DIREITOS HUMANOS E OS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL - SOCIOLOGIA JURÍDICA

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FACULDADE ESTÁCIO DO AMAZONAS 
DIREITO
DIREITOS HUMANOS E OS DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
	
MANAUS – AM
2020
1. INTRODUÇÃO
Os direitos humanos são direitos garantidos, independentemente da classe social, raça, nacionalidade, religião, cultura, profissão, sexo, orientação sexual ou qualquer outra variação possível que possa diferenciar os seres humanos. Os direitos humanos não são meros inventos, ou simples direitos, mas o reconhecimento de que, apesar de todas as diferenças, existem aspectos básicos da vida humana que devem ser respeitados e garantidos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos estende-se a todos os homens e a humanidade, foi elaborada com o objetivo de salvaguardar os direitos existentes, uma vez que havia qualquer sinal de racionalidade nos seres humanos. Assim, nenhum direito foi criado ou inventado nos seus artigos, mas limitou-se a escrever oficialmente aquilo que de alguma forma já existia antes da sua redação. Portanto, quando o senso comum diz que "os direitos humanos foram criados para beneficiar fulano, beltrano", já é possível identificar algo de errado neste comentário. A extensão dos direitos humanos, é universal, aplicando-se a todo e qualquer tipo de pessoa. Por conseguinte, não servem para proteger ou beneficiar ninguém e condenar os outros, mas têm uma aplicação geral. Assim, frases repetidas pelo senso comum, como "Direitos Humanos servem para proteger bandidos", não são corretas, uma vez que os Direitos Humanos são uma proteção para todos os seres humanos. 
As alegações baseadas nesta Declaração Universal dos Direitos Humanos podem ser feitas para evitar ações que violem os direitos dos acusados ou dos criminosos, como a prisão injustificada, a tortura e o assassínio. Os direitos humanos não são entidades, ONG ou pessoas que se apresentam fisicamente e têm vontade própria. Assim, a frase repetida pelo senso comum "Mas quando um cidadão de bem morre, os direitos humanos não fazem nada" é duplamente incorreta, porque os direitos humanos não são uma entidade ou uma pessoa é um direito que se estende a todos, incluindo a polícia. A primeira medida tomada foi a formação de uma Comissão dos Direitos do Homem da ONU, que seria responsável pela elaboração de um documento prescritivo que enumerasse todos os direitos fundamentais dos seres humanos. A declaração foi concluída em 18 de Junho de 1948 e aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de Dezembro de 1948, sendo atualmente 193 países signatários da ONU.
2. DESENVOLVIMENTO
Isto significa que, entre outras coisas, deve haver uma garantia e respeito pelos direitos básicos dos cidadãos nos seus territórios para além das recomendações, as ações estratégicas que envolvem os países signatários são comuns para pressionar os governos a respeitar os direitos humanos nos seus territórios, tais como embargos econômicos, cortes nas relações comerciais, restrições nas zonas de comércio livre e restrições ou cortes nas relações externas. Há muito a discutir sobre os direitos humanos no Brasil. Tendo em conta os inúmeros desrespeitos a esta categoria de direitos no nosso território por parte de governos, agentes do Estado e empresas, há uma relutância do senso comum em aceitar esta categoria de direitos, mesmo percebendo que aqueles que criticam estes direitos também são por eles assegurados. Neste sentido, podemos constatar que as personalidades que dedicaram as suas vidas à luta por estes direitos foram ameaçadas, mortas ou silenciadas. Ao longo do tempo, descobrimos que as constituições foram sendo gradualmente adaptadas e melhoradas em relação às garantias dos Direitos Humanos dos cidadãos brasileiros. Tomemos como exemplo os saltos qualitativos representados pela Constituição Federal de 1934, que garantiu avanços para a classe trabalhadora e estabeleceu o sufrágio das mulheres, e pela Constituição Federal de 1988, que está plenamente alinhada com a Declaração Universal dos Direitos Humanos. 
