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REFORMA DO MARACANÃ 2014

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UNIVERSIDADE PAULISTA 
PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO E 
FUNDAÇÕES 
 
 
 
 
 
 
LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA 
 
 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE 
CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ: 
REFORMA PARA A COPA DE 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2018
LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA 
 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE 
CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ: 
REFORMA PARA A COPA DE 2014 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Pós-Graduação em Estruturas de Concreto e 
Fundações, Universidade Paulista, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RIO DE JANEIRO 
2018
LEONARDO DE OLIVEIRA PEREIRA 
 
 
 
 
MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS DAS ESTRUTURAS DE 
CONCRETO DOS PILARES DO MARACANÃ: 
REFORMA PARA A COPA DE 2014 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Pós-Graduação em Estruturas de Concreto e 
Fundações, Universidade Paulista, como 
requisito parcial para obtenção do título de 
Especialista. 
 
 
 
Aprovado em: ____/____/____ 
Resultado: _______________ 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
______________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP 
 
______________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP 
 
______________________________________/___/___ 
Prof. 
Universidade Paulista - UNIP 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
Dedico aos meus pais que sempre me deram apoio para seguir em frente nos 
momentos de dificuldades, à minha esposa Janaina que a cada dia renova minhas forças com 
seu carinho, amor e dedicação e a meu filho por me tornar uma pessoa melhor a cada dia.
AGRADECIMENTOS 
 
 
Agradeço a Deus por ter me dado a vida e sobretudo saúde para cumprir esta jornada. 
A minha esposa Janaina e meu filho Pierre que durante todo este tempo me deram 
apoio e carinho para que eu pudesse desenvolver e concluir este trabalho. 
A todos os meus companheiros de estudos, a coordenadora Solange Mathias e todos os 
professores do INBEC que fizeram parte deste período. 
Aos meus companheiros de obras que até então passei, pelos ensinamentos de um 
novo conceito profissional. 
Enfim a todos aqueles que de algum modo compartilharam comigo das dores, aflições, 
descobertas, prazeres e alegrias que fizeram parte deste caminho. 
Obrigado pela ajuda e compreensão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“Porque somos mortais, certamente mortais, 
inevitavelmente mortais, tendemos a acreditar 
que tudo que dura mais do que nós é eterno. 
Nossa crença, em realidade é simplesmente 
desejo ou talvez mentira que nos pregamos 
porque queremos acreditar que tudo aquilo que 
fazemos , que construímos ou de que 
participamos da criação, brilhará para sempre 
no infinito.” 
 Vicente Souza 
 
 
RESUMO 
 
 
Este trabalho foi desenvolvido para subsidiar profissionais atuantes em estruturas de concreto 
voltados para recuperação estrutural, apresentando em seu corpo textual um material teórico 
capaz de orientar e apresentar, de forma técnica, um caminho de investigação de patologias 
em pilares antigos, sendo ainda exposto ao longo de seu desenvolvimento um estudo de caso, 
informando a condição estrutural ao qual se apresentavam as estruturas de concreto dos 
pilares do Estádio do Maracanã antes da reforma para a Copa do Mundo de Futebol de 2014. 
Para maior entendimento, foram utilizados conceitos teóricos e relatórios técnico do Prof. Dr. 
Enio Pazini Figueiredo (UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS) suficientes para 
apresentar o assunto de forma objetiva, sendo estes delimitados da seguinte forma: i) 
diferença entre patologia e manifestação patológica, ii) histórico do maracanã e seu corpo 
estrutural, iii) manifestações patológicas investigadas, iv) metodologias de investigação v) 
resultados obtidos nas investigações e vi) recuperação dos elementos estruturais 
comprometidos. Diante do que se foi exposto no trabalho, é concluso a notória importância de 
investigações cada vez mais técnicas nas estruturas de concreto antigas visto o alto grau 
comprometimento estrutural a que se expõem as antigas construções. 
 
 
Palavras-chave: Recuperação Estrutural. Patologia. Pilar. 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
This work was developed to support professionals working in concrete structures aimed at 
structural recovery, presenting in their textual body a theoretical material capable of orienting 
and presenting, in a technical way, a path of investigation of pathologies in ancient pillars, 
being still exposed along of its development a case study, informing the structural condition 
to which the concrete structures of the pillars of the Maracanã Stadium were presented before 
the reform for the 2014 Football World Cup. For further understanding, theoretical concepts 
and technical reports were used of Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo (UNIVERSIDADE 
FEDERAL DE GOIÁS) sufficient to present the subject objectively, being delimited as 
follows: i) difference between pathology and pathological manifestation, ii) history of 
maracana and its structural body, iii) pathological manifestations investigated, iv) research 
methodologies v) results obtained in the investigations and vi) recovery of the structural 
elements involved. In the light of what has been exposed in the work, the notorious 
importance of more and more technical investigations in the old concrete structures is 
concluded, considering the high degree of structural compromise to which the old 
constructions are exposed. 
 
 
Palavras-chave: Structural Recovery. Pathology. Pilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
 
Figura 1 – Projeto inicial do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX..................................... 15 
Figura 2 – Operário da construção do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX...................... 14 
Figura 3 - Projeto com os 60 eixos do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI........................ 17 
Figura 4 – Armaduras corroídas nos pilares do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI.......... 19 
Figura 5 – Nichos de concretagem dos pilares no 3ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI...... 21 
Figura 6 – Nichos de concretagem dos pilares no 1ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI...... 21 
Figura 7 – Nichos de concretagem dos pilares a recuperar – Rio de Janeiro – Século XXI.... 22 
Figura 8 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................... 22 
Figura 9 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................... 25 
Figura 10 – Perda de seção das armaduras dos pilares – Rio de Janeiro – Século XXI........... 25 
Figura 11 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI............................. 26 
Figura 12 - Modelo de Esclerômetro – Rio de Janeiro - Século XXI....................................... 28 
Figura 13 - Modelo de Detector Eletromagnético – Rio de Janeiro – Século XXI.................. 29 
Figura 14 - Amostra de Sulfato de Cobre – Rio de Janeiro - Século XXI................................ 30 
Figura 15 - Critérios para avaliação da velocidade de corrosão............................................... 31 
Figura 16 - Critérios de avaliação do potencial de corrosão..................................................... 31 
Figura 17 - Amostra de Fenolftalteina – Rio de Janeiro - Século XXI.................................... 32 
Figura 18 - Amostra de Nitrato de Prata – Rio de Janeiro - Século XXI................................. 34 
Figura 19 - Extração de testemunho de um dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI........... 36 
Figura 20 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI...................................... 39 
Figura 21 - Escariamento dos pilares –Rio de Janeiro - Século XXI...................................... 40 
Figura 22 - Hidrojateamento e granalha sobre os pilares – Rio de Janeiro - Século XXI........ 41 
Figura 23 - Reestruturação por grauteamento........................................................................... 42 
Figura 24 - Lançamento de microconcreto por gravidade........................................................ 42 
Figura 25 - Lançamento de concreto por projeção por via seca............................................... 43 
 
