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Aula 18 Administração Pública p/ TRT 20ª (Analista Judiciário - Área Administrativa) - Com videoaulas Professores: Carlos Xavier, Ronaldo Fonseca Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 76 AULA 18: Governança e governabilidade. Prestação de contas. Princípios Básicos da Administração Pública. Administração e governo – Distinções. Convergências e diferença entre gestão pública e privada. Controle do patrimônio público. Princípios da administração pública. Sumário 1. Palavras Iniciais. .................................................................................................................................. 2 2. Governabilidade, Governança e Accountability..................................................................................... 3 3. Princípios Básicos da Administração Pública.......................................................................................10 4. Controle - patrimônio público..............................................................................................................14 5. Estado, Governo e Administração Pública. ..........................................................................................15 5.1. Formas de Estado. ...........................................................................................................................17 5.2. Formas e Sistemas de Governo. .......................................................................................................18 6. Convergências e diferenças entre gestão pública e privada. ..................................................................21 7. Questões comentadas ..........................................................................................................................25 8. Lista de questões .................................................................................................................................56 9. GABARITO .......................................................................................................................................76 Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 76 1. Palavras Iniciais. Oi! De volta para mais uma aula super adiantada! Hoje veremos diferentes temas curtos da administração pública: Governança, governabilidade e accountability (prestação de contas). Governança corporativa (por conta de “governança”) Princípios básicos da administração pública. Controle do patrimônio público. Convergências e diferenças entre gestão pública e privada. Estado, Governo e Administração Pública. Como avisado, dessa aula em diante só teremos videoaulas sobre alguns temas específicos – o foco do estudo estará nos PDFs. Abraço! Bons estudos! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier www.youtube.com/profcarlosxavier Instagram: @Professorcarlosxavier Assine minha lista de material-bônus: http://eepurl.com/caQeIv Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 76 2. Governabilidade, Governança e Accountability O conceito de governança aplicado ao setor público geralmente é cobrado em questões de concurso em provas de administração pública e as questões geralmente cobram suas características em comparação com os conceitos de governabilidade e accountability, já que, sob diferentes perspectivas, os três conceitos encontram-se ligados entre si. Assim, por precaução, juntamente com a discussão sobre o conceito de governança e governança corporativa, farei uma breve apresentação dos outros dois conceitos, para que vocês estejam preparados na hora da prova se isso for cobrado superficialmente. Antes de entender o significado de governança corporativa, vamos ver o que significa governança na gestão pública de uma forma geral: O conceito de governança aparece de forma sistemática na literatura contemporânea. Nestas obras, este termo apresenta diversos conceitos. De forma geral, pode-se considerar que governança pode ser definida como a forma com que os recursos econômicos e sociais de um país são gerenciados, com vistas a promover o desenvolvimento e o atendimento dos interesses da sociedade e seus cidadãos, sendo esta a visão apresentada pelo Banco Mundial, com a qual vários autores de administração pública concordam. É, em outras palavras, a organização do Estado e o uso de ferramentas para a melhor gestão da máquina administrativa, preservando-se o equilíbrio financeiro e os interesses governamentais (que devem refletir os da sociedade). A ascensão de valores neoliberais e esvaziamento das funções do Estado, como consequência da crise do seu papel de provedor de bem estar social são considerados forças propulsoras do movimento da Governança no setor público. Nessa linha, o Banco Mundial passou a impor práticas de Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 76 governança para que países em crise pudessem captar recursos financeiros junto a ele. Uma boa governança pública está apoiada em quatro princípios: relações éticas, conformidade, transparência do setor público, e uma efetiva prestação de contas. A existência de relações éticas permite que as ações tomadas pelos governos sejam tidas de interesse da própria sociedade, e não de grupos organizados para se beneficiar do poder do Estado. A conformidade do que é prometido com o que é cumprido, assim como daquilo que está previsto em leis e regulamentos com o que é efetivamente executado pela administração pública, reforça a legitimidade necessária no uso dos recursos públicos, reforçando a governabilidade. Transparência e prestação de contas são dois conceitos intimamente ligados, e constituem base para que a existência de relações éticas e a conformidade sejam comunicadas ao cidadão, conceito que evoluiu e passou a constituir o accountability, que veremos mais à diante. O uso de práticas de governança no setor público exige que todas as organizações públicas sejam transparentes e responsáveis por suas atividades, tendo o dever de prestar conta de tudo que fazem, para que o cidadão possa saber se os recursos públicos estão sendo empregados corretamente e que finalidades estão sendo alcançadas com eles. O que se obtêm pela transparência e prestação de contas é o efetivo controle da administração pública pela população. A aplicação de práticas de governança no setor público favorece o processo de desenvolvimento econômico e democrático dos países, uma vez que seus princípios dão ao cidadão comum a possibilidade de participar e influenciar nos processos de tomada de decisão pública, o que finda por tornar Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 76 mais democráticas e representativas as relações entre o Estado e sua população.O conceito de governança corporativa aplicado ao setor público, por sua vez, é oriundo das teorias gerenciais da administração privada, acentuando a necessidade de eficácia e responsabilização dos gestores para a prestação de contas (mais uma vez, aproxima-se do accountability). A governança corporativa diz respeito, essencialmente, a como as corporações são administradas, e é perfeitamente aplicável ao setor público. A necessidade de prestação de contas da administração pública traz latente o fato de que a responsabilização não pode esperar investigações, devendo haver medidas para coibir o comportamento não ético dos agentes públicos em geral. O Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) define este conceito da seguinte forma: Governança Corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, conselho de administração, diretoria e órgãos de controle. As boas práticas de governança corporativa convertem princípios em recomendações objetivas, alinhando interesses com a finalidade de preservar e otimizar o valor da organização, facilitando seu acesso ao capital e contribuindo para a sua longevidade. Em sua essência, a governança corporativa busca separar a propriedade da organização de sua gestão, permitindo uma gestão profissionalizada e que busca o sucesso da organização no longo prazo, Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Rectangle Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 76 buscando atender às demandas das suas várias partes interessadas, não apenas dos acionistas. Segundo o Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa do IBGC, os princípios básicos da Governança Corporativa são: Transparência (desejo de disponibilizar informações para as partes interessadas); Equidade (tratamento justo às partes interessadas); Prestação de Contas (trata-se de assumir as consequências dos atos e omissões do gestor, conceito associado ao accountability); Responsabilidade corporativa (os negócios e operações da organização devem incorporar aspectos de ordem social e ambiental, zelando pela