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Bloco Homeostasia Paloma Faria 1 GT1 INTRODUÇÃO À FISIOLOGIA Fisiologia: estudo das funções do organismo vivo e de suas partes componentes, incluindo todos os processos físicos e químicos. Homeostase: capacidade do corpo de manter o meio interno relativamente estável. O fluido extracelular é o meio interno do corpo e atua como interface entre o meio externo e as células. Quando as condições fora do corpo mudam, as mudanças se refletem na composição do fluido extracelular, que por sua vez afeta as células. Entretanto, nossas células não são muito tolerantes às mudanças ao seu redor. Como resultado, evoluíram diversos mecanismos que mantêm a composição do fluido extracelular dentro de uma faixa estreita de valores. A incapacidade na manutenção da homeostase interrompe a função normal e resulta em um estado de doença ou condição patológica. O processo da resposta homeostática possui três componentes: um estímulo ou mudança de condição, uma célula ou tecido que avaliam o estímulo e iniciam uma resposta, e as células ou tecidos que efetuam a resposta. Circuito de resposta: estímulo receptor via aferente centro de integração via eferente efetor resposta. - Feedback negativo: a resposta diminui o estímulo e o circuito de resposta é desligado, estabilizando a variável fisiológica que está sendo regulada. Os circuitos de retroalimentação negativa podem restaurar o estado normal, mas não podem evitar o distúrbio inicial que altera os limites normais. A maioria dos sistemas de controle do organismo agem por feedback negativo. Exemplo: regulação da concentração de CO2. - Feedback positivo: a resposta reforça o estímulo ao invés de diminui-lo ou removê- lo. A resposta desestabiliza a variável, gerando um círculo vicioso de resposta continuamente crescente e que leva a um descontrole temporário do sistema. Os reflexos precisam então de alguma intervenção ou evento externo ao circuito para interrompê-lo. Os circuitos de retroalimentação positiva não são homeostáticos. Eles podem causar círculo vicioso e morte. Exemplo: controle hormonal (ocitocina) das contrações do útero durante o trabalho de parto; coagulação sanguínea. - Resposta antecipatória / feedforward: quando o corpo prevê uma mudança eminente a desencadeia um circuito de resposta antecipada a tal mudança. Alguns movimentos do corpo ocorrem tão rapidamente que não há tempo suficiente para que os sinais nervosos percorram todo o caminho da periferia do corpo até o cérebro para controlar o movimento. Nesse caso, o cérebro usa o controle por feedforward para provocar as necessárias contrações musculares. Os sinais nervosos sensoriais das partes que se movem informa o cérebro se o movimento é realizado corretamente. Se não, o cérebro corrige os sinais que envia aos músculos na próxima vez que o movimento for necessário. Isto é chamado de controle adaptativo. EXERCÍCIO FÍSICO Porque o exercício interfere na homeostase corporal? O músculo exercitado necessita de um suprimento estável de ATP, produzido por meio do metabolismo, que envolve demandas de oxigênio e substrato energético, como glicose. Bloco Homeostasia Paloma Faria 2 - Resposta ventilatória: o exercício é associado a uma ventilação alveolar aumentada. Quando o exercício começa, os mecanorreceptores e proprioceptores nos músculos e articulações enviam informações sobre o movimento para o córtex motor. As vias descendentes do córtex motor levam informações para o centro de controle respiratório do bulbo, e então ocorre um aumento imediato da ventilação. - Resposta cardiovascular: quando o exercício começa, a entrada de informação mecanossensitiva dos membros que estão se exercitando associa-se com vias descendentes do córtex motor para ativar o centro de controle cardiovascular no bulbo. O centro responde com a descarga simpática, que aumenta o débito cardíaco e causa a vasoconstrição em muitas arteríolas periféricas. - Resposta antecipatória: quando o exercício inicia, proprioceptores nos músculos e articulações enviam informação para o córtex motor do encéfalo. Os sinais descendentes do córtex motor não se dirigem apenas para os músculos em exercício, mas também passam por vias paralelas para centros de controle respiratório e cardiovascular e para o sistema límbico do encéfalo. Ocorre uma descarga simpática generalizada, aumentando a PA e indicando o início do exercício. A PA diminui como resultado da vasodilatação muscular, pois diminui-se a resistência periférica no músculo. As fibras simpáticas que controlam essa resposta são denominadas sistema vasodilatador colinérgico (usam acetilcolina como neurotransmissor). Conforme o exercício continua, as compensações reativas tornam-se