 
 
 
 
 
9 
 
SUMÁRIO 
 
1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 11 
1.1. Objetivo Geral...................................................................................................................... 11 
1.2. Objetivos Específicos ............................................................................................................ 11 
1.3. Estrutura do trabalho ........................................................................................................... 11 
2. PATOLOGIA X MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ........................................................................ 12 
3. O MARACANÃ ......................................................................................................................... 14 
4. A ESTRUTURA DO MARACANÃ ................................................................................................ 16 
5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS A SEREM INVETIGADAS NAS ESTRUTURAS DE CONCRETO DOS 
PILARES A, B e C .......................................................................................................................... 18 
5.1. Heterogeneidade do concreto .............................................................................................. 18 
5.2. Corrosão das armaduras ....................................................................................................... 18 
5.2.1. Devido a “Nichos de concretagem” ............................................................................................ 19 
5.2.2. Devido a “Velocidade e potencial de corrosão das armaduras” ............................................. 22 
5.2.3. Devido a “Corrosão das armaduras devido a “Carbonatação do concreto” ............................ 23 
5.2.4. Devido a “Presença de cloretos livres” ....................................................................................... 24 
6. MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETECÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS NAS ESTRUTURAS 
DOS PILARES RECUPERADOS ....................................................................................................... 25 
6.1. Ensaio de Esclerometria ....................................................................................................... 27 
6.2. Detector Eletromagnético das armaduras ............................................................................. 29 
6.3. Velocidade de corrosão ........................................................................................................ 30 
6.4. Aspersão de Fenolftalteína ................................................................................................... 32 
6.5. Aspersão de Nitrato de Prata ................................................................................................ 33 
6.6. Ensaio Ultrasônico ............................................................................................................... 35 
6.7. Extração de testemunhos ..................................................................................................... 35 
7. RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS ................................................................ 37 
8. PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA RECOMPOSIÇÃO DA PARTE INFERIOR DOS PILARES 
AFETADOS POR CORROSÃO DE ARMADURAS .............................................................................. 38 
8.1. Remoção dos revestimentos existentes sobre os pilares ....................................................... 38 
8.2. Limpeza prévia das superfícies de concreto ........................................................................... 39 
8.3. Demarcação e corte das regiões de reparo ............................................................................ 39 
8.4. Recomposição das armaduras corroídas ............................................................................... 40 
8.5. Limpeza ............................................................................................................................... 40 
10 
 
8.6. Recomposição do concreto ................................................................................................... 41 
8.6.1. Reestruturação por grauteamento ............................................................................................. 41 
8.6.2. Reestruturação por projeção por via seca .................................................................................. 43 
9. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 44 
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................................. 45 
 
 
 
 
 
 
11 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 
1.1. Objetivo Geral 
 
 
O presente trabalho tem por objetivo geral apresentar ao leitor um conteúdo didático 
capaz de auxiliar profissionais que atuam na área de Patologia das Estruturas de Concreto a 
alcançar uma definição clara do tipo de intervenção mais indicada e urgente para a extinção 
das causas que originam as manifestações patológicas em pilares nas obras usando como 
estudo de caso o processo de reforma pelo qual o estádio do Maracanã passou para realização 
dos jogos da Copa do Mundo de 2014 no Brasil. Para tanto, é necessário um bom diagnóstico 
destas manifestações, feita por um profissional especializado, através de uma investigação 
detalhada. Atualmente contam-se com várias metodologias investigativas e procura obter o 
maior número de informações possíveis. 
 
 
1.2. Objetivos Específicos 
 
 
Apresentar não somente as manifestações patológicas mais incidentes nas estruturas de 
concreto armado nos pilares do Estádio do Maracanã, mas também os métodos utilizados para 
as investigações dessas patologias, algumas informações referentes aos levantamentos feitos à 
época, os resultados das condições de conservação das estruturas de concreto armado dos 
pilares e as soluções sugeridas pelos profissionais que participaram desta investigação, 
tornando assim este trabalho útil àqueles que necessitem de esclarecimentos sobre o tema 
abordado do Estádio Maracanã. 
 
 
1.3. Estrutura do trabalho 
 
 
Para o desenvolvimento deste trabalho foram realizadas pesquisas bibliográficas de 
abordagens conceituais e investigativas “in loco”, juntamente com todo conhecimento prático 
12 
 
que adquiri durante o período em que estive trabalhando no estádio do Maracanã para 
execução da reforma. Através de pesquisas bibliográficas e com base nos relatórios 
elaborados pela equipe liderada pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, desenvolveu-se a 
estrutura deste trabalho de forma objetiva, apresentando a história do Estádio do Maracanã e 
sua estrutura física, métodos de investigação de manifestações patológicas nos Pilares de 
concreto armado, anomalias estruturais dessas estruturas, alguns resultados dos ensaios 
realizados através das investigações, métodos de recomposição dos elementos estruturais 
comprometidos e a conclusão do trabalho. 
 
 
2. PATOLOGIA X MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS 
 
 
Segundo Piancastelli (1997, p.160): “Muitas vezes, dessas interações resultam 
anomalias que podem comprometer o desempenho da estrutura, provocar efeitos estéticos 
indesejáveis ou causar desconforto psicológico nos usuários”. 
Baseado nas obras de Piancastelli(1997) observam-se que o concreto armado pode vir 
a sofre deformações num após certo período de tempo, devido a relação entre os materiais que 
o constituem (cimento, agregado graúdo, agregado miúdo, água e aço), com os aditivos e com 
agentes externos, como ácidos, bases, sais, gases, vapores e micro-organismos. 
Benigno (2011, ed.174) diz que “há um grande equívoco no emprego da palavra 
patologia, tanto entre leigos como no meio técnico. Ouve-se repetidamente a palavra 
patologia sendo empregada para definir o que na verdade pode ser chamado de manifestação 
patológica”. 
A definição de Patologia e consequentemente definição de Patologia das Construções, 
de maneira clara, podem ser assim descritas: 
 
...Patologia é a ciência que estuda a origem, os sintomas e a natureza das doenças, é 
a que define os termos, fixa-lhes as significações, determina as leis dos fenômenos 
mórbidos, investiga e classificam as causas, os processos, os sintomas etc. Patologia 
das construções, portanto, é estudo das doenças das construções, é o campo da 
Engenharia que estuda as origens, as manifestações, as consequências das falhas e 
dos sistemas de degradação das edificações. (MICHAELIS, 2009) 
 