sustentabilidade organizacional no longo prazo). Você deve ter em mente que estes princípios são aplicáveis às organizações públicas! Para que a boa governança possa ser utilizada nas organizações e para que ela possa efetivamente separar a propriedade da gestão, é de grande importância a existência de um conselho de administração. Os seus membros são indicados pelos proprietários da organização e buscam agir como um elo entre a propriedade e a gestão, decidindo em prol da organização e da totalidade das partes interessadas. Neste sentido, é possível dizer que ele é o principal componente do sistema de governança de uma organização, sendo o guardião do objeto social e do sistema de governança corporativa. Matias-Pereira (2010), cita Marques (2005), reforçando que a boa governança corporativa, seja no setor público ou privado, exige: thiagomoura Destacar thiagomoura Retângulo thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 76 Clara identificação e articulação das definições de responsabilidade; Uma compreensão real do relacionamento entre as partes interessadas da organização e sua estrutura de administrar os recursos e entregar os resultados; Suporte para a administração, particularmente de alto nível. Note que, em todos os três itens apresentados como exigências para uma boa governança corporativa, fica clara a necessidade de uma estrutura organizacional adequada para as definições de responsabilidade, para o relacionamento entre os stakeholders (partes interessadas), para alcance dos resultados e para a administração profissional de nível estratégico. O mesmo autor, ao discutir a importância da prestação de contas para o conceito de governança corporativa no setor público, aponta que a governança do setor público é constituída pelos seguintes elementos: (1) responsabilidade em atender a sociedade; (2) supervisão; (3) controle; e (4) assistência social. Aquele mesmo autor informa que os fatores essenciais que contribuem para uma governança corporativa sólida são: 1. Estrutura administrativa; 2. Ambiente administrativo; 3. Administração de risco; Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight thiagomoura Destacar Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 76 4. Conformidade e complacência; 5. Monitoramento e avaliação de desempenho; 6. Responsabilidade em prestar contas; 7. Conformidade versus desempenho. Agora que vocês já aprenderam sobre governança e governança corporativa no setor público, gostaria de fazer uma breve revisão sobre o que é governabilidade e accountability. Vocês vão ver que, indiretamente, já tratamos deles quando falamos de governança: • Governabilidade é a capacidade política de governar. Trata-se da capacidade política de governar derivada da legitimidade exercida pelo governo e do grau de exercício da autoridade política para fazer-acontecer as decisões. São as condições sistêmicas que possibilitam o poder a um determinado governo perante sua sociedade. Está associada portanto à capacidade de um governo reunir em torno de suas ações os vários interesses de diferentes membros da sociedade que, a princípio, possuem interesses conflitantes. Note que a governança é um instrumento/meio/forma através da qual o governo exerce sua governabilidade. • Accountability é um termo ligado à responsabilização/prestação de contas e controle dos gestores públicos e suas decisões sobre objetivos e adequação das ferramentas de gestão utilizadas em relação aos fins pretendidos. É um termo associado à transparência e às prestações de contas dos gestores perante diferentes públicos. Com um bom mecanismo de prestação de contas, a governança do poder público tende a melhorar e o sistema de freios e contrapesos (checks and balances) entre os Poderes e Órgãos evitam o abuso de poder. Os Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight thiagomoura Máquina de escrever Entre os tipos de estruturas compreendidas pela governança incluem-se as estruturas administrativa, política, econômica, social, ambiental, legal, as quais servem para garantir que as partes interessadas definam objetivos e alcancem resultados. thiagomoura Retângulo thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Retângulo Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 76 principais tipos de accountability mencionados na literatura e cobrados em prova são: Accountability vertical: quando ocorre perante a população, principalmente por meio do voto em eleições ou da transparência da gestão e suas dimensões de esforço e resultado, pressupondo o controle por desiguais; Accountability horizontal:quando ocorre entre órgãos ou Poderes, seja pelo sistema de freios e contrapesos (checks and balances) ou por meio de tribunais de contas, controladorias e órgãos de fiscalização, que acompanham e responsabilizam os gestores públicos, tendo autonomia para tal. Accountability Social (ou societal): está ligado às associações de cidadãos, imprensa ou mecanismos institucionais representativos de interesses sociais, como o Ministério Público. Pode ser considerado um tipo de accountability vertical. Accountability Fiscal: não é dos mais mencionados, mas já vi em prova. É voltado para a fiscalização dos recursos financeiros gerenciado pelos organismos internacionais, pelos Estados que lá colocaram os seus recursos. Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 76 3. Princípios Básicos da Administração Pública. Os princípios basilares que orientam a atividade da Administração Pública encontram base na Constituição de 1988 e em outras normas legais. Alguns deles são explícitos e outros implícitos, como veremos a seguir. Como o foco aqui é a abordagem dos princípios dentro de uma visão da administração, e não do direito administrativo, apresentarei o conteúdo de forma mais objetiva, diferente do que alguns colegas do direito administrativo fariam. Saiba, desde já, que não há uma hierarquia entre os princípios. Todos eles devem ser aplicados em conjunto pelo agente público. Princípios explícitos da Administração Pública no Brasil (Art. 37, CF): 1. Legalidade:todos os atos da administração pública devem estar em conformidade com a lei e suas previsões. Não basta aos atos uma busca por não infringir qualquer lei, como acontece para qualquer pessoa, é preciso ainda que eles estejam em conformidade com a lei, ou seja, o agente só pode fazer o que é previsto em lei, enquanto o particular pode fazer tudo, desde que não esteja proibido por nenhuma lei. 2. Impessoalidade: a administração pública deve ser impessoal. Isso traz dois significados distintos ao mesmo tempo: 1) os atos da administração devem ser voltados ao interesse público, tratados de maneira objetiva, não favorecendo ou desfavorecendo quaisquer interesses ou pessoas em especial. As normas devem ser interpretadas e executadas sempre na busca do atingimento dos seus fins - trata-se do antigo princípio da finalidade; 2) os atos devem ser impessoais em relação a quem os praticou, não sendo possível o seu uso para a promoção do agente público como o "promotor" dos atos. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 76 3. Moralidade:ao agente público não basta o cumprimento da lei em sentido impositivo. É preciso também que seus atos estejam de acordo com a ética e moral que se espera de quem presta serviço público à sociedade. 4. Publicidade: para que um ato da administração gere efeitos jurídicos é preciso que ele tenha publicidade para que a sociedade possa conhecê-lo. Nenhum ato é válido sem a devida publicidade. Atos e fatos da administração devem ser conhecidos dos seus públicos impactados, para que sua impessoalidade possa ser garantida. Isso não quer dizer que todos os atos devem ser publicados no diário oficial... já imaginou a confusão que seria? Geralmente se consideram como exceções os casos de segurança nacional, os de investigação policial e os atos internos da administração. Na verdade, para cada ato haverá uma forma apropriada de publicidade - o que não cabe ser discutido aqui. Em alguns casos será necessária publicação no Diário Oficial da União, em outros, a publicação no portal interno do órgão ou entidade é o suficiente, etc. Lembrem: a publicidade é fundamental para a legalidade do ato, especialmente no externo. Em sua ausência a administração deverá anular o ato por falta de legitimidade e moralidade. 