Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Fotografia de Retrato, Book e Newborn Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Me. Mário Gustavo Coelho Revisão Textual: Prof.ª Esp. Kelciane da Rocha Campos Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição • Iluminação de Estúdio em Retratos; • Iluminação de Cena; • Tipos de Retratos e Composição; • Short Light e Broad Light. • Desenvolver os conceitos de iluminação em estúdio para retratos em questões de quali- dade, volume e dureza; • Exercitar a prática de tipos de cortes, ângulos e simetria em retratos; • Aprimorar a prática de retratos com uso de fl ashes; • Avaliar os resultados de iluminação dos diferentes lados de um retratado. OBJETIVOS DE APRENDIZADO Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Iluminação de Estúdio em Retratos Hoje, dominar o uso de iluminação artificial em um estúdio fotográfico é uma necessidade para o fotógrafo contemporâneo. O desenvolvimento das tecnologias tornou os equipamentos básicos acessíveis para fotógrafos iniciantes investirem, ao mesmo tempo que oferece mais uma diversidade de recursos tecnológicos de ponta por custos elevados. Mas o mercado de retratos também mudou muito com o desenvolvimento dos softwares de edição, cada vez mais aprimorados como o Photoshop, e extrema- mente versáteis e intuitivos como o Lightroom. Assim, a diferença tecnológica de equipamentos pode ser minimizada pela criatividade daqueles que explorarem o elemento mais importante do retrato, a luz, com adaptações simples que geram efeitos similares aos flashes e modificadores de luz extremamente custosos. Acesse o vídeo a seguir e veja como fazer um hazy light caseiro: https://youtu.be/Fwd60CAMczo E neste vídeo, veja o resultado das imagens iluminadas com o hazy light e um snoot caseiro: https://youtu.be/wWJdxwmA4yo Ex pl or Faz-se necessária uma exploração sobre os conceitos das características e qua- lidade da luz, sob um olhar diferenciado para o retrato, já que a atmosfera de luz que o fotógrafo pode criar em uma imagem pode direcionar completamente os objetivos da linguagem escolhida para ela. Simplesmente mudando a fundo em uma imagem, podemos ter um retrato com tons mais fechados, sombras escuras e luz dura, obtendo uma imagem com maior dramaticidade, enquanto com tons mais abertos transmitimos uma sensação maior de leveza. Figura 1 Fonte: Acervo do conteudista 8 9 De qualquer forma, o mais importante no mercado de hoje não é quanto o fo- tógrafo investiu no equipamento, mas sim como ele usa os recursos que tem para obter um bom portfólio no competitivo mercado da fotografia de retratos. Luz A luz é a principal responsável por nos revelar a tridimensionalidade na nature- za, onde temos, por meio da visão, a percepção de profundidade, extensão, textu- ra. Mas na fotografia temos uma área bidimensional, na qual o fotógrafo, com bom uso da luz, pode gerar sensações equivalentes no espectador nesse plano único. A seguir, temos uma escala de cinzas e podemos perceber que quanto maior a variedade de tons, como no degradê entre branco e preto, maior a sensação de tridimensionalidade de uma imagem. Figura 2 Fonte: Acervo do conteudista Dureza da luz A dureza da luz é uma característica que depende do tamanho, distância e difu- são da própria fonte de luz. Nosso principal fornecedor de luz é o sol, uma fonte muito grande (com um raio cerca de 100 vezes maior que o da terra), mas que colocada a uma grande distância acaba por ser uma fonte pequena e direcional, quase pontual, que gera sombras marcadas, e nesse caso, a luz resultante é definida como dura. Por outro lado, em um dia nublado é correto dizer que a luz é suave, pois as sombras resultantes são menos marcadas. Obviamente, o tamanho e a distância do sol não mudaram, mas 9 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição as camadas de nuvens atuam como um difusor, tornando-se elas mesmas a fonte de luz grande, pois cobrem todo o céu e estão próximas, ao menos em respeito ao sol. Na fotografia de estúdio, poderemos usar fontes de luz suaves e duras. Figura 3 – Relação entre distância, tamanho da fonte de luz e dureza Fonte: Acervo do conteudista Queda da luz A propagação