Buscar

Teoria geral do Processo 1° Bimestre

Prévia do material em texto

Organização dos Poderes.
Aristóteles: soberano reunia 3 funções estatais: editar normas, aplicar as normas e julgar
Bill of Rights (1689): Revolução Gloriosa. “Segundo Tratado do Governo Civil”, de John Locke
Montesquieu: “O Espírito das Leis”. Fala de 3 órgãos distintos, autônomos e independentes entre si
Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão – 1789
Por que separar? Evitar o despotismo, objetivo das revoluções liberais
Como? Duas chaves:
Colaboração e consenso
Fiscalização e responsabilização recíproca
Nasce o Sistema de Freios e Contrapesos. Na CF:
Art. 5º, XXXV – Judiciário revê atos de CPI
Art. 52, I – Senado julga o PR por crimes de responsabilidade
Art. 62 – MP editada pelo PR pode ser rejeitada pelo Legislativo
Art. 66, § 1º - sanção ou veto de lei, e 66, §§ 4º a 6º - derrubada de veto
Art. 97 - Declaração de inconstitucionalidade de lei
Funções típicas e atípicas: as típicas são as predominantes, inerentes e ínsitas à natureza de cada órgão
	
	FUNÇÕES TÍPICAS
	FUNÇÕES ATÍPICAS
	LEGISLATIVO
	Legislar
Fiscalização contábil, financeira, orçamentária e patrimonial
	Executiva: administra seus quadros
Jurisdicional: crimes de responsabilidade
	EXECUTIVO
	Atos de chefia de Estado, Governo e atos de administração
	Legislativa – art. 62 (MP)
Jurisdicional – processos administrativos
	JUDICIÁRIO
	Julgar – dizer a lei ao caso concreto
	Legislativa: regimento interno dos tribunais (art. 96, I, “a”
Executiva: administra seus quadros.
CO deu, só CF muda. Tripartição dos “poderes”? O poder é uno, e se manifesta por intermédio dos órgãos, que exercem funções.
“Poder” Legislativo (função) é do Congresso Nacional (órgão). Art. 44
“Poder” Executivo (função) é exercido pelo PR (órgão), auxiliado pelos ministros de Estado
“Poder” Judiciário (função) tem órgãos (art. 92) – STF, STJ, CNJ, TRF, Juízes Federais, Tribunais e Juízes do Trabalho, Eleitorais, Militares, dos Estados
Indelegabilidade: P
Pode haver atribuição de tarefas, como nas leis delegadas (art. 68)
ORGANIZAÇÃO DOS PODERES PODER LEGISLATIVO
No Brasil, temos o bicameralismo federativo no âmbito federal (art. 44) e unicameral nos estados, municípios e territórios.
Deputados Federais: são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões, palavras e votos (art. 53)
número é matéria de LC (art. 45, § 1º da CF). É a LC n. 78/93, que determina: 513 deputados, com 4 anos de mandato
Mínimo de 8 deputados por estado – Roraima tem 488.000 h., 1 deputado para cada 61.000 h.
Máximo de 70 deputados federais por estado – São Paulo tem 43.670.000 h., 1 deputado para cada 623.857 h. 
Território Federal tem 4 deputados federais
Deputados Estaduais (art. 27, “caput”): estados com até 12 deputados federais, multiplica por 3; mais que 12, 36 deputados estaduais mais o número que excede a 12 (se tem 15 federais, 36 + 3 = 39).
4 anos de mandato
Sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, remuneração, perda de mandato, licença, impedimentos, incorporação às forças armadas – semelhantes aos dos deputados federais
Subsídio não pode ser maior que 75% do que o dos deputados federais (art. 27, § 2º)
Vereadores 
Número proporcional à população – art. 29, inc. IV, nos termos da EC 58/2009 (PEC dos Vereadores, que criou 7000 novos cargos)
Resolução n. 21.702/2004 – TSE (Mira Estrela)
4 anos de mandato, e inviolabilidade material por opiniões, palavras e votos no exercício do mandato e na circunscrição do Município (art. 29, VIII)
Remuneração não pode ser superior a 75% dos subsídios dos Deputados Estaduais, e nem superiores à do Prefeito (art. 37, XI)
O art. 29A determina que os gastos com pessoal na Câmara podem chegar no máximo a 70% do duodécimo.
Poder Legislativo Distrital
Mesma regra dos Estaduais (32, § 3º)
Poder Legislativo dos Territórios
Câmara Territorial. Ainda não se sabe como será (art. 33, § 3º) 
Atribuições do Congresso Nacional
Art. 48 – CN, com sanção do PR, dispõe sobre as matérias de competência da União. São leis, ordinárias ou complementares.
