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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA _ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ROSANA - SP
Ministério Público do Estado de São Paulo, com sede em (endereço), vem, respeitosamente, nos termos dos artigos 5, I, da Lei 7.347/85 nos para propor ACÃO CIVIL PÚBLICA com pedido LIMINAR em face do Poder Executivo do município de Rosana/SP, com sede em (endereço completo), pelos motivos de fato e de Direito a seguir expostos.
I - DOS FATOS
Na data (xx/xx/xxxx), algumas mulheres se dirigiram ao Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), reclamando sobre a falta de vagas para a realização de matriculas nas escolas de educação infantil fundamental do município. Foi informado que, devido à necessidade de corte de gastos da Administração Pública, o município fechou escolas e não providenciou a abertura de vagas suficientes para o atendimento da população, sob alegação de que devido à crise econômica as crianças deveriam aguardar em casa até o próximo ano letivo.
O MPSP na figura deste Promotor de Justiça então, procurou o prefeito municipal a fim de propor um plano de cumprimento da obrigação de criar vagas para todos os alunos, ajustando a conduta ilegal da Administração Pública aquela prevista na constituição.
Ademais, o prefeito recusou o acordo sob o pretexto de que não haveria dinheiro suficiente para isso, em razão de estar finalizando as obras de um grandioso estádio de futebol.
II – DA LEGITIMIDADE ATIVA
O Ministério Público é uma função essencial à justiça prevista na Constituição da República. É instituição responsável pela defesa judicial da ordem jurídica, dos interesses da sociedade e pela fiel observância das leis e da Constituição. O artigo 127 da Constituição Federal aponta que o Ministério Público é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
A CF/88, arrolou as funções institucionais do MP no artigo 129, dentre elas, promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei.
O mesmo artigo, prevê como uma das funções institucionais do MP, a promoção do inquérito civil e a ação civil pública (ACP), para a proteção do patrimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos.
Essa ação é regulamentada pela Lei nº 7.347/85 e tem como objeto ato lesivo que cause danos morais e patrimoniais ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico, à ordem urbanística, à honra e à dignidade de grupos raciais étnicos ou religiosos, ao patrimônio público e social, ou a qualquer outro interesse difuso e coletivo.
III - DO DIREITO 
Os princípios fundamentais são as colunas que sustentam o Direito e o Estado brasileiro. A República Federativa do Brasil se constitui em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; e o pluralismo político.
Como já sabido, todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos da Constituição.
Com respeito à dignidade da pessoa humana que devemos aplicar todas as normas do ordenamento jurídico. Esse princípio tão difundido na verdade é a síntese de todos os direitos fundamentais, pois é para a proteção do ser humano que o direito foi criado e para proteção da sua dignidade é que ele deve ser aplicado, sendo inválida qualquer aplicação que se distancie dessa finalidade. Em outras palavras, o ser humano é o destinatário final da proteção do direito, é um fim em si mesmo.
A constituição aponta a educação como direito social fundamental vejamos o artigo 6º “São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.
A educação não é somente um direito, mas também um dever do Estado e da família, vejamos:
“Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
A educação fundamental é obrigatória e gratuita, podendo, contudo, ser prestada por particulares, não sendo um serviço privativo dos entes públicos.
Quanto ao ensino fundamental, vejamos o que determina o constituinte:
“Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) ao 17 (dezessete) anos de idade, assegurada inclusive sua oferta gratuita para todos os que ela não tiveram acesso na idade própria;
(...)
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 05 (cinco) anos de idade;
§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.
§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo Poder Público, ou sua oferta irregular, importa responsabilidade da autoridade competente”.
Para assegurar o investimento do Poder Público da educação, a constituição exige que seja destinada uma parcela das receitas resultantes de impostos a ser gasta obrigatoriamente com a educação.
A competência dos entes públicos é apontada pela CF/88, mas os entes federativos têm o dever de colaboração recíproca.
A CF/88 e tratados internacionais de direitos humanos, como a Declaração dos Direitos da Criança, adotam princípios de proteção é a absoluta prioridade do atendimento dos interesses dessas pessoas em relação aos demais cidadãos.
Essa aparente desigualdade de tratamento decorre da condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. Na verdade, o princípio visa proteger essas pessoas em desenvolvimento. Na presumida fragilidade. Assim, o princípio propicia a igualdade material, tratando desiguais de forma distinta, visando ao atendimento do melhor interesse da criança.
Vejamos o que diz o artigo 227 da CF/88.
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Todo esse conjunto de proteção previsto na constituição é desenvolvido no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), vejamos:
 Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:
a) Primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias;
b) Precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública;
c) Preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas;
d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.
O artigo 54, I do mesmo diploma, corrobora ainda mais com o dispositivo supracitado, nos ensinando assim “É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente, ensino fundamental, obrigatório e gratuito, inclusive para os que a ele não tiveram acesso na idade própria”.
IV – DA LIMINAR
 
O artigo 12 da Lei de Ação Civil Pública, justifica perigo de dano.
No caso em tela, o risco recaí sobre o tempo de espera dos estudantes, correndo o risco de ficarem sem estudar por um ano, impactando diretamente no futuro desses jovens.
DOS PEDIDOS
 
a) Diante do exposto, requer procedência no pedido de liminar, condenando a entidade estatal para abrir novas vagas aos alunos, sob pena deresponder por crime de responsabilidade.
b) Requer seja citada a entidade estatal para, se quiser, apresentar sua contestação.
c) Requer por fim, provar o alegado por todas as provas em direito admitidas;
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (MIL REAIS PARA FINS FISCAIS)
Termos em que,
Pede deferimento.
Local e data.
_________________________________
LUIZ
PROMOTOR DE JUSTIÇA

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