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Resumo ideologia, representação social, linguagem, comunicação, conhecimento

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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS
· Definição
Uma forma sociológica de Psicologia Social. São teorias sobre saberes populares e do senso comum, elaboradas e partilhadas coletivamente, com a finalidade de construir e interpretar o real. 
Rosa distingue 3 níveis de discussão da análise das RS:
1. Nível fenomenológico: são modos de conhecimento, saberes do senso comum que surgem e se legitimam na conversação interpessoal cotidiana e têm como objetivo compreender e controlar a realidade social
2. Nível teórico: conjunto de definições conceituais e metodológicas, construtos, generalizações e proposições referentes às RS
3. Nível metateórico: discussões sobre a teoria.
Definição por Moscovici: “por Representações Sociais entendemos um conjunto de conceitos, proposições e explicações originado na vida cotidiana no curso de comunicações interpessoais. Elas são equivalentes, em nossa sociedade, aos mitos e sistema de crença das sociedades tradicionais: podem também ser vistas como a versão contemporânea do senso comum.”
Definição por Jodelet: “uma forma de conhecimento, socialmente elaborada e partilhada, tendo uma visão prática e concorrendo para a construção de uma realidade comum a um conjunto social.”
- Representações sociais são sempre relacionais e, portanto, sociais.
· Função da representação social – criamos as RS para tornar familiar o não familiar. Este movimento que se processa internamente vem a serviço de nosso “bem-estar”, pois tendemos a rejeitar o estranho, o diferente, enfim, tendemos a negar as novas informações, sensações e percepções que nos trazem desconforto. 
Para assimilar o não familiar, dois processos básicos podem ser identificados como geradores de RS, o processo de ancoragem e objetivação. 
1. ancoragem – Associação de idéias, até chegar no núcleo de uma idéia, rede de associações. Ancoragem é o processo pelo qual procuramos classificar, encontrar um lugar, para encaixar o não familiar. É um movimento que implica, na maioria das vezes, em juízo de valor, pois, ao ancorarmos, classificamos uma pessoa, idéia ou objeto, e com isso já o situamos dentro de alguma categoria que historicamente comporta esta dimensão valorativa. 
Por exemplo, com o surgimento do HIV, que foi lançada como “peste gay”, associado ao paciente zero da doença, com orientação sexual homossexual.
2. Objetivação – Materialidade de idéias. É o processo pelo qual procuramos tornar concreto, visível, uma realidade. Aliamos um conceito a uma imagem, a imagem deixa de ser signo e passa a ser uma cópia da realidade. Por exemplo, “Deus é pai”. Objetiva-se uma imagem jamais visualizada (Deus) em uma imagem conhecida (pai), facilitando assim a idéia do que seja “Deus”.
 Poderíamos dizer que existem, na sociedade, dois tipos diferentes de universos de pensamento: universo reificado e consensual.
1. universo reificado (UC) – Ciência, fatos comprovados.. São mundos restritos, circulam as ciências, a objetividade, ou as teorizações abstratas. No UC a sociedade é vista como um grupo de pessoas que são iguais e livres, cada uma com possibilidade de falar em nome do grupo. Nenhum membro possui competência exclusiva.
2. universo consensual (UR) – Senso comum, idéias partilhadas sem fatos comprovados, compartilhada por pessoas. São as teorias do senso comum, encontram-se as práticas interativas do dia a dia e a produção de RS. No UR, a sociedade é percebida como um sistema de diferentes papéis e classes, cujos membros são desiguais.
- As RS estão associadas às práticas culturais, reunindo tanto o peso da história e da tradição, como a flexibilidade da realidade contemporânea, delineando as RS como estruturas simbólicas desenhadas tanto pela duração e manutenção como pela inovação e metamorfose.
- Representação social – são típicas de culturas modernas, espalham-se rapidamente por toda a população, possuem curto período de vida, são parecidos com os “modismos” e se comparam à epidemia. 