5. Eficiência: trata-se do princípio constitucional explícito adicionado à Constituição Federal pela Emenda Constitucional n. 19 de 1998. Esse princípio foi incluído à Carta Magna para que reste clara a importância da boa prestação do serviço público, de forma econômica, racional e equilibrada, sem desperdícios. Não basta atender às necessidades da sociedade. É preciso que isso seja feito da melhor forma possível, ao menor custo e dentro do menor prazo possível. Eles constituem o famoso LIMPE: Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 76 Legalidade / Impessoalidade / Moralidade / Publicidade / Eficiência. É importante destacar ainda os princípios explícitos na Lei 9.784/99 (Lei do Processo Administrativo), dispensando repetição dos já mencionados pela CF: 1. Motivação: traduz a obrigação do agente público de deixar claras as razões (motivos) dos seus atos para que tenham validade, sejam atos discricionários ou vinculados. 2. Razoabilidade e proporcionalidade: a razoabilidade permite ao agente agir ou não, dentro de determinadas condições, sendo razoável nessa decisão. A proporcionalidade, por sua vez, está ligada à intensidade da ação tomada pelo agente, devendo ser proporcional à situação enfrentada. 3. Segurança jurídica: a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. É preciso que haja segurança jurídica! 4. Supremacia do interesse público: havendo conflito entre o interesse público e o privado, prevalecerá o primeiro, resguardados o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada (segurança jurídica). 5. Ampla defesa e contraditório: trata-se de uma consequência do princípio do devido processo legal. A ampla defesa é aquele que permite o uso de todos os meios de provas e recursos previstos em lei para o exercício do direito de defesa. O contraditório é o direito de se contradizer dados existentes, sendo essencial para o exercício da ampla defesa. Em conjunto, possibilitam o devido processo legal. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 76 Importante destacar que os princípios explícitos da Lei 9.784/99 apresentados acima também constituem princípios implícitos da Constituição Federal. Falemos agora de alguns outros princípios implícitos da Administração Pública brasileira: 1. Indisponibilidade do interesse público: os bens e interesses públicos não pertencem à administração pública, mas sim à coletividade, por isso é vedado ao agente público a prática de atos que impliquem renúncia à direitos e poderes da Administração. Além disso, a Administração não pode alienar bem público com destinação pública já definida. 2. Autotutela: trata-se do dever da Administração de rever os seus próprios atos quando constatar erros e vícios, sem necessidade de provocação judicial para isso, restaurando a regularidade da situação. Pode se dar por meio da anulação (com efeitos ex tunc, desfazendo-se as relações jurídicas desde a prática do ato, por vício de legalidade), ou por meio de revogação (com efeitos exnunc, tornando inválido o ato a partir de sua revogação, por via unicamente administrativa, por conveniência e oportunidade). Cabe destacar a possibilidade de anulação judicial de ato administrativo, desde que haja provocação de interessado. 3. Continuidade dos serviços públicos: este princípio visa não prejudicar o atendimento à população através da continuidade da prestação de serviços públicos essenciais, não havendo razão que justifique sua interrupção. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 76 4. Controle - patrimônio público. O Patrimônio Público é o conjunto de bens e direitos e obrigações, tangíveis ou intangíveis, adquiridos, formados, produzidos, recebidos, mantidos ou utilizados pelas entidades do setor público, que seja portador ou representante de um fluxo de benefícios inerente à prestação dos serviços públicos, à exploração econômica de atividades pelo setor público. O estudo deste tópico pode ser realizado pela contabilidade pública, que realiza os registros de ingressos e saídas patrimoniais e o controle posterior do patrimônio por meio do levantamento de inventários de bens (levantamento físico de bens existentes) e do balanço patrimonial (o que não é o tópico central aqui!). Por outro lado, o controle do patrimônio público também se dá por meio do controle da administração pública, exercido internamente por cada órgão e externamente pelo respectivo tribunal de contas - tópico normalmente estudado pelo Direito Administrativo (o que também não é o foco...) Como o tópico foi cobrado dentro de "administração pública", o razoável é que sua cobrança seja muito mais calcada no exercício da função de controle da ciência administrativa, o que já abordamos nesse curso. Há alguma confusão da banca na colocação deste tópico aqui, inclusive quando se compara a cobrança histórica do tema "controle", que possui várias vertentes distintas. Na verdade, deveria ter colocado esta observação e informado sobre este conteúdo desde a aula 00. Assim, não há assunto adicional pertinente a ser estudado adicionalmente sobre isso. A FCC pediu que você soubesse a diferença entre Governo e Administração pública. Para que essa discussão seja completa, vamos ver o que diferencia Estado, Governo e Administração Pública. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 76 5. Estado, Governo e Administração Pública. Muitas pessoas usam erroneamente os termos Governo, Estado e Administração Pública como sinônimos, apesar de haver claras diferenças entre os seus conceitos básicos. Existem diferentes definições para Estado. De forma mais ampla, com foco em concursos, podemos definir Estado como uma pessoa jurídica de direito público interno (e também internacional), detendo soberania interna e externa sobre um determinado território. De modo similar, trata-se de uma nação politicamente organizada em torno de um território soberano. Um ponto marcante sobre o Estado em sua acepção moderna, é que cabe apenas a ele o uso do poder político, ou seja, das leis para coagir as pessoas a agirem conforme se espera. Em outras palavras, é só o Estado quem pode impor o cumprimento de leis, normas e regulamentos para a população através da ameaça de punições no caso de descumprimento. A doutrina costuma afirmar que o Estado moderno deve possuir os seguintes elementos: povo, território e governo soberano. Em vez de “governo soberano” é possível se falar em dois elementos: poder e soberania. Apesar disso, já existe grande discussão doutrinária para a qual o requisito da soberania deve ser retirado. Na verdade, a soberania já serviu como discurso para o desrespeito a direitos humanos fundamentais. Hoje em dia, tratados internacionais sobre direitos humanos já são aceitos como normas suplementares à constituição (como no Brasil), por isso a soberania fica relativizada. Além disso, a globalização, ao possibilitar aos Estados nacionais a criação de blocos supranacionais para representá-los em aspectos tais como assuntos militares (OTAN), econômicos (ALCA), etc., também abrem mão de sua soberania em prol destes organismos. Agora que já entendemos os aspectos mais essenciais sobre o Estado, vamos estudar o Governo: Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 76 O Governo pode ser definido como a condução política dos negócios públicos, sendo uma expressão política de comando, iniciativa, fixação dos objetivos do Estado e manutenção da ordem jurídica vigente. Trata ainda da condução das políticas públicas, das diretrizes para construção do país, etc. Em outras palavras, o Governo é o modo pelo qual o Estado é administrado. Assim como nos casos anteriores, a “Administração Pública” também pode ser definida sob diferentes perspectivas. Em sentido formal, ela é o conjunto de órgãos instituídos para a consecução dos objetivos definidos pelo Governo. Em sentido material, ela é o conjunto das funções necessárias à prestação dos serviços públicos. Em sua acepção operacional, ela é o desempenho permanente dos serviços do Estado para si ou para o atendimento das necessidades da sociedade. A Administração Pública é, então, todo o aparelhamento do Estado voltado para a satisfação das necessidades coletivas. Comparando a atuação do Estado, Governo e da Administração Pública, é possível perceber que o Estado é a pessoa jurídica duradoura e soberana, que possui um governo e uma administração pública. O governo, por sua vez, é responsável por orientar politicamente o caminho a ser percorrido pela administração pública, que nada mais é do que uma atividade neutra, normalmente vinculada à técnica ou às leis, que implementa as decisões políticas tomadas pelo governo em relação ao Estado nacional. Diferentemente do Governo, a Administração Pública não pratica atos de governo, mas sim atos de execução que podem possuir maior ou menor autonomia funcional, mas que devem estar sempre em consonância com os atos de governo. Enquanto os atos de governo representam a vontade política do governante, os atos de execução da administração representam a execução técnico-administrativa das atividades inerentes ao Estado. Exemplos típicos de atos de governo (também chamados de atos de soberania), são a declaração de guerra e a celebração da paz entre Estados. Já atos administrativos são Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 76 corriqueiros no dia-a-dia da Administração, tendo como exemplos a emissão de autorizações e licenças para que particulares possam exercer determinadas atividades, e a contratação de empresas das mais diversas naturezas para fornecer produtos e serviços à Administração Pública. Conclui-se que, apesar de serem utilizados indiscriminadamente como sinônimos, os termos Estado, Governo e Administração Pública representam conceitos muito diferentes. No que diz respeito aos atos típicos do Governo e da Administração, eles possuem diferentes naturezas, os primeiros mais ligados às decisões políticas e os segundos às decisões técnico-jurídicas da própria Administração. Agora que já tivemos uma boa apresentação sobre o assunto,vamos entender em maiores detalhes o que são as formas de estado, e as formas e sistemas de governo, para que não haja confusão na hora da prova! 