superpostas nas mudanças antecipatórias. Os centros de comando, então, mantêm mudanças na ventilação e circulação que foram iniciadas de forma antecipatória. - Regulação da temperatura: conforme o exercício continua, o calor liberado pelo metabolismo gera um desafio adicional para a homeostase. A maior parte da energia liberada durante o metabolismo não é convertida em ATP, mas é liberada como calor. Com o exercício contínuo, a produção de calor excede a perda, e aumenta a temperatura corporal, desencadeando dois mecanismos termorregulatórios: a sudorese e o fluxo sanguíneo cutâneo aumentado. A sudorese diminui a temperatura corporal através do resfriamento evaporativo. Como o suor é hipotônico, a perda extra de água aumenta a osmolaridade corporal. O volume extracelular diminuído e a osmolaridade aumentada desencadeia a sede e a conservação renal de água. O aumento do fluxo sanguíneo para a pele permite a perda de calor corporal para o ambiente através do mecanismo de convecção. - Sistema circulatório: tem a função de manter um fluxo adequado de sangue na microcirculação e assim contribuir para a manutenção da homeostase. - Sistema respiratório: tem a função de manter um fluxo adequado de gases respiratórios (hematose) na microcirculação pulmonar, contribuindo para a manutenção da homeostase. - Sistema digestório: tem a função de manter um fluxo adequado de água, eletrólitos e anabólicos no sangue na microcirculação intestinal e assim contribuir para a manutenção da homeostase. - Sistema renal: tem a função de manter um fluxo adequado de água, eletrólitos e catabólitos no sangue na microcirculação renal e assim contribuir para a manutenção da homeostase. Referências: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ᵃ ed. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana – Uma abordagem integrada. 4ᵃ ed. Bloco Homeostasia Paloma Faria 3 GT2 COMPARTIMENTOS DE LÍQUIDOS CORPORAIS A manutenção do volume relativamente constante e de composição estável dos líquidos corporais é essencial para a homeostasia. O líquido corporal total está distribuído principalmente em dois compartimentos: o líquido intracelular e o líquido extracelular. O líquido extracelular é dividido em líquido intersticial e plasma sanguíneo. Existe outro compartimento menor denominado líquido transcelular, o qual inclui o líquido dos espaços sinoviais, peritoneais, pericárdicos, intra-oculares e o líquido cefalorraquidiano. Todos esses juntos constituem cerca de 1 a 2 litros. LIC: Cerca de 28 a 42 litros de líquido do corpo estão dentro das células e são coletivamente chamados de líquido intracelular. É aproximadamente 40% do peso corporal total de uma pessoa média. O líquido intracelular é separado do líquido extracelular pela membrana celular que é muito permeável a água, mas não é permeável a maioria dos eletrólitos existentes no corpo. O líquido intracelular tem grande quantidade de íons potássio e fosfato. LEC: Todos os líquidos fora das células são chamados de extracelular. Constitui cerca de 20% do total do peso corporal, em torno de 14 litros de um indivíduo que pesa 70 kg. O líquido intersticial é cerca de três quartos do LEC e o plasma sanguíneo cercade um quarto do LEC. O plasma é a parte não celular do sangue; ele troca continuadamente substâncias com o líquido intersticial através dos poros das membranas capilares. Esses poros só não são permeáveis às proteínas. Dessa forma, o plasma e o líquido intersticial tem quase a mesma composição, exceto pelas proteínas que estão em alta concentração no plasma. O líquido extracelular possui muitos íons cloreto e sódio, além de cálcio. FORÇAS DE STARLING A pressão hidrostática nos capilares tende a forçar o líquido e as substancias nele dissolvidas através dos poros capilares para os espaços intersticiais. A pressão osmótica, gerada pelas proteínas plasmáticas, tende a fazer com que o líquido se movimente por osmose dos espaços intersticiais para o sangue. Essa pressão coloidosmótica impede normalmente a perda significativa de líquido do sangue para os espaços intersticiais. Determinam se o líquido se moverá do sangue para o líquido intersticial ou no sentido inverso. 1. Pressão hidrostática capilar (Pc): tende a forçar o líquido para fora através da membrana capilar. Diminui ao longo do capilar. (Pc = 32 mmHg) 2. Pressão hidrostática intersticial (Pli): tende a forçar o líquido para dentro através da membrana capilar quando a Pli for positiva, mas, para fora, quando a Pli foi negativa. É muito baixa (Pli = 0). Isso significa que o movimento de água será sempre direcionado para fora do capilar. 