- Representação coletiva – representações duradouras, amplamente distribuídas, ligadas à cultura, transmitida lentamente por gerações, “são tradições” e se comparam à endemia
- RS são dinâmicas e sempre passíveis de transformação
- A teoria das RS trata do conhecimento construído e partilhado entre pessoas, saberes específicos à realidade social, que surgem na vida cotidiana no decorrer das comunicações interpessoais, buscando a compreensão de fenômenos sociais
- A teoria da RS colocou os saberes do senso comum em uma categoria científica. Ela veio valorizar este conhecimento popular, tornando possível e relevante sua investigação.
COMUNICAÇÃO
· Estratégias e teorias psicológicas que utilizamos para aumentar o viés de consumo
Maneira pelas quais o desenvolvimento e as práticas ligadas aos meios de comunicação de massa podem afetar o modo como as pessoas agem e se relacionam entre si.
1. Teoria comportamentalista – para essa teoria, o ser humano é como se fosse uma máquina, que se comporta de maneiras previsíveis e regulares em resposta às forças externas, aos estímulos, que o afetam. Então os processos básicos da personalidade estão fora do próprio indivíduo e são gerados por estímulos e reações que são observáveis. Para mudar, criar, aprender ou ensinar determinado tipo de comportamento recorre-se a dois tipos de condicionamento: clássico e operante. O primeiro envolve o comportamento reflexo, onde o organismo responde automaticamente a um estímulo. Grande parte da publicidade é baseada neste processo, onde estímulos externos podem ser usados para estimular uma resposta ao marketing, quando uma necessidade é criada entre os consumidores. O segundo abarca o processo de aprendizagem, no qual é mais provável que uma pessoa faça, ou não, certo ato, porque foi reforçada ou punida no passado.
Acredita-se, nessa perspectiva, que em vez de simplesmente aprendermos pela vivência direta do reforço, aprendemos por meio da modelagem, observando outras pessoas e estabelecendo os padrões do nosso comportamento com base no delas.
Uma pessoa observa alguém na mídia, identifica-se com este e infere que o comportamento observado poderá produzir certo resultado desejado, se for imitado. 
O homem é tomado como um objeto passível de controle, e a comunicação de massa passa a ser um instrumento desse controle.
2. Teoria cognitivista – o foco dos cognitivistas está no processo de conhecimento e não da díade estímulo-resposta, como no comportamentalismo. Estão interessados na forma como a mente estrutura e organiza, de forma criativa, a experiência. A teoria da Gestalt se encaixa aqui. Uma propaganda de TV, por exemplo, não é apenas imagens + sons + palavras. A percepção que um indivíduo vai ter de determinada propaganda será construída a partir de suas sensações e estas irão formar o todo. Acredita-se que há mais coisas na percepção do que enxergam nossos olhos e a percepção vai além dos elementos sensoriais.
3. Teoria psicanalista – dois pontos da abordagem psicanalítica iluminam o caminho em direção à compreensão desses fenômenos. O primeiro refere-se aos processos mentais da ação mútua de forças que são originalmente da natureza de instintos. Reconhece Freud que todos os desejos, impulsos instintivos, modalidades de reação e atitudes da infância acham-se ainda demonstravelmente presentes na maturidade e, em circunstância apropriada, podem mais uma vez surgir.
Comerciais de televisão podem auxiliar determinadas pessoas a encontrar uma fonte de satisfação para desejos que ficaram insatisfeitos na infância. Por exemplo, comercial de cerveja ilustra isso ao associas sua embalagem (símbolo fálico) a uma parte do corpo da mulher, colocando uma garrafa ao lado da outra, causando a impressão de que elas formam seios (símbolos orais).
O segundo ponto a se considerar refere-se ao “princípio do prazer-desprazer”. O desprazer está relacionado com um aumento de excitação, e o prazer com uma redução. Como a satisfação de parte das necessidades dos seres humanos é regularmente frustrada pela realidade, procuramos encontrar algum outro meio de manejar nossos impulsos insatisfeitos.Sabemos que existe uma tendência interior a buscar sempre o prazer, e que a realidade não satisfaz sempre esse prazer, os comerciais tentam, então, suprir nossas carências de modo que o princípio do prazer sobrepuje seu rival. Então comerciais que incitam busca de prazeres que são difíceis de ser conquistados podem acarretar conseqüências negativas para os próprios seres humanos. 