5.1. Formas de Estado. O estado pode se organizar em diferentes formas, conforme apresentado a seguir: Estado unitário (ou uno): é o Estado que possui um único poder político central, sendo marcado por uma atuação centralizada sobre a população. Estado federado (ou federação): é o Estado que apresenta diferentes esferas de poder político autônomas que convivem em um mesmo território. Trata-se de uma forma de descentralização do poder político para que este trate as diferentes coletividades regionais de acordo com suas peculiaridades. Como há vários entes coordenados (ou não) Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 76 entre si, as competências para realização de diferentes funções é resultado da própria sociedade e do conjunto de forças políticas existentes. A federação brasileira, apenas para seu conhecimento, é constituída por União, Estados, Municípios e Distrito Federal. Vale lembrar que, nas federações ao redor do mundo, não é comum a elevação das municipalidades ao status de ente político que compõe a federação. O mais comum é que as federações sejam compostas pela União e Estados, apenas. Estado confederado (ou confederação): é o Estado composto por diferentes entes políticos que se agrupam em torno de um pacto confederado. Na confederação os vários Estados constituintes não abandonam sua soberania em prol de um novo estado maior. Historicamente as confederações costumam ser sucedidas pela criação de uma federação ou pela separação da confederação em diferentes Estados. 5.2. Formas e Sistemas de Governo. Forma de governo é o modo de organização política de um estado para o exercício do poder, enquanto sistema de governo se refere à forma como o poder é dividido e exercido como consequência do relacionamento vigente entre o Poder Executivo e o Poder Legislativo. Atualmente, as duas formas de governo mais presentes no mundo são a república e a monarquia, enquanto que os dois sistemas de governo mais presentes são o presidencialismo e o parlamentarismo. Formas de governo: Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 76 A república é a forma de governo na qual o Chefe do Poder Executivo é eleito pela população, direta ou indiretamente, possui mandato transitório e deve prestar contas à população. O próprio nome “república”, do latim “res publica” - coisa pública-, deixa claro que o Estado pertence aos cidadãos, e deve ser por eles conduzido. Esta é a forma de governo adotada pela maior quantidade de países do mundo atual, como Estados Unidos, Argentina e Brasil. A monarquia, segunda forma de governo mais adotada no mundo, é aquela na qual o Monarca, e não um presidente, exerce a Chefia de Estado, mantendo-se no poder por prazo indeterminado - comumente até a sua morte. Em geral, o direito ao trono é transmitido ao Monarca de forma hereditária. Alguns exemplos atuais de Estados que utilizam tal forma de governo são a Espanha, a Bélgica e o Reino Unido. Quanto aos sistemas de governo, vejamos algumas explicações: Presidencialismo: trata-se de um dos sistemas de governo mais utilizados nos dias atuais. Nesse sistema, o Poder Executivo e o Legislativo são independentes entre si. O chefe do Poder Executivo é eleito pela população para mandato por tempo certo e não pode ser facilmente destituído do poder pelo Legislativo por razões puramente políticas. Países presidencialistas incluem a Argentina, os Estados Unidos e o Brasil. Parlamentarismo: o sistema parlamentarista, por sua vez, é o sistema de governo no qual o Poder Legislativo e o Poder Executivo são interdependentes, não havendo uma clara separação entre os Poderes. Em geral, neste sistema, a Chefia de Estado e a Chefia de Governo são confiadas a pessoas distintas e o poder político exercido pelo Executivo depende de Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 76 um voto de confiança dado pelo Legislativo. Perdida a confiança entre os Poderes, o Executivo cai e o Legislativo deve formar um novo governo. Um exemplo de país tradicionalmente parlamentarista é o Reino Unido. Com base nas explicações e exemplos dados, conclui-se que o Brasil é uma federação que adota a república como forma de governo e o presidencialismo como sistema de governo, de modo que, neste país, os Poderes Legislativo e Executivo são exercidos separadamente e controlados pelo sistema de pesos e contrafreios. Além disso, o Presidente da República é eleito diretamente pelo povo em eleições periódicas para mandato por tempo certo, não dependendo de apoio político do legislativo para se manter no poder. Vamos para o último tópico de hoje: convergências e diferenças entre a gestão pública e a privada. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 76 6. Convergências e diferenças entre gestão pública e privada. Gestão pública e privada são diferentes entre si. Claramente, enquanto a boa gestão pública busca o bem social, a gestão privada trabalha a organização para maximizar o lucro. Apesar disso, muitas ferramentas modernas de administração podem ser utilizadas pela gestão em ambos os contextos. O que se verifica é que há não só divergências, como também convergências entre a gestão pública e a privada. Infelizmente não há uma lista única de pontos de convergência e divergência que seja amplamente aceita, mas podemos estudar os elementos que mais se destacam no estudo desse assunto. Tendo isso em mente, verifica-se que as principais convergências entre a gestão pública e a privada são: Ambas se utilizam de técnicas modernas da administração; Ambas devem se preocupar com a satisfação das necessidades dos seus respectivos clientes - que são diferentes em cada um dos casos; Ambas possuem ambientes interno e externo que influenciam no comportamento da organização; Ambas devem se preocupar com a produtividade, eficiência, eficácia e efetividade de suas ações (entre outros); O que se percebe também é que as teorias organizacionais são aplicáveis a ambas, sendo necessário, em alguns casos, uma certa adaptação devido às diferenças existentes entre uma e outra. Cliente Rectangle Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 76 Importante destacar que é trabalho infinito mencionar as siimilaridades, já que são incontáveis. Apesar disso, apontar diferenças é mais fácil. Vamos ver, então, algumas das diferenças mais marcantes entre a gestão pública e a gestão privada: 1) a lógica não-lucrativa do Poder Público; 2) a legalidade aplicada ao setor público é diferente daquela do setor privado, já que ao agente público só é permitido fazer o que está previsto em Lei, enquanto ao privado é permitido fazer tudo que não é proibido por Lei (cuidado: as empresas públicas e sociedades de economia mista são regidas pelo direito privado, mas possuem a restrição de só atuar dentro do campo específicopara o qual possuem autorização egal); 3) o cliente do setor privado paga por cada produto/serviço que compra, enquanto o cidadão contribui com o pagamento de tributos para a prestação do serviço público, independente de desejar fazê-lo ou de utilizar o serviço prestado. Além disso, como estamos estudando para um concurso público, devem ser destacadas as principais diferenças segundo proposto pelo Instrumento de Avaliação da Gestão Pública - Ciclo 2010, do Gespública: a) Enquanto as organizações do mercado são conduzidas pela autonomia da vontade privada, as organizações públicas são regidas pela supremacia do interesse público e pela obrigação da continuidade da prestação do serviço público. b) O controle social é requisito essencial para a administração pública contemporânea em regimes democráticos, o que implica em garantia de transparência de suas ações e atos e na institucionalização de canais de participação social, enquanto as organizações privadas estão fortemente orientadas para a preservação e proteção dos interesses corporativos. Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 76 c) A administração pública não pode fazer acepção de pessoas, deve tratar a todos igualmente e com qualidade. O tratamento diferenciado restringe-se apenas aos casos previstos em lei. Por outro lado, as organizações privadas utilizam estratégias de segmentação de “mercado”, estabelecendo diferenciais de tratamento para clientes preferenciais. d) As organizações privadas buscam o lucro financeiro e formas de garantir a sustentabilidade do negócio. A administração pública busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sustentável, sem perder de vista a obrigação de utilizar os recursos de forma eficiente. e) A atividade pública é financiada com recursos públicos, oriundos de contribuições compulsórias de cidadãos e empresas, os quais devem ser direcionados para a prestação de serviços públicos e a produção do bem comum. A atividade privada é financiada com recursos de particulares que têm legítimos interesses capitalistas. f) A administração pública tem como destinatários de suas ações os cidadãos, sujeitos de direitos, e a sociedade, demandante da produção do bem comum e do desenvolvimento sustentável. A iniciativa privada tem como destinatários de suas ações os “clientes” atuais e potenciais. g) O conceito de partes interessadas no âmbito da administração pública é ampliado em relação ao utilizado pela iniciativa privada, pois as decisões públicas devem considerar não apenas os interesses dos grupos mais diretamente afetados, mas, também, o valor final agregado para a sociedade. h) A administração pública tem o poder de regular e gerar obrigações e deveres para a sociedade, assim, as suas decisões e ações Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 76 normalmente geram efeitos em larga escala para a sociedade e em áreas sensíveis. O Estado é a única organização que, de forma legítima, detém este poder de constituir unilateralmente obrigações em relação a terceiros. (OBS minha: trata-se do Poder Extroverso do Estado) i) A administração pública só pode fazer o que a lei permite, enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo que não estiver proibido por lei. A legalidade fixa os parâmetros de controle da administração e do administrador, para evitar desvios de conduta. Vou ficando por aqui. Continue a aula por meio das questões comentadas. Forte abraço! Prof. Carlos Xavier www.facebook.com/professorcarlosxavier www.youtube.com/profcarlosxavier Instagram: @Professorcarlosxavier Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 76 7. Questões comentadas QUESTÕES SOBRE GOVERNANÇA, GOVERNABILIDADE E ACCOUNTABILITY 1. (CESGRANRIO/Petrobras/Contador Júnior/2011) Os modelos de governança corporativa, especialmente os resultantes da separação da propriedade e da gestão, conferem ao estabelecimento e ao funcionamento de conselhos de administração um papel fundamental como força interna de controle. Nessa perspectiva, afirma-se que o Conselho de Administração é o guardião a) do objeto social e do sistema de governança corporativa. b) do orçamento e da estratégia empresarial. c) da estratégia da empresa para os próximos anos. d) das informações contábeis confidenciais. e) das decisões de gestão corporativa da empresa. Comentário: Simples aplicação direta do conhecimento. O conselho de administração é um órgão essencial para permitir a separação da propriedade da gestão de uma organização. Neste sentido, ele atua como guardião do objeto social e do próprio sistema de governança, buscando assegurar que a organização e seus processos decisórios estejam de acordo com o seu propósito de existência e que na gestão haja boa governança. GABARITO: A. 2. (CESGRANRIO/Petrobras/Contador Júnior/2011) Um dos valores relevantes da Lei Sarbanes-Oxley, também aplicável ao conceito de Governança Corporativa, é o de Accountability. Um dos principais fatores determinantes do Accountability é a possibilidade de a) resolver os conflitos de agenda. b) constituir comitê de auditoria. c) incluir as contingências no balanço patrimonial. d) aprovar, através do conselho de administração, os planos de stock options. e) evitar o deságio de governança. Comentário: Questão mais apropriada aos contadores, pois exigia conhecimento da Lei SOX, mas a resposta poderia ser respondida por quem estudou apenas a governança corporativa. Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Rectangle Cliente Rectangle Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 76 Como vimos, a governança corporativa é um sistema de melhoria de gestão, que está associado a maior transparência e responsabilização dos gestores por suas ações e omissões. A única alternativa que se relaciona com isso é a alternativa B, pois fala em constituir uma auditoria, que serve justamente para apurar responsabilidades. GABARITO: B. 3. (CESGRANRIO/BACEN/Analista do Banco Central – Área 4/2010) Governança tem sido um conceito cada vez mais utilizado no âmbito da administração pública, tendo seu sentido associado, particularmente, à nova forma de atuação estatal, que substitui perspectivas gerencialistas e burocráticas que se mostram insuficientes para lidar com a realidade contemporânea. Destaca-se, como característica dessa governança, a) a retomada do poder do Estado em definir e implementar políticas públicas. b) o fortalecimento dos princípios de legalidade, impessoalidade e moralidade na administração pública. c) o uso de instrumentos com base na teoria da escolha pública e na teoria da agência para configuração do aparelho de Estado. d) um conjunto de práticas que segue a lógica da governança corporativa adotada pelas empresas privadas. e) um conjunto de reformas administrativas e de Estado que tem como objeto a ação conjunta, compartilhada pelo Estado, pelas empresas e pela sociedade civil. Comentário: Como vimos, a governança é um fenômeno do setor público associado com a melhoria na gestão através da aplicação de técnicas oriundas do setor privado e de reformas administrativas. A governança corporativa, por sua vez, possui alguns aspectos maisligados ao setor privado, como possibilitar que empresas sejam geridas sem que as influências imediatistas dos acionistas sejam priorizadas (separação entre propriedade e gestão). Assim, esta questão nos deixa um dilema: A alternativa D fala que a as práticas no setor público seguem as práticas no setor privado. Seguir é uma palavra forte, mas alguns conceitos de governança aceitariam que as práticas do setor privado inspiram a do setor público através de suas ferramentas, mas precisariam ser adaptadas. A alternativa E, por sua vez, associa a governança com reformas administrativas e de estado que buscam ação conjunta entre o estado, empresas e sociedade civil. De fato, os movimentos de reforma estão associados a uma melhor governança, transferindo para o setor privado e sociedade civil algumas responsabilidades que o Estado teria dificuldades maiores em executar. Foi assim com o PDRAE (assunto associado ao tema administração pública). De qualquer modo, dizer que isso é uma característica da governança ignora que ela também pode acontecer pela utilização de Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 76 ferramentas internas de gestão adequada, não tendo que passar por reformas tão amplas. Assim, a questão se mostrou confusa quanto às suas alternativas, mas como é padrão em concursos, quando a banca diz que a lógica de aplicação do setor privado é utilizada no setor público, ela estava dizendo algo que seria considerado errado. Sobra então a alternativa E, que foi tida como o gabarito. GABARITO: E. 4. (ESAF/FUNAI/Indigenista/2016) Analise as afirmativas abaixo e assinale a opção correta. I. A accountability horizontal depende, essencialmente, da atuação de órgãos de controle externo, como o Ministério Público no Brasil, cujo objetivo central é garantir a governabilidade. II. A accountability vertical pressupõe a participação dos cidadãos no processo fiscalizatório e, portanto, constitui-se em uma dimensão importante da governança no setor público. III. A combinação de diversos mecanismos de accountability no setor público possibilita o funcionamento do sistema de check and balances. a) Somente I está correta. b) Somente II está correta. c) Somente I e II estão corretas. d) Somente I e III estão corretas. e) Somente II e III estão corretas. Comentário: Vejamos cada um dos itens: I) Errado. O Accountability horizontal se dá por meio dos órgãos de controle exteno, mas também por meio do sistema de freios e contrapesos entre os poderes, sendo voltado para a melhor governança. II) Certo. O Accountability vertical é baseado na participação dos