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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO ENFERMAGEM EDIULENE DA SILVA OLIVEIRA GOMES JADE NAISA PONTES FRANÇA MARCIA DE MIRANDA ALBINO RODRIGUES NATALHA APARECIDA SOUZA MORAES NEIDE DE OLIVEIRA DOS SANTOS ATENDIMENTO HOLISTICO AO PACIENTE COM DIABETES MELITTOS Porto Velho 2019 EDIULENE DA SILVA OLIVEIRA GOMES JADE NAISA PONTES FRANÇA MARCIA DE MIRANDA ALBINO RODRIGUES NATALHA APARECIDA SOUZA MORAES NEIDE DE OLIVEIRA DOS SANTOS ATENDIMENTO HOLISTICO AO PACIENTE COM DIABETES MELITTOS Trabalho Interdisciplinar apresentado ao Curso enfermagem da UNOPAR - Universidade Pitágoras Unopar, para as disciplinas de Terapia Medicamentosa, Didática Aplicada a Enfermagem, Fundamentos Técnicos de Enfermagem e Enfermagem na Saúde do Adulto; Seminário Interdisciplinar. Profs.º Franciely Midori Bueno de Freitas, Maria Aparecida dos Santos Silva Canario, Dayane Aparecida Scaramal e Renata Cristina Góes. Porto Velho 2019 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 4 2. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 5 2.1 ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS DO ENFERMEIRO PARA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE..............................................................................................,....6 3 TERAPÊUTICAS MEDICAMENTOSAS RELACIONADAS A DIABETES MELITTOS TIPO II...............................................................................................................................7 4 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO RELACIONADOS AO CUIDADO...........................Erro! Indicador não definido. 5 A PATOLOGIA...............................................................................................................9 CONCLUSÃO..................................................................................................................13 REFERÊNCIAS...............................................................................................................14 4 1. INTRODUÇÃO O trabalho em tela foi construído a partir de pesquisa bibliográfica, onde realizamos consultas em artigos científicos, materiais utilizados nas webs aulas e biblioteca digital da Unopar. A proposta de Produção Textual Interdisciplinar em Grupo (PTG) terá como temática Atendimento Holístico ao paciente com Diabetes Melittus. Possibilitando assim a aprendizagem interdisciplinar dos conteúdos desenvolvidos nas disciplinas desse semestre. Esse trabalho possui como objetivo geral interpretar a proposta de produção textual em grupo (PTG), a partir dela, compreender a relação entre as patologias e suas implicações, analisando prognósticos e as características peculiares de cada paciente no trabalho da equipe de enfermagem. Práticas educativas em saúde, com articulação de teoria e prática, contribuindo para a reflexão do discente acerca do saber científico e da prática profissional. Elaborando produções científicas conforme as normas da ABNT. Através dessa situação geradora de aprendizagem veremos a importância de realizar o diagnóstico de enfermagem, estabelecendo as condutas necessárias para o reestabelecimento da saúde, aplicando o conhecimento de todas as áreas de cuidado para um atendimento individual e humanizado. 5 2. DESENVOLVIMENTO Situação-problema: E. P. C., 67 anos, viúvo, aposentado, ex-motorista de caminhão, baixo nível de instrução, tabagista há 48 anos, com uso de dois maços de cigarro por dia, reside em região ribeirinha, sem saneamento básico com difícil acesso à Unidade Básica de Saúde (UBS). Portador de dislipidemia e hipertensão arterial, altura 1,63m e 96 kg, há três dias iniciou com sintomatologia de polidipsia e poliúria, levando-o a procurar atendimento na UBS. A partir do primeiro atendimento foi encaminhado para acompanhamento via ambulatório devido a níveis glicêmicos elevados em jejum, compatíveis com quadro de DM tipo II. Foram propostas uma terapia medicamentosa a esse paciente e um acompanhamento em grupo de atenção nutricional em sua UBS de abrangência, entretanto E. P. C. não aderiu ao tratamento e evoluiu com quadro de parestesia em membros inferiores (MMII), principalmente à esquerda, onde já apresenta lesão ulcerativa com tecido necrótico em 4ª e 5º pododáctilo e calcâneo. Após um almoço familiar, apresentou