A psicanálise, entretanto, não dá conta de explicar todo o mecanismo social e suas implicações.
 
4. Teoria crítica que faz uma crítica ao consumo e as outras teorias – A teoria crítica se preocupou em estudar a comunicação, diferentemente das outras teorias, trazendo a temática de que a ideologia está aí para ser questionada e analisada, não por ser imoral, mas por ser falsa e ilusória, repensando o ser humano em sua totalidade. Para os estudiosos dessa teoria, havia uma variável que influenciava a realidade da dominação nessas sociedades: a ideologia.
Para eles a crítica radical da sociedade e a crítica da ideologia são inseparáveis, e essa crítica não é “moralizante”. 
As críticas feitas pelos frankfurtianos ao marxismo ortodoxo é dupla: 1) a infraestrutura econômica deixa de ser o centro da análise social, ampliando-se para todas as esferas da sociedade e 2) eles desenvolvem a noção de consciência e recuperam a subjetividade, através da análise das maneiras de desenvolvimento da subjetividade e o modo como as esferas da cultura e da vida cotidiana representam um novo campo de dominação.
Os teóricos críticos tomam posição clara diante da ação humana, visando ao esclarecimento das pessoas que a assumem, fazendo-as capazes de descobrir quais seus interesses e levando esses agentes à libertação das coerções, às vezes autoimpostas e sempre autofrustrantes. Ao mesmo tempo que a teoria crítica é uma forma de conhecimento, ela difere, epistemologicamente, das teorias das ciências naturais, que são objetificantes ao passo que as críticas são reflexivas. A teoria crítica denuncia as relações de dominação, através do questionamento crítico leva o receptor da informação a refletir e inferir sobre ela.
Essa teoria recusa a idéia de que o desejo e a subjetividade estejam centrados nos indivíduos, mas, sim, afirma que eles são construídos socialmente. Ou seja, essa é uma idéia de subjetividade “essencialmente fabricada, modelada, recebida e consumida que, por sua vez, ultrapassa os níveis de produção e do consumo e atinge o próprio inconsciente dos indivíduos. Isto quer dizer que, tudo aquilo que acontece quando sonhamos, fantasiamos ou nos apaixonamos, são afetos produzidos, socialmente, pelo capitalismo moderno e estão diretamente relacionados com o modo dos indivíduos perceberem o mundo, de se “modelizarem” os comportamentos e de se articularem as ruas relações sociais”
O desejo está sempre conectado com o exterior e a mídia transforma-se em uma das fontes mais poderosas da produção desses desejos. Ela cria o desejo de possuirmos carros cada vez mais velozes, cria a necessidade de um corpo “dietético”, etc.
Thompson sugere que a ideologia pode operar através de cinco modos principais, com suas respectivas estratégias.
1. Legitimação - O primeiro modo de operação é a legitimação exercendo a relação de dominação podem ser estabelecidas e sustentadas, sendo “representadas como justas e dignas de apoio” Thompson, (2011, p. 82), existem três tipos de fundamentos sobre os quais as a legitimação é confirmada. São eles a racionalização- o produtor da forma simbólica constrói a linha de pensamento de acordo com seu interesse e o defende tentando convencer que está certo e merece apoio; universalização- é apresentada como de interesse e utilidade a todos, mas na verdade privilegia alguns; outra estratégia dessa operação é a narrativização- que tem por característica sustentar algo baseado na história. Podem estar presentes em discursos e documentários, histórias, novelas e filmes. 
2. Dissimulação - O segundo modo de operação da ideologia é dissimulação que falseia a realidade, ocultando, obscurecendo parte dos fatos, pode ser utilizada pelo deslocamento é o uso de termos para fazer referência a determinada pessoa ou objeto, a eufemização as ações são reformuladas a fim de serem suavizadas com algo positivo, o tropo pertence às figuras de linguagem da língua portuguesa também utilizado nas operações ideológicas com a função de substituir o sentido real da palavra, assumindo um sentido figurado mediante o contexto.
