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Jamer Andrade da Costa ICIBE - UFRA GEOLOGIA GERAL - JOSÉ HENRIQUE POPP - CAPITULO 1 e 2 - 6º VOLUME - EDITORA LTC - 2010. DECIFRANDO A TERRA (2ª Edição) - Capítulo 01 PARA ENTENDER A TERRA - Capítulo 01 SCIENTIFIC AMERICAN BRASIL 2007 VOLUME 20 Fonte: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Desde a década de 50, o homem pôde ver o planeta do espaço, graças as primeiras fotografias, atualmente temos imagens em tempo real (estação internacional e satélites). Essas imagens permitem caracterizar as grande feições superficiais e detalhá-las com base nos mapeamentos e de suas proprieades físicas e químicas. Já os estudos direto do interior da Terra é muito difícil, o homem já que conseguiu investigar só até 12 km de profundidade através de perfurações para observação direta dos materiais rochosos, esse estudo foi realizado na península de Kola (Rússia), muito pouco quando comparado com o raio terrestre (raio equatorial: 6.378 km - raio polar: 6.357 km). Entretanto, o conhecimento geológico sobre as camadas mais profundas da Terra evoluiu muito ao longo das primeiras décadas do século XX, graças à utilização de evidências indiretas, como os dados geofísicos, e às características dos magmas que extravasam na crosta e das rochas geradas em profundidade que hoje estão expostas na superfície por conta dos processos geológicos ou podem ser observadas em minas profundas. https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf As ideias mais antigas que temos registro sobre o interior da Terra mostram idéias baseadas nas observações de fenômenos naturais que se imaginava terem sua origem no interior de nosso planeta, como o vulcanismo, e também havia modelos estabelecidos sem base observacional. Por exemplo, Aristóteles (século IV) considerava a Terra como uma esfera sólida; no século XVII (Athanasius Kircher), dizia que a Terra era um corpo com seu interior parcialmente fundido, com canais alimentadores dos vulcões. Fonte: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Concepções do século XVII sobre a estrutura da Terra. (a) interior com bolsões de material fluido (líquido e gás) interligados em meio a material sólido; e (b) modelo de Athanasius Kircher (1678), com o fogo central. Estes modelos já mostravam a compreensão de que os vulcões representavam conexões com a subsuperfície do planeta a b https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Modelo de Athanasius Kircher (1678), com o fogo central. Estes modelos já mostravam a compreensão de que os vulcões representavam conexões com a subsuperfície do planeta Fonte: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf No século XVIII, após etapas importantes do desenvolvimento da Física por Isaac Newton, foi possível medir a densidade média da Terra usando a Lei Universal da Gravidade, onde através de seus estudos determinou o valor de 5,5 g/cm³. Este valor é bem superior à densidade das rochas conhecidas da superfície (média de 2,7 a 2,8 g/cm³). Com esse estudo, caracterizava a existência de um volume de material muito mais denso no interior da Terra do que as rochas existentes observadas na superficiais do planeta. https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf A temperatura é um parâmetro muito importante no estudo da estrutura interna da Terra, pois sua variação tem papel primordial na definição do estado físico e das demais características do interior terrestre. A fonte de calor mais evidente para o planeta é o Sol, sem dúvida alguma. No entanto, seu poder esgota-se a poucos centímetros de profundidade no solo terrestre. O calor interno, que tem diferentes origens, forma um fluxo térmico contínuo do interior do planeta para a parte externa, com variações de um local para outro. Por outro lado, no século XIX, como nas pesquisas de Lord Kelvin, medidas diretas da temperatura em minas subterrâneas indicaram um aumento de 1°C a cada 32 m, em média, mas com variações de local para local. A profundidade, em metros, em que a temperatura aumenta 1°C, é chamada grau geotérmico; seus valores máximos são encontrados nas regiões de grande fluxo térmico, em ambientes onde há vulcanismo recente. Em contraposição, áreas continentais muito antigas possuem fluxo térmico menor. Este calor é gerado pela somatória do calor proveniente do decaimento radioativo dos elementos que possuem essa propriedade e que estão no interior da Terra, além do calor residual da formação do planeta, e também pelo calor de solidificação do núcleo externo. Fonte: https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Eclogito é uma rara rocha metamórfica composta por piroxênios (omphacita) e rica em piropo e granadas. Rocha típica do manto superior, especialmente em regiões de subducção de placas oceânicas, ( 3,4-3,5 g / cm 3 ) Os greenschists são rochas metamórficas que se formaram sob as mais baixas temperaturas e pressões usualmente produzidas pelo metamorfismo regional, tipicamente 300–450 ° C e 2-10 kilobares. https://midia.atp.usp.br/plc/plc0011/impressos/plc0011_03.pdf Energia de entrada proveniente do sol; Energia é perdida do interior. A magnitude desses fluxos não é iguala Charles Darwin (1809-1882), no século