Apesar desses avanços, tivemos períodos sombrios, como a Ditadura Militar, que ocorreu entre 1964 e 1985, quando em seus anos mais pesados centenas de pessoas foram arbitrariamente presas, exiladas, torturadas e até mortas por causa de suas orientações políticas ou por causa da afronta ao governo ditatorial. Encontramos também alguns problemas relacionados com a garantia dos Direitos Humanos no território brasileiro de hoje. Os principais fatores que evidenciam esses fracassos são as altas taxas de homicídio, especialmente de jovens, moradores das periferias e negros, os abusos e execuções policiais cometidos pela polícia ou por milícias, o sistema prisional falido, que está em crise, as ameaças aos defensores dos Direitos Humanos, a pobreza e a alta desigualdade social, a violência contra as mulheres e, o trabalho em situações análogas à escravidão.
3. CONCLUSÃO
Podemos ver que os direitos humanos como direitos básicos e inalienáveis garantem direitos básicos a todos os membros da sociedade. Os seus primeiros reconhecimentos ocorreram na Revolução Americana e na Revolução Francesa, foram oficializados no século XX através da Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU e, visa garantir direitos fundamentais como a vida, a liberdade, a saúde, a segurança das pessoas e o direito à defesa e a um julgamento justo para os acusados de um crime. Os Direitos Humanos incluem também o direito ao trabalho e à educação, entre muitos outros. Todos merecem estes direitos, sem discriminação.
No Brasil, os Direitos Humanos estão garantidos na Constituição Federal de 1988, o que pode ser considerado um grande avanço legal, já que o país tem uma história marcada por episódios de grave desrespeito a esses direitos, especialmente durante o período do Regime Militar, uma das formas de entender a evolução dos Direitos Humanos no Brasil é através das diversas constituições brasileiras. Os princípios de garantia dos direitos políticos e civis já figuravam na Constituição de 1824, embora o poder estivesse concentrado nas mãos do Imperador. O objetivo era garantir principalmente a liberdade, a segurança individual e a propriedade.
Em 2012, foi criada a Comissão Nacional da Verdade para investigar as violações dos Direitos Humanos cometidas entre 1946 e 1988, com maior destaque para o período da ditadura militar. Os direitos fundamentais protegidos pela atual Constituição colocam o Brasil como um dos países com o sistema jurídico mais completo em termos de Direitos Humanos. Com isso, os Direitos Humanos são um compromisso do Governo Federal para que hoje eles sejam conduzidos como uma política pública. No entanto, décadas após o estabelecimento da nova Constituição, ainda existem muitas dificuldades para se tirar esses princípios do papel. O relatório Estado dos Direitos Humanos no Mundo, organizado pela Anistia Internacional, mostra que entre as principais deficiências do Brasil na área dos direitos humanos estão problemas como a alta taxa de homicídios no país, especialmente de jovens negros, abusos policiais e execuções extrajudiciais, cometidos pela polícia em operações formais ou paralelas, em grupos ou milícias de extermínio, a situação crítica do sistema prisional, a vulnerabilidade dos defensores dos Direitos Humanos, especialmente nas zonas rurais, a violência sofrida pela população indígena, especialmente devido a falhas nas políticas de demarcação de terras, e as várias formas de violência contra as mulheres. Apesar das falhas do governo em melhorar a situação dos Direitos Humanos, a sociedade tem investido na transformação deste cenário. A mudança tem ocorrido na mobilização das periferias e favelas, principais vítimas das violações dos direitos humanos, e nas diversas manifestações de pessoas que saem à rua ou lançam campanhas para reivindicar seus direitos.
4. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
AMARAL JR, Alberto. Curso de Direito Internacional Público, 2 ed. Rio de Janeiro, Atlas, 2011.
BRASIL, Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. (2003), Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: SecretariaEspecial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
BRASIL. Ministério da Justiça. (1996), Programa Nacional de Direitos Humanos. Brasília: Ministério da Justiça.
BRASIL. Ministério da Justiça. (2002), Programa Nacional de Direitos Humanos II. Brasília: Ministério da Justiça.
FLORES, Joaquim Herrera. Teoria critica dos direitos humanos: os direitos humanos como produtos culturais. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Júris, 2009.