Art. 49: competência exclusiva do CN, que edita a espécie normativa “decreto legislativo”.
As deliberações sobre decreto legislativo são realizadas em sessões conjuntas e bicamerais entre a CD e o SF. Cada casa conta seus votos. O único caso de sessão unicameral é o do art. 3º do ADCT, do processo de revisão constitucional.
Representantes do povo
Eleição proporcional – 8 a 70 (art. 45, § 1º). A LC 78/93 fixou o número máximo em 523 deputados, em 4 anos de legislatura.
Subsídios iguais aos dos ministros do STF. Atenção: tanto para Deputados quanto para Senadores, este é o teto (37, XI)
Só são contados os votos dados a candidatos e legendas
Vamos agora ao cálculo proporcional (art. 106 do Código Eleitoral), em 3 passos:
Requisitos para a candidatura (art. 14):
Brasileiro nato ou naturalizado (naturalizado não pode ser Presidente da CD – art. 12, § 3º, II)
Maior de 21 anos
Pleno exercício dos direitos políticos
Alistamento eleitoral
Domicílio eleitoral na circunscrição
Filiação partidária
Competências privativas
Art. 51 – emitir resoluções
Iniciativa de lei para fixar sua remuneração
Representantes dos estados e do Distrito Federal (26 estados + DF = 81 votos)
Eleições majoritárias
3 senadores, cada um com 2suplentes
Mandatos de 2 legislaturas, equivalentes a 8 anos. A renovação é de 1/3 e de 2/3, alternadamente
Remuneração: subsídio do STF
Requisitos para a candidatura
Brasileiro nato ou naturalizado (nato somente o Presidente – art. 12, § 3º, inc. III)
Maior de 35 anos
Pleno exercício dos direitos políticos
Alistamento eleitoral
Domicílio eleitoral na circunscrição
Filiação partidária
Competências privativas (art. 52)
Veículo é a resolução
Deliberações
As votações do CN podem ser secretas ou ostensivas (abertas)
A regra é a votação aberta. Há casos de votação secreta (aprovação de titulares de cargos como PGR, TCU et.), e eleição de presidente da casa.
Importante alteração foi promovida pela EC 35/01, que retirou o caráter secreto das deliberações do art. 53, §§ 2º e 3º (resolver sobre prisão em flagrante de crime inafiançável ou sustar o andamento de ação penal contra parlamentar)
Sobre a remuneração e teto: cota para exercício de atividades parlamentares, verba de gabinete, auxílio-moradia, passagens aéreas, plano de saúde etc. – mais ou menos uns 83 mil reais por mês.
Se somarmos a verba de gabinete, o valor chega a 180 mil.
Dever de transparência – existe (MS 28178 – Folha x Senado, sobre a verba indenizatória dos Senadores – Rel. Barroso). Senado: divulgar coloca em em risco a segurança da sociedade e do Estado, e invade a vida privada, honra e intimidade dos parlamentares
Das reuniões
Sessão ordinária – art. 57, caput: de 2/2 a 17/7 e de 1/8 a 22/12. Fora isso, recesso. Cada legislatura tem 4 sessões ordinárias.
Art. 57, § 2º: a sessão não será interrompida sem a aprovação da LDO
Convocação extraordinária (57, § 6º)
a) Presidente do Senado: estado de defesa, intervenção federal, pedido de estado de sítio, compromisso e posse do PR e Vive
b) PR e Pres. da Câmara e do Senado ou maioria de ambas casas - em caso de urgência ou interesse público relevante, em todas as hipóteses deste inciso com a aprovação da maioria absoluta de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Na Sessão Extraordinária:
Somente será votada a matéria da convocação (art. 57, § 8°), com exceção das Medidas Provisórias (art. 57, § 8º)
A convocação não será indenizada (EC 50/2006). O STF já decidiu que este item é de reprodução obrigatória pelos EM (ADI 4587)
Sessão conjunta (57, § 3º)
Bicameral (81 Senadores + 513 Deputados)
A mais importante: conhecer do veto e sobre ele deliberar
Mesa do CN: Presidente do SF; 1º VP da Câmara; 2º VP do Senado, 1º Secretário da CD etc.
Organismos constituídos em cada casa, composto de um número geralmente restrito de membros, encarregados de estudar e examinar as proposições legislativas e apresentar pareceres
São instauradas noCN, na CD e no SF, nos termos dos regimentos internos das casas e do Congresso Nacional.