3. Pressão coloidosmótica capilar (πp): tende a provocar a osmose do líquido para dentro, através da membrana capilar. É maior no plasma (πp= 25 mmHg) do que no líquido intersticial (πli= 0). Portanto o gradiente osmótico favorece o movimento de água por osmose do fluido intersticial para dentro do plasma. 4. Pressão coloidosmótica intersticial (πli): tende a provocar osmose do líquido para fora através da membrana capilar. Bloco Homeostasia Paloma Faria 4 Filtração capilar e absorção Uma forma de troca capilar é o volume do fluxo do fluido para dentro ou para fora do capilar. O volume do fluxo refere-se ao movimento de massa de água e solutos dissolvidos entre o sangue e o fluido intersticial como resultado da pressão hidrostática ou osmótica. Se a direção do fluxo for para fora do capilar, o movimento é conhecido como filtração. Se a direção for para dentro do capilar é denominada absorção. Forças favoráveis à filtração (do capilar para o interstício): - Pressão hidrostática capilar - Pressão coloidosmótica intersticial Forças favoráveis à absorção (do interstício para o capilar): - Pressão hidrostática intersticial - Pressão coloidosmótica capilar EDEMA Presença de excesso de líquido nos tecidos do corpo. É um sinal de que a troca normal capilar-linfa foi quebrada. - Edema intracelular: pode ser causado por: (1) hiponatremia; (2) depressão dos sistemas metabólicos dos tecidos; (3) falta de nutrição adequada para as células. - Edema extracelular: (mais comum) existem duas causas: (1) vazamento anormal de líquido plasmático para os espaços intersticiais através dos capilares; (2) falha do sistema linfático de retornar líquido do interstício para o sangue (linfedema). A causa mais comum para o acúmulo de líquido no espaço intersticial é a filtração excessiva do líquido capilar. Fatores que podem aumentar a filtração capilar: - Aumento do coeficiente de filtração capilar. - Aumento da pressão hidrostática capilar. - Redução da pressão coloidosmótica do plasma. Resumo das causas do edema extracelular: 1. Aumento da pressão capilar: retenção excessiva de sal e água pelos rins; pressão venosa alta e constrição venosa; redução da resistência arteriolar. 2. Redução das proteínas plasmáticas: perda de proteína pela urina; perda de proteína nas áreas desnudadas da pele; insuficiência da síntese proteica. 3. Aumento da permeabilidade capilar: reações imunes com liberação de histamina; toxinas; infecções bacterianas; deficiência da vitamina C; isquemia, queimaduras. 4. Bloqueio do retorno linfático: câncer, infecções, cirurgia, ausência congênita de vasos linfáticos. Obs.: Trombose venosa: é um coágulo formado quando o fluxo sanguíneo é bloqueado por muitas horas. “Coagulação intravascular devido à estase sanguínea em uma ou mais veias da perna.” A trombose gera o edema por causar obstrução venosa, que resulta na elevação da pressão venosa e consequentemente na pressão hidrostática capilar, provocando então a filtração excessiva do líquido capilar. Referências: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ᵃ ed. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana – Uma abordagem integrada. 4ᵃ ed. Bloco Homeostasia Paloma Faria 5 GT3 Diabetes Mellitus tipo II = desordem metabólica caracterizada por concentrações anormalmente altas de glicose no sangue. Dificulta a produção ou atuação da insulina, impedindo a metabolização de glicose na célula e causando a hiperglicemia, que aumenta a osmolaridade sanguínea. TRANSPORTE PASSIVO Difusão: movimento contínuo de moléculas umas contra as outras nos líquidos ou gases. Difusão através da membrana. - Difusão simples: sem que ocorra qualquer interação com as proteínas transportadoras da membrana. A intensidade de difusão é determinada pela quantidade de substância disponível e pela velocidade do movimento sintético, e pelo número e tamanho das aberturas na membrana. Pode ocorrer através da membrana celular por duas vias: pelo interstício da bicamada lipídica; pelos canais aquosos ou proteicos. O diâmetro do poro e sua carga elétrica fornecem seletividade que permite a passagem de somente algumas moléculas. - Difusão facilitada: requer a interação com uma proteína transportadora. A velocidade de difusão, na difusão facilitada, tende a um máximo, pois a velocidade com que a molécula pode ser transportada nunca pode ser maior do que a velocidade com que a molécula de proteína transportadora pode se alterar entre suas conformações. Esse mecanismo permite que as moléculas a serem transportadas se movam em qualquer direção através da membrana celular. A velocidade de difusão é proporcional à concentração de moléculas. Osmose: quando há uma diferença da concentração de água através da membrana, passa a existir um movimento efetivo de água. Pressão osmótica: a quantidade exata de pressão necessária para interromper a osmose. É determinada