da luz segue a chamada regra do quadrado inverso, que afirma que a intensidade é reduzida a um quarto dobrando-se a distância. A implicação desta lei é que se a intensidade de uma fonte é medida em um metro, essa intensi- dade valerá um determinado diafragma, com uma certa velocidade de obturador, em uma dada sensibilidade ISSO. Medindo-se com o mesmo tempo e sensibilidade a 2 metros, o novo valor de abertura será dois pontos a menos. Consequentemente, se a fonte de luz é colocada em uma diagonal a 60 cm da frente do sujeito, a luz que chegará aos ombros, 30 cm mais baixos, terá aproxima- damente uma intensidade de um diafragma a menos. Figura 4 – A figura acima representa os diafragmas obtidos com um objeto a 1 metro e dois metros. A diferença da luz entre 1 e 2 metros é de dois pontos de exposição Fonte: Acervo do conteudista 10 11 Figura 5 Fonte: Acervo do conteudista Diferença da exposição de luz no lado oposto à fonte, com o aumento da distân- cia da luz. Na Figura 5a, uma fonte de luz dura foi colocada a 30 cm de distância do assun- to e resultou numa fotometria de ISO 100, 1/125s, ƒ/16. Percebe-se que a luz que chega até o ombro esquerdo do retratado chega com maior contraste. Uma vez que a iluminação é colocada a 60 cm de distância do retra- tado (Figura 2), percebe-se uma maior iluminação das áreas de sombra (Figura 5b), gerando menor diferença de exposição entre o rosto e as áreas de sombra, compro- vando-se, assim, a lei dos quadrados apresentada acima. Esse efeito, muitas vezes chamado por diminuição da luz, é um conhecimento de suma importância para o fotógrafo de retratos. O fotógrafo precisa realizar sempre uma análise sobre qual área deve ser iluminada para pensar a distância e tamanho de fonte de luz a serutilizada, para evitar ou não evidenciar efeitos de vinheta de luz indesejados no retrato. Difusão da luz A difusão de luz é a característica de alguns materiais de transmitir de maneira de- sordenada a luz que recebem. A difusão da luz pode aumentar a grandeza relativa da fonte de luz. Não à toa, utilizamos cortinas (às vezes de material bastante translúcido, como o voal) nas janelas para suavizar a luz externa em um dia de sol. Fotógrafos costumam se aproveitar dessa luz de janela difusa pela cortina para realizar retratos com iluminação bastante suave, revelando o rosto do assunto por completo. 11 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Figura 6 Fonte: Getty Images Figura 7 Fonte: Getty Images Figura 8 Fonte: Acervo do conteudista 12 13 O Hazy light é um modificador de luz que recebe esse nome pois gera uma luz nebulosa semelhante à de um dia nublado, ou seja, suave, pois possui uma tela difusora e geralmente é de grande dimensão (40x60cm ou maior). Mas se o fotó- grafo o afastar demasiadamente do assunto, poderá ter resultados de luz dura, pois em relação ao retratado, o tamanho da fonte de luz se tornará pequeno, como na situação que temos do sol em relação à Terra. Existem acessórios modificadores de dimensões gigantes, que promovem enor- me fonte de luz, para haver equilíbrio de exposição de luz no corpo inteiro de uma pessoa ou de uma cena inteira. Acesse os seguintes links e descubra a infinidade de acessórios para a fotografia em estúdio. Figura 9 Fonte: Getty Images ATEK. Disponível em: http://bit.ly/31V5t09 BRONCOLOR. Disponível em: http://bit.ly/31YEaC5 GODOX. Disponível em: http://bit.ly/322RqWH Ex pl or Reflexão da luz A reflexão da luz é a capacidade de determinados materiais de refletirem de ma- neira ordenada a luz que os golpeia. A reflexão é utilizada para multiplicar a fonte de luz ou a concentrar. 13 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Figura 10 Fonte: Acervo do conteudista No exemplo a seguir, podemos ver que um espelho côncavo tem a capacidade de receber todos os raios de luz ordenados e agrupá-los ao centro, aumentando a exposição de luz onde estão dirigidos. Esse efeito é chamado de concentração e também é baseado na reflexão, mas é usado para diminuir o tamanho relativo da fonte ou para iluminar áreas delimitadas. Figura 11 Fonte: Acervo do conteudista Absorção da luz A luz que atinge o material opaco é absorvida. Esse recurso é usado para mas- carar completamente ou parcialmente as fontes de luz, com uso de superfícies es- curas sem brilho, chamadas comumente de bloqueadores. Isso porque, em muitos estúdios, os recuos das paredes e do teto não são tão grandes e, por haver muitas paredes próximas, parte da luz que está iluminando o retratado pode retornar e preencher áreas em que o fotógrafo deseje um sombreamento denso e escuro. 