confusão, seguida de rebaixamento de nível de consciência e síncope. Foi atendido pelo SAMU (Serviço de Atendimento Móvel e Urgência), e recebeu tratamento para cetoacidose diabética com insulina de ação rápida, sendo encaminhado para unidade hospitalar de referência. No hospital, foi internado em leito de UTI onde passou a receber insulinoterapia por bomba de infusão contínua além de monitorização glicêmica. Com sua internação prolongada, a lesão de MIE apresentou piora, com aumento do tecido necrótico para região posterior do pé, ausência de pulso pedioso palpável e odor fétido. O médico angiologista avaliou o caso e realizou desbridamento cirúrgico. Após estabilização do quadro, recebeu alta da UTI para o setor de internação, onde a equipe de enfermagem realiza curativo uma vez ao dia em MIE. A lesão, em região de calcâneo, apresenta 1cm de profundidade, 3 cm de largura e 3 cm de comprimento, estendendo a região posterior do pé esquerdo; há presença de tecido fibrinoso em grande quantidade, pequenos pontos de necrose, e exsudato purulento em grande quantidade, bordas irregulares e com pouco tecido de granulação. Considerando 6 a previsão de alta hospitalar próxima, a enfermeira Roberta foi realizar a orientação para o paciente e familiares sobre as técnicas de curativo e os cuidados necessários com pé diabético. 2.1 ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS DO ENFERMEIRO PARA PROMOÇÃO DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE O termo educação em saúde vem sendo utilizado desde as primeiras décadas do século XX e para sua melhor compreensão faz-se necessário o entendimento da história da saúde pública no Brasil (BRASIL, 2012). O Ministério da Saúde (2012) acrescenta ainda que a expansão da medicina preventiva para algumas regiões do país, a partir da década de 1940, com o Serviço Especial de Saúde Pública (SESP), apresentava estratégias de educação em saúde autoritárias, tecnicistas e biologicistas, em que as classes populares eram vistas e tratadas como passivas e incapazes de iniciativas próprias. As ações do Estado se davam por meio das chamadas campanhas sanitárias. A promoção da saúde ocorre quando a comunidade se apropria dos conhecimentos necessários para melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo maior participação dos indivíduos no controle deste processo. O conceito de promoção da saúde engloba os determinantes relacionados aos aspectos comportamentais e de estilo de vida, e também às condições sociais e ambientais em que as pessoas vivem e trabalham (GIOVANELLA, 2010). Refere às atividades voltadas para o desenvolvimento de capacidades individuais e coletivas visando a melhoria da qualidade de vida e saúde. Desse modo, dentre as ações da ESF, emergem as ações educativas como ferramenta fundamental para estimular tanto o autocuidado como a autoestima de cada indivíduo, e muito mais que isso, de toda a família e comunidade, promovendo reflexões que conduzam a modificações nas atitudes e condutas dos usuários (TOMASI, 2015). A oferta das estratégias nas ações educativas, estão voltadas ao acompanhamento do pré-natal e puerpério - aleitamento materno e prevenção do câncer de colo de útero e de mama. Há necessidade de aumento da proporção de equipes que realizem ações direcionadas para uso e dependência de drogas lícitas, ilícitas e 7 ansiolíticos/benzodiazepínicos,e prevenção da tuberculose e hanseníase (VENANCIO, 2016). Incluindo ainda estrategias que ofereçam ações a população idosa, como a promoção do envelhecimento ativo e a garatia da atenção à saúde do idoso. Assim são nece3ssárias ações de promoção da saúde orientadas ao envelhecimento saudável (SASAKI, 2013). Diante o exposto é importante ressaltar que exitem dois tipos de educação em saúde, são elas: permanente e continuada. A educação permante refere-se A Educação Permanente é a política de formação que norteia as ações de Desenvolvimento do Grupo de Seleção e Desenvolvimento de Recursos Humanos/CRH (OGUISSO, 2000). Em seu estudo Ferraz (2005) que esta tem como objetivo promover os processos formativos definidos a partir da problematização do seu processo de trabalho, em que a sua função é a de transformar as práticas profissionais e da própria organização do trabalho, com referência nas demandas de saúde dos indivíduos, do controle social em saúde, além da gestão setorial. Enquanto a educação continuada é a educação que tem como base a filosofia de que nunca é cedo ou tarde demais para se aprender algo novo. Vale citar que a educação continuada é atitudinal, isto é, os indivíduos podem e devem estar com a mente aberta para ideias, comportamentos ou habilidades. Saiba que a educação continuada nota as pessoas como aptos a desfrutar de oportunidades de aprendizado em todas as idades (RIBEIRO, 1996). 