Em outros termos, para uma melhor comparação, segundo Benigno (2011, ed.174), 
“uma manifestação patológica é a expressão resultante de um mecanismo de degradação e a 
13 
 
patologia é uma ciência formada por um conjunto de teorias que serve para explicar o 
mecanismo e a causa da ocorrência de determinada manifestação patológica.” 
Pode-se, através da análise dessas definições, concluir que Patologia é um termo mais 
abrangente do que Manifestação Patológica, sendo esta uma ciência que estuda o estado de 
conservação, mediante apresentação do estado de degradação na qual uma estrutura pode estar 
sujeita. 
As causas das manifestações patológicas são fatores que motivam o desempenho 
insatisfatório das estruturas de concreto. Tais manifestações são classificadas de acordo com a 
origem das manifestações patológicas que podem ser, segundo Pujadas (2014), Endógenas, 
que são provenientes de vícios de projeto, materiais e execuções, Exógenas, que são 
decorrentes de danos causados por terceiros, Naturais, que são oriundas de danos causados 
pela natureza e Funcionais, que são provenientes da degradação. 
Estas características são melhor detalhadas a seguir, segundo o artigo Fundamentos 
das Manifestações Patológicas nas Construções, da Revista Científica Multidisciplinar Núcleo 
do Conhecimento: 
 
...Endógenas ou Internas: são causadas por irregularidades de 
projeto, de execução, dos materiais empregados, ou da combinação desses 
fatores... 
...As Exógenas ou externas são provenientes da intervenção de 
terceiros no edifício, tais como os danos causados por obra vizinha, choques 
de veículos em partes da edificação, vandalismo etc. ... 
...As Naturais são provenientes da imprevisível ação da natureza, tais 
como descargas atmosféricas excessivas, enchentes, tremores de terra etc... 
...As Funcionais são provenientes do uso inadequado, da falta de 
manutenção e do desgaste natural da edificação, tais como sujidades, 
desgastes dos revestimentos em fachadas, incrustações, corrosões, pragas 
urbanas etc... (LANG, 2017, Ed.9, V. 05. pp 5-16 ) 
 
14 
 
3. O MARACANÃ 
 
 
Através do Portal da Suderj (2011, online), extrai-se informações de que a construção 
do atualmente denominado Estádio Mario Filho, popularmente conhecido como Maracanã, 
iniciou em dois de agosto de 1948, quando mil e quinhentos homens (Figura 1) iniciaram o 
grande desafio de aprontar um estádio de futebol apto a receber uma final de Copa do Mundo. 
Nos últimos meses de trabalho, foram convocados mais dois mil homens, sendo insuficiente 
para completar a obra, mas o bastante para deixá-lo pronto para sediar a final da Copa do 
Mundo de 1950. 
 
Figura 1 – Operário da construção do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Site Extra do Globo 
 
De acordo com informações do site maracanario2014 (2011, online), o Estádio Mario 
Filho (Figura 2) foi projetado inicialmente pelos arquitetos Rafael Galvão, Pedro Paulo 
Bernardes Bastos, Orlando Azevedo e Antônio Dias Carneiro com o antigo nome de Stadium 
Municipal do Rio de Janeiro, sofrendo modificações posteriormente. 
 
 
15 
 
Figura 2- Ante-Projeto do Maracanã – Rio de Janeiro - Século XX 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Site www.papodehomem.com.br 
 
Segundo o site WIKIPEDIA (2012) no ano de 1999 o estádio sofreu uma reforma, 
reduzindo a capacidade de público para 103.022 pessoas devido à instalação de assentos 
individuais exigidos pela (FIFA) para a realização da final do campeonato de mundial de 
futebol de clubes, deixando de ser o estádio de maior capacidade de público do mundo. No 
ano seguinte, em 2000, conforme relatado no site do maracanario2014 (2011) foi inaugurado 
a Calçada da Fama e Museu. 
Em 26 de dezembro 2002, o estádio foi inscrito no livro Arqueológico, Etnográfico e 
Paisagístico conforme decreto de N° 21.677, que determinou o tombamento do Maracanã e as 
demais edificações que integram o complexo desportivo do local, tornando-o patrimônio 
cultural da cidade do Rio de Janeiro. 
Outra reforma significativa em que passou o Maracanã, como Prais (2011, online) 
relata em seu artigo, foi entre 2005 e 2006 no propósito de prepará-lo para sediar eventos dos 
Jogos Pan-americanos de 2007. Nesta reforma o estádio perdeu um de seus setores mais 
famosos, a antiga “geral”, área destinada ao público que assistia aos eventos de pé, sendo 
então implantadas cadeiras neste setor. 
 
16 
 
4. A ESTRUTURA DO MARACANÃ 
 
 
Segundo dados extraídos do Consórcio Maracanã Rio 2014, o estádio do Maracanã 
possui desde sua formação original o formato oval, medindo 317 metros no eixo maior e 217 
no eixo menor. Sua altura é de 32 metros. 
Conforme relatórios emitidos ao Consórcio Maracanã Rio 2014, pela equipe do Prof. 
Dr. Enio Pazini Figueiredo: 
 
De forma geral, o estádio do Maracanã é constituído por estrutura 
em concreto armado, em forma de coroa circular, formada por 60 eixos 
(Figura 3), os quais são divididos em 12 segmentos devido a existência de 
juntas de movimentação localizadas a cada 5 eixos. As arquibancadas 
superiores e inferiores também foram executadas em concreto armado. A 
partir destas arquibancadas pode-se visualizar o gramado central, localizado 
sobre o aterro confinado por muro de contenção circundante. (ENG-RELAT-
2014/01-2010) 
 
Entre a principais estruturas do estádio podemos citar, como um dos principais, os 
“gigantes”. Estes elementos estruturais servem como apoio a outros elementos da estrutura de 
concreto armado, como as estruturas dos reservatórios d’água superiores, os anéis de acesso 
(das cotas 4,5m; 9,0m e 23,0m), a marquise de cobertura e as lajes inclinadas das 
arquibancadas. 
As rampas monumentais de acesso ao estádio fazem parte de um conjunto de 
elementos estruturais de grande importância para a edificação. Cada rampa é formada por um 
conjunto de quatro planos inclinados intermediados por dois planos horizontais. Pilares 
esbeltos formam pórticos que constituem o esquema estrutural das rampas. Estes pilares 
apoiam um conjunto de vigas transversais, bem como lajes superiores das rampas, patamares 
e lajes interiores que funcionam como forro. Dentre outros elementos estruturais que 
compõem este grupo de estruturas, ainda se tem as paredes de contenção em concreto das 
valas que separam a arquibancada do campo de futebol. 
 