cidadãos na fiscalização, buscando melhorar a governança. III) Certo. O accountability, como um todo, possibilita o funcionamento do sistema de freios e contrapesos (checks and balances), pois permite a fiscalização e responsabilização dos gestores. GABARITO: E. 5. (ESAF/CGU/AFC/2012) Segundo o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa – IBGC, governança corporativa é o sistema pelo qual as organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre proprietários, Conselho de Administração, Diretoria e órgãos de controle. Nesse contexto, também aponta o IBGC os seguintes princípios básicos de governança corporativa, todos passíveis de aproveitamento no âmbito do setor público, exceto: Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 76 a) Equidade. b) Responsabilidade Corporativa. c) Legalidade e Legitimidade. d) Transparência. e) Prestação de Contas (accountability). Comentário: Questão que exigia que o candidato tivesse memorizado os princípios básicos da governança corporativa: equidade, responsabilidade corporativa, transparência e prestação de contas (accountability). A única alternativa que não traz um desses princípios é a alternativa C. GABARITO: C. 6. (ESAF/CGU/AFC/2006) Assinale se as frases a seguir são verdadeiras (V) ou falsas (F). ( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente relacionados entre si e com a reforma do Estado. ( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão relacionados entre si e nem com a reforma do Estado. ( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade civil. ( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado governo junto à sociedade para empreender mudanças. ( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e gerencial de implementar políticas públicas. ( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar políticas públicas e atingir metas. Escolha a opção correta. a) F, V, V, V, F, F b) V, F, V, F, F, V c) F, V, F, F, V, V d) V, F, F, V, V, F e) F, V, F, V, V, V Comentário: Excelente questão para uma revisão rápida: ( ) Os conceitos de governabilidade e governança estão intimamente relacionados entre si e com a reforma do Estado. Certo. Os dois conceitos realmente se relacionam entre si e com a reforma do Estado. ( ) Os conceitos de governabilidade e governança não estão relacionados entre si e nem com a reforma do Estado. Errado. É o oposto do item anterior. ( ) Por governança se entende a capacidade de governar derivada da legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade civil. Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 76 Errado. Isto é a governabilidade. ( ) Por governabilidade se entende a legitimidade de um determinado governo junto à sociedade para empreender mudanças. Certo. É exatamente isso! ( ) Por governança se entende a capacidade técnica, financeira e gerencial de implementar políticas públicas. Certo. Governança inclui a capacidade de gerir os recursos para que a gestão pública funcione bem, implementando as políticas públicas. ( ) Por accountability se entende a capacidade do Estado em formular e implementar políticas públicas e atingir metas. Errado. Accountability é a responsabilização dos gestores por suas ações e omissões. GABARITO: D. 7. (FCC/DPE-SP/Administrador/2015) É correto afirmar que a accountability a) vertical compreende o controle exercido pelo Legislativo sobre o Executivo. b) vertical compreende o controle exercido pela administração direta sobre a indireta. c) horizontal compreende o controle exercido pelo Judiciário sobre o Executivo. d) horizontal compreende o controle exercido por meio de plebiscito e referendos. e) horizontal compreende o controle exercido pelos cidadãos por meio do voto. Comentário: O accountability vertical é o exercido pela população e o horizontal é o exercido por um órgão sobre o outro. O único exemplo que se encaixa nessa ideia básica é a letra C. GABARITO: C. 8. (FCC/DPE-SP/Administrador/2015) NÃO exercem a accountability horizontal: a) Organizações Sociais. b) Câmaras Municipais. c) Ministério Público. d) Controladoria Geral do Município. e) Tribunais de Contas Estaduais. Comentário: Questão mal feita. O accountability horizontal é a responsabilização e prestação de contas de um órgão em relação a outro. Nesse sentido, Tribunais de Contas, Controladorias, Câmaras Municipais, etc., exercem o accountability horizontal. Com isso, as alternativas B, D e E estão eliminadas. Organizações Sociais são paraestatais contratadas para execução de atividades públicas por meio de contrato de gestão. Elas realmentenão Cliente Highlight Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 76 exercem accountability sobre outras instituições (em regra), por isso a letra A pode ser considerada a resposta. Por outro lado, o Ministério Público é exemplo de mecanismo institucional de exercício do accountability societal, já que ele é uma instituição representativa dos direitos difusos da sociedade, e não um órgão com poder de controle sobre outro na Administração. Por ter duas respostas possíveis, a questão deveria ter sido anulada. GABARITO considerado: A. 9. (FCC/MPE-PB/Analista Ministerial - Auditor de Contas Públicas/2015) Sobre accountability e formas de controle, é correto afirmar: a) O controle social está compreendido na accountability vertical, na medida em que os cidadãos controlam seus governantes. b) O processo eleitoral está compreendido na accountability horizontal, pois não há uma relação hierárquica entre eleitores e eleitos. c) A accountability horizontal é exercida por meio dos controles mútuos entre os Poderes e da atuação de órgãos autônomos. d) Os órgãos responsáveis pelo controle administrativo procedimental não possuem autonomia no exercício de suas funções. e) O controle exercido entre os três Poderes integra os mecanismos de controle eleitoral, pois é exercido durante o período eleitoral. Comentário: Questão escorregadia. Vejamos cada alternativa: A) O controle social (societal) realmente pode ser considerado um tipo de controle vertical, mas não por meio dos cidadãos, e sim por meio de entidades representativas e imprensa. B) O processo eleitoral tem relação com o accountability vertical. C) Certo! D) O controle se dá por meio de entidades com autonomia E) Trata-se de accountability horizontal. GABARITO: C. 10. (FCC/TCE-CE/Conselheiro Substituto (Auditor)/2015) Accountability é um dos temas relevantes na evolução da Administração pública. Como uma de suas dimensões ou tipos está a a) horizontal, que ocorre através da fiscalização exercida pelos cidadãos sobre os governantes, por meio do voto e de mecanismos como referendo e plebiscito. b) vertical, consistente no exercício das competências fiscalizadoras e sancionatórias por órgãos autônomos dotados de tal competência. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 76 c) social, correspondente a um mecanismo de controle não eleitoral realizado pela sociedade civil, envolvendo associações, movimentos e mídia. d) fiscal, correspondente às medidas de ajustes que devem ser tomadas pelos governantes em situações de crise ou constrição. e) primária, que decorre das iniciativas tomadas espontaneamente pelos governantes, independentemente de determinação externa ou sancionatória, para justificar suas decisões perante a sociedade. Comentário: Vejamos cada alternativa: A) Errada. A questão detalha o vertical. B) Errada. A questão detalha o horizontal. C) Certa! D) Não consegui encontrar nenhuma referência na literatura especializada sobre o que seria accountability primária. Ficamos sem saber até mesmo se existe! =/ GABARITO: C 11. (FCC/TCE-C/Analista de Controle Externo - Auditoria Governamental/2015) O controle social a) está inserido nos mecanismos de controle institucional durante o mandato. b) se concretiza por meio da participação dos cidadãos em conselhos, com o objetivo exclusivo de fiscalizar o cumprimento de procedimentos pelos órgãos públicos. c) está compreendido na accountability vertical. d) somente é exercido no processo eleitoral. e) refere-se estritamente ao processo de dar transparência aos atos públicos. Comentário: O controle social, ou accountability social/societal é exercido por entidades representativas do interesse da sociedade, como associações de classe e imprensa. Além disso, há também mecanismos de controle social institucional, como o Ministério Público, que podem agir durante o mandato para controlar um gestor. GABARITO: A. 12. (FCC/TC-CE/Conselheiro Substituto (Auditor)/2015) Considere as seguintes definições sobre governança e governabilidade: I. Governabilidade refere-se ao poder político em si e consiste na capacidade política de governar derivada da relação de legitimidade do Estado e do seu governo com a