3 TERAPÊUTICAS MEDICAMENTOSAS RELACIONADAS A DIABETES MELITTOS TIPO II O diabetes mellitus consiste em uma síndrome metabólica caracterizada por níveis elevados de glicose sanguínea. É causado por uma combinação de desordens metabólicas, que resultam de defeitos múltiplos, como: resistência à insulina nas células adiposas e musculares, um progressivo declínio na secreção pancreática de insulina, produção de glicose no fígado descontrolada e outras deficiências hormonais (BRAZ,2012). O tratamento após a alta hospitalar inclui como terapeutica medicamentosa a 8 metiformina e a glibenclamida. Dentro de suas classes medicamentosas estão: Biguanidas: a principal representante dessa classe é a metformina, via oral. A metformina reduz a produção hepática de glicose e combate a resistência à insulina e não causa hipoglicemia. Pelo seu efeito de agir diretamente na causa do diabetes tipo II, que é a resistência insulínica, é o primeiro medicamento a ser pensado para começar o tratamento do diabetes tipo II. Pode causar intolerância gastrointestinal e existem opções de comprimidos com liberação lenta que podem ser utilizados naqueles pacientes que apresentam intolerância gastrointestinal. Sulfonilureias: Estimulam a produção pancreática de insulina pelas células beta do pâncreas, mas podem causar hipoglicemia. São representantes mais conhecidos e utilizados desta classe: glibenclamida, gliclazida e glimepirida, todos via oral (RANG, 2012, p. 217). A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas, e tem como função metabolizar a glicose (açúcar no sangue) para produção de energia, no qual a via mais utilizada para a aplicação de insulina é a subcutanea, camada de gordura que fica logo abaixo da pele. Os locais indicados para aplicação de insulina, são os seguintes: Abdômen, Coxas Braços e Nádegas (BAZ, 2012). Deste modo a enfermagem tem papel fundamental na prestação da informação ao paciente frente às medidas preventivas, tanto envolvendo as ações de prevenção primária, que incluem mudanças no estilo de vida da população saudável e ações de prevenção secundária, que abarcam a incorporação do tratamento diante do diabetes, e nos casos de complicações decorrentes do diabetes o paciente é assistido em sua reabilitação social, física e emocional (BRASIL, 2013). 4 ATRIBUIÇÕES DO ENFERMEIRO RELACIONADOS AO CUIDADO O enfermeiro tem papel fundamental na identificação das necessidades do paciente, na educação dos familiares e, portanto, coordenação do planejamento da alta. Este profissional deve avaliar as habilidades do paciente para o autocuidado, assim como o interesse e as condições da família em ajudá-lo, incluindo seu cuidado no domicílio e/ou o adequado preparo da família para assumir tais cuidados (BRAZ, 2012). A tratamento das feridas e cuidados com a perda dos tecidos cutâneos é umas das mais antigas preocupações da medicina, de acordo com Smaniotto et al. (2010). Esse tratamento pode ser realizado por meio de procedimentos cirúrgicos ou clínicos, 9 sendo o último o mais utilizado para a reparação tecidual, segundo o autor. Para a realização destes tratamentos, é imprescindível o conhecimento fisiopático e bioquímico dos “mecanismos de cicatrização e reparação tissular” (SMANIOTTO et al., 2012, p. 623). Algumas feridas podem ter sua ocorrência devido a traumatismos, lesões por pressão, diabetes, entre outros exemplos, e podem ser classificadas como: feridas simples e feridas complexas, sendo a ferida simples como “aquela que evolui espontaneamente para a resolução, seguindo os três estágios principais da cicatrização fisiológica: inflamação, proliferação celular e remodelagem tecidual” (SMANIOTTO et al., 2012, p. 624). Já as feridas mais complexas são definidas por Ferreira et al. (2006, apud SMANIOTTO, 2012, p. 624) de acordo com alguns critérios: 1. extensa e profunda perda de tegumento; 2. presença de infecção local; 