3. Unificação - O terceiro modo é a via unificação dá aos indivíduos uma unidade, um sentimento de pertença a um grupo social cria uma identidade coletiva, utiliza-se da padronização atuando com o objetivo de formar os padrões sociais a serem seguidos, nesse modo de operação é empregada ainda à simbolização de unidade que busca “unir os indivíduos suprimindo as diferenças e divisões entre eles, mostrando que todos estão unidos nos mesmos ideais e vontades estabelecendo e sustentado as relações de dominação”.
4. Fragmentação - O quarto modo é a fragmentação que ao contrário da unificação busca separar aqueles indivíduos que agem de maneira contrária aos grupos dominantes, dirigindo idéias de oposição à determinada pessoa ou grupo utilizando a diferenciação para sustentar essas ações, incentivando a um expurgo do outro construindo um inimigo estigmatizando-o como mau, onde os indivíduos são chamados a rejeitá-lo.
5. O quinto modo de operação é a Reificação que retrata um fenômeno transitório como um acontecimento natural e atemporal de maneira que seu caráter social e histórico é ocultado. Pode ser expresso em formas simbólicas, a naturalização é a primeira delas onde uma criação social e histórica é retratada como comum ou com um resultado inevitável, na eternalização os acontecimentos são apresentados como permanentes e recorrentes, a nominalização acontece quando a ação dos participantes é transformada em nomes, a passivização ocorre quando os verbos são colocados de maneira passiva, essas duas últimas estratégias agem de maneira a eclipsar certos temas com prejuízos de outros
LINGUAGEM
· O que é linguagem na visão de Vigotski – Vygotsky, ao elaborar uma teoria do conhecimento, procurou a possibilidade de o homem, através de suas relações sociais, por intermédio da linguagem constituir-se e desenvolver-se como sujeito. 
Para ele não há nada que exista no indivíduo que não tenha existido num primeiro momento no contexto das relações sociais. A linguagem é o veículo de constituição da consciência a partir do contexto das relações sociais, sendo que esta última categoria abrange o conjunto das funções psicológicas superiores.
A linguagem apresenta dupla função de formação, ela apresenta função de instrumento, porque altera a realidade externa, mas também tem a função de signo, que chamou de mediação semiótica, porque altera a realidade interna do sujeito. A cultura faz com que se internaliza o processo que a gente interage, a gente vai internalizar a linguagem do outro.
Para Vygotsky, pensamento e linguagem não são relacionados à priori.
· O que é linguagem na visão de Bahktin – Para ele, o signo e a situação social em que se insere estão indissoluvelmente ligados. O signo, sempre ideológico, só encontra existência nas relações onde se concretiza enquanto palavra, adquirindo sua significação de acordo com o contexto. A atividade mental só existe em função da expressão semiótica na enunciação, o que implica que só através dos enunciados é possível o entendimento do fato ideológico. Toda enunciação é um diálogo, mesmo tratando-se de um sujeito individual, posto que todo enunciado pressupõe aqueles que o antecederam e todos os que o sucederão.
Bahktin analisou a estrutura da enunciação na língua corrente pela inter-relação no dialogismo. Para ele, “a enunciação é o produto da interação de dois indivíduos socialmente organizados”. Dentro da relação estabelecida, que é sempre dialógica porque é uma relação de interação, sempre marcada por referentes, e que todo discurso, todo processo de linguagem também é ideológico, todo signo éideológico, ele representa algo ou alguma coisa, que advém de uma classe dominante, que advém de um lugar ocupado, que advém de um referente de vida, que advém de uma construção histórica que tivemos e fomos construindo nossas vidas, tudo isso faz parte do nosso funcionamento dentro da linguagem. 
O processo de atribuição de sentido à linguagem se dá de forma ideológica, no sentido de que todo mundo tem referentes, que entram em atrito a todo instante.