Podem ser:
1. Permanentes: são as assim determinadas nos regimentos internos (ex, no SF: Comissão de Assuntos Econômicos, de Assuntos Sociais, de Constituição, Justiça e Cidadania etc.).
Tais comissões discutem e votam matéria de sua competência que não exijam votação em plenário (como exigem, por exemplo, os PL de leis orçamentárias - 166, § 2º), ressalvado o recurso do décimo (58, § 2º)
2. Temporárias: apreciam matérias específicas, extinguem-se com o término da legislatura ou com o cumprimento de sua finalidade
No art. 74 do RISF, internas (específicas – ex: obras), externas (representação) e Parlamentares de Inquérito
Art. 58, § 3º, Lei 1579/52 (com alterações) e Regimento Interno
Comissões temporárias destinadas a investigar fatos certos e determinados
Lenza fala que exerce a função típica de fiscalizar.
Criação: art. 58, § 3º - CD e SF, em conjunto ou separadamente, mediante requerimento de 1/3 dos membros de cada casa (171/27)
Requisitos:
Requerimento de 1/3 da casa
Fatos determinados, relevantes para a vida pública
Prazo certo
RISF (art. 46): não há CPI em matéria pertinente a CD, ao Judiciário (só no tocante à jurisdição – HC 79441) e aos Estados (tem parlamento próprio)
CPI simultâneas: RICD, art. 35, § 4º - no máximo 5
Prazos prorrogáveis – não pode passar a legislatura
Poderes da CPI – investigação própria das autoridades judiciais, além de outras previstas no RI
Típicas do juízo de instrução. E o que é isso?
MS 23452 e Lei 1579/1952
Quebra, desde que fundamentado e motivado:
De sigilo fiscal;
De sigilo bancário;
Do sigilo de dados.
LC 105/2001 – informações e documentos sigilosos diretamente de instituições financeiras ou por intermédio do Banco Central ou CVM
Ouvir testemunhas, inclusive com condução coercitiva (pode ter caído - ADPF 395 e 444, de junho de 2018)
Ouvir investigados ou indiciados, respeitado o direito ao silêncio (HC 80584) – salvos-condutos do mensalão
Esposa do investigado tem que responder, mas não firma compromisso de dizer a verdade (HC 86.355)
cláusula de reserva de jurisdição – CPI não pode:
fazer grampo telefônico (art. 5º, XII) – mas “grampo pretérito” pode.
diligência e busca domiciliar (art. 5º, XI) 
Das ordem de prisão, salvo flagrante delito (5º, LXI)
Postulado da colegialidade: todas as deliberações são pela maioria e fundamentadas, sob pena de ineficácia (art. 93, IX)
Final: Relatório
À mesa, para elaboração de PL, decreto legislativo ou resolução;
AGU ou MP, para responsabilização;
Executivo, para o que couber;
Comissão permanente pertinente (para fiscalização);
Comissão mista do art. 166, § 1º - permanente, cuida das leis orçamentárias
TCU – art. 71
As CPI do CN, do SF e da CD são longa manus das próprias casas. Contra seus atos, cabe MS no STF
CPI Estadual, Distrital, Municipal?
No 53, § 3º, só fala em CD, SF e CN. Aí, temos que falar em simetria, separação de poderes, equilíbrio do pacto federativo.
Ok, então pode. Mas e os poderes de investigação? Lenza indica que não tem que seguir as matérias do parlamento federal.
E a quebra de sigilo bancário? Pode para o não-federal? STF sinaliza que pode, desde que fundamentado e pertinente para judiciário e CPI federal, estadual e distrital. Não podem quebrar MP, Polícia Judiciária e CPI Municipal (federalismo assimétrico, não tem Senado ou Judiciário)
Comissões mistas
Formadas por deputados e senadores para as matérias de sessão conjunta (vetos e MP, apreciados em forma bicameral – 69, § 9º)
Comissão mista permanente – leis orçamentárias (166, § 1º)
Comissão representativa – só no recesso parlamentar.
Imunidade parlamentar
Material, real, substantiva (53, “caput”): civil e penal por opiniões, palavras e votos relacionados ao mandato. 
Pode haver quebra de decoro (hate speach)
Processual, foral, adjetiva (53, §§ 2º a 5º): prosão, a partir da diplomação, exceto por crimes inafiançáveis e em flagrante. Vota em 24 horas na casa, em voto aberto.