XIX, escreveu sobre a existência de uma fina camada superficial na Terra, abaixo da qual estaria o material expelido pelos vulcões. No início do século XX, considerava-se a existência de uma zona sólida - a barisfera - no centro da Terra; acima dela, uma zona fundida - a pirosfera - ; e na superfície, uma crosta sólida. A grande diferença entre geologia e outras ciências: TEMPO (geologicamente falando, não acontece muita coisa em um vida humana) Taxas de processos geológicos: μm / ano ou cm / ano Grandes terremotos talvez modifiquem o chão em vários metros em poucos segundos, mas isso ocorre apenas em cada 500 anos As taxas do tempo nos processos geológicos quase sempre são mais lentos que o taxas de efeitos humanos no meio Ambiente. Atmosfera e hidrosfera formado 4 bilhões de anos atrás. Os fósseis são reconhecidos nas rochas como idade de 3. 5 bilhões de anos. O oxigênio (da fotossíntese) foi um componente importante do atmosfera pelo menos 2,5 milhões anos atrás. Com o avanço dos estudos de Geofísica, que é o estudo da estrutura, da composição, das propriedades físicas e dos processos dinâmicos da Terra, onde através dos estudos da Sísmica chegou-se ao modelo de estruturação concêntrica interna terrestre, com distinção do núcleo, manto e crosta. Biosfera Biosfera: conjunto de envoltórios do planeta Terra onde existe ou pode existir vida, e que abrange regiões da litosfera, da hidrosfera e da atmosfera; Também chamada de Ecosfera. Astenosfera: camada frágil da parte superior do manto terrestre, muito plástica, localizada logo abaixo da camada rochosa rígida ou litosfera. A camada superior da Terra que é formada por gases. O ar é o componente principal desse ambiente, composto basicamente por dois tipos de gases (o oxigênio e o nitrogênio), contendo também pequenas frações de vapor d’água, nitrogênio e outros gases como, por exemplo, o dióxido de carbono (importante regulador do clima da Terra, mesmo em pequeno volume). Sua composição é relativamente homogênea, porém a atmosfera se diferencia em camadas conforme as características térmicas em cada extrato, sendo as seguintes, partindo da superfície da Terra: a troposfera, a estratosfera, a mesosfera, termosfera e a Exosfera. É imprescindível para a existência humana na Terra. É a camada da Terra formada por água. Esse ambiente abrange cerca de 70% da superfície do planeta, agregando os estados físicos, sólido e líquido da substância água, desde os oceanos, os rios, os lagos e aqüíferos subterrâneos até as geleiras polares. É a camada da Terra que compõe a sua superfície sólida. Trata-se da mais fina das camadas do planeta, sendo considerada uma espécie de “casca” do mundo. Possui uma profundidade quevaria entre 5 e 100 km, correspondendo a 2,4% do raio da esfera terrestre. O princípio da Isostasia assegura que a Crosta Continental flutue acima de um material de maior densidade. Crosta Continental: Menos densa e geologicamente mais antiga. Crosta Oceânica: Mais densa e mais jovem que a continental, Normalmente é formada por uma camada de rochas basálticas. É o conjunto de todos os ecossistemas, essa passa a ser constituída necessariamente, considerando apenas os fatores abióticos, por elementos físicos e químicos representados pela totalidade global e interação dos três tipos de ambientes primordiais: a hidrosfera, a atmosfera e a litosfera. É o termo utilizado em Geologia para se referir ao estado de equilíbrio gravitacional entre a litosfera da terra e a Astenosfera, de modo que as placas tectônicas "flutuam" em um elevação que depende da sua espessura e densidade. Efeito “João Bobo” “Plumb-bob” Vening Meinesz: O equilíbrio isostático é alcançado através do downwarping e upwarping flexural da crosta e manto sobre uma ampla área. Camadas + Velhas Camadas + Novas Esse processo resulta da flutuação das placas tectônicas sobre o material mais denso da astenosfera, cujo equilíbrio depende das suas densidades relativas e do peso da placa. Tal equilíbrio implica que um aumento do peso da placa (por espessamento ou por deposição de sedimentos, água ou gelo sobre a sua superfície) leva ao seu afundamento, ocorrendo, inversamente, uma subida (em geral chamada re-emergência ou rebound), quando o peso diminui. Em outras palavras, é a condição que atende a crosta da Terra a manter-se em equilíbrio por força da gravitação. Onde as massas continentais formadas de SiAl (Silício e Alumínio) dispõem- se flutuando sobre o SiMa (Silício e Magnésio), e nele se aprofundando. Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Isostasia Qualquer corpo mergulhado inteiro ou parcialmente num fluido recebe da parte deste uma força vertical, no sentido de baixo para cima designada de Impulso, Empuxo ou impulsão. O Impulso será igual à massa de um volume de água igual ao volume imerso do navio. |𝑬|= Fluido x VIMERSO X g corpo > Liq Afunda corpo < Liq Flutua Vimerso = 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝑥 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝐿𝑖𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Isostasia Ajustamentos Isostáticos são todos os ajustamentos que ocorrem entre a litosfera e a astenosfera de modo a ajustarem os desequilíbrios ocorridos quer pela erosão, quer seja pela deposição de material. A Crosta constituída de blocos de mesma densidade, quanto mais alto for o bloco de SiAl, maior será a sua raiz mergulhada no substrato constituído pelo SiMa. re-emergência ou rebound Um exemplo atual de soerguimento residual é observado na Escandinávia. Após o último período de deglaciação (12.000 anos), o nível do mar elevou-se rapidamente. Mas a Escandinávia, que esteve recoberta por uma camada de gelo continua soerguendo-se até hoje, neste período subiu 250m, segundo uma taxa média de 1 cm/ano. 250 m – Considerou que no plano de ajustamento isostático, os blocos menos densos emergem (flutuam) mais que os mais densos e de maior massa. – Considerou que no plano de ajustamento isostático, a crosta seria constituída de blocos de mesma densidade, porém quanto maior o bloco de SiAl, maior será sua raiz mergulhada no substrato constituído pelo SiMa. Blocos + Densos Afundam mais! Se fosse construída uma montanha artificial do tamanho do Himalaia, não haveria rocha alguma que resistisse a tal pressão. Foi a partir de dados da isostasia que Wegener propôs a sua teoria da Deriva Continental. Silício + Alumínio Silício + Magnésio A crosta continental menos densa projeta uma raiz mais profunda abaixo das montanhas sobre o manto, isto é necessário para suportar a carga mais pesada de blocos rochosos, de acordo com a Isostasia. A estrutura interna da Terra resulta de estudos indiretos, principalmente ligados à Geofísica, com destaque para a: (do grego seismos, abalo + logos, tratado) é o estudo dos sismos (ou terremotos) e, genericamente, dos diversos movimentos que ocorrem na superfície do globo terrestre. Indicam as descontinuidades entre unidades com diferentes propriedades. Estuda a variação da gravidade nos diferentes locais da Terra, fornecem informações sobre a distribuição de massa das rochas que compõem a crosta. Estuda a origem e variação do campo magnético terrestre e seus efeitos nos diversos materiais, proporcionam a distinção entre grandes unidades tectônicas. Estuda a variação da temperatura da Terra ao longo do tempo e nos diferentes compartimentos, bem como sua origem; Estuda os meteoritos, considerados testemunhos de corpos com origem, composição e evolução semelhante à da Terra, conforme as concepções aceitas hoje para a origem da Terra e do sistema solar. A Terra é diariamente bombardeada por toneladas material cósmico, mas a maioria dos meteoroides se desintegra completamente antes de chegar na superfície. No entanto, no primeiro bilhão de anos do Sistema Solar o impacto de grandes corpos contra o nosso Planeta acontecia com frequência, formando crateras de impacto e provocando até mesmo extinções em massa. As chances, hoje, de colisão de um grande asteroide com a Terra seja pequena, agências espaciais do mundo todo possuem programas que visam a identificação e monitoramento de corpos próximos da órbita terrestre. “Os meteoritos são pequenas caixas pretas codificadas com acontecimentos passados há 4,5 bilhões de anos que nos foram entregues diretamente do espaço”. Heide, F. and Wlotzka, F. (1995) Este meteorito que atravessou o céu sobre os Montes Urais na Rússia, provocou explosões e deixando quase mil feridos, a maioria com machucados causados por estilhaços de vidros que quebraram. Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/2013-02-15/meteorito-atinge-regiao-central-da-russia-e-deixa-400-feridos.html Eventos como o que aconteceu na Rússia em 2013, quando um corpo de cerca de 18 metros de diâmetro entrou na atmosfera e explodiu sobre o céu de Chelyabinsk, mostram a vulnerabilidade do nosso Planeta e a dinâmica do Sistema Solar. No dia 25/07/2019, um asteroide batizado de 2019 OK passou a 73 mil quilômetros de distância da Terra – mais próximo do que a Lua está de nós. Problema: ele só foi detectado pouco antes de se aproximar do nosso planeta. No dia 03/10/2019 o asteroide FT3 vai passar relativamente próximo da Terra. Segundo estimativas da NASA (Agência Espacial Americana), ele deve passar a uma distância de pouco mais de 423 mil quilômetros do nosso planeta. Os asteroides são corpos rochosos e metálicos que possuem órbita definida ao redor do Sol. Fazem parte dos corpos menores do sistema solar, possuindo, geralmente, apenas algumas centenas de quilômetros. Alguns asteroides possuem satélites naturais. Fonte: https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2019092314547417-nasa-rastreia-5-asteroides-a-caminho-da-terra/ O que temos para o resto do ano de 2019 O Asteroide 523934 (1998 FF14), está viajando a uma velocidade de aproximadamente 80.000 quilômetros por hora e possui um diâmetro de aproximadamente 430 metros. Além deste enorme asteroide temos: 2019 SW1 de 21 metros de diâmetro; 2019 QY3 de 66 metros de diâmetro; 2017 KP27 de 41 metros de diâmetro; 2006 QV89 de 51 metros de diâmetro. https://br.sputniknews.com/ciencia_tecnologia/2019092314547417-nasa-rastreia-5-asteroides-a-caminho-da-terra/ A Meteorítica é a ciência que estuda os meteoritos, corpos principalmente provenientes do cinturão de asteroides, localizado entre Marte e Júpiter. Os meteoritos representam fragmentos de corpos sólidos com a mesma origem dos planetas, particularmente dos planetas