· O que é linguagem, na psicologia social – é um processo de transmissão de códigos que serão decodificados, ou não, por quem recepciona isso. Os grupos humanos constroem formas partilhadas, códigos pelos quais seus vários membros possam transmitir as informações uns aos outros. 
CONHECIMENTO
· Sabe conhecimento enquanto
1. Substância – Ele pode ser acumulado, guardado, constituindo um acervo público ou privado; pode escalonar as pessoas, valorizando-as de acordo com o grau de conhecimentos que possuírem; pode converter-se em mercadoria, ser tendido, ser transmitido. As informações possuem uma certa materialidade, percorrem vias, podem ser guardadas, constituem acervos. 
Acredita-se que o conhecimento é quantificável, porque o referente que a gente assume é o da informação, ou seja, quanto mais informação eu tenho, maior será o conhecimento.
2. Essência – Existem conhecimentos verdadeiros e conhecimentos falsos, como se os conhecimentos tivessem uma essência e pudéssemos atestar sua verdade ou falsidade. 
O totalmente valorativo, significa que se eu apoio, se eu legitimo determinada forma de conhecimento, significa que é digno de apoio, que é verdade. Nessa perspectiva trabalhamos com as verdades e com as incertezas.
3. Relação – O conhecimento é aquilo que fazemos com a informação. É o sentido que lhe damos, é como a combinamos. Conhecimento é relação. É ação, exercício, atividade, movimento, redes, conexões. Se conhecer é construir sentidos, existirão sentidos que podem ser mais interessantes e resistentes para se compreender uma dada realidade, mas nem por isso serão “verdadeiros” ou irão ter validade infinita. Às vezes uma teoria, um saber popular têm uma “durabilidade” para além de sua verificabilidade empírica. O que os faz permanecer? O conhecimento também está relacionado com os regimes de verdades sociais, com o poder de grupos para perpetuar certos sentidos em detrimento de outros. 
· O que é ecologia cognitiva – Relações, interações, diálogos estabelecidos entre diferentes indivíduos, que possibilitam a construção de novos conhecimentos. Essa teoria fala das interações, dos diálogos que travamos todo dia. A todo instante estamos interagindo, transmitindo infomrações; então a existência dessas interações que chamamos de ecologia, e cognitiva vai ser exatamente a relação que apresentamos com esses novos conhecimentos que são produzidos. Então a ecologia cognitiva significaria as relações, interações, diálogos estabelecidos entre diferentes indivíduos, que possibilitam a construção de novos conhecimentos.
Tripé que forma a ecologia cognitiva: a interação social estabelecida, a utilização de tecnologias intelectuais, que facilitam o processo relacional, e a comunicação utilizada.
Caracteriza-se pela composição em rede de múltiplas vias informacionais. Podemos falar de uma ecologia oral quando as trocas informacionais passam preponderantemente por tecnologias orais de comunicação; e ecologia cognitiva informática quando temos máquinas de produção simbólica côo constituintes de vias. 
· Tecnologia Intelectual – A palavra oral, a escrita, a cibernética são exemplos de tecnologias intelectuais: são práticas sociais, na medida em que criam signos, possibilitam ou limitam modos de expressão e intercâmbio, pautam as interações, constroem universos de sentido. É uma ferramenta ou dispositivo usado por um ser humano para reforçar capacidades intelectuais ou cognitivas.
· Hipertexto – Para se ter acesso a um único conhecimento, você vai ter que acessar diversos outros para poder moldar, construir um conhecimento sobre alguma coisa. O conhecimento como um grande labirinto, que depois de percorrê-lo chega a um ponto de origem. 
Apresentação de informações escritas, organizada de tal maneira que o leitor tem liberdade de escolher vários caminhos, a partir de sequências associativas possíveis entre blocos vinculados por remissões, sem estar preso a um encadeamento linear único.