17 
 
Figura 1 - Projeto com os 60 eixos do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Consórcio Maracanã 
 
Mesmo após a sua inauguração prematura, em 1950, diversos elementos estruturais 
que compunham o estádio não foram concluídos conforme previsto, notado pelas diversas 
improvisações encontradas ao longo da reforma do estádio para2014. 
Segundo relatórios que serviram de base para este estudo técnico, orientados e 
elaborados pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo: 
 
Como agravante, os serviços de manutenção ao longo de sua 
existência não têm sido realizados de maneira sistemática. Têm-se registros 
de que o estádio Maracanã sofreu, nas últimas décadas, importantes 
intervenções, como, por exemplo, a da década de 90, iniciada em 1999 e 
terminada em 2000, antes do Campeonato Mundial de Clubes, e, a última, 
iniciada em 2006 e terminada em 2007, antes dos Jogos Pan-americanos. 
(ENG-RELAT-2014/01-2010) 
18 
 
5. MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS A SEREM INVETIGADAS NAS 
ESTRUTURAS DE CONCRETO DOS PILARES A, B e C 
 
 
5.1. Heterogeneidade do concreto 
 
 
A prática mostra que, quase invariavelmente, é na região de maior heterogeneidade do 
concreto que a armadura está mais suscetível à corrosão prematura. (Page, 1975). Há estudos 
que confirmam a heterogeneidade do concreto, segundo Alhozaimy (2012), indicando-se que, 
em concreto comum, a corrosão inicia-se preferencialmente na parte inferior das armaduras, 
que é o local de maior concentração de bolhas de ar e de outros tipos de vazios. O mesmo 
ocorre em regiões de intersecção de barras e de arames de amarração. 
 
 
5.2. Corrosão das armaduras 
 
 
A corrosão é uma das principais manifestações patológicas responsáveis pelo aumento 
da velocidade de degradação das estruturas de concreto armado. Segundo Cascudo (2005) a 
“corrosão consiste na transformação de um metal em íon metálico pela sua interação química 
ou eletroquímica com o meio em que se encontra.” 
Sabe-se que: 
A corrosão da armadura é de natureza eletroquímica havendo, no 
interior da massa de concreto a formação de pilhas, caracterizadas pela 
existência de uma área de aço anódica, onde há a oxidação; e de uma área de 
aço catódica, onde ocorrem as reações de redução de oxigênio. 
(CASCUDO, 2005) 
A manifestação patológica mais incidente e preocupante das estruturas dos pilares é a 
corrosão das armaduras (Figura 4). De acordo com os relatórios elaborados pela equipe do 
Prof. Ênio, a deterioração da estrutura foi dividida em três estágios: (i) fissuração superficial 
do concreto, (ii) estufamento do concreto devido ao aumento de volume ocasionado pela 
corrosão das armaduras e (iii) descolamento do cobrimento e exposição da armadura corroída. 
 
19 
 
Figura 2 – Armaduras corroídas nos pilares do estádio – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
 
5.2.1.Devido a “Nichos de concretagem” 
 
 
Os nichos de concretagem, em melhor conceituação técnica, segundo Song (2003), 
“constituem falhas executivas a execução inadequada da espessura do cobrimento, as falhas 
na execução das juntas de concretagem, falhas na concretagem (nichos) e locação inadequada 
das barras de aço, possibilitando a aceleração do processo de degradação das estruturas.” 
Segundo Takata relata em seu trabalho pela Universidade Federal de São Carlos, sobre 
aspectos executivo e a qualidade de estruturas em concreto armado, as causas dos nichos de 
concretagem podem: 
20 
 
...estar na concepção do projeto, que, pelo excesso na concentração 
de armadura, dificulta a passagem de equipamentos que possam adensar a 
superfície gerando bolhas de ar ou até mesmo impossibilitando o 
adensamento. O que acontece nesse caso, é que o agregado não consegue 
passar e apenas a argamassa preenche o espaço destinado aos dois. Outro 
problema pode ser o tamanho do agregado usado no concreto. Por exemplo, 
a variação de tamanho seja quase nula, impedindo assim a ‘acomodação’ e 
originando a formação de bolhas. 
Outro problema é a vibração excessiva, que acaba ocasionando a 
segregação dos componentes. Ou então, até a frequência e o tempo de 
vibração, além da maneira inadequada de se utilizar o vibrador de imersão 
podem gerar vazios de concretagem. (TAKATA, 2009, p.94 ) 
 
A Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 14931orienta que o a concretagem 
seja realizada em alturas inferiores a 2 metros (orienta-se que caso isso ocorra, devam ser 
tomados alguns cuidados). O lançamento acima de dois metros de altura pode fazer com que o 
agregado chegue à base do elemento a ser concretado antes da argamassa, gerando nichos de 
concretagem centro da peça. Em concretagens em peças esbeltas, recomenda-se o uso de 
acessórios adaptados para que a peça possa ser concretada em etapas. 
Detectou-se, durante análises de campo do Consórcio Maracanã Rio 2014, diversas 
estruturas com ausência de concreto para o cobrimento de armaduras, os chamados de “nichos 
de concretagem” (Figuras 5, 6, 7 e 8). Esta manifestação patológica colaborou na corrosão de 
armaduras, comprometendo a estabilidade da construção. 
 
 
21 
 
Figura 3 – Nichos de concretagem dos pilares no 3ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
Figura 4 – Nichos de concretagem dos pilares no 1ª Pav. – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
 
22 
 
Figura 5 – Nichos de concretagem dos pilares a recuperar – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
Figura 6 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
 
5.2.2.Devido a “Velocidade e potencial de corrosão das armaduras” 
 
 
Foram realizados ensaios eletroquímicos de potencial de corrosão e resistência de 
polarização, com eletrodo de cobre-sulfato de cobre, no intuito de medir com maior precisão a 
23 
 
velocidade e o potencial de corrosão, para avaliar as condições das armaduras, no que se 
refere ao seu estado corrosivo; 
 
 
5.2.3.Devido a “Corrosão das armaduras devido a “Carbonatação do concreto” 
 
 
Define-se como carbonatação “um complexo processo físico-químico onde os 
compostos de cimento, hidratados ou não, são geralmente substituídos por carbonatos, através 
de reações com o dióxido de carbono (CO2) e outros gases como o dióxido de enxofre (H2S)” 
(PAULETTI, 2004). 
Segundo estudos de BUNGEY & MILLARD (1996), conceitua-se que a carbonatação 
do concreto seja originário da ação do CO2 atmosférico, fazendo com que sua alcalinidade 
seja reduzida e, consequentemente, à despassivação e corrosão das armaduras sejam mais 
facilmente encontradas. Em concretos qualificados como de boa qualidade, a carbonatação se 
restringe à camada superficial ou, no máximo, a alguns poucos milímetros de profundidade, 
no entanto, em concretos porosos, são facilmente encontradas carbonatação com 
profundidades que ultrapassam os 30 mm. 
Os mecanismos que envolvem o processo de carbonatação do concreto, segundo 
Papadakis et al. (1989, 1991a, 1991b, 1992) dividem-se em: 
 
a) Difusão do CO2 da atmosfera na fase gasosa dos poros do 
material e posterior dissolução na água dos poros; 
b) Dissolução do Ca(OH)2 sólido na água dos poros e difusão do 
Ca(OH)2 dissolvido das regiões de maior para as de menor alcalinidade; 
c) Reação do CO2 dissolvido com o Ca(OH)2 dissolvido na água 
dos poros; 
d) Reação do CO2 dissolvido com o C-S-H e os compostos não 
hidratados (C2S e C3S) da pasta de cimento endurecida; 
e) Redução do volume dos poros devido à precipitação dos produtos 
de carbonatação. 
f) condensação do vapor de água (gerado na reação de carbonatação) 
nas paredes dos poros do material, em equilíbrio com a temperatura e as 
condições de umidade relativa do ambiente de exposição. 
24 
 
Segundo Figueiredo (2005) “a velocidade e a profundidade de carbonatação dependem 
de fatores relacionados com o meio ambiente e com as características finais do concreto 
endurecido.” 
 