14 15 Importante! Mesmo utilizando um fundo branco, é possível realizar uma fotografia e obter preto. Para isso, é importante que nenhuma das luzes que iluminam o retratado chegue até o fundo, que sem luz se torna preto.. Você Sabia? Baseado nesse conceito, os bloqueadores de luz são extremamente eficientes para realizar essa função, assim como afastar o assunto do fundo faz com que a incidência de luz no fundo seja menor, tornando-o preto. Iluminação de Cena Tudo em termos de luz para obter um retrato bem iluminado é uma janela, um painel para rebater luz e um belo dia de sol, mas, infelizmente, a última dessas necessidades não é disponível entre as 18h e 6h ou em um dia nublado. Daí a exi- gência de serem utilizadas luzes artificiais para se poder fotografar quando quiser, independentemente das condições climáticas. As luzes utilizadas normalmente no retrato são as apresentadas a seguir. Luz principal (main light ou key light) A luz principal é equivalente à janela da observação acima. É ela que determina o contraste principal do retrato, dependendo do ângulo, direção e fonte de luz, podendo ser dura ou suave, de acordo com o modificador utilizado, em função dos resultados pretendidos. Na foto a seguir está sendo utilizado um hazy light a 45º, conforme mapa de estúdio, com o assunto a 2 metros do fundo branco. Figura 12 Fonte: Acervo do conteudista 15 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Figura 13 Fonte: Acervo do conteudista Luz de preenchimento ou compensação (fill-in light) A luz de preenchimento determina o nível de escuro no contraste entre áreas claras e escuras ou o brilho das sombras. Geralmente, para a luz de preenchimento, é usada uma fonte de luz suave para evitar a formação de sombras duplas (som- bras geradas pela luz principal e pela luz de preenchimento), que podem parecer antinaturais para nós, acostumados a uma única fonte, o sol, mas diversos fatores podem gerar esse preenchimento, mesmo não sendo fontes de iluminação, como simplesmente rebatedores ou espelhos. No exemplo a seguir, a luz de preenchimento não provém de outra fonte de luz, mas simplesmente do uso de rebatedor branco do lado escuro da cena, refletindo parte da luz principal nas sombras. Diferente de uma segunda fonte de luz, onde é possível controlar a potência da luz nas sombras, o rebatedor pode variar suas compensações das sombras pela proximidade ou afastamento do retratado, como no exemplo a seguir. Figura 14 Fonte: Acervo do conteudista 16 17 Figura 15 Fonte: Acervo do Conteudista Foto à esquerda (Figura 15a): rebatedor colocado na posição 1, a 20 cm de distância. Foto à direita (Figura 15b): rebatedor colocado na posição 2, a 40 cm de distância. Luz de fundo (background light) Como sugere o nome, a luz de fundo serve para iluminar o plano de fundo. Quando este fundo não é preto, as outras luzes (principal e de preenchimento) po- dem iluminar parcialmente o fundo, mas de maneira descontrolada e com o risco de criar sombras. Figura 16 Fonte: Acervo do conteudista 17 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Nas fotos realizadas acima para os exemplos de luz principal e de preenchimen- to, temos um fundo branco que se acinzentou, pois parte da luz principal vazou de maneira descontrolada para o fundo, iluminando-o ligeiramente, transformando-o em cinza. Ao incluir uma outra luz para o fundo, pode-se optar por um fundo com- pletamente branco, iluminando-o de forma ampla, ou ainda gerar efeitos junto à luz de fundo para criar degradê de luz, como nos exemplos a seguir. Figura 17 Fonte: Acervo do conteudista Na foto à esquerda (Figura 17a), a fonte de luz de fundo foi colocada na posição 1, conforme mapa de estúdio, gerando uma luz mais plena e linear com a imagem, iluminando por completo o fundo. Na foto à direita (Figura 17b), a fonte