“Tecnicamente, um hipertexto é um conjunto de nós ligados por conexões. Os nós podem ser palavras, páginas, imagens, gráficos ou partes de gráficos, sequências sonoras, documentos complexos, que podem eles mesmos ser hipertextos. Os itens de informação não são ligados linearmente, como em uma corda com nós, mas cada um deles, ou a maioria, estende suas conexões em estrela, de modo reticular. Navegar em um hipertexto significa portanto desenhar um percurso em uma rede que pode ser tão complicada quanto possível. Porque cada nó pode, por sua vez, conter uma rede inteira”
IDEOLOGIA
· O que é ideologia – Bacon desenvolve um estudo extremamente próximo ao que hoje se costuma entender por ideologia, através de sua teoria sobre as quatro classes de ídolos, que nos dificultam chegar mais próximos da verdade. Esses ídolos são os da 1) caverna: nossas idiossincrasias (características comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa), caráter; 2) tribo: supertições, paixões; 3) praça: as inter-relações humanas, principalmente através da linguagem; e 4) ídolos do teatro: a transmissão das tradições e doutrinas dogmáticas e autoritárias, através do teatro, que seriam, hoje, os meios de comunicação social.
· Ideologia como algo positivo ou algo negativo:
· Dimensão positiva – é entendida como sendo uma cosmovisão, isto é, um conjunto de valores, idéias, ideais, filosofias de uma pessoa ou grupo. Nesse sentido, todas as pessoas, ou grupos sociais, possuem sua ideologia, pois é impossível alguém não ter suas idéias, ideais ou valores próprios. 
· Dimensão negativa – seria constituída pelas idéias distorcidas, enganadoras, mistificadoras; seriam as meias-mentiras, algo que ajuda a obscurecer a realidade e a enganar as pessoas. Se apresenta como algo abstrato ou impraticável; como algo ilusório ou errôneo, expressando interesses dominantes e como que sustentando relações de dominação.
· Ideologia como algo materializado, corporificado, ou como prática, onde a ideologia está corporificada na própria idéia, na forma simbólica, ou mesmo concretizada numa instituição, como a escola ou a família:
· Dimensão material concreta – as idéias da classe dominante, pelo simples fato de serem da classe dominante, já seriam ideologia. A ideologia se concretiza nessas idéias. 
· Dimensão dinâmica prática – A ideologia é vista como uma determinada prática, um modo de agir, uma maneira de se criar, produzir ou manter determinadas relações sociais. A função da ideologia seria também a produção, reprodução e transformação das experiências vitais, na construção de subjetividades. 
Positivo e concreto – As cosmovisões das pessoas.
Positivo e prático – A ideologia como uma maneira de se criar e manter relações sociais, sejam elas de que tipo for
Negativo e concreto – As idéias da classe dominante
Negativa e prática – Serve para criar, ou manter, relações assimétricas, desiguais, injustas. 
- O que vai mostrar se uma idéia, ou uma instituição, possui uma dimensão negativa é a maneira como é empregada, isto é, sua função, se ela serve, ou não, para criar ou reproduzir relações que chamaremos e relações de dominação.
- Nenhuma idéia, mesmo que seja da classe dominante, é, por definição, mistificadora ou falsa. Precisamos ver, caso a caso, se ela está enganando ou não. Se ela de fato ilude e esconde a realidade, então diz-se que é uma ideologia. Do mesmo modo com as instituições. Uma instituição, por si mesma, como a escola, por exemplo, não se constitui numa ideologia negativa. Só é negativa quando se consegue mostrar que ela ajuda a criar, ou reproduzir, relações de dominação, assimétricas, desiguais. 
ARTIGOPSICOLOGIA SOCIAL
· Principais características e definições das 6 abordagens
- De acordo com Lallement, as décadas de 1960 e 1970 foram marcadas por uma Sociologia que traduzia, antes de mais nada, o declínio do impulso modernizante do pós-guerra. O enfraquecimento da fé na igualdade de oportunidades, bem como o esgotamento das garantias de coesão social pelo simples crescimento econômico, fizeram com que instituições – como a escola, a prisão e a fábrica – fossem questionadas. 