 
5.2.4.Devido a “Presença de cloretos livres” 
 
 
De acordo com Huang (2004) a presença de cloretos livres nas estruturas de concreto 
são: 
 
Uma das principais causas da deterioração das estruturas de concreto 
tem como origem sua exposição a ambientes prejudiciais que podem ser 
encontrados no ambiente, comopor exemplo: determinados tipos de águas 
subterrâneas, efluentes industriais e efluentes domésticos. Esses ambientes 
apresentam íons cloreto e sulfatos que danificam as estruturas de concreto. 
Na presença dos íons Cl-, há a combinação entre os íons de cálcio, 
presentes no hidróxido de cálcio, causando assim a precipitação de sais e a 
alteração da fase sólida do concreto. O cloreto dissolvido na água aumenta a 
taxa de lixiviação da portlandita (Ca(OH2)(s)), ocasionando o aumento da 
porosidade do concreto, que por sua vez ocasiona perda de rigidez e da 
resistência do elemento estrutural. (HUANG, 2004, p. 584 - 589) 
 
Já Figueiredo diz que: 
 
... o mecanismo de penetração dos íons cloreto através do concreto, 
na forma de cloretos livres, que seja capaz de desencadear o processo 
corrosivo, depende de uma série de fatores relacionados, como por exemplo: 
tipo de acesso ao concreto, presença de outro ânion como o sulfato, tipo de 
cimento empregado na produção do concreto, o fator água/cimento, estado 
de carbonatação do concreto, umidade ambiental e teor de cimento. 
(FIGUEIREDO, 2005, p. 829 - 855) 
 
 
 
25 
 
6. MÉTODOS UTILIZADOS PARA DETECÇÃO DAS MANIFESTAÇÕES 
PATOLÓGICAS NAS ESTRUTURAS DOS PILARES RECUPERADOS 
 
 
Conforme relatórios emitidos ao Consórcio Maracanã Rio 2014, algumas armaduras 
apresentavam-se corroídas devido a diversos fatores, chegando a perdas de seção de até 80% e 
comprometendo as estruturas dos pilares (Figuras 10 e 11). 
A tabela a seguir (Figura 9) apresenta parte do levantamento que fiz em campo para 
verificação de perda de seção de alguns pilares a serem recuperados. 
 
Figura 7 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
Figura 8 – Perda de seção das armaduras dos pilares – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
26 
 
Figura 9 – Perda de seção das armaduras – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
Durante as investigações realizadas pela equipe do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo na 
edificação do estádio foram adotadas oito técnicas diferentes de ensaios e/ou avaliações: 
a) esclerometria, 
b) detecção eletromagnética da armadura, 
c) velocidade de corrosão (icorr), 
d) potencial de corrosão (Ecorr), 
e) aspersão de Fenolftalteína, 
f) aspersão de nitrato de prata, 
g) ensaio ultra-sônico; 
h) extração de testemunhos. 
Conforme relatórios emitidos pela equipe de investigação patológica, os pilares A, B e 
C foram preparados da seguinte forma, antes de serem investigados: 
PILARES A (externos) 
1. Remover o revestimento existente em uma região que vai de 10cm do pé do pilar 
até a altura de 130cm; 
2. A largura a ser removida deve ser de, pelo menos, 80cm; 
3. Lixar a superfície do concreto, deixando-a lisa. Caso haja necessidade, remover 
argamassa e pintura existe sobre o concreto; 
4. Detectar a posição das armaduras para a realização de medidas de potencial de 
corrosão nas alturas de 15cm, 30cm, 60cm e 120cm em relação ao solo; 
27 
 
5. Marcar pontos em lados e posições opostas do pilar para realização de medidas 
ultra-sônicas em regiões não coincidentes com a armadura detectada; 
6. Deixar a armadura visível, quebrando uma das arestas, para posterior conexão 
elétrica, possibilitando a realização de medidas eletroquímicas. Imediatamente após a ruptura 
da aresta, aspergir fenolftaleína para medir a frente de avanço da carbonatação. 
PILARES B e C (internos) 
1. Detectar a posição das armaduras; 
2. Lixar a superfície do concreto, deixando-a lisa. Caso haja necessidade, 
remover argamassa e pintura existente sobre o concreto; 
3. Marcar pontos em lados e posições opostas do pilar para realização de medidas 
ultra-sônicas em regiões não coincidentes com a armadura detectada; 
4. Deixar a armadura visível, quebrando uma das arestas, para posterior conexão 
elétrica, possibilitando a realização de medidas eletroquímicas. Imediatamente após a ruptura 
da aresta, aspergir fenolftaleína para medir a frente de avanço da carbonatação. 
A seguir são apresentados detalhes de cada ensaio, apresentando a metodologia de 
aplicação, os objetivos a serem alcançados e os parâmetros utilizados. 
 
 
6.1.Ensaio de Esclerometria 
 
 
O emprego da esclerometria foi utilizado como técnica auxiliar para identificar 
heterogeneidade / homogeneidade do concreto em áreas de maior interesse para a realização 
de ensaios destrutivos. 
Tal ensaio se justifica devido a obra do Maracanã ter sido realizada por quatro 
empreiteiras, dando margem para suspeitas de que o concreto lançado na época pudesse ser 
heterogêneo. Sendo assim, foi de extrema valia diagnosticar a homogeneidade do concreto, 
sendo realizado por amostragem nas estruturas dos Pilares de eixos A, B e C. 
A avaliação da dureza da superfície do concreto com esclerômetro, prescrita no 
período das avaliações pela NBR 7584 (ABNT, 1995), sendo posteriormente atualizada no 
ano de 2012, é utilizada no diagnóstico da uniformidade do concreto. O tipo de esclerômetro 
mais utilizado à época era o chamado Martelo Schmidt, que consiste em um martelo que 
desliza por uma haste metálica e é controlado por uma mola. 
 
28 
 
Figura 10 - Modelo de Esclerômetro – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Site directindustry 
 
Segundo relatórios emitidos pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, com o objetivo de 
analisar a homogeneidade dos concretos dos pilares: 
...calculou-se, segunda a NBR 7584, o Índice Esclerométrico médio 
total (IEmt = 54,24) em relação aos Índices Escleromédios finais (IEf ) dos 
11 pilares avaliados, apresentados em detalhe na sequência. Todos os IEf 
relativos aos pilares avaliados estão no intervalo IEmt ± 10%, o que mostra 
homogeneidade entre os concretos empregados para produzir os pilares 
(Tabela 2.3). Na sequência, quando os IE são apresentados, faz-se análise 
sobre a homogeneidade na região medida de cada pilar. (PAZINI, 2010) 
Diante das observações apresentadas devem ser observadas na análise dos resultados 
obtidos pela esclerometria, em primeiro lugar, que o ensaio possibilita obter informações até 
uma profundidade de concreto de no máximo 5 cm, ou seja, fenômenos como carbonatação, 
rugosidade ou umidade na superfície podem ter afetado os resultados. Outro fator relevante a 
ser considerado para uma possível influência dos resultados é o tipo de aparelho e a posição 
de realização do mesmo na realização do ensaio. 
 