pelo número de partículas em suspensão, ou seja, a concentração da solução. - Um osmol é o peso de 1 molécula grama de soluto osmoticamente ativo. - Osmolaridade é a concentração osmolar expressa em osmóis por litro de solução. TRANSPORTE ATIVO: quando a membrana celular transporta as moléculas contra um gradiente de concentração. É dividido em dois tipos, de acordo com a fonte de energia usada para causar o transporte. Transporte ativo primário: energia usada deriva diretamente da degradação de ATP ou de qualquer outro composto de fosfato. - Bomba de sódio e potássio: bombeia íons sódio para fora, através da membrana celular, e ao mesmo tempo bombeia íons potássio de fora para dentro. - Bomba de cálcio: cálcio está em concentração baixa no meio intracelular. Um bomba de cálcio está na membrana transportando cálcio para o exterior, a outra bombeia cálcio para dentro de organelas vesiculares intracelulares, como retículo sarcoplasmático e mitocôndrias. A proteína transportadora atravessa a membrana e atua como enzima ATPase, a qual contém ligação extremamente específica com o íon cálcio. Bloco Homeostasia Paloma Faria 6 - Bomba de hidrogênio: importante nas glândulas gástricas do estomago (células parietais) e nos túbulos distais finais e ductos coletores corticais dos rins (células intercaladas). Transporte ativo secundário: energia usada é derivada secundariamente da energia armazenada na forma de diferentes concentrações iônicas de substâncias moleculares secundárias ou iônicas entre os dois lados da membrana.- Cotransporte: quando o sódio é transportado para fora da célula, cria-se um gradiente de concentração, pois fica baixo no meio intracelular e alto no meio extracelular. Esse gradiente funciona como reservatório de energia, porque o excesso de sódio está tentando se difundir para o interior. Assim, em condições apropriadas, essa energia da difusão do sódio pode empurrar com ele outras substâncias, como glicose e aminoácidos. O mecanismo de ligação sódio-substância é realizado por meio de uma proteína transportadora na membrana celular. - Contratransporte: nesse caso, os íons sódio tentam se difundir outra vez para o interior da célula devido ao gradiente de concentração. Mas dessa vez, a substancia a ser transportada está no interior da célula e quer ir para o lado externo. Assim, o sódio se liga a proteína transportadora onde se projeta para o exterior da membrana, enquanto a substancia a ser contratransportada se liga à projeção da proteína transportadora no interior da célula. Dessa forma, a energia liberada pelo sódio em sua difusão para dentro da célula faz com que outra substancia seja transportada para o exterior. Os mecanismos mais importantes são: contratransportes de sódio-cálcio e de sódio-hidrogênio. - Nos dois casos a energia necessária para transportar ativamente a substância é determinada pela concentração da substância durante o transporte. Obs.: - Antiporte: transporte de substâncias em sentidos contrários. - Simporte: transporte de mais de uma substancia no mesmo sentido. Referências: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ᵃ ed. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana – Uma abordagem integrada. 4ᵃ ed. Bloco Homeostasia Paloma Faria 7 GT4 O SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E A MEDULA ADRENAL O sistema nervoso é divido em somático e visceral (sistema nervoso autônomo). Os estímulos chegam ao sistema nervoso via aferente e saem via eferente. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Controla a maioria das funções viscerais do organismo. É ativado principalmente por centros localizados na medula espinhal tronco cerebral e hipotálamo. Os sinais autônomos eferentes são transmitidos aos órgãos do corpo através do SNSimpático e SNParassimpático. Sistema Nervoso Simpático As fibras nervosas simpáticas se originam na medula espinhal (junto com os nervos espinhais). Cada via simpática (da medula ao tecido estimulado) é composta de dois neurônios, o neurônio pré-ganglionar e o neurônio pós-ganglionar. O curso das fibras nervosas simpáticas pré-ganglionares pode ser um dos três seguintes: (1) Fazer sinapse com neurônios simpáticos pós-ganglionares. (2) Se dirigir, para cima ou para baixo, na cadeia e fazer sinapse com outro gânglio da cadeia. (3) Percorrer distancias variáveis pela cadeia e, então, por meio de um dos nervos simpáticos, se dirigir para fora da cadeia, fazendo sinapse em gânglio simpático periférico. As fibras pré-ganglionares que se projetam diretamente sem fazer sinapse terminam diretamente em células neurais modificadas que secretam epinefrina e norepinefrina na corrente sanguínea. As fibras pós-ganglionares se dirigem para seu destino em diversos