internos. Partindo do princípio de que a acresção planetesimal ocorreu conforme a teoria atualmente aceita, a Terra e os outros corpos do sistema solar formaram-se como corpos homogêneos, que sofreram diferenciação após a acresção. No caso doscorpos de maior tamanho, o acúmulo de energia proveniente de impactos de planetésimos, decaimento radioativo e contração gravitacional, levou ao aumento de temperatura, à fusão parcial e à reorganização de seus materiais. O material mais denso (o ferro) migrou das partes fundidas para as partes mais internas do planeta, formando o núcleo; parte do Ni terrestre e também um pouco do S e de alguns outros elementos acompanharam o ferro nessa migração. Ao mesmo tempo, o material menos denso se reorganizou como manto e crosta. A fragmentação tanto de corpos diferenciados quanto de não-diferenciados. Os fragmentos de corpos não diferenciados são chamados de meteoritos condríticos, pois contêm côndrulos, estruturas arredondadas originais. Os corpos diferenciados perderam esta estrutura original, e seus fragmentos, quando constituem meteoritos, são chamados acondritos. Os condritos comuns (constituídos por minerais silicáticos, como olivina e piroxênio, e ligas Fe- Ni) perderam todos os componentes voláteis; Já os condritos carbonosos são semelhantes, mas têm 5% de matéria carbonosa e perderam somente os elementos mais voláteis (H e O). Os meteoritos do tipo acondrito não apresentam a estrutura mencionada, e podem ser rochosos (silicáticos) ou metálicos, ou mesmo ter as duas fases em sua composição; são, respectivamente, os pétreos, os sideritos e os ferropétreos. Estão relacionados a corpos (grandes) que passaram pelo processo de diferenciação interna; ao se fragmentarem por colisões, teriam gerado blocos provenientes de diferentes partes internas. Os meteoritos metálicos, constituídos por ligas Fe-Ni, apresentam texturas compatíveis com altas pressões e temperaturas e são denominados sideritos. Suas densidades são compatíveis com os valores de densidade indicados pelas velocidades das ondas sísmicas no núcleo terrestre. São, portanto, interpretados como provenientes das partes mais internas de corpos que passaram por evolução similar à da Terra. Rochas % Composição e Idade Relações Não- Diferenciados (condritos) Condritos Pétreos - Provenientes de corpos que não sofreram diferenciação, formados por côndrulos silicáticos em matriz metálica 86 Ordinários (idades entre 4,5 e 4,6 bilhões de anos) Carbonáceos (possuem material carbonoso) Os condritos são formados por côndrulos silicáticos em matriz de mesma composição, com fases metálicas também; Esses meteoritos seriam fragmentos de corpos que não passaram por diferenciação, representando, portanto, os corpos mais primitivos, com a composição inicial do Sistema Solar e não se parecem com nenhum outro material terrestre, portanto, os corpos mais primitivos, com a composição inicial do Sistema Solar. Pétreos (ou rochoso) 9 Constituídos por minerais silicáticos, com idades entre 4,4 e 4,6 bilhões de anos. Têm a mesma composição dos condritos, mas não apresentam a estrutura em côndrulos; suas densidades são compatíveis com os valores encontrados para o manto nos estudos sismológicos. São, portanto, relacionados aos materiais provenientes de partes intermediárias de corpos similares à Terra, ou seja, são considerados representantes do manto terrestre. Ferropétreos (ou siderólitos) 1 Constituídos por minerais silicáticos e fases metálicas de Fe e Ni. Constituídos por cristais de silicatos em matriz metálica, e são interpretados como fases de misturas de materiais. Sideritos 4 Constituídos por minerais metálicos de Fe e de Fe e Ni. Constituídos por ligas Fe-Ni, apresentam texturas compatíveis com altas pressões e temperaturas e são denominados sideritos. Suas densidades são compatíveis com os valores de densidade indicados pelas velocidades das ondas sísmicas no núcleo terrestre. São, portanto, interpretados como provenientes das partes mais internas de corpos que passaram por evolução similar à da Terra. Diferenciados (acondritos) (provenientes de corpos diferenciados) Classificação simplificada dos meteoritos interpretados como provenientes do cinturão de asteroides, conforme sua proveniência de corpos diferenciados ou não diferenciados. Como podemos investigar as camadas geológicas no interior da Terra e outras estruturas situadas a umas profundidade de até 6370 Km de profundidade? O homem só conseguiu até hoje obter contato direto, por meio de perfurações, a uma profundidade de 12 Km. As Ondas Sísmicas auxiliam no conhecimento do interior da Terra. A propagação ds ondas sísmicas varia de velocidade e de trajetória em função das características do meios (densidade e estado físico) em que trafegam. A interpretação dos sismogramas, permite inferir valores de velocidade de propagação das ondas e densidade das camadas tanto em rochas no estado sólido, ou parcialmente fundidas. Assim, é possível inferir suposições sobre o comportamento da estruturação interna da Terra. Meteoritos são fragmentos de corpos sólidos do Sistema Solar, como asteroides, cometas, a Lua e Marte, que após vagarem por milhões ou bilhões de anos pelo espaço sideral, cruzam a atmosfera terrestre e