29 
 
6.2.Detector Eletromagnético das armaduras 
 
 
A detecção eletomagnética das armaduras foi utilizada para identificar a posição e 
distanciamento das armaduras, dando suporte no emprego das técnicas ultra-sônica, 
eletroquímicas e de extração de testemunhos. 
 
Figura 11 - Modelo de Detector Eletromagnético – Rio de Janeiro – Século XXI 
 
Fonte: Site protoolreviews 
 
Diz o Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo em seu relatório: 
 
Antes da realização dos ensaios de ultra-som e extração de 
testemunhos de concreto foi necessário à equipe técnica responsável pelos 
levantamentos localizar a posição das armaduras, para evitar que os 
emissores e receptores do aparelho de ultra-som fossem colocados sobre as 
armaduras e para evitar o corte de armaduras durante a extração dos 
testemunhos. No caso do ensaio ultra-sônico, a presença da armadura entre 
os transdutores afeta de forma significativa o resultado, uma vez que a 
30 
 
velocidade do som no aço é maior que a velocidade do som no concreto. 
(PAZINI, 2010) 
 
 
6.3.Velocidade de corrosão 
 
 
Conforme orientação dos procedimento orientados pela equipe de investigação, antes 
da realização dos ensaios com eletrodo de cobre-sulfato de cobre a superfície do concreto foi 
molhada com o objetivo de diminuir a resistividade do concreto e proporcionar condições 
mais favoráveis para o desenvolvimento da corrosão, caso a armadura estivesse despassivada 
por carbonatação ou cloretos.Sua metodologia de aplicação consistiu numa barra de cobre eletrolítico imersa numa 
solução saturada de sulfato de cobre. O contato do eletrodo à superfície do concreto foi feita 
através de um vidro poroso disposto na extremidade do eletrodo de referência de cobre-sulfato 
de cobre. 
 
Figura 12 - Amostra de Sulfato de Cobre – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo apresentados ao Consórcio Maracanã Rio 2014 
 
Quanto a aferição da Velocidade de corrosão (icorr) medida nos pilares, segundo 
relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, é informado que o equipamento utilizado foi o 
“...GECOR6, o qual está baseado na técnica de resistência de polarização. Valores de icorr 
31 
 
superiores a 0,1- 0,2 μA/cm² são considerados significativos do ponto de vista de diminuição 
da vida útil, enquanto que valores inferiores indicam corrosão não significativa” (Figura 15). 
 
Figura 13 - Critérios para avaliação da velocidade de corrosão 
 
Fonte: DURAR, 1998 
 
Já em relação ao Potencial de corrosão (Ecorr), técnica eletroquímica não destrutiva 
capaz de avaliar a probabilidade de que uma armadura esteja em processo de corrosão, 
normalizada pela ASTM C-876 (1991), para sua aferição, emprega-se um eletrodo de sulfato 
de cobre conectado à armadura e a um voltímetro. 
Os parâmetros utilizados para as análises dos testes são descritas pelo Prof. Dr. Enio 
Pazini Figueiredo, em seus relatórios como “Valores inferiores a –350 mV indicam 
probabilidade superior a 95% de que a armadura esteja se corroendo. Potenciais superiores a –
200 mV estão associados a uma probabilidade menor que 5% de que a armadura esteja se 
corroendo” (Figura 16). 
 
Figura 14 - Critérios de avaliação do potencial de corrosão 
Fonte: ASTM C-876, 1991 
 
 
 
32 
 
6.4.Aspersão de Fenolftalteína 
 
 
A Timolftaleína e a Fenolftaleína (comumente mais empregado) são componentes 
químicos empregados para detecção da profundidade de carbonatação do concreto, sendo 
utilizado no diagnóstico das patologias para esta obra a Fenolftalteína. Para esta investigação 
utilizou-se o método CPC-18 da RILEM – “Reunion Internationale de Laboratories D’Essais 
et Materiaux. Measurement of Hardened Concrete Carbonation Depth: Recommendation 
CPC-18”. 
O procedimento adotado para o cálculo da profundidade de carbonatação pela equipe 
liderada pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, foi primeiramente, realizar o rompimento de 
um pequeno pedaço dos pilares de concreto a serem avaliados. Após a remoção do pedaço 
quebrado do pilar, realizou-se aspersão de fenolftaleína sobre a superfície recém-rompida, 
averiguando a perda de alcalinidade da solução dos poros do concreto. A parte do concreto 
com pH superior a 9 que apresentou coloração vermelho-púrpura, enquanto que o concreto 
carbonatado (pH inferior a 9), permaneceu com a coloração inalterada. 
 
Figura 15 - Amostra de Fenolftalteina – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Consórcio Maracanã 
 
33 
 
Segundo Mazza: 
 
É usual a representação da evolução da frente carbonatada pela 
equação x = k.tn, sendo x a profundidade carbonatada, n em condições 
internas abrigadas usualmente igual a 0,5 e k o coeficiente de carbonatação 
uma constante que depende da difusão e concentração do CO2, das 
condições de exposição e das características do concreto, sendo expressa 
usualmente em mm/ano0,5. (MAZZA, 2015, p. 75) 
 
Esta equação é aplicada quando se tem a necessidade de determinar quanto tempo a 
frente de carbonatação demorará para atingir a armadura do concreto. Logo, com a da 
espessura do cobrimento das armaduras e da medida da profundidade de carbonatação, pode-
se chegar ao tempo útil restante de vida estimada da estrutura, ou seja, quanto tempo a frente 
de carbonatação vai levar para alcançar a armadura, começando então a corrosão da estrutura. 
O tempo útil restante de vida foi determinado contrapondo as condições de menor 
favorecimento, baseando-se no cobrimento de menor valor e da profundidade de carbonatação 
com maior medida. 
 
 
6.5.Aspersão de Nitrato de Prata 
 
 
Segundo o Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo em seu relatório: 
 
Os íons cloreto podem ser encontrados no interior do concreto nas 
seguintes formas: (i) quimicamente combinados, (ii) fisicamente adsorvidos 
na superfície dos poros capilares do concreto e, (iii) livres na solução destes 
poros. Certa quantidade de íons cloreto encontrada no interior do concreto 
pode ser tolerada sem risco de corrosão, uma vez que, após reagirem com os 
aluminatos, provenientes da hidratação do cimento, esses íons não estarão 
livres para atacar o filme passivante que protege a armadura em ambiente 
alcalino. No entanto, existe um valor limite de concentração no qual os íons 
cloreto apresentam-se na forma livre, rompendo a camada de óxidos 
passivante, dando início à corrosão da armadura. (PAZINI, 2010). 
 