- As intenções políticas da Associação Brasileira de Psicologia Social (ABRAPSO) sempre foram a construção de uma psicologia social crítica, voltada para os problemas nacionais, acatando diferentes correntes epistemológicas, desde que filiadas ao compromisso social de contribuir para a construção de uma sociedade mais justa. A ABRAPSO nasceu da insatisfação com a psicologia européia e americana. Os problemas de nossa sociedade, marcada pela desigualdade social e pela miséria, não encontravam soluções na psicologia social importada como um saber universal dos países do Primeiro Mundo.
- Algumas abordagens teórico-metodológicas que fazem parte do grupo heterogêneo de teorias que convencionamos chamar de “Psicologia Social Crítica”.
1) Análise institucional – as reflexões são analisadas a partir das instituições que você ocupa.
2) Psicologia Sócio-Histórica – as reflexões acontecem a partir dos aspectos sociais, históricos e culturais interferindo no sujeito e influenciando a sua subjetividade.
Buscavam se contrapor às dicotomias (como indivíduo/sociedade e teoria/prática) sustentadas pelo modelo positivista de ciência e construir uma Psicologia comprometida com a transformação da realidade brasileira. Buscavam construir uma Psicologia que considerava o “conhecimento científico como práxis, unidade entre saber e fazer”, na qual a teoria e prática deveriam ser vividas sempre como militância. 
3) Teorias das Representações Sociais – as reflexões surgem a partir das teorias criadas pelo senso comum. Reflete a partir de teorias do senso comum.
A preocupação de entender os (e intervir nos) problemas sociais de seu país. 
“os trabalhos são desenvolvidos essencialmente em torno de temas ou domínios chamados de “aplicação”, mas que em efeito, são domínios onde surgem problemas sociais importantes: educação, saúde, ambiente, política e justiça social, movimentos sociais, memória e história... essa orientação social é característica de uma “escola” radicalmente diferente da perspectiva das escolas européias. Estas se dedicam a processos e temas definidos de maneira teórica para enriquecer a teoria, afinar as metodologias, no laboratório ou no campo; ou para oferecer novas vias de análise dos fenômenos, conceitos e temas da disciplina “psicologia social”, opondo-se as correntes tradicionais.”
4) Abordagens contrucionistas – ponto de referência é a linguagem, considera-se o discurso do outro. Reflete a partir do discurso do outro que também é verídico e legítimo, reflete a partir de produção de sentidos. 
Aquela que se preocupa com a explicitação dos processos por meio dos quais as pssoas descrevem e explicam o mundo em que vivem. É um movimento de questionamento das formulações representacionistas sobre produção de conhecimento, que perpassa diferentes campos do saber, tais como a filosofia, a antropologia, a sociologia, a física e a própria Psicologia Social.
Para Lupicinio, a principal característica desse movimento é o contínuo questionamento daquilo que é considerado óbvio, natural, correto e evidente. 
A postura construicionista problematiza o modo como aprendemos a olhar para o mundo e para nós mesmo. Questiona a idéia de que podemos produzir conhecimento a partir da observação objetiva e imparcial da realidade – como se a ciência fosse um “espelho” que reflete as coisas tal como elas são. Sustenta que a verdade, o bom e o correto são construções sociais.
A postura construcionista nos convida a problematizar a essencialização do mundo social e natural, bem como a entender a historicidade e o caráter situado de nossas maneiras (científicas ou não) de compreender o mundo em que vivemos. Ao fazer isso, a linguagem deixa de ser apenas expressiva e adquire um caráter performativo, passando a ser uma “forma de construção da realidade por gerar as categorias a partir das quais pensamos e damos sentidos aos eventos do nosso cotidiano. Como conseqüência, o conhecimento passa a ser tomado como uma construção coletiva resultando de práticas sociais culturalmente localizadas.”
5) Psicologia Comunitária – levamos em consideração o território do indivíduo. Constrói relações simbólicas através do território.
6. Cognição Social – como processos cognitivos vão interferir nas nossas relações sociais. Relações sociais e os aspectos cognitivos para a análise.

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