chegam até a superfície. Quando ainda estão no espaço, são denominados meteoroides. Após penetrarem na atmosfera terrestre em alta velocidade, de 11 a 72 Km/s, o atrito com o gases faz com que produzam um efeito luminoso, denominado meteoro, popularmente conhecido como “estrela cadente”. Caso algum fragmento resista a passagem pela atmosfera e chegue até a superfície, denomina-se então meteorito. As ondas sísmicas classificam-se de acordo com o modo como as partículas oscilam em relação à direção de propagação. Existem dois tipos principais de ondas sísmicas: • As ondas profundas ou de volume, que se propagam no interior do Globo. Estas ondas atingem uma superfície muito longe do epicentro, sendo submetidas a reflexões e refrações devido à diferentes propriedades dos materiais. • As ondas superficiais, quando atingem a superfície onde se propagam. Os dados obtidos nas estações sismológicas de todo o mundo permitem conhecer as velocidades de propagação das ondas sísmicas assim como a profundidade a que se encontram. As ondas profundas podem atingir uma superfície muito longe do epicentro sendo submetidas a reflexões e refracções devido às diferentes propriedades dos materiais. Estas podem-se dividir em: Ondas P, primárias, longitudinais ou de compressão: São as primeiras a serem registadas, logo são as de maior velocidade. as partículas dos materiais rochosos vibram paralelamente à direção de propagação (para a frente e para trás) como se comprimissem e depois distendessem voltando à posição inicial. Há alteração do volume do material. São ondas de pequena amplitude e propagam-se em todos os meios sólidos , líquidos e gasosos. Ondas S, secundárias ou transversais: Estas ondas propagam-se com menor velocidade do que as ondas P, daí serem as segundas a serem registadas, as partículas dos materiais rochosos vibram perpendicularmente à direção de propagação da onda (para cima e para baixo) mantendo o seu volume mas alterando a sua forma. São de baixa amplitude e propagam-se em meios sólidos. As ondas de superfície, L ou longas, propagam-se ao longo da superfície de Globo e resultam de interferência de ondas de tipo P do tipo S. são as responsáveis pela maior parte das destruições quando ocorre um terramoto. Podem ser de dois tipo: Ondas de Love São mais rápidas que as ondas de Rayleigh, logo menos destrutivas. As partículas dos materiais rochosos vibram horizontalmente segundo movimentos de torção. Resultam da interferência com as ondas do tipo S e apenas se propagam em meios sólidos. Ondas de Rayleigh As partículas dos materiais rochosos vibram segundo um movimento elíptico num plano perpendicular à direção de propagação, provocando no solo ondulações semelhantes às ondas marinhas. Resultam da interferência entre as ondas P e S e propagam-se em meios sólidos e líquidos. Métodos Indiretos Geofísica (Sismologia) Ondas CorporaisOcorrer primeiro. Estas são as ondas iniciais emitidas pelo terremoto. Isso ocorre em uma ordem específica. 1ª onda: onda "P" primária. 2ª onda: onda secundária "S". Ondas de superfície Ocorre após as ondas do corpo. Isso afeta a superfície da terra (normalmente sentimos isso). Tipo 1: Onda Rayleigh. Tipo 2: Onda Love. = longitudinais (tipo onda sonora) Expansão e contração da rocha conforme a onda se move através dela. Onda corporal mais rápida (Alta Frequência e Baixa Amplitude) Move-se por rochas sólidas e fluidos (por exemplo, oceano / água) = transversais (tipo onda luminosa) Onda se move através da rocha para cima e para baixo e de um lado para o outro Mais lento que a onda P (Baixa Frequência e Alta Amplitude) Só pode se mover através de rochas sólidas = transversais (tipo onda luminosa) Ondas P (Longitudinais) Ondas S (Transversais) : (destruição) • Efeito de rolamento / balanço na superfície • Move o chão de um lado para o outro • Onda de superfície mais rápida • Rola ao longo do chão como uma onda do oceano • Tipo mais frequentemente sentido durante terremotos Consequências da Dinâmica do Planeta TectônicaVulcanismo Somália, Etiópia, Tanzânia e alguns territórios do Quênia formarão um novo continente (Foto: Reprodução/BBC) Mede a "intensidade" do terremoto (por exemplo, a quantidade de agitação sentida e os danos causados). Muito subjetivo: depende da descrição do espectador sobre o evento de terremoto! Baseado em observações. Mede a “magnitude” do terremoto (as ondas de energia liberadas), ou seja, mede a quantidade de energia libertada no hipocentro. Com base nas leituras de um sismógrafo e no exame das ondas de energia reais. Escala Logaritimica: Cada aumento em magnitude é 10x maior que a magnitude anterior em liberação de energia. 