34 
 
Figura 16 - Amostra de Nitrato de Prata – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Consórcio Maracanã 
 
Algumas normas ou recomendações de alguns países apresentam valores orientativos 
para esse limite, visto que o mesmo não está associado a um valor fixo. 
O BRE DIGEST 264 (1982) considera que um baixo risco de corrosão está associado 
a uma quantidade de cloreto por massa de cimento inferior a 0,4%, um risco intermediário a 
quantidades de cloreto entre 0,4% e 1,0% e um alto risco a quantidades superiores a 1,0%. 
O ACI-COMMITTEE 222 (1985) permite um conteúdo máximo de cloretos, em 
relação à massa de cimento, de 0,15% e a BSI-BS 8110 (1985) estabelece 0,4% como o limite 
máximo para as estruturas correntes de concreto armado. 
Segundo recomendações da UNI 79 - 28 (1978), foi aplicado in loco, para verificação 
da presença de íons de cloreto no interior do concreto do maracanã, o método de aspersão de 
nitrato de prata (AgNO3). Nesse método, uma solução de nitrato de prata é vaporizada sobre a 
superfície recém fraturada do concreto. Após a aplicação, observa-se a formação de 
precipitados brancos de cloreto de prata quando existe a presença de íons cloreto livres. 
Segundo Otsuki (et al.,1992) “na ausência de íons cloreto no interior do concreto, ou 
quando estes íons estão combinados, o nitrato de prata reage com as hidroxilas, formando 
óxido de prata, que aparece na superfície do concreto na forma de um precipitado marrom. 
 
35 
 
6.6.Ensaio Ultrasônico 
 
 
De acordo com os relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, o emprego de ultra-
som foi utilizado com o objetivo de verificar : 
De forma não destrutiva a presença de vazios, descontinuidades e 
heterogeneidades, de forma a identificar os locais de maior interesse para 
aprofundar as análises com ensaios destrutivos e também para estimar o 
módulo de deformação e resistência à compressão do concreto. (PAZINI, 
2010). 
O ensaio ultra-sônico, de acordo com Andreucci (2003) “visa diminuir o grau de 
incerteza na utilização de materiais ou estruturas, visando a qualidade, detecção de defeitos, 
medida de espessuras ou caracterização de materiais que estão envolvidos no processo”. 
No caso do concreto, a inspeção de uma estrutura por meio da utilização do ultra-som 
permite avaliar a qualidade do concreto em função da velocidade ultra-sônica, detectar falhas 
de concretagem, profundidade de fissuras, estimar o módulo de deformação (E) e a resistência 
à compressão (R). Para a estimativa do módulo de deformação (E) e da resistência à 
compressão (R), foram utilizadas as Equações 1.1 e 1.2, retiradas da dissertação de mestrado 
de PRADO (2006), orientada pelo Dr. Enio Pazini Figueiredo. 
 
E = 0,18551684 . V
0,57656725
 [1.1] 
R = 0,000041527 . V
1,589259807
 [1.2] 
 
Onde: V = velocidade ultra-sônica(m/s); 
R = resistência à compressão do concreto (MPa); 
E = módulo de deformação estático tangente inicial (GPa). 
 
 
6.7.Extração de testemunhos 
 
 
Corpos de prova foram extraídos dos pilares A, B e C e enviados para a empresa 
Falcão Bauer, a fim de determinar a resistência à compressão, módulo de deformação e teor 
36 
 
de cloretos do concreto, teor de aglomerantes, absorção, índice de vazios e massa específica 
das amostras. 
 
Figura 17 - Extração de testemunho de um dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Consórcio Maracanã 
 
37 
 
7. RESUMO DOS RESULTADOS OBTIDOS NOS ENSAIOS 
 
 
Segundo os relatórios apresentados pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, no que se 
refere às resistências à compressão estimadas pelo ultra-som, os valores obtidos, de forma não 
destrutiva, ficaram entre 11,55 a 21,67 MPa, enquanto as resistências medidas nos corpos de 
prova extraídos ficaram entre 18,0 e 39,6 MPa. Quanto ao módulo de elasticidade, os valores 
estimados pelo método não destrutivo ultrassônico ficaram entre 17,68 a 22,01 GPa, enquanto 
os módulos medidos nos corpos de prova extraídos ficaram entre 22,4 e 24,2 GPa. Portanto, 
tanto os valores de resistência à compressão, quanto os de módulo de elasticidade, obtidos 
pelo método não destrutivo ultrassônico foram mais conservadores, indicando valores 
inferiores aos medidos nos corpos de prova extraídos. 
As armaduras dos pilares, a partir de uma altura de 60 cm, encontravam-se em 
concreto carbonatado e, portanto, despassivada. Após molhar a superfície do concreto, os 
potenciais de corrosão mostraram que à medida que os ensaios se aproximavam da base do 
pilar os potenciais iam indicando maior probabilidade de que a armadura estivesse em 
processo de corrosão. Os valores de velocidade de corrosão (icorr) medidos pela equipe do 
Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo corroboraram a análise, uma vez que as velocidades de 
corrosão das armaduras registradas a alturas entre 15 e 60 cm da base dos pilares foram 
superiores a 0,1 μA/cm2. As avaliações feitas com fenolftaleína mostraram que a 
carbonatação do concreto causou corrosão das armaduras. 
De acordo com os relatórios apresentados ao consórcio, as avaliações feitas com 
nitrato de prata não identificaram a presença de cloretos livres. Além dos teores de cloretos 
encontrados em relação à massa do concreto serem baixos, o concreto dos pilares do 
Maracanã também fora feito com altos teores de cimento (471,6 e 864,0 Kg/m3, segundo o 
relatório da Falcão Bauer). Esta combinação resulta em insignificantes teores de cloretos em 
relação à massa de cimento (0,086 e 0,025%), teores muito inferiores ao limite crítico de 0,4 
% de cloretos em relação à massa de cimento. Portanto, ambas as avaliações, com nitrato de 
prata e nos corpos de prova extraídos, indicaram que os cloretos não causaram corrosões das 
armaduras existentes. 
Com o objetivo de contribuir para a análise da homogeneidade dos concretos dos 
pilares, a equipe do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo calculou, segunda a NBR 7584, o Índice 
Esclerométrico médio total (IEmt = 54,24) em relação aos Índices Escleromédios finais (IEf ) 
dos pilares avaliados. Todos os IEf relativos aos pilares avaliados apresentaram-se no 
38 
 
intervalo IEmt ± 10%, o que mostra homogeneidade entre os concretos empregados para 
produzir os pilares. 
 
