRIGADA PELA ATENÇÃO!!!

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