órgãos e o corpo celular dos neurônios pós-ganglionares estão quase sempre localizados nos gânglios de cadeia simpática ou em outros gânglios discretos no abdome, em vez de no órgão a ser excitado. Sistema Nervoso Parassimpático Aproximadamente 75% de todas as fibras nervosas parassimpáticas cursam o nervo vago e as parassimpáticas sacrais cursam os nervos pélvicos. São dois nervos vagos, é o décimo par de nervos cranianos. Possui neurônios pré e pós-ganglionares. As fibras pré-ganglionares passam de forma ininterrupta por todo o caminho até o órgão que deverá ser controlado. Na parede do órgão ficam localizados os neurônios pós-ganglionares, logo as fibras pós-ganglionares são extremamente curtas. CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DA FUNÇÃO SIMPÁTICA E PARASSIMPÁTICA Fibras nervosas simpáticas e parassimpáticas secretam principalmente acetilcolina e norepinefrina (noradrenalina). Colinérgicas: secretam acetilcolina (transmissor parassimpático). Todos os neurônios pré-ganglionares (simpático e parassimpático) e quase todos os neurônios pós-ganglionares (parassimpático) são colinérgicos. Adrenérgicas: secretam norepinefrina (transmissor simpático). A maioria dos neurônios pós-ganglionares (simpático) são adrenérgicos. Fibras simpáticas e parassimpáticas meramente tocam as células efetoras dos órgãos, ou em alguns casos, terminam em meio a um tecido conjuntivo adjacente às células que devem ser estimuladas. Onde estes filamentos tocam, ou passam por cima, ou próximos das células a serem estimuladas, geralmente tem dilatações bulbosas Bloco Homeostasia Paloma Faria 8 chamadas varicosidades, que são onde as vesículas transmissoras de acetilcolina e norepinefrina são sintetizadas e armazenadas. Existe nelas também grande número de mitocôndrias que fornecem ATP para síntese das substancias. Os receptores como órgãos efetores São locais no exterior da membrana celular nos quais a norepinefrina e acetilcolina irão se ligar, juntos com um grupamento prostético a uma molécula proteica que atravessa toda a membrana celular. Quando a substancia transmissora se liga ao receptor, isso causa alterações conformacionais na estrutura da molécula proteica. A molécula proteica alterada excita ou inibe a célula, geralmente por: causar alteração da permeabilidade da membrana celular, ou ativar ou inativar enzimas, ligadas do outro lado do receptor proteico, onde ele proemina para o interior da célula. Em cada órgão, os efeitos resultantes são inteiramente diferentes de outro órgão regado por uma mesma substancia. Isso ocorre pela variação dos receptores. Efeitos da estimulação simpática e parassimpática em diversos órgãos Órgão Efeito simpático Efeito parassimpático Pupila Dilatação Contração Glândulas sudoríparas Sudorese Transpiração nas palmas da mão Vasos sanguíneos Vasoconstrição Pouco ou nenhum efeito Coração Frequência aumentada, maior força de contração Frequência diminuída, menor força de contração Brônquios Dilatação Constrição Esfíncteres intestinais Aumento do tônus, contração Relaxamento, diminuição do tônus Fígado Liberação de glicose Síntese fraca de glicogênio Bexiga Contraída Relaxada Pênis Ejaculação Ereção Atividade mental Aumentada Nenhum - Glândulas do organismo: As glândulas nasais, lacrimais, salivares e muitas glândulas gastrointestinais são intensamente estimuladas pelo SNP. A estimulação simpática tem efeito direto na maioria das células glandulares digestivas, provocando a formação de secreção concentrada contendo altas porcentagens de enzimas e muco. Ela também causa vasoconstrição dos vasos sanguíneos que irrigam as glândulas, e dessa forma às vezes diminuem suas intensidades de secreção. As glândulas sudoríparas secretam suor quando os nervos simpáticos são estimulados, mas por fibras colinérgicas. As glândulas apócrinas são estimulas pelo SNS. - Plexo nervoso intramural do sistema gastrointestinal: SNS: inibe peristaltismo e aumenta tonos dos esfíncteres = constipação. SNP: aumenta o grau de atividade do trato gastrointestinal; aumenta peristaltismo e relaxa os esfíncteres. - Coração: SNS: aumenta a atividade. SNP: diminui a atividade. Sistema simpático → descarga em massa. Resposta de alarme, stress em situações de medo, terror, dor intensa → reação de luta/fuga. Aumenta-se pressão arterial, fluxo sanguíneo, metabolismo celular, concentração de glicose no sangue, glicólise no fígado e músculo, força muscular, atividade mental, taxa de coagulação sanguínea. Sistema parassimpático → resposta localizada específica. Referências: GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ᵃ ed. SILVERTHORN, D.U. Fisiologia Humana – Uma abordagem integrada. 4ᵃ ed.
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