5.0 is 10x maior que 4.0 5.0 is 100x maior que 3.0 5.0 is 1000x maior que 2.0 Isossistas são curvas irregulares (imaginárias) que num território delimitam zonas de igual intensidade sísmica (depois ou no decorrer de um sismo). http://youtube.com/watch?v=8ayeCxDcTBw Hipocentro é ponto no interior da crosta terrestre onde se origina um terremoto, onde este tem o seu foco. Epicentro (do grego antigo epicentros (ἐπίκεντρος), "situado no centro" de um terremoto é o ponto da superfície da Terra que está exatamente acima do foco ou hipocentro do terremoto. ../Videos/ondas sismicas - terremoto.mp4 Não existe correlação direta entre a magnitude e intensidade de um sismo. Alguns fatores podem potencializar os danos causados por um sismo, como: - Profundidade do foco - Distância Epicentral - Geologia da Área Afetada - Qualidade das Construções Civis LOCAL ANO ESCALA RICHTER PREJUÍZOS Mato Grosso 1955 6,6 O maior registrado na história do Brasil. O abalo ocorreu em região muito pouco habitada, o que não ocasionou em mortes nem em danos materiais. Espírito Santo 1955 6,3 A reação das pessoas foi de susto e as casas apemas balançaram. Não há nenhum registro de ferimentos ou danos. João Câmara (RN) 1980 5,1 Série de abálos que provocaram a destruição de 4 mil imóveis. Pacajus, Ceará 1980 5,2 O seu epicentro ocorreu na cidade de Pacajus, na Região Metropolitana de Fortaleza, foi sentido também na Capital. Itacarambi – MG 2007 4,9 O tremor na localidade de Caraíbas, no município de Itacarambi, no norte de Minas Gerais. Resultado deste tremor: uma criança de 5 anos morreu e seis pessoas ficaram feridas. Além disso, pouco mais de 5 casas caíram em função do terremoto. Divisa entre Acre e Amazonas 2007 6,1 Um terremoto de 6,1 graus na escala Richter foi registrado entre os estados de Acre e Amazonas em 2007. Sem danos e feridos. São Paulo, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Rio de Janeiro. 2008 5,2 Não houve registros de acidentes. O mais interessante (ou aterrorizante) é que o tremor refletiu nos estados do Rio de Janeiro, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina. Fonte: https://exame.abril.com.br/brasil/os-7-maiores-terremotos-que-ja-ocorreram-no-brasil/ Os terremotos produzem 2 tipos principais de ondas sísmicas: as ondas de compressão ou ondas-P e as ondas Shear (cisalhante) ou ondas-S. A primeira das ondas sísmicas que são detectadas durante um terremoto são as ondas-P, também conhecidas como ondas primárias. Estas ondas são muito velozes, possui velocidade médias de 4,5 km/s e chegam à superfície muito rapidamente, podendo se propagar através dos sólidos e dos líquidos. Em seguida são chegadas as ondas-S, se propagam a aproximadamente 2,685 km/s, por serem mais lentas que as ondas-P, chegam à superfície momentos depois. Inicialmente começaram os estudos de grandes sismos; Após a 2ª Guerra Mundial este modelo foi confirmado a partir do estudo da propagação de ondas sísmicas geradas por: - ensaios nucleares; - bombas atómicas; - microssismos gerados artificialmente (explosões controladas). Em 1906, o geólogo irlandês Richard D. Oldham verificou o seguinte: - o registo da velocidade das ondas P no epicentro (6,5 Km/s), era superior ao indicado no seu polo oposto ao do epicentro (4,5 Km/s); - formulou a hipótese que as ondas ao atravessarem um núcleo central com uma composição diferente, diminuíam a sua velocidade. Estudos recentes revelam que para materiais no estado sólido, a velocidade das ondas P [VP = (K+4/3μ)/ρ] e S [VS = μ/ρ] é tanto maior, quanto maior for a distância epicentral (maior a profundidade de propagação) porque: - aumenta a rigidez dos materiais se forem homogéneos (μ); - aumenta o efeito da incompressibilidade/resistência à variação de volume (K). Em materiais no estado líquido a velocidade das ondas P diminui e a das ondas S é anulada (deixam de se propagar) porque a rigidez é nula (μ = 0): - VP = (K+4/3μ)/ρ; se μ = 0, então: VP = (K+0)/ρ = K/ρ - VP = μ/ρ; se μ = 0, então: VP = 0/ρ = 0 = 0 Fonte: Susan Schwartzenberg - The exploratorium Neste experimento, os dois feixes de laser (a) e (b) entram pelo topo num aquário bola com água pela metade. Ambos são refletidps em um espelho posicionado no fundo do aquário (c). A diferença básica é o ângulo de incidência dos feixes em relação a água do áquario. a b cd e f Um feixe é refletido na interface Ar- Água e passa através do aquário, e originando um ponto Brilhante na mesa (d). Fonte: Susan Schwartzenberg - The exploratorium A maior parte da energia do outro feixe é desviada para baixo (refratada) quando ela passa da água para o ar, e uma pequena quantidade é refletida para formar o segundo ponto brilhante na mesa (e). As ondas sísmicas podem-se propagar de três formas: - Direta (a) – segue o percurso normal de incidência; - Refletida (b) – descreve uma trajetória de desvio igual ao ângulo da sua incidência (b); - Refratada (c) – atravessa dois meios físicos e/ou químicos diferentes onde são alterados os ângulos de incidência e refração. As ondas sísmicas possuem trajetórias: - curvilíneas; - côncavas. aa b c c Descontinuidades – superfícies no interior da Terra em que existe alteração da trajetória das ondas sísmicas. Foi por meio dos estudos das ondas P e S, que mostravam variações bruscas nas velocidades de propagação dessas ondas, foi possível caracterizar as diversas camadas concêntricas no interior da Terra Em 1906, o geólogo irlandês Richard D. Oldham estabeleceu a existência do núcleo com base nos dados geofísicos; Descoberta em 1909 pelo geofísico croata(Iugoslavo) Andrija Mohorovicic definiu a crosta, camada sólida mais externa da Terra. E verificou o seguinte: o à profundidade de cerca de 10 Km nos fundos oceânicos e de 35/40 Km nas áreas continentais (correspondente à trajetória por refração das ondas) existe