E se ação transita em julgado? AP 565 – a perda do mandato não é automática, devendo ser observada a regra do 55, § 2º
E se houver trânsito em julgado da ação penal condenatória? AP 565 – a perda do mandato não é automática, devendo ser observada a regra do 55, § 2º (maioria absoluta da casa)
Ação Cautelar n. 4039 – admitiu a prisão cautelar de senador, tendo em vista os requisitos da preventiva (2016) 
Sustação do processo
Não precisa pedir autorização da para abrir o processo, mas a casa pode sustar depois de aberto (após a diplomação)
Antes da diplomação, não tem imunidade
Prerrogativa de foro – 53, § 1º
No exercício do mandato, por 
Cessado o mandato, cai o foro. A Súmula 394 falava da extensão do foro, e foi derrubada pelo STF. Meses depois, Lei 10628/02, restabelecendo a extensão e incluindo as ações de improbidade, e foi declarada inconstitucional pelo tribunal - ADI 2797.
AP 937 (2018) - se aplica apenas a crimes cometidos no exercício do cargo e em razão das funções a ele relacionadas.
Prerrogativa de foro – extensão admitida: Senador Ronaldo Cunha Lima - AP 333 (tentativa de homicídio) – Fraude processual por renúncia na véspera do julgamento (14 anos após o fato – 7 x 4 mandou pro juri)
Repetiu-se o julgamento quando o Dep. Donadon (PMDB-RO) renuncia ao mandato na véspera do julgamento por peculato e formação de quadrilha (AP 396)
1 – denúncia em 6/99
2 – renúncia em 27/10/2010
3 – STF decide manter o foro em 28/10/2010
4/11/2010 – prescrição em abstrato
As imunidades são irrenunciáveis, e não se estendem aos suplentes
Deputados estaduais e distritais – mesmo regime, no TJ
Vereadores – não tem.
Perda do mandato (art. 55)
Cassação (constitutiva) – incs. I, II e VI – maioria absoluta e voto aberto (EC 76/2013)
Extinção (declaração) – incs. III, IV e V – mesa da casa
Sentença penal condenatória transitada em julgado
1 – AP 470 (Mensalão) – 17/12/12, por 5x4, suspensos os direitos políticos (art. 15, III), decretada a perda do mandato eletivo de João Paulo Cunha. A casa só decreta se a decisão não disser nada (decisão antes da diplomação, por exemplo). É efeito irreversível da sentença condenatória.
2 – AP 565 – Sen. Ivo Cassol – muda. A casa tem que votar a cassação, embora a pena tenha que ser cumprida de qualquer forma. Hoje temos parlamentares cumprindo ao mesmo tempo pena e mandato.
Renúncia para não perder o mandato
A EC de Revisão n. 6/94 diz que a renúncia fica sujeita a condição suspensiva.
Infidelidade partidária
Desfiliação sem justa causa gera a perda do mandato – só para o proporcional
Art. 22A, parágrafo único da Lei 9096/95 (lei dos partidos políticos) – nos 30 dias anteriores ao prazo de filiação para concorrer à eleição
Art. 56 – Não perde o mandato:
investido no cargo de Ministro de Estado, Governador de Território, Secretário de Estado, do Distrito Federal, de Território, de Prefeitura de Capital ou chefe de missão diplomática temporária;
licenciado pela respectiva Casa por motivo de doença, ou para tratar, sem remuneração, de interesse particular, desde que, neste caso, o afastamento não ultrapasse cento e vinte dias por sessão legislativa.
Regras procedimentais, constitucionalmente previstas, para a elaboração das espécies normativas.
Emendas à CF
Leis complementares
Leis ordinárias
Leis delegadas
Medidas provisórias
Decretos legislativos
Resoluções
As desobediência ao rito gera vícios formais geralmente não superáveis. Para as espécies normativas de segundo grau, a inconstitucionalidade.
Regras procedimentais, constitucionalmente previstas, para a elaboração das espécies normativas.
Emendas à CF
Leis complementares
Leis ordinárias
Leis delegadas
Medidas provisórias
Decretos legislativos
Resoluções
As desobediência ao rito gera vícios formais geralmente não superáveis. Para as espécies normativas de segundo grau, a inconstitucionalidade.
Fases: 
Iniciativa: Geral (61, caput)
Concorrente (mais de uma pessoa Privativa Popular Conjunta Art. 67 – rejeitadoExtraparlamentar (Executivo, MP, Judiciário, TC, cidadãos etc.)
Constitutiva: 
Deliberação Parlamentar
Discussão
Votação 
Deliberação Executiva
Sanção
Veto
Complementar: Promulgação Publicação.