3. comprometimento da viabilidade dos tecidos com necrose; e 4. associação a doenças sistêmicas que dificultam o processo fisiológico de reparação tecidual. O tratamento dessas feridas é realizado por meio de curativos, que são, de acordo com Harding, Morris e Patel (2006) “um meio terapêutico que consiste na limpeza e aplicação de material sobre uma ferida para sua proteção, absorção, e drenagem, com o intuito de melhorar as condições do leito da ferida e auxiliar sua resolução”. O enfermeiro deverá higienizar no local antes de aplicar o curativo, cuidar também dos líquidos que irão vazar do ferimento, e também lembrar que vai ser preciso trocar o curativo depois(dependendo sempre do ferimento). Lavar as mãos com sabonete antes de prestar os primeiros socorros, lavar completamente o ferimento com água e sabonete suave, aplicar um ungüento antibiótico, se houver e por fim, aplicar o curativo limpo. 5 A PATOLOGIA ACETOACIDOSE DIABÉTICA (CAD) é uma complicação aguda do Diabetes Mellitus (DM) caracterizada por hiperglicemia, acidose metabólica, desidratação e cetose, 10 na vigência de deficiência profunda de insulina. Acomete principalmente pacientes com DM tipo 1 (DM1) e geralmente é precipitada por condições infecciosas ou omissão da administração de insulina (CASTRO E CUNHA, 2013). Cetoacidose diabética é uma condição grave que pode resultar em coma ou até mesmo a morte. A cetoacidose diabética acontece quando os níveis de açúcar (glicose) no sangue do paciente diabético encontram-se muito altos. A insulina é responsável por fazer com que a glicose que está na corrente sanguínea entre nas células do nosso corpo e gere energia. A Insulina exerce efeitos muito pronunciados sobre o metabolismo da maior parte dos diferentes tipos de alimentos – carboidratos, gorduras e proteínas. Sem insulina um animal ou um ser humano não consegue crescer, em parte por não poder utilizar mais que parte bem pequena do carboidrato que ingere, mas também por suas células serem incapazes de sintetizar proteínas (BRAZ, 2012). O mesmo autor acrescenta que facilita a entrada de glicose nas células, para não ocorrer hiperglicemia (aumento de glicose na corrente sanguínea). Já o glucagon provoca o efeito oposto ao da insulina, aumenta o nível de glicose no sangue pela transformação do glicogênio hepático. A CAD resulta da deficiência profunda de insulina, seja ela absoluta ou relativa, e do excesso de hormônios contra-reguladores, como glucagon, cortisol ecatecolaminas. Nesta circunstância, tecidos sensíveis à insulina passam a metabolizar principalmente gorduras ao invés de carboidratos. Como a insulina é um hormônio anabólico, sua deficiência favorece processos catabólicos, como lipólise, proteólise e glicogenólise (ISPAD,2017). Na maioria das vezes, a CAD é precipitada por fatores desencadeantes identificáveis, dos quais os mais comuns são as infecções (30–39%) e a omissão do uso de insulina (21–49%). Apesar de existirem inúmeros fatores já conhecidos associados ao desenvolvimento de CAD, algumas vezes essa complicação aguda ocorre sem que nenhum evento precipitante consiga ser evidenciado(ISPAD,2017). Segundo Braz (2012, p.57), os principais fatores precipitantes da CAD são: • Omissão da insulinoterapia; • Infecções (principalmente pulmonares); 11 • Situações de stress agudo: Acidente vascular encefálico (AVE), infarto agudo do miocárdio (IAM), pancreatite aguda, traumatismo, choque, hipovolemia, queimaduras, embolismo pulmonar, isquemia mesentérica etc; • Gestação; • Outras patologias associadas (acromegalia, hemocromatose, hipertireoidismo) • Problemas na bomba de insulina ; • Abuso de substâncias (álcool, cocaína) ; • Uso de medicamentos: corticosteróides, diuréticos (tiazídicos, clortalidona), agentes simpaticomiméticos (albuterol, dopamina, dobutamina, terbutalina, ritodrina), bloqueadores α-adrenérgicos, bloqueadores βadrenérgicos, pentamidina, inibidores de protease, somatostatina, fenitoína, antipsicóticos atípicos (loxapina, glucagon, interferon, bloqueador de canal de cálcio, clorpromazina, diazóxido, cimetidina, encainida, ácido etacrínico); • Transtornos alimentares (compulsão alimentar, bulimia) Nos pacientes em uso de sistemas de bomba de infusão subcutânea de insulina (BISCI), também chamados de “bomba de insulina”, os fatores estão associados ao desenvolvimento de CAD por