de luz foi colocada na posição 2, angulada no fundo, gerando um degradê radial, por ter sido utilizado um refletor parabólico. Usar diferentes modificadores de luz, de formas e características diferentes (sua- ve, dura), pode gerar efeitos muito interessantes em retratos de estúdio. Luzes de acentuação (hair light ou kick light) Este tipo de luz é usado para acentuar certas áreas do sujeito, em particular o cabelo (e por isso é comumente chamada de “luz de cabelo”), a fim de aumentar o desprendimento com o fundo, especialmente se preto. Para este tipo de luz, ferra- mentas como snoots e colmeias são usadas, tomando-se cuidado para que quais- quer reflexos não atinjam áreas indesejadas (por exemplo, a testa) ou retornem para a câmera gerando aberrações cromáticas. 18 19 Figra 18 Fonte: Acervo do conteudista Figura 19 Fonte: Acervo do conteudista Contra um fundo escuro, a luz de cabelo se destaca mais por provocar uma sen- sação de “descolar” o assunto do fundo. Mas na foto abaixo também é possível ver que no caso de fundos claros, a luz de cabelo gera bastante diferençae é de extrema importância para gerar contrastes maiores na imagem. 19 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Figura 20 Fonte: Acervo do conteudista Medição de luz A medição de luz é realizada com medidores de luz externos, conhecidos como fotômetros de mão. Os fotômetros geralmente são equipados com duas cúpulas de proteção do sensor, uma semiesférica e uma plana. A cúpula plana é usada para medir individualmente cada fonte de luz, de modo individual. Para isso, é necessário que o fotógrafo dispare apenas a fonte de luz que deseja medir. A medição deve ser feita na área do retratado, girando o sensor em direção à fonte de luz. A tampa semiesférica serve para medir a luz incidente geral, em direção à câme- ra. A medição deve ser realizada a partir da área do retratado, girando o sensor em direção à câmera e com todas as luzes acesas. As medições para a luz principal e luz de preenchimento são realizadas no nível dos olhos ou na testa do sujeito (cúpula plana). O mesmo para a medição da luz para a câmera (cúpula esférica). A medição das luzes de cabelo deve ser realizada a partir da área em causa com a cúpula virada para a fonte de luz. As medições das luzes de fundo devem ser realizadas diretamente sobre o fundo, em direção à fonte, e possivelmente em mais pontos do fundo para verificar sua homogeneidade. No caso de um fundo não plano, essa medição pode ser feita com uma cúpula hemisférica e sensor virado para a câmera. 20 21 Na figura que segue, temos o resumo das medições: Figura 21 Fonte: Acervo do conteudista Tipos de Retratos e Composição Corte O corte no retrato se entende pela porção do sujeito que será incluída na ima- gem a ser registrada: • Plano geral ou figura Inteira: o sujeito é enquadrado por inteiro; • Plano americano: é um enquadramento tipicamente cinematográfico, onde o sujeito vem enquadrado acima dos joelhos até a cabeça; • Plano médio: o enquadramento é feito da cintura à cabeça; • Meio busto: enquadramento muito usado na televisão em telejornais, onde o sujeito vem enquadrado da altura do peito à cabeça; • Primeiro plano: o enquadramento é realizado da altura dos ombros à cabeça. • Close-up: o enquadramento é realizado do pescoço para cima. É possível também realizar esse enquadramento com um corte na testa, acima das so- brancelhas, e às vezes se inicia do queixo. 21 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Figura 22 Fonte: Acervo do conteudista Ângulo Por ângulo, entende-se a posição da cabeça do sujeito em respeito ao plano do sensor da câmera. • Frontal: o rosto do sujeito está voltado para a câmera. Figura 23 Fonte: Acervo do conteudista 22 23 • Perfil: o rosto do sujeito é virado a 90º em respeito à câmera e vem enquadrada somente metade do rosto. Figura 24 Fonte: Acervo do conteudista • Três quartos (3/4): o rosto do sujeito é virado em um ângulo inferior aos 90º do perfil. Existem várias denominações deste enquadramento baseadas em um ângulo intermediário como o ⅔ (dois terços). Figura 25 Fonte: Acervo do conteudista O ângulo frontal tende a alargar a face e, portanto, não é recomendado para indivíduos que não têm uma face particularmente mais enxuta. É amplamente uti- lizado em retratos de moda e glamour, mas conta com rostos finos e maquiagem elaborada realizada nos modelos. 