	Geral (art. 61, caput) 
A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição
Concorrente
Mais de uma pessoa
Privativa (reservada, exclusiva)
Titularidade indelegável
Presidente da República (61, § 1º). Governadores e prefeitos, por simetria. No inc. II, “b”, matéria tributária da União
Judiciário: 96, inc. II – STF, tribunais superiores e TJ – interesse exclusivo; art. 93 – Estatuto da Magistratura (STF)
Câmara dos Deputados (51, IV) e Senado Federal (52, XIII) - iniciativa de lei para fixação da respectiva remuneração
Cabe emenda parlamentar em projeto de iniciativa reservada? Sim, desde que:
a) haja pertinência temática
b) não acarrete aumento de despesa
(Ex: troca 6 cargos de analista em SP por 3 em SP e 3 no RJ)
Exceções - leis orçamentárias:
LOA: alterações tem que ser compatíveis com PPA e LDO; indicar qual despesa substituirá e deve ter por fundamento erros e omissões do PL (63, I e 166, §§ 3º e 4º)
LDO: desde que compatível com o PPA
As disposições sobre iniciativas não se estabelecem como cláusulas pétreas
Sanção Presidencial não convalida vício de iniciativa (ADI 1381-MC)
Iniciativa popular
Diretamente ligada à soberania popular (art. 14, “caput”)
LO ou LC, tanto faz. A porta de entrada é a CD
Critérios
1% do eleitorado nacional
5 estados no mínimo
Em cada estado tem que contar, no mínimo, com 0,3% dos eleitores
É só o início. 1% dos eleitores nas eleições de 2018: 1,47 milhões
Não há rejeição por vício de forma (art. 13, § 2º da L. 9709/98), e só pode conter um assunto (art. 13, § 1º da L. 9709/98)
Temos exemplo de lei de iniciativa popular?
Lei 8930/94 – Lei Gloria Perez, que alterou a lei dos crimes hediondos – PR assinou
Lei 9840/99 – Captação de sufrágio. Tinha 952.314 assinaturas, e precisava ter 1.060.000. Projeto foi subscrito por parlamentares e passou
Lei 11.124/2005 – Fundo Nacional para Moradia Popular (SNHIS e FNHIS)
LC 135/2010 – Lei da Ficha Limpa. Teve 1.700.00 assinaturas, mas foi subscrito por comissões 
E PEC por iniciativa popular? A CF não prevê, mas existe previsão em 18 estados (somos 26 + DF). Em SP, art. 22, inc. IV
Cabe iniciativa popular de lei de matéria reservada? Teoricamente, não caberia, mas nas CCJ da CD e SF, na tramitação do PL da Lei 11124/05 (que criou cargos na Administração Pública), afastou-se a alegação sob o argumento de que todo poder emana do povo (o PCO nunca deixa o povo). 
Nos estados, pelo 27, § 4º, será editada lei federal para regular o tema.
Nos municípios, pelo 29, XIII, 5% do eleitorado
Iniciativa conjunta
Não tem mais. A EC 41/2003 acabou. Antes existia para a iniciativa da lei do teto salarial (PR, Pres. SF, Pres. CD, e Pres. STF). Hoje, só o Presidente do STF.
Iniciativa compartilhada
Caso do MP, no qual o PR tem a iniciativa de propor normas de organização do MP dos Estados, DF e Territórios (art. 61, § 1º, II, “d”), ao mesmo tempo em que, pelo art. 128, § 5º, leis complementares da União e dos Estados, de iniciativa facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as atribuições e o estatuto de cada MP, inclusive disciplinando suas garantias e vedações
Art. 67 – regra da irrepetibilidade dos projetos rejeitados na mesma sessão legislativa cede quando o projeto é reapresentado pela maioria absoluta de qualquer casa ou do CN. 
Não é possível para matéria reservada fora da competência da casa que convoca.
Se PL do PR foi arquivado, cabe MP? Pedro Lenza entende que não. Em tempo: para as MP, tem regra expressa dizendo que não pode reapresentar se for rejeitada ou “caducar” (art. 62, § 10)
Falamos aqui de uma conjugação de vontades entre o Legislativo (deliberação parlamentar) e o Executivo (deliberação executiva).
Sempre haverá uma casa iniciadora, que em regra é a CD (PL deles próprios, do PR, dos tribunais, MP) e uma casa revisora (em regra, o SF)
As comissões, em regra aprovam os PL, sem precisar ir a plenário (art. 24, II, do RICD). Há exceções, como:
Lei complementar
Códigos
Leis de iniciativa popular
Regime de urgência
Parecer da CCJ é terminativo, assim como o da Comissão de Finanças e Tributação. 