uma superfície que delimita a crosta do manto. A partir dos 150 Km do epicentro(Foco), as estações sismográficas registam as ondas P refratadas (Pn) antes das ondas P diretas (Pg), logo possuem maior velocidade (maior rigidez do material da geosfera). PnPn Pg A partir dadescontinuidade de Moho (10/40 Km de profundidade) inicia-se o manto constituído essencialmente por peridotito (rocha granular e escura composta por olivina e alguma piroxenas ou piroxênios; À profundidade entre os 100 e 350 Km existe diminuição acentuada da velocidade das ondas P e S, voltando a aumentar; A redução da velocidade das ondas sísmicas comprova o seguinte: - existência de uma zona no manto superior de baixa velocidade sísmica (astenosfera); - diminuição da velocidade que se deve à menor rigidez dos materiais que estão parcialmente fundidos (estado plástico ou semilíquido). - Existe uma superfície que delimita o manto do núcleo, em que a parte mais externa está no estado líquido. - À profundidade de 2983 Km (cerca de 2900 Km) as ondas S deixam de se propagar e as ondas P reduzem bruscamente a sua velocidade e são refratadas – o estado físico dos materiais passa de sólido para líquido (μ=0); - Em qualquer sismo existe uma zona de sombra do seu epicentro, a uma distância angular entre os 103º e os 143º. - Nessa zona de sombra sísmica não se registam ondas diretas S e P e a partir dos 143º só existe registo das ondas P. Descoberta em 1913 pelo sismólogo alemão Beno Gutenberg que verificou o seguinte: 2 9 8 3 K m Descoberta pelo sismologista alemão J. E. Wiechert e mais tarde em 1936 foi confirmada pela geofísica dinamarquesa Inge Lehmann que verificou o seguinte: Ela propôs a existência de um núcleo interno sólido, caracterizando desta maneira o modelo de estrutura interna até hoje utilizado: crosta, manto e núcleo, sendo todos estes compartimentos internos sólidos, com exceção da parte externa do núcleo, que é líquida. - a partir dos 5150 Km de profundidade as ondas P aumentam bruscamente a sua velocidade; - ao aumento da velocidade, corresponde ao aumento da rigidez dos materiais sugerindo que os materiais estajam no estado sólido; - a essa profundidade existe uma superfície que delimita o núcleo externo (líquido) do núcleo interno (sólido) . Estudos posteriores efetuados em laboratório e baseados na velocidade de propagação das ondas em função da densidade dos materiais concluíram o seguinte: O núcleo da Terra é constituído essencialmente por: Ferro (Fe) e Níquel (Ni). Prosseguindo na mesma linha de investigação, o meteorologista e sismólogo austríaco Victor Conrad (1876-1962), depois de estudar os sismos ocorridos na Áustria, em 1923 e 1927, propôs a existência de uma fronteira de transição entre uma suposta crosta continental superior e uma suposta crosta continental inferior. Esta fronteira, na qual a velocidade das ondas sísmicas, segundo ele, varia de modo descontínuo, passou a ser conhecida por descontinuidade de Conrad. Ausente em algumas áreas continentais, foi definida pelo autor como uma superfície sub- horizontal, localizada entre 15 a 20 km de profundidade. Descontinuidade que separa essas duas estruturas geológicas (Crosta Continental e a Crosta Oceânica). Base da divisão: ondas sísmicas P e S e seções geológicas na superfície da terra: Crosta Continental: Superior e inferior Manto: Superior, transicional e Inferior Núcleo: Externo e Interno TRÊS CAMADAS COMPOSICIONAIS DA TERRA (Fe & Ni) (Fe & Ni) Denomina-se de crosta a parte externa consolidada da Terra. É uma camada relativamente fina (30km de espessura média) que envolve o globo terrestre, e onde ocorrem os principais processos geológicos. Na crosta distinguem-se os três grupos de rochas: ígneas, Metamórficas e Sedimentares. O cálculo da constituição química da crosta terrestre é baseado no balanço da média ponderada de várias análises de variados tipos de rochas. A Crosta é dividida em duas estruturas distintas: Crosta Continental e Crosta oceânica. Crosta Superior é chamada de Crosta Continental, com velocidades das ondas sísmicas em torno de 5,6km/s, espessura variando de 05- 70 Km, de composição granítica, quimicamente é formada predominantemente por Si e Al (Camada Siálica-SiAl), densidade médias de seus constituintes é de 2,7 g/cm3. Crosta Inferior é chamada de Crosta Oceânica, com velocidades das ondas sísmicas em torno de 6,5km/s, espessura variando de 10-20 Km, composição basáltica, quimicamente é formada predominantemente por Si e Mg (Camada Simática-Sima), densidade médias de seus constituintes é de 2,95 g/cm3. Fonte:: https://www.researchgate.net/figure/Crustal-model-disappearance-of-the-Conrad-discontinuity-and-the-appearance-of-the_fig9_311740372 Crosta Si + O + Al = 82% Terra Fe + O + Si + Mg = 93% O manto apresenta características composicionais e velocidade das ondas sísmicas em relação à crosta. O limite delas é caracterizado por uma descontinuidade (Mohorovicic). O manto tem sido subdividido em três partes concêntricas: • Manto superior • Zona de transição • Manto inferior Essa subdivisão coincide com irregularidades no comportamento das ondas sísmicas ao se propagarem por seu interior, sempre com tendência a crescimento da velocidade com a profundidade, mas com