23 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição O perfil por muitos anos não está na moda. No enquadramento do perfil é necessário certificar-se de que nenhum elemento do lado oculto do rosto apareça, como cílios, sobrancelhas ou o globo ocular. Também preste atenção à posição da pupila do olho visível, como se o retratado olhasse à frente dele. Caso o retratado olhe em outra direção, é possível que o olho fique inteiramente branco, causando uma sensação de extremo estranhamento. Três quartos é o ângulo mais usado, pois torna o rosto mais fino. O ângulo má- ximo utilizável é aquele que ainda permite que você veja parte da têmpora no lado da face mais distante da câmera e com o qual a ponta do nariz não sai do perfil da face mais distante. Este é, inclusive, o erro mais comum de retratistas ao dirigir modelos em três quartos. Figura 26 Fonte: Acervo do conteudista Foto à esquerda: equivocada, pois o nariz sai do perfil oposto. Foto à direita: correta, com o nariz dentro do perfil oposto da imagem. Simetria Nenhum rosto é absolutamente simétrico, mesmo quando lidamos com retratos das mais famosas modelos. Ou seja, existe diferença entre os dois lados do rosto, como é possível ver no exemplo a seguir. Fotos da esquerda: rosto original. Fotos do meio: lado direito do rosto espelhado. Fotos da direita: lado esquerdo do rosto espelhado. 24 25 Figura 27 – Exemplos de rostos assimétricos Fonte: Adaptado de Getty Images Figura 28 – Exemplos de rostos assimétricos Fonte: Getty Images Figura 29 – Exemplos de rostos assimétricos Fonte: Getty Images Devido a assimetria nos retratos angulados, é aconselhável, antes de começar a sessão de fotos, procurar pelo melhor lado do retratado. Essa operação se dá examinando os lados do rosto de diversos pontos de vista, observando diretamente pelo ocular da câmera, pois já estará aplicada a devida distância focal desejada, que pode alterar essa percepção visual. 25 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Short Light e Broad Light Outra característica da composição do rosto em três quartos são os dois estilos de iluminação que podem ser realizados, iluminando-se com a luz principal o lado da face voltado para a câmera ou o outro lado. Esses dois estilos são chamados de broad light e short light. A broad light (do inglês, iluminação ampla) significa que a luz principal estará posicionada de modo que o lado mais amplo do rosto, visível na fotografia, seja iluminado, conforme exemplo a seguir. Figura 30 Fonte: Acervo do conteudista À esquerda: exemplo de broad light. À direita: exemplo de short light. A short light (do inglês, iluminação curta) significa que a luz principal estará po- sicionada de modo a iluminar o lado menos aparente do rosto. Este estilo é bastante utilizado quando o fotógrafo tem por objetivo tornar o rosto do retratado mais fino, conforme exemplo acima. 26 27 Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Livros Fotografia de book e retrato: ensaios com modelo, dicas de luz e produção, guia de referências BRANCO, S. Fotografia de book e retrato: ensaios com modelo, dicas de luz e produção, guia de referências. São Paulo: Ed. Europa. 2017. Iluminação: teoria e prática RUSSO, D. Iluminação: teoria e prática. São Paulo: Iphoto, 2016. Vídeos Iluminação básica para retratos #2 ÁLVARO ELOY GONÇALVES. Iluminação básica para retratos #2. https://youtu.be/suitih19Jk0 Leitura Fotografia de retratos e books MOURA, C. E. G. Focus Escola de Fotografia. Curso de fotografia. Fotografia de retratos e books. http://bit.ly/2MjONfe 27 UNIDADE Características da Luz, Iluminação de Cenas em Retratos, Tipos de Retratos e Composição Referências BRANCO, S. Fotografia de book e retrato: ensaios com modelo, dicas de luz e produção, guia de referências. São Paulo: Ed. Europa, 2017. HACKING, J. Tudo sobre fotografia. Rio de Janeiro: Sextante, 2012. KUBOTA, K. Diários de iluminação. Camboriú: Photos, 2013. PEGRAM, B. Book: direção de modelos para fotógrafos. 4ª ed. Camboriú: Photos, 2014. 28
Compartilhar