Cabe recurso regimental, e o recurso do décimo (58, § 2º, I)
Processo de votação
Ostensivo: simbólico (senta-levanta) e nominal
Secreto: sistema eletrônico ou cédulas. Hoje é exceção, como no caso de deliberação, durante o Estado de Sítio, sobre a suspensão das imunidades a Deputados (53, § 8º)
Casa Revisora
Aprova – vai a sanção
Rejeita - arquivo
Emenda – volta para a casa iniciadora. Se a casa iniciadora rejeitar a emenda, ela cai, e o PL vai para sanção. Há a predominância da casa legisladora sobre a revisora
Espécies de emendas:
Supressiva: erradica texto
Aglutinativa: fusão de emendas, ou destas com o texto
Substitutiva: sucedânea, no todo ou em parte, da proposição
Modificativa: não altera substancialmente
Aditiva: acrescenta
De redação: vício de linguagem, incorreção técnica – esta não volta
Casos:
Não é possível emendar para aumentar despesas de projetos de iniciativa do PR, salvo as leis orçamentárias, como já exposto
Processo sumário ou regime de urgência constitucional: CD, 45 dias; SF, 45 dias; se tem emenda, CD em 10 dias (art. 64,§§ 1º a 3º). Estes prazos não correm nos recessos, e se passar de 45 dias, tranca a pauta, com exceção das proposições com prazo constitucional fixado (ex: MP)
Deliberação Executiva
Sanção
Veto
Vale para todas as leis, inclusive as leis de conversão de MP
Veto:
Total
Parcial: texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea
O CN avaliará a parte vetada, promulgando-se o restante.
Veto:
Por inconstitucionalidade ou ilegalidade (LOM)
Contrariedade ao interesse público
Características do veto:
Expresso
Motivado
Escrito
Supressivo
Superável
Irretratável 
Sancionou? Promulga e publica.
O veto é apreciado em 30 dias do recebimento, e sobrestá as outras matérias (art. 66, § 6º). É derrubado por maioria absoluta de qualquer das casas, em votação ostensiva.
Derrubou o veto? PR promulga em 48 horas, incorporando-se à lei. Se não, Pres. do Senado, em 48 horas; não fez? 1º Vice-Presidente do Senado, em 48 horas (art. 66, §§ 5º e 7º)
Em 2018, 3000 vetos, alguns esperando 10 anos.
O CN escolhe qual veto apreciar? MS 31816 e 31814 (lei do Pré-Sal – 12.734/12): Fux monocraticamente mandou obedecer a ordem (em 17/12/12). Em agravo (27/2/13), foi possibilitada a análise prioritária, tendo em vista o poder de agenda de cada casa.
Especificidades:
Riders: matérias impertinentes, quando não havia o veto parcial
Pocket veto: não cabe reapreciação – ocorre, por exemplo, no Conselho de Segurança da ONU
Promulgação: atestado da existência válida da lei e da sua executoriedade
Já é a lei, que surge com a sanção.
Publicação: desencadeia a exigibilidade.
LINDB – 45 dias de vacatio legis
Espécies normativas
Emendas constitucionais
Leis complementares
Leis ordinárias
Leis delegadas
Medias provisórias
Decretos legislativos
Resoluções
FIMMMMM DA NP1
 
Poder constituinte derivado reformador
Limitações:
1. expressas ou explícitas
1.1. Formais ou procedimentais (art. 60, incs. I,II e III, e §§ 2º, 3º e 5º): iniciativa (1/3 do SF ou CD, PR, mais da metade das AL), quórum de aprovação (3/5 + dois turnos por casa), promulgação pelas mesas, PEC rejeitada
1.2. Circunstanciais (art. 60, § 1º): intervenção federal, estado de sítio e estado de defesa (anormalidade institucional)