algumas importantes oscilações. A variação rumo a maiores valores de velocidade reflete, sobretudo, a progressão da pressão, que resulta em materiais mais compactos e numa densidade progressivamente maior. A densidade, um dos principais parâmetros que determinam a velocidade das ondas sísmicas, neste compartimento, de 3,2 g/cm3, próximo à descontinuidade de Mohorovicic, a 3,7 g/cm3, já na base, no limite com a zona de transição. Mas aumenta ainda mais nas rochas do manto inferior. A compreensão das características desta parte será de grande utilidade no estudo sobre a Tectônica de Placas. Justamente a parte do manto acima da zona de baixa velocidade é que, junto com a crosta, forma a litosfera, já mencionada, enquanto a zona de baixa velocidade, por representar material diferenciado em termos de comportamento mecânico, foi reconhecida como parte de um compartimento distinto: a astenosfera, na qual as rochas estão mais próximas do seu ponto de fusão do que em qualquer outra região do interior terrestre Na zona de transição, correspondente aproximadamente à faixa de 400 a 650 km de profundidade, observam-se novamente oscilações nas velocidades das ondas sísmicas; geradas devido a mudança de composição (com aumento da proporção de Fe, elemento de peso atômico maior que o Mg). No manto inferior, de 650 a até cerca de 2.900 km de profundidade, o aumento da velocidade das ondas sísmicas P e S e o aumento da densidade do material (representado pela estrutura cristalina mais compactada dos minerais componentes das rochas). Esse comportamento das ondas e da densidade é linear com o aumento da profundidade. Mas, nos últimos 300 km, a partir de aproximadamente 2.600 km de profundidade até a descontinuidade de Gutenberg, a 2.900 km, há registros de comportamento anômalo, com diminuição da velocidade das ondas sísmicas. Esta faixa na base do manto inferior foi denominada camada D e tem superfície superior muito irregular. O estudo do núcleo é de grande importância, pois existem fortes indicações de que ele ainda esteja influenciando a distribuição de temperatura no manto, governando indiretamente os processos de grande escala que ocorrem na superfície. Um núcleo composto essencialmente por uma liga contendo ferro satisfaz os dados geofísicos e os cálculos de momentos de inércia, que indicam que o núcleo tem cerca de 3.500 km de raio e é constituído de um material bastante denso, sendo a parte externa líquida e a parte interna sólida. Um modelo para o núcleo precisa apresentar as seguintes características: • deve estar coerente em termos de densidades (núcleo externo e interno) e leis da geoquímica; • a distribuição de temperatura no interior da Terra deve ser tal que o núcleo interno seja sólido e que o externo seja líquido; • deve possuir uma fonte de energia suficiente para gerar o campo geomagnético. O núcleo externo possui cerca de 30% da massa da Terra, e deve ser homogêneo devido aos movimentosde convecção. Os valores de densidade são conhecidos com melhor exatidão. Dados de ondas de choque para pressões de aproximadamente 1,4 Mbar mostram que o ferro puro possui uma densidade de aproximadamente 10,6 g/cm3. Desta forma, o ferro puro é muito denso para ser o único constituinte do núcleo externo, necessitando de um elemento menos denso para fazer parte da liga. Existem potencialmente quatro elementos químicos menos densos que o ferro, suficientemente abundantes na Terra, que poderiam constituir esta liga: Si, O, Mg e S. Segundo estudos recentes, os mais prováveis são o silício e o enxofre. O núcleo interno compreende somente 1,7% da massa da Terra e a sua densidade é conhecida apenas de modo aproximado, sendo os resultados obtidos através de experiências com ondas de choque em pressões da ordem de 3,6 Mbar. Estes experimentos demonstraram que a densidade do núcleo interno é muito elevada para o ferro puro. Assim, foi preciso realizar um estudo a fim de determinar qual elemento deveria fazer liga com o ferro de modo a explicar os dados experimentais. Por analogia com meteoritos sideríticos chegou-se à conclusão de que este elemento deveria ser o níquel. Acredita-se que a quantidade de níquel presente no núcleo interno seja da ordem de 10 a 20%. O planeta evolue e com isso é natural pensar que o núcleo externo, líquido, está pouco a pouco passando por solidificação no contato com o núcleo interno. No futuro, daqui a milhões de anos, todo o núcleo será sólido, resultado do crescimento do núcleo interno, à custa do resfriamento do núcleo externo. Enquanto isso não ocorre, o material metálico líquido do núcleo externo permanece em movimento convectivo, transformado em movimentos helicoidais pela rotação da Terra, que criam correntes elétricas e geram o campo magnético terrestre. Portanto, o núcleo externo atuaria como um dínamo gigante 0 2 4 6 8 10 12 14 Densidade média da Crosta Continental = 2.67 g/cm³ Densidade média da Crosta Oceânica = 2.8 g/cm³ Densidade do Manto = 5.6 g/cm³ Densidade do Núcleo = 10.6 g/cm³ Composição da Crosta Terrestre em termos de número de átomos do elemento por cada 1.000.000 de átomos de Silício Abundância Crosta Terrestre e Corpo Humano Elementos Majoritários.
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