 
8. PROCEDIMENTOS APLICADOS PARA RECOMPOSIÇÃO DA PARTE 
INFERIOR DOS PILARES AFETADOS POR CORROSÃO DE ARMADURAS 
 
 
Foram realizados reparos e recuperações na base dos pilares das cotas 0,0m (1ª Pav.), 
4,5m (2ª Pav.), 9,0m (3ª Pav.), 18,0m (4ª Pav.) e 23,0m (5ª Pav.). 
Como solução para tratamento desta patologia foram adotados os procedimentos a 
seguir descritos. Basicamente, estes procedimentos podem ser resumidos em escariamento do 
concreto que reveste a armadura, recuperação das armaduras com hidrojateamento de água 
morna e granalha, possíveis recomposições das armaduras danificadas com novas barras de 
aço e recuperação do concreto removido com microconcreto ou concreto projetado, de acordo 
com orientação técnica específica. A seguir são descritos, de forma sucinta, os procedimentos 
de reparos e recuperação das bases dos pilares adotados durante a execução da reforma do 
estádio Maracanã: 
 
 
8.1.Remoção dos revestimentos existentes sobre os pilares 
 
 
A execução da remoção dos revestimentos foi realizada sobre os pilares visando expor 
toda superfície de concreto para melhor visualização e recuperação do concreto que 
compunha os pilares. 
 
 
39 
 
Figura 18 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Consórcio Maracanã 
 
 
8.2.Limpeza prévia das superfícies de concreto 
 
 
Foi executado remoção de impurezas através de hidrojateamento com água sob 
pressão para retirada de trechos sem aderência, resíduos estranhos a estrutura e sujeiras finas 
assim como para expor os poros do substrato afim de restituir a aderência dos sistemas de 
recuperação posteriores ao concreto original. 
 
 
8.3.Demarcação e corte das regiões de reparo 
 
 
Conforme descrito nos relatórios do Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo, a região foi 
demarcada e removida, conforme características de cada pilar, deixando livre ao menos 2cm 
do entorno das armaduras compreendidas na região permitindo total preenchimento da seção 
com o material de reparo. 
 
 
40 
 
Figura 19 - Escariamento dos pilares – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
 
8.4.Recomposição das armaduras corroídas 
 
 
Ao final da limpeza foi feita uma inspeção visual e instrumentada com paquímetro a 
fim de identificar armaduras com perda de seção transversal superior a 10% em relação ao seu 
diâmetro original devido a corrosão ou aos impactos durante a operação de escarificação, 
onde nestes casos foram providenciadas a reposição das barras conforme procedimento 
específico. 
 
 
8.5.Limpeza 
 
 
As barras de aço e as estruturas de concreto aparentes foram preparadas através de 
limpeza por hidrojateamento com água morna e granalha, de acordo com as devidas 
orientações técnicas apresentadas pelo Prof. Dr. Enio Pazini Figueiredo ficando livres de 
produtos de corrosão. 
41 
 
Figura 20 - Hidrojateamento e granalha sobre os pilares – Rio de Janeiro - Século XXI 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
 
8.6.Recomposição do concreto 
 
 
Antes da reconstituição das seções, era aplicada solução alcalina (produto 
realcalinizante) sobre a superfície do concreto antigo. As regiões onde foram removidos os 
concretos foram completamente reconstituídas com material (microconcreto ou projetado) de 
características controladas, retração compensada, monocomponente, apresentando 
características de fluidez adequada ao tipo de aplicação (lançamento por projeção ou 
lançamento na forma caximbo) e resistências compatíveis com as condições locais. 
 
 
8.6.1.Reestruturação por grauteamento 
 
 
A recomposição dos pilares por grauteamento foi realizada através da montagem e 
ajuste das fôrmas para proporcionar maior fluidez por gravidade do microconcreto sobre a 
42 
 
região a ser recuperada. O microconcreto foi lançado por uma abertura chamada caximbo, 
conforme figura 23 e 24. 
Figura 21 - Reestruturação por grauteamento 
 
Fonte: Leonardo Pereira 
 
Figura 22 - Lançamento de microconcreto por gravidade 
 
Fonte: Blog do Engenheiro Civil 
43 
 
O preparo do micriconcreto era realizado em betoneira, conforme procedimento 
específico. Após o preparo do microconcreto, já aparentando visualmente fluidez necessária, 
era feito o teste de slump flow, para garantir o preenchimento total dos espaços a serem 
recompostos e não apresentar segregação durante o lançamento. 
Antes do lançamento do microconcreto, as formas foram saturadas com água limpa 
para garantir melhor cura do concreto e após 24 horas do lançamento foram removidos os 
cachimbos, de baixopara cima, para garantir a integridade da estrutura a ser necessariamente 
recomposta. 
 
 
8.6.2.Reestruturação por projeção por via seca 
 
 
A mistura dos agregados e cimento era conduzida por ar comprimido através de uma 
mangueira até o bico de projeção. No mangote a mistura recebia água por meio de uma outra 
mangueira e então o concreto era jateado sobre a superfície, com alto poder de compactação. 
 
Figura 23 - Lançamento de concreto por projeção por via seca 
 
Fonte: LAN - LUIZ A. NARESI JR 
 
 
44 
 
9. CONCLUSÃO 
 
 
O presente trabalho qualificou e quantificou as manifestações patológicas existentes 
nos pilares do Estádio do Maracanã, visando demonstrar ao leitor a real necessidade de se 
investigar as patologias que possam existir nesses elementos estruturais de concreto armado. 
Todo o trabalho foi direcionado a apresentar um estudo de caso real, sendo este regido 
por pessoas especializadas no assunto, tornando o conteúdo apresentado confiável. 
Conforme citado anteriormente, a construção do Maracanã foi executada, em 1948, 
por quatro empresas construtoras, podendo o concreto ter sido heterogêneo. Desta forma, foi 
importante avaliar a homogeneidade do concreto, a fim de estender as avaliações, feitas por 
amostragem, para toda a estrutura dos Pilares. 
Os métodos de investigação aplicados para diagnosticar o real estado de conservação 
dos pilares de concreto armado demonstraram-se eficientes e eficazes, a ponto de diagnosticar 
manifestações patológicas significativas nas estruturas analisadas. As manifestações 
patológicas das estruturas de concreto armado dos pilares estavam evidentes após as 
investigações realizadas, levando a conclusão de que as estruturas dos pilares de concreto 
armado estavam, de fato, comprometidas por corrosão e ocasionadas por diferentes motivos 
detalhados anteriormente. Esta conclusão corrobora a real necessidade das aplicações dos 
métodos investigativos utilizados. 
Por fim, ao serem apresentadas as manifestações patológicas das estruturas em estudo, 
apresentou-se neste trabalho as correções sugeridas pela equipe investigativa e aplicada pela 
construtora responsável pela reforma em todos os pilares do estádio que formavam os eixos 
A(1), B(2) e C(3). 
Após as considerações apresentadas, conclui-se que uma intervenção estrutural deve 
ser acompanhada por profissional habilitado, seguindo preceitos técnicos de credibilidade 
tanto para as investigações quanto para as correções das estruturas danificadas, tornando 
inseguro intervenções que não sigam tais orientações. 
 
 
 
 
45 
 
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