1.3. Materiais (art. 60, § 4º). E abaixar para 16 anos? E o voto obrigatório?
2. Temporais 
só houve na de 1824, no art. 174 –não poderia emendar nos primeiros 4 anos
3. Implícitas
3.1. Não é possível alterar as limitações expressas (dupla revisão)
3.2. Alteração do titular do PCO
3.3. Alteração do PCDRZ
Não há hierarquia entre uma e outra espécie
Semelhanças: as três fases – iniciativa, constitutiva e complementar
Diferenças
	
	Lei complementar
	Lei ordinária
	Aspecto material
	Hipóteses taxativas na CF, veiculadas tanto pelo PCO pelo PCDR
	Critério residual: tudo o que não for objeto de LC, decreto legislativo ou resoluções
	Aspecto formal (Quorum para aprovação)
	Maioria absoluta – o primeiro número inteiro superior à metade das cadeiras da casa:
81 Senadores = 41 formam;
513 Deputados = 257 formam 
	Maioria simples – maioria dos votantes presentes à sessão
	Caracteriza-se como exceção ao princípio da indelegabilidade das funções. Não pode haver delegação de (art. 68, § 1º):
Atos de competência exclusiva do CN (art. 49)
Atos de competência privativa da CD (art. 51) e do SF (art. 52)
Matérias reservadas à lei complementar
Legislação sobre: organização do Judiciário e MP; nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; leis orçamentárias
Iniciativa solicitadora do PR gera uma resolução do CN, especificando o conteúdo da delegação e os termos do seu exercício (prazo, itens). Se PR extrapolar, cabe decreto legislativo sustar o ato normativo
O CN pode optar por votar o conteúdo da LD (delegação atípica). Neste caso, votação única, sem possibilidade de emenda. É uma espécie de “sanção parlamentar”.
Prevista no art. 62 da CF, lembra o Decreto-Lei das antigas constituições brasileiras. Inspirada nos modelos de normatização em caráter de urgência dos estados parlamentaristas, com uma diferença fundamental: a responsabilidade política
A MP é ato monocrático do PR, que chama o legislativo a discutir o tema somente quanto o assunto já gerou efeitos jurídicos, haja vista sua força de lei.
Em sua forma inicial (de 10/88 até a EC 32, de 20/9/2001), foram adotadas 6130 MP
Editadas em caso de relevância e urgência, com força de lei
Legitimado: PR (exclusivo, indelegável – art. 84, XXVI)
Pressupostos cumulativos
Prazo de duração: 60 + 60. 
O prazo é suspenso no recesso parlamentar. Caso haja convocação extraordinária, MP entra em pauta
Eficácia da MP: perdem a eficácia desde a edição se não forem convertidas em lei nos 60 + 60.
Tramitação: comissão mista de deputados e senadores emite parecer apreciando seus aspectos constitucionais (inclusive relevância e urgência) e mérito, bem como sua adequação financeira e orçamentária. O parecer é votado pelo plenário de ambas casas, sendo a CD a casa iniciadora e o SF a casa revisora. São duas etapas: apreciação preliminar (relevância e urgência e finança e orçamento) e mérito. 
Regime de urgência constitucional
Se a MP não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação, entrará em regime de urgência em cada uma das casas do CN, ficando sobrestadas até que se ultime a votação da MP as demais matérias. No MS 27.931 o STF decidiu que a pauta não trava em matérias que não podem ser objeto de MP: PEC, e projetos de LC, Decretos legislativos, Resoluções e até mesmo leis ordinárias em matéria não veiculável via MP
Reedição da MP
Vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de MP rejeitada pelo CN ou perdido sua eficácia por decurso de prazo
Medidas a serem adotadas pelo CN
Aprovação sem alteração: promulgada pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional (Presidente do Senado)
Aprovação com alteração: havendo alteração, o Projeto de Lei de Conversão será apreciado pela outra casa, e levado à sanção. A ADI 5127 vetou a inserção de “jabutis”
Não apreciação (rejeição tácita): opera efeitos retroativos ex tunc, devendo o CN disciplinar as relações jurídicas dela advindas em até 60 dias por intermédio de decreto legislativo. Se não o fizer, as relações continuarão regidas pelo texto rejeitado.
Rejeição expressa: para Lenza, não é possível reapresentar jamais
A norma afetada pela MP tem sua eficácia suspensa – somente a nova lei revoga a lei anterior.
Por isso o decreto legislativo, e a regra para sua não-edição
PR não pode retirar MP, mas pode editar nova MP para ab-rogar a primeira (ADI 1315-MC)
É possível editar MP para abrir crédito extraordinário
art. 64, § 1º, I, “d” – guerra, comoção interna, calamidade pública
Instituição ou majoração de tributos? Em tese pode, mas deve obedecer às regras de anualidade e nonagésima
EC 32/2001 – MP editada até a data da EC continua em vigor até a revogação ou deliberação e contrário (art. 2º)
Competência exclusiva do CN
Art. 49, inc. I – resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional
 +
Art. 84, VIII – competência privativa do PR para celebrar tratados, convenções e atos internacionais 
 =
O DL referenda e aprova, e autoriza o Brasil a ratificar (troca de depósito)
Depois o PR promulga o decreto, publicando-o em português
EC 45/2004 – Tratados e Convenções Internacionais sobre DH – 2 turnos, 3/5, equivalem a EC (pode denunciar?)