problemas intrínsecos à bomba (obstrução ou perda do posicionamento correto da cânula de infusão, presença de bolhas ou dobras no circuito de infusão, término de insulina contida no dispositivo, presença de infecção no local da cânula ou bateria fraca) ou por problemas extrínsecos ao sistema (baixa adesão do paciente às orientações recebidas, permanecendo desconectado do sistema por tempo superior àquele recomendado, sem administração compensatória de insulina por via convencional); No período antecedendo a CAD, há manifestações referentes à descompensação metabólica, como poliúria, polifagia, polidipsia e cansaço. Com a instalação da CAD, são observados anorexia, náuseas e vômitos, que podem agravar a desidratação. Cefaléia, mal-estar, parestesia e dor abdominal também são comuns. Com progressão da CAD, pode haver alteração do nível de consciência, embora coma só ocorra em cerca de 10% dos pacientes. É importante lembrar que a existência de DM nem sempre é mencionada, pois a CAD pode ser a forma de apresentação inicial da doença (ISPAD,2017). O exame físico revela desidratação, com mucosas ressecadas, turgor cutâneo diminuído e língua pregueada. Há taquicardia, hálito cetônico (de “maçã passada”) e alterações do ritmo respiratório. Inicialmente há taquipnéia, que é seguida por ritmo de Kussmaul, podendo evoluir para respiração superficial em casos mais graves. Pode ainda haver hipotensão arterial. Na avaliação clínica, devem ser pesquisados sinais e sintomas sugestivos de possíveis condições desencadeantes, para que estas possam ser corrigidas, facilitando a recuperação da CAD. Alguns fatores são considerados como sugestivos de pior prognóstico, como a ocorrência da complicação em pacientes nos extremos etários, a presença de hipotensão arterial ou de hipotermia (ISPAD,2017). 12 A cetoacidose leve a moderada pode ser tratada fora de unidade intensiva. Casos mais graves devem ser conduzidos em CTI. A CAD pode ser classificada quanto à gravidade, utilizando-se critérios como bicarbonato sérico, pressão arterial, anion gap, excesso de base e osmolaridade sérica. Em todos casos, é necessária hidratação, insulinoterapia e correção de possíveis anormalidades hidro-eletrolíticas. 13 CONCLUSÃO A CAD é um evento agudo que pode abrir o quadro de DM em pacientes que desconhecem seu diagnóstico, principalmente em pacientes portadores de DM do tipo 1. Podem ser observados a hiperglicemia, cetose ou cetonúria, desidratação e acidose metabólica, que dependendo da gravidade pode levar ao coma diabético e ao óbito. Tendo por fatores precipitantes dessa afecção as infecções, e também uso de substâncias ilícitas, álcool, antiinflamatórios esteroidais e mesmo patologias como o acidente vascular encefálico e o infarto do miocárdio (estressores), a prevenção de tais situações em pacientes sabidamente diabéticos, além do adequado uso da insulina e controle glicêmico capilar, são essenciais na diminuição da prevalência da CAD. Um manejo adequado da CAD é primordial no controle de tal evento, com hidratação, insulinoterapia e manejo dos distúrbios eletrolíticos. Este estudo mostrou, de maneira clara, que é necessário prover avaliação sistemática nos programas de atenção básica, utilizando-se estratégias de educação em saúde baseadas em tecnologias leve e média leve, na prevenção de complicações em pessoas com DM. Além de detectar possíveis problemas, a avaliação sistemática dos cuidados possibilita sensibilizar os indivíduos para o desenvolvimento de habilidades para o autocuidado na prevenção do adulto diabético. A educação em saúde tem como objetivo sensibilizar, motivar e mudar atitudes da pessoa para incorporar a informação recebida sobre os cuidados. Uma das intervenções educativas para o autocuidado em serviços de atenção primária, em, consiste no registro sistemático das informações. Essa intervenção permite que os outros membros da equipe multiprofissional acompanhem a avaliação da doença realizada pelo enfermeiro, com vistas a assegurar a integralidade do cuidado em saúde. 14 REFERÊNCIAS Brasil. Ministério da Saúde D de AB. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica: diabetes mellitus. [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica; 2013 [citado 20 de junho de 2018]. 160 p:il. (Cadernos de Atenção Básica). 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