sociedade. II. Governança pública pode envolver a forma como o Estado se organiza para prestar serviços à sociedade e é instrumental em relação à governabilidade. thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar thiagomoura Destacar Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 76 III. Governabilidade é a capacidade de decidir e de implementar políticas públicas, relacionando-se exclusivamente à competência técnica da máquina administrativa e condições econômicas vigentes. IV. Governança corresponde aos mecanismos de avaliação das políticas públicas vinculada ao correspondente planejamento estratégico. Está correto o que se afirma APENAS em a) II, III e IV. b) I, II e III. c) III e IV. d) I e IV. e) I e II. Comentário: Vejamos cada um dos itens: I) Certo. Governabilidade realmente está ligada à capacidade política de governar. II) Certo. Governança realmente é mero instrumento/forma de gestão, como descrito no item. III) Errado. A competência técnica da máquina e seus instrumentos são elementos da governança, e não da governabilidade. IV) Errado. A governança realmente está ligada aos mecanismos, as formas de gestão, incluindo sua avaliação. O erro da questão está em apontar que tal avaliação é vinculada "ao correspondente planejamento estratégico", colocando a governança a serviço do planejamento, quando na verdade o planejamento é instrumento de gestão, portanto parte da governança. Assim, havendo ou não planejamento estratégico, o uso de ferramentas de gestão e formas estruturais apropriadas reflete a governança. GABARITO: E. 13. (FCC/SEFAZ-PI/Analista do Tesouro Estadual/2015) Governança, na Administração pública, pode ser entendida como a) o poder de governar decorrente da legitimidade democrática, relacionado com a capacidade de assegurar condições sistêmicas e institucionais para que a organização cumpra sua função b) o braço instrumental da governabilidade, envolvendo o modo como o Governo se organiza para atender às necessidades da população. c) a conjugação de políticas públicas voltadas ao combate de práticas ilícitas, tais como corrupção, nepotismo e favorecimentos pessoais. d) um conjunto de medidas para assegurar a sinergia entre as diversas instâncias de poder, em especial legislativo e executivo, a fim de implementar as políticas públicas voltadas ao atendimento às necessidades do cidadão. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 76 e) um sistema que se aplica exclusivamente às entidade privadas que integram a Administração pública, relativo à forma como estas são administradas, objetivando a geração e preservação de valor. Comentário: Governança é o instrumental da governabilidade, sendo sua capacidade de por em prática as decisões com base em ferramentas e estruturação da ação da máquina estatal, o que se verifica na alternativa B. A alternativa A traz o conceito de governabilidade, e as demais "viajam" no assunto, sendo impertinentes. GABARITO: B.Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 76 Questões sobre princípios da administração pública. 14. (FCC/CNMP/Técnico - Administração/2015) Corresponde a um dos princípios básicos da Administração pública a: a) solidariedade. b) legalidade. c) precaução. d) universalidade. e) livre iniciativa. Comentário: Os princípios "básicos" são os constitucionais: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, a única resposta possível está na letra B. GABARITO: B. 15. (FCC/TRT3/TJAA/2015) A Administração pública deve nortear sua conduta baseada em certos princípios. Assim, entre os princípios expressamente informados na Constituição Federal, NÃO se incluem os princípios da a) moralidade e eficiência. b) legalidade e publicidade. c) entidade e indisponibilidade. d)impessoalidade e publicidade. e) legalidade e moralidade. Comentário: Os princípios expressos na CF são: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Assim, a única resposta possível está na letra C. GABARITO: C 16. (FCC/TRT9/TJAA/2015) Os princípios balizadores das atividades da Administração pública ganharam importância e destaque nas diversas esferas de atuação, tal como o princípio da eficiência, que a) permite que um ente federado execute competência constitucional de outro ente federado quando este se omitir e essa omissão estiver causando prejuízos aos destinatários da atuação. b) autoriza que a Administração pública interprete o ordenamento jurídico de modo a não cumprir disposição legal Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 76 expressa, sempre que ficar demonstrado que essa não é a melhor solução para o caso concreto. c) deve estar presente na atuação da Administração pública para atingimento dos melhores resultados, cuidando para que seja com os menores custos, mas sem descuidar do princípio da legalidade, que não pode ser descumprido. d) substituiu o princípio da supremacia do interesse público que antes balizava toda a atuação da Administração pública, passando a determinar que seja adotada a opção que signifique o atingimento do melhor resultado para o interesse público. e) não possui aplicação prática, mas apenas interpretativa, tendo em vista que a Administração pública está primeiramente adstrita ao princípio da supremacia do interesse público e depois ao princípio da legalidade. Comentário: Questão mais interessante sobre o princípio da Eficiência. Como sabemos trata-se de um Princípio Constitucional da Administração Pública inserido na CF com o objetivo de melhorar o uso dos recursos públicos, estando relacionado com a Administração Pública Gerencial. Seu propósito mais específico é estabelecer que a Administração deve executar suas atividades com o menor gasto possível, como está apresentado na letra C. GABARITO: C. 17. (FCC/TRE-RR/TJAA/2015) O Supremo Tribunal Federal, ao julgar ação direta de inconstitucionalidade, concedeu medida cautelar para suspender a eficácia de lei estadual de incentivo a pilotos de automobilismo sob o fundamento de que a citada lei singulariza de tal modo os beneficiários que apenas uma única pessoa se beneficiaria com mais de 75% dos valores destinados ao programa de incentivo fiscal, o que afronta, em tese, um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da a) impessoalidade. b) eficácia. c) publicidade. d) legalidade. e) supremacia do interesse privado. Comentário: Trata-se de clara afronta ao princípio da impessoalidade, em sua acepção voltada ao tratamento isonômico dos administrados. Se uma única Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 76 pessoa se beneficia de 75% dos valores de um determinado programa público, claramente o ato é para gerar benefícios a essa pessoa. Note que a questão não trouxe o princípio da moralidade, pois ele também foi atingido (o ato que não é impessoal é imoral!), e se estivesse presente na questão a mesma teria duas respostas. GABARITO: A. 18. (FCC/TRE-RR/AJAA/2015) A Administração Pública Federal, enquanto não concluído e homologado determinado concurso público para Auditor Fiscal da Receita Federal, alterou as condições do certame constantes do respectivo edital, para adaptá-las à nova legislação aplicável à espécie. E, assim ocorreu, porque antes do provimento do cargo, o candidato tem mera expectativa de direito à nomeação. Trata-se de aplicação do Princípio da a) Eficiência. b) Publicidade. c) Legalidade. d) Motivação. e) Supremacia do interesse privado. Comentário: O exemplo trazido pela questão mostra que a Administração mudou o Edital do concurso para que ele esteja de acordo com a legislação, já que só é permitido ser feito o que está previsto em lei. Trata-se de clara aplicação do princípio da legalidade. GABARITO: C. 19. (FCC/TRT9/AJAA/2015) O denominado Poder de autotutela é uma decorrência do princípio da legalidade. Cuida-se de controle que a Administração exerce sobre seus próprios atos, que podem ser a) anulados, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, sendo vedada, no entanto, pela via administrativa, a revogação por motivos de conveniência e oportunidade. b) anulados ou revogados, no entanto, na hipótese de revogação há a necessidade de participação do judiciário, que exerce controle de razoabilidade e proporcionalidade da medida. c) declarados nulos, ante a presença de vício de legalidade, ou revogados, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e rassalvada, quando o caso, a apreciação judicial. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 76 d) revogados ou anulados, respectivamente por motivo de conveniência e oportunidade e em razão de vício de legalidade, sendo passível de controle judicial tão somente a retirada do ato, pela Administração, por motivo de legalidade, restrito ao judiciário o controle da autotutela fundamentado em juízo discricionário. e) anulados por ilegalidade e revogados por motivo de conveniência e oportunidade, sempre por meio de recurso ao Poder judiciário, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. Comentário: O princípio da autotutela permite a Administração Pública a anulação dos próprios atos por verificar vício de legalidade e a regovação, por conveniência e oportunidade, sendo possível sempre a revisão judicial dos atos pelo Judiciário quanto à sua legalidade. Com isso em mente, vejamos as alternativas: A) Errada. Revogação também é possível. B) Errada. A revogação é própria da Administração, não envolvendo o judiciário. C) Certa! Está perfeita! D) Errada. É possível haver controle judicial de todos os atos, não só o ato de revogação. Ainda assim, o controle judicial será exercido quanto à legalidade, e não quanto à oportunidade e conveniência. E) Errada. O recurso ao judiciário é possível para anulação, não para revogação do ato. GABARITO: C. 20. (FCC/TRE-SP/Analista Judiciário - Área Administrativa/2012) Para atender ao princípio constitucional básico da eficiência o agente público deve a reduzir ao máximo os custos dos serviços públicos, independentemente da qualidade. b sempre utilizar a tecnologia mais avançada, independentemente do seu custo. c alcançar o melhor resultado possível no menor tempo e ao menor custo. d atender a todos de formaidêntica, independente das demandas individuais dos cidadãos. e prestar conta das atividades realizadas com clareza e presteza aos órgãos de controle. Comentário: O que se deve buscar, com base no princípio da eficiência, adicionado à Constituição Federal em 1998, é o melhor resultado possível, ao menor tempo e ao menor custo possível GABARITO: C. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 76 21. (FCC/MPE-AP/Analista Ministerial - Administração/2012) Um político ou um servidor utiliza sua verba de representação ou cartão corporativo em negócios não previstos à sua condição de pessoa pública ou do exercício profissional. Com base nestas informações, os princípios de administração pública atingidos são: a Legalidade e Publicidade. b Moralidade e Legalidade. c Publicidade e Finalidade. d Moralidade e Impessoalidade. e Impessoalidade e Publicidade. Comentário: Quando um servidor ou político usa uma verba para fazer aquilo que não está previsto em lei, se está infringindo, ao mesmo tempo, o princípio da legalidade (pois o ato praticado não está previsto em lei), e o da moralidade (pois se está agindo contra a moralidade pública aceira). GABARITO: B. 22. (FCC/MPE-AP/Analista Ministerial - Administração/2012) Os princípios da Administração Pública brasileira foram acrescidos de outro por ocasião de emenda constitucional. O novo princípio e seu significado para a gestão pública é: a Impessoalidade. Refere-se à base da Lei de Responsabilidade Fiscal, que impõe aos governantes e administradores neutralidade em suas ações, valorizando equitativamente os atores sociais e o público em geral. b Efetividade. Refere-se à busca de performance maximizada e constante da área pública, no sentido de obter resultados com foco nos objetivos e na utilização plena e econômica de recursos humanos e materiais. c Publicidade. Refere-se aos atos administrativos de levar ao conhecimento público informações e dados referentes a processos e performance das esferas de governo, independentemente de seu nível hierárquico. d Impessoalidade. Refere-se ao tipo de tratamento em que os agentes públicos devem pautar sua ética, tratando de forma indiscriminada cidadãos e usuários de serviços públicos de qualquer esfera de governo. e Eficiência. Refere-se à conduta da administração pública, que deve agir, de maneira rápida, precisa e ágil, para produzir resultados que satisfaçam as necessidades da população, sejam atuais ou futuras. Comentário: Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 76 Questão bem direta, tratando sobre a Emenda Constitucional 19/1998, que adicionou à CF o princípio da eficiência, que visa fazer com que a administração pública gere resultados com custos e prazos reduzidos - o que está previsto na alternativa E. GABARITO: E. 23. (FCC/MPE-AP/Analista Ministerial - Administração/2012) A inexistência do princípio da publicidade nos atos externos da Administração Pública enseja sua anulação por ausência de a eficiência e eficácia. b legitimidade e moralidade. c impessoalidade e eficiência. d interesse público e discricionariedade. e interesse público e eficiência. Comentário: Questão mais interpretativa. Caso um ato administrativo não tenha publicidade, em especial aqueles que devem produzir efeitos fora da estrutura do órgão, certamente lhe faltará legitimidade. Além disso, ele terá sido praticado de forma contrária a ética esperada da administração pública, portanto será uma afronta à moralidade. Assim, este ato ensejaria sua anulação por ausência de legitimidade e moralidade. GABARITO: B. 24. (FCC/Metrô-SP/Analista Trainee - Administração de Empresas/2008) Os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência estão previstos a no regimento interno de cada Partido. b na Lei Orgânica dos Partidos. c na Constituição Federal. d no Código Penal. e no regimento interno da Câmara dos Deputados. Comentário: Questão bem objetiva. De onde vêm os princípios do LIMPE? Da Constituição Federal! GABARITO: C. 25. (FCC/TRT11/Técnico Judiciário - Área Adinistrativa/2012) De acordo com o princípio da legalidade o administrador público pode fazer a tudo o que a lei não proibir expressamente. b tudo aquilo que julgar compatível com o interesse público. c apenas aquilo que as normas sociais considerarem moralmente adequado. d apenas aquilo que as leis expressamente autorizarem ou determinarem. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 76 e aquilo que o bom senso e a ética aprovarem. Comentário: O princípio da legalidade, para a administração pública, afirma que a mesma somente pode fazer aquilo que está expressamente previsto em Lei. Isso acontece com uma diferença forte em relação a ação dos particulares, que podem fazer tudo que não estiver proibido por Lei. GABARITO: D. 26. (FCC/TRT11/Analista Judiciário - Área Administrativa/2011) A ideia de que a Administração tem que tratar todos os administrados sem discriminações, traduz o princípio da a legalidade. b indisponibilidade. c impessoalidade. d publicidade. e unicidade. Comentário: Trata-se de uma das acepções do princípio da impessoalidade, a de que a administração pública deve agir com foco no seu fim, tratando as pessoas de forma igualitária entre sí. GABARITO: C. 27. (FCC/TRE-AP/Analista Judiciário - Área Administrativa/2011) O Jurista Celso Antônio Bandeira de Mello apresenta o seguinte conceito: Este princípio enuncia a ideia de que as competências administrativas só podem ser validamente exercidas na extensão e intensidade correspondentes ao que seja realmente demandado para cumprimento da finalidade de interesse público a que estão atreladas Trata-se do princípio da a moralidade. b eficiência. c proporcionalidade. d impessoalidade. e legalidade. Comentário: Trata-se do princípio da proporcionalidade, que implica na ação proporcional à necessidade enfrentada pelo agente público. GABARITO: C. 28. (FCC/TRT23/Técnico Judiciário - Área Administrativa/2011) No cumprimento estrito do princípio da legalidade, o agente público só pode agir a quando não houver custo elevado para a administração pública. Administração Pública p/ TRT 20 ( AJAA) Teoria e Exercícios Prof. Carlos Xavier - Aula 18 Prof. Carlos Xavier www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 76 b se tiver certeza de não ferir interesses privados. c de acordo com a consciência do cumprimento do dever. d depois de consultados seus superiores hierárquicos. e nos termos estabelecidos explicitamente pela lei. Comentário: O princípio da legalidade para a administração pública é aquele que afirma que o administrador público só pode fazer aquilo que estiver explicitamente colocado por lei, o que está de acordo com o apresentado na alternativa E. GABARITO: E. 29. (FCC/TRF1/Analista Judiciário - Área Administrativa/2011) Carlos, auditor fiscal do tesouro nacional, ao preencher incorretamente documento de arrecadação do tesouro, causou prejuízo ao fisco na ordem de trinta reais. Tal fato acarretou sua demissão do serviço público. Em razão disso, postulou no Judiciário a anulação da pena, o que foi acolhido pelos seguintes fundamentos: o servidor procurou regularizar o erro, buscando recolher aos cofres públicos a quantia inferior recolhida; sua ficha funcional é boa e não desabona sua atuação; a quantia inferior recolhida é irrisória; a pena de demissão é ato extremo que deve ser efetivado apenas
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