Tratado de DH não aprovados com quórum de PEC? Caráter supralegal (RE 466.343 e 349.703) – paralisam o ordenamento infra em sentido contrário
Outros tratados – entram com status de leis ordinárias
Resoluções: interna corporis
Controle – art. 74, IV:
Interno: cada poder
Externo: externo, com auxílio do TC
No controle interno (74, § 1º) – responsabilidade solidária no tocante a ilegalidade ou irregularidade
	
	FISCALIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DIRETA E INDIRETA (e de quem recebe valores do Estado) – art. 70, caput
	CONTÁBIL, FINANCEIRA, ORÇAMENTÁRIA, OPERACIONAL E PATRIMONIAL
	LEGALIDADE E LEGITIMIDADE (ECONOMICIDADE, APLICAÇÃO DE SUBVENÇÕES E RENÚNCIA DE RECEITA)
	
Quem é fiscalizado? 
Qualquer pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária (art. 70, p. único)
TCU – 9 ministros, sede DF
Art. 73 fala em jurisdição em todo território nacional, mas os julgados do TC não tem a definitividade jurisdicional
São atos administrativos. Não é órgão do Judiciário (não está no 92) e nem do Legislativo (ADI 4190)
O TCU é órgão autônomo institucionalmente, inclusive com iniciativas reservadas (art. 96)
Extinção? ADI 4418 e 1994 – interpretação sistemática dos arts. 73, 75 e 96.
Atribuições do TCU – 71 CF
Apreciar as contas da Presidência da República (quem julga é o Legislativo, podendo rejeitar o parecer por 2/3 dos votos)
Julgar as contas dos administradores e demais responsáveis pelos dinheiros públicos
Apreciar a legalidade de atos de admissão de pessoal (exceto cargos em comissão), aposentadorias, reformas e pensões
Realizar inspeções e auditorias
Aplicar sanções (multas)
Assinalar prazo para saneamento de ilegalidade (cautelar)
Sustar atos impugnados, comunicando
Representar ao MP, Controladoria etc.
Controle difuso de constitucionalidade – S. 347 do STF: “O Tribunal de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e atos do Poder Público”
É um exemplo de controle posterior não jurisdicional, por órgãos administrativos autônomos (TCU, CNJ, CNMP).
No controle de validade dos atos administrativos, pode afastar dispositivo inconstitucional. É possível, claro, que o controlado recorra ao Judiciário.
Sustação de atos e contratos administrativos pelo TC
Lembrando: atos são manifestações unilaterais e contratos são manifestações bilaterais do Estado.
	CONTROLE TCU
	Atos administrativos
	Prazo para corrigir (art. 71, IX) e, não corrigido, sustação do ato (art. 71, X)
	
	Contratos administrativos
	CN tem competência para “sustar” (art. 71, § 1º) e, se nada for feito, o TC delibera (art. 71, § 2º)
O TCU pode determinar aanulação, sob pena de comunicação do CN (MS 23550)
Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista estão sujeitas a controle pelo TCU (MS 25092)
Devido processo legal – Súmula Vinculante n. 3: nos processos perante o TCU, assegurar-se-á o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão”
Sigilo bancário? Não pode quebrar, por ser reserva de jurisdição (MS 22801)
Poderes implícitos (cautelares) – MS 26547 – razoabilidade e proporcionalidade 
Decisões do TC tem eficácia de título executivo (art. 71. § 3º), devendo a ação ser proposta pelo ente público beneficiado pela decisão
Sigilo quanto ao objeto e autor da denúncia ao TC (art. 55, § 1º da L. 8443 – LOTCU) – declarado inconstitucional em controle difuso, e suspenso pela Resolução 16/2006 do SF (art.52, X)
Atenção: continua sendo vedada a denúncia anônima, mas é possível realizar diligências preliminares para apurar a veracidade das informações e, a partir destas informações, abrir o procedimento investigatório (HC 98345)
Ministros do TCU – requisitos previstos na CF e equiparados a ministros do STJ. São 9, sendo 3 indicados pelo PR e 6 pelo CN
CGU – órgão auxiliar do Executivo no controle interno (L. 10.683/2003). Há ações que podem até ser coincidentes com as competências do TC, como fiscalizar os recursos destinados aos Municípios( RMS 25943)
TCE – 7 conselheiros, sendo 4 indicados pelo Gov e 3 pela AL ou Cdistrital
TCM – 31, § 4º, veda a criação. Hoje existem o TC dos Municípios do RJ e o TCM/SP, que tem 5 conselheiros
MP de Contas – art. 130. é carreira própria
FIM

Continue navegando